GA3X1 - Geometria Analítica e Álgebra Linear Prof.
Lilian Candido
1 Matrizes e Determinantes
1.1 Introdução
Definição (Matriz): Uma matriz Am×n é um arranjo retangular de mn elementos dis-
tribuídos em m linhas horizontais e n colunas verticais:
a11 a12 · · · a1j · · · a1n
a21 a22 · · · a2j · · · a2n
. .. .. ..
. ... ...
. . . .
A= = [aij ]m×n
ai1 ai2 · · · aij · · · ain
. .. ... .. ... ..
.. . . .
am1 am2 · · · amj · · · amn
A i-ésima linha de A é
ai1 ai2 · · · ain (1 ≤ i ≤ m);
e a j-ésima coluna de A é
a1j
a2j
.. (1 ≤ j ≤ n).
.
amj
Nos referimos ao elemento aij , que está na í-ésima linha e na j-ésima coluna de A,
como o i,j-ésimo elemento de A ou o elemento (i,j) de A.
Os elementos de uma matriz podem ser números (reais ou complexos), funções, ou
ainda outras matrizes.
Usaremos sempre letras maiúsculas para denotar matrizes, e quando quisermos es-
pecificar a ordem de uma matriz A (isto é, o número de linhas e colunas), escreveremos
Am×n .
Exemplo: A matriz
1 0 −4
A=
4 −3 2
é uma matriz 2 × 3, com
a11 = 1, a12 = 0, a13 = −4, a21 = 4, a22 = −3, a23 = 2
Exemplo: A matriz a seguir fornece as distâncias de vôo entre as cidades indicadas (em
km):
São Paulo Rio de Janeiro Brasília Belo Horizonte
São Paulo 0 359 873 491
Rio de Janeiro 359 0 933 341
Brasília 873 933 0 621
Belo Horizonte 491 341 621 0
1
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Exemplo: Suponha que um fabricante tem quatro fábricas, cada uma das quais manufa-
tura três produtos. Se denotarmos por aij a quantidade do produto i manufaturada pela
fábrica j em 1 semana, então a produção semanal do fabricante é dada pela matriz 3 × 4:
Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Fábrica 4
Produto 1 " 560 360 380 0 #
Produto 2 340 450 420 80
Produto 3 280 270 210 380
Definição (Igualdade de matrizes): Duas matrizes Am×n = [aij ]m×n e Br×s = [bij ]r×s
são iguais, A = B, se elas têm o mesmo número de linhas (m = r) e colunas (n = s), e
todos os seus elementos correspondentes são iuais (aij = bij ).
2
3 1 log 1 9 sen 90o 0
Exemplo: =
2 22 5 2 4 5
1.2 Tipos Especiais de Matrizes
Consideremos uma matriz com m linhas e n colunas que denotamos por Am×n :
Matriz Quadrada é aquela cujo número de linhas é igual ao número de colunas (m = n).
1 −2 0
Exemplos: 3 0 1 e [8]
4 5 6
No caso de matrizes quadradas Am×m , costumamos dizes que A é uma matriz qua-
drada de ordem m.
Matriz Nula é aquela em que aij = 0, para todo i e j.
0 0 0 0 0 0 0
Exemplos: A2×2 = e B3×5 =
0 0 0 0 0 0 0
Matriz-Coluna é aquela que possui uma única coluna (n = 1).
1
x
Exemplos: 4 e
y
−3
Matriz-Linha é aquela onde m = 1.
e
Exemplos: 3 0 −1 0 0
Matriz Diagonal é uma matriz quadrada (m = n) onde aij = 0, para i =6= j, isto é, os
elementos que não estão na “diagonal” são nulos.
3 0 0 0
7 0 0 0 3 0 0
Exemplos: 0 1 0 e
0 0 3 0
0 0 −1
0 0 0 3
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Matriz Identidade Quadrada é aquela em que aii = 1 e aij = 0, para i =6= j.
1 0 0
1 0
Exemplos: I3 = 0 1 0
e I2 =
0 1
0 0 1
Matriz Triangular Superior é uma matriz quadrada onde todos os elementos abaixo
da diagonal são nulos, isto é, m = n e aij = 0, para i > j.
2 −1 0
a b
Exemplos: 0 −1 4 e
0 c
0 0 3
Matriz Triangular Inferior é aquela em que m = n e aij = 0, para i < j.
2 0 0 0
1 −1 0 0 5 0 0
Exemplos:
1
e 7 0 0
2 2 0
2 1 3
1 0 5 4
Matriz Simétrica é aquela onde m = n e aij = aji .
a b c d
4 3 −1 b e f g
Exemplos: 3 2 0 e
c f h
i
−1 0 5
d g i k
Observe que, no caso da matriz simétrica, a parte superior é uma “reflexão” da parte
inferior, em relação à diagonal.
1.3 Operações com Matrizes
1.3.1 Adição
A soma de duas matrizes de mesma ordem, Am×n = [aij ] e Bm×n = [bij ], é uma
matriz m × n, que denotaremos A + B, cujos elementos são somas dos elementos corres-
pondentes de A e B. Isto é,
A + B = [aij + bij ]m×n
5 −1 0 4
Exercício 1.1: 4 0 + −2 5
2 5 1 0
Exercício 1.2: Considere as tabelas, que descrevem a produção de grãos em dois anos
consecutivos.
Tabela 1: Produção de grãos (em milhares de toneladas) durante o primeiro ano
soja feijão arroz milho
Região A 3000 200 400 600
Região B 700 350 700 100
Região C 1000 100 500 800
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Tabela 2: Produção de grãos (em milhares de toneladas) durante o segundo ano
soja feijão arroz milho
Região A 5000 50 200 0
Região B 2000 100 300 300
Região C 2000 100 600 600
Monte uma tabela que dê a produção por produto e por região nos dois anos con-
juntamente.
Propriedades: Dadas as matrizes A, B e C de mesma ordem m × n, temos:
i) A + B = B + A
ii) A + (B + C) = (A + B) + C
iii) A + 0 = A, onde 0 denota a matriz nula m × n.
Observação: A diferença entre A e B é uma matriz A − B = [aij − bij ]m×n .
1.3.2 Multiplicação por Escalar
Seja A = [aij ]m×n e k um número, então definimos uma nova matriz
k · A = [kaij ]m×n
2 10
Exercício 1.3: −2
1 −3
Exercício 1.4: Considere as tabelas do Exercício 1.2, que descrevem a produção de grãos
de três regiões em dois anos consecutivos, e a seguinte situação: Existem muitos incentivos
4
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para se incrementar a produção, condições climáticas favoráveis, etc., de tal forma que a
previsão para a safra do terceiro ano será o triplo da produção do primeiro. Obtenha a
matriz de estimativa da produção do terceiro ano.
Propriedades: Dadas matrizes A e B de mesma ordem m × n e números k, k1 e k2 ,
temos:
i) k(A + B) = kA + kB
ii) (k1 + k2 )A = k1 A + k2 A
iii) 0 · A = 0, isto é, se multiplicarmos o número zero por qualquer matriz A, teremos
a matriz nula.
iv) k1 (k2 A) = (k1 k2 )A
1.3.3 Transposição
Dada uma matriz A = [aij ]m×n , podemos obter uma outra matriz A′ = [bij ]n×m ,
cujas linhas são as colunas de A, isto é, bij = aji . A′ é denominada transposta de A.
Exercício 1.5:
2 1
a) A = 0 3 . Determine A′ .
−1 4
1 3
b) B = . Determine B′ .
3 2
′
1
c)
2
5
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Propriedades:
i) Uma matriz é simétrica se, e somente se, ela é igual à sua transposta, isto é, A = A′ .
ii) A′′ = A.
iii) (A + B)′ = A′ + B′ .
iv) (kA)′ = kA′ , onde k é qualquer escalar.
1.3.4 Multiplicação de Matrizes
Sejam A = [aij ]m×n e B = [brs ]n×p . Definimos AB = [cuv ]m×p , onde
n
X
cuv = auk bkv = au1 b1v + · · · + aun bnv
k=1
Observações:
i) Só podemos efetuar o produto de duas matrizes Am×n e Bl×p se o número de colunas
da primeira for igual ao número de linhas da segunda, isto é, n = l. Além disso, a
matriz-resultado C = AB será de ordem m × p.
ii) O elemento cij (i-ésima linha e j-ésima coluna da matriz produto) é obtido multipli-
cando os elementos da i-ésima linha da primeira matriz pelos elementos correspon-
dentes da j-ésima coluna da segunda matriz, e somando estes produtos.
Exercício 1.6:
2 1
1 −1
a) 4 2 ·
0 4
5 3
2 1
1 −1
b) · 4 2
0 4
5 3
1 0
−2 3 0 6 1
c)
·
5 4 3 8 −2
0 1
Propriedades:
i) Em geral AB 6= BA (podendo mesmo um dos membros estar definido e o outro
não)
1 −1 1 1 2 3
Exercício 1.7: Sejam A = −3 2 −1 e B = 2 4 6
−2 1 0 1 2 3
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a) AB
b) BA
Desde que sejam possíveis as operações, as seguintes propriedades são válidas:
ii) AI = IA = A
iii) A(B + C) = AB + AC
iv) (A + B)C = AC + BC
v) (AB)C = A(BC)
vi) (AB)′ = B′ A′
vii) 0 · A = 0 e A · 0 = 0
Exercício 1.8: Joga-se pesticida nas plantas para eliminar os insetos daninhos. Entre-
tanto, parte do pesticida é absorvida pela planta. Os pesticidas são absorvidos pelos
herbívoros que comem essas plantas.
Suponha que temos três tipos de pesticidas e quatro tipos de plantas. Denotando
por aij a quantidade do pesticida i (em miligramas) que foi absorvida pela planta j, essa
informação pode ser representada pela matriz
Planta 1 Planta 2 Planta 3 Planta 4
"2 3 4 3 # Pesticida 1
A= 3 2 2 5 Pesticida 2
4 1 6 4 Pesticida 3
Suponha, agora, que temos três herbívoros. Denotando por bij o número de plantas
do tipo i que um herbívoro do tipo j come por mês, esta informação pode ser representada
pela matriz
Herbívoro 1 Herbívoro 2 Herbívoro 3
20 12 8 Planta 1
B = 28 15 15 Planta 2
30 12 10 Planta 3
40 16 20 Planta 4
Determine a quantidade de cada tipo de pesticida absorvida por cada tipo de her-
bívoro.
7
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1.3.5 Potência de uma Matriz
Uma matriz quadrada A = [aij ] pode ser multiplicada n vezes por si mesma. A
matriz que resulta dessas operações, e que se representa por An , é chamada potência n
da matriz A.
1 2
Exercício 1.9: Se A =
4 3
a) A2 =
b) A3 =
1.4 Operações elementares sobre as linhas de uma matriz
São três as operações elementares sobre as linhas de uma matriz:
i) Permuta das i-ésima e j-ésima linhas. (Li ↔ Lj )
Exemplo: L2 ↔ L3
1 0 1 0
4 −1 → −3 4
−3 4 4 −1
ii) Multiplicação da i-ésima linha por um escalar não-nulo k. (Li → kLi )
Exemplo: L2 → −3L2
1 0 1 0
4 −1 → −12 3
−3 4 −3 4
i) Substituição da i-ésima linha pela i-ésima linha mais k vezes a j-ésima linha. (Li →
Li + kLj )
Exemplo: L3 → L3 + 2L1
1 0 1 0
4 −1 → 4 −1
−3 4 −1 4
Definição (Matriz elementar): Uma matriz elementar é uma matriz obtida a partir
da identidade, através da aplicação de uma operação elementar com linhas.
Teorema: Se A é uma matriz, o resultado da aplicação de uma operação com as linhas
de A é o mesmo que o resultado da multiplicação da matriz elementar E correspondente
à operação com linhas pela matriz A.
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Definição (Matrizes linha equivalentes): Se A e B são matrizes m × n, dizemos que
B é linha equivalente a A, se B for obtida de A através de um número finito de operações
elementares sobre as linhas de A, e denotamos por A → B ou A ≈ B.
1 0 1 0
Exercício 1.10: Verifique que 4 −1 é linha equivalente a 0 1 .
−1 4 0 0
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Definição (Forma escada): Uma matriz m × n é linha reduzida à forma escada se
a) O primeiro elemento não nulo de uma linha não nula é 1.
b) Cada coluna que contém o primeiro elemento não nulo de alguma linha tem todos
os seus outros elementos iguais a zero.
c) Toda linha nula ocorre abaixo de todas as linhas não nulas (isto é, daquelas que
possuem pelo menos um elemento não nulo).
d) Se as linhas 1, . . . , r são linhas não nulas, e se o primeiro elemento não nulo da linha
i ocorre na coluna ki , então k1 < k2 < . . . < kr .
A última condição impõe a forma escada à matriz. Isto é, o número de zeros prece-
dendo o primeiro elemento não nulo de uma linha aumenta a cada linha, até que sobrem
somente linhas nulas, se houver.
Exemplos:
1 0 0 0
0 1 −1 0 Não é forma escada pois a segunda condição não é satisfeita.
0 0 1 0
0 2 1
1 0 −3 Não é forma escada pois não satisfaz a primeira e a quarta condições.
0 0 0
0 1 −3 0 1
0 0 0 0 0 Não satisfaz a primeira nem a terceira condição.
0 0 0 −1 2
0 1 −3 0 2
0 0 0 1 2 É forma escada pois todas as condições são satisfeitas.
0 0 0 0 0
Teorema: Toda matriz Am×n é linha equivalente a uma única matriz linha reduzida à
forma escada.
Definição (Posto e nulidade): Dada uma matriz Am×n , seja Bm×n a matriz linha re-
duzida à forma escada linha equivalente a A. O posto de A, denotado por p, é o número
de linhas não nulas de B. A nulidade de A é o número n − p.
Exercício 1.11: Encontre o posto e a nulidade das matrizes
1 2 1 0
a) A = −1 0 3 5
1 −2 1 1
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2 −1 3
1 4 2
b) B =
1 −5 1
4 16 8
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1.5 Determinante de uma matriz
Definição (Permutação): Dados n objetos distintos a1 , a2 , . . . , an , uma permutação
destes objetos consiste em dispô-los em uma determinada ordem. A quantidade de per-
mutações de n objetos é dada por n!.
Exemplo: (1 2 3) é uma permutação dos números 1, 2 e 3; (2 1 3) é outra permu-
tação; etc.
Definição (Inversão): Dada uma permutação dos inteiros 1, 2, . . . , n, existe uma inver-
são quando um inteiro precede outro menor que ele.
Exemplo: Considere as permutações de 1, 2 e 3, e veja em cada permutação o número de
inversões.
Permutação
Número de inversões
(1 2 3) 0
(1 3 2) 1
(2 1 3) 1
(2 3 1) 2
(3 1 2) 2
(3 2 1) 3
X
Definição (Determinante): det A = (−1)J a1j1 a2j2 · · · anjn onde J = J(j1 , . . . , jn ) é
ρ
o número de inversões da permutação (j1 j2 . . . jn ) e ρ indica que a soma é estendida
a todas as n permutações de (1 2 . . . n).
Em relação a esta definição podemos fazer três observações:
i) Se a permutação (j1 j2 . . . jn ) tem um número ímpar de inversões, o coeficiente
(−1)J do termo correspondente na somatória terá sinal positivo; caso contrário, terá
sinal negativo.
ii) Em cada termo da somatória, existe um e apenas um elemento de cada linha, e um
e apenas um elemento de cada coluna da matriz.
iii) Através de uma reordenação conveniente dos termos, mostra-se que também é pos-
sível definir um determinante por
X
det[aij ] = (−1)J aj1 1 aj2 2 · · · ajn n
ρ
variando os primeiros e deixando fixos os segundos índices.
Propriedades:
i) Se todos os elementos de uma linha (ou coluna) de uma matriz A são nulos, det A =
0.
ii) det A = det A′
iii) Se multiplicarmos uma linha da matriz por uma constante, o determinante fica
multiplicado por esta constante.
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iv) Uma vez trocada a posição de duas linhas, o determinante muda de sinal.
v) O determinante de uma matriz que tem duas linhas (ou colunas) iguais é zero.
a11 ··· a1n a11 · · · a1n a11 · · · a1n
.. ... .. .. ... .. .. ... ..
. . . . . .
vi) bi1 + ci1 · · · bin + cin = bi1 · · · bin + ci1 · · · cin
.. ... .. .. ... .. .. ... ..
. . . . . .
an1 ··· ann an1 · · · ann an1 · · · ann
vii) O determinante não se altera se somarmos a uma linha outra linha multiplicada por
uma constante.
viii) det (A · B) = det A · det B
1.5.1 Cálculo do determinante de ordem 2
Seja a matriz
a11 a12
A=
a21 a22 2×2
Permutação Número de inversões
(1 2) 0
(2 1) 1
det A = (−1)0 a11 a22 + (−1)1 a12 a21
det A = a11 a22 − a12 a21
Exercício 1.12: Calcular o determinante das matrizes:
7 5
a) A =
2 4
−3 −8
b) A =
−5 −2
1 0
c) A =
0 1
6 3
d) A =
0 5
1.5.2 Cálculo do determinante de ordem 3
Seja a matriz
a11 a12 a13
A = a21 a22 a23
a31 a32 a33 3×3
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Permutação Número de inversões
(1 2 3) 0
(1 3 2) 1
(2 1 3) 1
(2 3 1) 2
(3 1 2) 2
(3 2 1) 3
det A = (−1)0 a11 a22 a33 + (−1)1 a11 a23 a32 + (−1)1 a12 a21 a33 + (−1)2 a12 a23 a31 +
+(−1)2 a13 a21 a32 + (−1)3 a13 a22 a31
det A = a11 a22 a33 − a11 a23 a32 − a12 a21 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 − a13 a22 a31
Exercício 1.13: Calcular o determinante das matrizes:
2 5 7
a) A = 3 1 4
6 8 2
3 1 −2
b) A = −5 4 −6
0 2 7
1.5.3 Desenvolvimento de Laplace
n
X
det An×n = aij ∆ij
j=1
onde ∆ij é o cofator do elemento aij , definido por
∆ij = (−1)i+j |Aij |
sendo que Aij representa uma submatriz da matriz inicial A, da qual foram retiradas a
i-ésima linha e a j-ésima coluna.
Exercício 1.14: Calcule o determinante das matrizes
1 −2 3
a) A = 2 1 −1
−2 −1 2
14
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−1 2 3 −4
4 2 0 0
b) A =
−1
2 −3 0
2 5 3 1
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Cálculo do determinante através de redução por linhas
Teorema: Se A é uma matriz triangular de ordem n, então det A é o produto dos
elementos da diagonal principal da matriz; ou seja, det A = a11 a22 · · · ann .
Exercício 1.15: Calcule o determinante da matriz
2 1 7
A= 1 3 2
5 3 4
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1.6 Inversa de uma matriz
Definição (Matriz inversa): Dada uma matriz quadrada A de ordem n, chamamos de
inversa de A a uma matriz B tal que A · B = B · A = In , onde In é a matriz identidade
de ordem n. Escrevemos A−1 para a inversa de A.
Exemplos: 4
− 53
2 3
A= −→ A =
−1 5
1 2 , pois A · A−1 = A−1 · A = I2
1 4 − 5 5
6 2 2 −1
B= −→ B =
−1
, pois B · B−1 = B−1 · B = I2
11 4 − 11
2
3
Observações:
i) Se A e B são matrizes quadradas de mesma ordem, ambas inversíveis, então A · B
é inversível e (A · B)−1 = B−1 · A−1 .
ii) Se A é uma matriz quadrada e existe uma matriz B tal que BA = I, então A é
inversível, ou seja, A−1 existe e, além disso, B = A−1 .
iii) Nem toda matriz tem inversa.
0 2
Exemplo:
0 1
Suponhamos agora que An×n tenha inversa, isto é, existe A−1 tal que A · A−1 = In .
Usando o determinante temos
det(A · A−1 ) = det A · det A−1 e det In = 1
Então:
det A · det A−1 = 1
Desse produto concluímos que se A tem inversa,
i) det A 6= 0
ii) det A−1 = 1
det A
Teorema: Uma matriz quadrada A admite inversa se, e somente se, det A 6= 0.
Procedimento para a inversão de matrizes
Teorema: Se A é uma matriz inversível, sua matriz-linha reduzida à forma escada, R, é
a identidade. Além disso, A é dada por um produto de matrizes elementares.
Suponha que, ao reduzir uma matriz A à forma escada linha reduzida, a matriz
identidade seja obtida como resultado. Neste caso, como a cada operação com linhas
corresponde uma multiplicação por uma matriz elementar Ei , teremos:
I = Ek · Ek−1 · · · E2 · E1 · A
ou
I = (Ek · Ek−1 · · · E2 · E1 · I) A
que implica
Ek · Ek−1 · · · E2 · E1 · I = A−1
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Teorema: Se uma matriz A pode ser reduzida à matriz identidade por uma sequência de
operações elementares com linhas, então A é inversível e a matriz inversa de A é obtida
da matriz identidade, aplicando-se a mesma sequência de operações com linhas.
Na prática, operamos simultaneamente com as matrizes A e I, através de operações
elementares, até chegarmos à matriz I na posição correspondente à matriz A. A matriz
obtida no lugar correspondente à matriz I será a inversa de A.
.. ..
A . I −→ I . A −1
Exercício 1.16: Obtenha a inversa das matrizes
2 1 0 0
1 0 −1 1
a) A =
0
1 1 1
−1 0 0 3
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1 0 1
b) A = 1 2 1
0 2 0
Referências
BOLDRINI, J. L. et al. Álgebra Linear. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
KOLMAN, B.; HILL, D. R. Introdução à Álgebra Linear com Aplicações. Rio de
Janeiro: LTC, 2006.
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra Linear. São Paulo: Pearson Makron
Books, 1987.
19