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Meningites e Meningoencefalites

Este documento discute meningite e meningoencefalite, incluindo suas definições, causas, etiologia, patogenia e quadros clínicos. A meningite é um processo inflamatório das leptomeninges que pode se estender para estruturas adjacentes e é causada principalmente por agentes infecciosos. As meningites bacterianas são emergências médicas e podem levar à morte em poucas horas se não tratadas. Os sintomas variam de acordo com a idade, sendo mais inespecí
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Meningites e Meningoencefalites

Este documento discute meningite e meningoencefalite, incluindo suas definições, causas, etiologia, patogenia e quadros clínicos. A meningite é um processo inflamatório das leptomeninges que pode se estender para estruturas adjacentes e é causada principalmente por agentes infecciosos. As meningites bacterianas são emergências médicas e podem levar à morte em poucas horas se não tratadas. Os sintomas variam de acordo com a idade, sendo mais inespecí
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Pediatria Vera Almeida Prado

Meningite e Meningoencefalites Nas meningites bacterianas, geralmente, há


colonização de rinofaringe e orofaringe e daí a
Meningite
disseminação via hematogênica. As bactérias
Introdução penetram o SNC através da infecção do LCE por
intermédio do plexo coroide dos ventrículos laterais,
Definição: processo inflamatório das leptomeninges ganhando o LCE extracerebral e aracnoide.
que pode se estender para as estruturas
adjacentes. A bactéria é capaz de gerar vasculite preferencial
na base do crânio levando à HIC, levando a óbito
Causas: agentes infecciosos (maioria das vezes), em 12 a 36 horas.
agentes irritantes.
Fatores de risco para meningites e
Meningite bacteriana: urgência médica! meningoencefalites
Meningoencefalite: inflamação que se estende  IVAS
além das meninges, acometendo o encéfalo.  Pneumonia
 OMA
Etiologia
 DM
Meningite viral:  Esplenectomia
 Hipogamaglobulinemia
 Enterovírus  Deficiência de complemento
 Varicela-zóster  TCR com fratura de base de crânio
 Herpes-vírus humano 1 e 2  Fístula liquórica
 Arbovírus  Anemia falciforme
 Vírus da caxumba
 Vírus do sarampo Quadro Clínico

São mais frequentes as infecções virais em crianças Meningites virais:


maiores de 1 ano de idade, adolescentes e adultos
 Menor intensidade dos sintomas
jovens.
 Menor gravidade
Meningite bacteriana:  Sintomas do agente desencadeante (ex.:
exantema, parotidite, diarreia)
 Neonatal – 2 meses: patógenos do canal de  Pródromo
parto o Cefaleia
o Streptococcus B o Náuseas e vômitos
o Listeria monocytogenes o Fotofobia
o H. influenzae B o Sinais de irritação meníngea
o Bacilos entéricos gram-negativos o Febre
 Escherichia coli o Hipotermia
 Klebsiella sp
 2 – 24 Meses: Meningoencefalites:
o S. pneumoniae (45%)
Prostração, irritabilidade, coma, acometimento dos
o Nisseria meningitidis (30%)
pares cranianos, plegias, paresias, crises convulsivas.
o Streptocpccus B (maior parte até 3
meses) Meningites bacterianas:
o H. influenzae
 2 – 18 anos:  Maior intensidade dos sintomas
o N. meningitidis (60%) (C e B)  Maior gravidade
o S. pneumoniae (25%)  Evolução progressiva em um ou mais dias
o H. influenzae (8%) precedida ou não por febre ou
 Curso agudo e fulminante com
OBS.: meningite fúngica em imunodeprimidos e manifestações de sepse e meningite em
com traumatismo craniano ou manipulação algumas horas
extensa do SNC.
Sinais e sintomas das meningites bacterianas por
Patogenia faixa etária:
A partir do sítio de entrada (inalatório, gastrintestinal, Recém-nascidos e lactentes jovens
contato com mucosas) o vírus se dissemina pela via
hematogênica até o SNC.  Manifestações inespecíficas
 Febre
Pediatria Vera Almeida Prado

 Hipotermia A meningite deve ser incluída em diagnóstico


 Hipoatividade diferencial de qualquer alteração de estado de
 Sucção débil consciência: letargia, irritabilidade etc.
 Gemência e irritabilidade
Doença Meningocócica
 Abaulamento da fontanela
 Crises convulsivas Engloba a meningite, artrite meningocócica,
 Opistótono meningococcemia (rash petequial ou purpúrico) e
a sepse ou choque séptico.
Não apresentam rigidez de nuca ou sinais de HIC
(devido à fontanela aberta). A partir da colonização do trato respiratório superior
inicia-se o quadro de IVAS e a infecção pode evoluir
Coleta de líquor: parte do rastreamento infeccioso
para uma infecção sistêmica. Em alguns casos,
em lactentes com febre sem sinal localizatórios até
verifica-se rash do tipo maculopapular horas antes
os 3 meses de idade.
do quadro séptico.
Lactentes maiores e pré-escolares
Quadro clínico clássico: febre, hipotensão, mialgia
 Febre elevada intensa, toxemia acentuada, petéquias, sufusões
 Vômitos hemorrágicas, rápida evolução para choque e
 Abaulamento de fontanela coagulação intravascular disseminada.
 Alterações sensoriais
Uma parcela considerável dos casos não responde
 Manifestações neurológicas
ao tratamento e evolui para óbito. Isso se deve à
 Crises convulsivas
hemorragia adrenal, que reduz a capacidade do
 Alteração dos pares cranianos
organismo de reagir ao estresse infeccioso.
Sinais de HIC grave:
A ausência de meningite na infecção
 Hiperventilação meningocócica é um fator de mau prognóstico: há
 Bradicardia maior índice de mortalidade na meningococcemia
 Herniação das amígdalas (descerebração e sem meningite do que na doença meningocócica
decorticação) com acometimento do SNC.

Escolares e adolescentes Além do SNC, podem ser acometidos os sistemas


cardíaco, adrenal e articulações.
Mesmo quadro que adultos – tríade clássica: febre,
vômito e cefaleia. O tratamento deve ser instituído o quanto antes e o
caso levado à sala de emergência médica. Trata-
Outros sintomas:
se de uma emergência médica.
 Fotofobia
Síndrome de Waterhouse-Friderichsen: quadro
 Fonofobia
grave associado, principalmente, à N. meningitidis
 Letargia
altamente virulenta. Cursa com hemorragia maciça
 Irritabilidade
na camada medular de uma ou ambas
 Alteração do nível de consciência
suprarrenais, seguida por necrose da camada
Sinais meníngeos: cortical. Ocorre insuficiência adrenal aguda e
necessidade de repor glicocorticoides. Quadro
 Rigidez de nuca clínico: rápida evolução com sufusões
 Sinal de Kernig – extensão dolorosa da perna hemorrágicas na pele, coagulação intravascular
com membro inferior fletido em 90º disseminada e choque séptico pouco responsivo às
 Sinal de Lasegue – dorsiflexão dolorosa do catecolaminas.
pé com joelho em extensão
 Sinal de Brudzinski – dor e flexão involuntária Diagnóstico da Meningite
da perna após manobra de flexão do
Antes de iniciar antibioticoterapia, deve-se realizar
pescoço
história clínica minuciosa, exame físico, coleta de
Podem não ser encontrados em pacientes até 18 exames de sangue e punção lombar para coleta
anos. Em crianças mais velhas e adultos estão de LCE (L2-L5).
presentes em cerca de metade dos casos.
Em casos fulminantes, com hipotensão e FMO, a
A ausência destes sinais não exclui o diagnóstico! antibioticoterapia deve ser realizada
precocemente, apenas coletando exames de
sangue anteriormente, porém, sem atraso do início
do tratamento.
Pediatria Vera Almeida Prado

O LCE, após coletado, deve ser encaminhado para  Cocobacilos e bastões Gram positivos:
análise de bacterioscopia, bioquímica e cultura. Listeria monocytogenes.

Na bacterioscopia e coloração gram, podemos ter: A coleta do LCE deve ser feita com punção lombar,
desde que esta não esteja contraindicada pela
 Diplococos Gram positivos: Streptococcus
presença de algum dos achados relacionados a
pneumoniae;
seguir:
 Diplococos Gram negativos: Neisseria
meningitidis;  Sinais de choque, Infecção da pele sobre o
 Cocobacilos pleomórficos Gram negativos: local da punção, insuficiência respiratória,
Haemophilus influenzae; suspeita de meningococcemia – coleta
 Cocos ou cocobacilos Gram positivos: contraindicada;
Streptococcus do grupo B;  Rebaixamento do nível de consciência grave a
moderado, evidência de hipertensão
Pediatria Vera Almeida Prado

intracraniana ou papiledema, sinais


neurológicos focais, postural anormal, pós crise
convulsiva, bradicardia com hipertensão,
reflexo oculocefálico anormal ou
imunocomprometidos – devem realizar exames
de imagem antes da coleta do LCE;
 Na presença de edema cerebral significativo,
cisternas da base reduzidas ou diagnóstico de
outra patologia (por exemplo, tumor cerebral)
no exame de imagem, a coleta está
contraindicada.
 Trombocitopenia < 50 mil: contraindicação
relativa.

Na suspeita de HIC: realizar TC de crânio para


descartar o risco de herniação iminente.

Em caso de forte suspeita de meningite com fator


de contraindicação à coleta de LCE, deve-se
realizar a coleta assim que possível.

Entre os exames iniciais, é recomendado:

 Hemograma completo com contagem de


plaquetas
 Hemocultura Realiza-se, nesta faixa etária, USG de crânio no início
 Eletrólitos do quadro e semanalmente até a conclusão do
 Glicemia caso, em procura de possíveis complicações.
 Ureia/creatinina
 Coagulograma Após 2 meses de vida

Diagnóstico diferencial A antibioticoterapia empírica deve ser iniciada com


ceftriaxone. Após resultado da punção lombar de
 Meningites por outros agentes LCE, deve ser voltada para o agente identificado.
 Abcesso cerebral e parameníngeo
 Tumores Agentes das meningites bacterianas após 2 de
 Infecção exógena idade:
 Maus-tratos
 Hipervitaminose A

Tratamento

Neonatal e menores de 2 anos

Ampicilina + cefalosporina de 3ª geração


(cefotaxima) durantes 14-21 dias

Doses preconizadas pela faixa etária:


Pediatria Vera Almeida Prado

Tratamento da meningite tuberculosa:

Rifampicina + Pirazinamida + Isoniazida – sem


necessidade de quimioprofilaxia para
contactantes.

Tratamento da meningite viral:

Tratamento de suporte: controle de temperatura e


do vômito, hidratação e analgesia.

Corticoterapia

Emprego controverso. Alguns estudos comprovam


benefício na meningite por H. influenzae B –
dexametasona 0,15mg/g a cada 6 horas
(0,6mg/kg) durante 2 dias – introduzida 20-30
minutos antes da 1ª dose do antibiótico.

Profilaxia para Contactantes de Meningite

Paciente deve ser isolado por, no mínimo, 24 horas,


a partir do início da administração do antibiótico,
exceto para meningite por pneumococo (sem
necessidade de quimioprofilaxia).

A profilaxia de comunicantes cabe à Vigilância


Sanitária, com exceção feita ao acompanhante
hospitalar, que deve ser medicado no local.

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