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Vivência Com A Doença Crónica-2

Este documento descreve a vivência de uma mulher portuguesa de 67 anos com diabetes mellitus tipo 2. A diabetes é uma doença crónica caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue. O documento explica como o diagnóstico é feito e quais são os sintomas e complicações mais comuns. Além disso, discute estratégias para controlar a doença, como dieta, exercício e medicação.

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Vanessa Mireia
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Vivência Com A Doença Crónica-2

Este documento descreve a vivência de uma mulher portuguesa de 67 anos com diabetes mellitus tipo 2. A diabetes é uma doença crónica caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue. O documento explica como o diagnóstico é feito e quais são os sintomas e complicações mais comuns. Além disso, discute estratégias para controlar a doença, como dieta, exercício e medicação.

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Vivência com a

doença crónica:
Diabetes Mellitus
tipo II
Psicologia da Saúde (2ª tarefa)

Filipa Gouveia ep11220 | Diogo Pinto ep11295 | Jéssica Soares ep11340 | Vanessa Moreira ep11326 | Emilly Ruiz ep11368

Na sequência do trabalho que nos foi proposto, vamos hoje apresentar um caso sobre a
Vivência com a doença crónica: Diabetes mellitus tipo II. Para tal, vamos primeiro definir
doença crónica, falar um pouco sobre a Diabetes Mellitus tipo II, e somente depois sobre a
vivência com a doença da nossa entrevistada.

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A doença crónica é
uma alteração do
estado de saúde que:

Doença Tem uma duração superior a 3


meses (no espaço de um ano);

crónica Implica alterações na vida


quotidiana;

Frequentemente exige cuidados


médicos significativos.

(Boyse, Baujaoude & Laundy, 2008)

Segundo Boyse, Baujaoude & Laundy (2008), a doença crónica é uma alteração do estado
de saúde que tem uma duração superior a 3 meses (num espaço de 1 ano), que altera as
atividades de vida diária e que exige frequentemente cuidados médicos significativos.

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Diabetes
Sintomas
Mellitus frequentes:

tipo II Urinar em grande


quantidade e muitas
mais vezes,
especialmente durante
a noite (poliúria);
Sede constante e
intensa (polidipsia);
Fome constante e difícil
O que é? Como é feito o de saciar (polifagia);
Comichão (prurido) no
diagnóstico?
Segundo a OMS, a diabetes é corpo, designadamente
uma doença crónica que É feito com recurso a nos órgãos genitais;
ocorre quando o pâncreas análises e interpretação dos Visão turva;
não produz insulina suficiente sintomas. Cansaço;
ou quando o corpo não pode Sensação de boca seca.
usar eficazmente a insulina
que produz.
.

A diabetes mellitus II, segundo a OMS, é uma doença crónica que ocorre quando o
pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não pode usar eficazmente a
insulina que produz.

O diagnóstico desta doença é feito com recurso a análises e interpretação dos sintomas.
Sendo que nessas análises, encontramos, entre muitos outros parâmetros, os valores de
glicemia.

Como a diabetes tipo 2, é um caso de excesso de glicose no sangue (hiperglicemia), os


sintomas mais comuns são o cansaço, urinar frequentemente e em muita quantidade,
sensação de boca seca, muita sede, visão turva, muita fome sendo esta difícil de saciar e,
por fim, comichão, especialmente na zona genital.

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Complicações frequentes
Retinopatia – lesão da retina;
Nefropatia – lesão renal;
Neuropatia – lesão nos nervos do
organismo;
Macroangiopatia – doença coronária,
cerebral e dos membros inferiores;
Hipertensão arterial;
Hipoglicemia – baixa do açúcar no sangue;
Hiperglicemia – nível elevado de açúcar no
Como controlar?
sangue;
Alimentação adequada; Lípidos no sangue – gorduras no sangue;
Exercício físico como parte da rotina Pé diabético – arteriopatia, neuropatia;
diária; Doenças cardiovasculares
Com o auxílio de outros medicamentos Obstrução arterial periférica – perturbação
específicos (que não a insulina). da circulação, por exemplo, nas pernas e
nos pés;
Os medicamentos usados no tratamento deste Infeções diversas e persistentes – boca e
tipo de diabetes são geralmente fármacos gengivas, infeções urinárias, infeções das
(comprimidos) que atuam no pâncreas, cicatrizes depois das cirurgias.
estimulando a produção de insulina.

De forma a controlar estas condições, é essencial adotar uma alimentação equilibrada,


variada, fracionada e adaptada às necessidades individuais; praticar exercício físico como
parte da rotina diária e fazer uso de outros medicamentos específicos, que não a insulina.

Os medicamentos que podem ser usados no tratamento deste tipo de diabetes são
geralmente fármacos (comprimidos) que atuam no pâncreas, estimulando a produção de
insulina. Para além disso, manter-se atento aos níveis de glicemia, seguir as indicações do
médico relativamente à medicação e ser assíduo nas consultas de acompanhamento, são
medidas importantes no controlo da diabetes, uma vez que a persistência da
hiperglicemia pode culminar em várias complicações como as que se encontram
indicadas no slide.

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Modelo Compreensivo

Para analisarmos as estratégias de adaptação psicossocial à doença crónica utilizadas pela


nossa entrevistada, recorremos ao Modelo Compreensivo.
Esse modelo é uma combinação dos modelos propostos por Moos e Tsu, Lazarus, Corr e
Samson. Está subdividido em 5 componentes principais.

O primeiro abrange a história pessoal e o contexto social da pessoa.


O segundo engloba avaliações cognitivas da doença, o terceiro incorpora diferentes
conjuntos de tarefas de adaptação.
E, o quarto e o quinto elementos compreendem estratégias de confronto e o resultado,
respectivamente (Samson & Siam, 2007).

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Caracterização
da entrevistada
67 anos
Nacionalidade
Sexo feminino portuguesa

12º ano Reformada

Comorbilidade:
Diagnosticada Hipertensa e
há 29 anos insuficiente cardíaca

Seguindo essa linha de pensamento, iremos começar por abordar a história pessoal e o
contexto social da nossa entrevistada, que tal como mencionamos anteriormente,
constitui o primeiro nível do Modelo Compreensivo.

É importante levar em consideração esses elementos, pois eles tendem a impactar o


processo de adaptação, tanto positiva quanto negativamente (Samson & Siam, 2007).
Relativamente à nossa entrevistada, ela é portuguesa, tem 67 anos, é reformada, tendo
trabalhado ao longo da sua vida como empregada doméstica, tem o 12º ano de
escolaridade e, para além de diabética, é hipertensa e insuficiente cardíaca.

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Diagnóstico de diabetes

Fonte de A entrevistada teve diabetes gestacional que


gerou ansiedade e preocupações.

stress
A doença permaneceu após a gravidez e a
entrevistada reconheceu que era uma “doença
má”.
A diabetes não tem cura, apenas pode ser gerida.

Foi diagnosticada há 29 anos, inicialmente, com diabetes gestacional que, em seguida,


progrediu para a diabetes mellitus tipo II, devido à falta de controlo alimentar, tanto que a
mesma refere “ Eu tive diabetes quando estive grávida (...). Eu tentei seguir a dieta que ele
(o médico) mandou, mas só me apetecia comer doces! (...) fiz a dieta mais ou menos e
tentei controlar-me (...)”.

Referir também que a entrevistada não possui histórico de diabetes na família.

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Conhecimento prévio da doença

Transição “Eu não sabia as consequências dos diabetes, pensava


que tinha só a ver com os açúcares”.

após o Contexto
“Quando soube que tinha diabetes enquanto estava
grávida fiquei muito ansiosa e assustada porque, não

diagnóstico queria que a minha filha tivesse complicações. Quando


soube já depois da gravidez, já não estava tão
preocupada”.

Eventos relacionados com a Situação Socioeconómica


doença “Sou reformada.” “Fui empregada de limpeza muitos
anos”.
“Ai...eu tenho sofrido horrores com isto. Tenho muitas
complicações por causa disto. Não consigo muitas
vezes levantar-me da cama sozinha com as dores nos Suporte social
pés. Já para não falar da minha bexiga, que estou “Eu falo com o meu médico e com o meu marido,
sempre com dores e infeções e os médicos dizem que sobretudo. Também falo com a minha filha e com a minha
não há nada a fazer.” Nelinha”.

Quando foi questionada relativamente a eventos que aconteciam como consequência da


doença, a entrevistada referiu que tinha “muitas complicações”, sendo o exemplo disso, as
infeções e dores na bexiga, e as dores nos pés, onde afirma “Não consigo muitas vezes
levantar-me da cama sozinha”.

Quando soube do diagnóstico, a entrevistada revelou não ter muito conhecimento sobre a
doença, contudo ficou com receio que a sua filha tivesse complicações, uma vez que
estava grávida quando foi diagnosticada.

Desde o diagnóstico foi nos possível ver que a nossa entrevistada teve suporte social,
principalmente familiar. “Eu falo com o meu médico e com o meu marido, sobretudo.
Também falo com a minha filha (…)”

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Avaliação
Cognitiva
Primária
“The process of primary appraisal results in different
ways of conceptualizing the impacts of the illness on
one’s well-being.”

(Samson & Siam, 2008)

Segundo Samson & Siam (2007), “o processo de adaptação psicossocial à doença crónica é
determinado pela avaliação cognitiva do diagnóstico.”
Ou seja, o impacto que o diagnóstico da doença crónica tem nos indivíduos é determinado
pela própria experiência em função das suas percepções, e por isso, “a reação inicial ao
diagnóstico e a subsequente realização das tarefas de adaptação dependem em grande
parte da avaliação cognitiva do stressor – que é o próprio diagnóstico.”(Samson & Siam,
2007).

Assim sendo, passaremos agora para o segundo nível do Modelo Compreensivo, que
envolve as apreciações cognitivas (estas que constituem a base do Modelo de Cohen e
Lazarus (Samson & Siam, 2007)).

As apreciações ou avaliações cognitivas dividem-se em apreciação cognitiva primária e


secundária.

O processo de apreciação primária resulta em diferentes maneiras de avaliar os impactos


da doença sobre o bem-estar. Podendo a situação ser interpretada como stressante,
benigna ou irrelevante (Samson & Siam, 2007).

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Descoberta da doença: “Quando soube que tinha
diabetes enquanto estava grávida fiquei muito ansiosa e
assustada porque, não queria que a minha filha tivesse

Impactos complicações. Quando soube já depois da gravidez, já não


estava tão preocupada. Sabia que era uma doença má, mas
pronto.
da doença Sentimento em relação à evolução da doença: “(…) o
meu coração. Tenho medo que fique com mais problemas.”

Ao longo da entrevista, deparamo-nos com certas respostas que nos esclareceram como a
nossa entrevistada se sentia relativamente à sua doença.

Por exemplo, quando questionada sobre como se sentiu quando recebeu o diagnóstico, a
mesma respondeu “Quando soube que tinha diabetes enquanto estava grávida fiquei
muito ansiosa e assustada, porque não queria que a minha filha tivesse complicações.
Quando soube, já depois da gravidez, já não estava preocupada. Sabia que era uma doença
má, mas pronto. (...)”.

Deste modo, verificamos que a nossa entrevistada interpretou essa situação/mudança na


sua vida, inicialmente como stressante e ameaçadora, uma vez que, manifestou emoções
negativas como ansiedade, medo e preocupação, devido ao facto da doença poder vir,
não só, a afetar a sua saúde, como também a da sua filha.

Porém, depois da diabetes deixar de ser um fator de risco para a saúde da filha, a
entrevistada aceitou a doença tal como ela era, deixando de ser também, durante algum
tempo, uma grande preocupação para si mesma.

Contudo, com o avançar da doença surgiram outras complicações, como a insuficiência


cardíaca, e a mesma acabou por voltar a manifestar sentimentos negativos, como o medo.

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Avaliação
Cognitiva
Secundária
“Secondary appraisal consists of evaluating coping
resources and alternatives in order to deal with the
difficulties, restrictions and demands the illness imposes
on life.”

(Samson & Siam, 2008)

A apreciação secundária consiste em avaliar os recursos e alternativas de confronto


disponíveis para lidar com as dificuldades e restrições que a doença impõe à vida.

É a avaliação secundária que permite a realização das tarefas de adaptação.


Estando as tarefas adaptativas relacionadas a todos os aspetos da funcionalidade humana
que são relevantes durante a adaptação, esta pode se dividir em tarefas adaptativas
físicas, psicológicas, sociais, espirituais e vocacionais (Samson & Siam, 2007).

Com base na informação fornecida pela nossa entrevistada, identificamos tarefas


adaptativas físicas, psicológicas, sociais e espirituais.

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Tarefas Adaptativas

Nível Físico
Nível Psicológico
Adesão ao regime medicamentoso: “(...) comprei os comprimidos
e fiz a minha vida normal (...)”
Autonomia e controlo: “(...) vou continuar a tentar
“o médico receitou-me um medicamento para me acalmar e controlar a comida e dar as minhas caminhadas quando
ajudou. (...)” consigo. “
“(...) tomo os comprimidos, mas o meu médico já disse que ia ter Autoimagem positiva: “(...) a minha personalidade não
que usar a insulina “ mudou por causa disso.“
Acompanhamento da doença: “(...) tenho todos os meses
Perspetiva acerca do futuro com a doença: “Quero
consulta no doutor dos diabetes e vou à enfermeira do posto
acreditar que a doença não vai evoluir e que não me vai
médico também, mas não todos os meses.”
Caminhadas: “(...) vou continuar a tentar (...) dar as minhas trazer mais problemas do que os que eu já tenho”
caminhadas quando consigo.”

Quanto à tarefa adaptativa física, esta consiste principalmente em atender a todas as


exigências médicas prescritas pelos profissionais de saúde (Samson & Siam, 2007).

Alguns exemplos deste tipo de tarefa adotada pela nossa entrevistada são a adesão ao
regime medicamentoso, para controle da diabetes, da ansiedade (quando teve diabetes
gestacional), da hipertensão e da insuficiência cardíaca, melhoria da alimentação, ainda
que temporária, visto que não consegue manter uma alimentação saudável durante muito
tempo, as caminhadas que faz de vez em quando, e o acompanhamento médico que
recebe.

No que toca à tarefa adaptativa psicológica, a mesma consiste em manter um equilíbrio


emocional satisfatório e recuperar o senso de controle sobre a própria vida (Samson &
Siam, 2007).

Podemos identificar essa tarefa de adaptação, por exemplo, quando a entrevistada diz
“(...) vou continuar a tentar controlar a comida e dar as minhas caminhadas quando
consigo.”, apresentando autonomia e controlo.

Para além disto, ainda identificamos que a entrevistada mantém uma autoimagem positiva
e que tem uma perspetiva positiva acerca do futuro com a doença.

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Tarefas Adaptativas

Nível Social Nível Espiritual Nível Vocacional


Apoio social: “Eu falo com o meu Sentimento de esperança: “Quero A entrevistada é reformada, pelo que
médico e com o meu marido, acreditar que a doença não vai evoluir esta tarefa não se adequa.
sobretudo. Também falo com a minha e que não me vai trazer mais problemas
filha e com a minha Nelinha.” (...) “Com do que os que eu já tenho”
todos, mas principalmente com o meu
marido que me ajuda em tudo e olha
mais por mim do que eu. “

Em relação à tarefa adaptativa social, esta visa obter apoio social eficaz de outras pessoas
significativas, amigos e familiares (Samson & Siam, 2007).
Por exemplo,a nossa entrevistada afirma ter sentido grande apoio por parte de todos,
mas especialmente do marido.

Já a tarefa adaptativa espiritual é um esforço que é dado pela doente para dar sentido ao
surgimento da doença e a todas as consequências que ela acarreta (Samson & Siam, 2007).
Conseguimos identificar essa tarefa de adaptação no discurso da nossa entrevistada
quando questionada em relação à forma como visualiza o seu futuro com diabetes, a
mesma respondeu: “Quero acreditar que a doença não vai evoluir e que não me vai trazer
mais problemas do que os que eu já tenho”, demonstrando desta forma, um sentimento
de esperança.

Ressaltar que não verificamos tarefas adaptativas vocacionais, uma vez que a
entrevistada já não exerce atividade profissional.

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Estratégias focadas na
emoção
“Com todos, mas principalmente com o meu marido
que me ajuda em tudo e olha mais por mim do que

Estratégias
eu. “

Estratégias focadas no

de confronto problema
“(...) tenho todos os meses consulta no doutor dos
diabetes e vou à enfermeira do posto médico
também, mas não todos os meses.”

“Eu tenho uma caneta de insulina que uso quando


os valores estão muito altos (...)”

Ainda dentro da linha de pensamento do Modelo Compreensivo de Samson e Siam, após o


terceiro nível, que corresponde às tarefas adaptativas adotadas pelo indivíduo, segue-se o
quarto nível que corresponde às estratégias de confronto (de coping) com doença.

Estratégias de coping são definidas como qualquer esforço destinado a gerir, tolerar e
minimizar as dificuldades e restrições tipicamente associadas a eventos stressantes da
vida.

Seguindo a abordagem de Lazarus e Folkman, categorizamos as estratégias em estratégias


centradas no problema e estratégias centradas na emoção.

Relativamente à nossa entrevistada, consideramos que ela mobilizou tanto estratégias de


coping centradas no problema quanto estratégias centradas na emoção.

Quanto às estratégias de coping focadas na emoção, destacamos a procura do suporte


familiar, uma vez que a mesma faz referência ao apoio por parte da família, especialmente
do marido, pois quando questionada sobre as pessoas com quem pode contar quando
precisa de apoio para gerir a doença, a mesma responde: “ com todos, mas
principalmente com o meu marido que me ajuda em tudo e olha mais por mim do que eu”,
o que reflete também um pouco de falta de autopreocupação.

Em relação às estratégias de coping focadas no problema, temos a resolução planeada do


problema, que consiste em adotar mecanismos ponderados de confronto à doença; como
exemplo disso temos o acompanhamento regular por profissionais de saúde, o regime

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medicamentoso (não referimos o alimentar visto que a entrevistada não segue
regularmente um plano alimentar adaptado à doença) e mecanismos de reação perante o
descontrolo no nível de glicemia (uso da caneta de insulina).

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Resultado
Positivo
A entrevistada adaptou-se à nova realidade de viver
com a diabetes, conseguindo um novo estado de
equilíbrio e um novo sentido de normalidade. Apesar
das dificuldades que a doença trouxe à sua vida, a
entrevistada procurou desenvolver um sentido de
esperança e apoio familiar, sem perder a sua
essência e estimulando a sua auto-estima.

“(...) arranjo-me na mesma bem e gosto de me ver”

Após todas as adaptações que são feitas pelos indivíduos durante o processo de
adaptação à doença , segundo o modelo estudado, é esperado no fim do processo, um
resultado positivo ou negativo. Sendo o positivo “indicativo de um novo estado de
equilíbrio psicossocial, realçado por um sentido de normalidade restabelecido” (Samson &
Siam, 2007) e “o negativo indicativo de um certo grau de deterioração e declínio
psicológico” (Samson & Siam, 2007).

Assim sendo, após a análise de todas as mudanças e adaptações feitas pela nossa
entrevistada, consideramos que esta revelou um resultado positivo porque adaptou-se à
nova realidade de viver com a diabetes, conseguindo atingir um novo estado de equilíbrio
e um novo sentido de normalidade.

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Resultado
Negativo
A entrevistada refere limitações físicas que
interferem na sua vida social: “Gostava de sair mais
de casa, passear ou assim, e não consigo.”, “Não
consigo muitas vezes levantar-me da cama
sozinha com as dores nos pés (...)”. Observamos
um relato de limitação do seu funcionamento, que
lhe causa grande sofrimento.

E um relato de dependência quando afirma que


não sabe gerir a sua doença e a sua sorte é o seu
marido: “(...) a minha sorte é o meu Afonso”

Contudo, a entrevistada também apresenta dados para um resultado negativo, visto que
esta refere limitações físicas que interferem na sua vida social, causando sofrimento. Para
além disto, ainda salientamos a má gestão da sua doença, caracterizada pela má
alimentação, que contribui para o seu declínio físico, e a dependência dos cuidados do
marido que a mesma relata, afirmando que não tem capacidade de gerir a sua doença e a
sua sorte é o seu Afonso.

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Este trabalho permitiu-nos ter uma visão mais
íntima acerca da vivência com uma doença
crónica, neste caso, a diabetes e permitiu-nos
também saber mais acerca desta patologia.

Relativamente ao relato da nossa entrevistada,


concluímos que é uma pessoa que desvaloriza
a sua condição e não tem motivação suficiente

Conclusão para fazer as alterações necessárias para


melhorar a sua saúde, como o não seguir um
regime alimentar adaptado e a prática de
exercício físico.

No entanto, também notamos que apesar das


suas limitações físicas decorrentes da
diabetes, a entrevistada leva a sua vida de
forma positiva e encara a doença com
esperança.

Este trabalho permitiu-nos ter uma visão mais íntima acerca da vivência com uma doença
crónica, neste caso, a diabetes e permitiu-nos também saber mais acerca desta patologia.
Relativamente ao relato da nossa entrevistada, concluímos que é uma pessoa que
desvaloriza a sua condição e não tem motivação suficiente para fazer as alterações
necessárias para a melhorar a sua saúde, como o não seguir um regime alimentar
adaptado e a prática de exercício físico.
No entanto, também notamos que apesar das suas limitações físicas decorrentes da
diabetes, a entrevistada leva a sua vida de forma positiva e encara a doença com
esperança.

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Referências Bibliográficas
SNS. Dia Mundial da Saúde 2016 (2016). Vencer a Diabetes https://www.sns.gov.pt/noticias/2016/04/04/dia-mundial-da-
saude-2016/

Dias, E. N., & Pais-Ribeiro, J. P. (2019). O modelo de coping de Folkman e Lazarus: aspectos históricos e conceituais.
Revista Psicologia e Saúde, 11(2), 55-66. https://dx.doi.org/10.20435/pssa.v11i2.642

Samson, A., & Siam, H. (2007). Adapting to major chronic illness: A proposal for a comprehensive task-model approach.
doi:10.1016/j.pec.2007.10.018

Santos, J., (2019). Conhecimento de pessoas com hipertensão e/ou diabetes acerca de sua doença e de suas práticas
relacionadas ao estilo de vida na atenção primária à saúde
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/19793/1/JulianaDaSilvaSantos_Dissert.pdf

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