0% acharam este documento útil (0 voto)
65 visualizações15 páginas

Os Desafios Do Professor Na Sociedade Do Conhecimento

O documento discute os desafios dos professores na sociedade do conhecimento. Aborda como as mudanças nas últimas décadas trouxeram novos desafios e como a educação precisa lidar com esse contexto. Também discute alternativas de práticas pedagógicas para superar esses desafios.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
65 visualizações15 páginas

Os Desafios Do Professor Na Sociedade Do Conhecimento

O documento discute os desafios dos professores na sociedade do conhecimento. Aborda como as mudanças nas últimas décadas trouxeram novos desafios e como a educação precisa lidar com esse contexto. Também discute alternativas de práticas pedagógicas para superar esses desafios.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 15

OS DESAFIOS DO PROFESSOR NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Dagma Gonçalves Rosa

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La Salle,


Canoas/RS.
Diretora Acadêmica e Administrativa da Faculdade IBCMED, Sete Lagoas/MG.

RESUMO

As mudanças que vem acontecendo nos últimos 20 anos no mundo tem deixado a todos
atordoados. Por isso, a Era do Conhecimento traz novos desafios a ao modus operante
de um modo geral da sociedade. Tornando mais que o oportuno tratar tema no viés da
educação entendendo os desafios do professor na sociedade do conhecimento. Assim,
nessa pesquisa, iniciamos nos situando sobre as sociedades, onde se trata a Sociedade
Pós-industrial até Sociedade do Conhecimento. Em seguida tratamos, as diferentes
características e comportamentos das gerações usualmente classificada que vivenciaram
cada uma dessas sociedades. Logo em seguida, buscamos entender como a educação
está lidando com esse contexto. Sendo que o conceito de anacronismo consegue delinear
de maneira mais próxima aos desafios encontrados nas práticas pedagógicas adotadas
no processo de ensino aprendizagem. Finalizando, abordamos alternativas para que esse
processo de ensino aprendizagem se transforme mais eficiente e eficaz. Utilizando
métodos propostos pela UNESCO a nível mundial e, também pelos maiores estudiosos
sobre a educação no Brasil.

Palavras-Chave: Sociedade do Conhecimento, Práticas Pedagógicas e Processo de


Ensino Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

As mudanças que vem acontecendo nos últimos 20 anos no mundo tem deixado a
todos atordoados. Com a chegada e acessibilidade as tecnologias, iniciamos a era da
informação, onde se começa a ter bancos de dados. Mas essa acessibilidade não se
limitou aos bancos, então começamos a ter acesso a redes sociais consolidando na
atualidade a era do conhecimento. Uma era que se difere da anterior, porque não
temos mais apenas um banco de dados com as informações. Vamos além com as
redes sociais, nessas temos pessoas em tempo real e ao vivo discutindo questões.
Elegendo dessa forma como grande capital “o conhecimento”, porque temos uma

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 68


sociedade que consegue gerar conhecimento em tempo real. (MOSÉ, 2012)
Conforme Drucker (2000, s/p), “... a Era do conhecimento está emergindo e, diferente
da era Industrial, nesta nova Sociedade a criação e gerenciamento do conhecimento
são fatores decisivos no ambiente competitivo.”

Por isso, a Era do Conhecimento traz novos desafios a ao modus operatin de um


modo geral da sociedade. Tornando mais que o oportuno tratar tema no viés da
educação entendendo os desafios do professor na sociedade do conhecimento.

Na educação em particular Cortella (2013), afirma: “...Nós, homens e mulheres que


nos dedicamos à educação, sabemos que hoje há certo anacronismo... Este
anacronismo significa que estamos fora do tempo, ou numa colisão do tempo... de
que nós hoje vivemos num mundo em que há uma veloz mudança nos modos de
fazer, de pensar, de atuar.”

O anacronismo conforme dicionário Aurélio pode também ser chamado de


anticronismo, e podemos entender basicamente como uma forma de analisar
acontecimentos históricos de uma determinada época embasando-se em valores e
conceitos de outra época.

Diante dessa afirmação nos traz à tona uma grande questão: Como o professor tem
utilizado suas práticas pedagógicas para superar os desafios do processo de ensino-
aprendizagem na sociedade do conhecimento?

O que nos remete diretamente as afirmativas de Gadotti (2006), a educação


apresenta-se numa dupla encruzilhada: de um lado o desempenho do sistema escolar
não tem dado conta da universalização da educação básica de qualidade; de outro,
as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a consistência global necessária
para indicar caminhos realmente seguros numa época de profundas e rápidas
transformações.”

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 69


Reforçando a ideias que a educação tem grandes desafios diante desse novo cenário,
pois hoje a empresa que está assumindo um papel inovador, para acompanhar essas
mudanças. Porém, a escola não pode ficar a reboque das inovações tecnológicas.

Ela precisa ser um centro de inovação. A escola do século XXI precisa ter projeto,
precisa de dados, precisa fazer sua própria inovação, planejar-se a médio e a longo
prazos, fazer sua própria reestruturação curricular, elaborar seus parâmetros
curriculares, enfim, ser cidadã.

Nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento diante do aluno que é o


sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que
faz. Para isso ele também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar
novos sentidos para “o que fazer” dos seus alunos. (GADOTTI, 2006)

Portanto, essa pesquisa tem objetivo geral identificar se o professor tem utilizados
suas práticas pedagógicas de forma a superar os desafios do processo de ensino-
aprendizagem na sociedade do conhecimento. E como objetivos específicos
pesquisar o panorama da educação na sociedade do conhecimento, evidenciar o
papel do professor diante dos desafios no processo de ensino-aprendizagem na
sociedade conhecimento e indicar alternativas de práticas pedagógicas para superar
os desafios do processo de ensino-aprendizagem na sociedade do conhecimento.

Essa pesquisa adotou a metodologia do tipo pesquisa bibliográfica com abordagem


teórica qualitativa. Na pesquisa bibliográfica foram consultadas várias literaturas
relativas ao assunto em livros, estudos, artigos publicados na internet e que
possibilitaram que este trabalho tomasse forma para ser fundamentado. Segundo
Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a
bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa
escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com
todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 70


de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada
como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.

2. SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Após a Sociedade Pós-industrial onde as máquinas e o mão-de-obra eram as maiores


riquezas da sociedade, os estudiosos da época buscavam prospectar e apontar
prováveis rumos de uma nova sociedade que estava chegando. Essa recebeu várias
nomenclaturas, de acordo com a visão e teoria de cada um deles. (BELL, 1978)

Em 1970, foram realizadas as primeiras citações sobre a nova sociedade, que se


chamaria Sociedade da Informação. Caracterizava-se principalmente pela mudança
dos fatores de geração da riqueza baseada nas potencialidades da informação e
tecnologias ocupando os lugares anteriormente ocupado pelas máquinas e mão-de-
obra. (NEHMY; PAIM, 2002)

Nessa nova sociedade conforme Bell (1978), delineava que o conhecimento seria a
mola propulsora da concorrência entre as empresas. Concedendo ao setor de
serviços um papel de central nessa nova sociedade, porque cresceriam os cargos
vinculados ao conhecimento e inovações tecnológicas passariam a ser o centro das
atenções dos países que buscariam o desenvolvimento.

Segundo Burch (2006), o termo Sociedade da Informação passou a ser empregado


como construção política e ideológica, porque estava a serviço de organismos
internacionais mundiais para instaurar um mercado mundial aberto e auto regulador.
A UNESCO refletindo sobre o tema buscou uma concepção mais integral
ultrapassando o conceito econômico utilizado o termo Sociedade do Conhecimento,
ou sua variante Sociedade do Saber (compartilhado) dentro de suas políticas
institucionais (BURCH, 2006).

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 71


Tal concepção também é adotada pelo escritor e estudioso Peter Drucker, que afirma
“... A Era do conhecimento está emergindo e, diferentemente da Era Industrial, nesta
nova Sociedade a criação e gerenciamento do conhecimento são fatores decisivos no
ambiente competitivo”. Para o autor, o conhecimento deveria ser utilizado para gerar
mais conhecimento e ser aplicado ao trabalho pelo “trabalhador do conhecimento”.
Este profissional seria alguém dotado de habilidades e competências atualizadas, que
valoriza a educação continuada e utiliza o conhecimento a favor da produtividade e
inovação. (DRUCKER, 1994)

3. GERAÇÕES DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

As gerações têm diversas formas de serem definidas que varia conforme abordagem
do estudioso, para alguns uma geração engloba um conjunto de indivíduos nascidos
em uma mesma época, influenciados por um contexto histórico específico que
determina comportamentos, causando impacto na evolução direta da sociedade.
(KULLOCK, 2014) Para outros, “a geração num sentido mais amplo, representa a
posição e atuação do indivíduo em seu grupo de idade e/ou de socialização de tempo.
(MOTTA, 2011)

No campo da sociologia, Karl Mannhein, professor da universidade de Frankfurt e


pesquisador reconhecido no assunto, afirma que todas as pessoas convivem com
pessoas das mesmas e diferentes idades. Mas para cada um o mesmo tempo é tempo
diferente. (MOTTA, 2011)

Nossa sociedade atual, em que todos estão ligados por inúmeros canais, tem suas
gerações formadas em menos de 10 anos. Consequentemente, as gerações dos
últimos 40 anos estão tendo que compartilhar seu “modus operandi” num mesmo
tempo e espaço. Colocando pessoas a coexistirem de faixas etárias e costumes
diferentes, sendo que essas não se limitam aos seus contextos históricos e
genealógicos, mas também se diferenciam pelas características de cada uma das
gerações, usualmente classificada em baby boomers, X, Y e Z. (CORTELLA, 2014)

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 72


O IBOPE (2014) realizou uma pesquisa em 2012 e identificou que as gerações no
Brasil estão distribuídas da seguinte forma na atual população, 27% de Baby
Boomers, 32% Geração X, 23% Geração Y e 18% pela Geração Z.

A geração Baby Bommers é aquela que nasceu depois da Segunda Guerra Mundial,
uma explosão de bebês que o fim da guerra trouxe. Como uma espécie de reação a
essa guerra surgiram vários movimentos numa busca por uma vida com mais alegria.
(CORTELLA, 2014)

Complementando, Zemke (2008) salienta que essa geração além de ter presenciado
a guerra, também viveu os movimentos feministas, os ideais de liberdade e os
movimentos civis a favor dos negros e homossexuais. Ressalta também, que o
comportamento hippie também surgiu nessa época e junto a ele, protestos contra a
Guerra Fria e a Guerra do Vietnã. Uma geração que foi educada com rigidez e seguia
regras padronizadas em relação à disciplina e a obediência. Tornando-as pessoas
que não se abrem muito para questionamento e a principal preocupação está na busca
pela estabilidade no emprego. Os Baby Boomers nasceram em uma época de grande
otimismo, acreditavam em mudar o mundo e, o que é mais impressionante, ainda
acreditam. Não raro, pouco após se aposentarem, voltam à atividade, desta vez como
consultores. (ZEMKE, 2008, p. 51-55)

A geração que veio depois do baby boomers, precisava de uma denominação e se


usou uma classificação genérica, dessa forma nasceu a geração X. Letra utilizada nas
equações para indicar que mesmo que não saiba o que é, algo ali estaria.
(CORTELLA, 2014)

Essa geração, não se detém a padrões tão rígidos, apesar de certo conservadorismo
em algumas questões. São filhos de pais separados, que trabalham fora. Trata-se de
uma geração que presenciou a Guerra Fria, a queda do muro de Berlim, o surgimento
da AIDS e as mudanças de conceitos. Viveram a expansão tecnológica e assistiram
ao início da decadência de padrões sociais. Como profissionais essa geração valoriza

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 73


o trabalho e busca ascensão profissional, sendo independente e autoconfiante.
(ZEMKE, 2008, p. 51-55)

Logo após, o desdobramento da Geração X foi seguir o alfabeto, que deu origem à
próxima Geração Y. (CORTELLA, 2014)

A Y é constituída por pessoas nascidas na década de 80 a 90, são pessoas que


valorizam a qualidade de vida e não o trabalho, são voltados para os resultados,
impacientes, ansiosos, extremamente informados, estão em busca de
reconhecimento, curtir a vida, estão posicionados contra a burocracia, são ágeis,
possuem habilidade com eletrônicos e informática, são proativos. (ZEMKE, 2008, p.
51-55) Conforme pesquisa IBOPE (2012), essa geração 68% trabalham, 34% estão
cursando/terminando o ensino superior, 59% já saíram da casa dos pais e 31% são
chefes de famílias.

A outra geração, ainda em fase de consolidação que se refere a quem nasceu entre
1990 e 2010, é a geração conhecida como “Z”, porque a sua grande nuance é zapear.
Zapear é um verbo utilizado para designar o ato de mudar constantemente o canal na
televisão, geralmente através de um controle remoto, caracterizando o que a geração
tem em comum, o ato de fazer várias coisas ao mesmo tempo, como destaca Tapscott
(2010, p. 53):

eles querem estar conectados com amigos e parentes o tempo todo, e usam
a tecnologia – de telefones a redes sociais – para fazer isso. Então quando a
tevê está ligada, eles não ficam sentados assistindo a ela, como seus pais
faziam. A tevê é uma música de fundo para eles, que a ouvem enquanto
procuram informações ou conversam com amigos on-line ou por meio de
mensagens de texto. Seus telefones celulares não são apenas aparelhos de
comunicação úteis, são uma conexão vital com os amigos.

Esses adolescentes da Geração Z nunca conceberam o mundo sem computador,


chats e telefone celular e, em decorrência disso, são menos deslumbrados que os da
Geração Y com chips e joysticks. Sua maneira de pensar foi influenciada, desde o
berço, pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia proporcionou. Ciriaco (2009)

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 74


também denomina a geração Z como a Geração silenciosa, pelo fato de estarem
sempre de fones de ouvido (seja em ônibus, universidades, em casa...), por escutarem
pouco e falarem menos ainda. Em consequência, essa geração pode ser definida
como aquela que tende ao egocentrismo, pois o adolescente tende a preocupar-se
somente consigo mesmo na maioria das vezes. Rifkin (2001) considera que os jovens
da nova geração “mutável” se sentem muito mais à vontade em gerenciar negócios e
se engajar em atividades sociais nos mundos do comércio eletrônico e do
ciberespaço.

Assim essas gerações, cada uma com suas características e comportamentos bem
específicos colocando em xeque os ambientes em que compartilham sua convivência.
Por que esses ambientes têm que entender, atender e respeitar as particularidades
de cada uma das gerações. Entre esses ambientes, podemos destacar o ambiente
escolar, que atualmente tem o grande de desafio de encontrar uma formula para suas
práticas pedagógicas que ao mesmo tempo, não sejam avaliadas como obsoletas e
ao mesmo tempo as inovações proposta tenham sentido, garantindo dessa forma que
aconteça o processo de ensino aprendizagem.

4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Vivemos, enfim, numa transformação que chegou muito rapidamente, e uma nova
cognição é necessária para lidar com ela, um novo ser humano, que já está nascendo.
Se antes fazíamos uma coisa de cada vez hoje, na rede, lidamos com infinitas
possibilidades sendo capaz de lidar com a multiplicidade. (MOSÉ, 2014)

No entanto o que vemos atualmente na educação, são educadores que sem saber
lidar direito com as mudanças utilizam com certa frequência expressões como as que
“os alunos de hoje não são os mesmos”, para justificar a ineficácia do processo de
ensino aprendizagem aplicado. Porém, a questão maior é que existe uma distorção
pedagógica em relação a isso, porque realmente não são mais o mesmo, porém
mesmo assim os educadores continuam dando aula do mesmo jeito que há dez ou

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 75


quinze anos atrás. Cortella (2014) elucida muito bem essa situação quando afirma:
“Num mundo de mudança veloz, estamos nós, no século XXI, nascidos no século XX,
usando métodos que vinham do século XIX”. Aprofundando essa afirmação o autor
complementa: “... a maior insanidade está, em após utilizar essas práticas, afirmar que
os alunos que não sabem nada ou que eles não querem saber de nada”.

Se faz necessário perceber que atualmente professores e alunos continuam


apertando botões na linha de montagem de uma fábrica em extinção. E que enquanto
aprendemos a pensar linearmente, os problemas que nos chegam se organizam em
rede, e nos afetam de forma múltipla. (MOSÉ, 2014)

Além disso, precisamos também considerar que a educação atualmente praticada


está estruturada de forma padronizada com base num currículo denso, inflado de
conteúdos descontextualizados, que não se relacionam entre si e que não dizem
respeito à vida dos alunos. Sendo que esses conteúdos são administrados em escolas
hierarquizadas e excludentes, que não dão voz ao aluno e não se relacionam de forma
transparente e ética consigo mesmas. (MOSÉ, 2014)

Escolas, que tem passado uma sensação de sofrimento por adotar métodos
tradicionais e que a inteligência dos alunos com passar do tempo é encolhida devido
ao medo e horror dos desafios intelectuais propostos. (ALVES, 1994)

Diante desse contexto, fica óbvio que de tais práticas na educação não tem mais
espaço nos dias de hoje. Precisamos repensar o modelo escolar, passando de uma
educação centrada na administração de conteúdo, para uma educação sustentada no
desenvolvimento, pelo aluno, de competências e habilidades, portanto centrada na
aprendizagem. (MOSÉ, 2014)

Conforme afirma Freire (1997) se faz necessário deixar de se ter uma educação
depositário e apontar para uma educação que liberte o homem por meio de reflexões
e ações emancipadoras. Porque, conforme frase celebre do autor, “quem ensina

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 76


aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Assim, ensinar e aprender
se vão dando de tal maneira que quem ensina aprende, de um lado, porque reconhece
um conhecimento antes aprendido e, de outro, porque, observado a maneira como a
curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que
não o aprende, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos.

Diante isso, a prática pedagógica tem um papel fundamental no desenvolvimento


intelectual do aluno, inclusive sendo capaz de limitar ou facilitar esse processo de
aprendizagem. (GADOTTI, 2000) Tais práticas pedagógicas se referem ao trabalho
de repassar, ou transmitir, saberes específicos. Ou, ainda, um processo que está
intrinsecamente ligado à teoria e à prática da docência. (BRITO, 2006)

Delors (1998) aponta como consequência essencial da sociedade do conhecimento a


necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida baseada em quatro pilares
do conhecimento e da formação continuada, que podem ser a matéria-prima para a
construção de uma Educação voltada para a transformação.

Os quatro pilares são formados por: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender
a conviver a aprender a ser.

No intuito de entender melhor a que se refere cada um podemos destacar que:


 Aprender a conhecer: abrange o prazer de compreender, de descobrir, de
construir e de reconstruir o conhecimento, a curiosidade, a autonomia e a
atenção. É preciso também pensar o novo, reinventar o pensar, pensar e
reinventar o futuro.
 Aprender a fazer: este pilar está diretamente associado ao anterior. A
modernidade acentuou o caráter cognitivo do fazer, levando-o a deixar de
ser puramente instrumental. Hoje, vale mais a competência pessoal, que
toma a pessoa capaz de enfrentar novas situações de emprego e mais apta
a trabalhar em equipe, do que a pura qualificação profissional.

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 77


 Aprender a conviver: significa compreender o outro, desenvolver a
percepção da interdependência, da não-violência, administrar conflitos,
participar e ter prazer em projetos comuns, na cooperação.
 Aprender a ser: expressa o desenvolvimento integral da pessoa: a
inteligência, a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade
pessoal, a espiritualidade, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação,
a criatividade e a iniciativa assim, a aprendizagem não pode ser apenas
lógico-matemática e linguística, precisa ser integral e envolver todas as
potencialidades do indivíduo.

Gadotti (2000) ao tratar do assunto em um texto exemplar fundamenta-se em uma


pedagogia da práxis e propõe certas categorias para se pensar a Educação do futuro,
voltada para a transformação social, como: Cidadania, Sustentabilidade, Virtualidade,
Globalização, Transdisciplinaridade, Dialogicidade e Dialeticidade.

Freire (1981) foi um dos educadores que melhor analisou a transformação social, em
especial na obra Pedagogia do Oprimido o comprometimento com a transformação
social é, portanto, premissa da Educação Libertadora, e essa libertação não são
apenas individuais, mas coletiva, social e política.

Para que surja a Pedagogia do Oprimido, manifestada pela Educação libertadora, são
necessárias as seguintes características: colaboração, união, organização e síntese
cultural.

Educar para Alves (1994), é ensinar, mas ensinar com alegria. Uma alegria que está
acima do ensinar e o lúdico sendo o principal caminho do conhecimento e não nos
deixa esquecer o que somos. Fica assim claro que a função do ensinar é um exercício
imortal. É através do conhecimento que se vive eternamente o pensamento nunca
acaba e não morre jamais estando sempre presente no pensamento daqueles que um
dia foi ensinado por nós, e assim seremos eternos, seremos para sempre lembrados

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 78


por aqueles que um dia ensinamos com alegria. E mais, é preciso descobrir e
encontrar um sentido para ser educar, dividir com os alunos as suas alegrias e seus
sonhos, mostrar emoção na leitura de um poema, mostrar a gramática e a matemática
como uma beleza que encanta uma paisagem, um ritmo ou uma melodia e sermos
mais felizes e um pouco mais humanos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa buscou compreender como o professor tem utilizado suas


práticas pedagógicas para superar os desafios do processo de ensino-aprendizagem
na sociedade do conhecimento. Para isso, foram levantados dados no referencial
teórico que pudessem expressar como o contexto atual nas escolas, onde é notório
uma educação que está com sérios problemas, com alunos que não são mais os
mesmos e ser professor é uma profissão com poucas vantagens, está conseguindo
funcionar na instigante sociedade atual com todas as suas particularidades.

Assim, na pesquisa, iniciamos nos situando sobre sociedade em que vivemos.


Abordando como foi a transição Sociedade Pós-industrial onde as máquinas e o mão-
de-obra eram as maiores riquezas da sociedade para uma Sociedade da Informação,
que tem a informação como seu principal capital. Mas que atualmente com a chegada
das redes sociais cedeu lugar a Sociedade do Conhecimento. Tais sociedade exigem
competências diferentes dos profissionais que se preparam para atuar no mercado de
trabalho. Trazendo à tona as diferentes características e comportamentos das
gerações usualmente classificada em baby boomers, X, Y e Z, que nasceram em
épocas e sociedades vigentes diferentes. A partir do entendimento da sociedade e as
suas respetivas gerações se pode seguir adiante na pesquisa entendendo como a
educação está lidando com tudo esse contexto. Sendo que o conceito de anacronismo
consegue delinear de maneira mais próxima aos desafios encontrados no processo
de ensino aprendizagem. Onde de um lado temos professores utilizando métodos
ultrapassados e por outro uma geração que vive a rede social e a informação em
tempo real. Finalizando a pesquisa se aborda alternativas para que esse processo de

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 79


ensino aprendizagem se transforme mais eficiente e eficaz. Utilizando métodos
propostos pela UNESCO a nível mundial e, também pelos maiores estudiosos sobre
a educação no Brasil.

Com base na pesquisa, podemos afirmar que conseguimos investigar o panorama da


educação na sociedade do conhecimento. Principalmente porque se buscou
inicialmente entender essa sociedade, suas particularidades e o modus operante das
pessoas. Além disso, foi evidenciado o papel do professor diante dos desafios no
processo de ensino-aprendizagem na sociedade conhecimento. Os métodos
adotados pelo professor farão toda a diferença para facilitar ou dificultar o processo
de ensino aprendizagem. E que principalmente terá que utilizar métodos que
consigam fazer sentido as gerações encontradas no ambiente de ensino
aprendizagem. Por isso, foram indicadas alternativas de práticas pedagógicas para
superar os desafios do processo de ensino-aprendizagem na sociedade do
conhecimento. Práticas adota mundialmente como os quatro pilares da educação e
de estudiosos da educação que entendem que precisamos de uma Educação
libertadora, onde são necessárias as seguintes características: colaboração, união,
organização e síntese cultural. E além disso, ensinar com alegria, de tal forma que
essa esteja acima do ensinar e o lúdico sendo o principal caminho do conhecimento.
Assim podemos concluir que ainda temos um longo caminho a percorrer para que o
professor possa utilizar suas práticas pedagógicas de forma a superar os desafios do
processo de ensino-aprendizagem na sociedade do conhecimento. No entanto esse
tema não se esgota nessa pesquisa, pois se faz necessário pesquisar a efetividade
das práticas pedagógicas propostas em situações reais.

Pois, de um lado temos escolas e de outro, gerações que ainda buscam entrar em
sintonia na Sociedade do Conhecimento com as práticas pedagógicas adotas que por
vezes não conseguem oportunizar um processo de ensino aprendizagem.

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 80


REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 3ª ed. São Paulo: ARS Poética Editora
Ltda,1994.

BELL, D. O advento da sociedade industrial: uma tentativa de previsão social. São


Paulo: Cultrix, 1978.

BRITO, Antonia Edna. Formar professores: rediscutindo o trabalho e os saberes


docentes. In: MENDES SOBRINHO, José Augusto de C; CARVALHO, Marlene A.
(Orgs.) Formação de professores e práticas docentes: olhares contemporâneos.
Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 208p.

BURCH, S. Sociedade da informação/ sociedade do conhecimento. In: Ambrosi, A.;


Peugeot, V.; Pimenta, D. Desafios das palavras. C & F Éditions, 2005.

CIRIACO, Douglas. O que é a geração z? [s/I]. 08 jul.2009. Disponível em:


<encurtador.com.br/ampyz> Acesso em: 10 jan.2009.

DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um


tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo, 1998. p. 89-102.

DRUCKER, P. F. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1994.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.


2ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

________. Pedagogia do oprimido. 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas


Editora, 2000.

IBOPE, Gerações Y e Z: juventude digital. Disponível em:


<encurtador.com.br/kmH25>. Acesso em 01/10/2014 ás 8:25.

KULLOCK, Eline. Porque as gerações estão no nosso foco? Disponível em:


<encurtador.com.br/bqI15>. Acesso 02/10/2014 às 10:25.

MOTTA, Alda Britto da. A atualidade do conceito de gerações na pesquisa sobre o


envelhecimento. Revista Sociedade e Estado - Volume 25 - Número 2- Maio / Agosto
2010 - página 225-250.

NEHMY, R. M. Q.; PAIM, I. Repensando a sociedade da informação. Perspectivas


em Ciência da Informação, v. 7, n. 1, p. 9-21, jan./jun. 2002. Disponível em: <
encurtador.com.br/AIWX0>. Acesso 02/10/2014 às 11:00.

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 81


RIFKIN, Jeremy. A era do acesso. São Paulo: Pearson-Makron Books, 2001.

TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: como a colaboração em


massa pode mudar seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

ZEMKE, R. O.; Respeito às gerações. In: MARIANO, S. R. H.; MAYER, V. F. (Org).


Modernas práticas na gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 51-55, 2008.

v. 2 n. 01 (2019): Revista GETS | ISSN: 2595-6663 82

Você também pode gostar