Entidade económica
Uma entidade econômica, no contexto da contabilidade, refere-se a uma organização ou
unidade que realiza atividades econômicas e é tratada como uma entidade separada para fins
contábeis.
Unidade monetária: moeda oficial usada para medir e expressar o valor econômico de
bens, serviços, ativos e passivos dentro dessa entidade; é a base para todas as
transações financeiras e contabilísticas
Continuidade (ou ciclo de vida): a entidade econômica planeja/intenciona operar no
mercado a longo prazo, em vez de ter uma vida útil limitada.
Critérios das Classificações das Entidades
Propriedade/Capital:
Público (Administrativas / Empresarial)
Privado (Empresarial / Sem Fins Lucrativos / Forma Jurídica)
Individual (Empresário em nome / Estabelecimento Individual de Responsabilidade
Limitada - EIRL)
Coletiva (Sociedades em Nome Coletivo / Sociedades por Quotas / Sociedades
Anónimas / Sociedades em Comandita)
Dimensão (Micro / Pequena / Média / Grande)
A normalização contabilística
Normas nacionais: SNC (Em 2010: são de aplicação obrigatória)
Normas internacionais: IFRS (Em 2005: as IFRS são de aplicação obrigatória pelas
empresas cotadas em qualquer bolsa da União Europeia)
o SNC – composição
o BADF - Bases para a apresentação de Demonstrações Financeiras
o MDF – Modelos de Demonstrações Financeiras
o CC – Código de contas
o NCRF – Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro
o NCRF-PE -Norma Contabilística e de Relato Financeiro para
o Pequenas Entidades
o NCRF-ME - Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Mico entidades
o NCRF-ESNL - Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor
Não Lucrativo
o NI - Normas interpretativas
Conceitos e divisões da Contabilidade
ZONA EXTERNA
INVESTIDORES
INVESTIDORES
ZONA INTERNA
FORNECEDORES
(produção de serviços ou
CLIENTES
produção de bens)
ESTADO
Contabilidade externa, geral ou financeira: regista as operações externas da empresa, aquelas que
respeitam à empresa no seu todo: apura o lucro global da empresa e prepara as
Demonstrações Financeiras (DF). Os seus principais utilizadores são entidades externas.
Contabilidade interna: regista as operações realizadas no seio da empresa (internas). Visa o
apuramento de resultados, e de informações detalhadas nomeadamente por produto, projeto,
cliente, etc. Os principais utilizadores são os gestores da empresa (organização).
Fluxo de Empresa e a Contabilidade
A empresa, para o exercício da sua atividade necessita de bens e serviços que procura obter,
de forma sistemática, junto dos seus fornecedores:
FORNECEDORES EMPRESA
Bem ou serviço
Gera-se, assim, um fluxo real de entrada
O fluxo anterior será compensado com a venda ou prestação de serviços a clientes:
EMPRESA CLIENTE
Bem ou serviço
Gera-se, assim, um fluxo real de saída
Fluxos reais: consistem nas entradas e saídas de bens e serviços.
Fluxos externos: envolvem não só a empresa como também terceiros - fornecedores e clientes.
Na aquisição de bens e serviços, nasce a obrigação (natureza jurídica) de efetuar o pagamento
correspondente, ou seja, uma saída presente ou futura de meios líquidos da entidade. A essa
aquisição e respetiva obrigação financeira designa-se DESPESA.
Na venda de bens e prestações serviços, nasce o direito de receber o valor correspondente, ou
seja, uma entrada presente ou futura de meios líquidos para a entidade. A essa venda e
respetivo direito financeiro designa-se RECEITA.
Despesa: obrigação financeira do comprador correspondente a uma aquisição de bens
ou serviços, independentemente da sua utilização ou consumo, ou do seu pagamento.
Receita: direito financeiro do vendedor a receber a contraprestação pecuniária
equivalente ao bem que vende, ou ao serviço que presta.
Despesa e receita são os conceitos financeiros associados aos fluxos reais de entrada
e de saída, respetivamente.
Para que os bens e serviços sejam postos à disposição dos clientes, procede-se a um conjunto
de transformações dos meios adquiridos pela empresa → geram-se novos fluxos:
Consumos ou utilizações dos meios ou recursos na produção, nas vendas e nas
prestações de serviços;
Obtenção de produtos (bens ou serviços aptos a serem vendidos ou utilizados pelos
clientes), vendas e prestações de serviços.
Gasto: consiste no valor dos exfluxos representativos dos consumos ou utilizações dos meios
pela empresa, ou seja, diminuições nos benefícios económicos da entidade.
Rendimento: representa o fluxo representativo da produção de bens, das vendas e da prestação
de serviços, ou seja, aumentos nos benefícios económicos da entidade.
Ao analisarmos a empresa em função dos fluxos reais internos, estamos atentos à forma
como ela consome ou utiliza os seus recursos (meios) e gera os seus produtos e serviços.
Para se assegurarem os fluxos reais externos de entrada dos fornecedores (despesas) e de
saídas para os clientes (receitas) torna-se necessário proceder à correspondente
contraprestação pecuniária - Fluxos monetários.
CONCEITOS - FLUXOS DA EMPRESA E A CONTABILIDADE
Empresa comercial (circuito real)
As diferentes perspetivas que são evidenciadas por diferentes demonstrações financeiras:
As diferentes perspetivas que são evidenciadas por diferentes demonstrações financeiras:
Relatórios de contabilidade financeira
Utilizadores externos
Investidores e credores
Clientes e fornecedores
Recursos humanos
Relatórios de contabilidade de gestão
Utilizadores internos
Administradores Diretores
Objetivos da informação financeira: proporcionar informação acerca da posição financeira, do
desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um
vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas
Patrimónios e seus elementos constitutivos
Noção: conjunto de bens, direitos e obrigações expressos em valor, utilizados pela entidade,
no exercício da sua atividade;
Elementos constitutivos:
Ativo: elementos patrimoniais ativos - bens ou direitos possuídos ou controlados pela
empresa (dívidas a receber resultantes de operações efetuadas no passado e que se
poderão traduzir, no futuro, em benefícios económicos)
Passivo: elementos patrimoniais passivos - dívidas ou encargos a pagar, resultantes de
operações passadas, que provavelmente corresponderão a sacrifícios económicos
futuros = obrigações.
Valor do património:
Património complexivo ou global - conjunto dos elementos (tangíveis e intangíveis)
ativos e passivos.
Património líquido - diferença entre os elementos patrimoniais ativos e passivos
O Valor do Património (*): Ativo – Passivo
(*) A diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo surge nas demonstrações financeiras,
em concreto no balanço, com a expressão de Capital Próprio
Património líquido, Capital Próprio (Situação Líquida)
Património líquido: É a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, é o que sobra do ativo,
depois de deduzido o passivo e que, naturalmente, corresponde ao valor que pertence aos
detentores do capital(1)
Capital Próprio: ou situação líquida, representa obrigações não exigíveis, mas que são de
pertença dos detentores do capital(1), ou seja, o montante a que estes teriam direito se
realizassem o ativo e pagassem o passivo pelos montantes expressos no balanço.
SITUAÇÃO LÍQUIDA: direitos dos detentores do capital(1) sobre o ativo, que
correspondem às entradas iniciais dos sócios, aos resultados gerados pela empresa e não
distribuídos, a subsídios obtidos e a outras valorizações patrimoniais. O capital próprio final
(situação líquida final) – é o capital próprio inicial (situação líquida inicial) alterada pelos lucros
ou prejuízos do exercício. Esses lucros e/ou prejuízos acumulados durante vários exercícios
económicos, constituem, com a situação líquida inicial, a denominada situação líquida
adquirida.
(1)Sócios, acionistas…
O Património não é estático e assim temos factos patrimoniais:
Factos Patrimoniais: operações/acontecimentos que têm incidência patrimonial:
Permutativos – implicam alteração da composição do património, sem alteração do
valor (do património líquido);
Modificativos – implicam não só alteração na composição, como também no valor (do
património líquido).
Equação Fundamental da Contabilidade
Capital Próprio (CP) = Ativo (A) – Passivo (P)
Expressa a igualdade do balanço e podem ocorrer três
situações possíveis:
⟶
A
¿
P
A
−¿
¿
¿
P
(Capital próprio positivo (CPP))
0
⟶
P
A
¿
A
− ¿
¿
P
(Capital próprio nulo)
0
⟶
A
¿
P
A
−¿
¿
¿
P
(Capital próprio negativo (CPN))
0
C
P
¿
A
−¿ P
Balanço
Apresenta a posição financeira de uma entidade (ativos, passivos e capitais próprios) num
determinado momento.
Fotografia da situação patrimonial da empresa (reporta a um dado momento)
Tem natureza estática - A comparação de balanços sucessivos representa uma situação
dinâmica de modo a dar a conhecer a evolução patrimonial da empresa
No início de um exercício económico haverá um balanço inicial ( Bi) com a
correspondente situação líquida inicial ( S Li);
No fim daquele exercício económico haverá um balanço final ( B ) e a consequente
f
situação líquida final ( S L );
f
A S L será a S Li acrescida/deduzida da situação líquida adquirida ( S La).
f
Perspetiva patrimonial: o balanço apresenta-se
como um quadro que evidencia a situação
patrimonial da organização, ou seja, o conjunto dos
bens direitos e obrigações que lhes estão afetos.
Perspetiva financeira: o balanço traduz um conjunto de aplicações de capital e as
correspondentes origens.
Inventário
Noção:
Relação/Lista dos diferentes elementos patrimoniais, com indicação do seu valor.
Inventariar, consiste em identificar os elementos de um dado património, descrevê-los e
atribuir-lhes um valor.
Inventário e Balanço
Inventário: arrolamento dos valores ativos e passivos
Balanço: compara os valores ativos e os valores passivos, apura o capital próprio