0% acharam este documento útil (0 voto)
45 visualizações3 páginas

Procedimento Padrão

1) A sindicância militar segue um processo legal para investigar irregularidades funcionais cometidas e servir de base para sanções. 2) O procedimento da sindicância deve esclarecer os fatos sem formalidades desnecessárias, mas garantindo o direito à defesa do sindicado. 3) A sindicância inclui medidas como a portaria de instauração, notificação do sindicado, inquirição de testemunhas, apresentação de defesa e encerramento.

Enviado por

eudesio junior
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
45 visualizações3 páginas

Procedimento Padrão

1) A sindicância militar segue um processo legal para investigar irregularidades funcionais cometidas e servir de base para sanções. 2) O procedimento da sindicância deve esclarecer os fatos sem formalidades desnecessárias, mas garantindo o direito à defesa do sindicado. 3) A sindicância inclui medidas como a portaria de instauração, notificação do sindicado, inquirição de testemunhas, apresentação de defesa e encerramento.

Enviado por

eudesio junior
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 3

Sindicância Militar - Procedimento Padrão

A sindicância segue um rito peculiar, cujo escopo é a investigação de irregularidades funcionais cometidas. Como serve de base para aplicação de
uma sanção pela Autoridade instauradora, é obrigatório se observar os pressupostos do devido processo legal, concedendo ao sindicado o direito
à ampla defesa e ao contraditório.

Cabe ressaltar que a sindicância é um procedimento para esclarecer um fato. Por conseguinte, deve-se dirigir todas as ações para este fim. Não é
necessário se ater a formalidades extremadas e desnecessárias, mas tão somente aquelas importantes para organizar a procura e esclarecer o
fato.

1. Portaria Instauradora

Tomando conhecimento do fato a ser apurado, autoridade instauradora inicia a sindicância mediante portaria. É o modelo do Anexo A da IG 10-
11. A portaria instauradora é o primeiro ato da Sindicância, exarado pela autoridade competente, que necessariamente deve ser, por força do art.
3O das IG 10-11, o Comandante do Exército ou Comandante, Chefe ou diretor de OM. Na portaria existe uma síntese dos fatos a serem
apurados, designa-se o sindicante e estipula-se o prazo inicial de 20 dias para conclusão da Sindicância, de acordo com o que estipula o art. 10
das IG10-11.

O prazo para conclusão da Sindicância pode ser prorrogado mediante requisição fundamentada do sindicante, feita 48 horas antes do término do
prazo inicial de 20 dias estipulado na Portaria Instauradora. O prazo máximo de apuração é de 40 dias e a concessão da prorrogação deve ser
publicada em BI, tudo conforme o art. 11 das IG 10-11.

2. Procedimento propriamente dito

O designado como sindicante então deve iniciar o procedimento da sindicância. Para tanto, deverá seguir os seguintes passos:

1º Passo: Medidas Organizacionais


a) Capa: prevista no art. 6°, inc. III, da IG 10-11, encontra-se no modelo do Anexo B das IG 10-11.
Apenas especifica o nome e posto sindicante e sindicado (pessoa envolvida no ato a ser esclarecido ou positivado). Se não é sabida a autoria do
fato, é uma sindicância investigatória, no espaço destinado ao nome do sindicado deve-se relatar, sucintamente, o fato.

b) Termo da Abertura: prevista no art. 6º, inc. I, das IG 10-11, é o modelo do Anexo C das IG 10-11.
Deve se especificar a data e lugar da abertura e a Portaria que o instituiu.

c) Modelo de Juntada: prevista no art. 6º, inc. VI, da IG 10-11, é o modelo do Anexo D das IG 10-11
Trata-se de um documento especificando os demais documentos "juntados", ou seja, anexados aos autos. Tem a finalidade organizacional de
atestar a juntada dos documentos que compõem a sindicância. É feita inicialmente uma juntada da portaria Instauradora e da Parte que levou ao
conhecimento do comandante o fato anômalo. Cabe lembrar que se têm feito uma juntada para listar todos os documentos que compõe os autos,
assumindo as feições de um rol, mormente usado em face da praticidade que apresenta. Contudo, é de melhor técnica que se faça
oportunamente um documento de juntada especifico para cada documento (perícia, depoimento) juntado, especificando a data em que tal
documento foi anexado aos autos.
Importa salientar que os primeiros documentos a serem juntados são a Portaria e a Parte que deflagrou a sindicância.

2º Passo: Notificação Prévia do Sindicado


Prevista no art. 6º, inc. IV, das IG 10-11, é o modelo do Anexo F das IG 10-11. Tem por fim dar ciência ao sindicado da instauração da
sindicância. Seu teor abarca também informações acerca dos direitos do sindicado, inclusive o de ter vistas dos autos, e é marcada data para sua
inquirição. É importante que a notificação juntada aos autos tenha o ciente do sindicado com especificação da data e hora.

3º Passo: Apuração do Fato Propriamente Dita (Instrução)


Aqui serão feitos todos os atos necessários para apurar a irregularidade, por isso varia de sindicância para sindicância, conforme o caso. Há
sindicâncias que não precisam de Carta Precatória, pois todos os atos ocorreram dentro da própria OM, outras dispensam acareação, uma vez
que não há depoimentos conflitantes, etc.

a) Remessa de Ofícios:

- Ofício ao Comandante do sindicado, é o modelo do Anexo H das IG 10-11, para liberar o sindicado de suas missões corriqueiras por tempo
hábil para este comparecer ao local determinado para poder prestar seu depoimento e para poder acompanhar, caso queira, os demais atos do
processo (direito ao contraditório e a ampla defesa).

- Ofícios ao sindicado, ou qualquer outro meio hábil a dar ciência dos atos processuais a serem realizados. O sindicado deve ser notificado dos
atos a serem realizados com uma antecedência mínima de dois dias úteis, para que possa presencia-los, consoante o art. 12 das IG 10-11.
Note-se que o sindicado pode comparecer ou não ao depoimento das testemunhas, por exemplo, mas deve ser obrigatoriamente notificado
deste ato, como dos demais. Trata-se de uma das expressões do direito a ampla defesa e ao contraditório, cuja observância é fundamental para
a licitude da sindicância. Uma vez constatado o não atendimento a estes direitos à decisão do Comandante da OM fundamentada na sindicância
é passível de reforma pelo Poder Judiciário.

- Ofícios às testemunhas, modelo do Anexo I das IG 10-11, se existentes, com a finalidade de prestarem informações úteis ao esclarecimento
do fato e sua autoria. Serve basicamente para designar uma data para a inquirição. Se a testemunha é militar, convém que seja expedido um
ofício também ao seu comandante com o teor similar ao ofício expedido ao comandante do sindicado.

- Ofícios requerendo remessa de documentos. Como o Comandante da OM delegou ao sindicado as atribuições para proceder à sindicância,
delegou também a competência para expedir ofícios requisitando medidas necessárias à elucidação do fato. Por conseguinte não é necessário
se requerer ao Comandante para que este oficie quem pode elucidar o fato. O próprio sindicante pode oficiar Delegado de polícia requerendo a
remessa de ocorrências policiais; ou requisitar perícias técnicas, remessa de documentos, alterações militares, entre outras diligências. Tudo
conforme a exigência do caso concreto: o que será necessário para apurar o fato.

• Note-se que os ofícios supracitados devem ser confeccionados e enviados o mais rápido possível. A preferência, objetivando o
cumprimento dos prazos, é que todos os documentos até aqui citados (as medidas organizacionais, notificação prévia e os ofícios
necessários) sejam confeccionados no mesmo dia que o oficial soube da sua designação. Para isso basta que se preencha os
formulários citados

- Cartas Precatórias, modelo do Anexo J das IG 10-11, trata-se de um "ofício" enviado ao Comandante da OM de quem deve prestar
informações, solicitando que se determine a um oficial a diligência necessária. Pode-se querer que lá seja inquirida uma testemunha, o ofendido
ou o sindicado, ou que seja efetuada qualquer outra diligência.
b) Inquirição das testemunhas: modelo do Anexo L das IG 10-11, é um termo contendo as declarações das testemunhas, se existentes. Deve-se
precisar o local e data da inquirição, qualificar a testemunha e relatar o que foi respondido pelo depoente.

c) Inquirição do sindicado: modelo do Anexo M das IG 10-11, semelhante ao termo de inquirição de testemunhas, devendo conter as mesmas
especificações de data, local, qualificação do sindicado e suas declarações. No depoimento o sindicado deve ser alertado (constando nos autos)
que tem um prazo de três dias para apresentar defesa prévia, condado desta data.

d) Acareação: modelo do Anexo O das IG 10-11, trata-se de por frente a frente duas testemunhas ou testemunha e ofendido ou sindicado, ou
sindicado e ofendido, ou seja, duas pessoas que prestaram depoimentos conflitantes para se determinar qual o motivo da imprecisão do
depoimento anterior. Importa salientar que as testemunhas ou quem irá prestar depoimento, devem ser tratadas com cordialidade e urbanidade,
mesmo em uma situação em que a discordâncias de depoimentos ou haja um sentimento de aversão à pessoa ou aos seus atos.

4º Passo: Apresentação de Defesa Prévia


Prevista no art. 13, das IG 10-11, é faculdade do sindicado, em 3 dias contados da sua inquirição apresentar uma defesa prévia e apresentar um
rol de testemunhas. As testemunhas podem ser arroladas no próprio interrogatório do sindicado. Pode ocorrer, em virtude da simplicidade da
sindicância, que os atos de instrução se limitem à oitiva do sindicado, ofendido e testemunhas, realizadas todas em um único dia. Neste caso, a
defesa previa pode ficar prejudicada, já que neste dia é lavrado o termo de encerramento da instrução e começa a contar também o prazo para
as alegações finais. É ilógico elaborar duas peças de defesa nestas condições, pois uma seria a repetição da outra. Contudo, independente deste
fato, é imperativo a notificação do sindicado do prazo para a defesa prévia e apresentação do rol de testemunhas, cabendo a este a faculdade de
não apresenta-la.

5º Passo: Termo de Encerramento de Instrução e Termo de Vista da Sindicância


a) Termo de Encerramento de Instrução: com previsão no art. 6º, inc. IX, das IG 10-11, é o modelo do Anexo P das IG 10-11. Sua finalidade é
marcar o fim da persecução dos fatos por parte do sindicante.

b) Termo de Vista da Sindicância: prevista no art. 6º, inc. IX, das IG 10-11, é o modelo do Anexo Q das IG 10-11, serve para que o sindicado
possa tomar ciência do conteúdo dos autos e então elaborar a sua defesa. É elaborada no mesmo instante do Termo de Encerramento da
Instrução e deve ter um Aviso de Recebimento do sindicado, com data e hora especificada. Este é o marco inicial para contagem do prazo de
cinco dias para o oferecimento das Alegações Finais.

6º Passo: Juntada de Defesa ou Certidão de decurso do prazo


São os modelo do Anexo R e S das IG 10-11, respectivamente. O sindicado pode requer a juntada de sua defesa (denominada alegações finais).
Caso não seja apresentada defesa, o sindicante deve certificar nos autos o decurso do prazo sem apresentação das alegações finais. Da certidão
começa a contar o prazo de três dias para apresentar seu relatório.

7º Passo: Relatório
Previsto no parágrafo único do art. 6º, das IG 10-11, encontra-se no modelo do Anexo T das IG 10-11. É uma peça dividida em duas partes: uma
expositiva dos fatos através de uma narração, analisando as causas e circunstâncias nas quais se desenvolveram as ocorrências, e verificando
também a existência da imprudência, imperícia ou negligência; e uma parte conclusiva, no sentido de: inexistência de crime ou de transgressão
disciplinar; existência de transgressão disciplinar, declinando, se possível, qual ou quais os dispositivos regulamentares infringidos pelo Sindicado
e demais envolvidos no caso; recomendar a instauração de IPM, nos termos da letra "f" do Art 100 do CPPM, em face da existência de indícios de
infração penal militar, etc; ou da existência de crime comum, quando então as autoridades da Polícia Civil deverão ser acionadas na forma da lei.
Deve versar também sobre a existência de prejuízos, os quais devam ser imputados à Fazenda Nacional ou ao responsável pelos mesmos.

8º Passo: Termo de Encerramento e Ofício de Remessa a Autoridade Instauradora


a) Termo de Encerramento: previsto no art. 6º, inc. IX, das IG 10-11, encontra-se no modelo do Anexo U das IG 10-11. Visa a formalizar o fim
do cumprimento da delegação. Repare que não se deve confundir este Termo de Encerramento com aquele previsto no 5º Passo.

b) Ofício de Remessa a Autoridade Instauradora: com previsão no art. 6º, inc. IX, das IG 10-11, encontra-se no modelo do Anexo V das IG 10-
11. Confeccionado juntamente com o termo de encerramento é o último ato da sindicância elaborado pelo sindicante.

3. Medidas Incidentais: Termo de Substituição de Sindicante e Diligências Complementares

Medidas Incidentais são os procedimentos a serem tomados no curso da sindicância, ou seja, que ocorrem durante a apuração dos fatos. As mais
comuns são a Substituição do Sindicante e a necessidade de diligências complementares, como se observa a seguir.

a) Termo de Substituição de Sindicante: é o modelo do Anexo N das IG 10-11. Pode ocorrer que o designado como sindicante, ao iniciar o
procedimento ou no seu desenvolvimento, verifique que é impedido ou suspeito para proceder à sindicância. Neste caso, deve lavrar um termo
de substituição de sindicante, em face do impedimento que julga possuir, e remeter os autos para a Autoridade instauradora.

b) Diligências Complementares: com previsão no artigo 14 das IG 10-11. Ao receber os autos do sindicante a Autoridade Instauradora pode
acreditar que as informações prestadas não foram suficientes para formar seu juízo de convencimento. Se isso ocorrer ele pode determinar que
sejam feitas diligências complementares, fixando novo prazo que não pode exceder a 10 dias corridos.

4. Solução da Sindicância
Enviados os autos à Autoridade instauradora esta irá apresentar solução ao apurado, determinando a medida administrativa que julgar
necessária. A Autoridade instauradora poderá concluir pelo enquadramento disciplinar do sindicado, ou pela instauração do IPM, se houverem
indícios de crime militar, pode imputar os prejuízos decorrentes da irregularidade constatada, ou, ainda, determinar o arquivamento dos autos. A
solução da Sindicância deve ser apresentada em cinco dias contados do ofício de remessa de conclusão da Instrução ou das medidas
complementares. E a decisão deve ser publicada em BI.

Você também pode gostar