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Projeto v04

Este projeto tem o objetivo de identificar elementos de práticas pedagógicas e formação de professores para estimular o raciocínio computacional e desenvolver a criatividade, criticidade e logicidade de estudantes dos anos finais do ensino fundamental. O projeto adaptará um projeto de extensão universitária para oferecer formação continuada de professores e ações pedagógicas interdisciplinares sem uso de tecnologia digital.

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Projeto v04

Este projeto tem o objetivo de identificar elementos de práticas pedagógicas e formação de professores para estimular o raciocínio computacional e desenvolver a criatividade, criticidade e logicidade de estudantes dos anos finais do ensino fundamental. O projeto adaptará um projeto de extensão universitária para oferecer formação continuada de professores e ações pedagógicas interdisciplinares sem uso de tecnologia digital.

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Raciocínio Computacional em prática: desenvolvendo criatividade, criticidade e

logicidade nos anos finais do ensino fundamental

Coordenador​: Prof. Dr. Ecivaldo de Souza Matos

Autor principal: Ecivaldo De Souza Matos

Doutorado em​: Educação

Ano de conclusão​: 2013

Instituição​: Universidade de São Paulo

Atividade principal​: Professor

Possui vínculo institucional​: SIM

Vínculo institucional​: Universidade Federal da Bahia

Faculdade/Programa/Departamento/Setor​: Instituto de Matemática e Estatística (Departamento de


Ciência da Computação)

Instituições parceiras

COLÉGIO ESTADUAL EDVALDO FERNANDES


Tipo: Estadual
Nome do contato do(a) responsável pela parceria : CREILTON BONFIM PASSOS
Endereço do(a) responsável pela parceria: Rua Paraíba s/n , Beiru Tancredo Neves - Salvador/BA -
CEP: 41207-310
Telefone do(a) responsável pela parceria: (71)9874-05447
E-mail do(a) responsável pela parceria: [email protected]

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR EDGAR SANTOS


Tipo: Municipal
Nome do contato do(a) responsável pela parceria : Edineide Moreira Maciel
Endereço do(a) responsável pela parceria: Rua do Cruzeiro s/n Distrito de Maracangalha - São
Sebastião do Passé/BA - CEP: 43850-000
Telefone do(a) responsável pela parceria: (71)9862-57787
E-mail do(a) responsável pela parceria: [email protected]

COLÉGIO ESTADUAL PADRE PALMEIRA


Tipo: Estadual
Nome do contato do(a) responsável pela parceria : CIBELE AZEVEDO
Endereço do(a) responsável pela parceria: Rua Adriano de Azevedo Pondé s/n , Setor G Mussurunga
I - Salvador/BA - CEP: 41490-150
Telefone do(a) responsável pela parceria: (71)9871-04409
E-mail do(a) responsável pela parceria: [email protected]

1
Equipe
Nome Instituição Papel

Ecivaldo de Souza Matos UFBA Coordenador e Pesquisador

Juliana Maria Oliveira dos Santos UFBA Assistente de pesquisa

Claudia Borges Coutinho UFBA Pesquisadora e Formadora

Ranansamir Sousa da Silva UFBA Pesquisador colaborador

Diego Zabot UFBA Pesquisador e Formador

Gracielle Oliveira Tavares UFBA Assistente de pesquisa

Edineide Moreira Maciel Escola Municipal Edgard Pesquisadora escolar


Santos

Joelma Cerqueira de Oliveira Colégio Estadual Edvaldo Pesquisadora escolar


Fernandes

Flávio Augusto Moreira de Oliveira Colégio Estadual Padre Pesquisador escolar


Palmeira

Legenda

Coordenador: pessoa responsável legal pela pelo planejamento e gestão do projeto de pesquisa.

Assistente de pesquisa: responsável por apoiar a coordenação da pesquisa e assessorar os demais


pesquisadores na organização administrativa e científica da pesquisa.

Pesquisador(a): atuará em toda execução e avaliação da pesquisa.

Pesquisador(a) escolar: atuará em toda execução e avaliação da pesquisa, sendo também


responsável pelo diálogo do grupo pesquisador com a escola participante e proposição de
atividades do projeto no âmbito das escolas.

Pesquisador(a) colaborador(a): atuará na execução da pesquisa, apoiando especialmente em


aspectos de natureza teórico-metodológico.

Auxiliar de pesquisa: estudante de graduação, atuará no apoio à formação pedagógica dos


professores, na coleta e análise de dados, bem como suporte às atividades do projeto nas escolas
parceiras.

Formador(a): atuará na como professor(a) na formação de professores na primeira etapa do


projeto.

2
Comitê Gestor
Nome Instituição E-mail

Ecivaldo de Souza Matos UFBA [email protected]

Edineide Moreira Maciel Escola Municipal Edgard Santos [email protected]

Joelma Cerqueira de Oliveira Colégio Estadual Edvaldo Fernandes [email protected]

Flávio Augusto Moreira de Colégio Estadual Padre Palmeira [email protected]


Oliveira

Eixos de pesquisa

Campo temático: ​Campo temático I - Currículo, práticas e avaliação


Subtemas:
Estratégias didáticas para o ensino de conteúdos disciplinares de forma integrada e/ou interdisciplinar
Estratégias de uso e desenvolvimento de materiais pedagógicos e/ou ferramentas tecnológicas e/ou práticas
de ensino voltadas para a aprendizagem significativa dos estudantes

Espaço da ação educativa


O espaço da escola

Resumo. ​A computação, diferente da informática e o uso de suas tecnologias, é uma ciência


voltada à formulação e resolução de problemas. Os computadores são apenas
ferramentas/máquinas criadas para ajudar a resolver esses problemas. No âmbito do ensino de
computação para escolares, o raciocínio computacional é formado por um conjunto de
habilidades voltadas à organização lógica e análise de dados; representação de dados através
de abstrações como modelos e simulações; automatização de soluções através do raciocínio
algorítmico; identificação, análise e implementação de soluções, visando a combinação mais
eficiente e eficaz de etapas e recursos; e generalização e transferência de soluções para uma
ampla gama de problemas. Para além da resolução de problemas, a computação (enquanto
conjunto de habilidades de raciocínio) tem o potencial de empoderar sujeitos, dar-lhes uma
nova consciência sobre as possibilidades de criação de soluções para os mais variados
problemas sociais. Para que o saber científico da computação possa ser ensinado é preciso
adequá-lo à linguagem e ao ​modus operandi da escola e, sobretudo, fazer interlocução com as
disciplinas escolares, de modo a favorecer o desenvolvimento de competências disciplinares e
interdisciplinares. O desenvolvimento dessas competências requer a concepção de práticas
educacionais situadas e contextualizadas sob perspectivas integradoras. Conexões
interdisciplinares e a contextualização são uma necessidade constante em todo o currículo
escolar, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). Entretanto, a complexidade do cotidiano
exige que os estudantes sejam formados com habilidades para lidar com problemas
complexos e de diferentes naturezas. Nos últimos anos tem-se aumentado o número de
pesquisas acerca do desenvolvimento do raciocínio computacional na escola; todavia, ainda

3
são poucos os esforços e estudos no sentido de qualificar os profissionais docentes e
estudantes para apropriação pedagógica das habilidades do raciocínio computacional e para
desenvolvimento da criatividade, da criticidade e da logicidade ​por estudantes dos anos finais
do ensino fundamental de escolas públicas. Além disso, considerando a amplitude territorial
do Brasil, a sofisticação das atuais tecnologias educacionais (em sentido amplo) pouco
chegam em alguns espaços escolares, como as escolas rurais, sem infraestrutura tecnológica
que suporte tal demanda. Nesse sentido, este projeto tem o objetivo de ​Identificar elementos
de práticas pedagógicas e de formação de professores para estimular o raciocínio
computacional em prol do desenvolvimento da criatividade, criticidade e logicidade por
estudantes dos anos finais do ensino fundamental, considerando as competências gerais e
específicas da BNCC​. Espera-se, por meio de um conjunto de ações de extensão e estudo de
caso, adaptar o projeto de extensão universitária em curso desde 2014, intitulado
“Computação Desplugada Interdisciplinar”, por meio de ações de formação continuada de
professores, certificadas pela universidade, para desenvolvimento de práticas pedagógicas
apoiadas nas habilidades do raciocínio computacional; além de ações pedagógicas situadas e
interdisciplinares considerando elementos culturais sem o uso de equipamentos e tecnologias
digitais, com vistas à sustentabilidade ambiental e pedagógica. Para além da investigação ​per
si,​ espera-se contribuir para ampliação dos potenciais de ensino dos professores e da
aprendizagem dos estudantes das escolas-alvo, bem como oferecer mecanismos a estudantes
e professores dos anos finais de escolas para superação de barreiras enfrentadas no acesso ao
conhecimento das ciência da computação e das suas potencialidades para o cotidiano; além
de oferecer ao final da pesquisa documento referencial (catálogo/livro/roteiro/manual) de
estratégias (auto)sustentáveis para formação docente e discente do ensino fundamental II
considerando a utilização das habilidades do Raciocínio Computacional, com valorização da
diversidade escolar.
Palavras-chave:​ raciocínio computacional; formação de professores; interdisciplinaridade;
escola pública; ensino fundamental; ensino de computação; educação em computação.

Justificativa

A Ciência da C​omputação é uma ciência relativamente nova. Considerada uma


ciência “dura” (exata), ela é muitas vezes fortemente relacionada à Matemática, de onde
herdou muitas teorias. Todavia, para além dos números e das suas tecnologias, estão os
símbolos e os processos inferenciais produzidos pela Computação ao longo do tempo. A
Computação é uma ciência fundamentada no processamento de signos, apresentando-se como
mais uma linguagem. Mais poderosa que a linguagem computacional, com seus aspectos
léxicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos, estão as técnicas desenvolvidas ao longo do
tempo, em direção aos novos “computares” (Merkle, 2016).

4
Nesses novos computares, a Computação deixa de ser protagonista como a ciência do
desenvolvimento tecnológico, em que os aparatos desenvolvidos são o foco, para uma ciência
mais social e humanística, cujos processos podem ser poderosas ferramentas para ​resolução
de problemas​ e ​leitura do mundo ​(Santos, Vera e Matos, 2017).

Para resolver problemas estão disponíveis um denso conjunto de estratégias


(algorítmicas), muitas vezes baseadas noutras ciências, como a Biologia (algoritmos
genéticos) e Linguística (como análise semântica de linguagens).

A resolução de problemas é, inclusive, uma metodologia de ensino comum à


Educação Matemática (Oliveira e Mastroianni, 2015; Magina, Spinillo e Melo, 2018), mas
também no Ensino de Computação. Na Computação, a estratégia de aprendizagem baseada
em problemas (PBL), uma vertente da resolução de problemas tem sido difundida como uma
forma de interrelacionar conteúdos para resolver pseudoproblemas ou problemas do
cotidiano. Todavia, para além de resolver problemas, o indivíduo em seu processo de
formação humana precisa desenvolver outras habilidades, como a criticidade, a autonomia e a
criatividade, inclusive para propor e perceber novos problemas.

Apesar da função histórica da Computação em resolver problemas, pedagogicamente


ela pode ser útil, enquanto ciência, para a leitura do mundo (tão conectado) que nos cerca,
assim como as outras disciplinas escolares; assim como fazemos com as outras ciências
presentes na escola.

Para isso, tem-se estudado o que a literatura chama de ​Computational Thinking


(Wing, 2006), ou simplesmente, Raciocínio Computacional (RC), um conjunto de habilidades
cognitivas utilizadas pela Ciência da Computação para solucionar problemas e desenvolver
processos mais eficazes, eficientes e efetivos úteis ao desenvolvimento de competências
interdisciplinares, como a criatividade, a criticidade, a visão sistêmica e a logicidade.
Todavia, essas habilidades, ainda que muito importantes para a Computação, não são
intrínsecas a ela.

Ler o mundo através da lente da Computação então deixa de ser um processo


dependente da máquina para ser um processo dependente do humano. O Raciocínio
Computacional é um dos principais recursos teóricos da ciência da computação e, antes de

5
tudo, é um conjunto de processos intelectuais que prescindem da máquina, ao tempo que
dependem dos seres humanos.

Todavia, ​apesar da gama de iniciativas para desenvolvimento do Raciocínio


Computacional por meio de desenvolvimento de aplicativos, jogos, ambientes ​on-line​, elas
têm em sua maioria pouca ou nenhuma efetividade na escola, seja em escala, seja em
custo-benefício, seja em aderência ao currículo escolar (e suas múltiplas variações
contextuais e regionais), cujo foco está sobretudo na resolução de problemas. Ainda não
encontramos na literatura científica da educação em computação no Brasil, estudos que
apresentem evidências de como o Raciocínio Computacional pode contribuir ao
desenvolvimento da criticidade, da criatividade e da logicidade, ainda que haja indícios,
como indicado por Santos, Vera e Matos (2017).

Nesse sentido, ações de integração curricular e interdisciplinares podem ser mais


escaláveis, baratas, simples e adequadas à realidade sócio-econômico-cultural brasileira,
criativas e sem uso de computadores ou outras tecnologias digitais pouco presentes nas
escolas. Isso não significa apologia ao não uso de tecnologias digitais na escola, mas uso do
potencial da Computação enquanto Ciência, para além da tecnologia e, fundamentalmente,
uso do potencial criativo dos professores e estudantes, frente a uma realidade escolar de
pouco investimento em equipamentos digitais e formação para seu uso pedagógico.

A partir dessa inquietação, por considerar o caráter mediador e integrador da


Computação e pela ​ausência de infraestrutura tecnológica (digital) organizada em parte
considerável das escolas públicas brasileiras​, propusemos implementar um projeto de
computação desplugada, baseado nos trabalhos de Bell ​et al. (2009), mas sob uma nova
perspectiva, interdisciplinar e de co-autoria dos professores na concepção das atividades
didáticas.

O proponente e equipe têm desenvolvido ações de extensão para integração curricular


com proposta interdisciplinar de design pedagógico com estudantes do ensino médio em
escolas públicas e, mais recentemente, de formação de professores em serviço. Essas ações
ocorrem desde 2014 no âmbito do projeto de extensão universitária intitulado “Computação
Desplugada Interdisciplinar”, ​com o objetivo de investigar (e construir elementos reflexivos

6
sobre) o desenvolvimento de competências disciplinares e interdisciplinares por meio do
Raciocínio Computacional.

As primeiras ações desse projeto ocorreram na formação de estudantes, ​em aulas das
disciplinas regulares, em colaboração (co-autoria) com os respectivos professores​, na busca
por suprir a demanda de ausência de aulas de “informática” e ausência de sala de
computadores na escola. ​Essas ações circunscrevem estudos e aplicações relacionados à
interlocução da Ciência da Computação às disciplinas escolares, como Português, Filosofia,
História, Sociologia, Geografia, Matemática, Artes, Biologia, Química, Educação Física e
Inglês; e, fundamentalmente, formação inicial de professores (em nível de graduação -
licenciatura) e formação de professores em serviço. Alguns dos resultados e avaliação podem
ser encontrados em Matos, Paiva e Corlett (2016), Santos, Vera e Matos (2017), Vera ​et al.
(2016), Matos ​et al.​ (2015a) e Matos ​et al.​ (2015b).

Na perspectiva de Bell ​et al. (2009), o objetivo da Computação Desplugada é ensinar


Ciência da Computação para crianças e jovens. No nosso projeto a perspectiva é usar a
Computação como elemento integrador e promotor da aprendizagem dos escolares. O
aprendizado de Computação ocorre, mas não está no foco do trabalho. Isso resultou em mais
de 30 atividades concebidas em conjunto com professores de quase todas disciplinas
escolares, incluindo Artes, Educação Física e Língua Portuguesa.

Após três edições anuais (as ações vão de março a dezembro, incluindo planejamento
colaborativo, aplicação e avaliação dos resultados), percebemos a necessidade de trabalhar a
autonomia do professor, de modo que ele não dependesse dos pesquisadores e extensionistas.
Então, desde 2017 iniciamos um curso de formação de professores experimental, com apoio
financeiro (bolsas de graduação) da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Em 2017 esse curso, com carga-horária de 80h, ocorreu nas dependências da
UFBA. Em 2018, ousamos uma versão totalmente a distância com apoio logístico da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Esse curso tem despertado novas percepções dos professores de diferentes áreas do
conhecimento. Todavia, ações como essa perdem força ao confrontar com a realidade escolar,
além de serem voltadas a profissionais docentes do ensino médio. Sabemos das necessidades
da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, especialmente em seus últimos anos, e

7
acreditamos que está no momento de tentar contribuir nesses níveis com o nosso projeto de
extensão. Isto porque autores afirmam que o desenvolvimento do RC pelo estudante favorece
sua autonomia, a autopoiese, sua organização cognitiva e o aprendizado escolar; além de
familiarizar o estudante com resolução de problemas e estimular a vontade de aprender,
auxiliando no entendimento do conteúdo de modo mais intuitivo, ao tornar o abstrato em algo
mais “simples” (Pereira ​et al.,​ 2010; Fernandes e Silveira, 2017; Alves ​et al.​, 2017; ​Cápay ​et
al.​, 2017​).

Diante desse contexto, das altas taxas de reprovação dos estudantes dos anos finais do
ensino fundamental apontadas pelo Censo Escolar de 2016 (Brasil, 2016), das especificidades
dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental, além das necessidades de melhoria da
qualidade da aprendizagem desses estudantes e promoção da motivação intrínseca aos
escolares, nos desafiamos a procurar ​possíveis ​respostas para as seguintes questões de
pesquisa.

Questões de pesquisa

​ omo estabelecer práticas pedagógicas para o estímulo ao desenvolvimento do


QP1. C
Raciocínio Computacional, da criatividade, da criticidade e da logicidade de estudantes
dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas, considerando as
competências gerais e específicas da BNCC?

​ omo estabelecer estratégias integrativas de formação docente (em serviço) para


QP2. C
o desenvolvimento do Raciocínio Computacional com intencionalidade educativa no
âmbito dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas?

Objetivo geral
Identificar elementos de práticas pedagógicas e de formação de professores para
estimular o Raciocínio Computacional em prol do desenvolvimento da criatividade,
criticidade e logicidade por estudantes dos anos finais do ensino fundamental,
considerando as competências gerais e específicas da BNCC.

8
Objetivos específicos
OE1. ​Compreender as especificidades e realidades estruturais, curriculares, sociais e
culturais das escolas participantes.

OE2. ​Compreender os métodos pedagógicos e modelos de mediação didática dos


professores para adequação de práticas de computação desplugada que motivem a prática
interdisciplinar e o desenvolvimento de habilidades do Raciocínio Computacional pelos
estudantes.

OE3. Desenvolver, adequar colaborativamente e experienciar materiais e práticas


pedagógicas interativas que contribuam para o protagonismo de professores e estudantes
dos anos finais do ensino fundamental no processo de apropriação de (novos) conhecimentos
e aprendizagem escolar mediado por processos/habilidades do Raciocínio Computacional.

OE4. Avaliar como os materiais e práticas pedagógicas colaborativamente construídos


contribuíram para ampliação do repertório metodológico dos professores dos anos finais do
ensino fundamental.

OE5. Avaliar a contribuição das práticas pedagógicas experienciadas para o


desenvolvimento da criticidade, criatividade e logicidade por estudantes dos anos finais do
ensino fundamental no processo de apropriação de (novos) conhecimentos e desenvolvimento
de competências gerais.

OE6. Conceber documento referencial (catálogo/livro/roteiro/manual) de estratégias (auto)


sustentáveis para formação docente e discente do Ensino Fundamental - Anos Finais
considerando a utilização das habilidades do RC, com valorização da diversidade escolar.

Metodologia

Esta pesquisa, de natureza qualitativa, será fundamentada no paradigma conhecido


por ​Pesquisa Narrativa (PN). A PN é um paradigma epistemológico-metodológico de
pesquisa que prioriza as comunicações e significados expressos a partir das narrativas
construídas e apresentadas pelos sujeitos de pesquisa (Clandinin e Connelly, 2011).

Nesse sentido, para atingir os objetivos propostos, o percurso metodológico será


dividido em quatro etapas.

9
Etapa 1 - ​Ambientação e exploração dos espaços escolares. Nesta etapa pretendemos
identificar as principais características, demandas, necessidades e especificidades dos
sujeitos, dos espaços escolares e seus currículos. Esta etapa está relacionada aos objetivos
específicos OE1 e OE2.

● EM1A. Seleção e ambientação dos sujeitos colaboradores (Comitê Propositivo)

São considerados sujeitos colaboradores a formar o ​Comitê Propositivo​: os


pesquisadores vinculados à proposta; professores das escolas parceiras voluntários e
indicados pelo Comitê Gestor; e estudantes de licenciatura voluntários, totalizando até
25 pessoas. Esses sujeitos passarão por ambientação na sede da universidade por meio
de workshop interno para apresentação e apropriação da pesquisa. Os professores das
escolas parceiras deverão ser voluntários selecionados por meio de edital específico e
selecionados pelo Comitê Gestor, após ampla divulgação nas unidades escolares
parceiras. Estudantes de licenciatura poderão ser agregados a critério do Comitê
Propositivo e por expresso pedido do(a) estudante. O Comitê Propositivo será
responsável por levantar as especificidades das escolas; pela preparação de materiais
pedagógicos e propostas pedagógicas; e pela adequação colaborativa do projeto
“Computação Desplugada Interdisciplinar” às especificidades dos estudantes dos anos
finais do ensino fundamental das escolas parceiras.

● EM1B​. Exploração dos espaços escolares

Serão planejadas (pelo Comitê Gestor) e realizadas visitas aos espaços escolares para
identificação de elementos caracterizadores desses espaços e diálogo com alguns
sujeitos escolares, especialmente estudantes dos anos finais do ensino fundamental
voluntários e alguns escolhidos por critérios pré-definidos, como rendimento (alto ou
baixo), disciplina (ou indisciplina) e outros fatores sociais, procurando equacionar
considerando aspectos de gênero e raça. Espera-se coletar dados que possibilitem a
compreensão das especificidades e realidades estruturais, curriculares, sociais e
culturais. Os dados coletados nesta subetapa serão fundamentais para a etapa de
pesquisa seguinte.

Etapa 2 - ​Construção colaborativa. Nesta etapa pretendemos desenvolver e adequar


colaborativamente materiais e práticas pedagógicas e de formação de professores das escolas

10
envolvidas, com implementações parciais ao longo da formação. Será uma etapa de
(re)construção colaborativa para adaptação do projeto “Computação Desplugada
Interdisciplinar” para as realidades e especificidades dos estudantes dos anos finais do ensino
fundamental das escolas parceiras. Esta etapa está relacionada ao objetivo específico OE3.

● EM2A.​ (Auto)Formação do Comitê Propositivo (teoria, concepção e aplicação)

Estão previstos dois momentos formativos. Nesse momento, de (auto) formação, os


sujeitos participantes do Comitê Propositivo serão considerados pesquisadores e
multiplicadores no âmbito deste projeto de pesquisa e extensão. Todos passarão por
uma imersão no Raciocínio Computacional por meio de um grupo de estudo semanal
semipresencial de 7 meses (agosto/2019 a março/2020), com intervalo de um mês em
Janeiro, por conta das férias docente, a ser concebido como atividade de extensão
universitária (curso de atualização). Esse será o ​primeiro momento de formação​. O
objetivo é formá-los enquanto (co)pesquisadores e nos aspectos conceituais e
aplicados do Raciocínio Computacional. Nas reuniões presenciais e nas atividades a
distância, via Moodle, serão estudados aspectos metodológicos de pesquisa na
perspectiva da Pesquisa Narrativa e aspectos conceituais e aplicados dos processos e
habilidades do Raciocínio Computacional. Também serão concebidos e desenvolvidos
colaborativamente materiais e estratégias pedagógicas voltadas às especificidades e
necessidades dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental. Acredita-se que a
heterogeneidade desse comitê, com sujeitos escolares e acadêmicos, favoreça a
adequação do projeto original, outrora focalizado no ensino médio, para os anos finais
do ensino fundamental em escolas públicas periféricas e rural. Durante a
(auto)formação, os sujeitos deverão fazer pequenas intervenções-piloto nos espaços
escolares definidos para avaliação e ajustes. Essas intervenções poderão ocorrer em
sala de aula, nas atividades cotidianas desses professores ou em projetos
desenvolvidos pela escola (como Mostras e Festivais). Nesta subetapa, a coleta de
dados (de pesquisa) será realizada por meio da coleta das ​narrativas dos professores
ao longo da formação.

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Calendário das reuniões presenciais de (auto)formação (preliminar):

Data Carga horária


17/8/2019 6
31/8/2019 4
14/9/2019 6
28/9/2019 4
19/10/2019 6
9/11/2019 6
23/11/2019 4
7/12/2019 4

14/12/2019​* 8*
1/2/2020 6
15/2/2020 6
29/2/2020 4
14/3/2020 4

* Será um encontro especial, com convidados externos para apresentação da produção


do grupo e interlocução com outros sujeitos que discutem a mesma temática. Espera-se fazer
oficinas pilotos com estudantes e professores das escolas participantes. Com os professores,
seria oficina de produção de práticas e materiais. Será uma data importante para o projeto,
pois será o primeiro contato com os demais professores (não integrantes do Comitê
Propositivo), como modo de incentivar o trabalho colaborativo com/dos demais professores
no âmbito do tema da pesquisa.

● EM2B​. Adaptação do projeto de extensão original

Ao final da EM2A, os resultados serão sistematizados e será proposta a readequação


do projeto de extensão “Computação Desplugada Interdisciplinar” para os estudantes
dos anos finais do ensino fundamental, cujo novo título (provisório) será “Raciocínio
Computacional na Escola: proposta de formação para estudantes dos últimos anos do
ensino fundamental”.

Essa adequação será coletiva, com a participação dos pesquisadores e Comitê


Propositivo, complementando o processo de (auto)formação, na perspectiva do

12
microlearning1.

As interações ocorrerão por meio do estabelecimento de um: (a) grupo no WhatsApp2;


(b) envio de cartões virtuais pelo WhatsApp; (c) website; e (d) reuniões virtuais.

O Grupo do WhatsApp, nomeado #PITADASDORC_FIS será criado para manter o


grupo coeso e estabelecer um canal de comunicação frequente durante o
distanciamento social provocado por conta da pandemia do COVID-19. Por meio
desse grupo, serão enviados os cartões virtuais, ou simplesmente ​cards​, com revisão
de material, desafios pedagógicos relacionados ao Raciocínio Computacional e
informes. Esses cartões virtuais serão concebidos tendo a história de uma personagem
adolescente chamada Maricota como pano de fundo, conforme figura abaixo. O
website (​http://bit.ly/rcFis​) complementará as informações dos cards e do ambiente
virtual de aprendizagem usado durante a (auto)formação. Ocorrerão duas reuniões
virtuais (04 de junho e 18 de julho de 2020), por conta do isolamento social, para
encerramento dos trabalhos de planejamento dos respectivos cursos pelos professores,
com alusão às habilidades do Raciocínio Computacional.

EM2C.​ Planejamento das práticas online e presenciais e preparação dos objetos de

1
Uma abordagem de ensino que entrega, por meio de ferramentas ​online​, projetadas para dispositivos
móveis, conteúdos relevantes e de breve apresentação, de modo simples e visual, com riqueza de imagens.
2
​ plicativo multiplataforma de mensagens instantâneas de propriedade da Facebook Inc.
A

13
aprendizagem

Esta subetapa visa ser o momento de planejamento didático das intervenções (práticas
didáticas), bem como preparação dos objetos de aprendizagem (OA), como jogos,
cards, dinâmicas, projetos. Por conta do isolamento social e fechamento das escolas,
os professores serão incentivados a planejar todas as práticas e OA em duas versões:
para aulas ​online​ e presenciais.

As interações ocorrerão por meio do estabelecimento de (a) reuniões virtuais e (b)


tutoria individual.

As reuniões virtuais ocorrerão a princípio quinzenalmente, podendo ser alterado pelo


conjunto de pesquisadores e Comitê Propositivo. A princípio, por conta do isolamento
social e fechamento das escolas. Ao longo desses encontros, os professores (Comitê
Propositivo) apresentarão os seus planos de curso, com referência às competências
gerais e específicas para os anos finais do ensino fundamental da BNCC, os planos de
aula (intervenções) e os respectivos objetos de aprendizagem desenvolvidos.

A tutoria será realizada para acompanhamento e apoio aos professores na elaboração


das práticas didáticas e dos recursos de aprendizagem para o desenvolvimento do
Raciocínio Computacional integrado às suas práticas em sala de aula. Dessa maneira,
as principais atividades do corpo tutoria serão:

● promover discussões com os professores para a elaboração das práticas e


recursos de aprendizagem;
● atentar para os itens do planejamento que apresentem fragilidades quanto ao
uso das habilidades do Raciocínio Computacional;
● dar feedback formativo e dinâmico aos seus pares;
● promover ações de reflexão sobre o planejamento-ação-avaliação;
● ser os grandes parceiros do(a) professor(a).

Os tutores serão parceiros dos professores na integração e desenvolvimento das


habilidades do Raciocínio Computacional em suas práticas didáticas. Assim, estarão
juntos na concepção, desenvolvimento e avaliação das práticas e recursos de
aprendizagem para suas aulas.

Cada professor(a) será acompanhado(a) por uma dupla ou trio de tutores. Todos

14
fazem parte do grupo de pesquisa da UFBA, possuem experiência docente e de
articulação pedagógica e conceitual do RC e são as mesmas pessoas com quem
mantiveram contato durante o processo de formação

Os tutores poderão ser contatados por e-mail, telefone, WhatsApp, Telegram, reuniões
virtuais ou presenciais. Pelo menos ​uma vez por semana deverá ocorrer um encontro
(preferencialmente online no período de isolamento social) entre tutores(as) e o
professor(a), com duração média de 1 (uma) hora. As datas e duração dos encontros
deverão ser acordados previamente entre tutores e professor(a).

Etapa 3 - ​Experimentação e avaliação. Nesta etapa pretendemos implementar o projeto


original modificado com as adequações definidas na etapa anterior e avaliar sua contribuição
para a formação dos professores e dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental das
escolas parceiras, considerando as características, demandas, necessidades e especificidades
identificadas na primeira etapa desta pesquisa. Esta etapa está relacionada aos objetivos
específicos OE3, OE4 e OE5.

● EM3A​. Implementação do projeto de extensão

Nesta etapa, os pesquisadores e o Comitê Propositivo implementarão o projeto de


extensão nas escolas parceiras, fruto da adaptação do projeto “Computação
Desplugada Interdisciplinar” às especificidades e necessidades dos estudantes dos
anos finais do ensino fundamental, com novo título (provisório) de “Raciocínio
Computacional na Escola: proposta de formação para estudantes dos últimos anos do
ensino fundamental”. Nesse momento, novos materiais serão produzidos e práticas
pedagógicas interdisciplinares rediscutidas com os professores colaboradores. A
coleta de dados será realizada por meio de ​questionários, vídeos, fotos​, ​entrevistas​,
atividades ​e ​aproveitamento escolar dos estudantes​, considerando os aspectos
éticos de pesquisa subscritos. A implementação do projeto de extensão poderá ser
apoiada por estudantes do curso de Licenciatura em Computação (e de outras
licenciaturas) da UFBA inscritos no Programa Institucional de Iniciação à Docência
(PIBID) e no Programa de Residência Pedagógica, de modo a favorecer a relação
intergeracional entre professores em serviço e professores em formação. Espera-se

15
que os professores do Comitê Propositivo promovam, junto com a equipe de
pesquisadores, ambientes de colaboração com os demais professores da escola, numa
perspectiva multiplicadora e colaborativa. Ao longo dessa etapa, todos os professores
do Comitê Propositivo continuarão em processo formativo, com acompanhamento
online, no local por meio dos assistentes de pesquisa e presencialmente nas reuniões
mensais. Esse será o ​segundo momento formativo​. Além disso, serão propostas ao
menos três momentos formativos nas escolas parcerias, de modo que os professores
do Comitê Propositivo sejam formadores dos seus pares, de modo a incentivar o
trabalho colaborativo na escola. As escolas da rede pública estadual baiana trabalham
com três unidades letivas. Por conta do isolamento social face à pandemia do
COVID-19, essa etapa está prevista para ocorrer nas duas primeiras unidades letivas
de 2021. Caso o isolamento se mantenha, todas as atividades planejadas ocorrerão
remotamente.

● EM3B​. Análise dos dados

Análise dos dados coletados na subetapa EM3A. Esses dados serão analisados sob a
perspectiva da Teoria Fundamentada (​Grounded Theory​), em que não há definição
apriorística de perspectiva teórica, mas construção teórica a partir dos dados e
posterior diálogo com teoria(s) existente(s), se necessário.

Segundo Glaser e Strauss (1967), por meio da Teoria Fundamentada o pesquisador


analisa os dados de modo a entender determinada situação, como e por que seus
participantes agem de determinada maneira, como e por que determinado fenômeno
ou situação se desdobra desse ou daquele jeito. Fragoso, Recuero e Amaral (2011)
adicionam que a Teoria Fundamentada permite ao pesquisador observar novos
elementos e construir suas percepções por meio da análise e reflexão sistemáticas dos
dados encontrados em campo.

Todavia, para análise será utilizada a literatura desenvolvida sobre educação do


campo (Molina, 2015; Ribeiro, 2008), formação de professores (Gatti, 2014, Saviani,
2009; Gatti e Nunes, 2009), estudos e pesquisas sobre o desenvolvimento escolar dos
estudantes dos anos finais do ensino fundamental brasileiro (Arelaro, 2005; Brasil,
2016).

16
Espera-se que esses resultados subsidiem a proposição de recomendações para
superação de desafios específicos dessa etapa escolar em diálogo com as
especificidades do modo de oferta, dos próprios espaços escolares, dos currículos e
dos profissionais docentes, por meio do Raciocínio Computacional.

Etapa 4 - ​Síntese e finalização. Nesta etapa pretendemos, a partir dos resultados obtidos,
propor documento referencial (catálogo/livro/roteiro/manual) com licença ​Creative Commons
de estratégias (auto) sustentáveis para formação docente e discente do ensino fundamental II
considerando a utilização das habilidades do RC, com valorização da diversidade escolar.
Esta etapa está relacionada ao objetivo específico OE6.

● EM4A​. Sistematização do projeto de extensão por meio de documento referencial

Sistematização do projeto de extensão adaptado, registrado a partir da concepção de


um documento referencial de materiais e estratégias, focalizando na sustentabilidade
da proposta para escolas com perfis próximos às investigadas (escolas públicas
periféricas ou rural) para favorecimento da aprendizagem e desenvolvimento
cognitivo dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental.

● EM4B​. Finalização do projeto de pesquisa (e extensão)

Para finalizar será confeccionado o relatório técnico final, bem como publicações
científicas dos resultados alcançados.

Síntese e observações gerais sobre a metodologia de pesquisa

A proposta metodológica preza por três elementos considerados fundamentais pela


equipe de pesquisa: (i) a participação ativa dos sujeitos escolares no desenho da pesquisa,
como co-pesquisadores, a partir da concepção do Comitê Propositivo; (ii) a “exploração”
cuidadosa (e ética) dos espaços escolares no intuito de compreender as singularidades e as
necessidades específicas dos professores e estudantes dos anos fundamentais do ensino
fundamental das escolas parceiras; (iii) e a possibilidade de introduzir uma perspectiva
pedagogicamente e ambientalmente sustentável de Computação para esses espaços,
especialmente o espaço da educação do campo.

Serão propostas duas atividades de extensão universitária. A primeira, indicada na


subetapa EM2A, será a formação do Comitê Propositivo por meio de um curso de atualização

17
no formato de grupo de estudo e desenvolvimento sobre o Raciocínio Computacional, em
uma perspectiva integradora (universidade-escola) e colaborativa, em que os professores
serão também pesquisadores e definirão elementos importantes sobre o quê pesquisar e como
intervir nos espaços escolares, em vez de prescricionista. A segunda atividade de extensão,
indicada na subetapa EM3A, será o projeto de extensão original, implementado desde 2014,
adaptado às especificidades e necessidades pedagógicas dos estudantes dos anos finais do
ensino fundamental, cujo título provisório é “Raciocínio Computacional na Escola: proposta
de formação para estudantes dos últimos anos do ensino fundamental”.

Nesta proposta, além da adaptação do projeto de extensão “Computação Desplugada


Interdisciplinar”, em desenvolvimento por 5 anos no ensino médio, aos contextos e desafios
dos anos finais do ensino fundamental, haverá a adaptação para um contexto ainda novo e
desafiador para os estudos e pesquisas relacionadas à Informática na Educação. Das três
escolas parceiras, todas públicas, periféricas e com o público majoritariamente composto por
sujeitos negros e em vulnerabilidade social, uma delas é rural, a Escola Municipal Edgard
Santos, localizada no Distrito de Maracangalha (São Sebastião do Passé/BA). As outras duas
escolas são urbanas, vinculadas à Rede Estadual de Educação (Bahia), atendem um público
local de baixa renda (vulnerabilidade socioeconômica) e estão localizadas em bairros de alto
índice de violência urbana.

O processo de (auto)formação, referente à subetapa EM2A será realizado nos espaços


escolares e na universidade, de modo a promover o trânsito dos sujeitos pesquisadores e
escolares por esses espaços.

Fundamentação teórica

As habilidades para o mundo do trabalho no século XXI passam pelas tecnologias


digitais de informação e de comunicação (TDIC), aqui chamadas apenas de Tecnologias
Computacionais. Essas tecnologias têm ampliado as possibilidades de comunicação e
interação entre as disciplinas e áreas de conhecimento, na busca por soluções integradoras e
desenvolvimento de competências adequadas para a realidade que se apresenta na atualidade
(Matos, 2013a).

18
O uso de equipamentos tem revolucionado a era digital da informação. Existe uma
necessidade de compreender o escopo e impacto do que isso pode significar em diferentes
setores da vida contemporânea. Nesse sentido, a escola, mas não somente ela, tem papel
fundamental no desenvolvimento de competências disciplinares e interdisciplinares.

Conexões interdisciplinares e a contextualização são uma necessidade constante em


todo o currículo escolar, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN) e, atualmente a reforma
curricular brasileira que insere e reforça aspectos da formação que envolvem todas as áreas
de conhecimento, como o desenvolvimento da sociabilidade, da curiosidade, de atitudes
éticas, de qualificação para compreender e empregar inúmeras tecnologias, para elaborar
visões de mundo e sociedade.

Entretanto, a complexidade do cotidiano exige que os estudantes sejam formados com


habilidade para lidar com problemas complexos e de diferentes naturezas. Lopes (2005)
explica que o currículo tem se caracterizado por um hibridismo de tendências teóricas
diferentes. Portanto, relacionar conhecimentos de Computação e as tecnologias digitais às
disciplinas escolares de modo interdisciplinar é possivelmente uma prática que favoreça tais
tendências.

Lopes (2005) aponta que as políticas de currículo de outros países parecem ter
contribuído para ampliar as pesquisas educacionais brasileiras. Na busca por novas
metodologias, em uma mixagem das concepções tradicionais com as novas concepções, o
currículo escolar brasileiro tem sofrido reinterpretações contextuais, mostrando-se como um
currículo recontextualizado em sua prática. A autora também apresenta a necessidade de
investigar políticas educacionais, considerando as articulações e reinterpretações em
múltiplos contextos das influências internacionais nas práticas escolares.

Logo, o desenvolvimento de projetos educacionais interdisciplinares que explorem as


relações entre os diversos componentes curriculares têm sido importantes para o
desenvolvimento cognitivo dos estudantes, como ressaltam Matos (2013a) e Piconez (2004).
Isso implica no desenvolvimento de proposta de currículo integrado ​como “um modo de
estabelecer interrelações a partir de problemas e temas comuns às disciplinas de referência,

19
valorizando a lógica da disciplinaridade e, ao mesmo tempo, a articulação entre os
conhecimentos específicos de cada disciplina” (Matos, 2013a, p. 26).

Nesse sentido, Fortes (2009, p. 4) explica que com a efetiva ação interdisciplinar é
possível “[...] estabelecer ligações de complementaridade, convergência, interconexões e
passagens entre os conhecimentos”, e ações de integração curricular realizadas
interdisciplinarmente por meio da Computação podem favorecer a perspectiva do
desenvolvimento de uma nova habilidade: o ​Raciocínio Computacional (também conhecido
pelo termo em inglês Computational Thinking).​ Ribeiro ​et al​. (2013) explicam que sem
diretrizes claras sobre o que deve ser ensinado e quando isso deve acontecer, torna-se muito
difícil incluir com sucesso o RC no currículo da maioria das escolas brasileiras.

Considerando a Computação como mais uma linguagem, muitas vezes tratada com as
mesmas complexidades de aprendizado das línguas estrangeiras, faz-se necessário analisar a
dinâmica do processo dialético de pseudoconfronto entre as linguagens, numa perspectiva de
estabelecimento de possibilidades intersemióticas; além de problematizar conflitos e/ou
soluções criativas nas interlocuções entre as mais diversas linguagens que permeiam o nosso
cotidiano, influenciando diretamente as políticas e ações de formação humana, em nível
macro (propostas curriculares, parâmetros curriculares, programas e metodologias de ensino e
de aprendizagem) ou em nível micro, no âmbito das unidades escolares e nas salas de aula de
graduação.

A crescente demanda de pesquisas sobre ensino e aprendizagem de Computação


contribuiu para o estabelecimento de um nicho no mercado de aplicativos e sistemas com o
objetivo de promover o RC. Grandes empresas como Microsoft e Google estão engajadas em
desenvolver esse raciocínio, principalmente nos primeiros anos escolares. A Google tem
promovido um curso para educadores intitulado ​Computational Thinking for Educators com
o objetivo de desenvolver a consciência entre os educadores de todo o mundo e incentivá-los
a integrar RC em seus currículos.

No tocante à proposta curricular brasileira, o Raciocínio Computacional foi incluído


na Base Nacional Curricular Comum - BNCC3 em decorrência da preocupação que as
tecnologias digitais têm imposta à sociedade e consequentemente às novas gerações;

3
​http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

20
entretanto, na proposta da BNCC, o RC está restrito à área da Matemática no Ensino
Fundamental - Anos Finais, ainda de maneira incipiente e fortemente associado ao uso de
artefatos computacionais. Vale salientar que o ensino dos fundamentos da Computação não é
de competência dos licenciados em Matemática, mas dos licenciados em Computação, por
proporcionar uma formação ampla de tais fundamentos, a fim de explorar as diversas
possibilidades que a Computação pode proporcionar para uma leitura de mundo efetiva e
significativa, principalmente no que concerne ao desenvolvimento das habilidades do
Raciocínio Computacional, para além do trabalho com algoritmos, fluxogramas e tecnologias
digitais, como caracterizado na/pela BNCC.

Formação de professores e o raciocínio computacional

Não se pode reduzir os saberes para ensinar apenas os conhecimentos das disciplinas.
Quem ensina, segundo Gariglio e Burnier (2012), sabe que o conhecimento técnico é
fundamental, mas não é suficiente. Alguns confundem as habilidades para ensinar,
reduzindo-as ao bom senso, experiência ou cultura, pertencentes a determinado professor.
Tais ideias preconceituosas culminam por prejudicar a profissionalização do ensino.

Nesse sentido, várias áreas científicas têm um campo de estudo do ensino, como a
Educação Matemática, por exemplo. A formação de professores de matemática tem sido um
campo alvo de investigações científicas. Todavia, a formação de professores de computação
ainda tem sido um campo pouco explorado. Formar o profissional de computação para além
dos conhecimentos técnicos é um dos desafios para os cursos de Licenciatura em
Computação.

A Licenciatura em Computação tem como objetivo a formação de professores de


Computação para atuar na Educação Básica, Profissional e Corporativa; e para atuar no
projeto, no desenvolvimento e na gestão de tecnologias de hardware e software, relacionadas
à Computação articulada à Educação (Zorzo ​et al,​ 2017).

Os pesquisadores da ainda pouco conhecida área de Educação em Computação,


muitas vezes confundida com Informática na Educação, tem se articulado internacionalmente
e nacionalmente. Em âmbito internacional, o principal evento da área é o “ACM Technical

21
Symposium on Computer Science Education - SIGCSE4”, um evento que em 2018 estará em
sua 48ª. edição, cuja organização está sob a responsabilidade do ​Special Interest Group on
Computer Science Education d​ a ACM5 (​Association for Computing Machinery)​ , uma das
principais sociedades científicas internacionais da Ciência da Computação.

No Brasil, os pesquisadores têm se articulado no Workshop sobre Educação em


Computação (WEI6), em 2018 na sua 26ª. edição, sob responsabilidade da Sociedade
Brasileira de Computação7 (SBC). Ainda assim, os trabalhos sobre formação de professores
ainda são poucos quando comparados a outras tópicos, como metodologias de ensino, por
exemplo.

Outros espaços como o Workshop da Licenciatura em Computação (WLIC), tem


surgido como possibilidades de discussões focalizadas na formação de profissionais docentes.
Sob responsabilidade do proponente desta pesquisa, o III WLIC8 (evento satélite do VI
Congresso Brasileiro de Informática na Educação - CBIE9) ​reuniu mais de 60 profissionais e
pesquisadores interessados na discussão e promoção de pesquisas e experiências relacionadas
ao curso de Licenciatura em Computação.

Alguns estudos baseados nos dados fornecidos pelo Inep/MEC apontam carência de
professores de uma forma geral no sistema educacional brasileiro. Sampaio ​et al. (2002)
apontam números para carência de professores há 15 anos, em que cursos de licenciatura
“encontravam-se entre aqueles com o maior número de vagas não preenchidas” (p. 87).

Há três anos, essa situação ainda era alarmante, afirma Pinto (2014). Segundo o autor,
há falta de licenciados em número suficiente a partir de uma estimativa de demanda; o autor
também aponta para um grande crescimento na oferta de vagas nas licenciaturas.

Diferente do que apresentou o estudo de Sampaio ​et al. (2002), indicando a


necessidade de mais cursos de licenciaturas, Pinto (2014) diagnosticou um cenário distinto,
onde foi constatado aumento da oferta de cursos de licenciatura. Políticas Governamentais

4
​http://sigcse2018.sigcse.org
5
​www.acm.org
6
Nos anos de 2014, 2015 e 2016 o WEI foi coordenado pelo proponente deste projeto. Website do último WEI
(2017): ​http://csbc2017.mackenzie.br/anais/eventos/25-wei
7
​www.sbc.org.br
8
​www.ondadigital.ufba.br/WLIC/
9
​https://cbie.sabertecnologias.com.br/

22
(PROUNI/FIES), aponta Pinto (2014), proporcionaram aumento dos cursos de licenciatura
em Computação.

Considerando que a computação impulsiona a criação de empregos e inovação em


toda economia e sociedade, hoje todo cidadão num mundo permeado de Tecnologia da
Informação - TI deve ter uma compreensão clara dos princípios da Computação, o que vai
além do simples uso da TI (Softex, 2012).

O ensino da Computação aborda, entre outros temas, Raciocínio Computacional,


colaboração, prática de computação, computadores, dispositivos de comunicação, impactos
éticos globais e na comunidade.

As diretrizes curriculares propostas pelo CSTA (2011) para o K-1210, indica que o
estudante deve aprender não somente a computação em seu sentido tecnológico, mas também
o Raciocínio Computacional como abordagem para solucionar problemas utilizando
ferramentas e conceitos computacionais.

Por sua vez, França, Silva e Amaral (2015) fazem uma reflexão sobre a distinção
entre Informática e Computação. A Informática limita-se a questões de ​software e​ ​hardware,​
ao passo que a Computação está para além disso, abordando aspectos subjacentes.
Computação abrange conhecimentos de áreas diversas que podem ser utilizados na
proposição e resolução de problemas, o uso desses conhecimentos aplicado é denominado
pensamento computacional. Há evidências de contribuições do RC aos estudantes do nível
médio (França, Silva e Amaral, 2015).

Para Blikstein (2008), o “Pensamento Computacional, [...], talvez, seja o mais


importante e menos compreendido” (p. 1), definindo que o “Pensamento [raciocínio]
computacional ​é saber usar o computador como um instrumento de aumento do poder
cognitivo e operacional humano, aumentando a nossa produtividade, inventividade, e
criatividade.” (p. 1).

Para Nunes (2011)​, a Computação se mostra transversal a todas as ciências,


tornando-se de grande importância ser introduzida desde as séries iniciais, a fim de aprimorar
o RC.

10
Equivalente à Educação Básica brasileira.

23
Todavia, o raciocínio computacional não é uma habilidade necessário e útil somente
ao professor (ou profissional) de Computação. Segundo Valente (2016), a concepção de que a
Computação ajuda a pensar melhor não é nova. Papert (1971) já argumentara que a
computação pode ter "um impacto profundo por concretizar e elucidar muitos
conceitos anteriormente sutis em psicologia, linguística, biologia, e os fundamentos da
lógica e da matemática" (p. 2). Para Valente (2016), isso é possível pelo fato de proporcionar
a um sujeito a capacidade "de articular o trabalho de sua própria mente e, particularmente, a
interação entre ela e a realidade no decurso da aprendizagem e do pensamento" (Papert, 1971,
p. 3).

Para Wing (2006, p. 33), o “pensamento [raciocínio] computacional se baseia no


poder e nos limites de processos de computação, quer eles sejam executados por um ser
humano ou por uma máquina” (tradução nossa). O Raciocínio Computacional pode ser
definido como um conjunto das habilidades de coleta de dados, análise de dados,
representação de dados, decomposição de problema, abstração, raciocínio
algorítmico, automação, paralelização e simulação.

Zapata-Ros (2015), por sua vez, define 14 componentes, como análise ascendente,
heurística, pensamento divergente, criatividade, resolução de problema, pensamento
abstrato, interação, recursividade, métodos colaborativos, metacognição.

Para efetivo desenvolvimento dessas habilidades na educação básica, conforme


preconiza Valente (2016), é necessário que os currículos de formação de professores reflitam
uma “perspectiva interdisciplinar de formação, em que saberes de diferentes naturezas estão
indissociavelmente presentes” (MATOS, 2013b, p. 2).

Desafios pedagógicas para desenvolvimento do raciocínio computacional

Uma das principais questões atuais sobre o desenvolvimento do Raciocínio Computacional é


é o currículo escolar. Nesse sentido, ações nacionais e internacionais tentam testar
possibilidades, geralmente com uso de tecnologias e pouco sustentáveis (Gomes e Melo,
2013; França e Tedesco, 2015; Barcelos e Silveira, 2013; Scaico ​et al.​, 2013; De Souza ​et
al.​, 2014); ou voltadas ao ensino médio (Garcia ​et al.,​ 2008).

24
França e Tedesco (2015) afirmam que uma possibilidade é assumir o
desenvolvimento do Raciocínio Computacional em uma perspectiva interdisciplinar, em que
ele estaria se relacionando intrinsecamente com as disciplinas já existentes no currículo
escolar e nas realidades específicas de cada escola e de cada nível de ensino.

Outro aspecto levantado pelas autoras é sobre o quê e quando ensinar, dado que ainda
não há diretrizes claras de como e o quê focalizar para o desenvolvimento do Raciocínio
Computacional nas Escolas, ação que esta pesquisa pretende iniciar. França e Tedesco (2016)
afirmam que a inserção do Raciocínio Computacional nas escolas “não deve cobrir apenas a
manipulação de recursos digitais, mas sim os fundamentos da Computação, enquanto
ciência”.

Resultados esperados

Este projeto de pesquisa visa adequar uma proposta de extensão universitária exitosa
no ensino médio para o contexto dos anos finais do ensino fundamental em três escolas
públicas de Salvador e Região Metropolitana, sendo uma escola rural.

Dessa forma espera-se ao final desta pesquisa:

● identificar possibilidades de integração das habilidades do Raciocínio


Computacional aos métodos, mecanismos e recursos pedagógicos dos
professores em suas ações didáticas, a partir de processo formativo específico;
● identificar estratégias integrativas para o desenvolvimento do raciocínio
computacional na escola;
● formar professores para desenvolvimento e uso do Raciocínio Computacional
nos anos finais do ensino fundamental, com apropriação metodológica da
proposta e incentivo à autocriação;
● contribuir para o alargamento de recursos didático-pedagógicos dos
professores dos anos finais do ensino fundamental, oferecendo-lhes modelos
de materiais e abordagem pedagógica interdisciplinar por meio do Raciocínio
Computacional;
● contribuir para o desenvolvimento de competências interdisciplinares pelos

25
estudantes dos anos finais do ensino fundamental, de modo a superar desafios
de aprendizado em múltiplas disciplinas, focalizando no desenvolvimento da
criatividade, da criticidade e da logicidade por meio do Raciocínio
Computacional;

● identificar possibilidades de integração das habilidades do raciocínio


computacional aos métodos, mecanismos e recursos pedagógicos dos
professores em suas ações didáticas, a partir de processo formativo específico.
● promover a vivência de estudantes de licenciatura no cotidiano de escolas
públicas periféricas e rurais;
● promover articulação e integração entre universidade e escola;
● promover sustentabilidade ambiental e pedagógica preparando materiais com
recursos reutilizáveis, sem uso de tecnologias digitais;
● disponibilizar gratuitamente (com licença ​Creative Commons11) documento
referencial (catálogo/livro/roteiro/manual) de estratégias (auto) sustentáveis
para formação docente e discente do ensino fundamental II considerando a
utilização das habilidades do RC, com valorização da diversidade escolar.

Espera-se atingir aproximadamente 20 professores, 120 estudantes diretamente e mais de


1000 estudantes indiretamente, por meio das ações dos professores formados.

Observância dos aspectos éticos da pesquisa

Esta pesquisa está em processo de registro em um dos Comitê de Ética em Pesquisa


com Seres Humanos da UFBA, encaminhado por meio da Plataforma Brasil.

Para participar da pesquisa, os sujeitos deverão ler e aceitar o Termo de


Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Esse documento possuirá explicações acerca da
natureza da pesquisa, local de realização da pesquisa, informações sobre os pesquisadores e
financiadores, objetivos, contatos, sigilo da identidade e esclarecimentos sobre a
voluntariedade da participação.

Serão produzidos dois modelos de TCLE. O primeiro será voltado aos professores e

11
​https://br.creativecommons.org/

26
outros sujeitos escolares e acadêmicos (exceto estudantes). O segundo será voltado
exclusivamente aos estudantes e deverá ser assinado pelo(a) seu responsável legal. Esses
documentos serão digitalizados e armazenados para casos de posterior auditoria.

Costuma-se garantir o anonimato dos sujeitos de pesquisa por meio de pseudônimos;


todavia, nesta pesquisa, atuaremos no sentido de garantir o direito de visibilidade que o
indivíduo tem por direito às suas narrativas. Ressaltamos que os dados dos participantes do
Comitê Propositivo serão coletados por meio de suas próprias narrativas. Nesse sentido,
consultaremos os sujeitos (excetos os estudantes) perguntando-lhes se gostariam de ser
identificados ou não, e de que modo. No entanto, em se tratando dos sujeitos estudantes,
possivelmente menores de idade, manteremos o anonimato, de modo a proteger sua imagem
sejam nos dados escritos ou imagens e falas coletadas.

Outras informações pertinentes

Para realização desta pesquisa utilizaremos a infraestrutura dos espaços escolares e do Grupo
de Pesquisa e Extensão Onda Digital, vinculado ao Instituto de Matemática e Estatística da
Universidade Federal da Bahia, liderado pelo proponente.

Dada a heterogeneidade da UFBA, em seus diversos campos de conhecimentos e espaços


para construção do conhecimento, procuraremos usufruir de toda infraestrutura
disponibilizada pela universidade, em contrapartida ao apoio conferido por este edital. No
momento da concepção desta proposta, além dos recursos humanos disponibilizados, a
UFBA (instituição executora) apresenta-se como contrapartida instalada os seguintes
elementos fisicoestruturais: espaço físico (sala com iluminação, instalação elétrica e acesso à
internet por meio de rede cabeada e wireless), com telefone, internet wi-fi e estrutura
administrativa (incluindo sala para reuniões). Espaço físico no Instituto de Matemática e
Estatística para reuniões. Sistema de bibliotecas. Sala de estudos para os estudantes e
pesquisadores. Três laboratórios didáticos para os estudantes de graduação e Pós-graduação
em Computação: o primeiro possui área total de 56 m2, com capacidade para 30 estudantes; o
segundo possui área total de 50 m2, com capacidade para 30 estudantes; o terceiro possui
área total de 24 m2, com capacidade para 12 estudantes. Auditório com ar-condicionado,

27
projetor multimídia e sistema de som, com capacidade para 150 pessoas.

Além disso, as ações serão publicizadas pelos canais oficiais da universidade e pelos perfis
do grupo nas redes sociais, sempre considerando os aspectos éticos envolvidos nesse tipo de
ação. Os resultados dos trabalhos serão discutidos nas edições do Fórum Interdisciplinar
sobre Formação Docente com Tecnologias, coordenado pelo proponente e realizado quase
sempre sem ou com pouco apoio financeiro. Neste ano, o Fórum está na sua 4ª edição, tendo
ocorrido entre os dias 12 e 14 de dezembro de 2018, em conjunto com o IV Workshop de
Pesquisa e Extensão Onda Digital.

Link para do website da 3ª edição - 2017​: ​http://www.forumondadigital.ufba.br/

Link para do website da 4ª edição - 2018​: ​http://www.workshopondadigital.ufba.br/

Cronograma
05/07/2019 a 31/07/2019 EM1A. Seleção e ambientação dos sujeitos colaboradores:
auxiliares de pesquisa
24/07/2019 a 02/08/2019 EM1A. Seleção e ambientação dos sujeitos colaboradores:
professores para o Comitê Propositivo
24/07/2019 a 31/12/2019 EM1B. Exploração dos espaços escolares
10/08/2019 a 14/03/2020 EM2A. (Auto)Capacitação do Comitê Propositivo (teoria,
concepção e aplicação)
15/03/2020 a 20/07/2020 EM2B. Adaptação do projeto de extensão original
21/07/2020 a 14/02/2021 EM2C. Planejamento das práticas online e presenciais e preparação
dos objetos de aprendizagem
15/02/2021 a 31/08/2021 EM3A. Implementação do projeto de extensão com estudantes
01/09/2021 a 28/02/2022 EM3B. Análise dos dados
01/09/2021 a 28/02/2022 EM4A. Sistematização do projeto de extensão por meio de
documento referencial
01/02/2022 a 28/02/2022 EM4B. Finalização do projeto de pesquisa (e extensão)

28
Referências Bibliográficas
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Ensino de Computação de Forma Multidisciplinar em Disciplinas de História no Ensino
Fundamental - Um Estudo de Caso. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. 24, n.
3, 2017. p. 31-46.
Arelaro, L. O Ensino Fundamental no Brasil: avanços, perplexidades e tendências. Educação
e Sociedade, v. 26, p. 1039-1066, 2005.
Barcelos, T. S.; Silveira, I. F. Relações entre o pensamento computacional e a matemática
através da construção de jogos digitais. In: Anais do XII Simpósio Brasileiro de Jogos e
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Bell, T.; Alexander, J.; Freeman, I.; Grimley, M. Computer Science Unplugged: School
students doing real computing without computers. The New Zealand Journal of Applied
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Blikstein, P. O Pensamento Computacional e a Reinvenção do Computador na Educação.
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Clandinin, D. J.; Connelly, F. M. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa
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Última alteração: 19 de julho de 2020 às 19:14

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