Prática 6: Circuitos Comparadores
Antônio Victor Gonçalves da Silva – 20189036812
Graduando em Engenharia Elétrica – UFPI
E-mail:
[email protected]Resumo – Nesta prática realizamos a implementação Com relação ao comparador simples, este
de dois tipos de circuitos comparadores utilizando representa a simplicidade e eficiência na
Amp-Ops, mediante simulação e experimentação, o comparação de sinais. Sua funcionalidade direta e
comparador simples e o comparador regenerativo resposta binária fornecem uma base robusta para
Schmitt Trigger. Estes comparadores apresentam
diversas aplicações, desde sistemas de controle até
características de operação muito distintas, fazendo-
se interessante realizar um experimento para buscar conversores analógico-digitais. Exploraremos,
entender o funcionamento de cada um deles, de modo neste relatório, não apenas a teoria por trás desse
que se fizesse uma análise comparativa ao final da dispositivo, mas também seu papel em contextos
prática em laboratório. práticos, reconhecendo sua aplicabilidade e
limitações. Por outro lado, o comparador
regenerativo Schmitt Trigger acrescenta uma
Palavras-chave — amplificador operacional, camada adicional de complexidade e
circuitos comparadores, LCR. funcionalidade ao cenário. Com sua capacidade de
introduzir histerese, esse tipo de comparador
destaca-se em aplicações onde a estabilidade e a
I. MATERIAIS UTILIZADOS imunidade ao ruído são cruciais. Assim, por meio
da análise e comparação dos resultados, podemos
▪ 1 Placa de montagem; tirar conclusões pertinentes sobre esses circuitos
▪ 1 Fonte de alimentação regulada; citados.
▪ 1 Fonte de Sinal;
▪ 1 Osciloscópio;
▪ 1 Amp. Op. 741;
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
▪ 1 Resistor de 100 kΩ;
▪ 1 Resistor de 10 kΩ; a. Comparador simples
▪ 1 Resistor de 1,5 kΩ;
▪ 1 Resistor de 3,3 kΩ; O comparador simples é projetado para
▪ 1 Resistor de 30 kΩ; realizar a tarefa específica de comparar dois sinais
▪ 1 Potenciômetro; de entrada e gerar uma saída que reflete a relação
▪ 1 LCR entre eles. Este dispositivo opera em uma
configuração de amplificador diferencial de alta
ganho, onde a diferença de potencial entre as
II. INTRODUÇÃO entradas é amplificada significativamente,
resultando em uma saída binária que indica qual
Na eletrônica, os circuitos comparadores das entradas é maior.
emergem como peças-chave, desempenhando um
papel fundamental na tomada de decisões lógicas O circuito básico de um comparador
e no processamento de sinais. Estes dispositivos simples, mostrado na figura 1, consiste em um
desafiaram e moldaram o cenário tecnológico, amplificador operacional (amp-op) com dois
tornando-se elementos fundamentais em terminais de entrada (não inversor e inversor) e um
aplicações que variam desde controle de processos terminal de saída. As entradas, denotadas como
até sistemas de comunicação. Neste contexto, este 𝑉𝑖𝑛+ e 𝑉𝑖𝑛− , representam os sinais a serem
experimento visa aprofundar-se na compreensão comparados, enquanto a saída, 𝑉𝑜𝑢𝑡 , fornece a
de dois tipos específicos de circuitos resposta lógica da comparação.
comparadores: o comparador simples e o
comparador regenerativo Schmitt Trigger.
1
Figura 1: Comparador não-inversor e inversor.
A operação do comparador simples pode
ser compreendida por meio da amplificação da
diferença de potencial entre 𝑉𝑖𝑛+ e 𝑉𝑖𝑛− . Se 𝑉𝑖𝑛+ Figura 2: Curva de histerese para o comparador com
for maior que 𝑉𝑖𝑛− , a saída será aproximadamente realimentação positiva.
igual a tensão de alimentação positiva (𝑉𝐶𝐶+ ); caso
contrário, a saída será próxima à tensão de O circuito do Schmitt Trigger inclui um
alimentação negativa (𝑉𝐶𝐶− ). Esta relação pode ser amp-op com feedback positivo, mostrado na
expressada peça seguinte equação: figura 3, essa configuração impõe uma mudança
de estado na saída somente quando a tensão de
(𝑉𝐶𝐶+ , 𝑠𝑒 𝑉𝑖𝑛+ > 𝑉𝑖𝑛− entrada ultrapassa certos limiares. Este
𝑉𝑜𝑢𝑡 = { (1) mecanismo regenerativo resulta em uma resposta
(𝑉𝐶𝐶− , 𝑠𝑒 𝑉𝑖𝑛+ < 𝑉𝑖𝑛−
mais estável a flutuações de sinal e ruídos de
entrada.
A saída permanecerá em um desses
estados até que ocorra uma mudança significativa
na diferença de potencial de entrada. Este
comportamento simples do comparador torna-o
adequado para aplicações onde uma resposta
rápida e direta é necessária, como em sistemas de
controle ou detecção de limites. No entanto, a falta
de histerese no comparador simples pode levar a
oscilações indesejadas em torno de limites de
decisão próximos, o que pode ser uma limitação Figura 3: Comparador com realimentação positiva.
em aplicações mais sensíveis ao ruído. Essa
característica serve como ponto de partida para Essa faixa de tolerância para mudança do
explorar o comparador regenerativo Schmitt sinal de saída pode ser ajustada ao alterar a relação
Trigger, que aborda essa limitação por meio da das resistências 𝑅1 e 𝑅2 , e/ou os valores de
introdução de histerese. saturação positiva e negativa do amp-op.
Observando a curva de histerese da figura 2, os
valores entre 𝑉 + e 𝑉 − determinam o intervalo de
variação do sinal de entrada 𝑉𝑖𝑛 onde não ocorrerá
b. Comparador regenerativo Schmitt Trigger
alteração no sinal de saída 𝑉𝑜𝑢𝑡 , que será um dos
Para o comparador regenerativo Schmitt valores de saturação +𝑉𝑠𝑎𝑡 e −𝑉𝑠𝑎𝑡 . Esses valores
Trigger, há uma evolução referente ao comparador podem ser calculados utilizando as equações
simples, apresentando características distintas que abaixo:
o tornam especialmente eficaz em aplicações onde 𝑅2
a estabilidade é crucial. Uma das principais 𝑉+ = 𝑅 ∙ (+𝑉𝑠𝑎𝑡 ) (2)
1 +𝑅2
melhorias do Schmitt Trigger é a introdução de
histerese, um conceito que minimiza oscilações 𝑅2
𝑉− = 𝑅 ∙ (−𝑉𝑠𝑎𝑡 ) (3)
indesejadas em torno dos pontos de decisão. 1 +𝑅2
2
IV. PROCEDIMENTOS Sabendo desse valor especifico, regulamos o
potenciômetro até atingir uma sensibilidade
Utilizamos um Resistor Dependente da desejada, que faça o LED ascender quando o LDR
Luz (Light Dependent Resistor - LDR), o qual tem ficar no escuro. Com os valores ajustados,
sua resistência baseada na incidência de luz sobre medimos os níveis de tensão que fazem o LED
ele. O gráfico da figura 4 representa essa função ascender e apagar.
da resistência em função da luminosidade, dada
em lux. A partir desse componente podemos variar
uma das resistências de entrada facilmente, e
verificamos a resposta na saída do comparador. b. Parte 2 do experimento
A parte final do experimento é referente
ao comparador regenerativo Schmitt Trigger, ou
comparador com realimentação positiva. O
circuito esquemático é mostrado na figura 6. Para
esse caso devemos determinar os níveis de tensão
de disparo do sinal de entrada que permita chavear
o sinal de saída, os valores teóricos podem ser
encontrados com a equação 2 e 3.
Figura 4: Gráfico da resistência do LDR pela luminosidade.
a. Parte 1 do experimento
Na primeira parte do experimento
utilizamos os circuitos mostrados na figura 4, que
se referem ao esquema do comparador simples.
Inicialmente montamos o circuito da figura 5 (b) e
supomos que o LDR apresente uma resistência de Figura 6: Comparador regenerativo Schmitt Trigger.
3,3 kΩ com luz brilhante e 30 kΩ na sombra,
assim medimos o valor de 𝑉𝑜𝑢𝑡 para os dois casos. 1𝑘
Além disso, colocamos o LDR totalmente exposto 𝑉+ = ∙ (+15) = 𝟎, 𝟏𝟒𝟖𝟓 𝑽
100𝑘 + 1𝑘
a luz e no escuro, para medir os valores de
resistência máxima e mínima do componente. 1𝑘
𝑉− = ∙ (−15) = −𝟎, 𝟏𝟒𝟖𝟓 𝑽
100𝑘 + 1𝑘
V. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando o software MultiSIM, foram
realizadas as simulações dos circuitos
mencionados anteriormente, como mostra as
figuras 6 e 7. Para o circuito com o LED, foi
estabelecido previamente que o LED deve ligar
quando a resistência do LDR atingir 70% do seu
valor máximo, pois não há como controlar a
Figura 5: Esquemáticos para primeira parte do luminosidade sobre o sensor do LDR via
experimento. simulação. Dessa forma, todos os dados
requisitados para o comparador simples são
Posteriormente, montamos o circuito da mostrados na tabela 1.
figura 5 (a) a fim de variar a luminosidade no LDR
e medir a tensão sobre ele, a intenção é determinar
qual valor de tensão no LDR para ascender o LED.
3
Após a implementação dos dois
comparadores via simulação fizemos a mesma
analise com circuitos reais, em laboratório. Os
resultados foram comparados com os valores
obtidos com os circuitos simulados, e também são
mostrados na tabela 1.
Tabela 1: Dados do experimento
Comparador Simples
Figura 6: Simulação do comparador simples.
Valores teóricos Valores experimentais
𝑉𝑜𝑢𝑡(3,3 𝑘Ω) 3,72 V 𝑉𝑜𝑢𝑡(3,3 𝑘Ω)
𝑉𝑜𝑢𝑡(30 𝑘Ω) 11,2 V 𝑉𝑜𝑢𝑡(30 𝑘Ω)
𝑅𝐿𝐷𝑅(𝑚𝑖𝑛) 3,3 kΩ 𝑅𝐿𝐷𝑅(𝑚𝑖𝑛)
𝑅𝐿𝐷𝑅(𝑚𝑎𝑥) 30 kΩ 𝑅𝐿𝐷𝑅(𝑚𝑎𝑥)
𝑉𝐿𝐷𝑅(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑛) 10,2 V 𝑉𝐿𝐷𝑅(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑛)
𝑅𝑃𝑜𝑡 6,8 kΩ 𝑅𝑃𝑜𝑡
𝑉𝑖𝑛(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑛) >10,2 V 𝑉𝑖𝑛(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑛)
𝑉𝑖𝑛(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑓𝑓) <10,2 V 𝑉𝑖𝑛(𝐿𝐸𝐷−𝑜𝑓𝑓)
Figura 7: Simulação do comparador Schmitt Trigger. Comparador Schmitt Trigger
Valores teóricos Valores experimentais
A análise do comparador Schmitt Trigger 𝑉+ 0,1485 V 𝑉+
tem como objetivo determinar os valores teóricos 𝑉− -0,1485 V 𝑉−
e experimentais das tensões de disparo, que fazem
o sinal de saída alternar. Além disso, foram
plotadas, utilizando o osciloscópio na
configuração XY, as curvas de histerese, simulada VI. CONCLUSÃO
e experimental para o comparador Schmitt
Trigger. Essas curvas são mostradas nas figuras _______________________________________
abaixo. _______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
Figura 8: Curva de histerese simulada. _______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
Figura 9: Curva de histerese experimental. _______________________________________
4
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos
Eletrônicos: Teoria de Circuitos. 11ª. SP, Brasil:
Pearson, 2013.
Guia de Práticas de Laboratório, ALMEIDA,
Otacílio; JR, José. UFPI.