EEM DEP.
FAUSTO AGUIAR ARRUDA
AVALIAÇÃO BIMESTRAL DISCIPLINA: REDAÇÃO
ALUNO (A): Nº: _____SÉRIE: 2º ANO TURMA:
PROFESSOR(A):
PROFESSOR: LÍDIA DATA: ___ / ___ / 2022 NOTA:
1. Assinale o item que apresenta corretamente 2. O conto é um gênero textual narrativo.
as características dos textos narrativos. Assinale a alternativa que apresenta
informações corretas sobre conto.
a) Há sempre um eu que se expressa, o que
torna esse texto muito subjetivo.
a) Trata-se de um texto longo, com enredo
b) Nos textos narrativos, o narrador fala sempre
muito complexo e diversas personagens.
do passado, o que justifica os verbos sempre
b) Para ser classificado como conto, o texto
empregados no tempo pretérito.
precisa sempre apresentar um narrador
c) São textos marcados pela afetividade e pela
observador.
emotividade, sempre relacionados com o íntimo
c) É um gênero literário que possui narrativa
e a introspecção.
curta, normalmente apresenta poucas
d) Os textos narrativos apresentam um enredo,
personagens e tem sua origem da necessidade
que normalmente gira em torno de um conflito.
humana de contar e ouvir histórias.
Os elementos que compõem esses textos são:
d) Contos são sempre histórias baseadas em
enredo, tempo, espaço, narrador e
fatos reais.
personagens.
e) Conto e romance são sinônimos para definir
d) O gênero narrativo faz referência à narrativa
um mesmo tipo de texto.
feita em forma de versos, contando histórias e
fatos heroicos sobre a história de um povo.
Leia o texto a seguir para responder às questões de 3 a 5.
TENTAÇÃO
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a cabeça da menina flamejava. Sentada nos
degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto
do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento
a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva
com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de
bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro
sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num
degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça
partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A
possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e
encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um
basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido,
acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua
língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina
que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os
cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem
sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois
não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com
encabulamento, surpreendidos.
[...]
Mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só
se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e
saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem
mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa
e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
3. “Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava.”
O que a menina suportava? Releia o texto e marque a opção correta.
a) Estar esperando o bonde.
b) Sua família.
c) A bolsa velha.
d) O calor e a solidão.
e) O lugar onde estava.
4. Quem narra o texto lido?
a) O texto não possui narrador.
b) A menina ruiva.
c) A mãe da menina.
d) Alguém que não está presente na história.
e) Alguém presente na história, mas que não participa muito dos fatos.
5. O surgimento do cão basset na cena muda a situação inicial da narrativa. Ao se encontrarem, a
menina e o cão:
a) se estranham, pois ele era agressivo.
b) não têm nenhuma interação.
c) se identificam, pois possuíam uma característica em comum: os dois eram ruivos e solitários.
d) brincam e se tornam grandes amigos.
e) já se conheciam, portanto estavam se reencontrando.