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Guia Metodológico do Programa Mulheres Mil

Este documento apresenta a metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil. A metodologia é baseada nos princípios da dialogicidade, problematização, igualdade e empoderamento. Ela aborda o acesso das mulheres ao programa, a permanência delas por meio de apoio, plano de cursos e certificações, e o êxito pedagógico e profissional por meio de educação continuada e empreendedorismo. O documento também discute parcerias, avaliação e monitor
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Este documento apresenta a metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil. A metodologia é baseada nos princípios da dialogicidade, problematização, igualdade e empoderamento. Ela aborda o acesso das mulheres ao programa, a permanência delas por meio de apoio, plano de cursos e certificações, e o êxito pedagógico e profissional por meio de educação continuada e empreendedorismo. O documento também discute parcerias, avaliação e monitor
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GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO,

PERMANÊNCIA E ÊXITO
DO PROGRAMA MULHERES MIL
(MAPE)

VERSÃO PRELIMINAR

.
Sumário
1. Apresentação.............................................................................................................................................3
2. Histórico.................................................................................................................................................... 5
2.1 Projeto-Piloto nas Regiões Norte e Nordeste.................................................................................... 6
2.2 Nacionalização do Programa Mulheres Mil...................................................................................... 7
2.3 Mulheres Mil no Pronatec................................................................................................................. 8
2.4 Relançamento do Programa Mulheres Mil........................................................................ 9
3. Princípios Pedagógicos da Metodologia de Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres
Mil (MAPE).................................................................................................................................................. 9
3.1 Princípio da Dialogicidade...............................................................................................................11
3.2 Princípio da Problematização.......................................................................................................... 12
3.3 Princípio da Igualdade..................................................................................................................... 14
3.4 Princípio do Empoderamento.......................................................................................................... 15
3.4.1 Interseccionalidade: Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade........................................................ 16
4. Acesso...................................................................................................................................................... 18
4.1 Vulnerabilidade social..................................................................................................................... 18
4.2 Perfil do grupo de mulheres a ser atendido..................................................................................... 19
4.3 Acesso das estudantes......................................................................................................................20
4.4 Instituição no território.................................................................................................................... 20
4.4.1 Diagnósticos do Território......................................................................................................21
4.4.2 Diagnóstico do Coletivo das Estudantes................................................................................ 22
4.5 Mapa da vida - Método e Ferramenta Educacional......................................................................... 23
4.6 Estrutura e suporte........................................................................................................................... 26
4.7 Equipe Multidisciplinar................................................................................................................... 27
4.8 Espaços de Acesso na Instituição.................................................................................................... 28
4.9 Sistematização do Acesso................................................................................................................29
4.9.1 Ações no Território................................................................................................................ 29
4.9.2 Ações na Instituição.............................................................................................................. 30
5. Permanência........................................................................................................................................... 30
5.1 Serviços de Assistência e Apoio à estudante...................................................................................31
5.2 Percurso Formativo..........................................................................................................................32
5.3 Plano de Curso.................................................................................................................................32
5.3.1 Componentes do Plano de Curso........................................................................................... 33
5.3.1.1 Módulo do Núcleo Comum.................................................................................................34
5.3.1.2 Módulo da Qualificação Profissional..................................................................................35
5.4 Certificação de Saberes e Competências Profissionais................................................................... 36
5.5 Processos de Avaliação e autoavaliação.......................................................................................... 38

2
5.6 Portfólio........................................................................................................................................... 39
6. Êxito.........................................................................................................................................................40
6.1 Êxito Pedagógico............................................................................................................................. 41
6.1.1 Alfabetização e Educação Básica...........................................................................................42
6.1.2 Verticalização da oferta.......................................................................................................... 42
6.1.2.2 Proeja Fundamental...................................................................................................... 43
6.1.1.3 Proeja Técnico – Médio Integrado............................................................................... 43
6.1.1.4 Graduação, Tecnólogo e Pós-Graduação......................................................................44
6.2 Êxito Profissional............................................................................................................................ 44
6.2.1. Empregabilidade................................................................................................................... 44
6.2.2. Empreender Individualmente................................................................................................ 45
6.2.2.1 Microempreendedorismo Individual (MEI)................................................................. 45
6.2.3. Empreender no Coletivo....................................................................................................... 45
6.2.3.1 Grupo Informal............................................................................................................. 45
6.2.3.2 Associativismo............................................................................................................. 46
6.2.3.3 Cooperativismo.............................................................................................................46
6.2.3.4 Economia Solidária...................................................................................................... 47
6.2.3. Empreender Individualmente ou Coletivamente...................................................................47
6.2.3.1 Negócios Sociais.......................................................................................................... 47
6.2.3.2 Negócios de Impacto.................................................................................................... 48
6.2.3.3 Economia Verde............................................................................................................48
6.2.3.4 Economia Criativa........................................................................................................ 48
7. Parcerias Institucionais..........................................................................................................................55
8. Ensino, pesquisa e extensão................................................................................................................... 56
9. Avaliação e Monitoramento...................................................................................................................57
9.1 Da avaliação.................................................................................................................................... 59
9.1.1 Sistematização da Avaliação.................................................................................................. 61
9.1.1.1 Definição de indicadores.............................................................................................. 61
9.1.1.2 Coleta de dados.............................................................................................................61
9.1.1.3 Viés e Comparabilidade................................................................................................62
9.1.1.4 Considerações éticas e de privacidade na coleta de dados........................................... 62
9.1.1.5 Desenho de questionários............................................................................................. 63
9.1.1.6 Participação e empoderamento das mulheres...............................................................63
9.2 Do Monitoramento.......................................................................................................................... 64
9.2.1 Sistematização do Monitoramento.........................................................................................65
9.2.1.1 Monitoramento contínuo e adaptação a gênero............................................................65
9.2.1.2 Utilização dos resultados da avaliação para informar a adaptação e o aprimoramento
da política................................................................................................................................. 66
9.2.1.3 Avaliação da sustentabilidade e continuidade das ações.............................................. 66
9.2.1.4 Recomendações e lições aprendidas.............................................................................67
10. Referências Bibliográficas................................................................................................................... 67
Anexos......................................................................................................................................................... 71
Anexo I - Perfil Situacional - Seleção das Estudantes...........................................................................71
Anexo II - Questionário de avaliação do curso - Docentes................................................................... 81
Anexo III - Questionário de avaliação do curso - Gestores Locais....................................................... 88
Anexo IV - Questionário de avaliação do curso - Estudantes.............................................................. 98
Anexo V - Perfil situacional - Avaliação de egressas..........................................................................103
Anexo VI - Plano de Coleta de Dados.................................................................................................110

3
1. Apresentação

O relançamento do Programa Mulheres Mil, por meio da Portaria nº 725, de 13 de abril


de 2023, reafirma e aprofunda o compromisso com o fortalecimento da democracia,
integrando-se ao conjunto de políticas públicas do Governo Federal que tem como fim a
promoção da igualdade de gênero em todas as esferas da vida: educação, trabalho, saúde,
cultura, participação política e tomada de decisões.
No documento de relançamento, o Ministério da Educação (MEC) elenca as principais
diretrizes do Programa Mulheres Mil, que têm como objetivo contribuir para a igualdade social,
econômica, racial, étnica e de gênero de mulheres em situação de vulnerabilidade social. São
elas:

I - possibilitar o acesso à educação;

II - contribuir para a redução de desigualdades sociais e econômicas de mulheres;

III - promover a inclusão social;

IV - defender a igualdade de gênero;

V - combater a violência contra a mulher;

VI - promover o acesso ao exercício da cidadania; e

VII - desenvolver estratégias para garantir o acesso das mulheres ao mundo do


trabalho.

Enquanto política pública educacional em prol da igualdade de gênero, o Programa


Mulheres Mil tem como pilares estruturantes o respeito às diferenças constitutivas das mulheres
e de suas interseccionalidades raciais, étnicas, de orientação sexual e de identidade de gênero,
das pessoas com deficiência, geracionais, regionais e de territórios. Destaca-se, dessa forma, as
mulheres pertencentes a grupos que sofreram injustiças históricas e sofrem impactos dessas
injustiças praticadas no passado pela escravização como são as mulheres indígenas, negras
(pretas e pardas) e quilombolas. No mesmo sentido que se insere a importância das mulheres
ciganas, das “mulheres das águas” (pescadoras, marisqueiras e ribeirinhas) e das mulheres
migrantes; das transexuais e travestis; e a afirmação do direito ao acesso à educação profissional
e tecnológica para as mulheres em situação de vulnerabilidade social que, no decorrer das suas
trajetórias de vida, tiveram negado o direito fundamental à escolaridade, ao conhecimento, à
tecnologia e à inovação gerados pela sociedade.
Nesse sentido, é importante destacar que a Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, comprometida com a democratização da inclusão educacional, vem, há

4
cerca de duas décadas, atuando na concepção, na criação e no desenvolvimento da Metodologia
do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil.
No decorrer desse período, as Instituições Federais e Estaduais de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, presentes nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal,
estabeleceram canais de diálogo com as mais de 100 mil1 mulheres que se matricularam nos
cursos de qualificação profissional, foram criando pontes e dialogando com as experiências e
necessidades de cada território e das mulheres que neles habitam.
Processo que ampliou a compreensão das instituições acerca dos diferentes contextos de
existência das mulheres: das suas condições de vulnerabilidade social, das violências de gênero,
raça, etnia e de orientação sexual que cotidianamente afetam suas vidas, das suas necessidades e
demandas educacionais e dos desafios que se colocam para promover a articulação entre saberes
laborais dessas mulheres, arranjos produtivos locais e a oferta da qualificação profissional
adequada, com vistas a contribuir com a inserção socioprofissional das estudantes do programa.
Foi essa movimentação dialógica que aprimorou o Programa Mulheres Mil e, a partir das
percepções reveladas por meio desse processo, compreendeu-se a necessidade de revisar o Guia
Metodológico de Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) com o objetivo de incorporar as
experiências produzidas pela Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica nos
contextos urbanos, rurais, comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas das Regiões Norte,
Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, promovendo o acesso à qualificação profissional de
mulheres negras (pretas e pardas), que totalizam 63,6 % do público atendido, seguido pelas
brancas, que correspondem a 20,4%, as amarelas, que somam 1%, as indígenas, que
contabilizam 0,7%, e de 14,3% que não informaram raça e/ou etnia, de acordo com os dados
registrados, de 2013 a 2018, no Sistema Nacional de Informação da Educação Profissional e
Tecnológica (Sistec)
Referenciando-se nessas experiências a Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação revisou e reelaborou o presente documento - a
segunda versão do Guia Metodológico de Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa
Mulheres Mil - com objetivo de orientar a retomada dessa política educacional no território
brasileiro.
Inspirado nas reflexões do professor e pesquisador Paulo Freire acerca da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e incorporando os caminhos percorridos pelo Programa Mulheres Mil,
o documento sugere propostas para a garantia do acesso, da permanência, do êxito pedagógico e
profissional, da avaliação e do monitoramento das ações.
Como o próprio nome demonstra, trata-se de um guia, que busca apresentar um caminho
possível de ser trilhado, mantendo-se sempre aberto a novas contribuições que potencializam o
compromisso da Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica de contribuir com o
enfrentamento das desigualdades com vistas à construção de um Brasil que respeite à vida
humana a solidariedade, e ã justiça social e econômica.

1
Dados do Sistema Nacional de Educação

5
2. Histórico

O Programa Mulheres Mil é uma proposta de política pública, fruto de um longo processo
de cooperação e de diálogo entre as instituições canadenses e brasileiras, iniciado em 2001, com
o projeto Escola Conectando Escola. O resultado foi o desenvolvimento de um currículo
personalizado na área de Turismo e Hospitalidade, o que desencadeou a decisão dos dois países
em relação à continuidade da cooperação internacional, anteriormente pactuada, a partir da
construção e da implementação de um projeto-piloto na área de Turismo e Hospitalidade, cujo
foco em gênero e no acesso à educação e ao emprego, utilizando a metodologia canadense de
Avaliação e Reconhecimento da Aprendizagem Prévia (ARAP), com instituições e comunidades
das Regiões Norte e Nordeste brasileiras, no período de agosto de 2005 a março de 2006.
Em 2006, os cincos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) do Nordeste e do
Norte, juntamente com os parceiros canadenses, apresentaram, na reunião conjunta entre
Colleges and Institutes Canadá (CICan), Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
Ministério da Educação (Setec/MEC) e Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica
(Redenet), realizada na cidade de Natal/RN, os resultados positivos dos projetos-pilotos
desenvolvidos pelas diferentes instituições, culminando com a formatura de 60 mulheres
integrantes do Projeto do Cefet-RN. Considerando os resultados positivos obtidos, segundo
avaliação dos parceiros canadenses e brasileiros, foi elaborada uma proposta de aperfeiçoamento,
ampliação e continuidade da cooperação bilateral Brasil-Canadá.

2.1 Projeto-Piloto nas Regiões Norte e Nordeste

A nova proposta apresentada – o Projeto de Cooperação Brasil-Canadá Mulheres Mil –


Educação, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável – tinha, por meta, capacitar 1.000 mulheres
em situação de vulnerabilidade social e econômica das Regiões Norte e Nordeste, moradoras de
territórios com índices de pobreza acentuada, utilizando a metodologia canadense ARAP. O novo
projeto foi financiado pelo Programa de Intercâmbio de Conhecimentos, para a Promoção de
Equidade (PIPE), uma ação promovida pelo governo do Canadá.

A Setec/MEC iniciou um processo de inclusão de novos parceiros no projeto, sendo eles


o Ministério do Trabalho (MTE), a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM-PR), o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Assessoria Especial da
Presidência da República (AE-PR), a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (SEPPIR-PR), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Ministério do
Desenvolvimento Social (MDS) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Nessa etapa, ampliou-se a abrangência geográfica, adicionando ao grupo dos Cefets já
participantes, os de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Piauí, Maranhão, Tocantins e Roraima, somados
a mais 10 colleges além do Niagara College do Canadá, e dezenas de parceiros brasileiros,
totalizando 13 projetos-piloto com diferentes temáticas a serem trabalhadas, com vistas ao

6
atendimento de mil mulheres das Regiões Norte e Nordeste brasileiras, com o prazo de execução
proposto para o período de setembro de 2006 a agosto de 2010.
Os 13 projetos-piloto foram desenvolvidos pelos Cefets, que escolheram os colleges
canadenses parceiros, após uma chamada para apresentação de propostas que a CICan fez a seus
membros. Ao longo desse período, aconteceram agendas que corroboraram a parceria entre a
CICan e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica (Conif), entre elas a apresentação do projeto durante a Conferência
Anual da CICan, em Prince George, em maio de 2008. Também a 1ª Reunião do Comitê Diretor
Integrado do Projeto Mulheres Mil, no âmbito do Programa de Cooperação Técnica
Brasil-Canadá, no período de 18 a 22 de junho de 2007, na cidade de Natal-RN, Brasil, e a 1ª
Reunião do Comitê Consultivo Brasileiro, que ocorreu de 23 a 27 de julho de 2007, em João
Pessoa-PB.
Em 24 de novembro de 2008, aconteceu a apresentação oficial do Projeto ao Ministro da
Educação do Brasil, ao Embaixador do Canadá no Brasil e à Agência Brasileira de Cooperação
(ABC), com participação de CICan, Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional
(CIDA), MEC, Redetec, Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação (Concefet),
Diretores-Gerais e Gerentes dos subprojetos nos Cefets, quando foi lançado o Documentário
“Mulheres Mil – Eu Tenho um Sonho”.
O projeto resultou na inclusão de mais de mil mulheres do Norte e Nordeste brasileiro em
cursos de qualificação profissional utilizando a metodologia canadense ARAP e, como resultado,
a cooperação Brasil-Canadá gerou o desenvolvimento da Metodologia Brasileira de Acesso,
Permanência e Êxito (MAPE), concebida e construída por todos os parceiros brasileiros e
canadenses, materializada, por meio da primeira edição Guia Metodológico do Sistema de
Acesso, Permanência e Êxito.
Nesse contexto, a metodologia do Sistema de Acesso, Permanência e Êxito desenvolvido
pelo Mulheres Mil é fruto de um amplo processo de construção, que tem sua origem no acúmulo
e na sistematização de conhecimentos desenvolvidos pelos Community Colleges canadenses em
suas experiências de promoção da equidade e nas ações com populações em situação de
vulnerabilidade social e econômica naquele país ao longo de dez anos. O sistema canadense é
denominado Sistema ARAP (Avaliação e Reconhecimento de Aprendizagem Prévia) e consiste,
em linhas gerais, em certificar todas as aprendizagens formais ou não formais e proporcionar a
qualificação nas áreas necessárias à complementação da qualificação.
Além de prever o reconhecimento de saberes ao longo da vida, o modelo brasileiro é
inovador no sentido de que foram contemplados instrumentos e mecanismos de acolhimento de
populações em situação de vulnerabilidade social, que viabilizassem o acesso à formação
profissional e cidadã, com elevação de escolaridade, a inserção produtiva e a mobilidade no
mundo do trabalho, o acompanhamento dos egressos e os impactos gerados na família e na
comunidade.

7
2.2 Nacionalização do Programa Mulheres Mil

A experiência do projeto-piloto e a construção da Metodologia do Sistema de Acesso,


Permanência e Êxito fomentaram as bases para a estruturação de uma política nacional, assim,
em 2011, foi criado, por meio da Portaria n. 1.015 de 21 de julho de 2011, o Programa Nacional
Mulheres Mil com o objetivo de fomentar a formação profissional e tecnológica em articulação
com a elevação de escolaridade de mulheres em situação de vulnerabilidade social.
A referida Portaria estabelece as instituições ofertantes e os cursos a serem ministrados,
faz referência ao guia metodológico do programa e institui o Comitê Executivo, com função
consultiva, entre outras providências. Com a publicação da Chamada Pública Setec/MEC –
01/2011 foi possível aos Institutos Federais de todo o Brasil apresentarem propostas de projetos.
O documento estruturava a organização, os tipos de projetos e fazia uma previsão de formação
com os gestores do programa e com a meta de matricular 10 mil mulheres em 100 novos campi.
Em 2011, aconteceu ainda o lançamento – em inglês, francês e português – da publicação
“Mulheres Mil – Do Sonho à Realidade”, que traz a trajetória do projeto contada pelas mulheres
participantes. Ao final desse ano, a Setec/MEC registrou a matrícula de 8.454 mulheres,
distribuídas em 99 unidades escolares da Rede Federal.
Em 2012, a Setec/MEC publicou a Chamada Pública nº 1/2012 com o objetivo de incluir
mais 101 unidades de Institutos Federais em projetos do Programa Mulheres Mil, com a
expectativa de abrir mais 20 mil vagas no PMM. Após a adesão à Chamada Pública, a
Setec/MEC contabilizou 210 unidades da Rede Federal com projetos do Programa Mulheres Mil
e 17 mil matrículas realizadas naquele ano.

2.3 Mulheres Mil no Pronatec

No ano de 2013, os Institutos Federais solicitaram à Setec/MEC a inclusão do Programa


Mulheres Mil no Bolsa Formação/Pronatec, o que foi formalizado por meio do Ofício-Circular
51/2013 – Setec/MEC. Nesse ano ainda executaram vagas e recursos da Chamada Pública de
2012 e as primeiras vagas do PMM no modelo Bolsa Formação/Pronatec.
O Pronatec tinha como fim reorganizar o conjunto de ações no setor de Educação
Profissional e Tecnológica do Brasil sob a égide do Pronatec. Assim, todos os programas
desenvolvidos pela Setec/MEC passaram para o âmbito do Pronatec. Além disso, trazia uma
nova ação: o Bolsa Formação/Pronatec, nas modalidades de estudante e trabalhador.
As ofertas de cursos de qualificação profissional no Brasil pelo Governo Federal, até
2011, aconteciam em vários programas, em diferentes Ministérios, como o Programa de
Qualificação Profissional (PNQ), do Ministério do Trabalho; o Soldado Cidadão, do Ministério
da Defesa; o Programa Bem Receber Copa, do Ministério do Turismo, entre outros.
O Bolsa Formação/Pronatec era um programa com potencial para reorganizar a oferta dos
cursos de qualificação profissional federais a partir da ótica do Ministério da Educação. A
proposta foi trazer para o campo da educação a organização de cursos que aconteciam em vários
programas independentes.

8
Assim, o Bolsa Formação/Pronatec foi criado com um desenho que previa a figura do
órgão demandante, que poderia ser tanto os governos municipais e estaduais quanto os distintos
Ministérios da organização da estrutura do governo federal. A partir de uma demanda objetiva,
que indicava a necessidade de formação técnica em algum setor da economia, eram acionados os
ofertantes, ou seja, as instituições educacionais regulamentadas de Educação Profissional e
Tecnológica, públicas e privadas, para que, com o mapa de demanda, pudessem disponibilizar a
sua possibilidade de atendimento ou pactuação de vagas. A pactuação era uma expectativa das
redes educacionais em relação ao atendimento das demandas e era consolidada com as
matrículas efetivamente realizadas.
O Bolsa Formação/Pronatec previa recursos para a contratação de equipes de docentes e
equipes técnicas, assim como para assistência estudantil e aquisição de insumos para a realização
dos cursos. Para que o Bolsa Formação/Pronatec fosse implementado, o Sistec foi aperfeiçoado
com o objetivo de atender os diferentes públicos entre demandantes e ofertantes, os quais
deveriam utilizar o sistema.
Também foi criado o Guia Pronatec dos Cursos Formação Inicial e Continuada (FIC), que
apresenta os cursos previstos pelo Ministério da Educação para fins de ofertas educativas a serem
realizadas, no âmbito da Bolsa Formação Trabalhador. Os cursos são distribuídos conforme suas
características científicas e tecnológicas em 12 eixos tecnológicos, que somam, ao todo, 511
possibilidades de oferta. (BRASIL, 2011c, p. 5)
O Bolsa Formação/Pronatec iniciou as ofertas ao final de 2011, simultaneamente os IFs já
haviam iniciado a nacionalização do Programa Mulheres Mil. Em 2013, a forma de
financiamento do PMM passou da publicação de chamadas públicas e apresentação de projetos
pelas instituições para compor as vagas do Bolsa Formação/Pronatec.
O Programa Mulheres Mil foi executado pelo Bolsa Formação de 2013 até 2018 e, além
dos Institutos Federais de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia, as Redes Estaduais
Públicas de Ensino Técnico passaram a ofertar o PMM. A partir de 2018, o Programa Mulheres
Mil ou programas decorrentes do PMM foram ofertados com recursos próprios em mais de 18
instituições da Rede Federal.

2.4 Relançamento do Programa Mulheres Mil

O Programa Mulheres Mil é uma ação consolidada de formação profissional que busca
compreender a dimensão de gênero, em especial das mulheres que tiveram poucas oportunidades
de escolarização e acesso ao mundo do trabalho, em suas desigualdades, com uma propostas de
acesso, permanência e êxito que visa o empoderamento das mulheres, a superação de violências
e a equidade de gênero.

Diante da sua relevância e expertise para a promoção do acesso à educação profissional e


tecnológica para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, o Programa
Mulheres Mil é relançado pelo governo brasileiro, por meio da Portaria nº 725, de 13 de abril de
2023.

9
3. Princípios Pedagógicos da Metodologia para Acesso, Permanência e Êxito
do Programa Mulheres Mil (MAPE)

A metodologia que vai orientar a execução do Mulheres Mil parte da importância de uma
Educação Popular que possibilite melhor integração das mulheres beneficiadas considerando
suas realidades sociais, vivências e experiências.
Neste sentido, a Educação Popular proposta por Paulo Freire que fundamenta-se nos
princípios de dialogicidade, igualdade, problematização e empoderamento subsidiam a
metodologia do Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres Mil (MAPE). Princípios
cujos saberes da experiência, produzidos pelo grupo de mulheres desde suas condições de
existência, constitui-se em matéria prima para o ensino e para a aprendizagem, valorizando,
assim, todos os sujeitos envolvidos no processo educacional: os professores, os técnicas/os e as
educandas.
Esses princípios apresentados dialogam tanto com a metodologia canadense ARAP, quanto com
a Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE), elaborada, a partir da socialização de
conhecimentos entre os Colleges Canadenses e os Institutos Federais. A esses princípios também
se agregam as ações desenvolvidas nos últimos 18 anos, desde a primeira experiência, em 2001,
no Rio Grande do Norte, passando pelos Projetos-Piloto, o processo de nacionalização do
Programa Mulheres Mil, em 2011, e seu ingresso no Pronatec, em 2013.
Dessa forma, a ideia é pensá-los, em diálogo com cenas do cotidiano da escola, como
contribuições possíveis, como pressupostos políticos (a sociedade que se quer construir),
axiológicos (os valores que orientam os processos de subjetivação/formação dos sujeitos),
gnosiológicos (processo de ensino-aprendizagem/produção do conhecimento) e epistemológicos
(conhecimentos relevantes para e no espaço pedagógico da aula). (GIOVEDE, SILVA,
AMARAL, 2018).
Princípios que nos indagam a pensar para quem ensinar, pressuposto axiológico, que
coloca a necessidade de nos debruçarmos e olharmos para quem são essas mulheres, para os
territórios em que estão situadas e quais condições materiais em que vivem e sobrevivem. Nos
exige seguir as trilhas de quais e como os processos de opressão de classe social, de gênero, de
raça, de etnia e de orientação sexual incidem sobre suas vidas. É relevante mapear suas relações
com a educação, com o mundo do trabalho, suas condições de acesso às políticas públicas de
transferência de renda, de saúde, de educação, de moradia, entre outras. Identificar as redes de
apoio disponíveis para que se possa mapear as parcerias necessárias para o atendimento das
necessidades das mulheres com vistas a possibilitar o acesso, a permanência e o êxito.
Compreender a relação do grupo de mulheres com o mundo do trabalho e as
potencialidades de geração de renda existente no território é fundamental para se definir a oferta
da qualificação profissional. Importante ainda identificar as formas e os espaços de organização
política, tais como associação de moradores, cooperativas, coletivos etc., e envolvimento do
grupo de mulheres com essas instâncias. Identificar as manifestações culturais existentes no

10
território, que, às vezes, se nomeiam como cultura popular, é transitar pela memória, pelos
processos de constituição de identidades e de percepções de mundo.
Princípios que suscitam reflexões acerca de o que ensinar, ou seja, pressupostos
gnosiológico, político e epistemológico, que nos exigem refletir acerca de que conhecimentos
são relevantes para fazer a articulação entre os saberes da experiência do grupo de mulheres, os
arranjos produtivos locais e/ou a vocação econômica da região e o conhecimento científico e
tecnológico. Processo que desafia, tanto as estudantes quanto os/as docentes, a produção de
conhecimentos que as instrumentalizem a se inserir ou se reinserir no mundo trabalho, bem
como a fazer os enfrentamentos para romper com as violências que as atravessam no cotidiano.
Trata-se assim de pensar conteúdos, tanto o do Módulo do Núcleo Comum, composto por
temas interdisciplinares, quanto o Módulo da Qualificação Profissional, que ampliem suas
percepções sobre o mundo, ou seja, suas leituras de mundo. Podemos pensar que o que ensinar
relaciona-se assim com o processo de letramento amplo, que não se restringe ao domínio da
leitura e da escrita de palavras, mas se articula com processos de aprendizagem que contribuam
para que elas compreendam o contexto socioeconômico em que estão inseridas e possam agir em
busca de melhorias da qualidade de vida.
Princípios que nos desafiam a pensar em como ensinar, ou seja, quais as práticas
educativas, o planejamento, as metodologias de ensino e de avaliação que dialogam com as
condições de existência das mulheres, tais como os tempos que dispõem para se dedicarem aos
estudos, os seus níveis de escolaridades e os seus processos de aprendizagem, levando em conta
tanto as suas dificuldades quanto a potência dos seus saberes. Trata-se de pressupostos
gnosiológicos e epistemológicos que colocam a necessidade de pensar e elaborar práticas
educativas para pessoas que, por diversas razões, não tiveram acesso à educação formal e que
muitas delas carregam nas memórias experiências negativas do ambiente escolar. Portanto, o
como ensinar relaciona-se com pensar metodologias inclusivas e dialógicas, que as estimulem a
compartilhar suas dúvidas, suas percepções acerca do conteúdo, acerca de si mesmas e do
mundo, de seus medos, sonhos e anseios.
Portanto, a dialogicidade, a problematização, a igualdade e o empoderamento são
princípios que orientam e devem ser incorporados a todas as etapas do programa: ao acesso (a
aproximação e diálogo com os territórios e com o grupo de mulheres), à permanência (o
processo educativo, que envolve tanto a Qualificação Profissional quanto às estratégias que as
possibilitem frequentar a instituição e se sentirem acolhidas), e ao êxito (a conclusão do curso de
forma satisfatória com a ampliação de oportunidades de inclusão socioprofissional).

3.1 Princípio da Dialogicidade

Na teoria proposta por Paulo Freire, filósofo de referência nacional e internacional sobre
educação popular, o diálogo é um ato de comunicação que gera ações de colaboração entre os
sujeitos. Trata-se de um encontro entre diferentes pessoas de diferentes contextos, no qual se
estabelece a escuta sem pré-concepções e preconceitos, com vistas a entender as diferentes
percepções de mundo, produzidas desde as condições de existência coletiva e individual. Desta

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forma, a dialogicidade consiste em escutar as educandas, considerando-as como sujeitos de
práticas sociais e de saberes das experiências de vida que devem ser postos em diálogo no
processo educativo, tanto nos conteúdos ministrados pelos docentes em sala de aula como nas
ações de permanência e nas diversas atividades que acontecem no cotidiano da escola.
Relaciona-se com o estabelecimento da relação com o outro, cujas bases são a legitimidade, a
dignidade, a equidade e a igualdade, possibilitando o conhecimento e reconhecimento que
tornam visíveis maneiras distintas de ser, viver e saber.
No âmbito das práticas e metodologias educacionais, Freire (1996, p.86) analisa o ato
pedagógico enquanto ato gnosiológico, no qual a ação do educador é problematizar com as
educandas o conteúdo que “os mediatiza – e não o dissertar, descrever como algo dado e
acabado” – buscando compreender que toda vida pode tornar explícito problemas que não estão
no horizonte do docente. Trata-se, assim, de estabelecer diálogo com os saberes das vivências
cotidianas, não redutíveis ao intelecto, visto que se inscrevem nas emoções, na intuição e no
corpo, ou seja, nas ações e estratégias que as mulheres usam para enfrentar as dificuldades e as
violências que as atravessam. (FREIRE,1996).
Nesse movimento, Freire nos provoca a pensar que uma das tarefas mais relevantes da/o
professor-educador é abrir trilhas de pensamento para que as estudantes possam fazer um
processo de transição da curiosidade espontânea, que inicialmente pode ser ingênua, quando
associada ao saber do senso comum, mas é a mesma curiosidade que, ao se criticizar, torna-se
epistemológica. Portanto, na curiosidade que as estudantes apresentam desde as suas
experiências existenciais, as perguntas acerca dos modos de funcionamento da sociedade estão
sempre lá, enquanto potência para se tornar um conhecimento reflexivo acerca do mundo e de
modos de vida individuais e coletivos.
Ao pensar a prática educativa como processo de construção de conhecimento, Freire nos
propõe olhá-lo como ciclo gnosiológico, o qual se dá numa relação intersubjetiva e requer o
estabelecimento de uma relação dialógica entre as educandas e a/o docente, na qual todos são
coautores e autores. Dessa perspectiva, o conhecimento não se reduz à capacidade dos sujeitos de
apreender o objeto e, por isso, a relevância do diálogo para refletir acerca da realidade
apreendida e ressignificá-la conjuntamente no processo de ensino e aprendizagem, ou seja,
requer o conhecimento não só da objetividade, “mas a consciência que tenham desta
objetividade; os vários níveis e percepção de si mesmos e do mundo em que e com quem estão.”
(FREIRE, 1992, p.99). Essa reflexão coloca pistas para pensar um desafio relevante, qual seja: a
relação entre ensino e aprendizagem enquanto um processo indissociável, que se afetam, se
modificam e, por isso, produzem conhecimentos outros, e, no mesmo gesto, carrega a potência
de modificar as percepções do sujeito sobre si mesmo e sobre o mundo.
No âmbito do Programa Mulheres Mil, esse princípio opera como uma força motriz que
carrega a potência de ampliar a leitura do mundo das mulheres, das/os docentes, das/os
servidoras/es e das instituições. Se essa política pública atende mulheres indígenas, por exemplo,
a dialogicidade coloca-se como exigência e necessidade para entender e dialogar com suas
cosmologias e seus modos modos de ser, existir e produzir a vida para que se possa elaborar uma
oferta de qualificação profissional em consonância com seu contexto. Desafio similar coloca-se
para os grupos de mulheres que vivem em comunidades quilombolas, ribeirinhas, assentadas,

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migrantes, mulheres que vivem em encarceramento, bem como para todas as mulheres que
participam do programa, sejam as que vivem em territórios urbanos ou rurais.
Nesse sentido, a dialogicidade é um princípio estruturante para as ações do Programa
Mulheres Mil, para compreender as mulheres, suas realidades, suas necessidades, dificuldades e
anseios, configurando-se como condição de possibilidade, abertura, caminho, para que a
problematização, o segundo princípio, emerjam.

3.2 Princípio da Problematização

Ao se pensar a problematização como um dos pilares da ação educacional do Mulheres


Mil, uma das exigências que se coloca é compreender a influência que o contorno ecológico,
social e econômico, ou seja, o Território, exerce na leitura que o grupo de mulheres fazem do
mundo.
Compreender que as condições de existência condicionam nossas formas de interagir e
agir com o meio e com o outro. Daí a necessidade de se estabelecer uma relação dialógica com
esses territórios (vila, comunidade, bairro, assentamento, quilombo, comunidades indígenas) e
com os saberes produzidos por essas populações, cujas vidas são marcadas pelo racismo, a
misoginia e discriminações de gênero e de orientação sexual, de classe social, de etnia e de raça.
Problematizações que trarão à tona questões relacionadas, por exemplo, aos altos índices
de violência doméstica e/ou sexista que incidem sobre determinados grupos de mulheres ou
questões relacionadas à segurança alimentar.
Mesmo sendo maioria, ao se analisar, por exemplo, os diversos estudos acerca de renda,
de ocupação, de escolaridade, de pobreza e de representação política, os negros (mulheres e
homens) estão em maiores desvantagens sociais; menor grau de escolarização, inclusive entre os
não alfabetizados; recebem menores salários, tem mais dificuldade de acesso e permanência no
mundo do trabalho, assim como são mais incidentes entre as pessoas desempregadas e/ou em
empregos informais em comparação com pessoas brancas com mesma escolarização; bem como
nos cargos de chefia das diferentes instituições, sejam as públicas ou as privadas.
Problematizações enfrentadas pelos povos indígenas, tais como a demarcação das terras
indígenas e o direito de preservar suas tradições e culturas. Também são vitimados pela falta de
acesso aos serviços públicos básicos - saúde, alimentação, educação, entre outros.
Problematizações similares são vivenciadas pelas comunidades quilombolas, que,
segundo dados do IBGE (2023), habitam as 5.972 localidades quilombos, distribuídas em 1.672
municípios brasileiros.
Problematizações que exigem o rompimento com os espaços de trabalho historicamente
impostos às mulheres, especialmente, às mulheres negras (pretas e pardas) e às indígenas em
situação de pobreza, que em maior incidência estão concentradas nos trabalhos domésticos de
pessoas, de lugares, da produção de alimentos e artesanato etc., e pensar uma oferta de
qualificação profissional que dialogue tanto com os saberes das mulheres e de suas culturas
quanto com as diferentes áreas do mundo do trabalho e com as transformações tecnológicas em
curso.

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Por fim, é relevante salientar que o racismo estrutural, os preconceitos e discriminações
que atingem a população negra (preta ou parda), os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e
assentados assim como a misoginia estão enraizados na sociedade, portanto incorporada nas
práticas cotidianas, atuando no processo de produção e disseminação constante que normalizam
as violências e as desigualdades. Daí a necessidade de se ficar atento tanto aos conflitos que
podem surgir entre o grupo de mulheres quanto aqueles que advém dos demais membros da
comunidade escolar.
Portanto, o princípio da problematização na prática educativa, proposta por Paulo Freire,
constitui-se em se debruçar e compreender os problemas que incidem sobre os grupos de
mulheres e seus territórios os quais precisam ser integrados tanto no Módulo do Núcleo Comum
como no Módulo da Qualificação, para que elas possam ampliar seus conhecimentos e atuar
como agentes de transformação em busca de soluções para enfrentá-los no âmbito individual e
coletivo. Para isso, é necessário que o princípio da igualdade subsidie as ações do programa.

3.3 Princípio da Igualdade

Nas relações pedagógicas, a igualdade refere-se ao diálogo entre os diferentes e desde as


diferentes posições das/os estudantes e das/os professoras/es na prática educativa. Nas diversas
entrevistas, palestras e no livro Pedagogia da Esperança, Freire afirma que uma das suas únicas
certezas é que “Ninguém é superior a ninguém”. Uma possibilidade para entendermos essa
afirmação é caminhar por suas reflexões acerca da condição humana. Para Freire (2005), somos
seres históricos, inconclusos e inacabados, que constroem e transformam a realidade nas relações
que estabelecemos entre nós, com e no mundo. A condição humana relaciona-se com a
capacidade de compreender a inconclusão enquanto condição de possibilidade de tridimensionar
o tempo e fazer história, ou seja, agir no presente, a partir do passado, em função do futuro, em
um movimento permanente de busca por humanização, por ser mais, considerada pelo autor
como vocação histórica do ser humano.
Já Walter Kohan (2019, p.81) nos dá outra pista. Pensarmos que todas as vidas são
iguais, pois têm igual potência de vida. Assim, a educação, como nos propunha Paulo Freire,
“parte do princípio de que todas as vidas valem igualmente e são igualmente capazes de colocar
em questão a vida individual e social”.
Assim, ao pensar o princípio da igualdade como condição humana ou potência de vida,
pode-se fazer um deslocamento no papel da escola, o qual não seria promover ou garantir a
igualdade, mas afirmá-la como condição de sua existência, ou seja, fazemos ou vamos à escola
porque somos iguais. Uma questão que esse princípio coloca é o de como pensar a igualdade nas
relações pedagógicas sem hierarquizar os saberes de professores/as e estudantes pelas posições
hierárquicas que cada um ocupa e, ao mesmo tempo, reconhecer as diferenças epistemológicas e
estéticas.
E tal movimento coloca a importância de a/o docente ter domínio dos temas a serem
ministrados, colocar-se em diálogo com os saberes das mulheres, e, no mesmo gesto, assumir a
direção do processo – o que pressupõe comprometimento com os conteúdos e com as estudantes,

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mas sem se considerar um iluminado, que tem o papel de inculcar determinado conhecimento ao
objeto aluno, mas ensinar aprendendo e aprender ensinando (FREIRE, SHOR, 1986).
Portanto, esse princípio coloca o ato reflexivo na docência como exigência para que a/o
docente seja capaz de recriar o seu conhecimento a partir das experiências existências das
estudantes e, ao mesmo tempo, colocar no debate instrumentos de análise que contribuam para
que as alunas estabeleçam uma crítica aos seus próprios saberes.
Desta forma, como ressalta (Kohan, 2019, p.120), para Freire, o “aprender tem prioridade
epistemológica, pedagógica, sobre o ensinar”, e, traz como exigência que a/o docente, desde a
relação dialógica com as estudantes, recrie o seu próprio processo de ensino. Sendo assim, é
necessário que a prática docente seja consubstanciada por intervenções educacionais que
promovam o desenvolvimento de potencialidades das educandas que, não podem ser reduzidas à
condição de objeto, a meras depositárias de conteúdos, selecionadas e definidas a partir da visão
de mundo do outro, que desconhece a sua realidade.
Ao pensarmos igualdade na prática educativa, o desafio é estabelecer relações entre os
saberes curriculares, aqueles propostos no Plano de Curso, com as experiências que o grupo de
mulheres têm no âmbito individual e coletivo, cujo foco é o empoderamento, o quarto princípio
do Programa Mulheres Mil.

3.4 Princípio do Empoderamento

Para Paulo Freire e Ira Shor, empoderamento relaciona-se com a capacidade


educando de interpretar e refletir sobre sua realidade, tanto no âmbito individual quanto coletivo,
com vistas a produzir mudanças significativas para a construção de uma sociedade mais humana
e democrática (FREIRE, SHOR, 1986).

Trata-se de um processo de produção de conhecimento, balizado na dialogicidade, na


igualdade e na problematização, que atravessam o cotidiano das mulheres, com vistas a
instrumentalizá-las a se perceberem como sujeitos que compreendem e refletem criticamente
acerca das suas realidades e desvantagens econômicas, sociais, políticas, raciais e de gênero,
contribuindo e fortalecendo para os seus anseios de modificar esse contexto.

No âmbito do Programa Mulheres Mil, o empoderamento relaciona-se tanto com os


objetivos que se deve buscar no percurso formativo, quanto com os resultados que deles podem
advir para a melhoria de vida das mulheres no âmbito social, econômico, político e de
representatividade. Portanto, esse princípio se constitui tanto como um objetivo educacional
quanto como um indicador para a mensuração da efetividade do programa.

Tendo como referência “Um guia prático para mensurar o empoderamento de mulheres e
meninas em avaliações de impacto” elaborado pela Abdul Lafit Poverty Action Lab (J-Pal,
2003) como indicador, relaciona-se com o arbítrio e a capacidade de fazer escolhas
significativas. Trata-se do “processo pelo qual aquelas a quem foi negada a capacidade de fazer

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escolhas estratégicas de vida a adquiram”. Nesse sentido, o guia propõe analisar o
empoderamento das mulheres, em três âmbitos:

I) Recursos, que se relaciona com a obtenção de acesso a recursos materiais, humanos e


sociais que aumentem a capacidade das mulheres de exercerem escolhas, incluindo
conhecimento, atitudes e representação.

II) Agência, que significa ter voz nos processos de negociação, seja no âmbito familiar,
pessoal e coletivo, e influência na tomada de decisões acerca de escolhas estratégicas na vida.

III) Realizações, que se propõe a mensurar as melhorias significativas no bem-estar e no


aumento da agência das mulheres, incluindo saúde, educação, oportunidades de trabalho e
ganhos, direitos, participação política, entre outras.

Importante frisar que esses âmbitos propostos para a mensuração do empoderamento


coadunam-se com os objetivos do Programa Mulheres Mil, que tem como fim estimular a
elevação de escolaridade, contribuir na melhoria da qualidade de vida, no enfretamento à
violência contra as mulheres, na promoção da equidade de gênero e na inserção
socioprofissional. Dessa forma, o princípio empoderamento deve estar presente nas diversas
ações, seja no acesso, no que diz respeito ao diálogo com os territórios e com as mulheres; na
Permanência, na definição da qualificação profissional em consonância com os saberes das
mulheres e com os arranjos produtivos locais; na elaboração e definição do plano de curso,
atento a seleção de conteúdos que sejam relevantes a cada grupo de mulheres; nas práticas e
metodologias de ensino, que devem primar por estimular a participação das estudantes; na oferta
dos serviços para garantir a permanência; no êxito Pedagógico, na efetividade do curso,
buscando evitar evasões e desistências, quanto no êxito Profissional, com a criação de caminhos
que possibilitem a inclusão socioprofissional das mulheres.

Enquanto indicador, o Empoderamento visa mensurar os impactos do Programa


Mulheres Mil junto às estudantes, com o objetivo de identificar as contribuições da qualificação
profissional no que diz respeito às melhorias relacionadas à capacidade das mulheres fazerem
escolhas estratégicas para o seu bem-estar, exercendo influência e tendo agência nas decisões no
âmbito individual e coletivo, e a ampliação de oportunidades de inserção socioprofissional.
Trata-se, portanto, do processo de monitoramento, da mensuração dos resultados do programa
para, a partir deles, realizar as adequações necessárias.

3.4.1 Interseccionalidades: Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade

Uma das questões centrais do Programa Mulheres Mil é pensar para quem se oferta a
qualificação profissional. Compreender que os grupos de mulheres apresentam situações de
violência de gênero, de raça, de etnia, orientação sexual, geracional, entre outras e desigualdades
sociais, econômicas, educacionais e culturais.
Nesse sentido, coloca-se a necessidade de identificar como as trajetórias desiguais do
ponto de vista social e econômica incidem nos processos de discriminação e de violências
enfrentadas pelas mulheres de forma geral e de forma específica, quando se analisa a realidade

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das mulheres indígenas, negras (pretas e pardas) e quilombolas. Também, se faz necessário
identificar como as identidades de gênero e de orientação sexual têm colocado as mulheres
transsexuias e travestis assim como a as mulheres lésbicas, biafetivas, assexuais e não binárias
com mais obstáculos sociais nos diversos aspectos da vida social: trabalho, saúde, educação,
moradia, acesso às políticas públicas.
Nessa direção, Kimbelé Crenshaw (2002) nos propõe pensar as problemáticas dessas
mulheres pelo prisma da interseccionalidade, que permite investigar as diferentes formas que o
racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam
desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, desde os marcadores de
raça, de etnia, de classe social, de orientação sexual, entre outros.
No âmbito educacional, essas reflexões colocam a exigência de se reconhecer que as
intercessões e interconexões entre gênero, raça, etnia, classe social, identidade de gênero e
orientação sexual produzem desigualdades. Por isso, a necessidade de se incorporar nas práticas
pedagógicas do Programa Mulheres Mil a Educação Antirracista e Educação para as Relações de
Gênero, compromentendo-se com o enfrentamento de toda e qualquer expressão de
discriminação racial, preconceito racial, étnico e de gênero. E, no mesmo gesto, valorizar a
contribuição histórica africana e dos povos indígenas na formação econômica, social e cultural
do Brasil.
Também é relevante enfrentar o silenciamento e as violências que incidem sobre as
mulheres lésbicas, transsexuais e travestis. E, olhar para essas mulheres que ingressam nas salas
de aulas das instituições como sujeitos históricos, sociais e culturais, dotadas de experiências
adquiridas no decorrer das suas histórias e capazes de construir conhecimento e aprendizado.
Destaca-se que, ao ter como ponto de partida as reflexões apresentadas acima, podemos
acompanhar sua materialização no cotidiano do contexto brasileiro, mais especificamente, na
realidade vivenciada pelas mulheres que ingressam no Programa Mulheres Mil. Segundo o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ONU, 2021), o Brasil ocupa o 5º
lugar no ranking mundial de feminicídios. De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), no Brasil, 1 (uma) a cada 3 (três) mulheres já sofreram algum tipo de violência, mais de
33%, índice superior à média global que é de 27%.
Para se ter uma ideia da dimensão das situações de violência a que estão submetidas às
mulheres, seguindo o conceito de interseccionalidade, proposto por Crenshaw (2002), o
levantamento Visível e Invisível, realizado pelo Datafolha, em 2022, aponta que a violência ao
longo da vida é maior entre as mulheres negras (48%), com grau de escolaridade até o ensino
fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos
(48,9%). No geral da população esse índice é 33,4%.
As diferenças que constituem as mulheres, identificando as problemáticas comuns, que
afetam ao grupo, e aquelas que as impactam de forma diferenciada, tais como os preconceitos de
raça, etnia e orientação sexual, por exemplo, dentre outras podem ser identificadas no decorrer
do percurso formativo.

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5. Acesso

No âmbito do Programa Mulheres Mil, o acesso relaciona-se à criação de condições, de


estratégias, de instrumentos e de soluções que possibilitam às mulheres em situação de
vulnerabilidade social ingressar como estudantes, regularmente matriculadas em cursos de
Instituições de Educação Profissional. Portanto, relaciona-se com a garantia do direito ao acesso
à escolaridade, ao conhecimento, à tecnologia e à inovação gerados pela sociedade.
Neste contexto, a instituição é o grande articulador e integrador de uma rede de ensino,
pesquisa, extensão, documentação e informações de referência que fomenta, desenvolve e
consolida a reflexão e a compreensão, de forma atualizada, permanente e contextualizada, sobre
as diversas dimensões e dinâmicas dos territórios em que essas mulheres vivem. Para isso, a
instituição se articula como um observatório de políticas públicas e com o universo social,
econômico, geográfico, educacional, cultural, científico e tecnológico de seu entorno, devendo
estabelecer o diálogo com o objetivo de apreender as diferentes caracterizações social,
econômica, política, educacional, cultural e tecnológica dos grupos sociais existentes nos
territórios.
Tendo como base os princípios pedagógicos da dialogicidade, problematização,
igualdade e empoderamento, o acesso à instituição passa a ser concebido como um instrumento
de inclusão, promotor de permanência no ambiente escolar, com êxito e sustentabilidade, dada a
mudança de concepção de acesso seletivo para um acesso inclusivo e afirmativo.
Essa concepção de acesso inclusivo, que reconhece e valoriza os saberes construídos no
decorrer da trajetória de vida, oportuniza, para a instituição que oferta o Programa Mulheres Mil,
dialogar com as diferentes realidades e, a partir disso, estabelecer relações entre os saberes da
experiência produzidos pelas mulheres desde seus territórios e suas condições de existência e o
conhecimento científico e tecnológico produzido pela sociedade com o objetivo de ampliar a
leitura de mundo tanto das mulheres e quanto das instituições.

5.1 Vulnerabilidade social

Francisco Oliveira (1995) chama a atenção para o fato de que a vinculação da


vulnerabilidade social estrita à questão econômica é insuficiente para compreender as condições
sociais pelas quais diversos indivíduos ou grupos sociais ingressam na situação de
vulnerabilidade social, visto que as relações entre os agentes sociais contribuem para tornar os
grupos vulneráveis. No contexto brasilero, o racismo estrutural, que organiza, em diferentes
esferas, o funcionamento da sociedade com base em discriminações de determinada parcela da
população, especialmente da população negra e dos povos indígenas. Outras questões que devem
ser consideradas são as discriminações de gênero, de orientação sexual e identidade de gênero.
Desta forma, a vulnerabilidade social não pode ser dissociada da posição dos sujeitos no sistema
de produção, social, cultural e econômica e precisa ser analisada na perspectiva dos direitos
humanos e sociais.
Simone Monteiro (2011), por sua vez, aponta que a vulnerabilidade social está
relacionada ao desequilíbrio e à carência e engloba três categorias: os ativos, que são os recursos
materiais e socioculturais que possibilitam aos indivíduos se desenvolverem na sociedade, tais

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como trabalho, lazer, cultura e educação; o conjunto de oportunidades procedentes do âmbito
social, concedidas pelo mercado, Estado e sociedade; e as estratégias, definidas como as formas
por meio das quais os indivíduos usam os ativos para construir mudanças estruturais de um dado
contexto social. Para os estudiosos, a ausência desses elementos caracteriza a situação de
vulnerabilidade social.
Considerando as reflexões acerca dessa temática, destaca-se que, no âmbito dessa
política pública, entende-se por vulnerabilidade social a condição de uma parcela significativa
da população brasileira para a qual foram negados os direitos baśicos, decorrente de processos
históricos de exclusão social, econômica e cultural. Portanto, a vulnerabilidade social
relaciona-se com um conjunto de condições estruturais que afetam diferentes âmbitos da vida
dos indivíduos e dos grupos.
Assim, no Programa Mulheres Mil, a vulnerabilidade social relaciona-se às condições de
existência do grupo de mulheres e deve ser utilizada como ferramenta analítica das:
● Questões econômicas: situação de pobreza, renda e desemprego;
● Questões educacionais: baixos índices de escolaridade;
● Questões de saúde: dificuldade ou inexistência de acesso aos serviços públicos de saúde;
● Questões de violência: física, psicológica, moral e patrimonial;
● Questões de desigualdades de gênero, raça, etnia e orientação sexual;
● Questões de moradia: infraestrutura das casas, acesso à água potável e ao saneamento
básico;
● Questões de segurança alimentar: acesso a alimentos saudáveis, entre outros.

São esses conjunto de fatores, dentre outros identificados no território, que devem ser
analisados para que se possa avaliar as condições de vulnerabilidade social do grupo de
mulheres.

5.2 Perfil do grupo de mulheres a ser atendido

O Programa Mulheres Mil tem como objetivo atender mulheres a partir de 16 anos,
prioritariamente, em situação de vulnerabilidade social e econômica, em contexto de pobreza e
extrema pobreza; baixo grau de escolarização ou nenhuma escolarização; responsáveis pelo
cuidados das/os filhas/os e ou familiares; pelos cuidados da casa; vítimas de violência;
observando as questões de desigualdade racial e étnica; de orientação sexual e identidade de
gênero; geracional; de deficiência; de classe social etc.

Importante ainda destacar mulheres em situação de rua, migrantes, refugiadas, privadas


de liberdade e grupos que, historicamente, não tiveram acesso à educação e aos direitos
humanos. Mulheres que vivem em comunidades de risco ou pertencentes a Povos e
Comunidades Tradicionais (PCTs), agricultoras, quilombolas, indígenas, ribeirinhas. Grupos
culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de
organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua
reprodução cultural, social e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados
e transmitidos pela tradição.

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5.3 Acesso das estudantes
Considerando o perfil das estudantes, deve-se pensar o acesso como um processo e um
instrumento de diálogo com vistas a promover o ingresso acolhedor e personalizado de cada
grupo de mulheres. Processo e instrumento de mapeamento dos contextos sociais, econômicos e
culturais do coletivo, ou seja, das condições de existência dessas mulheres no território, bem
como das trajetórias individuais, as histórias de vida que são singulares e afetadas de diferentes
formas pelo racismo, pela misoginia, pelo patriarcalismo e pela discrisminacão de classe e de
gênero.
O acesso, portanto, relaciona-se também, com a identificação dos saberes da experiência,
aqueles produzidos pelas mulheres, que devem entrar em diálogo com a elaboração e definição
da qualificação profissional. Por isso, o acesso inclui um conjunto de ações de aproximação com
o território e com as mulheres, com vistas à identificação das suas condições de existência.
Ações que iniciam e consolidam a interface e o diálogo, o que permite às instituições
conhecer e se aproximar da realidade, identificando suas necessidades, desafios, demandas e
potenciais, por meio do levantamento de informações, que possibilitam delinear as ações de
ingresso e permanência do grupo de mulheres à instituição educacional, as quais podem requerer
o estabelecimento de parcerias com os demais serviços públicos, tais como saúde, assistência
social, sistema de justiça etc.

5.4 Instituição no território

No âmbito do Mulheres Mil, propõe-se olhar a vila, o bairro, a comunidade, o


assentamento, a comunidade indígena e quilombola, ou seja, o local que será atendido por essa
ação educacional, como um território, como um espaço historicizado, no qual as pessoas moram,
estabelecem trocas materiais, econômicas e culturais entre si, com seu entorno e com os demais
espaços da cidade.
Em muitos desses territórios, especialmente os marcados por situações de vulnerabilidade
social, é possível identificar problemáticas comuns, tais como as carências de equipamentos
públicos, condições socioambientais, por exemplo, moradias localizadas em áreas consideradas
de risco. É comum ainda os moradores enfrentarem escassez de transporte público, de acesso a
alimentos saudáveis, saneamento básico e à água potável, entre outras.
No entanto, se por um lado, há diversos aspectos materiais e simbólicos que afetam
negativamente o cotidiano das pessoas, deve-se compreendê-lo também como um lugar de
produção de cultura, de estabelecimento de relações solidárias e cooperativas, de trocas
comerciais, ou seja, um local de potencialidades individuais e coletivas. Nesse sentido, é
imprescindível olhar os territórios e os que lá vivem como sujeitos de direitos e de saberes que
podem ser potencializados, portanto agentes de transformação das suas realidades e da
sociedade.
Diante da complexidade dos territórios e tendo a dialogicidade e a problematização
como princípios estruturantes do Mulheres Mil, a instituição deve conhecê-lo in loco e
estabelecer diálogos com associações de bairro, clubes de mães, entidades de classe, ONGs,

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organismos de governos municipais, estaduais e federal para conhecer a realidade, apresentar,
divulgar o Programa e estimular a participação do grupo de mulheres.
Nessas visitas, devem ser apresentadas a concepção, as diretrizes e os contextos do
Programa e feito o convite para que as mulheres se integrem às instituições, conheçam suas
instalações e serviços ofertados. Essas ações, entre outras, consolidam o diálogo com e no
território e assim permitem a compreensão mútua das demandas, das necessidades locais e das
potencialidades.

5.5.1 Diagnósticos do Território


Para compreender as condições dos grupos de mulheres, é necessário alargar o olhar para
o território e identificar os contextos sociais, econômicos, educacionais, ambientais e culturais.
Para isso, deve-se fazer um levantamento da realidade socioeconômica (a renda per capita, as
ocupações laborais dos/as moradores/as, os empreendimentos, taxa de desemprego) e dos
equipamentos públicos existentes (escola, unidade de saúde, delegacia da mulher, coleta de lixo
etc). Identificar as condições socioambientais (acesso à saneamento, à água potável e a
infraestrutura das moradias) e as de mobilidade urbana (acesso à transporte público e os demais
meios de transporte usados, tais como bicicleta, motocicleta, carros).
Levantar dados acerca da escolaridade (nível de escolaridade, distorção idade-série,
índice de analfabetismo) e das condições de segurança alimentar e nutricional (acesso a
alimentos básicos de qualidade e saudáveis, adequados do ponto de vista nutricional). É
relevante compreender as relações de gênero, de raça e de etnia por meio dos indicadores de
violência de gênero (patrimonial, sexual, física, moral e psicológica e sexista), da desigualdade
étnico e racial (acesso da população negra e do povo indígena à educação, à saúde, ao trabalho,
bem como as diferenças de renda, das condições de moradia e as discriminações que as
vitimam). Deve-se também identificar as manifestações culturais, as instituições não
governamentais que lá atuam (ONGs, clube de mães, associação de moradores) e os potenciais
econômicos.
Esse conjunto de informações pode ser levantado por meio de entrevistas e conversas
com lideranças comunitárias, junto aos órgãos municipais, tais como Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS), Secretarias de Educação, da Mulher, do Trabalho e Emprego e aos
órgãos federais, tais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os Ministérios
das Mulheres, do Trabalho e Emprego, por meio do Caged, da Educação, entre outros.

Sistematização do Diagnóstico
a) Passo 1 - Estabeleça os objetivos: Defina claramente quais são os objetivos do
diagnóstico. O que você precisa ou deseja descobrir ou compreender sobre as condições
dos grupos de mulheres?
b) Passo 2 - Identifique os aspectos a serem avaliados: Com base no programa, identifique
os principais aspectos a serem considerados no diagnóstico, como contextos sociais,
econômicos, educacionais, ambientais, culturais, condições socioambientais, mobilidade

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urbana, escolaridade, segurança alimentar e nutricional, relações de gênero e raça,
manifestações culturais, instituições não governamentais e potenciais econômicos.
c) Passo 3 - Defina as fontes de dados: Identifique as fontes de dados disponíveis para
coletar as informações necessárias. Isso pode incluir entrevistas e conversas com
lideranças comunitárias, órgãos municipais (como CRAS, Secretarias de Educação, da
Mulher, do Trabalho e Emprego), órgãos federais (como IBGE, Ministério das Mulheres,
do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação) e outras fontes relevantes.
d) Passo 4 - Planeje a coleta de dados: Elabore um plano de coleta de dados, determinando
quais métodos serão utilizados (entrevistas, questionários, observações etc.) e quais serão
as amostras representativas a serem abordadas.
e) Passo 5 - Realize a coleta de dados: Execute o plano de coleta de dados, buscando
informações relevantes de acordo com os aspectos identificados. Certifique-se de obter
permissões necessárias e siga as diretrizes éticas ao lidar com informações sensíveis.
f) Passo 6 - Analise os dados: Organize e analise os dados coletados. Utilize métodos
estatísticos, técnicas de análise qualitativa e ferramentas adequadas para interpretar os
resultados.
g) Passo 7 - Identifique os padrões e tendências: Identifique os padrões, tendências e
relações encontradas nos dados analisados. Observe as correlações entre diferentes
aspectos e busque compreender as causas subjacentes aos padrões identificados.

5.5.2 Diagnóstico do Coletivo das Estudantes


O mapeamento e a compreensão dos contextos e das situações socioeconômicas do grupo
de mulheres a serem atendidas são imprescindíveis para delinear as necessidades, estratégias e
instrumentos do acesso e permanência, identificar as parcerias necessárias e definir a
qualificação profissional.
Para isso, é necessário compreender as condições dos grupos de mulheres, as quais se
relacionam com os marcadores identitários (raça-etnia, estado civil, orientação sexual,
deficiência, faixa etária, número de filhos), com a situação laboral e econômica (renda, relação
com o mundo de trabalho, se formal ou informal, contribuição na renda familiar), com a estrutura
domiciliar (material da construção da casa, número de cômodos, acesso a eletrodomésticos, ao
saneamento básico, à água potável, à luz elétrica, à coleta de lixo). No que diz respeito ao âmbito
educacional, é imprescindível identificar a realidade familiar (nível de escolaridade das
estudantes, do esposo-companheiro e dos filhos e as experiências das mulheres com a educação
profissional e tecnológica). As relações interpessoais (as redes de apoio com as quais as alunas
contam) e o acesso às políticas públicas (Bolsa Família, CRAS, SUS, Delegacia da Mulher, entre
outras).
Esse conjunto de informações deve ser produzido por meio de aplicação de perfil
situacional, podendo ser complementado por meio entrevistas, grupo focal, bem como o Mapa da
Vida, método e ferramenta educacional do Programa Mulheres Mil. Destaca-se que no
planejamento e desenvolvimento das ações diagnósticas, é importante contar com o apoio dos
serviços psicossociais, tais como assistência social e psicologia.

22
5.5 Mapa da vida - Método e Ferramenta Educacional

Na concepção do Programa Mulheres Mil, o Mapa da Vida é tanto um método como uma
ferramenta educacional, com e a partir do qual se deve buscar compreender as trajetórias coletiva
e a individual das mulheres e realizar o mapeamento dos saberes laborais. Desta forma, as ações
devem estar consubstanciadas nos princípios da dialogicidade, escuta atenta e sensível das
mulheres, da problematização, identificar as problemáticas que atravessam os seus cotidianos,
as quais podem, inclusive, impactar ou dificultar suas participações na qualificação profissional,
e da igualdade, identificar e validar os saberes que as mulheres produziram no decorrer das suas
trajetórias.
Nessa perspectiva, o Mapa da Vida é um processo que coloca em perspectiva duas
dimensões: a coletiva e a individual com o objetivo de potencializar o sujeito como autor e
protagonista da história da sua vida e de seu grupo, visando criar oportunidade e ambiente para a
troca de experiências de vida, para que elas possam ser compartilhadas e então devidamente
registradas, validadas e valorizadas.
Nesse sentido, o Mapa da Vida é um método-ferramenta de diálogo com o território e
com as mulheres, cujo um dos objetivos é produzir dados para garantir o acesso e a permanência
dessas estudantes nas instituições, os quais deverão subsidiar as necessidades de constituição de
parcerias, o desenho institucional para a incorporação do Mulheres Mil nos diversos setores da
instituição, a elaboração do Plano de Curso, a necessidade de flexibilização das regras de
funcionamento da oferta, seja referente ao horário, ao espaço onde acontecerão as aulas, se na
comunidade ou no espaço escolar, à definição da equipe de docentes e técnicos que atuarão em
sala de aula e no território.

Mapa da Vida - Dimensão Coletiva


As reflexões de Arroyo (2011) contribuem a pensar na importância de reconhecer as
mulheres como pertencentes a coletivos que, no processo de colonização, foram relegados à
posição de inferioridade econômica, social e cognitiva. Nesse sentido, o autor ressalta a
necessidade de romper com lógica de que trabalhamos com percursos individuais e mapeá-los
enquanto coletivos que vivem processos diversos de subordinação: “O coletivo negro, o coletivo
mais pobre, o coletivo de trabalhadores, o coletivo dos sem trabalho, o coletivo das mulheres.”
(ARROYO, 2011, p.18).
A proposta sugerida pelo autor é incorporar no percurso formativo a indagação: “Que
coletivos são esses?”, visto que há diferenças entre pensar o currículo para indivíduos e um
currículo para coletivos”. Essa segunda opção leva a “pensar conhecimentos para coletivos”,
consequentemente, incorporar as dimensões coletivas, histórica e social no plano de curso. O que
remete a identificar as lutas coletivas desses grupos de mulheres “por sua cultura: cultura negra,
memória africana, memória quilombola, memória do campo, memória das mulheres do campo,
memória dos atingidos pelas barragens” (ARROYO, 2011, p. 18).

23
Assim, na dimensão coletiva, o Mapa da Vida deve dialogar com o panorama do território
e do grupo, subsidiado por informações produzidas pelo levantamento de dados do Território e o
perfil situacional, cuja sistematização deve ser apresentada e discutida com as estudantes para
que elas complementam e se identifiquem como pertencente a um coletivo, que tem problemas e
lutas em comum.
Nesse momento, torna-se relevante abordar as percepções do grupo acerca da
constituição do territórios - de onde são, como chegaram ali, as relações de poder que incidem
sobre seus cotidianos, sejam as interpessoais, institucionais ou intergrupais. As violências
estatais, de gênero, étnica, racial e de classe social que incidem sobre suas vidas. As diferenças
de condições de acesso aos equipamentos públicos - transporte, escolas, saúde e as políticas
públicas.
É importante discutir as atividades laborais que desenvolvem, a dinâmica econômica do
território, as condições coletivas de moradia, tais como o acesso ao saneamento, à água potável,
à energia elétrica etc. e as possibilidades existentes no território para gerar renda. Portanto,
trata-se de um momento coletivo, no qual será possível identificar as diferentes condições de
existências que existem no território e de percepções do grupo.

Mapa da Vida - Dimensão Individual


As reflexões de Ailton Krenak (2023) nos dão pistas acerca da importância do trabalho
de memória, que, segundo ele, são universais, pois todos temos memórias. Para Krenak, tomando
como referência o processo de transmissão de conhecimento e saberes dos povos indígenas,
pode-se pensar o trabalho de memória como um momento “de evocação da vida cotidiana na
transmissão de experiências do cotidiano”, que pode ser “pensada como o tecido mais
minucioso, costurado com a costura mais fina do cotidiano e da memória, que vai dar sentido
social, inclusive, para a vida, para a convivência.” (Memórias Ancestrais - Corpo de Memória -
Selvagem Ciclo de Estudos, 2023).
Ao caminharmos com Walter Benjamin (1994), podemos pensar que se trata de narrativas
que foram silenciadas, podendo se constituir em um momento oportuno para se contar a história
à contrapelo, da perspectiva de mulheres que, no decorrer das suas trajetórias de vida, foram
vitimadas por processos de subjugação. Podemos pensar ainda que se trata de um momento de
compartilhamento de saberes ancestrais, quando elas podem identificar e dialogar com as
histórias de saberes transmitidos pelas gerações anteriores.
Desta forma, ao se pensar no Mapa da Vida na dimensão individual, trata-se do momento
em que as mulheres narram as suas histórias, recorrendo ao acervo de experiências de vida, que
são tecidas coletivamente. É o momento do trabalho de memória, de tridimensionamento do
tempo, no qual elas caminham pelas trilhas do passado: suas histórias familiares e afetivas,
sendo, muitas vezes, afetadas por dores e traumas. É momento de reolhar suas trajetórias
educacionais e laborais e de autorreconhecimento dos seus saberes. E, assim, chegar ao presente,
refletindo sobre as condições objetivas que tiveram para se tornar o que estão sendo agora e
assim buscando delinear possibilidades de futuro.
Portanto, na dimensão individual, o Mapa da Vida debruça-se sobre as singularidades, as
trajetórias de vida. Trata-se de um processo que estimula as pessoas a organizarem sua própria

24
história numa cronologia, possibilitando que cada uma visualize e apresente sua trajetória global.
Momento que coloca o sujeito diante da perspectiva de fazer escolhas e selecionar o que quer
contar e registrar, revelando os fatos marcantes, as rupturas. Identificando as trajetórias
educacionais e laborais, os saberes da experiência, aqueles constituídos desde as suas condições
de existência, as potencialidades e as perspectivas e desejos em relação à qualificação
profissional.
Sugere-se, na condução desse processo, um breve roteiro para que elas possam caminhar
pelas ruas do passado, com perguntas abertas, tais como:
● Quais os principais fatos de sua vida?
● Quais são as pessoas significativas?
● Quais foram as rupturas e por que aconteceram?
● Quais foram as lutas e condições de existência dos seus antepassados?
● Quais saberes foram transmitidos por eles para você?
● Que valores orientam a sua vida?
● Quais e como foram suas experiências na escola?
● Quais são suas experiências no mundo do trabalho?
● Quais os seus sonhos?

Ressalta-se a importância dessa atividade ser realizada em espaços acolhedores e contar


com a participação de psicólogos e assistentes sociais. Para desenvolvê-la, pode-se fazer uso de
diferentes instrumentos: fotografias, colagens, recortes de revistas, mapas, escritas de texto etc.
Após a feitura do Mapa da Vida, deve-se estimular o grupo para compartilhá-lo entre elas. Para o
processo de formação, é o momento em que a equipe multidisciplinar adentra as histórias
individuais, devendo identificar temas importantes para serem incluídos no Plano de Curso, bem
como os saberes e expectativas das mulheres em relação à qualificação profissional.

Mapa da Vida - Ferramenta Pedagógica


O Mapa da Vida, enquanto ferramenta-método processual, pode ser usada no decorrer da
qualificação profissional, com vistas a identificar dificuldades nos processos de aprendizagem e
demandas de conteúdos e debates sobre determinadas temáticas, que podem surgir a partir de
discussões em sala de aula ou nos demais momentos de interação entre grupo de mulheres dentro
e fora da instituição.
Pode ser uma ferramenta pedagógica por meio da qual os docentes também podem
identificar os saberes prévios das mulheres acerca de um determinado conteúdo ou um
instrumento para avaliação coletiva das alunas sobre as disciplinas, para refletirem sobre o que
aprenderam, qual importância do conteúdo para suas vidas, que outros temas gostariam de
aprender.
No que concerne à qualificação profissional, o Mapa da Vida pode ser aplicado para
identificar as experiências prévias de trabalho e as possibilidades de articulação com uma
determinada área de trabalho e ou geração de renda.
Para isso, pode-se fazer as seguintes atividades e ou dinâmicas:

25
a) Roda de conversa: Promover discussões em grupo sobre as dificuldades nos processos de
aprendizagem e as demandas de conteúdos e debates. Incentivar as alunas a
compartilharem suas experiências e reflexões, permitindo a identificação coletiva das
dificuldades e a busca por soluções conjuntas.
b) Avaliação coletiva: Momentos de avaliação coletiva das disciplinas, em que as alunas
possam refletir sobre o que aprenderam e a importância do conteúdo para suas vidas.
Incentive-as a compartilhar seus pontos de vista, sugestões de temas complementares e a
expressarem suas expectativas em relação à qualificação profissional.
c) Atividades práticas: Desenvolver atividades práticas que permitam a aplicação dos
conhecimentos adquiridos, buscando conectar o conteúdo à realidade das alunas.
Incentive-as a compartilharem suas experiências e a discutirem como o aprendizado pode
ser aplicado em suas vidas pessoais e profissionais.
d) Trabalho em grupo: Estimular a formação de grupos de estudo entre as alunas,
incentivando a troca de conhecimentos e a colaboração mútua. Dessa forma é possível
fortalecer os laços entre as mulheres, permitindo que elas se apoiem e compartilhem suas
vivências durante o processo de aprendizagem

4.6 Estrutura e suporte

A estrutura e o suporte necessários à realização do acesso requer a constituição e


qualificação de uma Equipe Multidisciplinar e a implementação, o desenvolvimento e a oferta
dos serviços de acesso às educandas, ou seja, promover a integração do grupo de mulheres aos
diversos setores da instituição e a constituição da rede parceiros que possam atender às
necessidades no âmbito social.

4.7 Equipe Multidisciplinar

A Equipe Multidisciplinar, constituída por um conjunto de servidores, profissionais


especialistas e parceiros que, em trabalho articulado, colaborativo e solidário, viabiliza as ações
do Programa na comunidade interna e externa, desenvolvendo desde o planejamento integrado
até a execução, a avaliação e o monitoramento no âmbito da instituição ofertante.
O perfil dos integrantes dessa equipe deve contemplar a visão de abertura ao novo e
postura solidária e colaborativa, com determinação e comprometimento em construir uma
sociedade mais inclusiva, justa e igualitária. A constituição da equipe deverá ser formalizada
pela instituição, de maneira a reconhecer seus integrantes.
Caberá à equipe multidisciplinar viabilizar as várias etapas de estruturação e
implementação do Programa, desde a gestão acadêmica, administrativa, a formação dos
professores na MAPE, a organização do acompanhamento do aproveitamento das estudantes e a
elaboração de projetos interdisciplinares. Promover a mobilização interna, que se configura
como um elemento facilitador do sucesso da implementação do Programa, uma vez que ele
demanda o envolvimento de diversos setores distintos.

26
Outra ação relevante é sensibilizar e agregar novos parceiros e colaboradores (nas
comunidades interna e externa) para integrar o esforço coletivo com o objetivo de identificar e
encaminhar às especificidades do grupo de mulheres, tais como: aspectos educacionais, culturais,
relativos à saúde, aos direitos humanos etc.
Nesse sentido, a equipe multidisciplinar, constituída para o Programa, deve contemplar
profissionais que atuarão nos serviços de atendimento psicossocial para minimizar problemas ou
dificuldades advindas das situações de vulnerabilidade social, com vistas a estabelecer parcerias
com redes de serviços sociais federais, estaduais e municipais para atendimento de necessidades
das mulheres, bem como de casos mais específicos e/ou mais graves, por exemplo, a questão da
violência doméstica e/ou sexista. As delegacias para as mulheres e Centros de Referência de
atendimento à mulher em situação de violência podem e devem ser parceiras do programa,
sempre se tomando o devido cuidado para não expor os problemas das alunas diante de sua
turma ou de sua comunidade.
Adaptando a experiência de Santos e Coutinho (2015), a Equipe Multidisciplinar poderá
ser composta por:
a) Gestor(a) Institucional: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do
programa na instituição ofertante (por exemplo, reitoria) como um todo, para a
gestão nacional do Mulheres Mil, esse profissional é o ponto de contato e
referência sobre o programa na instituição ofertante;
b) Gestor(a) Local: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do programa
em uma unidade específica da instituição ofertante (por exemplo, campus), para a
gestão institucional é o ponto de contato e referência sobre o programa na unidade
específica da instituição ofertante;
c) Profissionais de Serviço Social, Psicologia, entre outros: responsáveis pelas ações
de permanência e êxito, podem ser contratados ou não, conforme possibilidades
existentes, para atuarem na identificação das vulnerabilidades sociais e tratamento
e/ou encaminhamento das mulheres aos serviços de apoio necessários;
d) Especialista em Empregabilidade e Especialista em Geração de Renda:
responsáveis pelas ações de êxito profissional, podem ser contratados ou não,
conforme possibilidades existentes, para atuarem na identificação das
oportunidades de empregabilidade e/ou geração de renda bem como no preparo
das mulheres para aproveitamento destas oportunidades;
e) Educador da Área Educacional (geralmente pedagogo ou técnico em assuntos
educacionais): responsável pelas questões pedagógicas como planos de curso,
escolha e orientação de docentes, orientação de frequência escolar, calendário de
aulas, salas de aula, entre outros;
f) Educador da Área Administrativa: responsável pelas questões administrativas
como aquisição de materiais escolares, criação, tramitação e controle de processos
do programa, emissão e registros de certificados entre outros;
g) Docentes: responsáveis pelo plano de ensino, pelas aulas previstas e deve ser das
áreas do conhecimento exigidas para desenvolvimento do Programa.

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Imagem 1: Tabela de Equivalência Mulheres Mil e Pronatec

4.8 Espaços de Acesso na Instituição


O espaço de acolhimento que a instituição educacional disponibilizará deve se constituir
como um espaço de troca de experiências, de construção e de fortalecimento de vínculos e de
relações, que possibilita atendimentos psicossociais e orientações individuais reservadas,
específicas para esses fins. É importante ainda que as estudantes tenham acesso a todos os
espaços institucionais, como biblioteca, laboratórios de informática, áreas de lazer e esportivas
etc.

4.9 Sistematização do Acesso

4.9.1 Ações no Território

E relevante que a toda Equipe Multidisciplinar (gestores, docentes, especialistas e


técnicos) participe das atividades de acesso no território, devendo ainda contar com a
participação de profissionais que realizam os atendimento psicossocial (psicólogos e assistentes
sociais), segue abaixo roteiro:
a) Passo 1: Identificação e Mapeamento do Território
b) Passo 2: Identificação e Diálogo com as Organizações Sociais existentes no
território
c) Passo 3: Divulgação e apresentação do Programa Mulheres Mil para as mulheres
do território
d) Passo 4: Seleção das mulheres por meio de aplicação do perfil situacional.
e) Passo 5: Caso o número de mulheres seja maior do que o número de vagas,
deve-se selecionar as que têm maiores indicadores de vulnerabilidade social, tais

28
como renda, nível de escolaridade, condições de moradia, e outros que sejam
relevantes para o contexto. Se, porventura, as condições de vulnerabilidade social
forem semelhantes indica-se a criação de critérios, tais como idade, chefia
familiar monoparental, entre outras.
f) Passo 6: Aplicação do Mapa da Vida no âmbito coletivo, com o objetivo de
estabelecer o diálogo entre o grupo de mulheres para que elas possam traçar
memória coletiva, identificar as lutas, as problemáticas, as conquistas e as
potências que comungam. Nesse momento, deve-se trazer dados do perfil
situacional e do território, com vistas a apresentar um panorama de quem são as
mulheres que compõem o grupo, como vivem, as suas diferenças e similaridades,
criando assim coesões com objetivo de estimular relações de apoio e colaboração.
g) Passo 7: Aplicação do Mapa da Vida no âmbito individual, com o objetivo de
conhecer as trajetórias individuais. Deve-se neste momento estimulá-las fazer
reflexões acerca de suas origens, de como foram construindo suas trajetórias de
vida, qual e como foi seu percurso formativo, que saberes acumularam no
decorrer da vida, com fins de identificar os saberes prévios com vistas a definir a
qualificação profissional, que deve estar articulada com os arranjos produtivos
locais. É importante ainda identificar quais os objetivos e anseios em relação a
formação e os desejos profissionais.
h) Passo 8: Matrícula das Mulheres.

4.9.2 Ações na Instituição

a) Seleção da Equipe Multidisciplinar de cada Campus/unidade de ensino.


b) Apresentação do Programa Mulheres Mil para a comunidade escolar;
c) Formação de docentes na Metodologia de Acesso, Permanência e Ẽxito (MAPE);
d) Identificação e formalização de parcerias internas e externas. No que se refere à
comunidade interna, é importante dialogar com representantes dos Núcleos de
Pesquisa Existente na Instituição e com a Pró-Reitoria de Pesquisa, com vista a
estimular a participação dessas instâncias para o desenvolvimento de pesquisa
aplicada e acadêmica, bem como atuar no processo de formação, tanto das
mulheres quanto dos docentes, acerca de temáticas como gênero, raça etc. No que
se refere às parcerias externas, deve-se identificar quais são os órgãos necessários
para o atendimento das necessidades das mulheres no âmbito educacional, de
saúde, de direitos, bem como instituições que serão necessárias para a oferta da
formação;
e) Elaboração do Plano de Trabalho;
f) Elaboração do Plano de Curso;
g) Organização dos espaços institucionais para o atendimento psicossocial e para as
aulas.

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5. Permanência
A permanência consiste em um conjunto de ações multidisciplinares direcionadas ao
atendimento das educandas, pautado em um processo sistêmico, estratégico e planejado, com
vistas ao empoderamento e à inclusão socioprofissional das educandas. Desta forma, as ações
de permanência integram a concepção inclusiva que promove a criação de um espaço de
formação seguro, acolhedor, colaborativo e estimulante, com ênfase na valorização do sujeito,
dos seus saberes e de trajetórias de vida.
Para isso, as estratégias adotadas devem ter como objetivo facilitar a permanência,
minimizar as possibilidades de baixo rendimento e/ou desistência; propiciar um ambiente
amigável, que aumente as chances de desempenho e de êxito das estudantes; dar suporte, em
forma de serviços e espaços, ao grupo de alunas do Programa Mulheres Mil para que elas sintam
confiança na equipe multidisciplinar e na instituição; promover o acompanhamento das
educandas, por meio de serviços de assistência e apoio; orientar as alunas para superação das
dificuldades inerentes ao processo de inclusão e permanência na instituição e no mundo do
trabalho; cuidar para que o ambiente e as pessoas acolham e as respeitem; capacitar as educandas
para a compreensão e o exercício da economia solidária, do empreendedorismo, do
cooperativismo e do associativismo como oportunidades de geração de renda e de melhor
desempenho no mundo produtivo.
Nesta perspectiva é importante a implementação de todas as formas de apoio, em uma
rede de atividades de suporte que melhorem e ampliem a capacidade da instituição em responder
adequadamente à diversidade do grupo de educandas e de suas demandas sociais e evitar a
evasão. Além disso, deverá ser estruturado e implementado um conjunto de ações visando
contribuir para a inserção socioprofissional das mulheres. Entre os diversos, destacam-se abaixo
alguns pontos considerados essenciais para que o grupo de mulheres tenha condições de
permanência.

5.1 Serviços de Assistência e Apoio à estudante

Diante do perfil das estudantes, percebe-se como fundamental a estruturação e oferta de


serviços enquanto estratégia de permanência e êxito. Para isso, é importante que a instituição
ofereça às educandas formas diversificadas de mobilidade e de permanência, tais como
programas de auxílio a estudante, que inclui o transporte escolar e/ou vale-transporte; vale
alimentação ou uso do refeitório no âmbito institucional. Destaca-se que, diante das condições de
vulnerabilidade social que assola a vida desses grupos de mulheres, é importante que as alunas
tenham acesso a pelo menos uma refeição, a qual complementará sua dieta alimentar, aumentará
a segurança alimentar e promoverá a melhoria da saúde, contribuindo para melhor aproveitar a
oportunidade de aprendizagem.
Outra questão que precisa ser identificada é a necessidade de as aulas ocorrerem na
comunidade, visto que, em alguns territórios, a mobilidade e o acesso à instituição são mais
complexos, impossibilitando, muitas vezes, que as mulheres comparecerem no espaço físico da
unidade escolar. Nesses casos, a instituição deve-se preparar para essa oferta diferenciada,
buscando parcerias com escolas ou associações de moradores para que se consiga um espaço

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adequado para a instalação de uma estrutura de sala de aula, ainda que muitas vezes essa
estrutura seja provisória.
Uma outra dificuldade comum entre o grupo de mulheres é a inexistência de rede de
apoio para cuidar dos filhos. Problemática que, muitas vezes, as impossibilita de frequentar o
curso. Diante desse contexto, é importante celebrar parcerias com instituições, tais como
universidades, por meio dos cursos de pedagogia ou outros, que possam ofertar serviços de
recreação infantil.
Diante do exposto, independente da linha de fomento, a instituição deve garantir, por
meio de seus programas e/ou parcerias, que as estudantes do Programa Mulheres Mil tenham
acesso aos seguintes serviços:
a) Atendimento especializado, em caso de demanda: Psicologia, Assistência Social,
Apoio à aprendizagem, assistência e orientação ao emprego;
b) Auxílio Estudantil: concessão de recursos financeiros para contribuir para
permanência, auxiliando em despesas como: transporte, alimentação, entre outras;
c) Uniforme: as estudantes deverão receber uniformes que apresentem identificação
da instituição e do programa, conforme logomarca padrão;
d) Material escolar: em apoio às atividades escolares, a instituição deverá fornecer
materiais como: caderno, caneta, lápis, bolsa, pasta, entre outros que possam ser
oferecidos;
e) Flexibilização da oferta em atendimento à especificidade do grupo de mulheres,
como por exemplo: realização de aulas na comunidade, acolhimento das crianças
durante o período de aulas, entre outras atividades.

5.2 Percurso Formativo


Entende-se por percurso formativo o caminho ou trilha educacional a ser percorrida, que
deve ser construído coletivamente, envolvendo a equipe multidisciplinar e as estudantes, desde
o princípio do curso. Portanto, o percurso formativo inclui desde as ações de acesso, passando
pela elaboração do plano de curso, das estratégias adotadas para garantir e permanência, dentre
elas destaca-se as ações de reforço e nivelamento que contribuam para as estudantes
superarem as eventuais dificuldades, minimizando o perigo de desistência.

Importa destacar que o percurso formativo não se limita apenas ao processo de ensino
e aprendizagem desenvolvido em sala de aula, mas demanda a criação e disponibilização
articulada e integrada de outros espaços: sala de leitura, estudo e orientação individual e
coletiva, biblioteca e laboratórios de informática, de química, de solo, para citar alguns dos
vários tipos de laboratório presentes nas instituições de educação profissional e tecnológica.

No que diz respeito à permanência, é imprescindível ainda considerar o contexto de


cada território e do universo de mulheres. Para isso, deve-se elaborar um Plano de Curso, que
contemple o Módulo do Núcleo Comum e o Módulo da Qualificação Profissional, cujos
conteúdos devem dialogar com o cotidiano das estudantes, ter aplicabilidade em suas vidas,

31
na labuta diária, em suas casas e no trabalho, cujo fim é contribuir para o Empoderamento
das mulheres.
No que diz respeito ao êxito pedagógico, o Percurso Formativo deve integrar estratégias
de acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem, com vistas a garantir a conclusão
da qualificação de forma satisfatória para as mulheres. Deve ainda prever estratégias para
estimular o êxito profissional, a inserção do grupo de mulheres no mundo do trabalho.

5.3 Plano de Curso

As instituições ofertantes do Programa Mulheres Mil deverão elaborar os Planos de


Curso de Qualificação Profissional, contemplando as orientações metodológicas apresentadas,
bem como utilizar as referências legais e institucionais da área do ensino, proporcionando
possibilidades de percursos formativos e inserção socioprofissional das estudantes e/ou egressas.

Destaca-se que Formação Inicial caracteriza-se como sendo a que, do ponto de vista
acadêmico, credencia o indivíduo a atuar em determinada área do conhecimento, e é adquirida
com a conclusão do curso de nível básico, técnico, tecnológico, licenciatura ou bacharelado. Já a
outra etapa de formação, denominada Formação Continuada, envolve todas as aprendizagens
decorrentes da atualização permanente, das experiências profissionais vivenciadas associadas ou
não aos cursos de atualização que ampliam a formação inicial.

Para isso, no processo de elaboração de plano de curso, deve-se identificar as


competências e habilidades anteriormente adquiridas. Alguns dos instrumentos que podem ser
utilizados para identificação desses conhecimentos prévios são: o perfil situacional, entrevistas,
mapa da vida, o qual deve ser aplicado logo no início do processo e no decorrer da qualificação
profissional.

O processo de aproveitamento dos saberes e competências propicia a superação da


histórica sobreposição entre os saberes previamente adquiridos e os conteúdos oferecidos pela
educação formal e deve ser elaborado com vistas a possibilitar comprovações verídicas, para
que todos possam reconhecer sua eficiência, contribuindo para a minimização do tempo
dispensado para a certificação dos saberes e, por conseguinte, para melhor e mais sustentável
inserção socioprofissional.

Para isso, os professores devem ter formação na Metodologia do Acesso e Permanência


e Êxito (MAPE) do Programa e levar em conta alguns critérios. São eles:

1. Validade

Ex.: Se o objetivo é aplicar o piso de cerâmica, por exemplo, é necessário que as


estudantes tenham domínio acerca das ferramentas que são utilizadas para realizar a
atividade, bem como dos produtos necessários para fazer esses acabamentos.

2. Autenticidade

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O avaliador pode questionar, por exemplo, as etapas necessárias para a aplicação
do piso.

3. Vigência

Deve-se investigar, por exemplo, os conhecimentos que as estudantes têm acerca dos
novos tipos de produtos que estão utilizados nessa área de trabalho.

Para estruturar o processo de identificação e reconhecimento de saberes, é necessário


definir as formas de avaliação (teste, práticas, observações, simulações, autoavaliação no
desempenho da ação etc.). Para as estudantes, há necessidade de ter clareza sobre o que será
avaliado, e isso está relacionado aos objetivos educacionais e profissionais e em que base
consistirá essa avaliação.

Deverão buscar-se formas flexíveis e justas de avaliação, com imparcialidade, com


rigor, porém é fundamental considerar que existem métodos que provam o mesmo
conhecimento de forma diferenciada e que devem ser aplicados.

5.3.1 Componentes do Plano de Curso

O Plano de Curso deve ser composto por uma estrutura mínima com os seguintes itens:
I) Características gerais do curso (nome, nível, modalidade, eixo tecnológico, público alvo,
duração, carga horária total, carga horária semanal, número de estudantes, perfil profissional); II)
apresentação; III) justificativa; IV) objetivos (geral e específicos); V) matriz curricular (módulo
do núcleo comum e módulo de qualificação profissional); VI) metodologia de ensino; VII)
ementas (componente curricular, carga horária, temas, habilidades e referências bibliográficas);
VIII) perfil conclusão; IX) avaliação; X) certificação; XI) formas de acesso; XI) infraestrutura e
XII) responsáveis pela oferta e XIII) bibliografia.

Matriz Curricular

No âmbito do Programa Mulheres Mil, a matriz curricular deve ser estruturada por temas
interdisciplinares, que devem ser integrados a todos os cursos, denominado de Módulo do
Núcleo Comum, o qual deve ser incorporado por conteúdos que dialogam com as
problematizações que incidem sobre a trajetória do grupo de mulheres, bem como pela
recomposição de conteúdos básicos nas áreas de linguagem e tecnologias, matemática e ciências
humanas e sociais aplicadas.

5.3.1.1 Módulo do Núcleo Comum

Reconhecido como uma das estruturas basilares da Metodologia do Acesso, Permanência


e Êxito do Programa Mulheres Mil, o Módulo do Núcleo Comum configura-se como espaço de
trabalho para temas transversais em todos os componentes curriculares dos cursos.
Independentemente da qualificação profissional, deve-se garantir que esses temas sejam

33
trabalhados, de acordo com o perfil sociodemográfico do território e do grupo de mulheres a ser
atendido.

É importante que os componentes curriculares constantes no Módulo do Núcleo Comum


sejam contemplados e distribuídos em atendimento às realidades dos grupos de mulheres,
identificadas nas ações diagnósticas e no Mapa da Vida. Trata-se de temas amplos que devem ser
adequados aos diferentes grupos de mulheres e seus contextos de vida. Destaca-se ainda que os
temas abordados nesse módulo são transversais, portanto os docentes que ministrarão aulas no
módulo da qualificação profissional devem ter conhecimento acerca dos temas-conteúdos e
integrá-las no seu fazer docente. Se, por exemplo, uma estudante relatar uma situação de
discriminação racial ou étnica ou de orientação sexual, o docente deve fazer o debate e, quando
necessário, apontar, à equipe multidisciplina a necessidade de apronfuda ou reforçar as temáticas,
visto que são temas que atravessam e afetam a vida do grupo de mulheres cotidianamente.
Segue a lista de sugestão das temáticas:

● Cidadania, Educação para as Relações de Gênero, Educação para as Relações


Étnico-Raciais, Direitos da Mulher.
● Educação Socioambiental, Saúde da Mulher, Segurança Alimentar e Nutricional.
● Expressão Corporal, Verbal e Artística.
● Recomposição de Conteúdos Básicos:
○ Leitura e Produção de Textos
○ Matemática Aplicada e Noções de Educação Financeira
● Inclusão digital voltada tanto para o Exercício da Cidadania, para Empregabilidade e para
Geração de Renda.

5.3.1.2 Módulo da Qualificação Profissional

A elaboração e definição do Módulo da Qualificação Profissional do curso deve ser


subsidiado pelo processo de identificação dos saberes das experiências do grupo de mulheres,
realizados por meio do perfil situacional e da aplicação coletiva e individual Mapa da Vida, pelo
processo de identificação e validação dos conhecimentos prévios. Deve-se ainda observar os
arranjos produtivos locais, as curvas e famílias ocupacionais, as ofertas das instituições,
procurando sempre propiciar o acesso às tecnologias geradas e desenvolvidas naquela instituição
aos grupos de mulheres.
Considerando os princípios pedagógicos que subsidiam a Metodologia do Acesso,
Permanência e Êxito (MAPE), é importante que seja um processo regido pela dialogicidade,
com a participação do grupo de mulheres, da equipe multidisciplinar e dos docentes.
Deve-se incorporar a problematização acerca dos espaços de trabalho historicamente
imposto às mulheres e buscar ofertar cursos nas diferentes áreas do mundo trabalho. É
imprescindível que se dialogue com as potencialidades dos territórios em que as mulheres vivem
e com as atividades laborais que, porventura, realizem, com o objetivo de ampliar e gerar valor a

34
essas atividades. Nesse momento, os conhecimentos gerados a partir da pesquisa aplicada acerca
das potencialidades das atividades desenvolvidas pelas mulheres podem contribuir no processo.
Se, por exemplo, o grupo de mulheres trabalha como marisqueira, pode-se investigar quais as
possibilidades de aproveitamento das cascas do marisco para comercialização e/ou geração de
produtos que ampliem a renda.
Ao se definir o curso de qualificação, é importante que todos os componentes
curriculares sejam voltados para a formação da estudante, se possível, de forma interdisciplinar,
e que tenham como fim a inclusão socioprofissional e o empoderamento.
Importante destacar que, no âmbito do Programa Mulheres Mil, entende-se por inclusão
socioprofissional não somente a inserção no mundo de trabalho, mas considera-se fatores sociais,
econômicos e culturais que afetam a inclusão plena das mulheres na sociedade. Desta forma,
além de oportunidades de trabalho, deve-se considerar o acesso a serviços sociais, educação,
saúde, habitação, cultura, participação política e respeito aos direitos humanos. Portanto, o
conceito de inclusão socioprofissional aborda as desigualdades e as barreiras estruturais que
podem limitar o pleno desenvolvimento das pessoas em diferentes aspectos da vida.
Outras questões importantes para se considerar no processo de definição dos cursos são:

● Guia de Cursos Pronatec, que é o documento que relaciona os cursos de qualificação


profissional e orienta a oferta no âmbito do Pronatec - Bolsa Formação. O Guia apresenta
mais de 600 cursos, com a carga mínima exigida, o perfil de conclusão e os requisitos
para o acesso e as respectivas ocupações de acordo com a Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO).

● A oferta de conteúdos que complementam a formação profissional, obrigatórios a todas


as ofertas do Programa Mulheres Mil, tais como:

- Direitos e Deveres Trabalhistas, Saúde da Trabalhadora (aplicada ao


curso)
- Noções de Empreendedorismo, Cooperativismo e Economia Solidária.

Recomenda-se ainda que sejam inseridos no módulo de qualificação profissional


conteúdos que contribuam para o êxito profissional, item 6.2 deste guia, ou seja, aqueles que
desenvolvam habilidade e competências comportamentais, que preparam para emprego e/ou que
preparam para empreender, sempre considerando as necessidades e vontades das mulheres
atendidas.

5.4 Certificação de Saberes e Competências Profissionais

A lei nº 9.394/1996, em seu art. 41, prevê que “o conhecimento adquirido na educação
profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento
e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.” e a lei nº 11.892/2008, em seu §2º

35
do art. 2º diz “No âmbito de sua atuação, os Institutos Federais exercerão o papel de instituições
acreditadoras e certificadoras de competências profissionais.”

Significa dizer que os saberes e competências desenvolvidas com a prática profissional


podem e devem ser reconhecidos e certificados. Recomenda-se que o processo de certificação
seja organizado tendo como referência os conhecimentos desenvolvidos em um curso em que a
instituição ofertante disponibiliza vagas regularmente, por exemplo, a oferta do curso superior
em agronomia permite certificar produtor de olerícolas ou técnico em agropecuária.

Para isso é importante identificar a forma como o governo federal está sistematizando e
organizando as ofertas de certificação profissional e seguindo as determinações legais. Dentro os
programas ofertados, teve o Certific e atualmente contamos com o Re-Saber, via Portaria MEC
nº 24/2021 disponível em
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-24-de-19-de-janeiro-de-2021-299988875.

O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) tem ofertado o Curso de Formação


Continuada em Aperfeiçoamento em Certificação de Saberes e Competências Profissionais. E é
embasado no módulo 1 desta oferta formativa que, para facilitar a compreensão da adaptação de
termos e procedimentos entre ensino e certificação profissional, Lemos Júnior (2022) apresenta a
imagem que inserimos a seguir.

Imagem 2: Tabela Comparativa: Sistema de Certificação Profissional x Sistema Acadêmico

Na prática, seguindo as orientações do módulo 2 para a Oficina de Produção de PPCP de


Santos e Ribeiro (2022) no curso ofertado pelo IFSC, recomenda-se que o processo de
certificação seja sistematizado no Projeto Pedagógico de Certificação Profissional (PPCP),
seguindo o roteiro abaixo:

a) Busca Ativa e Inscrição: Identificada a demanda, considerando os arranjos produtivos


locais, a equipe multidisciplinar realiza a busca ativa para o respectivo processo. Durante

36
o processo, a equipe pode fazer a inscrição destas trabalhadoras. A inscrição é a
manifestação de interesse à participação no processo de certificação profissional;
b) Acolhimento: Com as inscrições realizadas, podemos proceder com o acolhimento, que é
a etapa de apresentação de todo o processo, dos trabalhadores no processo de
certificação profissional.
c) Entrevista Individual: Realizada a entrevista coletiva durante o acolhimento, é chegada a
hora da entrevista individual. A entrevista individual é diagnóstica e tem como finalidade
o levantamento do perfil socioeconômico e profissional dos trabalhadores. Sugere-se a
entrevista semiestruturada.
d) Matrícula: Agora é a vez da candidata se matricular. A matrícula é a formalização e
validação da inscrição para o processo de certificação profissional. A matrícula deve ser
realizada somente após o acolhimento da trabalhadora.
e) Avaliação Prática: Chegou a hora de conhecermos as atividades laborais da trabalhadora.
Esta etapa é chamada de avaliação prática. A avaliação teórico-prática de saberes e
competências profissionais possibilita a certificação de: qualificação profissional,
certificação técnica, certificação de especialização técnica, certificação tecnológica e
certificação didática – essa última, apenas no caso do Re-Saber Docente. A avaliação
prática deve ocorrer no local onde a candidata realiza suas atividades laborais ou em
ambiente que simula o local onde a candidata realiza suas atividades laborais.
f) Encaminhamentos: A etapa de encaminhamentos compreende a devolutiva individual
para as candidatas. Nesta etapa são fornecidos:
- Diplomas às trabalhadoras que, no processo de certificação, demonstraram
atender aos requisitos mínimos de competência e escolaridade para o exercício
das profissões de nível técnico, superior de tecnologia e licenciatura para
educação profissional;
- Certificados às trabalhadoras que, no processo de certificação, demonstraram
atender aos requisitos mínimos de competência para o exercício de ocupação
correspondente ao curso de qualificação profissional e especializações técnicas e
tecnológicas.

5.5 Processos de Avaliação e autoavaliação

Em consonância com os Princípios Pedagógicos da Metodologia do Acesso,


Permanência e Êxito (MAPE) do Mulheres Mil, a concepção de avaliação do programa deve-se
orientar pela avaliação diagnóstica, que visa identificar o conhecimento das estudantes sobre
determinada temática ou conteúdo, verificando as habilidades e as dificuldades das estudantes.
O objetivo é conhecê-las, estabelecer o diálogo, identificar e compreender suas necessidades.
Indica-se aplicar essa avaliação ao se iniciar as disciplinas que serão ministradas no decorrer do
curso.
Outro aspecto que deve ser considerado no processo de avaliação é seu caráter
formativo, a avaliação formativa, que tem como objetivo mensurar o progresso e as dificuldades
das estudantes ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação

37
formativa tem como fim mapear os pontos fortes e frágeis do processo educacional,
possibilitando repensar as metodologias de ensino e as intervenções pedagógicas com vistas a
favorecer a aprendizagem das alunas.
Indica-se que essa avaliação seja aplicada no decorrer da formação profissional, a partir
da qual se pode avaliar tanto o desempenho das estudantes como identificar problemáticas,
coletivas ou individuais, que devem ser debatidas pela equipe multidisciplinar e os docentes,
com vistas a se buscar caminhos e soluções para sua superação. Sugere-se também que essa
avaliação oriente o processo de acompanhamento e avaliação da formação profissional, que
deve ser realizado no decorrer do curso.
Por fim, vale destacar que no processo de avaliação do ensino e da aprendizagem é
relevante estimular o empoderamento das mulheres, que devem ter espaço para autoavaliar seu
desempenho, avaliar as metodologias de ensino e as intervenções pedagógicas, a relevância do
conteúdo para sua formação e elaborar sugestões e críticas. Dinâmica que também deve ser
integrada pelas/os professores, para que possam expor suas dificuldades, aprendizagens, críticas
e sugestões.
A percepção do grupo de mulheres e dos docentes acerca do processo de ensino e
aprendizagem é imprescindível para avaliar as forças e as fragilidades do processo de
implementação do Mulheres Mil.
No que diz respeito à conceituação das estudantes, nas disciplinas, deve-se se orientar
pelo Projeto Político Pedagógico da Instituição, articulando-o com as concepções de avaliação
diagnóstica e formativa.

5.6 Portfólio

Portfólio é um documento individual, que pode ser desenvolvido no decorrer do curso.


Trata-se de um instrumento processual, voltado para registrar as habilidades e competências das
estudantes. No âmbito educacional, pode-se pensá-lo como um instrumento de avaliação e
autoavaliação que viabiliza o autorreconhecimento das estudantes acerca dos saberes e
aprendizagens que desenvolveram no decorrer da qualificação profissional. Dinâmica que
estimula o grupo de mulheres a assumir o protagonismo na construção do conhecimento, por
meio do processo de reflexão da sua trajetória no curso.
Noel Constantino (2008) sugere que se disponibilize uma pasta para cada uma das
estudantes, na qual podem ser colocadas as atividades produzidas por cada uma acerca de um
tema, de uma disciplina, oficina ou conjuntos de disciplinas. Destaca ainda a importância de se
definir os objetivos da sua elaboração e conter o registro das informações pessoais e relevantes
das estudantes e as expectativas de aprendizagem. Nesse sentido, o Mapa da Vida individual
pode ser um dos documentos do Portfólio.
Outro ponto destacado pelo autor é que esse instrumento deve ser usado como processo
de autoavaliação, constituindo-se assim como um dossiê, um diário, uma memória reflexiva do
processo de aprendizagem, que pode ser formado por diversos documentos, tais como trabalhos
pontuais, notas pessoais, textos, etc.

38
Na dimensão profissional, se constitui em uma técnica que possibilita registar os
processos e os produtos elaborados, voltado para possível apresentação junto ao empregador ou
como um instrumento de divulgação e comercialização dos trabalhos das mulheres. Esse material
pode ser incorporado nas redes sociais. Portanto, trata-se de um documento que tem potencial de
dar visibilidade ao grupo de mulheres e, no mesmo gesto, atuar como um processo que promove
a inclusão digital e possibilidades de comercialização de produtos.
Nesse sentido, o processo de construção do Portfólio não finda com o término da
qualificação, mas pode se constituir em ferramenta que permite à profissional, seja aquela que
trabalha de forma individual ou coletiva, ser autor da sua caminhada e estabelecer relações com
os possíveis clientes, compradores ou potenciais empregadores.

Sistematização da Permanência

Passo 1 - Propiciar um ambiente amigável e acolhedor para as mulheres;

Passo 2 - Ofertar os serviços de apoio às estudantes: atendimento especializado, em caso


de demanda: Psicologia, Assistência Social; Apoio à aprendizagem, assistência e
orientação ao emprego;

Passo 3 - Formação dos docentes e demais integrantes da Equipe Multidisciplinar na


Metodologia do Acesso Permanência e Êxito (MAPE)

Passo 4 - Definir a qualificação profissional;

Passo 5 - Elaborar o plano de curso ou projeto pedagógico de certificação profissional;

Passo 6 - Implementar uma sistemática de avaliação do processo de formação com a


equipe multidisciplinar e os docentes;

Passo 7 -Implementar estratégias de acompanhamento da frequência da alunas, com


vistas a minimizar a evasão e a desistência;

Passo 8 -Acompanhar e avaliar os processos de ensino e aprendizagem.

6. Êxito
As ações de êxito são aquelas que têm como foco o cumprimento do objeto do programa.
Nesse sentido, por se tratarem de atividades que nem sempre são de domínio da instituição
ofertante ou que demandam tempo considerável de desenvolvimento, geralmente, são intra e
extracurriculares. Destaca-se que o contexto de avaliação de programas sociais, explicitado por
Paulo de Martino Jannuzzi (2016), como é o caso do Programa Mulheres Mil, o êxito pode ser
associado a pelo menos 03 (três) tipologias de avaliação, sendo:

39
● Avaliação ex post: conforme momento de sua realização em relação ao programa, nesse
caso, que acontece depois das atividades realizadas para uma análise comparativa das
mudanças ocorridas no público-alvo e aferição de resultados potenciais do programa;

● Avaliação da eficácia e efetividade: como mecanismo de aprendizagem institucional,


pressupõe uma análise da cobertura, grau de focalização da parcela população alcançada,
qualidade das entregas, se outros objetivos do programa foram alcançados e investigar os
impactos sociais mais abrangentes. Em um programa de qualificação profissional,
pode-se avaliar a eficácia de sua capacidade de mobilizar as estudantes para programas
de intermediação de emprego e de acesso ao microcrédito, bem como a sua efetividade
em viabilizar mobilidade ocupacional ou aumento de salários de suas alunas egressas;

● Avaliação de Resultados e Impactos: segundo o ciclo de programas, avaliando os


resultados concretos do programa para seu público-alvo e os impactos sociais mais
abrangentes da intervenção.

Em resumo, o que se pretende com os cuidados relacionados ao êxito é a obtenção de


resultados positivos em qualquer das tipologias de avaliação listadas acima.
Para tratar do êxito, é relevante relembrar 02 (duas) informações que orientarão estas
ações:
a) O objeto do Programa Mulheres Mulheres Mil é promover o empoderamento e a
inclusão socioprofissional de mulheres em situação de vulnerabilidade social por meio da
educação profissional, científica e tecnológica;

b) A lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008, que criou da Rede Federal de Educação


Profissional Científica e Tecnológica (Rede Federal EPCT), colocou como foco destas
instituições a promoção do desenvolvimento local por meio da educação profissional,
científica e tecnológica, portanto as ações de êxito, assim como as demais ações do
programa, são parte integrantes das ações realizadas por cada instituição ofertante. Ainda
que parte das instituições ofertantes não façam parte da Rede Federal de EPCT, ao
decidirem realizar as atividades deste programa, que foi criado e desenvolvido na Rede
Federal de EPCT, decidem também a somar esforços para a promoção do
desenvolvimento local por meio da educação profissional, científica e tecnológica.

Portanto, no âmbito do Programa Mulheres Mil, o êxito tem 02 (duas) direções


importantes. Desta forma, para facilitar a compreensão e a organização dos trabalhos, pensando
também nos processos de monitoramento e avaliação do programa, explicitam-se estas direções
como 02 (dois) tipos de êxito: o êxito pedagógico e o êxito profissional.

40
6.1 Êxito Pedagógico

Diz respeito aos resultados (objeto do programa) alcançados e impactos (não é objeto do
programa) ao final das atividades pedagógicas do programa, ou seja, ao final da formação
ofertada. Para identificar se houve ou não êxito pedagógico, pode-se utilizar perguntas-chave e
procurar as respectivas respostas, segue abaixo alguns exemplos:

a) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as mulheres matriculadas


nessa turma estão aptas à aprovação e certificação do curso?

b) Impacto Positivo Possível: As mulheres matriculadas nessa turma, encaminhadas


para processo de alfabetização, continuam ou terminaram a alfabetização?

c) Impacto Positivo Possível: As mulheres matriculadas nessa turma, foram


orientadas quanto às possibilidades de verticalização, verticalizaram?
(Verticalização = elevação de escolaridade dentro de um mesmo eixo
tecnológico).

d) Impacto Positivo Possível: Filhos, sobrinhos, netos e outros familiares / parentes


das mulheres matriculadas nessa turma acessaram algum curso da instituição
ofertante?

A pergunta a) é a única cuja resposta deve ser sim para a maioria das mulheres atendidas.
No que concerne às demais perguntas, além do esforço da equipe do programa, dependem de
outros fatores que fogem ao controle dessa equipe. Então, neste caso, deve-se reunir e manter
evidências que mostram os esforços da equipe do programa que podem gerar impactos positivos
ao final da oferta.
Mas, como alcançar o êxito pedagógico? Segue abaixo um roteiro orientativo que pode e
deve ser aperfeiçoado com a prática do programa:

a) Passo 1 - Equipe Multidisciplinar: ter cuidado na seleção e na qualificação da


equipe multidisciplinar. Seja qual for a área de formação e/ou atuação, é
necessário que cada integrante da equipe saiba lidar com o perfil das mulheres do
programa tanto no trato interpessoal (saber acolher, sem preconceitos ou
julgamentos) quanto no trato profissional (ser resolutivo e cumprir com as suas
responsabilidades no programa);

b) Passo 2 - Acesso Bem Feito: ocupem-se com as ações de acesso para garantir que
o grupo de mulheres seja de fato atendido, que o curso ofertado faça sentido para
seus anseios e necessidade de inserção socioprofissional, que a equipe conheça as
mulheres atendidas de forma a planejar e executar atividades específicas
(inclusive de permanência) para as necessidades das mulheres matriculadas;

41
c) Passo 3 - Permanência Bem Feita: cuidar para que cada profissional contratado
realize atividades de permanência, se comprometa e aja com celeridade.
Ressalta-se que, ao menor sinal de desistência, por exemplo, uma única falta, não
passe despercebido. Para isso, sugere-se que parte da carga horária deste(s)
profissional(is) seja utilizada durante as aulas do curso para identificar os casos de
ausência da mulher em sala de aula e uma outra parte converse individualmente
com esta mulher buscando soluções para a continuidade dela no curso.

6.1.1 Alfabetização e Ensino Básico


No que se refere às mulheres com baixo nível de escolaridade, é fundamental a
construção da rede de parceiros na viabilização da oferta educacional e na trajetória do percurso
formativo.
As ofertas de tais modalidades podem ser realizadas por meio de parcerias com as
Secretarias Municipais de Educação e os programas de alfabetização disponíveis, seja os
ofertados no âmbito municipal ou federal, promovendo desta forma o aumento da escolaridade
almejado. No caso de mulheres que já trazem completa a escolaridade fundamental ou de nível
médio, deve-se encaminhá-las às modalidades de Proeja Técnico ou Técnico Subsequente,
contribuindo assim para que as mulheres que se encontram afastadas do ambiente de ensino
sejam reintegradas ao processo de ensino-aprendizagem.

6.1.2 Verticalização da oferta


O Programa Mulheres Mil constitui-se em um processo de democratização do acesso de
mulheres em situação de vulnerabilidade social à Educação Profissional, Científica e
Tecnológica para que as egressas possam dar continuidade à formação profissional por meio das
distintas modalidades de ensino ofertadas. Portanto, podemos pensar que a Formação Inicial e
Continuada, ofertada por meio do Pronatec Bolsa Formação, constitui-se como o início da
caminhada do percurso educacional. Orientação que está em consonância com os os objetivos
institucionais dos Institutos Federais que prevê, na sua lei de criação, “Ministrar cursos de
formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a capacitação, o aperfeiçoamento, a
especialização, a atualização de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, nas área de
educação profissional e tecnológica (Inciso II, art,7).
Assim, a continuidade da formação profissional das mulheres do Programa deverá ser
garantida por meio da verticalização do ensino, ou seja, ascensão aos cursos estruturados e já
existentes (Proeja – Técnico, técnico- subsequente e, posteriormente, superior).
Para viabilizar essa verticalização, garantindo a realização dos cursos com qualidade,
devem ser desenvolvidas ações pedagógicas, tais como: reforço escolar, preparatórios
específicos, orientação educacional e assessoramento para ingresso e permanência no mundo do
trabalho.
Diante do exposto, orienta-se que, no decorrer da qualificação profissional, sejam
apresentadas às mulheres as diferentes possibilidades de continuidade da formação profissional

42
articulada com o Eixo Tecnológico do FIC que elas estão cursando, bem como o percurso
educativo que os filhos e familiares podem fazer nessas instituições.

6.1.2.1 Cursos de aperfeiçoamento, especialização e atualização


Para a continuidade do percurso formativo das estudantes, as instituições devem
organizar, diretamente ou por meio de parcerias, cursos de aperfeiçoamento, especialização e
atualização, conforme a demanda identificada pela instituição ou trazida pelas mulheres. É
importante observar que a oferta desses cursos podem ser relevantes para dar continuidade e/ou
fortalecer a inclusão socioprofissional das mulheres, bem como para a produção,
desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos.

6.1.2.2 Proeja Fundamental

Considerando que parte das mulheres que ingressam no Programa Mulheres Mil têm
trajetórias de descontinuidade do processo educacional, a modalidade de Proeja Fundamental
ajusta-se aos propósitos de elevação de escolaridade, pois integra a formação inicial e continuada
ao ensino fundamental, garantindo a oportunidade de qualificação profissional sem comprometer
as possibilidades de ingresso nos níveis subsequentes (médio e superior).

6.1.1.3 Proeja Técnico – Médio Integrado

Ao concluírem a escolaridade em nível fundamental, as mulheres podem ingressar nos


cursos regularmente oferecidos nas instituições ofertantes e/ou outras instituições de ensino nas
modalidades de Proeja Técnico – Médio Integrado, com o objetivo de garantir ascensão
educacional e social.

6.1.1.4 Graduação, Tecnólogo e Pós-Graduação


As egressas do Proeja Técnico-Médio Integrado podem dar continuidade ao processo de
formação por meio dos cursos de graduação e tecnólogo e, ao concluírem, podem ingressar na
pós-graduação.

6.2 Êxito Profissional

Diz respeito aos resultados profissionais, ou seja, empregabilidade e geração de renda,


alcançados pelas mulheres atendidas e que foram originados a partir (ou por meio) dos processos
pedagógicos-institucionais realizados no decorrer das atividades do programa, para identificar se
houve ou não êxito profissional, pode-se utilizar perguntas-chave e procurar as respectivas
respostas, segue abaixo alguns exemplos:

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a) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as mulheres matriculadas
nessa turma conseguiram emprego para atuar como profissional do curso em
questão?

b) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as mulheres matriculadas


nessa turma conseguiram gerar renda como empreendedoras individuais e
utilizando as técnicas aprendidas no curso?

c) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as mulheres matriculadas


nessa turma conseguiram gerar renda como empreendimento coletivo (grupo
informal, associativismo, cooperativismo e/ou economia solidária) e utilizando as
técnicas aprendidas no curso?

Espera-se que a resposta seja positiva em, pelo menos, uma das perguntas para a maioria
das mulheres. Cabe ressaltar que o êxito profissional não depende única e exclusivamente da
equipe do programa, visto que existem inúmeros outros fatores que podem facilitar ou dificultar
o alcance desse tipo de êxito. Então, nesse caso, deve-se reunir e manter evidências que mostram
os esforços da equipe do programa que podem resultar em êxito profissional ao final da oferta.
Abaixo apresentam-se conceitos relevantes a serem considerados no planejamento e
execução das ações de êxito profissional.

6.2.1. Empregabilidade

É a capacidade que um profissional tem de se inserir ou re-inserir no mundo do trabalho


por meio de emprego, ou seja, diz respeito ao quanto um profissional é atrativo ou não para as
empresas. O termo e significado foi cunhado pelo educador, escritor e empresário José Augusto
Minarelli, em 1995, após sua experiência de demissão e falta de êxito na sua busca por um novo
emprego.
Com as instabilidades sociais vivenciadas recentemente, a exemplo da emergência de
saúde pública devido ao COVID-19, a empregabilidade da população brasileira ficou muito
comprometida, atingindo 14,4% de desocupação, segundo dados do IBGE, em agosto de 2020.
Portanto, quando a equipe do programa se propõe a aumentar a capacidade das mulheres
de se inserir ou reinserir no mundo do trabalho pelo emprego, é fundamental compreender quais
as necessidades/exigências dos empregadores locais e trabalhá-las de maneira prática nas ações
do programa.

6.2.2. Empreender Individualmente

O empreendedorismo pode ser compreendido como a arte de fazer acontecer com


criatividade e motivação. Consiste no prazer de realizar com sinergismo e inovação qualquer
projeto pessoal ou organizacional, em desafio permanente às oportunidades e riscos. É assumir
um comportamento proativo diante de questões que precisam ser resolvidas. É o despertar do
indivíduo para o aproveitamento integral de suas potencialidades racionais e intuitivas. É a busca

44
do autoconhecimento em processo de aprendizado permanente, em atitude de abertura para
novas experiências e novos paradigmas (Baggio e Baggio, 2014).

6.2.2.1 Microempreendedorismo Individual (MEI)

A Lei Complementar nº 128/2008 foi a responsável por criar a possibilidade do


trabalhador informal se legalizar e passar a ter benefícios. Trata-se de um empresário individual e
sem sócios, que desempenha uma das 466 atividades permitidas pela legislação em 2021.
Podendo ter até 16 atividades diferentes cadastradas em seu CNPJ MEI, uma como principal e as
demais com atividades secundárias.
O MEI é uma categoria de trabalho que está inserido no regime tributário Simples
Nacional, com limite de faturamento anual de R$ 81 mil em 2021. Ultrapassado o teto anual é
preciso mudar para outro regime tributário, mais oneroso para o empreendedor.
Devido à sua baixa burocracia e carga tributária, essa categoria é a forma mais utilizada
para empreender no Brasil. Vale ressaltar que, todos os anos, o valor da contribuição do MEI tem
um aumento, pois a maior parte paga é referente ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
que representa 5% do salário mínimo.

6.2.3. Empreender no Coletivo

O empreendedorismo coletivo é um esforço baseado em uma equipe que recorre ao


talento e criatividade de cada um.” (STEWART apud MARTINEZ, 2004, p. 94). Para Fernando
Dolabela (2003, p.105), “o sonho do empreendedor coletivo é promover o bem estar da
coletividade e cujo trabalho consiste em levar a comunidade a desenvolver sua capacidade de
sonhar e de realizar seu sonho – pois a construção e a busca do sonho coletivo é tarefa de todos
os integrantes de uma comunidade”. Apresentam-se a seguir formas de empreender no coletivo.

6.2.3.1 Grupo Informal

É a primeira etapa de todo empreendimento coletivo que hoje é constituído na forma de


associação ou cooperativa, muitas vezes, um coletivo, principalmente recém-criado (com
regimento aprovado e assinado pelo coletivo) não tem condições de suprir os custos de
formalização e manutenção de um empreendimento, como bem explica França et al (2008:24) da
Incubadora de Empreendimentos em Economia Solidária da Universidade Federal Fluminense,
no Guia de Economia Solidária: ou porque não organizar cooperativas para populações
carentes. Se as mulheres quiserem empreender de maneira coletiva, dentro ou fora do contexto
da Economia Solidária, é recomendável que se comece como um grupo informal.

6.2.3.2 Associativismo

As associações são pessoas jurídicas de direito privado, formado pela união de pessoas
que se organizam sem finalidades lucrativas e com objetivos de defesa e promoção dos interesses
das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a constituíram. Toda a renda proveniente de suas
atividades deve ser revertida para o cumprimento dos seus objetivos estatutários.
É importante ressaltar que, embora os fins das associações não sejam de ordem
econômica, elas não estão proibidas de realizar atividades geradoras de receita, visto que não há

45
vedação legal ao desempenho de tais atividades, desde que as mesmas se caracterizam como
meios para atendimento de seus fins. Por isso, elas não perdem a categoria de associação, mesmo
que realizem negócios para manter ou aumentar seu patrimônio, desde que não propicie lucro aos
associados, dirigentes ou instituidores.
Para tanto, as atividades econômicas desenvolvidas devem estar previstas expressamente
em seus estatutos, bem como a intenção de reverter integralmente a receita gerada para a
consecução dos seus objetivos sociais.

6.2.3.3 Cooperativismo

Mais que um modelo de negócios, o cooperativismo é uma filosofia de vida que busca
transformar o mundo em um lugar mais justo, equilibrado e com melhores oportunidades para
todos. Um caminho que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e social,
produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo.
De acordo com a Lei nº 5.764/71, que institui a Política Nacional do Cooperativismo, são
sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídicas próprias, de natureza civil, não sujeitas a
falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
Em outras palavras, união de trabalhadores ou profissionais diversos que se associam por
iniciativa própria, sendo livre o ingresso de pessoas, desde que os interesses individuais em
produzir, comercializar ou prestar um serviço não sejam conflitantes com os objetivos gerais da
cooperativa (CRUZIO, 2005).
Conforme apresenta o site COONECTA (2020), a história diz que a primeira cooperativa
dos tempos modernos foi criada na cidade de Rochdale, na Inglaterra, em 21 de dezembro de
1844. Na ocasião, 28 associados – sendo 27 homens e uma mulher – fundaram a Rochdale
Equitable Pioners Society Limited. Estes 07 (sete) princípios do cooperativismo, são os mesmos
desde a criação da primeira cooperativa em 1844. São eles: Adesão livre e voluntária; Gestão
Democrática; Participação Econômica; Autonomia e Independência; Educação, Formação e
Informação; Intercooperação; Interesse pela Comunidade.

6.2.3.4 Economia Solidária

É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver.
Enquanto na economia convencional existe a separação entre os donos do negócio e os
empregados, na economia solidária os próprios trabalhadores são donos. São eles quem tomam
as decisões de como tocar o negócio, dividir o trabalho e repartir os resultados.
O economista Paul Singer (1932-2018) foi uma das referências nos estudos e
desenvolvimento de políticas para desenvolvimento da economia solidária, tanto no Brasil
quanto no exterior e o primeiro a assumir a Secretaria de Economia Solidária (SENAES) do
Ministério do Trabalho e Emprego, em 2003.
Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) são organizações coletivas de caráter
associativo e suprafamiliares que realizam atividades econômicas permanentes, cujos
participantes sejam trabalhadores do meio urbano ou rural e exerçam democraticamente a gestão
das atividades e a alocação dos resultados, conforme Decreto nº 7358/2010 e Portaria MTE nº
1780/2014.

46
Para que o empreendimento seja considerado EES, é necessário que se cadastre no
Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários – CADSOL e podem assumir
diferentes formas societárias, desde que sigam os 10 (dez) princípios da economia solidária,
fazendo constar em seu ato constitutivo e manifestá-los em suas práticas. São eles: Autogestão;
Democracia; Cooperação em vez de forçar a competição; Centralidade do ser humano;
Valorização da diversidade; Emancipação; Valorização do saber local, da cultura do saber local e
da tecnologia popular; Valorização da aprendizagem e da formação permanente; Justiça social na
produção, comercialização, consumo, financiamento e desenvolvimento tecnológico; Cuidado
com o meio ambiente e responsabilidade com as gerações futuras.

6.2.3. Empreender Individualmente ou Coletivamente

Apresentam-se abaixo algumas formas de empreender que podem ser tanto coletivas
quanto individuais, desde que sigam suas especificações. Cada forma pode ter ações de apoio
ofertadas por instituições públicas e/ou privadas a empreendimentos, identifique o que existe no
território onde as mulheres vivem e, ainda, se faz sentido para o que elas querem / pretendem.

6.2.3.1 Negócios Sociais

Conforme Yunus Social Business Brasil ou Yunus Negócios Sociais Brasil


(https://www.br.yunussb.com/about), pode-se afirmar que os negócios sociais iniciaram em 1983,
quando o Prof. Muhammad Yunus fundou o Grameen Bank e iniciou uma revolução nas
microfinanças que, em 2006, lhe rendeu um dos mais prestigiosos prêmios, o Nobel da Paz.
Então, de um banco focado em microcrédito, o Grameen se tornou um conglomerado de
empresas criadas especificamente com a intenção de buscar soluções para os problemas da
humanidade. Essas empresas foram as primeiras a aderir ao novo e emergente modelo de
negócio: o negócio social.
Negócios Sociais se propõem a criar soluções para os grandes desafios da humanidade -
como a pobreza e a crise climática - a partir das principais ferramentas utilizadas por negócios
tradicionais. Os negócios sociais são autossustentáveis financeiramente e não distribuem
dividendos, a sua métrica de sucesso, portanto, é o impacto causado na comunidade, e não o seu
lucro.

6.2.3.2 Negócios de Impacto

Negócios surgiram da necessidade tanto de empreendedores quanto de investidores que


querem buscar soluções para problemas sociais e/ou ambientais e manter o lucro. A Aliança
pelos Investimentos e Negócios de Impacto (https://aliancapeloimpacto.org.br/) conceitua
negócios de impacto como “empreendimentos que têm a intenção clara de endereçar um
problema socioambiental por meio de sua atividade principal (seja seu produto/serviço e/ou sua
forma de operação). Atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de negócio que
busca retornos financeiros, e se comprometem a medir o impacto que geram” (PIPE SOCIAL,
2019, p. 30). É conhecido também como setor 2.5, uma referência à união entre características do
segundo setor, de empresas privadas e marcado pelo foco em gerar lucro, e do terceiro setor, de
organizações sem fins lucrativos e marcado pelo foco em gerar impacto socioambiental positivo.

47
Para se enquadrar no conceito de Negócios de Impacto, é necessário que o
empreendimento tenha: Intencionalidade de Resolução de um Problema Social e/ou Ambiental,
Solução de Impacto como Atividade Principal do Negócio, Busca de Retorno Financeiro
Operando pela Lógica do Mercado e Compromisso com Monitoramento do Impacto Gerado.

6.2.3.3 Economia Verde

Tem a missão de promover desenvolvimento com responsabilidade e compromisso


ambiental, minimizando impactos ao meio ambiente. De acordo com Karl Burkart (2020), é
baseada em 06 (seis) setores: energia renovável, bioconstruções, transporte sustentável, gestão da
água, gestão de resíduos e gestão da terra. Portanto, empreendimentos relacionados à
agroecologia, produção orgânica e de catadoras de materiais recicláveis se enquadram
A Organização das Nações Unidas (ONU) junto às suas entidades como Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e Escritório es Nações Naciones
para a Formação profissional e Investigações (UNITAR), via Partnership for Action on Green
Economy ou Parceria para Ação em Economia Verde (PAGE), tem fomentado ações e iniciativas
que tornem a economia mais sustentável ou verde em diversos países, inclusive no Brasil. Vale a
pena averiguar se essa parceria existe (ou estimular o governo local a formalizar essa parceria)
na cidade e/ou estado das mulheres atendidas cujos empreendimentos se enquadrem neste
conceito e, na medida do possível, inseri-las nas atividades. Mais informações em
https://www.un-page.org/.

6.2.3.4 Economia Criativa

Negócio originado de atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir do


conhecimento, criatividade ou capital intelectual de indivíduos com vistas à geração de trabalho
e renda. O conceito foi desenvolvido pelo professor John Howkins, em seu livro “The Creative
Economy: How People Make Money From Ideas”.
O governo federal
(https://garimpodesolucoes.com.br/wp-content/uploads/2014/09/Plano-da-Secretaria-da-Economi
a-Criativa.pdf) e diversos governos estaduais mantêm diversas ações e políticas para apoiar
desenvolvimento e fomento às iniciativas de economia criativa que são aquelas que seguem os
princípios: Diversidade Cultural, Sustentabilidade, Inovação e Inclusão Social.

6.3.1 Como Alcançar o Êxito Profissional?


Segue abaixo um roteiro orientativo de cuidados para o êxito profissional organizado em
02 (duas) etapas e 05 (cinco) passos, iniciando pelas ações de acesso seguidas pelas ações de
permanência. Roteiro que pode e deve ser aperfeiçoado com a prática do programa e conforme
realidades locais:

Etapa 1 - Acesso Bem Feito

48
a) Passo 1 - Conhecer o Público-alvo: conhecer o grupo de mulheres bem o
suficiente para responder às seguintes perguntas:
- Quais conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres
atendidas?
- Quais os objetivos / sonhos profissionais das mulheres atendidas?
- As mulheres atendidas se conhecem e atuam bem juntas?
- Qual o grau de solidariedade e de confiança entre elas? (Sem confundir
com caridade, a Solidariedade pressupõe relação de igualdade, troca e
benefício mútuo (uma ajuda a outra) já a caridade pressupõe uma
relação desigual e de poder, em que uma pessoa tem posse de algo e doa
para outra)

Essas perguntas possibilitam à equipe multidisciplinar identificar o potencial


produtivo de cada mulher atendida, e delas enquanto coletivo, para saber no que
se deve concentrar mais energia: se empregabilidade ou geração de renda. Neste
último caso, empreender individualmente ou no coletivo e, ainda, qual tipo de
empreendimento coletivo associativismo, cooperativismo e/ou economia solidária.
É recomendável focar em empreendimentos coletivos quando as respostas para as
perguntas-chave abaixo são positivas ou o grupo de mulheres está buscando
responder positivamente:

- O grupo de mulheres apresenta atitude solidária, entre elas?


- Há confiança entre as mulheres do grupo atendido? (Um alto grau de
confiança é percebido, por exemplo, quando há movimentação
financeira entre elas sem muitos transtornos).
- O grupo de mulheres produzem ou desejam produzir juntas?
- Há um (ou mais) interesse comum do grupo de mulheres?

b) Passo 2 - Conhecer o Mundo do Trabalho: conhecer os aspectos locais do


mundo do trabalho bem o suficiente para responder às seguintes perguntas:
- Quais as oportunidades de empregos existentes?
- Quais as exigências / requisitos para acesso às vagas de emprego
existentes?
- Quais as oportunidades de negócios / empreendimentos?
- Quais as facilidades e dificuldades um novo negócio / empreendimento
local encontrará?
Essas perguntas possibilitam à equipe multidisciplinar identificar o potencial do
local para saber no que se deve concentrar mais energia, se empregabilidade ou
geração de renda.

c) Passo 3 - Escolha do Curso: Escolher o curso que mais atenda as necessidades /


especificidades dos grupos de mulheres bem como tenha maiores possibilidades

49
de inserção no mundo do trabalho, seja pela empregabilidade ou pelo
empreendedorismo individual ou pelos empreendimentos coletivos.

d) Passo 4 - Certificação Profissional: visando atender, gratuitamente,


trabalhadoras que detêm saberes e competências desenvolvidos ao longo da vida,
fora do ambiente escolar formal, com objetivo de atender às demandas por
certificação profissional da trabalhadora, promover a inclusão socioprodutiva e
incentivar a continuidade de estudos para a elevação da escolaridade. Ao conhecer
o público-alvo e a formação profissional mais adequada, também pode-se
identificar que mais urgente que a oferta de um curso é a oferta de processos de
reconhecimento dos saberes e competências profissionais que as mulheres
atendidas construíram fora da sala de aula, por exemplo, aquelas que aprenderam
a costurar, ou cozinhar, ou pintar, ou bordar ainda quando crianças juntos aos seus
pais e avós. Mas como saber se a oferta de Reconhecimento de Saberes é a mais
adequada? Além de seguir as recomendações item 5.4 deste guia, pode-se utilizar
perguntas-chave e procurar as respectivas respostas, por exemplo:
- Os conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres atendidas
coincidem com as oportunidades de emprego local?
- Há diferença de remuneração entre profissionais que atuam na mesma área
sendo um SEM conhecimentos formalmente reconhecidos / certificados e
o outro COM conhecimentos formalmente reconhecidos / certificados?
- Os conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres atendidas são
formalmente reconhecidos / certificados?
- As mulheres atendidas querem aproveitar as oportunidades de emprego
local?
Se as respostas forem positivas às perguntas do exemplo acima, é hora de buscar a
equipe que atua no processo de Reconhecimento e Certificação de Saberes na sua
instituição para ajudar na oferta do processo de reconhecimento de saberes e
competências profissionais, mais informações disponível em
https://www.gov.br/mec/pt-br/resaber;

Etapa 2 - Permanência Bem Feita

e) Passo 5 - Plano de Curso: Envolver, na construção do plano de curso, tanto o


grupo de mulheres quanto profissionais da equipe selecionados para desenvolver
os conteúdos que, para além da técnica, são necessários para inserção e
permanência das mulheres atendidas no mundo do trabalho, segue exemplos
abaixo:

- Habilidades e Competências Comportamentais: conhecidas atualmente


como soft skills, são características necessárias para que um profissional
alcance as metas que estabeleceu para sua carreira e são muito cobradas

50
pelos setores de gestão de pessoas / recursos humanos, as habilidades
podem ser diferentes conforme a profissão escolhida, entretanto, pode-se
citar 10 (dez) principais:
- Comunicação: habilidade de dialogar com colegas de trabalho
evitando conflitos, resolvendo divergências e eliminando ruídos
que comprometam a realização das tarefas;
- Liderança: capacidade de inspirar os colegas de trabalho,
motivando a equipe, servindo de exemplo, sabendo como e quando
delegar e cobrar tarefas sem constrangimento;
- Flexibilidade e resiliência: capacidade de se adaptar e produzir em
meio a mudanças ou até mesmo após experiências difíceis, saber
identificar as lições que as situações difíceis trouxeram;
- Trabalho em equipe: habilidade de cooperar com os colegas de
trabalho, fazendo a sua contribuição individual para o interesse
coletivo;
- Criatividade: capacidade de inovação, ou seja, de apresentar
soluções diferentes para problemas antigos, pensar diferente do
padrão;
- Proatividade: capacidade de avaliar os cenários postos e encontrar
caminhos para resolução das situações que estão impedindo ou
atrapalhando a produtividade, sem a necessidade de receber uma
ordem para isso;
- Empatia: habilidade de se colocar no lugar do outro, se conectar
com diferentes tipos de pessoas e compreender sua realidade e
modo de pensamento;
- Ética no trabalho: saber respeitar as regras do seu local de trabalho;
- Pensamento crítico: capacidade de questionar métodos, identificar
problemas, buscar novas soluções e rever processos mas com
sabedoria;
- Atitude positiva: capacidade de manter uma postura motivada,
otimista, com foco nas possibilidades reais e fortemente nos
acertos do que nos erros.
- Preparação para emprego: conhecimentos básicos sobre as organizações,
lembrando de adaptar exatamente a realidade da profissão em que as
mulheres estão se formando, envolvendo:
- Funcionamento e hierarquia de uma organização;
- Tipos e modalidade de contrato de trabalho;
- Direitos e deveres da trabalhadora;
- Tecnologias comuns ao dia a dia profissional como e-mail, redes
sociais (whatsapp comum ou business, telegram, instagram,
facebook), sistemas de busca e ajuda (youtube, google, chat GPT),
editores de texto (word windows, writer libreoffice, docs google),

51
editores de planilha (excel windows, calc libreoffice, planilhas
google), editor de imagem e vídeo (canva.com) entre outros
aplicado ao curso em questão;
- Elaboração de currículo e/ou portfólio profissional;
- Construção e manutenção de redes de trabalho (networking);
- Envio / apresentação de currículo e/ou portfólio profissional;
- Entrevista para emprego
- Preparação para Empreender: conhecimentos básicos sobre o que é, como
empreender e as diferentes formas de empreender bem como as
especificidades locais e profissionais, sendo:
- Validação de Ideia de Negócio / Empreendimento: verificar se há
mercado para o que se pretende comercializar, ou seja, se vale a
pena investir tempo e dinheiro. Sugere-se aproveitar as orientações
disponibilizadas pela Aceleradora de Empresas Endeavor Brasil,
disponível em
https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/validacao/;
- Modelagem de Negócio / Empreendimento: ideia criada por Alex
Osterwalder e Yves Pigneur, em seu livro “Business Model
Generation: Inovação em Modelo de Negócios”, em que aborda a
representação gráfica da forma como um empreendimento gera e
entrega valor para os seus clientes, apresenta de maneira
estruturada os elementos e etapas que compõem a forma com se
pretende produzir / comercializar, contendo: Parceiros chave,
Atividades chave, Recursos chave, Estrutura de Custos, Proposta
de Valor, Relacionamento com o cliente, Canais de venda,
Segmentos de clientes e Fontes de Receita. Sugere-se utilizar o
“Guia Modelando Negócios do Teresa de Benguela”, disponível
em
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4
fc7-9a40-504b23c938e6/guia_modelando_negocios_teresa_bengue
la_v02.pdf, elaborado pelo Instituto Federal de Mato Grosso
(IFMT) especificamente para o trabalho de inclusão
socioprofissional de mulheres em situação de vulnerabilidade
social;
- Mínimo Produto Viável (MVP) e Prototipação: identificação das
características ideais que o produto ou serviço, a ser
comercializado em fase inicial (com pouco dinheiro), deve
apresentar para que seja capaz de atrair os primeiros clientes, bem
como, que seja possível a partir deste MVP desenvolver o produto
ou serviço que de fato se pretende. Após identificação do MVP,
deve-se construir o protótipo e submetê-lo a validação (teste no
mercado), por exemplo, se a ideia é criar uma fábrica de chocolates

52
veganos, o MVP pode ser uma barra de chocolate ao leite vegano,
produzir a barra de chocolate, realizar testes de aceitação com o
público-alvo, corrigir o que os testes mostraram ser necessário,
comercializar e seguir para as próximas etapas de desenvolvimento
do empreendimento até chegar a fábrica de chocolates veganos.
Sugere-se consultar as orientações que Aceleradora de Empresas
Endeavor Brasil disponibiliza sobre o tema, disponível em
https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/mvp/;
- Plano de Negócios ou Plano de Vida do Empreendimento:
descrição, em linguagem escrita, dos objetivos e dos passos que
serão dados pelo empreendedor para alcançá -los, bem como da
projeção de futuro do negócio / empreendimento, minimizando
riscos e incertezas, contendo: Sugere-se utilizar o livro “Como
Elaborar um Plano de Negócios”, disponível em
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Ane
xos/gestao-e-comercializacao-como-elaborar-um-plano-de-negocio
s.pdf, elaborado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae);
- Formalização do Negócio / Empreendimento: identificar, de
acordo com as legislações vigentes, qual a pessoa jurídica mais
adequada para a formalização do negócio / empreendimento,
sugere-se utilizar o “Guia Empreender: Para Estudantes e
Empreendedores Estruturarem Seus Negócios”, disponível em
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/8d/0b/8d0b270f-93d9-
4d9d-9b1e-0d3409ff94e2/guia_empreender_para_estudantes_e_em
preendedores_estruturarem_seus_negocios.pdf, especialmente o
Capítulo 2 - Como Abrir um Empreendimento?, elaborado pela
Ativa Incubadora de Empresas do IFMT;
- Apresentação Rápida do Negócio: conhecido como pitch, tem o
objetivo de despertar o interesse do ouvinte que pode ser um
cliente ou investidor, deve durar entre 3 e 5 minutos e deve conter
somente as informações essenciais e os diferenciais de mercado do
negócio / empreendimento em questão. Sugere-se utilizar as
orientações que a Aceleradora de Empresas Endeavor Brasil
disponibiliza sobre o tema, disponível em
https://endeavor.org.br/dinheiro/como-elaborar-um-pitch-quase-per
feito/;

f) Passo 6 - Parcerias Estratégicas: para realizar todas as atividades necessárias


para aumentar as chances de êxito profissional é trabalho para muitas mãos, a
equipe do programa consegue caminhar até determinado ponto, à luz das
necessidades relacionadas ao êxito das mulheres atendidas (cada turma pode ter

53
necessidades diferentes). Por isso, é fundamental compreender e admitir quais são
os limites, tanto da equipe quanto da instituição ofertante, para, a partir disso,
captar parceiros internos e externos para a realização das atividades (intra e/ou
extracurriculares), tais como a incubadora de empresas ou incubadora de
economia solidária da instituição ofertante ou existente na cidade, uma empresa
júnior da instituição ofertante ou de outra instituição de ensino superior local, um
projeto de extensão ou de pesquisa-ação em andamento e que atenda a parte
destas necessidades, as unidades locais do Sebrae, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL),
o Sistema Nacional de Emprego (SINE) e o Centro de Integração Empresa-Escola
(CIEE), Fóruns Locais de Economia Solidária, a secretarias municipais e/ou
estadual dedicadas às pautas de trabalho, inclusão socioprodutiva e geração de
renda (podem ter editais de apoio), Organizações não Governamentais (ONGs),
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Organizações
Sociais (OSs), Associações Locais de Desenvolvimento Comercial, Enfim, são
muitas possibilidades, fazendo a intersecção do que as mulheres precisam com o
que a equipe e a instituição não conseguem ofertar fica fácil identificar as
parcerias estratégicas.

Sugere-se que, após encerramento do curso, seja ofertado ao menos 02 (dois) meses de
assessoria às mulheres para auxiliá-las na criação de novos empreendimentos, em seguida,
encaminhá-las para processos de pré-incubação e incubação promovendo a continuidade do
processo de inclusão socioprofissional.

Imagem 3: Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito - Síntese

54
7. Parcerias Institucionais

Considerando a amplitude do Programa Mulheres Mil, a formação da rede de parcerias


configura-se como ação estratégica e necessária para o atendimento das diferentes demandas das
mulheres estudantes nos diversos âmbitos da vida: acesso à saúde, às organizações que
promovem ações de enfrentamento às violências e à educação, entre outras. Muitas vezes, elas
são imprescindíveis no âmbito da qualificação profissional, quando a instituição de educação
profissional, científica e tecnológica não dispõe, por exemplo, de laboratórios para ofertar um
determinado curso, ou quando as aulas precisam ser ministradas no território, entre outras
situações.
Importa ainda destacar que o regime de colaboração entre as instâncias municipais,
estaduais e federais são imprescindíveis para que sejam garantidos, às pessoas em situação de
vulnerabilidade social, o acesso aos serviços públicos e programas ofertados por esses entes
federados.
Além disso, essas parcerias favorecem o fortalecimento da intersetorialidade entre
políticas e programas de natureza governamental, entre outras.
No que diz respeito à inserção socioprofissional, celebrar parcerias com instituições
privadas pode contribuir para a inserção das mulheres no mundo do trabalho, bem como para o
estabelecimento de diálogos para identificar áreas, produtos e serviços que podem contribuir para
a geração de renda.
Entre as possibilidades de parcerias, apresentamos a seguir algumas relacionadas
diretamente ao aspectos estruturantes da metodologia:

● Secretarias das Mulheres e equipamentos públicos associados como: Casa da Mulher


Brasileira;
● Secretarias de Educação;
● Secretarias de Assistência Social;
● Secretarias de Trabalho e Emprego e órgãos associados;
● Secretarias da Saúde;
● Sistema de Justiça e Segurança Pública;
● Sistema Sistema S (Senac, Sesc, Sebrae, Sesi, Senar etc.)
● Organizações não governamentais.

Cabe destacar que para otimização das ações, as parcerias devem ser formalizadas
institucionalmente possibilitando continuidade e extensão dos serviços oferecidos.

8. Ensino, pesquisa e extensão


A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão deve integrar todas as etapas do
Programa Mulheres Mil, desde o processo de identificação e aproximação do território, quando é
necessário investigar o contexto socioeconômico do território e do grupo de mulheres, passando
pela permanência, a definição do curso e o processo contínuo de acompanhamento e avaliação

55
do ensino e aprendizagem, e no êxito, que deve ter como focos o empoderamento e a inserção
socioprofissional, que devem ser mensurado no processo de avaliação e monitoramento.
Neste sentido, destaca-se que, ao longo da execução do Programa Mulheres Mil na Rede
de Educação Profissional e Tecnológica, foram produzidos mais de 200 trabalhos acadêmicos,
entre dissertações e teses, que contribuíram para a consolidação metodológica e para os avanços
no atendimento às mulheres brasileiras em vulnerabilidade social.
Desse modo, sugere-se que as instituições fortaleçam a indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, por meio da produção de pesquisa aplicada com vistas a contribuir com o
desenvolvimento local e regional dos territórios onde as estudantes estão inseridas, bem como
por meio de parcerias com instituições de ensino superior..
Nesse sentido, a instituição poderá fomentar a produção de criação ou integração com os
núcleos de pesquisa, com vistas a desenvolver pesquisas aplicadas sobre as potencialidades
econômicas existentes nos territórios onde está sendo desenvolvido o Programa Mulheres Mil,
sobre gênero e EPT, sobre gênero e mundo do trabalho, bem como aquelas com foco nas
egressas do Programa, com vistas a fazer o acompanhamento e dimensionar os impactos do
Programa.
Para aquelas instituições que têm os Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual
(NUGEDIS) e com os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), Núcleo de
Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (NAPNE), solicitamos à integração ao Programa.
Imagem 4: Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão no Mulheres Mil

9. Avaliação e Monitoramento

Jannuzzi (2016), de forma pragmática e aplicada, conceitua avaliação como sendo o


esforço analítico de produzir informações e conhecimento para desenho, implementação e

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validação de programas e projetos sociais, com finalidade de aprimorar a gestão das
intervenções, seja no cumprimento dos seus objetivos (eficácia), nos seus impactos mais
duradouros e abrangentes em termos de públicos e dimensões sociais alcançados (efetividade),
seja nos custos condizentes com a escala e complexidade da intervenção (eficiência). Dessa
maneira, configuram-se como avaliação as pesquisas para dimensionamento e entendimentos dos
determinantes de problemas sociais, para investigar as dificuldades de desenvolvimento de
determinadas atividades previstas na implementação de um programa, assim como os resultados,
efeitos mais abrangentes e custos destes.
Quanto ao monitoramento, Jannuzzi (2016) conceitua como uma atividade regular de
acompanhamento de processos-chave previstos na lógica de intervenção de um programa e que
permite rápida avaliação situacional e identificação de anormalidades na execução deste, com o
objetivo de subsidiar a intervenção oportuna e a correção tempestiva para garantir a obtenção dos
resultados e impactos que ele deve provocar.
Considerando que o Programa Mulheres Mil é um programa educacional, criado e
implementado via política denominada educação profissional, científica e tecnológica, para
facilitar a compreensão, podemos inserir o programa no contexto do ciclo das políticas públicas
para identificar as demandas de indicadores e pesquisas de avaliação, conforme a Imagem 5.

Imagem 5: Demanda de Indicadores e de Pesquisas de Avaliação - Ciclo de Políticas Públicas

Considerando os tipos de avaliação descritos por Jannuzzi (2016) e apresentados na


Imagem 6, recomendamos às equipes gestoras centrarem atenção na avaliação formativa, na
avaliação de processos, na avaliação ex post e na avaliação somativa conceituadas abaixo:
a) Avaliação Formativa: voltadas a investigar os problemas de implementação do
programa, com a finalidade de produzir insumos para solucioná-los;
b) Avaliação de Processos: voltada ao exame de rotinas operacionais do programa,
para identificar gargalos e problemas de implementação;

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c) Avaliação Ex post: para análise comparativa das mudanças ocorridas no
público-alvo e aferição de resultados potenciais do programa;
d) Avaliação Somativa: para confrontar resultados esperados com resultados e
impactos alcançados, com vistas a seu julgamento de mérito, continuidade ou
descontinuidade.

Imagem 6: Tipos de Avaliação de um Programa Social

Considerando que os tipos de monitoramento descritos por Jannuzzi (2016) necessitam


de indicadores específicos apresentados na Imagem 7, recomendamos às equipes gestoras
centrarem atenção nos monitoramentos gerencial e analítico, conforme conceituadas abaixo:
a) Monitoramento Gerencial: caracteriza-se pelo monitoramento de processos, de
produtos e de resultados. Equipe da gestão institucional mais envolvidas com o
monitoramento de resultados, a equipe da gestão local com o monitoramento de
produtos e a equipe técnicos na gestão local com monitoramento de processos.
Busca entender melhor a regularidade e disfuncionalidades no fluxo de
transformação de insumos em resultados;
b) Monitoramento Analítico: um exercício sistemático de análise de informações
sobre fluxos de desembolsos financeiros, de realização de atividades-meio, de
entrega de produtos e de inferência de efeitos do programa no seu público-alvo.
Busca checar se os resultados, processos, produtos estão sendo alcançados por
determinado nível de recursos alocados;
c) Monitoramento Estratégico: resultado da integração das funções de
monitoramento gerencial e analítico, voltada para o acompanhamento e gestão de
políticas, planos de governo, agendas prioritárias ou conjunto seletivos de
programas com alto grau de intersetorialidade e/ou articulação federativa.
Independente do tipo de monitoramento, será necessário escolher os indicadores a serem
monitorados, ou seja, informação quantitativa que tenha regularidade de atualização,
razoabilidade de custo e esforço de produção, sensível às mudanças e especificidades às ações
programadas, conforme etapa do ciclo do programa que se pretenda monitorar.

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Imagem 7: Monitoramento como Acompanhamento Sistemático dos Processos-chave, Produtos e
Efeitos de Programas

9.1 Da avaliação

A avaliação do Programa Mulheres Mil deve englobar o acompanhamento do processo,


debruçar-se sobre a identificação, análise e resolução das problemáticas que surjam no decorrer
da formação profissional. Trata-se também de uma avaliação formativa, visto que a investigação
das problemáticas que surjam no decorrer do processo tem como fim produzir conhecimentos,
ferramentas e insumos para a melhoria da ação.
Integra-se ainda a avaliação processual e formativa o caráter dialógico e participativo,
devendo engajar todos os envolvidos: as mulheres, a equipe multidisciplinar, os docentes e os
técnicos.
Trata-se assim de um processo que se constitui como uma pesquisa-ação, no qual a
obtenção de informação é tão relevante quanto a busca de soluções para as dificuldades, com
vistas ao aprimoramento e adequação dessa política pública para o perfil das mulheres que estão
sendo e serão atendidas.
Nesse sentido, a avaliação se constitui como um processo permanente, que se inicia no
processo de aproximação com os territórios, momento em que se deve levantar informações
sobre a realidade socioeconômica e cultural do grupo de mulheres, como apresentado nas ações
diagnósticas, visando garantir o acesso, a permanência e o êxito pedagógico e contribuir para o
êxito profissional.
No decorrer da qualificação profissional, deve-se realizar o acompanhamento das
atividades do processo formativo das mulheres, integrando no processo todos os membros da
equipe multidisciplinar e os docentes que ministram as disciplinas. Sugere-se que sejam
elaboradas atividades diversas, tanto presencial quanto on-line.
No que concerne ao processo on-line, pode-se utilizar ferramentas, tais como Strateegia
digital (https://strateegia.digital), Google meet, Miro (https://miro.com/pt/) Trello, Asana,
Notion, Pipefy, que possibilitam a participação assíncrona e anônima para discutir as dificuldades
referentes ao processo pedagógico. O estudo de caso, por exemplo, que se debruça sobre um
assunto ou problemática específica que esteja afetando o processo de ensino e aprendizagem ou
permanência das mulheres, pode ser adotado como estratégia para analisar um determinado
fenômeno com vistas a buscar soluções para superá-lo.
Para isso, o grupo pode eleger uma situação-problema que considere relevante e
significativa para o desenvolvimento das ações para que seja discutida. Desta forma, do
conjunto de sugestões apontadas pelo grupo, deve-se fazer um processo de sistematização, que

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também pode ser realizado por meio de ferramentas tecnológicas, e encaminhar as soluções
consensuadas, com o objetivo de promover o aprimoramento e a adequação das ações em curso.
Em relação aos encontros presenciais, propõe-se que sejam realizados, no mínimo, três
encontros, que podem ser mensais, a depender do tempo da qualificação profissional. Nesses
momentos, é importante sistematizar as informações advindas dos grupos de discussão,
registrando os encaminhamentos e/ou ferramentas implementadas para resolução das
problematizações apresentadas no estudo de caso e discutir temáticas relevantes para o momento
da qualificação. É importante que se estabeleça a participação obrigatória da equipe
multidisciplinar e dos docentes.
Antes do término do curso, deve-se realizar avaliação individual com o gestor local,
responsável pela gestão do Programa no campus, os docentes e as alunas, por meio de
questionários de avaliações do curso e do Programa, para que eles possam expressar percepções
acerca do processo de qualificação de profissional e apontar críticas e sugestões para a melhoria
do Programa.
Portanto, no âmbito do Programa Mulheres Mil, deve-se organizar os seguintes processos
avaliativos:
a) avaliação contínua do acesso e da permanência, com o objetivo de identificar
entraves e problemas para que se possa fazer as adequações necessárias;
b) avaliação contínua do processo de ensino e aprendizagem, com vistas a identificar
as dificuldades das estudantes, a necessidade de reforços e a adequação de
metodologias de ensino;
c) avaliação do curso;
d) avaliação dos resultados e impactos do Programa.

9.1.1 Orientações para a Avaliação

9.1.1.1 Definição de indicadores

A definição de indicadores é de extrema importância na avaliação e monitoramento para


o Programa Mulheres Mil, eles fornecem informações objetivas e mensuráveis sobre o
desempenho e os resultados dessa política. Os indicadores permitem medir o progresso, como
ressalta Januzzi, “os indicadores apontam, indicam, aproximam, traduzem em termos
operacionais as dimensões sociais de interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou políticas
realizadas anteriormente.” (Januzzi, 2005, p.138).
Estabelecer indicadores adequados, possibilita acompanhar e analisar o impacto do
programa em relação aos objetivos estabelecidos. Isso permite que gestores, tomadores de
decisão e demais interessados avaliem se a política está alcançando os resultados desejados, se
está sendo eficaz na promoção das mudanças esperadas e se está sendo implementada de forma
eficiente. Além disso, os indicadores são essenciais para a transparência das ações.

60
9.1.1.2 Coleta de dados

A coleta de dados desempenha papel fundamental na avaliação de políticas públicas,


responsável por fornecer informações e evidências necessárias para entender o impacto, a
eficácia e a eficiência dessas políticas. Além disso, a coleta gera insumos para as tomadas de
decisões, através dela é possível identificar lacunas e desafios, pode revelar as disparidades,
desigualdades e ineficiências. Essas informações ajudam no direcionamento de recursos e
esforços para as áreas que precisam de maior atenção na intervenção. A coleta deve ser
construída como uma ferramenta de uso contínuo de aplicação e, ao longo do tempo, permite o
monitoramento do progresso do programa em relação aos seus objetivos. A coleta de dados
também é ferramenta importante na transparência e no aprimoramento do programa.
No que tange o Programa Mulheres Mil, a coleta de dados deve abarcar estratégias que
capturam informações específicas sobre gênero, como percepções e desafios enfrentados pelas
mulheres, perguntas sobre desigualdades salariais, acesso a oportunidades no mundo do trabalho,
violência de gênero, divisão de tarefas domésticas, empoderamento, entre outras. Deve-se
incorporar indicadores quantitativos sobre gênero, dados demográficos desagregados por gênero,
indicadores de participação política, indicadores de acesso a serviços e oportunidades,
indicadores sobre habitação e saneamento básico, entre outros.
Coletar depoimentos e histórias de vida das educandas pode fornecer informações
valiosas sobre as suas experiências pessoais, os desafios enfrentados, bem como as mudanças
ocorridas devido à participação no programa. A utilização de métodos participativos deve ser
considerada. É relevante promover espaços de diálogos e participação ativa das mulheres. Nesse
sentido, oficinas e grupos focais são espaços que permitem às educandas expressarem suas
opiniões e compartilharem suas experiências, além de fortalecer o grupo enquanto coletivo.
Em suma, a avaliação pode requerer a utilização de fontes de dados primários e
secundários para obter uma visão completa e precisa. Enquanto os dados primários envolvem a
realização de entrevistas, grupos focais, observação participante. Os dados secundários incluem
análises de relatórios governamentais, pesquisas acadêmicas, dados estatísticos, como dados
demográficos, de saúde, econômicos, de emprego e educacionais. A combinação das diferentes
fontes de informações, dados primários e secundários, garante uma compreensão mais precisa e
abrangente.

9.1.1.3 Viés e Comparabilidade

Ao realizar avaliações é importante considerar a presença de viés e garantir a


comparabilidade dos resultados. O viés pode surgir nas avaliações de políticas públicas quando
há distorções ou tendências sistemáticas na coleta de dados, podendo ser originada por
estereótipos, preconceitos, ou ainda influências sociais. Nesse sentido, é importante adotar
abordagens metodológicas imparciais e inclusivas para mitigar o viés.
Os avaliadores devem estar cientes de seus próprios preconceitos e devem ser sensíveis
às perspectivas e experiências das educandas. Já a comparabilidade refere-se à capacidade de
fazer comparações entre os diferentes grupos inseridos no programa. Para garantir a
comparabilidade, é preciso estabelecer de forma clara e precisa os objetivos, indicadores e

61
critérios que serão utilizados na avaliação. Para alcançar uma avaliação que mitigue o viés e
garanta a comparabilidade é importante estar sensível às especificidades de cada grupo de
mulheres, considerar suas experiências e percepções, garantir uma linguagem inclusiva e não
discriminatória, promover uma participação ativa das educandas e considerar as especificidades
culturais e sociais das mesmas.
Conforme apresentado em “Um guia prático para mensurar o empoderamento de
mulheres e meninas em avaliações de impacto”, é essencial adaptar os indicadores de
empoderamento de acordo com o contexto local para garantir a captura adequada das mudanças
resultantes das intervenções. Ao incorporar indicadores adaptados localmente, somos capazes de
compreender as transformações específicas que ocorrem em cada contexto. No entanto, é
importante encontrar um equilíbrio, pois o uso exclusivo de indicadores adaptados localmente
pode limitar a capacidade de comparar os resultados com outros estudos e dificultar a
contribuição de dados para análises mais abrangentes sobre programas eficazes de
empoderamento. Portanto, é fundamental buscar uma abordagem que permita a adaptação local,
ao mesmo tempo em que mantém a possibilidade de comparação e aprendizado mais amplo.

9.1.1.4 Considerações éticas e de privacidade na coleta de dados

A coleta de dados é uma etapa importante para a implementação, avaliação e


monitoramento de uma política pública. Nesse processo, deve ser garantido a privacidade,
proteção e confidencialidade das informações. O consentimento das participantes é fundamental,
isso implica em informar de forma clara qual a finalidade da coleta de dados, como eles serão
utilizados e quem terá acesso a essas informações.
As participantes devem ter liberdade de consentir ou não, sem sofrer consequências
negativas. Normas e questões culturais e sociais devem ser consideradas, é importante adaptar as
ferramentas com sensibilidade e respeitos às práticas locais. Ao conduzir a coleta de dados, é
fundamental priorizar a ética, o respeito e a proteção dos direitos das participantes. Esses
elementos contribuem para a integridade da pesquisa e para relação de confiança com as
participantes envolvidas.

9.1.1.5 Desenho de questionários

Ao construir os questionários é importante considerar alguns elementos chave, são eles:


a) Objetivos do programa e da avaliação;
b) Temas relevantes a serem abordados;
c) Indicadores
d) Público-alvo;
e) Equilíbrio entre perguntas abertas e fechadas;
f) Clareza e simplicidade das perguntas considerando questões culturais e sociais;
g) Neutralidade;
h) Escala de resposta.
Em primeiro lugar, defina claramente os objetivos da avaliação, para garantir que as
perguntas sejam direcionadas aos aspectos relevantes do programa. Além disso, identifique

62
temas importantes, alguns deles já foram apresentados nesse documento. É recomendado
equilibrar perguntas abertas e fechadas. Perguntas abertas permitem que as educandas expressem
suas opiniões e imprimam seus saberes e desejos. Já as perguntas fechadas facilitam a análise de
dados. Importante destacar que as perguntas devem ser formuladas de forma clara, simples,
sempre que possível adaptadas a elementos culturais e sociais que facilitem a compreensão da
participante.
Deve-se ainda prezar pela neutralidade, evitando termos técnicos e influências que
possam direcionar as respostas. É fundamental a construção de uma sequência lógica para
facilitar a compreensão, utilize escalas de resposta, dessa forma você permite que a participante
indique seu nível de concordância e satisfação. É crucial testar e revisar o questionário, com o
objetivo de garantir sua clareza, relevância e consistência.

9.1.1.6 Participação e empoderamento das mulheres


Mensurar o empoderamento de mulheres em políticas públicas como o Programa Mulheres Mil
requer um processo contínuo e criativo, sendo importante incluir "recursos, agência e conquistas" (J-PAL,
2023).
Ao avaliar o processo de empoderamento de mulheres, deve-se considerar, em termos de
indicadores, seus acessos aos recursos (conhecimentos, preferências e acesso) necessários para
tomar decisões, sua capacidade de agir e participar ativamente nas próprias escolhas. Os
conhecimentos se referem ao conjunto de informações, conceitos, experiências e habilidades
adquiridas por meio do estudo, da experiência e da interação com o mundo ao seu redor. A
preferência é a tendência de escolher ou desejar uma coisa em detrimento de outra com base em
interesses pessoais, gostos, valores ou necessidades individuais. Enquanto o acesso refere-se à
capacidade ou oportunidade de utilizar, participar ou obter algo. É a possibilidade de obter ou
utilizar recursos, serviços, informações, oportunidades ou direitos de maneira efetiva, como
acesso à saúde, educação, entre outros.
Os indicadores de agência no empoderamento de mulheres referem-se às medidas que
capturam a capacidade das mulheres de exercerem sua voz, tomar decisões e ter controle sobre
sua própria vida. Esses indicadores estão relacionados à autonomia, participação e influência das
mulheres em diferentes aspectos sociais, políticos e econômicos. Alguns exemplos de
indicadores de agência incluem: participação em tomadas de decisão familiares e comunitárias.
Esses indicadores mensuram a capacidade de exercer poder e influência sobre sua própria vida e
nas decisões que as afetam.
Por fim, os indicadores de conquistas no contexto do empoderamento de mulheres se
referem às medidas que avaliam os resultados ou impactos das ações e esforços de
empoderamento. Esses indicadores capturam os resultados tangíveis alcançados pelas mulheres
em termos de melhoria de suas condições de vida e igualdade de oportunidades. Alguns
exemplos de indicadores de conquistas podem incluir: níveis de educação alcançados,
participação no mundo de trabalho e renda, redução da violência de gênero. Esses indicadores
refletem as mudanças reais e concretas na vida das mulheres, proporcionando uma visão mais
abrangente sobre sua autonomia.

63
Ao adotar diferentes indicadores na avaliação do empoderamento, é possível identificar
lacunas, fortalecer as intervenções e garantir que o Programa Mulheres Mil esteja efetivamente
promovendo a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

9.2 Do Monitoramento

No âmbito do Programa Mulheres Mil, o monitoramento relaciona-se com o processo de


identificação do alcance dos objetivos e metas propostas nos planos de trabalhos apresentados à
Setec-MEC, ou seja, relaciona-se com contribuições na melhoria da qualidade de vida das
mulheres no âmbito econômico, social, familiar e individual.
Trata-se portanto de mensurar, a partir de indicadores de renda, de escolaridade
(individual e familiar), de inserção no mundo do trabalho (emprego, associativismo,
cooperativismo), de inserção em ou criação de rede de proteção de enfrentamento à violência
contra a mulher, o racismo e à LGBTfobia, do acesso às políticas públicas de saúde,
transferência de renda, educação, moradia e transporte, entre outras. Também é relevante
mensurar aspectos relacionados às melhorias das relações interpessoais, tais como criação de
grupos de apoio entre as mulheres que participaram do curso e a participação das egressas nas
organizações comunitárias existentes no território e em outros espaços. Outra questão importante
para monitorar é o impacto ou a importância dos conteúdos ministrados no curso para a tomada
de decisões, tanto no âmbito individual, tais como denunciar violência doméstica e/ou sexista,
quanto coletivas, participação em ações de preservação ambiental.
Em relação à temporalidade, recomenda-se que o monitoramento das egressas seja
realizado após um ano da conclusão da qualificação profissional, tanto por meio de
questionários, quanto por meio de grupo focal, agregando nesse processo docentes, técnicos e
pesquisadores das instituições que tenham interesse em investigar acerca de temáticas de gênero,
educação profissional e tecnológica, desenvolvimento local etc.
Por fim, é importante ressaltar que o processo de monitoramento deve centrar-se em
responder à seguinte indagação: qual a efetividade do programa mulheres mil no que diz respeito
às melhorias da qualidade de vida das egressas no âmbito econômico, social, educacional.

9.2.1 Orientação para o Monitoramento

9.2.1.1 Monitoramento contínuo e adaptação a gênero

O estabelecimento de mecanismos de monitoramento contínuo do programa é essencial


para garantir sua eficácia e efetividade ao longo do tempo. Isso envolve a criação de sistemas e
ferramentas que permitam acompanhar regularmente sua implementação, coletar dados
relevantes e analisar os resultados alcançados.
Esses mecanismos incluem a definição de indicadores a serem monitorados, a coleta
sistemática de dados por meio de pesquisas, questionários ou outras formas de levantamento de
informações, a realização de avaliações periódicas para verificar o progresso e identificar
desafios, e o envolvimento das diferentes partes interessadas, como as alunas, gestores e
docentes, no processo de monitoramento.

64
Além disso, é importante estabelecer canais de comunicação eficientes para que os
resultados do monitoramento sejam compartilhados com todas as partes envolvidas, permitindo a
tomada de decisões informadas e a realização de ajustes necessários.
A adaptação do monitoramento a questões de gênero, raça e etnia é aspecto importante no
que tange ao Programa Mulheres Mil. À medida que o tempo passa, é essencial avaliar a
efetividade da política e sua capacidade de abordar as necessidades e desafios específicos das
mulheres. Isso pode envolver a análise dos dados coletados, a identificação de lacunas ou áreas
de melhoria e a realização de ajustes no programa para garantir que ela esteja alinhada com as
demandas.
A adaptação do programa a essas demandas devem ser impulsionadas pela participação
ativa das mulheres, bem como outras partes interessadas, gestores e docentes. Essas vozes devem
ser ouvidas e consideradas no processo de monitoramento, permitindo a inclusão de diferentes
perspectivas e ações direcionadas para enfrentar os obstáculos.
O monitoramento contínuo proporciona uma visão em tempo real de seu desempenho,
permitindo a identificação de eventuais problemas ou oportunidades de melhoria. Isso possibilita
a adoção de medidas corretivas e o aprimoramento constante, contribuindo para efetividade e
garantindo que os objetivos estabelecidos sejam alcançados.

9.2.1.2 Utilização dos resultados da avaliação para informar a adaptação e o


aprimoramento da política

Os resultados da avaliação do Programa Mulheres Mil permitem compreender quais


aspectos estão funcionando bem e devem ser mantidos, assim como aqueles que precisam de
ajustes. Essas informações embasadas em evidências apoiam a tomada de decisões informadas
sobre a necessidade e possíveis adaptações do programa.
A adaptação do Programa Mulheres Mil pode envolver a revisão de objetivos, metas e
estratégias, bem como a implementação de medidas corretivas para lidar com lacunas
identificadas. Além disso, os resultados da avaliação podem fornecer informações valiosas sobre
o impacto do programa na vida das mulheres e a eficácia das intervenções realizadas.
É importante ressaltar que a utilização dos resultados da avaliação deve ser um processo
participativo e inclusivo, envolvendo as educandas, as equipes multidisciplinares e outros atores
relevantes, gestores, docentes e parceiros. O diálogo e a colaboração entre essas partes
interessadas contribuem para a tomada de decisões compartilhadas e para a construção de um
programa mais efetivo e sensível às necessidades das mulheres.
Em resumo, a utilização dos resultados da avaliação é essencial para informar a
adaptação e o aprimoramento do Programa Mulheres Mil, é ferramenta que apoia a Setec-MEC
no processo contínuo de melhoria da oferta, garantindo que ele seja efetivo, relevante e capaz de
responder às necessidades das mulheres de forma adequada. Essa abordagem baseada em
evidências fortalece a qualidade e a sustentabilidade do programa, promovendo também a
igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres atendidas pelo programa.

65
9.2.1.3 Avaliação da sustentabilidade e continuidade das ações
Avaliar a sustentabilidade e continuidade das ações no contexto do Programa Mulheres Mil é de
extrema relevância para garantir que os resultados e impactos positivos sejam mantidos a longo prazo. É
importante avaliar se as ações implementadas são sustentáveis do ponto de vista financeiro, institucional e
social.

Eixos de sustentabilidade
● Financeiro: deve-se verificar se os recursos destinados ao programa são suficientes para
sua manutenção. Isso envolve analisar a eficiência no uso dos recursos disponíveis. Além
disso, é necessário avaliar se as ações estão integradas a políticas públicas mais amplas e
se existe um comprometimento institucional para manter o programa em funcionamento.
● Institucional: deve-se analisar se o programa está enraizado nas estruturas
governamentais e se existe um apoio político contínuo. Também é importante considerar
as parcerias estabelecidas com outras instituições e organizações para fortalecer a
sustentabilidade do programa.
● Social: envolve analisar se as ações do programa são relevantes e efetivas para as
mulheres, se atendem às suas necessidades e se promovem a igualdade de gênero e o
empoderamento. Também é fundamental verificar se o programa é adaptável às
mudanças sociais e se tem o envolvimento ativo das mulheres, dos gestores e docentes
na sua implementação e monitoramento.

9.2.1.4 Recomendações e lições aprendidas

A elaboração de recomendações para melhorar a efetividade do Programa Mulheres Mil é


um passo crucial no processo de monitoramento contínuo. Com base nos dados coletados e nas
informações obtidas ao longo do programa, é possível identificar áreas de melhoria e sugerir
ações que possam aprimorar os resultados alcançados. Essas recomendações podem abranger
diferentes aspectos, como ajustes nas estratégias de seleção das alunas, aprimoramento dos
conteúdos e metodologias de ensino, fortalecimento das parcerias com instituições e
organizações, e implementação de medidas para ampliar a inserção das alunas no mundo do
trabalho. Ao promover essas recomendações, o Programa Mulheres Mil busca garantir que suas
ações sejam cada vez mais efetivas e alinhadas às necessidades e demandas das mulheres,
contribuindo para o fortalecimento da igualdade de gênero e o empoderamento.
Além da elaboração de recomendações, o monitoramento do Programa Mulheres Mil
também inclui a identificação de boas práticas e lições aprendidas. Ao analisar os resultados e
impactos do programa, é possível identificar estratégias eficazes, abordagens inovadoras e
iniciativas bem-sucedidas que podem ser replicadas. Essas boas práticas e lições aprendidas são
importantes para promover o aprendizado e a troca de experiências entre os gestores, docentes e
demais envolvidos no programa, bem como para disseminar os resultados da avaliação. Por meio
da disseminação dessas informações, é possível compartilhar conhecimento, fortalecer a
capacidade institucional e promover o aprimoramento contínuo do Programa Mulheres Mil,
contribuindo para a melhoria das políticas públicas educacionais e de gênero e o alcance de
resultados cada vez mais significativos para as mulheres.

66
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MEC - Ministério da Educação. Sistema Nacional de Reconhecimento e Certificação de Saberes


e Competências Profissionais (Re-Saber). Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/resaber.
Acesso em: 16 jul. 2023.

MINC - Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa. Disponível em:


https://garimpodesolucoes.com.br/wp-content/uploads/2014/09/Plano-da-Secretaria-da-Economi
a-Criativa.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE nº 1780/2014. Institui o Cadastro de


Empreendimentos Econômicos Solidários - CADSOL, no âmbito do Ministério do Trabalho e
Emprego. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 225, p. 78 – ISSN 1677-7042.
Disponível em:
http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814B2784E5014B6F9B31C050C5/Portaria%20MTE
%201.780-2014%20-%20CADSOL%20pg.1.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade: como entrar, permanecer e progredir no


mercado de trabalho. 1 ed. São Paulo, Ed. Gente, 1995.

MONTEIRO, Simone Rocha da Rocha Pires marco conceitual da vulnerabilidade social. In:
Seminário de Políticas Sociais do Mercosul, 2011, Pelotas. Anais. SEPOME, 2011.

CONSTANTINO, Noel Alves. O portfólio na sala de aula presencial e virtual. Natal, IFRN
Editora, 2008.

OLIVEIRA, Francisco. A questão do Estado: vulnerabilidade social e carência de direitos. In:


Subsídios à Conferência Nacional de Assistência Social. Cadernos ABONG, São Paulo, 1995.

OSTERWALDER, Alex; PIGNEUR, Yves. Business Model Generation - Inovação em


Modelo de Negócios: um manual para visionários, inovadores e revolucionários. Rio de Janeiro,
RJ, Alta Books, 2011.

69
PAGE - Partnership for Action on Green Economy (Parceria para Ação em Economia Verde).
Disponível em: https://www.un-page.org/. Acesso em: 16 jul. 2023.

PIPE SOCIAL. O que são Negócios de Impacto: características que definem empreendimentos
como negócios de impacto. Instituto de Cidadania Empresarial. São Paulo, 2019. Disponível
em:
https://aliancapeloimpacto.org.br/wp-content/uploads/2020/03/ice-estudo-negocios-de-impacto-
2019-web.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

SANTOS, Elenice dos Reis; MORAIS, Lea Paula Vanessa Xavier. Guia Modelando Negócios
do Programa de Extensão Teresa de Benguela. Cuiabá, IFMT, 2020. Disponível em:
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4fc7-9a40-504b23c938e6/guia
_modelando_negocios_teresa_benguela_v02.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

SANTOS, Elenice dos Reis; COUTINHO, Bruno José de Amorim. Adaptação entre bolsa
formação do PRONATEC e Programa Mulheres Mil no IFMT - desafios e resultados. In: IV
Fórum de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva. Disponível em:
https://proex.ifmt.edu.br/conteudo/pagina/mulheres-mil-proex/. Acesso em: 16 jul. 2023.

SANTOS, Marisilvia dos; RIBEIRO, Eduardo Alberton. Oficina de Produção de PPCP. Curso
de Formação Continuada em Aperfeiçoamento em Certificação de Saberes e Competências
Profissionais. Disponível em: https://moodle.ead.ifsc.edu.br/enrol/index.php?id=3227. Acesso
em: 16 jul. 2023.

ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócios. Belo Horizonte, MG,
SEBRAE, 2013. Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/gestao-e-comercializacao-
como-elaborar-um-plano-de-negocios.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

YUNUS - Yunus Social Business (Yunus Negócios Sociais). Negócios Sociais. Disponível em:
https://www.br.yunussb.com/about. Acesso em: 16 jul. 2023.

Anexos

Anexo I - Perfil Situacional - Seleção das Estudantes

Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções das mulheres
participantes do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para melhor
compreensão do público participante e execução do programa. Por favor, responda com
sinceridade, e sinta-se à vontade para tirar dúvidas e apresentar questionamentos.

1. Dados gerais e socioeconômicos:

Qual seu nome?

Como você gostaria de ser chamada?

Informe marcando com um "X"se possui os seguintes documentos:

( ) Certidão de nascimento
( ) CPF
( ) Identidade
( ) Título de eleitor

70
( ) Carteira de TRabalho

Qual seu endereço?

Em qual região você nasceu?


( ) Centro-oeste
( ) Norte
( ) Nordeste
( ) Sudeste
( ) Sul
( ) Não Sei

Em qual região você mora?


( ) Centro-oeste
( ) Norte
( ) Nordeste
( ) Sudeste
( ) Sul

Em qual cidade você mora?

Em que área você mora?


( ) Zona urbana
( ) Zona rural

Onde sua casa está localizada?


( ) Bairro
( ) Comunidade quilombola
( ) Assentamento
( ) Comunidade-território indígena
( ) Sítio
( ) Região Administrativa

Qual sua faixa etária?


( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 20 e 24 anos
( ) Entre 25 e 29 anos
( ) Entre 30 e 34 anos
( ) Entre 35 e 39 anos
( ) Entre 40 e 44 anos
( ) Entre 45 e 49 anos
( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos

71
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais

Qual a sua orientação/identidade sexual?


( ) Hétero
( ) Lésbica
( ) Gay
( ) Bissexual
( ) Assexual
( ) Pansexual
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Qual sua identidade de gênero:


( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)
( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento, assumindo,
portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Qual sua cor/etnia?


( ) Branca
( ) Indígena
( ) Parda
( ) Preta
( ) Outra
( ) Prefere não declarar

Qual seu estado civil?


( ) Solteira
( ) Casada
( ) Separada/Divorciada/Desquitada
( ) União Estável
( ) Viúva

Quantos filhos você tem?


( ) Nenhum
( ) Um

72
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Seis
( ) Mais de Seis

Qual a sua religião?


( ) Católica
( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé
( ) Protestante ou Evangélica
( ) Espírita Kardecista
( ) Não tenho religião
( ) Prefere não declarar
( ) Outra

Qual o seu nível de escolaridade?


( ) Sem escolaridade/analfabeta
( ) Apenas Alfabetizada: leio e escrevo
( ) Fundamental Incompleto
( ) Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Superior Incompleto
( ) Ensino Superior Completo

Possui alguma deficiência?


( ) Não
( ) Sim. Qual?

Você tem alguma doença crônica?


( ) Não
( ) Sim. Qual?

Toma algum medicamento de uso contínuo?


( ) Não
( ) Sim

Alguém em sua casa/domicílio e/ou comunidade fez ou faz uso de droga/entorpecente?


( ) Não
( ) Sim

2. Dados gerais estatísticos

73
Você mora em uma casa/domicílio.
( ) próprio
( ) alugado
( ) emprestado
( ) Outros

O seu domicílio tem:


( ) Água encanada
( ) Esgoto
( ) Luz Elétrica
( ) Gás encanado
( ) Serviços de coleta de lixo

No seu bairro, sua família tem acesso a que tipo de serviços?


( ) Unidade Básica de Saúde
( ) Escola
( ) Creche
( ) CRAS
( ) Associação do bairro
( ) Biblioteca pública
( ) Atividades Culturais
( ) ONGS
( ) Área de lazer
( ) Outros:

Marque os itens que você possui em sua casa/domicílio.


( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) DVD
( ) Geladeira
( ) Rádio
( ) Freezer independente
( ) Máquina de lavar roupa
( ) Computador
( ) Acesso à internet
( ) Impressora
( ) Telefone fixo
( ) Telefone celular
( ) TV por assinatura
( ) Automóvel
( ) Motocicleta

74
Você exerce alguma atividade remunerada?
​( ) Não
( ) Sim

Se a resposta for sim, que tarefas você desenvolve no seu trabalho?


Resposta:

Se a resposta for não, em que área você gostaria de trabalhar?


Resposta:

Qual a sua fonte de renda?


( ) Emprego fixo próprio
( ) Vive com benefícios sociais do governo
( ) Diarista
( ) Ambulante (emprego informal)
( ) Autônoma (trabalha por conta própria fazendo serviços diversos)
( ) Trabalhadora temporária (trabalha quando é chamada por alguns dias ou meses)
( ) Dona de negócio
( ) Pensionista
( ) Aposentada
( ) Outra

Qual a sua participação na renda da sua família?


( ) Não trabalho e sou sustentado pela família ou por outras pessoas
( ) Trabalho, mas recebo ajuda financeira da família ou de outras pessoas.
( ) Trabalho, mas sou responsável pelo meu próprio sustento.
( ) Trabalho, sou responsável pelo meu sustento e contribuo para o sustento da minha família.
( ) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da minha família.

Você possui outras experiências profissionais?


( ) Não
( ) Sim

Se a resposta for sim, descreva essas experiências ?


Resposta:

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)


( ) Nenhuma
( ) Até 1/4 SM
( ) De 1/4 a 1/2 SM
( ) De 1/2 a 1 SM
( ) De 1 a 2 SM
( ) De 2 a 5 SM

75
( ) De 5 a 10 SM
( ) Mais de 10 SM

Quem é a pessoa que mais contribui na renda total da sua família?


( ) Você mesma
( ) Cônjuge/Companheiro(a)
( ) Seus pais
( ) Seus filhos(as)
( ) Outra

Qual o material que predomina na construção da sua casa/domicílio?


( ) Alvenaria com revestimento
( ) Alvenaria sem revestimento
( ) Madeira apropriada para construção
( ) Taipa não revestida
( ) Madeira aproveitada
( ) Palha
( ) Outro

Quantos cômodos possui sua casa/domicílio?


( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Mais de cinco

Quantas pessoas moram na sua casa/domicílio?


( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Mais de cinco

Sua casa/domicílio possui banheiro?


( ) Não
( ) Sim

Qual é a principal forma de abastecimento de água da sua casa/domicílio?


( ) Rede geral de distribuição/água canalizada
( ) Poço ou nascente fora da propriedade
( ) Carro-pipa

76
( ) Água da chuva armazenada em sistema
( ) Água da chuva armazenada de outro modo
( ) Rios, lagos e igarapés
( ) Outra

Qual a origem da energia elétrica utilizada na sua casa/domicílio?


( ) Rede geral
( ) Outra origem (gerados, placa solar, eólica etc.)
( ) Não tem energia elétrica
( ) Outra

Qual o destino dado ao lixo da sua casa/residência?


( ) Coletado Diretamente por serviço de limpeza
( ) Coletado em caçamba de serviço de limpeza
( ) É queimado na propriedade
( ) É enterrado na propriedade.
( ) Jogado em terreno baldio ou logradouro/rua
( ) Jogado em rio, lago ou mar
( ) Outro

Você e/ou sua família, quando necessitam de atendimento médico, utilizam:


( ) SUS
( ) Plano de Saúde
( ) Médico particular
( ) Outros

Qual é o meio de transporte que você mais utiliza?


( ) Carro próprio
( ) Carro da família
( ) Moto
( ) Bicicleta
( ) Ônibus
( ) Táxi/Lotação
( ) Outros

Qual a distância entre a sua residência e a unidade de ensino?


( ) Localiza-se na mesma cidade da unidade de ensino
( ) Até 50 Km
( ) Entre 51 e 100 Km
( ) Mais de 100 Km

3. Dados referentes ao Programa Mulheres Mil:


Quais dias da semana você tem disponibilidade para estudar, marque com um "X":
( ) Segunda-feira

77
( ) Terça-feira
( ) Quarta-feira
( ) Quinta-feira
( ) Sexta-feira
( ) Sábado

Marque com um "X" os turnos de sua preferência:


( ) Manhã
( ) Tarde
( ) Noite

Você já fez ou está frequentando algum curso profissionalizante?


( ) Não
( ) Sim

Se a resposta for sim, qual(is) curso(s) você já fez?


Resposta:

Por que escolheu esse curso no Programa Mulheres Mil?


( ) Era o curso que eu desejava fazer
( ) Preparar-me para o mercado de trabalho
( ) Proporciona bom salário
( ) Já trabalho na área
( ) Não há outra instituição oferecendo
( ) Pelo horário
( ) Ser gratuito
( ) Ter uma profissão
( ) Influência de parentes/amigos
( ) Outros

Alguém da sua família tenta impedir/proibir a sua participação no Programa Mulheres


Mil?
( ) Não
( ) Sim

O que ou quem ajudou você a tomar essa decisão de ingressar no Programa Mulheres
Mil?
( ) A credibilidade da instituição ofertante
( ) Meus (minhas) amigos(as)
( ) Informações gerais, revistas, jornais, TV
( ) Facilidade de obter emprego
( ) Lideranças da minha comunidade
( ) Estímulo financeiro
( ) Receber uma qualificação profissional

78
( ) Convite e informações dos gestores locais
( ) Outras

Qual é a principal decisão que você vai tomar quando obtiver a certificação do Programa
Mulheres Mil?
( ) Continuar meus estudos
( ) Procurar emprego
( ) Prestar vestibular e continuar a trabalhar
( ) Fazer mais curso(s) profissionalizante(s) e me preparar melhor para o trabalho
( ) Trabalhar por conta própria/trabalhar em meu próprio negócio
( ) Criar uma cooperativa/associação com minhas colegas de turma
( ) Ainda não decidi

Quais seus sonhos, desejos como resultado da participação no Programa Mulheres Mil?
Resposta:

Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros

Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você conhece a Lei Maria da Penha?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?


( ) Sim
( ) Não

79
( ) Não sei responder

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento


pessoal e profissional?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

80
Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres
Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa.

Anexo II - Questionário de avaliação do curso - Docentes

Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos docentes que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação e
aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando sua
experiência como docente no programa.

1. Informações pessoais:

Qual seu nome?

Qual sua faixa etária?

( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 20 e 24 anos
( ) Entre 25 e 29 anos
( ) Entre 30 e 34 anos
( ) Entre 35 e 39 anos
( ) Entre 40 e 44 anos
( ) Entre 45 e 49 anos
( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais

Qual sua cor/etnia?


( ) Branca
( ) Indígena
( ) Parda
( ) Preta
( ) Prefere não declarar
( ) Outra

Qual seu estado civil?


( ) Solteira
( ) Casada

81
( ) Separada/Divorciada/Desquitada
( ) União Estável
( ) Viúva

Quantos filhos você tem?


( ) Nenhum
( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Seis
( ) Mais de Seis

Qual a sua religião?


( ) Católica
( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé
( ) Protestante ou Evangélica
( ) Espírita Kardecista
( ) Não tenho religião
( ) Prefere não declarar
( ) Outra

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)


( ) Nenhuma
( ) Até 1/4 SM
( ) De 1/4 a 1/2 SM
( ) De 1/2 a 1 SM
( ) De 1 a 2 SM
( ) De 2 a 5 SM
( ) De 5 a 10 SM
( ) Mais de 10 SM

Qual a sua orientação/identidade sexual?


( ) Hétero
( ) Lésbica
( ) Gay
( ) Bissexual
( ) Assexual
( ) Pansexual
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

82
Qual sua identidade de gênero?
( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Homem Cis (Indentifica-se como homem, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Homem Trans (Identifica-se como homem, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)
( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento, assumindo,
portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Você cursou a educação básica em que tipo de instituição?


( ) Pública
( ) Privada

Você cursou o Ensino Médio em que tipo de instituição?


( ) Pública
( ) Privada

Você cursou o Ensino Superior em que tipo de instituição?


( ) Pública
( ) Privada

Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:
( ) Você
( ) Familiares
( ) PROUNI
( ) Financiamento estudantil
( ) Outros

Formação acadêmica:
( ) Nível Médio
( ) Graduação em andamento
( ) Graduação incompleta
( ) Graduação completa
( ) Mestrado em andamento
( ) Mestrado incompleto
( ) Mestrado completo
( ) Doutorado em andamento
( ) Doutorado incompleto
( ) Doutorado completo

83
Há quanto tempo você atua como docente no Programa Mulheres Mil?
( ) Entre 0 e 1 ano
( ) Entre 2 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 10 e 15 anos
( ) Entre 16 e 20 anos

Qual disciplina ou oficina você ministrou no Programa Mulheres Mil?


Resposta:

Qual sua relação trabalhista com a instituição?


( ) técnico administrativo concursado de nível médio
( ) técnico administrativo concursado de nível superior
( ) docente concursado
( ) contrato temporário
( ) terceirizado

Caso seja concursado, onde está lotado?


Resposta:

2. Sobre o curso:
Qual curso você está avaliando?
Resposta:

Qual turma você está avaliando:


Resposta:

Como você descreveria o nível de preparação e qualificação das alunas do programa em


relação ao conteúdo ensinado?
( ) Muito baixo
( ) Baixo
( ) Moderado
( ) Alto
( ) Muito alto

Quais são os pontos fortes do programa em relação ao desenvolvimento das habilidades e


competências das alunas? Marque com "X" quantas alternativas achar necessário.
( ) Foco nas necessidades e demandas das alunas, proporcionando uma formação alinhada com
suas áreas de interesse e potencialidades.
( ) Abordagem pedagógica inclusiva e participativa, que estimula o protagonismo das alunas e
valoriza suas experiências e conhecimentos prévios.

84
( ) Oportunidade de adquirir habilidades técnicas relevantes para o mundo do trabalho,
aumentando suas chances de empregabilidade e autonomia financeira.
( ) Enfoque no desenvolvimento de competências socioemocionais, promovendo a confiança e a
resiliência.
( ) Acompanhamento e suporte individualizado das alunas, garantindo um ambiente de
aprendizado acolhedor e estimulante.
( ) Fortalecimento da rede de apoio, por meio da parceria com instituições e organizações
locais, ampliando as oportunidades de inserção das alunas.
( ) Valorização dos saberes e promoção da igualdade de gênero, estimulando o enfrentamento a
estereótipos e preconceitos.
( ) Incentivo ao empreendedorismo e ao desenvolvimento de projetos próprios, estimulando a
criação de negócios e a independência financeira.
( ) Possibilidade de continuidade nos estudos e acesso a oportunidades de aprimoramento
profissional, por meio de parcerias e encaminhamentos para outros programas de qualificação
dentro da instituição ou em outra instituição de ensino.
( ) Atenção às demandas do mundo do trabalho e às tendências de cada área, proporcionando
uma formação atualizada e alinhada com as demandas do setor.

Como você avalia o apoio e a disponibilidade da equipe de coordenação do programa para


auxiliá-lo no desenvolvimento das atividades de ensino?
( ) Muito baixo
( ) Baixo
( ) Moderado
( ) Alto
( ) Muito alto

Na sua opinião, em que medida o programa contribui para a autonomia e o


empoderamento das alunas?
( ) Contribui significativamente para a autonomia e o empoderamento das alunas.
( ) Contribui de forma considerável para a autonomia e o empoderamento das alunas.
( ) Contribui moderadamente para a autonomia e o empoderamento das alunas.
( ) Contribui em pequena medida para a autonomia e o empoderamento das alunas.
( ) Não contribui para a autonomia e o empoderamento das alunas.

Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados no processo de


ensino-aprendizagem no Programa Mulheres Mil?
( ) Falta de recursos materiais e infraestrutura adequada.
( ) Dificuldade de conciliar os estudos com outras responsabilidades familiares e profissionais.
( ) Limitações no acesso a tecnologias e recursos digitais.
( ) Carência de apoio e acompanhamento individualizado.
( ) Barreiras linguísticas ou dificuldades de comunicação.
( ) Falta de preparo para lidar com as demandas específicas das alunas.

85
( ) Obstáculos socioeconômicos, como falta de transporte ou problemas financeiros.
( ) Estigma social e discriminação de gênero.
( ) Pouca interação e colaboração entre as alunas.
( ) Outros
Caso tenha marcado outros desafios, discorra sobre eles:

Você acredita que o programa proporciona oportunidades de aprendizagem significativas


para as alunas? Por quê?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Em sua opinião, quais são os principais impactos do programa na vida das alunas?
( ) Melhoria das habilidades profissionais e técnicas, proporcionando oportunidades de emprego
e renda e/ou inserção no mundo do trabalho.
( ) Aumento da autoconfiança das alunas, promovendo empoderamento.
( ) Ampliação das perspectivas de futuro e desenvolvimento de novas aspirações e metas.
( ) Fortalecimento das habilidades de liderança e participação ativa na comunidade.
( ) Melhoria das relações familiares e sociais, promovendo uma maior inclusão e
reconhecimento.
( ) Acesso a redes de apoio e colaboração com outras mulheres e profissionais da área.
( ) Melhoria das condições de vida, incluindo melhores condições de moradia, saúde e
bem-estar.
( ) Promoção da igualdade de gênero e superação de estereótipos sociais.
( ) Desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas.
( ) Empoderamento financeiro, com a capacidade de gerir melhor os recursos financeiros
pessoais e familiares.
( ) Outros:

Como você avalia a articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de


gênero no programa?
( ) Não há articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é limitada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é adequada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é excelente.
Comente sua resposta:

Como você avalia a articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da


Educação para Relações Étnico-Raciais no programa?
( ) Não há articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais.

86
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é limitada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é adequada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é excelente.
Comente sua resposta:

Quais sugestões você teria para aprimorar o Programa Mulheres Mil no que diz respeito ao
papel dos docentes e ao processo de ensino-aprendizagem?
Resposta:

Em sua opinião, o programa tem contribuído para promover a igualdade de gênero e


reduzir as desigualdades sociais? Por quê?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Você aplicou a ferramenta do Mapa da Vida


( ) Sim
( ) Não

Se sim, descreva para quais fins?


Resposta:

Você trabalhou na elaboração do portfólio das estudantes


( ) Sim
( ) Não

Se sim, descreva para quais fins?


Resposta:

Você acredita que essas ferramentas foram importantes no processo de ensino e


aprendizagem?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
( ) Não sei responder

Se sim, explique por que?


Resposta:

87
Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres
Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa

Anexo III - Questionário de avaliação do curso - Gestores Locais

Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos gestores que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação e
aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando sua
experiência como gestor do programa.

1. Informações gerais:
Qual seu nome?
________________________________________________________________________

Qual sua faixa etária?


( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 20 e 24 anos
( ) Entre 25 e 29 anos
( ) Entre 30 e 34 anos
( ) Entre 35 e 39 anos
( ) Entre 40 e 44 anos
( ) Entre 45 e 49 anos

( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais

Qual sua cor/etnia?


( ) Branca
( ) Indígena
( ) Amarela
( ) Parda
( ) Preta
( ) Prefere não declarar

88
Qual seu estado civil?
( ) Solteira
( ) Casada
( ) Separada/Divorciada/Desquitada
( ) União Estável
( ) Viúva

Quantos filhos você tem?


( ) Nenhum
( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Seis
( ) Mais de Seis

Qual a sua religião?


( ) Católica
( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé
( ) Protestante ou Evangélica
( ) Espírita Kardecista
( ) Não tenho religião
( ) Outra
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)


( ) Nenhuma
( ) Até 1/4 SM
( ) De 1/4 a 1/2 SM
( ) De 1/2 a 1 SM
( ) De 1 a 2 SM
( ) De 2 a 5 SM
( ) De 5 a 10 SM
( ) Mais de 10 SM

Orientação/identidade sexual:
( ) Hétero
( ) Lésbica
( ) Gay

89
( ) Bissexual
( ) Assexual
( ) Pansexual
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Qual sua identidade de gênero:


( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Homem Cis (Indentifica-se como homem, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Homem Trans (Identifica-se como homem, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)
( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento, assumindo,
portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar

Você cursou a Educação Básica em que tipo de instituição?


( ) Pública
( ) Privada

Você cursou o Ensino Superior em que tipo de instituição?


( ) Pública
( ) Privada

Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:
( ) Você
( ) Familiares
( ) Bolsa do PROUNI - Programa Universidade para Todos
( ) Financiamento Estudantil
( ) Outros

Formação acadêmica:
( ) Nível Médio
( ) Graduação em andamento
( ) Graduação incompleta
( ) Graduação completa
( ) Mestrado em andamento
( ) Mestrado incompleto
( ) Mestrado completo
( ) Doutorado em andamento
( ) Doutorado incompleto

90
( ) Doutorado completo

Qual sua relação trabalhista com a instituição?


( ) técnico administrativo concursado de nível médio
( ) técnico administrativo concursado de nível superior
( ) docente concursado
( ) contrato temporário
( ) terceirizado

Caso seja concursado, onde é a sua lotação?


Resposta:

Há quanto tempo você atua como gestor local no Programa Mulheres Mil?
( ) Entre 0 e 1 ano
( ) Entre 2 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 10 e 15 anos
( ) Entre 16 e 20 anos

2. Dados referentes a qualificação profissional

Em qual campus/escola e município você trabalha?


Resposta:

Qual(ais) foi(foram) os cursos ofertados em 2023?


Resposta:

Qual o total de estudantes matriculadas nos cursos? (Apresente sua resposta curso x oferta
x matrícula)
Resposta:

Qual o total de estudantes que evadiram?


Resposta:

Descreva fatores que incidiram para evasão?


Resposta:

3. Dados sobre a oferta do Programa Mulheres Mil:


Em sua opinião, qual é o impacto do Programa Mulheres Mil na promoção da igualdade de
gênero e no empoderamento das mulheres?
( ) Nenhum impacto

91
( ) Impacto mínimo
( ) Impacto moderado
( ) Impacto significativo
( ) Impacto transformador
Discorra sobre sua resposta:

Como você avalia a eficácia das estratégias de recrutamento e seleção de alunas para o
programa?
( ) Ineficaz
( ) Pouco eficaz
( ) Moderadamente eficaz
( ) Muito eficaz
( ) Altamente eficaz
Discorra qual estratégia foi utilizada pela sua instituição:

Na sua percepção, quais são os principais desafios enfrentados na implementação do


Programa Mulheres Mil?
( ) Falta de recursos financeiros adequados
( ) Dificuldade em alcançar e engajar o público-alvo
( ) Barreiras socioeconômicas das participantes
( ) Limitações na infraestrutura e recursos disponíveis
( ) Resistência ou falta de apoio de partes interessadas
( ) Desafios na coordenação e comunicação entre as partes envolvidas
( ) Necessidade de aprimoramento das estratégias de acompanhamento e suporte às alunas
( ) Acesso limitado a oportunidades de emprego ou inserção no mercado de trabalho
( ) Desafios na promoção da igualdade de gênero e enfrentamento de estereótipos de gênero
( ) Outros desafios específicos identificados na implementação do programa.
Caso tenha marcado outros desafios, discorra sobre eles:

Com relação ao componente "Acesso", marcar um “X” na resposta que melhor descreve a
experiência da sua instituição:

1. Estabelecimento da equipe multidisciplinar:


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Interlocução com a comunidade:


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades

92
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Acesso das educandas:


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Acesso”? Marcar
um “X” em todos os fatores que você considera relevantes

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa


( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente
( ) Falta de infraestrutura física
( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico
( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo
( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários
( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes
( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias e
procedimentos do programa
( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização
das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:

Com relação ao Mapa da Vida e ao Portfólio, marcar um “X” na resposta que melhor
descreve a experiência da sua instituição:
1. Mapa da Vida:
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Portfólio
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

93
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação do Mapa da Vida e do Portfólio? Marcar um
“X” em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa


( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente
( ) Falta de infraestrutura física
( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico
( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo
( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários
( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes
( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias e
procedimentos do programa
( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos
( ) Gestão Coordenação a nível institucional inadequada ou distanciada do programa e baixa
prioridade institucional
( ) A não institucionalização das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do
Programa
( ) Ambiente institucional não preparado e sensibilizado para compreender, receber, atuar e
atender as demandas desse novo universo de mulheres atendidas pelo programa
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC)
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:

Com relação ao componente "Plano Educacional", marcar um “X” na resposta que


melhor descreve a experiência da sua instituição:
1. Identificação dos objetivos acadêmicos/escolares e de trabalho
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Construção do percurso formativo para as mulheres


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Módulo do Núcleo Comum


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

94
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Plano
Educacional”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa


( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente
( ) Falta de infraestrutura física
( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico
( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo
( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários
( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes
( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias e
procedimentos do programa
( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização
das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:

Com relação aos componentes Permanência e Êxito", marcar um “X” na resposta que
melhor descreve a experiência da sua instituição:
1. Serviços de assistência e apoio à educanda
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Aulas na comunidade
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Assistência estudantil (creche, material didático e uniforme)


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

4. Apoio à aprendizagem e pesquisa


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

95
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

5. Orientação e assistência
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

6. Empreendedorismo, cooperativismo popular e ações solidárias


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

7. Incubação tecnológica
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

8. Unidades de produção
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Sistema de
Permanência e Êxito”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa


( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente
( ) Falta de infraestrutura física
( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico
( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo
( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários
( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes
( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias e
procedimentos do programa
( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização
das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa

96
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:

Com relação a "implementação" da Equipe Multidisciplinar, marcar um “X” na resposta


que melhor descreve a experiência da sua instituição:
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação da Equipe Multidiciplinar? Marcar um “X” em
todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa


( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente
( ) Falta de infraestrutura física
( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo
( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários
( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes
( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa
( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias e
procedimentos do programa
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:

Como o programa tem contribuído para fortalecer parcerias com outras instituições e
organizações?
Resposta:

Como você avalia o alinhamento entre as atividades do programa e as políticas públicas


relacionadas ao empoderamento de mulheres?
Resposta:

Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades das alunas?
Resposta:

Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades dos docentes?
Resposta:

97
Quais estratégias você considera mais eficazes para garantir a sustentabilidade e
continuidade do programa a longo prazo?
Resposta:

Como o programa tem acompanhado e mensurado os resultados e impactos alcançados


pelas alunas após sua conclusão?
Resposta:

Quais são os principais benefícios e oportunidades que o Programa Mulheres Mil tem
proporcionado para as alunas em termos de inserção no mercado de trabalho?
Resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres


Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa

Anexo IV - Questionário de avaliação do curso - Estudantes

Qual seu nome?


Resposta:

Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)
Resposta:

Qual é o seu nível de satisfação geral com o Programa Mulheres Mil?


( ) Muito satisfeita
( ) Satisfeita
( ) Neutra
( ) Insatisfeita
( ) Muito insatisfeita

Em sua opinião, qual é a relevância do conteúdo ensinado no programa para o seu


desenvolvimento pessoal?
( ) Muito satisfeita
( ) Satisfeita
( ) Neutra
( ) Insatisfeita
( ) Muito insatisfeita

98
Em sua opinião, qual é a relevância do conteúdo ensinado no programa para o seu
desenvolvimento profissional?
( ) Muito satisfeita
( ) Satisfeita
( ) Neutra
( ) Insatisfeita
( ) Muito insatisfeita

Como você avalia a qualidade dos recursos didáticos utilizados no programa (livros,
materiais de apoio etc.)?
( ) Muito boa
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Muito ruim

Você sente que o programa ofereceu um ambiente de apoio e suporte adequado para o seu
aprendizado?
( ) Sim, sempre
( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não, nunca

Você se sente preparada para aplicar os conhecimentos adquiridos no programa em sua


vida pessoal?
( ) Sim, totalmente preparada
( ) Sim, em parte
( ) Não tenho certeza
( ) Não, em parte
( ) Não, totalmente despreparada

Você se sente preparada para aplicar os conhecimentos adquiridos no programa em sua


vida profissional?
( ) Sim, totalmente preparada
( ) Sim, em parte
( ) Não tenho certeza
( ) Não, em parte
( ) Não, totalmente despreparada

Como você avalia a qualidade do suporte e orientação oferecidos pelos professores e demais
profissionais do programa?

99
( )Muito bom
( )Bom
( )Regular
( )Ruim
( )Muito ruim

Com relação à pergunta anterior, se houver, você poderia descrever uma situação
vivenciada durante o programa e como a equipe conduziu e lhe apoiou?
Resposta:

Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados por você durante o programa?
Resposta:

Qual a sua situação profissional atualmente?


Resposta:

O Programa Mulheres Mil faz parte desta conquista profissional?


( ) Sim
( ) Não
Comente sua resposta:

O Programa Mulheres Mil contribuiu para a geração de renda para a sua família?
( ) Sim
( ) Não
Comente sua resposta:

O Programa Mulheres Mil contribuiu para o seu retorno aos estudos?


( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
( ) Não sei responder

Você pensa em continuar estudando?


( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
( ) Não sei responder
Caso tenha respondido sim, comente brevemente o que você deseja estudar:

100
Se você pudesse resumir em três palavras o que o programa representou para você, quais
seriam essas palavras:
● Palavra 1:
● Palavra 2:
● Palavra 3:

Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros

Você já sofreu algum tipo de violência doméstica e/ou sexista?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Você conhece a Lei Maria da Penha?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Qual sua opinião sobre a Lei Maria da Penha?


( ) Discordo totalmente: Não concordo com a existência da Lei Maria da Penha.
( )Discordo parcialmente: Tenho algumas reservas ou objeções em relação à Lei Maria da
Penha.
( ) Neutro: Não tenho uma opinião definitiva sobre a Lei Maria da Penha.
( ) Concordo parcialmente: Acredito que a Lei Maria da Penha tem pontos positivos, mas
também algumas limitações.

101
( ) Concordo totalmente: Aprovo e considero a Lei Maria da Penha uma importante ferramenta
na luta contra a violência doméstica e/ou sexista.
( ) Não sei responder.

Você já sofreu algum tipo de preconceito racial?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

( ) Prefere não declarar

102
Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento


pessoal e profissional?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres


Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa.

Anexo V - Perfil situacional - Avaliação de egressas

1. Informações gerais

Qual seu nome?

Qual seu endereço?

Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)

103
Resposta:

Em qual região você nasceu?


( ) Centro-oeste
( ) Norte
( ) Nordeste
( ) Sudeste
( ) Sul
( ) Não Sei

Em qual região você mora?


( ) Centro-oeste
( ) Norte
( ) Nordeste
( ) Sudeste
( ) Sul

Em qual cidade você mora?

Em que área você mora?


( ) Zona urbana
( ) Zona rural

Onde sua casa está localizada?


( ) Bairro
( ) Comunidade quilombola
( ) Assentamento
( ) Comunidade -território indígena
( ) Sítio
( ) Outro

Qual sua faixa etária?


( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 20 e 24 anos
( ) Entre 25 e 29 anos
( ) Entre 30 e 34 anos
( ) Entre 35 e 39 anos
( ) Entre 40 e 44 anos
( ) Entre 45 e 49 anos
( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos

104
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais

2. Dados gerais estatísticos

Você mora em uma casa/domicílio.


( ) próprio
( ) alugado
( ) emprestado
( ) outros:

O seu domicílio tem:


( ) Água encanada
( ) Esgoto
( ) Luz Elétrica
( ) Gás encanado
( ) Serviços de coleta de lixo

No seu bairro, sua família tem acesso a que tipo de serviços?


( ) Unidade Básica de Saúde
( ) Escola
( ) Creche
( ) CRAS
( ) Associação do bairro
( ) Biblioteca pública
( ) Atividades Culturais
( ) ONGS
( ) Área de lazer
( ) Outros:

Marque os itens que você possui em sua casa/domicílio.


( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) DVD
( ) Geladeira
( ) Rádio
( ) Freezer independente
( ) Máquina de lavar roupa
( ) Computador
( ) Acesso à internet
( ) Impressora
( ) Telefone fixo

105
( ) Telefone celular
( ) TV por assinatura
( ) Automóvel
( ) Motocicleta

Você exerce alguma atividade remunerada?


​( ) Não
( ) Sim

Se a resposta for sim, que tarefas você desenvolve no seu trabalho?


Resposta:

Se a resposta for não, em que área você gostaria de trabalhar?


Resposta:

Qual a sua fonte de renda?


( ) Emprego fixo próprio
( ) Vive com benefícios do governo
( ) Diarista
( ) Ambulante (emprego informal)
( ) Autônoma (trabalha por conta própria fazendo serviços diversos)
( ) Trabalhadora temporária (trabalha quando é chamada por alguns dias ou meses)
( ) Dona de negócio
( ) Pensionista
( ) Aposentada
( ) Outra

Qual a sua participação na renda da sua família?


( ) Não trabalho e sou sustentado pela família ou por outras pessoas
( ) Trabalho, mas recebo ajuda financeira da família ou de outras pessoas.
( ) Trabalho, mas sou responsável pelo meu próprio sustento.
( ) Trabalho, sou responsável pelo meu sustento e contribuo para o sustento da minha família.
( ) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da minha família.

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)


( ) Nenhuma
( ) Até 1/4 SM
( ) De 1/4 a 1/2 SM
( ) De 1/2 a 1 SM
( ) De 1 a 2 SM
( ) De 2 a 5 SM
( ) De 5 a 10 SM
( ) Mais de 10 SM

106
Quem é a pessoa que mais contribui na renda total da sua família?
( ) Você mesma
( ) Cônjuge/Companheiro(a)
( ) Seus pais
( ) Seus filhos(as)
( ) Outra

Qual o material que predomina na construção da sua casa/domicílio?


( ) Alvenaria com revestimento
( ) Alvenaria sem revestimento
( ) Madeira apropriada para construção
( ) Taipa não revestida
( ) Madeira aproveitada
( ) Palha
( ) Outro

Quantos cômodos possui sua residência/moradia?


( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Mais de cinco

Quantas pessoas moram na sua residência/moradia?


( ) Um
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Mais de cinco

Sua residência/moradia possui banheiro?


( ) Não
( ) Sim

Qual é a principal forma de abastecimento de água da sua casa/domicílio?


( ) Rede geral de distribuição/água canalizada
( ) Poço ou nascente fora da propriedade
( ) Carro-pipa
( ) Água da chuva armazenada em sistema
( ) Água da chuva armazenada de outro modo

107
( ) Rios, lagos e igarapés
( ) Outra

Qual a origem da energia elétrica utilizada na sua casa/domicílio?


( ) Rede geral
( ) Outra origem (gerados, placa solar, eólica etc.)
( ) Não tem energia elétrica
( ) Outra

Qual o destino dado ao lixo da sua casa/residência?


( ) Coletado Diretamente por serviço de limpeza
( ) Coletado em caçamba de serviço de limpeza
( ) É queimado na propriedade
( ) É enterrado na propriedade.
( ) Jogado em terreno baldio ou logradouro/rua
( ) Jogado em rio, lago ou mar
( ) Outro

Você e/ou sua família quando necessitam de atendimento médico utilizam:


( ) SUS
( ) Plano de Saúde
( ) Médico particular
( ) Outros

Qual é o meio de transporte que você mais utiliza?


( ) Carro próprio
( ) Carro da família
( ) Moto
( ) Bicicleta
( ) Ônibus
( ) Táxi/Lotação
( ) Outros

1. Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós

108
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros

Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você conhece a Lei Maria da Penha?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

109
Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento
pessoal e profissional?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres


Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa.

Anexo VI - Plano de Coleta de Dados

Este plano de coleta de dados tem como objetivo fornecer informações sistematizadas
para a realização de uma coleta de dados, ele pode e deve ser adaptado de acordo com as
especificidades.
1. Objetivo da coleta de dados:
○ Definir claramente o objetivo da coleta de dados, como por exemplo, avaliar o
impacto em termos de acesso a oportunidades, empoderamento ou redução de
desigualdades.
2. Identificação das fontes de dados:
○ Identificar as fontes de dados primários e secundários disponíveis para a
avaliação. Isso pode incluir dados administrativos, pesquisas populacionais,
relatórios governamentais, estudos acadêmicos, entre outros.
3. Seleção de indicadores:
○ Selecionar os indicadores quantitativos e qualitativos relevantes, tais quais,
indicadores socioeconômicos, de saúde, de educação, de violência de gênero, de
empoderamento, entre outros.
4. Definição das variáveis e métodos de coleta:

110
○ Definir as variáveis específicas que serão coletadas e os métodos de coleta de
dados que serão utilizados. Isso pode incluir questionários, entrevistas,
observações diretas, análise de documentos, entre outros.
5. Delimitação das participantes:
○ Determinar as participantes da pesquisa, nesse caso as alunos participantes do
Programa Mulheres Mil.
6. Desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados:
○ Criar os instrumentos de coleta de dados, como questionários, entrevistas
estruturadas, grupos focais ou guias de observação. Garantir que esses
instrumentos sejam sensíveis ao gênero, incluindo perguntas relevantes e
linguagem inclusiva.
7. Treinamento da equipe de coleta de dados:
○ Treinar a equipe responsável pela coleta de dados, garantindo que eles
compreendam os objetivos da avaliação, os procedimentos de coleta de dados, a
importância da confidencialidade e do respeito à privacidade dos participantes.
8. Coleta de dados:
○ Realizar a coleta de dados de acordo com o plano estabelecido. Garantir o
consentimento informado dos participantes e a confidencialidade de suas
respostas.
9. Organização e análise dos dados:
○ Organizar e analisar os dados coletados a partir de diferentes metodologias a
depender da natureza dos dados e dos objetivos da avaliação.
10. Interpretação dos resultados:
○ Interpretar os resultados da análise dos dados, identificando tendências, padrões e
correlações relevantes para avaliar o impacto do Programa Mulheres Mil.
11. Elaboração de relatórios e recomendações:
○ Elaborar um relatório de avaliação que inclua os resultados, análises, conclusões e
recomendações.
12. Comunicação dos resultados:
○ Comunicar os resultados da avaliação de forma clara e acessível a todas as partes
interessadas.

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