GCET066 – QUÍMICA GERAL
Estrutura Atômica (1ª parte)
Profa. Gabriela L. Pinheiro
1
Breve história do átomo
- Anaxágoras (filósofo) – 500 a. C: imaginava dividir a matéria
inúmeras vezes em porções cada vez menores e concluiu de que
se poderia continuar dividindo sem jamais chegar a um fim;
- Leucipo e Demócrito – 478 a.C: Todo o universo era formado por
ÁTOMO;
- Platão e Aristóteles: não poderia haver partículas indivisíveis.
- Filosofia grega método científico;
- Contribuições de Robert Boyle (1627-1691) e Isaac Newton
(1642-1727).
ÁTOMO 2
Modelos Atômicos
- Ao longo dos séculos XIX e XX, grandes cientistas “desenharam”
modelos do átomo.
- Os modelos explicavam alguns resultados experimentais e
possibilitavam a realização de previsões.
- À medida que algum detalhe novo era descoberto, “desenhava-
se” um novo modelo, com mais detalhes, mais completo e mais
complexo.
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Modelos Atômicos
Definição:
O modelo atômico é uma representação que procura
explicar, sob o ponto de vista da ciência, fenômenos
relacionados à estrutura da matéria e as formas como ela
se expressa. Visa dar uma explicação sobre a estrutura
microscópica da matéria e deve ser capaz de prever outros
fenômenos associados a ela.
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1774: A. L. Lavoisier propôs a 1ª lei das
transformações químicas: Lei da conservação da
massa ou Lei de Lavoisier
(1743-1794)
A soma das massas dos produtos é igual a soma das massas dos
reagentes
Reagentes → produtos
Exemplo: CaCO3 → CaO + CO2
Δ
Não há destruição da matéria, apenas transformação
"Na Natureza nada se perde e nada se cria, tudo se transforma".5
Joseph Louis Proust (1754-1826) (francês): propôs a
2ª lei das transformações químicas: Lei das
proporções constantes (fixas) ou Lei de Proust.
Uma determinada substância composta é formada por substâncias
mais simples, unidas sempre na mesma proporção em massa.
Hidrogênio + Carbono Metano
4x
2g 6g 8g
3x
4g 12g 16g
10g 30g 40g 6
Modelos Atômicos
❑ John Dalton (1776-1844)
- Químico e meteorologista inglês. Aprendeu
francês, latim, grego, matemática e
astronomia.
- 1808: baseado em fatos experimentais, formula uma teoria
atômica para explicar a constituição da matéria.
- A matéria é constituída de átomos e, a massa dos átomos
determina o comportamento macroscópico das substâncias.
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❑ Modelo atômico de Dalton - 1803
A teoria atômica de Dalton foi baseada no seguinte:
1. Toda matéria é composta de partículas fundamentais, os átomos.
2. Os átomos são maciços, indestrutíveis, indivisíveis e sem carga –
Modelo atômico da bola de bilhar.
3. Os elementos são caracterizados por seus átomos. Todos os átomos de
um dado elemento são idênticos em todos os aspectos. Átomos de
diferentes elementos têm diferentes propriedades.
4. As transformações químicas consistem em uma reorganização de
átomos.
5. Compostos químicos são formados de átomos de dois ou mais
elementos em uma razão fixa. 8
- O modelo atômico de Dalton não explicava o fenômeno das cargas
elétricas nos objetos.
1850: físico britânico (William Crookes)
Desenvolveu um tubo de descarga de gás ou tubo
de Crookes
- Ao se aplicar uma voltagem alta entre os eletrodos, ocorria uma
descarga elétrica do gás e via-se um fluxo luminoso partindo do
catodo (terminal negativo) em direção ao anodo (terminal positivo).
- Produção de raios catódicos (e-) – descoberta do elétron pelo
9
Thomsom.
1886: E. Goldstein (físico alemão) usou um tubo de
Crookes modificado para produzir um novo tipo de
raio – raios anódicos (descoberta do próton).
(1850-1930)
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1887: J. J. Thomson (1856-1940) mostrou que a radiação em raios
catódicos possuía carga negativa raios catódicos são jatos de
partículas carregados negativamente (hoje chamados ELÉTRONS)
Catodo Anodo
- O raio pode ser desviado se passar entre placas de metais carregados
em um tubo de Crookes.
- O feixe de raios catódicos era atraído por um campo de carga
positiva. 11
1897: J. J. Thomson
- As cargas elétricas tinham massa;
12
❑ Modelo atômico de Thomson
1897: Joseph John Thomson anuncia seu modelo atômico:
“PUDIM DE PASSAS”
Átomo seria uma esfera maciça, homogênea e positiva, incrustada
de elétrons. As cargas positivas neutralizam as cargas negativas dos
elétrons.
- Este modelo foi bem aceito por poucos
anos, sendo substituído no séc. XX pelo
modelo de Rutherford
- Importância: Partículas subatômicas – elétrons;
13
Século XX, 1911: experimentos realizados na Inglaterra por
Ernest Rutherford, E. Marsden e H. Geiger levaram à substituição
do modelo de Thomson
Ernest Rutherford Hans Geiger
Ernest Marsden (físico)
(físico e químico)
(físico)
Em 1904, baseou-se na ideia do físico japonês H. Nagaoka (um átomo
poderia ser composto por um pequeníssimo núcleo carregado
positivamente no centro do átomo, rodeado por uma região maior,
contendo elétrons). 14
Experimentos que contribuíram para a descoberta da natureza
do átomo
•Henri Becquerel (1896) descobriu que o urânio (blenda resinosa) emitia radiação
de alta energia espontaneamente.
• Marie Curie e Pierre conduziram estudos sobre radioatividade (descoberta de
polônio e rádio).
Comportamento dos raios alfa (+), beta(-) e raios gama em um
campo elétrico. 15
1908 a 1911: Experimentos de Rutherford, Geiger e Marsden
Espalhamento de partículas alfa (+) de elemento radioativo
(Polônio)
Observações:
✓ A maioria das partículas continuou sua trajetória atravessando a lâmina de ouro sem
sofrer desvios;
✓ Poucas partículas desviaram-se de sua trajetória;
✓ Poucas partículas foram refletidas, não atravessando a lâmina. 16
Conclusões de Rutherford sobre o átomo:
✓ Se partículas alfa passam em linha reta espaços vazios no
átomo;
✓ Se partículas alfa são rebatidas o átomo tem massa;
✓ Se partículas alfa sofrem desvios o interior do átomo tem
cargas positivas.
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❑ Modelo atômico de Rutherford (1910)
- O átomo possui uma região central chamada de
núcleo atômico, onde fica praticamente toda a
massa do átomo;
- O núcleo atômico é muito pequeno, denso e
possui carga positiva;
- Para equilibrar a carga positiva existem elétrons
ao redor do núcleo na região denominada de
eletrosfera;
- O raio do núcleo é cerca de 10.000 a 100.000
vezes menor que o raio do átomo.
100 a 500 pm
18
❑ Modelo atômico de Rutherford – atualizado em 1920
- Descoberta do nêutron (Chadwik);
- A carga positiva de um núcleo atômico deve-se à presença de um
número de partículas (prótons);
- Embora os prótons contivessem toda a carga do núcleo, eles sozinhos
não podem compor sua massa.
- Os átomos tem um número igual de elétrons e prótons, logo, tem
uma carga elétrica líquida neutra.
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Composição do átomo
Quadro 1. Propriedades das partículas subatômicas.
Partícula Símbolo Carga* Massa (kg)
Elétron e- -1 9,109 × 10-31
Próton p +1 1,673 × 10-27
Nêutron n 0 1,675 × 10-27
ATENÇÃO!
Em um átomo neutro o número de prótons é igual ao
número de elétrons.
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Número Atômico, Número de massa e Isótopos
Número Atômico (Z) = número de prótons no núcleo
Número de Massa (A) = n° de prótons + n° de nêutrons
= nº atômico (Z) + n° de nêutrons
Isótopos: são átomos de um mesmo elemento com diferentes números de nêutrons
Representação do elemento químico
E
Massa atômica Símbolo do
elemento químico.
Pode ser
representado por
uma ou duas letras
Número atômico Z
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❑ Modelo atômico de Rutherford – Sistema planetário
Átomo com núcleo formado por prótons e nêutrons com
elétrons girando na eletrosfera
- Uma carga em movimento perde energia, então um elétron ao girar sobre o
núcleo, perderia energia e cairia sobre o núcleo. 22
Imperfeição no modelo planetário de Rutherford:
Para a Física Clássica, existiam apenas duas
possibilidades do estado de movimento do
elétron:
(1) estacionário ou
(2)em movimento
1) Se o elétron estivesse parado, a atração entre o
núcleo (+) e o elétron (-) provocaria a
movimentação do elétron em direção ao núcleo
colapso
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2) Se o elétron estivesse em movimento, o elétron
orbitando emitiria energia continuamente
E se o elétron perdesse energia por radiação,
cairia lentamente e alteraria o raio de sua órbita, e
sua distância ao núcleo diminuiria colapso
Trajetória em espiral do elétron
24
A física clássica
É excelente para descrever o movimento de
objetos grandes, de galáxias.
É insatisfatória quando aplicada a partículas tão
pequenas
Conclusão:
A física clássica não podia mais explicar a
estrutura do átomo. Surge a quântica!!! 25
1900 - Nova era da física (Quântica)
Max Planck1 (pai da física quântica)
Estudos sobre a radiação emitida por
corpos aquecidos a várias temperaturas.
Deduziu que os átomos e as moléculas emitem
radiação eletromagnética em quantidades
discretas (quanta) e em vários comprimentos de
onda (). O comprimento de onda é dado em nm
= 10-9 m
Exemplo: A luz é uma radiação eletromagnética
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A radiação eletromagnética é constituída por ondas
em um campo elétrico e magnético e perpendiculares
entre si.
Essa radiação foi descoberta em 1873 por
James Clerk Maxwell.
Comprimento de onda ()
Amplitude
é a altura do
ponto médio até
a crista.
Tempo ou distância
Frequência (): equivale à quantidade de ondas existentes
no intervalo de tempo de 1s (medida denominada Hertz)27
Espectro eletromagnético
Ondas longas Ondas Curtas
(BAIXA INTENSIDADE) (ALTA INTENSIDADE)
O processo de obtenção de um espectro é conhecido como espectroscopia
28
Essas radiações atuam nas mais variadas áreas como: medicina,
comunicação, segurança, pesquisa, entretenimento, etc.
29
Aplicações da espectroscopia: na determinação
de metais traços (Cd, Cu, Co, Ni, Pb, etc) em
diferentes tipos de amostras
▪ Ambientais
▪ Alimentos
▪ Medicamentos ▪ Cosméticos
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Max Planck deu o nome de quantum à
menor quantidade de energia (pacote),
que pode ser emitida (ou absorvida) na
forma de radiação eletromagnética
A energia E de um quantum é dada por:
Constante de Planck Frequência
(6,63 x 10-34 J . s)
31
As ondas eletromagnéticas se propagam em
determinada velocidade.
A velocidade (c) depende do comprimento de onda
e frequência
Essa velocidade é de 3,00 x 108 ms-1
velocidade da luz no vácuo (c) 32
Como e , temos:
Isolando (frequência) na 1ª equação e substituindo na
2ª, temos:
Os pacotes de energia são dados sempre em
números inteiros.
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1905 – Efeito fotoelétrico
Albert Einstein (físico norte-americano)
usou a teoria quântica para explicar o
efeito fotoelétrico.
Efeito fotoelétrico: quando fótons de
energia suficientemente alta colidem
com uma superfície metálica, elétrons
são ejetados do metal.
Incidiu-se radiação de uma determinada
frequência sobre uma superfície metálica. Os
elétrons ejetados foram atraídos pelo
eletrodo positivo e o fluxo de elétrons
registrados pelo detector.
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O efeito fotoelétrico e fótons
• O efeito fotoelétrico fornece evidências para a
natureza de partícula da luz - “quantização”.
• A luz expulsa os elétrons da superfície de um metal.
• Os elétrons somente serão expelidos se a frequência
mínima é alcançada.
• Abaixo da frequência mínima, nenhum elétron é
expelido.
• Acima da frequência mínima, o número de elétrons
ejetados depende da intensidade da luz.
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A. Einstein sugeriu que um feixe de luz é um
feixe de partículas, hoje chamadas fótons.
Ele ganhou o prêmio Nobel de Física em 1921
pela explicação do efeito fotoelétrico.
Propôs: fóton → colisão com o elétron → cede energia ao elétron → parte da energia
é usada para remover o elétron → a energia restante é utilizada pelo elétron como
energia cinética
Einstein usou a teoria quântica da radiação de
Planck como ponto de partida e deduziu que cada
fóton deve possuir uma energia E:
E = mc2
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Velocidade da luz
massa
Comportamento ondulatório da matéria
A radiação eletromagnética considerada onda em
certas experiências comportava-se como uma
partícula.
Louis de Broglie: “Poderia a
recíproca ser verdadeira?”
Aquilo chamado de partícula
mostraria propriedades ondulatórias
em algumas experiências? 1892- 1987
Fonte: Wikipédia
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Em 1924 - Louis de Broglie postulou em sua tese de
doutorado que partículas também possuiriam um
comprimento de onda.
Logo, precisaria determinar o comprimento de onda
associado as partículas.
E = mc2
(Planck) (Einstein)
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A princípio, a noção de que uma partícula como o elétron tivesse
propriedades de uma onda não foi muito bem aceita. Muitos
cientistas quiseram evidências experimentais que sustentassem
a hipótese de De Broglie.
A hipótese de De Broglie só foi sustentada, graças aos
experimentos dos físicos: C. Davisson e L. H. Germer nos Estados
Unidos e G. P. Thomson (o filho de J. J. Thomson) e A. Reid na
Escócia → experimentos com difração de elétrons
O fenômeno de difração é exclusivo de ondas, demonstrando
que o elétron em sua propagação se comporta como onda.
Portanto o elétron interage como partícula e se propaga como
onda → Comportamento dual: Onda-partícula
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Incerteza: Werner K. Heisenberg (1926)
É IMPOSSÍVEL determinar simultaneamente a
velocidade e a posição do elétron na eletrosfera.
• Na forma de onda é possível determinar a sua
velocidade por ser igual a velocidade da luz.
• Na forma de partícula é possível determinar a
sua posição, mas não a velocidade.
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