Guia Metodológico do Programa Mulheres Mil
Guia Metodológico do Programa Mulheres Mil
PERMANÊNCIA E ÊXITO
DO PROGRAMA MULHERES MIL
(MAPE)
VERSÃO PRELIMINAR
.
Sumário
1. Apresentação.............................................................................................................................................3
2. Histórico.................................................................................................................................................... 5
2.1 Projeto-Piloto nas Regiões Norte e Nordeste.................................................................................... 6
2.2 Nacionalização do Programa Mulheres Mil...................................................................................... 7
2.3 Mulheres Mil no Pronatec................................................................................................................. 8
2.4 Relançamento do Programa Mulheres Mil........................................................................ 9
3. Princípios Pedagógicos da Metodologia de Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres
Mil (MAPE).................................................................................................................................................. 9
3.1 Princípio da Dialogicidade...............................................................................................................11
3.2 Princípio da Problematização.......................................................................................................... 12
3.3 Princípio da Igualdade..................................................................................................................... 14
3.4 Princípio do Empoderamento.......................................................................................................... 15
3.4.1 Interseccionalidade: Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade........................................................ 16
4. Acesso...................................................................................................................................................... 18
4.1 Vulnerabilidade social..................................................................................................................... 18
4.2 Perfil do grupo de mulheres a ser atendido..................................................................................... 19
4.3 Acesso das estudantes......................................................................................................................20
4.4 Instituição no território.................................................................................................................... 20
4.4.1 Diagnósticos do Território......................................................................................................21
4.4.2 Diagnóstico do Coletivo das Estudantes................................................................................ 22
4.5 Mapa da vida - Método e Ferramenta Educacional......................................................................... 23
4.6 Estrutura e suporte........................................................................................................................... 26
4.7 Equipe Multidisciplinar................................................................................................................... 27
4.8 Espaços de Acesso na Instituição.................................................................................................... 28
4.9 Sistematização do Acesso................................................................................................................29
4.9.1 Ações no Território................................................................................................................ 29
4.9.2 Ações na Instituição.............................................................................................................. 30
5. Permanência........................................................................................................................................... 30
5.1 Serviços de Assistência e Apoio à estudante...................................................................................31
5.2 Percurso Formativo..........................................................................................................................32
5.3 Plano de Curso.................................................................................................................................32
5.3.1 Componentes do Plano de Curso........................................................................................... 33
5.3.1.1 Módulo do Núcleo Comum.................................................................................................34
5.3.1.2 Módulo da Qualificação Profissional..................................................................................35
5.4 Certificação de Saberes e Competências Profissionais................................................................... 36
5.5 Processos de Avaliação e autoavaliação.......................................................................................... 38
2
5.6 Portfólio........................................................................................................................................... 39
6. Êxito.........................................................................................................................................................40
6.1 Êxito Pedagógico............................................................................................................................. 41
6.1.1 Alfabetização e Educação Básica...........................................................................................42
6.1.2 Verticalização da oferta.......................................................................................................... 42
6.1.2.2 Proeja Fundamental...................................................................................................... 43
6.1.1.3 Proeja Técnico – Médio Integrado............................................................................... 43
6.1.1.4 Graduação, Tecnólogo e Pós-Graduação......................................................................44
6.2 Êxito Profissional............................................................................................................................ 44
6.2.1. Empregabilidade................................................................................................................... 44
6.2.2. Empreender Individualmente................................................................................................ 45
6.2.2.1 Microempreendedorismo Individual (MEI)................................................................. 45
6.2.3. Empreender no Coletivo....................................................................................................... 45
6.2.3.1 Grupo Informal............................................................................................................. 45
6.2.3.2 Associativismo............................................................................................................. 46
6.2.3.3 Cooperativismo.............................................................................................................46
6.2.3.4 Economia Solidária...................................................................................................... 47
6.2.3. Empreender Individualmente ou Coletivamente...................................................................47
6.2.3.1 Negócios Sociais.......................................................................................................... 47
6.2.3.2 Negócios de Impacto.................................................................................................... 48
6.2.3.3 Economia Verde............................................................................................................48
6.2.3.4 Economia Criativa........................................................................................................ 48
7. Parcerias Institucionais..........................................................................................................................55
8. Ensino, pesquisa e extensão................................................................................................................... 56
9. Avaliação e Monitoramento...................................................................................................................57
9.1 Da avaliação.................................................................................................................................... 59
9.1.1 Sistematização da Avaliação.................................................................................................. 61
9.1.1.1 Definição de indicadores.............................................................................................. 61
9.1.1.2 Coleta de dados.............................................................................................................61
9.1.1.3 Viés e Comparabilidade................................................................................................62
9.1.1.4 Considerações éticas e de privacidade na coleta de dados........................................... 62
9.1.1.5 Desenho de questionários............................................................................................. 63
9.1.1.6 Participação e empoderamento das mulheres...............................................................63
9.2 Do Monitoramento.......................................................................................................................... 64
9.2.1 Sistematização do Monitoramento.........................................................................................65
9.2.1.1 Monitoramento contínuo e adaptação a gênero............................................................65
9.2.1.2 Utilização dos resultados da avaliação para informar a adaptação e o aprimoramento
da política................................................................................................................................. 66
9.2.1.3 Avaliação da sustentabilidade e continuidade das ações.............................................. 66
9.2.1.4 Recomendações e lições aprendidas.............................................................................67
10. Referências Bibliográficas................................................................................................................... 67
Anexos......................................................................................................................................................... 71
Anexo I - Perfil Situacional - Seleção das Estudantes...........................................................................71
Anexo II - Questionário de avaliação do curso - Docentes................................................................... 81
Anexo III - Questionário de avaliação do curso - Gestores Locais....................................................... 88
Anexo IV - Questionário de avaliação do curso - Estudantes.............................................................. 98
Anexo V - Perfil situacional - Avaliação de egressas..........................................................................103
Anexo VI - Plano de Coleta de Dados.................................................................................................110
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1. Apresentação
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cerca de duas décadas, atuando na concepção, na criação e no desenvolvimento da Metodologia
do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil.
No decorrer desse período, as Instituições Federais e Estaduais de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, presentes nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal,
estabeleceram canais de diálogo com as mais de 100 mil1 mulheres que se matricularam nos
cursos de qualificação profissional, foram criando pontes e dialogando com as experiências e
necessidades de cada território e das mulheres que neles habitam.
Processo que ampliou a compreensão das instituições acerca dos diferentes contextos de
existência das mulheres: das suas condições de vulnerabilidade social, das violências de gênero,
raça, etnia e de orientação sexual que cotidianamente afetam suas vidas, das suas necessidades e
demandas educacionais e dos desafios que se colocam para promover a articulação entre saberes
laborais dessas mulheres, arranjos produtivos locais e a oferta da qualificação profissional
adequada, com vistas a contribuir com a inserção socioprofissional das estudantes do programa.
Foi essa movimentação dialógica que aprimorou o Programa Mulheres Mil e, a partir das
percepções reveladas por meio desse processo, compreendeu-se a necessidade de revisar o Guia
Metodológico de Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) com o objetivo de incorporar as
experiências produzidas pela Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica nos
contextos urbanos, rurais, comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas das Regiões Norte,
Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, promovendo o acesso à qualificação profissional de
mulheres negras (pretas e pardas), que totalizam 63,6 % do público atendido, seguido pelas
brancas, que correspondem a 20,4%, as amarelas, que somam 1%, as indígenas, que
contabilizam 0,7%, e de 14,3% que não informaram raça e/ou etnia, de acordo com os dados
registrados, de 2013 a 2018, no Sistema Nacional de Informação da Educação Profissional e
Tecnológica (Sistec)
Referenciando-se nessas experiências a Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação revisou e reelaborou o presente documento - a
segunda versão do Guia Metodológico de Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa
Mulheres Mil - com objetivo de orientar a retomada dessa política educacional no território
brasileiro.
Inspirado nas reflexões do professor e pesquisador Paulo Freire acerca da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e incorporando os caminhos percorridos pelo Programa Mulheres Mil,
o documento sugere propostas para a garantia do acesso, da permanência, do êxito pedagógico e
profissional, da avaliação e do monitoramento das ações.
Como o próprio nome demonstra, trata-se de um guia, que busca apresentar um caminho
possível de ser trilhado, mantendo-se sempre aberto a novas contribuições que potencializam o
compromisso da Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica de contribuir com o
enfrentamento das desigualdades com vistas à construção de um Brasil que respeite à vida
humana a solidariedade, e ã justiça social e econômica.
1
Dados do Sistema Nacional de Educação
5
2. Histórico
O Programa Mulheres Mil é uma proposta de política pública, fruto de um longo processo
de cooperação e de diálogo entre as instituições canadenses e brasileiras, iniciado em 2001, com
o projeto Escola Conectando Escola. O resultado foi o desenvolvimento de um currículo
personalizado na área de Turismo e Hospitalidade, o que desencadeou a decisão dos dois países
em relação à continuidade da cooperação internacional, anteriormente pactuada, a partir da
construção e da implementação de um projeto-piloto na área de Turismo e Hospitalidade, cujo
foco em gênero e no acesso à educação e ao emprego, utilizando a metodologia canadense de
Avaliação e Reconhecimento da Aprendizagem Prévia (ARAP), com instituições e comunidades
das Regiões Norte e Nordeste brasileiras, no período de agosto de 2005 a março de 2006.
Em 2006, os cincos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) do Nordeste e do
Norte, juntamente com os parceiros canadenses, apresentaram, na reunião conjunta entre
Colleges and Institutes Canadá (CICan), Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
Ministério da Educação (Setec/MEC) e Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica
(Redenet), realizada na cidade de Natal/RN, os resultados positivos dos projetos-pilotos
desenvolvidos pelas diferentes instituições, culminando com a formatura de 60 mulheres
integrantes do Projeto do Cefet-RN. Considerando os resultados positivos obtidos, segundo
avaliação dos parceiros canadenses e brasileiros, foi elaborada uma proposta de aperfeiçoamento,
ampliação e continuidade da cooperação bilateral Brasil-Canadá.
6
atendimento de mil mulheres das Regiões Norte e Nordeste brasileiras, com o prazo de execução
proposto para o período de setembro de 2006 a agosto de 2010.
Os 13 projetos-piloto foram desenvolvidos pelos Cefets, que escolheram os colleges
canadenses parceiros, após uma chamada para apresentação de propostas que a CICan fez a seus
membros. Ao longo desse período, aconteceram agendas que corroboraram a parceria entre a
CICan e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica (Conif), entre elas a apresentação do projeto durante a Conferência
Anual da CICan, em Prince George, em maio de 2008. Também a 1ª Reunião do Comitê Diretor
Integrado do Projeto Mulheres Mil, no âmbito do Programa de Cooperação Técnica
Brasil-Canadá, no período de 18 a 22 de junho de 2007, na cidade de Natal-RN, Brasil, e a 1ª
Reunião do Comitê Consultivo Brasileiro, que ocorreu de 23 a 27 de julho de 2007, em João
Pessoa-PB.
Em 24 de novembro de 2008, aconteceu a apresentação oficial do Projeto ao Ministro da
Educação do Brasil, ao Embaixador do Canadá no Brasil e à Agência Brasileira de Cooperação
(ABC), com participação de CICan, Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional
(CIDA), MEC, Redetec, Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação (Concefet),
Diretores-Gerais e Gerentes dos subprojetos nos Cefets, quando foi lançado o Documentário
“Mulheres Mil – Eu Tenho um Sonho”.
O projeto resultou na inclusão de mais de mil mulheres do Norte e Nordeste brasileiro em
cursos de qualificação profissional utilizando a metodologia canadense ARAP e, como resultado,
a cooperação Brasil-Canadá gerou o desenvolvimento da Metodologia Brasileira de Acesso,
Permanência e Êxito (MAPE), concebida e construída por todos os parceiros brasileiros e
canadenses, materializada, por meio da primeira edição Guia Metodológico do Sistema de
Acesso, Permanência e Êxito.
Nesse contexto, a metodologia do Sistema de Acesso, Permanência e Êxito desenvolvido
pelo Mulheres Mil é fruto de um amplo processo de construção, que tem sua origem no acúmulo
e na sistematização de conhecimentos desenvolvidos pelos Community Colleges canadenses em
suas experiências de promoção da equidade e nas ações com populações em situação de
vulnerabilidade social e econômica naquele país ao longo de dez anos. O sistema canadense é
denominado Sistema ARAP (Avaliação e Reconhecimento de Aprendizagem Prévia) e consiste,
em linhas gerais, em certificar todas as aprendizagens formais ou não formais e proporcionar a
qualificação nas áreas necessárias à complementação da qualificação.
Além de prever o reconhecimento de saberes ao longo da vida, o modelo brasileiro é
inovador no sentido de que foram contemplados instrumentos e mecanismos de acolhimento de
populações em situação de vulnerabilidade social, que viabilizassem o acesso à formação
profissional e cidadã, com elevação de escolaridade, a inserção produtiva e a mobilidade no
mundo do trabalho, o acompanhamento dos egressos e os impactos gerados na família e na
comunidade.
7
2.2 Nacionalização do Programa Mulheres Mil
8
Assim, o Bolsa Formação/Pronatec foi criado com um desenho que previa a figura do
órgão demandante, que poderia ser tanto os governos municipais e estaduais quanto os distintos
Ministérios da organização da estrutura do governo federal. A partir de uma demanda objetiva,
que indicava a necessidade de formação técnica em algum setor da economia, eram acionados os
ofertantes, ou seja, as instituições educacionais regulamentadas de Educação Profissional e
Tecnológica, públicas e privadas, para que, com o mapa de demanda, pudessem disponibilizar a
sua possibilidade de atendimento ou pactuação de vagas. A pactuação era uma expectativa das
redes educacionais em relação ao atendimento das demandas e era consolidada com as
matrículas efetivamente realizadas.
O Bolsa Formação/Pronatec previa recursos para a contratação de equipes de docentes e
equipes técnicas, assim como para assistência estudantil e aquisição de insumos para a realização
dos cursos. Para que o Bolsa Formação/Pronatec fosse implementado, o Sistec foi aperfeiçoado
com o objetivo de atender os diferentes públicos entre demandantes e ofertantes, os quais
deveriam utilizar o sistema.
Também foi criado o Guia Pronatec dos Cursos Formação Inicial e Continuada (FIC), que
apresenta os cursos previstos pelo Ministério da Educação para fins de ofertas educativas a serem
realizadas, no âmbito da Bolsa Formação Trabalhador. Os cursos são distribuídos conforme suas
características científicas e tecnológicas em 12 eixos tecnológicos, que somam, ao todo, 511
possibilidades de oferta. (BRASIL, 2011c, p. 5)
O Bolsa Formação/Pronatec iniciou as ofertas ao final de 2011, simultaneamente os IFs já
haviam iniciado a nacionalização do Programa Mulheres Mil. Em 2013, a forma de
financiamento do PMM passou da publicação de chamadas públicas e apresentação de projetos
pelas instituições para compor as vagas do Bolsa Formação/Pronatec.
O Programa Mulheres Mil foi executado pelo Bolsa Formação de 2013 até 2018 e, além
dos Institutos Federais de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia, as Redes Estaduais
Públicas de Ensino Técnico passaram a ofertar o PMM. A partir de 2018, o Programa Mulheres
Mil ou programas decorrentes do PMM foram ofertados com recursos próprios em mais de 18
instituições da Rede Federal.
O Programa Mulheres Mil é uma ação consolidada de formação profissional que busca
compreender a dimensão de gênero, em especial das mulheres que tiveram poucas oportunidades
de escolarização e acesso ao mundo do trabalho, em suas desigualdades, com uma propostas de
acesso, permanência e êxito que visa o empoderamento das mulheres, a superação de violências
e a equidade de gênero.
9
3. Princípios Pedagógicos da Metodologia para Acesso, Permanência e Êxito
do Programa Mulheres Mil (MAPE)
A metodologia que vai orientar a execução do Mulheres Mil parte da importância de uma
Educação Popular que possibilite melhor integração das mulheres beneficiadas considerando
suas realidades sociais, vivências e experiências.
Neste sentido, a Educação Popular proposta por Paulo Freire que fundamenta-se nos
princípios de dialogicidade, igualdade, problematização e empoderamento subsidiam a
metodologia do Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres Mil (MAPE). Princípios
cujos saberes da experiência, produzidos pelo grupo de mulheres desde suas condições de
existência, constitui-se em matéria prima para o ensino e para a aprendizagem, valorizando,
assim, todos os sujeitos envolvidos no processo educacional: os professores, os técnicas/os e as
educandas.
Esses princípios apresentados dialogam tanto com a metodologia canadense ARAP, quanto com
a Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE), elaborada, a partir da socialização de
conhecimentos entre os Colleges Canadenses e os Institutos Federais. A esses princípios também
se agregam as ações desenvolvidas nos últimos 18 anos, desde a primeira experiência, em 2001,
no Rio Grande do Norte, passando pelos Projetos-Piloto, o processo de nacionalização do
Programa Mulheres Mil, em 2011, e seu ingresso no Pronatec, em 2013.
Dessa forma, a ideia é pensá-los, em diálogo com cenas do cotidiano da escola, como
contribuições possíveis, como pressupostos políticos (a sociedade que se quer construir),
axiológicos (os valores que orientam os processos de subjetivação/formação dos sujeitos),
gnosiológicos (processo de ensino-aprendizagem/produção do conhecimento) e epistemológicos
(conhecimentos relevantes para e no espaço pedagógico da aula). (GIOVEDE, SILVA,
AMARAL, 2018).
Princípios que nos indagam a pensar para quem ensinar, pressuposto axiológico, que
coloca a necessidade de nos debruçarmos e olharmos para quem são essas mulheres, para os
territórios em que estão situadas e quais condições materiais em que vivem e sobrevivem. Nos
exige seguir as trilhas de quais e como os processos de opressão de classe social, de gênero, de
raça, de etnia e de orientação sexual incidem sobre suas vidas. É relevante mapear suas relações
com a educação, com o mundo do trabalho, suas condições de acesso às políticas públicas de
transferência de renda, de saúde, de educação, de moradia, entre outras. Identificar as redes de
apoio disponíveis para que se possa mapear as parcerias necessárias para o atendimento das
necessidades das mulheres com vistas a possibilitar o acesso, a permanência e o êxito.
Compreender a relação do grupo de mulheres com o mundo do trabalho e as
potencialidades de geração de renda existente no território é fundamental para se definir a oferta
da qualificação profissional. Importante ainda identificar as formas e os espaços de organização
política, tais como associação de moradores, cooperativas, coletivos etc., e envolvimento do
grupo de mulheres com essas instâncias. Identificar as manifestações culturais existentes no
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território, que, às vezes, se nomeiam como cultura popular, é transitar pela memória, pelos
processos de constituição de identidades e de percepções de mundo.
Princípios que suscitam reflexões acerca de o que ensinar, ou seja, pressupostos
gnosiológico, político e epistemológico, que nos exigem refletir acerca de que conhecimentos
são relevantes para fazer a articulação entre os saberes da experiência do grupo de mulheres, os
arranjos produtivos locais e/ou a vocação econômica da região e o conhecimento científico e
tecnológico. Processo que desafia, tanto as estudantes quanto os/as docentes, a produção de
conhecimentos que as instrumentalizem a se inserir ou se reinserir no mundo trabalho, bem
como a fazer os enfrentamentos para romper com as violências que as atravessam no cotidiano.
Trata-se assim de pensar conteúdos, tanto o do Módulo do Núcleo Comum, composto por
temas interdisciplinares, quanto o Módulo da Qualificação Profissional, que ampliem suas
percepções sobre o mundo, ou seja, suas leituras de mundo. Podemos pensar que o que ensinar
relaciona-se assim com o processo de letramento amplo, que não se restringe ao domínio da
leitura e da escrita de palavras, mas se articula com processos de aprendizagem que contribuam
para que elas compreendam o contexto socioeconômico em que estão inseridas e possam agir em
busca de melhorias da qualidade de vida.
Princípios que nos desafiam a pensar em como ensinar, ou seja, quais as práticas
educativas, o planejamento, as metodologias de ensino e de avaliação que dialogam com as
condições de existência das mulheres, tais como os tempos que dispõem para se dedicarem aos
estudos, os seus níveis de escolaridades e os seus processos de aprendizagem, levando em conta
tanto as suas dificuldades quanto a potência dos seus saberes. Trata-se de pressupostos
gnosiológicos e epistemológicos que colocam a necessidade de pensar e elaborar práticas
educativas para pessoas que, por diversas razões, não tiveram acesso à educação formal e que
muitas delas carregam nas memórias experiências negativas do ambiente escolar. Portanto, o
como ensinar relaciona-se com pensar metodologias inclusivas e dialógicas, que as estimulem a
compartilhar suas dúvidas, suas percepções acerca do conteúdo, acerca de si mesmas e do
mundo, de seus medos, sonhos e anseios.
Portanto, a dialogicidade, a problematização, a igualdade e o empoderamento são
princípios que orientam e devem ser incorporados a todas as etapas do programa: ao acesso (a
aproximação e diálogo com os territórios e com o grupo de mulheres), à permanência (o
processo educativo, que envolve tanto a Qualificação Profissional quanto às estratégias que as
possibilitem frequentar a instituição e se sentirem acolhidas), e ao êxito (a conclusão do curso de
forma satisfatória com a ampliação de oportunidades de inclusão socioprofissional).
Na teoria proposta por Paulo Freire, filósofo de referência nacional e internacional sobre
educação popular, o diálogo é um ato de comunicação que gera ações de colaboração entre os
sujeitos. Trata-se de um encontro entre diferentes pessoas de diferentes contextos, no qual se
estabelece a escuta sem pré-concepções e preconceitos, com vistas a entender as diferentes
percepções de mundo, produzidas desde as condições de existência coletiva e individual. Desta
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forma, a dialogicidade consiste em escutar as educandas, considerando-as como sujeitos de
práticas sociais e de saberes das experiências de vida que devem ser postos em diálogo no
processo educativo, tanto nos conteúdos ministrados pelos docentes em sala de aula como nas
ações de permanência e nas diversas atividades que acontecem no cotidiano da escola.
Relaciona-se com o estabelecimento da relação com o outro, cujas bases são a legitimidade, a
dignidade, a equidade e a igualdade, possibilitando o conhecimento e reconhecimento que
tornam visíveis maneiras distintas de ser, viver e saber.
No âmbito das práticas e metodologias educacionais, Freire (1996, p.86) analisa o ato
pedagógico enquanto ato gnosiológico, no qual a ação do educador é problematizar com as
educandas o conteúdo que “os mediatiza – e não o dissertar, descrever como algo dado e
acabado” – buscando compreender que toda vida pode tornar explícito problemas que não estão
no horizonte do docente. Trata-se, assim, de estabelecer diálogo com os saberes das vivências
cotidianas, não redutíveis ao intelecto, visto que se inscrevem nas emoções, na intuição e no
corpo, ou seja, nas ações e estratégias que as mulheres usam para enfrentar as dificuldades e as
violências que as atravessam. (FREIRE,1996).
Nesse movimento, Freire nos provoca a pensar que uma das tarefas mais relevantes da/o
professor-educador é abrir trilhas de pensamento para que as estudantes possam fazer um
processo de transição da curiosidade espontânea, que inicialmente pode ser ingênua, quando
associada ao saber do senso comum, mas é a mesma curiosidade que, ao se criticizar, torna-se
epistemológica. Portanto, na curiosidade que as estudantes apresentam desde as suas
experiências existenciais, as perguntas acerca dos modos de funcionamento da sociedade estão
sempre lá, enquanto potência para se tornar um conhecimento reflexivo acerca do mundo e de
modos de vida individuais e coletivos.
Ao pensar a prática educativa como processo de construção de conhecimento, Freire nos
propõe olhá-lo como ciclo gnosiológico, o qual se dá numa relação intersubjetiva e requer o
estabelecimento de uma relação dialógica entre as educandas e a/o docente, na qual todos são
coautores e autores. Dessa perspectiva, o conhecimento não se reduz à capacidade dos sujeitos de
apreender o objeto e, por isso, a relevância do diálogo para refletir acerca da realidade
apreendida e ressignificá-la conjuntamente no processo de ensino e aprendizagem, ou seja,
requer o conhecimento não só da objetividade, “mas a consciência que tenham desta
objetividade; os vários níveis e percepção de si mesmos e do mundo em que e com quem estão.”
(FREIRE, 1992, p.99). Essa reflexão coloca pistas para pensar um desafio relevante, qual seja: a
relação entre ensino e aprendizagem enquanto um processo indissociável, que se afetam, se
modificam e, por isso, produzem conhecimentos outros, e, no mesmo gesto, carrega a potência
de modificar as percepções do sujeito sobre si mesmo e sobre o mundo.
No âmbito do Programa Mulheres Mil, esse princípio opera como uma força motriz que
carrega a potência de ampliar a leitura do mundo das mulheres, das/os docentes, das/os
servidoras/es e das instituições. Se essa política pública atende mulheres indígenas, por exemplo,
a dialogicidade coloca-se como exigência e necessidade para entender e dialogar com suas
cosmologias e seus modos modos de ser, existir e produzir a vida para que se possa elaborar uma
oferta de qualificação profissional em consonância com seu contexto. Desafio similar coloca-se
para os grupos de mulheres que vivem em comunidades quilombolas, ribeirinhas, assentadas,
12
migrantes, mulheres que vivem em encarceramento, bem como para todas as mulheres que
participam do programa, sejam as que vivem em territórios urbanos ou rurais.
Nesse sentido, a dialogicidade é um princípio estruturante para as ações do Programa
Mulheres Mil, para compreender as mulheres, suas realidades, suas necessidades, dificuldades e
anseios, configurando-se como condição de possibilidade, abertura, caminho, para que a
problematização, o segundo princípio, emerjam.
13
Por fim, é relevante salientar que o racismo estrutural, os preconceitos e discriminações
que atingem a população negra (preta ou parda), os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e
assentados assim como a misoginia estão enraizados na sociedade, portanto incorporada nas
práticas cotidianas, atuando no processo de produção e disseminação constante que normalizam
as violências e as desigualdades. Daí a necessidade de se ficar atento tanto aos conflitos que
podem surgir entre o grupo de mulheres quanto aqueles que advém dos demais membros da
comunidade escolar.
Portanto, o princípio da problematização na prática educativa, proposta por Paulo Freire,
constitui-se em se debruçar e compreender os problemas que incidem sobre os grupos de
mulheres e seus territórios os quais precisam ser integrados tanto no Módulo do Núcleo Comum
como no Módulo da Qualificação, para que elas possam ampliar seus conhecimentos e atuar
como agentes de transformação em busca de soluções para enfrentá-los no âmbito individual e
coletivo. Para isso, é necessário que o princípio da igualdade subsidie as ações do programa.
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mas sem se considerar um iluminado, que tem o papel de inculcar determinado conhecimento ao
objeto aluno, mas ensinar aprendendo e aprender ensinando (FREIRE, SHOR, 1986).
Portanto, esse princípio coloca o ato reflexivo na docência como exigência para que a/o
docente seja capaz de recriar o seu conhecimento a partir das experiências existências das
estudantes e, ao mesmo tempo, colocar no debate instrumentos de análise que contribuam para
que as alunas estabeleçam uma crítica aos seus próprios saberes.
Desta forma, como ressalta (Kohan, 2019, p.120), para Freire, o “aprender tem prioridade
epistemológica, pedagógica, sobre o ensinar”, e, traz como exigência que a/o docente, desde a
relação dialógica com as estudantes, recrie o seu próprio processo de ensino. Sendo assim, é
necessário que a prática docente seja consubstanciada por intervenções educacionais que
promovam o desenvolvimento de potencialidades das educandas que, não podem ser reduzidas à
condição de objeto, a meras depositárias de conteúdos, selecionadas e definidas a partir da visão
de mundo do outro, que desconhece a sua realidade.
Ao pensarmos igualdade na prática educativa, o desafio é estabelecer relações entre os
saberes curriculares, aqueles propostos no Plano de Curso, com as experiências que o grupo de
mulheres têm no âmbito individual e coletivo, cujo foco é o empoderamento, o quarto princípio
do Programa Mulheres Mil.
Tendo como referência “Um guia prático para mensurar o empoderamento de mulheres e
meninas em avaliações de impacto” elaborado pela Abdul Lafit Poverty Action Lab (J-Pal,
2003) como indicador, relaciona-se com o arbítrio e a capacidade de fazer escolhas
significativas. Trata-se do “processo pelo qual aquelas a quem foi negada a capacidade de fazer
15
escolhas estratégicas de vida a adquiram”. Nesse sentido, o guia propõe analisar o
empoderamento das mulheres, em três âmbitos:
II) Agência, que significa ter voz nos processos de negociação, seja no âmbito familiar,
pessoal e coletivo, e influência na tomada de decisões acerca de escolhas estratégicas na vida.
Uma das questões centrais do Programa Mulheres Mil é pensar para quem se oferta a
qualificação profissional. Compreender que os grupos de mulheres apresentam situações de
violência de gênero, de raça, de etnia, orientação sexual, geracional, entre outras e desigualdades
sociais, econômicas, educacionais e culturais.
Nesse sentido, coloca-se a necessidade de identificar como as trajetórias desiguais do
ponto de vista social e econômica incidem nos processos de discriminação e de violências
enfrentadas pelas mulheres de forma geral e de forma específica, quando se analisa a realidade
16
das mulheres indígenas, negras (pretas e pardas) e quilombolas. Também, se faz necessário
identificar como as identidades de gênero e de orientação sexual têm colocado as mulheres
transsexuias e travestis assim como a as mulheres lésbicas, biafetivas, assexuais e não binárias
com mais obstáculos sociais nos diversos aspectos da vida social: trabalho, saúde, educação,
moradia, acesso às políticas públicas.
Nessa direção, Kimbelé Crenshaw (2002) nos propõe pensar as problemáticas dessas
mulheres pelo prisma da interseccionalidade, que permite investigar as diferentes formas que o
racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam
desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, desde os marcadores de
raça, de etnia, de classe social, de orientação sexual, entre outros.
No âmbito educacional, essas reflexões colocam a exigência de se reconhecer que as
intercessões e interconexões entre gênero, raça, etnia, classe social, identidade de gênero e
orientação sexual produzem desigualdades. Por isso, a necessidade de se incorporar nas práticas
pedagógicas do Programa Mulheres Mil a Educação Antirracista e Educação para as Relações de
Gênero, compromentendo-se com o enfrentamento de toda e qualquer expressão de
discriminação racial, preconceito racial, étnico e de gênero. E, no mesmo gesto, valorizar a
contribuição histórica africana e dos povos indígenas na formação econômica, social e cultural
do Brasil.
Também é relevante enfrentar o silenciamento e as violências que incidem sobre as
mulheres lésbicas, transsexuais e travestis. E, olhar para essas mulheres que ingressam nas salas
de aulas das instituições como sujeitos históricos, sociais e culturais, dotadas de experiências
adquiridas no decorrer das suas histórias e capazes de construir conhecimento e aprendizado.
Destaca-se que, ao ter como ponto de partida as reflexões apresentadas acima, podemos
acompanhar sua materialização no cotidiano do contexto brasileiro, mais especificamente, na
realidade vivenciada pelas mulheres que ingressam no Programa Mulheres Mil. Segundo o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ONU, 2021), o Brasil ocupa o 5º
lugar no ranking mundial de feminicídios. De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), no Brasil, 1 (uma) a cada 3 (três) mulheres já sofreram algum tipo de violência, mais de
33%, índice superior à média global que é de 27%.
Para se ter uma ideia da dimensão das situações de violência a que estão submetidas às
mulheres, seguindo o conceito de interseccionalidade, proposto por Crenshaw (2002), o
levantamento Visível e Invisível, realizado pelo Datafolha, em 2022, aponta que a violência ao
longo da vida é maior entre as mulheres negras (48%), com grau de escolaridade até o ensino
fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos
(48,9%). No geral da população esse índice é 33,4%.
As diferenças que constituem as mulheres, identificando as problemáticas comuns, que
afetam ao grupo, e aquelas que as impactam de forma diferenciada, tais como os preconceitos de
raça, etnia e orientação sexual, por exemplo, dentre outras podem ser identificadas no decorrer
do percurso formativo.
17
5. Acesso
18
como trabalho, lazer, cultura e educação; o conjunto de oportunidades procedentes do âmbito
social, concedidas pelo mercado, Estado e sociedade; e as estratégias, definidas como as formas
por meio das quais os indivíduos usam os ativos para construir mudanças estruturais de um dado
contexto social. Para os estudiosos, a ausência desses elementos caracteriza a situação de
vulnerabilidade social.
Considerando as reflexões acerca dessa temática, destaca-se que, no âmbito dessa
política pública, entende-se por vulnerabilidade social a condição de uma parcela significativa
da população brasileira para a qual foram negados os direitos baśicos, decorrente de processos
históricos de exclusão social, econômica e cultural. Portanto, a vulnerabilidade social
relaciona-se com um conjunto de condições estruturais que afetam diferentes âmbitos da vida
dos indivíduos e dos grupos.
Assim, no Programa Mulheres Mil, a vulnerabilidade social relaciona-se às condições de
existência do grupo de mulheres e deve ser utilizada como ferramenta analítica das:
● Questões econômicas: situação de pobreza, renda e desemprego;
● Questões educacionais: baixos índices de escolaridade;
● Questões de saúde: dificuldade ou inexistência de acesso aos serviços públicos de saúde;
● Questões de violência: física, psicológica, moral e patrimonial;
● Questões de desigualdades de gênero, raça, etnia e orientação sexual;
● Questões de moradia: infraestrutura das casas, acesso à água potável e ao saneamento
básico;
● Questões de segurança alimentar: acesso a alimentos saudáveis, entre outros.
São esses conjunto de fatores, dentre outros identificados no território, que devem ser
analisados para que se possa avaliar as condições de vulnerabilidade social do grupo de
mulheres.
O Programa Mulheres Mil tem como objetivo atender mulheres a partir de 16 anos,
prioritariamente, em situação de vulnerabilidade social e econômica, em contexto de pobreza e
extrema pobreza; baixo grau de escolarização ou nenhuma escolarização; responsáveis pelo
cuidados das/os filhas/os e ou familiares; pelos cuidados da casa; vítimas de violência;
observando as questões de desigualdade racial e étnica; de orientação sexual e identidade de
gênero; geracional; de deficiência; de classe social etc.
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5.3 Acesso das estudantes
Considerando o perfil das estudantes, deve-se pensar o acesso como um processo e um
instrumento de diálogo com vistas a promover o ingresso acolhedor e personalizado de cada
grupo de mulheres. Processo e instrumento de mapeamento dos contextos sociais, econômicos e
culturais do coletivo, ou seja, das condições de existência dessas mulheres no território, bem
como das trajetórias individuais, as histórias de vida que são singulares e afetadas de diferentes
formas pelo racismo, pela misoginia, pelo patriarcalismo e pela discrisminacão de classe e de
gênero.
O acesso, portanto, relaciona-se também, com a identificação dos saberes da experiência,
aqueles produzidos pelas mulheres, que devem entrar em diálogo com a elaboração e definição
da qualificação profissional. Por isso, o acesso inclui um conjunto de ações de aproximação com
o território e com as mulheres, com vistas à identificação das suas condições de existência.
Ações que iniciam e consolidam a interface e o diálogo, o que permite às instituições
conhecer e se aproximar da realidade, identificando suas necessidades, desafios, demandas e
potenciais, por meio do levantamento de informações, que possibilitam delinear as ações de
ingresso e permanência do grupo de mulheres à instituição educacional, as quais podem requerer
o estabelecimento de parcerias com os demais serviços públicos, tais como saúde, assistência
social, sistema de justiça etc.
20
organismos de governos municipais, estaduais e federal para conhecer a realidade, apresentar,
divulgar o Programa e estimular a participação do grupo de mulheres.
Nessas visitas, devem ser apresentadas a concepção, as diretrizes e os contextos do
Programa e feito o convite para que as mulheres se integrem às instituições, conheçam suas
instalações e serviços ofertados. Essas ações, entre outras, consolidam o diálogo com e no
território e assim permitem a compreensão mútua das demandas, das necessidades locais e das
potencialidades.
Sistematização do Diagnóstico
a) Passo 1 - Estabeleça os objetivos: Defina claramente quais são os objetivos do
diagnóstico. O que você precisa ou deseja descobrir ou compreender sobre as condições
dos grupos de mulheres?
b) Passo 2 - Identifique os aspectos a serem avaliados: Com base no programa, identifique
os principais aspectos a serem considerados no diagnóstico, como contextos sociais,
econômicos, educacionais, ambientais, culturais, condições socioambientais, mobilidade
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urbana, escolaridade, segurança alimentar e nutricional, relações de gênero e raça,
manifestações culturais, instituições não governamentais e potenciais econômicos.
c) Passo 3 - Defina as fontes de dados: Identifique as fontes de dados disponíveis para
coletar as informações necessárias. Isso pode incluir entrevistas e conversas com
lideranças comunitárias, órgãos municipais (como CRAS, Secretarias de Educação, da
Mulher, do Trabalho e Emprego), órgãos federais (como IBGE, Ministério das Mulheres,
do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação) e outras fontes relevantes.
d) Passo 4 - Planeje a coleta de dados: Elabore um plano de coleta de dados, determinando
quais métodos serão utilizados (entrevistas, questionários, observações etc.) e quais serão
as amostras representativas a serem abordadas.
e) Passo 5 - Realize a coleta de dados: Execute o plano de coleta de dados, buscando
informações relevantes de acordo com os aspectos identificados. Certifique-se de obter
permissões necessárias e siga as diretrizes éticas ao lidar com informações sensíveis.
f) Passo 6 - Analise os dados: Organize e analise os dados coletados. Utilize métodos
estatísticos, técnicas de análise qualitativa e ferramentas adequadas para interpretar os
resultados.
g) Passo 7 - Identifique os padrões e tendências: Identifique os padrões, tendências e
relações encontradas nos dados analisados. Observe as correlações entre diferentes
aspectos e busque compreender as causas subjacentes aos padrões identificados.
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5.5 Mapa da vida - Método e Ferramenta Educacional
Na concepção do Programa Mulheres Mil, o Mapa da Vida é tanto um método como uma
ferramenta educacional, com e a partir do qual se deve buscar compreender as trajetórias coletiva
e a individual das mulheres e realizar o mapeamento dos saberes laborais. Desta forma, as ações
devem estar consubstanciadas nos princípios da dialogicidade, escuta atenta e sensível das
mulheres, da problematização, identificar as problemáticas que atravessam os seus cotidianos,
as quais podem, inclusive, impactar ou dificultar suas participações na qualificação profissional,
e da igualdade, identificar e validar os saberes que as mulheres produziram no decorrer das suas
trajetórias.
Nessa perspectiva, o Mapa da Vida é um processo que coloca em perspectiva duas
dimensões: a coletiva e a individual com o objetivo de potencializar o sujeito como autor e
protagonista da história da sua vida e de seu grupo, visando criar oportunidade e ambiente para a
troca de experiências de vida, para que elas possam ser compartilhadas e então devidamente
registradas, validadas e valorizadas.
Nesse sentido, o Mapa da Vida é um método-ferramenta de diálogo com o território e
com as mulheres, cujo um dos objetivos é produzir dados para garantir o acesso e a permanência
dessas estudantes nas instituições, os quais deverão subsidiar as necessidades de constituição de
parcerias, o desenho institucional para a incorporação do Mulheres Mil nos diversos setores da
instituição, a elaboração do Plano de Curso, a necessidade de flexibilização das regras de
funcionamento da oferta, seja referente ao horário, ao espaço onde acontecerão as aulas, se na
comunidade ou no espaço escolar, à definição da equipe de docentes e técnicos que atuarão em
sala de aula e no território.
23
Assim, na dimensão coletiva, o Mapa da Vida deve dialogar com o panorama do território
e do grupo, subsidiado por informações produzidas pelo levantamento de dados do Território e o
perfil situacional, cuja sistematização deve ser apresentada e discutida com as estudantes para
que elas complementam e se identifiquem como pertencente a um coletivo, que tem problemas e
lutas em comum.
Nesse momento, torna-se relevante abordar as percepções do grupo acerca da
constituição do territórios - de onde são, como chegaram ali, as relações de poder que incidem
sobre seus cotidianos, sejam as interpessoais, institucionais ou intergrupais. As violências
estatais, de gênero, étnica, racial e de classe social que incidem sobre suas vidas. As diferenças
de condições de acesso aos equipamentos públicos - transporte, escolas, saúde e as políticas
públicas.
É importante discutir as atividades laborais que desenvolvem, a dinâmica econômica do
território, as condições coletivas de moradia, tais como o acesso ao saneamento, à água potável,
à energia elétrica etc. e as possibilidades existentes no território para gerar renda. Portanto,
trata-se de um momento coletivo, no qual será possível identificar as diferentes condições de
existências que existem no território e de percepções do grupo.
24
história numa cronologia, possibilitando que cada uma visualize e apresente sua trajetória global.
Momento que coloca o sujeito diante da perspectiva de fazer escolhas e selecionar o que quer
contar e registrar, revelando os fatos marcantes, as rupturas. Identificando as trajetórias
educacionais e laborais, os saberes da experiência, aqueles constituídos desde as suas condições
de existência, as potencialidades e as perspectivas e desejos em relação à qualificação
profissional.
Sugere-se, na condução desse processo, um breve roteiro para que elas possam caminhar
pelas ruas do passado, com perguntas abertas, tais como:
● Quais os principais fatos de sua vida?
● Quais são as pessoas significativas?
● Quais foram as rupturas e por que aconteceram?
● Quais foram as lutas e condições de existência dos seus antepassados?
● Quais saberes foram transmitidos por eles para você?
● Que valores orientam a sua vida?
● Quais e como foram suas experiências na escola?
● Quais são suas experiências no mundo do trabalho?
● Quais os seus sonhos?
25
a) Roda de conversa: Promover discussões em grupo sobre as dificuldades nos processos de
aprendizagem e as demandas de conteúdos e debates. Incentivar as alunas a
compartilharem suas experiências e reflexões, permitindo a identificação coletiva das
dificuldades e a busca por soluções conjuntas.
b) Avaliação coletiva: Momentos de avaliação coletiva das disciplinas, em que as alunas
possam refletir sobre o que aprenderam e a importância do conteúdo para suas vidas.
Incentive-as a compartilhar seus pontos de vista, sugestões de temas complementares e a
expressarem suas expectativas em relação à qualificação profissional.
c) Atividades práticas: Desenvolver atividades práticas que permitam a aplicação dos
conhecimentos adquiridos, buscando conectar o conteúdo à realidade das alunas.
Incentive-as a compartilharem suas experiências e a discutirem como o aprendizado pode
ser aplicado em suas vidas pessoais e profissionais.
d) Trabalho em grupo: Estimular a formação de grupos de estudo entre as alunas,
incentivando a troca de conhecimentos e a colaboração mútua. Dessa forma é possível
fortalecer os laços entre as mulheres, permitindo que elas se apoiem e compartilhem suas
vivências durante o processo de aprendizagem
26
Outra ação relevante é sensibilizar e agregar novos parceiros e colaboradores (nas
comunidades interna e externa) para integrar o esforço coletivo com o objetivo de identificar e
encaminhar às especificidades do grupo de mulheres, tais como: aspectos educacionais, culturais,
relativos à saúde, aos direitos humanos etc.
Nesse sentido, a equipe multidisciplinar, constituída para o Programa, deve contemplar
profissionais que atuarão nos serviços de atendimento psicossocial para minimizar problemas ou
dificuldades advindas das situações de vulnerabilidade social, com vistas a estabelecer parcerias
com redes de serviços sociais federais, estaduais e municipais para atendimento de necessidades
das mulheres, bem como de casos mais específicos e/ou mais graves, por exemplo, a questão da
violência doméstica e/ou sexista. As delegacias para as mulheres e Centros de Referência de
atendimento à mulher em situação de violência podem e devem ser parceiras do programa,
sempre se tomando o devido cuidado para não expor os problemas das alunas diante de sua
turma ou de sua comunidade.
Adaptando a experiência de Santos e Coutinho (2015), a Equipe Multidisciplinar poderá
ser composta por:
a) Gestor(a) Institucional: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do
programa na instituição ofertante (por exemplo, reitoria) como um todo, para a
gestão nacional do Mulheres Mil, esse profissional é o ponto de contato e
referência sobre o programa na instituição ofertante;
b) Gestor(a) Local: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do programa
em uma unidade específica da instituição ofertante (por exemplo, campus), para a
gestão institucional é o ponto de contato e referência sobre o programa na unidade
específica da instituição ofertante;
c) Profissionais de Serviço Social, Psicologia, entre outros: responsáveis pelas ações
de permanência e êxito, podem ser contratados ou não, conforme possibilidades
existentes, para atuarem na identificação das vulnerabilidades sociais e tratamento
e/ou encaminhamento das mulheres aos serviços de apoio necessários;
d) Especialista em Empregabilidade e Especialista em Geração de Renda:
responsáveis pelas ações de êxito profissional, podem ser contratados ou não,
conforme possibilidades existentes, para atuarem na identificação das
oportunidades de empregabilidade e/ou geração de renda bem como no preparo
das mulheres para aproveitamento destas oportunidades;
e) Educador da Área Educacional (geralmente pedagogo ou técnico em assuntos
educacionais): responsável pelas questões pedagógicas como planos de curso,
escolha e orientação de docentes, orientação de frequência escolar, calendário de
aulas, salas de aula, entre outros;
f) Educador da Área Administrativa: responsável pelas questões administrativas
como aquisição de materiais escolares, criação, tramitação e controle de processos
do programa, emissão e registros de certificados entre outros;
g) Docentes: responsáveis pelo plano de ensino, pelas aulas previstas e deve ser das
áreas do conhecimento exigidas para desenvolvimento do Programa.
27
Imagem 1: Tabela de Equivalência Mulheres Mil e Pronatec
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como renda, nível de escolaridade, condições de moradia, e outros que sejam
relevantes para o contexto. Se, porventura, as condições de vulnerabilidade social
forem semelhantes indica-se a criação de critérios, tais como idade, chefia
familiar monoparental, entre outras.
f) Passo 6: Aplicação do Mapa da Vida no âmbito coletivo, com o objetivo de
estabelecer o diálogo entre o grupo de mulheres para que elas possam traçar
memória coletiva, identificar as lutas, as problemáticas, as conquistas e as
potências que comungam. Nesse momento, deve-se trazer dados do perfil
situacional e do território, com vistas a apresentar um panorama de quem são as
mulheres que compõem o grupo, como vivem, as suas diferenças e similaridades,
criando assim coesões com objetivo de estimular relações de apoio e colaboração.
g) Passo 7: Aplicação do Mapa da Vida no âmbito individual, com o objetivo de
conhecer as trajetórias individuais. Deve-se neste momento estimulá-las fazer
reflexões acerca de suas origens, de como foram construindo suas trajetórias de
vida, qual e como foi seu percurso formativo, que saberes acumularam no
decorrer da vida, com fins de identificar os saberes prévios com vistas a definir a
qualificação profissional, que deve estar articulada com os arranjos produtivos
locais. É importante ainda identificar quais os objetivos e anseios em relação a
formação e os desejos profissionais.
h) Passo 8: Matrícula das Mulheres.
29
5. Permanência
A permanência consiste em um conjunto de ações multidisciplinares direcionadas ao
atendimento das educandas, pautado em um processo sistêmico, estratégico e planejado, com
vistas ao empoderamento e à inclusão socioprofissional das educandas. Desta forma, as ações
de permanência integram a concepção inclusiva que promove a criação de um espaço de
formação seguro, acolhedor, colaborativo e estimulante, com ênfase na valorização do sujeito,
dos seus saberes e de trajetórias de vida.
Para isso, as estratégias adotadas devem ter como objetivo facilitar a permanência,
minimizar as possibilidades de baixo rendimento e/ou desistência; propiciar um ambiente
amigável, que aumente as chances de desempenho e de êxito das estudantes; dar suporte, em
forma de serviços e espaços, ao grupo de alunas do Programa Mulheres Mil para que elas sintam
confiança na equipe multidisciplinar e na instituição; promover o acompanhamento das
educandas, por meio de serviços de assistência e apoio; orientar as alunas para superação das
dificuldades inerentes ao processo de inclusão e permanência na instituição e no mundo do
trabalho; cuidar para que o ambiente e as pessoas acolham e as respeitem; capacitar as educandas
para a compreensão e o exercício da economia solidária, do empreendedorismo, do
cooperativismo e do associativismo como oportunidades de geração de renda e de melhor
desempenho no mundo produtivo.
Nesta perspectiva é importante a implementação de todas as formas de apoio, em uma
rede de atividades de suporte que melhorem e ampliem a capacidade da instituição em responder
adequadamente à diversidade do grupo de educandas e de suas demandas sociais e evitar a
evasão. Além disso, deverá ser estruturado e implementado um conjunto de ações visando
contribuir para a inserção socioprofissional das mulheres. Entre os diversos, destacam-se abaixo
alguns pontos considerados essenciais para que o grupo de mulheres tenha condições de
permanência.
30
adequado para a instalação de uma estrutura de sala de aula, ainda que muitas vezes essa
estrutura seja provisória.
Uma outra dificuldade comum entre o grupo de mulheres é a inexistência de rede de
apoio para cuidar dos filhos. Problemática que, muitas vezes, as impossibilita de frequentar o
curso. Diante desse contexto, é importante celebrar parcerias com instituições, tais como
universidades, por meio dos cursos de pedagogia ou outros, que possam ofertar serviços de
recreação infantil.
Diante do exposto, independente da linha de fomento, a instituição deve garantir, por
meio de seus programas e/ou parcerias, que as estudantes do Programa Mulheres Mil tenham
acesso aos seguintes serviços:
a) Atendimento especializado, em caso de demanda: Psicologia, Assistência Social,
Apoio à aprendizagem, assistência e orientação ao emprego;
b) Auxílio Estudantil: concessão de recursos financeiros para contribuir para
permanência, auxiliando em despesas como: transporte, alimentação, entre outras;
c) Uniforme: as estudantes deverão receber uniformes que apresentem identificação
da instituição e do programa, conforme logomarca padrão;
d) Material escolar: em apoio às atividades escolares, a instituição deverá fornecer
materiais como: caderno, caneta, lápis, bolsa, pasta, entre outros que possam ser
oferecidos;
e) Flexibilização da oferta em atendimento à especificidade do grupo de mulheres,
como por exemplo: realização de aulas na comunidade, acolhimento das crianças
durante o período de aulas, entre outras atividades.
Importa destacar que o percurso formativo não se limita apenas ao processo de ensino
e aprendizagem desenvolvido em sala de aula, mas demanda a criação e disponibilização
articulada e integrada de outros espaços: sala de leitura, estudo e orientação individual e
coletiva, biblioteca e laboratórios de informática, de química, de solo, para citar alguns dos
vários tipos de laboratório presentes nas instituições de educação profissional e tecnológica.
31
na labuta diária, em suas casas e no trabalho, cujo fim é contribuir para o Empoderamento
das mulheres.
No que diz respeito ao êxito pedagógico, o Percurso Formativo deve integrar estratégias
de acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem, com vistas a garantir a conclusão
da qualificação de forma satisfatória para as mulheres. Deve ainda prever estratégias para
estimular o êxito profissional, a inserção do grupo de mulheres no mundo do trabalho.
Destaca-se que Formação Inicial caracteriza-se como sendo a que, do ponto de vista
acadêmico, credencia o indivíduo a atuar em determinada área do conhecimento, e é adquirida
com a conclusão do curso de nível básico, técnico, tecnológico, licenciatura ou bacharelado. Já a
outra etapa de formação, denominada Formação Continuada, envolve todas as aprendizagens
decorrentes da atualização permanente, das experiências profissionais vivenciadas associadas ou
não aos cursos de atualização que ampliam a formação inicial.
1. Validade
2. Autenticidade
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O avaliador pode questionar, por exemplo, as etapas necessárias para a aplicação
do piso.
3. Vigência
Deve-se investigar, por exemplo, os conhecimentos que as estudantes têm acerca dos
novos tipos de produtos que estão utilizados nessa área de trabalho.
O Plano de Curso deve ser composto por uma estrutura mínima com os seguintes itens:
I) Características gerais do curso (nome, nível, modalidade, eixo tecnológico, público alvo,
duração, carga horária total, carga horária semanal, número de estudantes, perfil profissional); II)
apresentação; III) justificativa; IV) objetivos (geral e específicos); V) matriz curricular (módulo
do núcleo comum e módulo de qualificação profissional); VI) metodologia de ensino; VII)
ementas (componente curricular, carga horária, temas, habilidades e referências bibliográficas);
VIII) perfil conclusão; IX) avaliação; X) certificação; XI) formas de acesso; XI) infraestrutura e
XII) responsáveis pela oferta e XIII) bibliografia.
Matriz Curricular
No âmbito do Programa Mulheres Mil, a matriz curricular deve ser estruturada por temas
interdisciplinares, que devem ser integrados a todos os cursos, denominado de Módulo do
Núcleo Comum, o qual deve ser incorporado por conteúdos que dialogam com as
problematizações que incidem sobre a trajetória do grupo de mulheres, bem como pela
recomposição de conteúdos básicos nas áreas de linguagem e tecnologias, matemática e ciências
humanas e sociais aplicadas.
33
trabalhados, de acordo com o perfil sociodemográfico do território e do grupo de mulheres a ser
atendido.
34
essas atividades. Nesse momento, os conhecimentos gerados a partir da pesquisa aplicada acerca
das potencialidades das atividades desenvolvidas pelas mulheres podem contribuir no processo.
Se, por exemplo, o grupo de mulheres trabalha como marisqueira, pode-se investigar quais as
possibilidades de aproveitamento das cascas do marisco para comercialização e/ou geração de
produtos que ampliem a renda.
Ao se definir o curso de qualificação, é importante que todos os componentes
curriculares sejam voltados para a formação da estudante, se possível, de forma interdisciplinar,
e que tenham como fim a inclusão socioprofissional e o empoderamento.
Importante destacar que, no âmbito do Programa Mulheres Mil, entende-se por inclusão
socioprofissional não somente a inserção no mundo de trabalho, mas considera-se fatores sociais,
econômicos e culturais que afetam a inclusão plena das mulheres na sociedade. Desta forma,
além de oportunidades de trabalho, deve-se considerar o acesso a serviços sociais, educação,
saúde, habitação, cultura, participação política e respeito aos direitos humanos. Portanto, o
conceito de inclusão socioprofissional aborda as desigualdades e as barreiras estruturais que
podem limitar o pleno desenvolvimento das pessoas em diferentes aspectos da vida.
Outras questões importantes para se considerar no processo de definição dos cursos são:
A lei nº 9.394/1996, em seu art. 41, prevê que “o conhecimento adquirido na educação
profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento
e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.” e a lei nº 11.892/2008, em seu §2º
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do art. 2º diz “No âmbito de sua atuação, os Institutos Federais exercerão o papel de instituições
acreditadoras e certificadoras de competências profissionais.”
Para isso é importante identificar a forma como o governo federal está sistematizando e
organizando as ofertas de certificação profissional e seguindo as determinações legais. Dentro os
programas ofertados, teve o Certific e atualmente contamos com o Re-Saber, via Portaria MEC
nº 24/2021 disponível em
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-24-de-19-de-janeiro-de-2021-299988875.
36
o processo, a equipe pode fazer a inscrição destas trabalhadoras. A inscrição é a
manifestação de interesse à participação no processo de certificação profissional;
b) Acolhimento: Com as inscrições realizadas, podemos proceder com o acolhimento, que é
a etapa de apresentação de todo o processo, dos trabalhadores no processo de
certificação profissional.
c) Entrevista Individual: Realizada a entrevista coletiva durante o acolhimento, é chegada a
hora da entrevista individual. A entrevista individual é diagnóstica e tem como finalidade
o levantamento do perfil socioeconômico e profissional dos trabalhadores. Sugere-se a
entrevista semiestruturada.
d) Matrícula: Agora é a vez da candidata se matricular. A matrícula é a formalização e
validação da inscrição para o processo de certificação profissional. A matrícula deve ser
realizada somente após o acolhimento da trabalhadora.
e) Avaliação Prática: Chegou a hora de conhecermos as atividades laborais da trabalhadora.
Esta etapa é chamada de avaliação prática. A avaliação teórico-prática de saberes e
competências profissionais possibilita a certificação de: qualificação profissional,
certificação técnica, certificação de especialização técnica, certificação tecnológica e
certificação didática – essa última, apenas no caso do Re-Saber Docente. A avaliação
prática deve ocorrer no local onde a candidata realiza suas atividades laborais ou em
ambiente que simula o local onde a candidata realiza suas atividades laborais.
f) Encaminhamentos: A etapa de encaminhamentos compreende a devolutiva individual
para as candidatas. Nesta etapa são fornecidos:
- Diplomas às trabalhadoras que, no processo de certificação, demonstraram
atender aos requisitos mínimos de competência e escolaridade para o exercício
das profissões de nível técnico, superior de tecnologia e licenciatura para
educação profissional;
- Certificados às trabalhadoras que, no processo de certificação, demonstraram
atender aos requisitos mínimos de competência para o exercício de ocupação
correspondente ao curso de qualificação profissional e especializações técnicas e
tecnológicas.
37
formativa tem como fim mapear os pontos fortes e frágeis do processo educacional,
possibilitando repensar as metodologias de ensino e as intervenções pedagógicas com vistas a
favorecer a aprendizagem das alunas.
Indica-se que essa avaliação seja aplicada no decorrer da formação profissional, a partir
da qual se pode avaliar tanto o desempenho das estudantes como identificar problemáticas,
coletivas ou individuais, que devem ser debatidas pela equipe multidisciplinar e os docentes,
com vistas a se buscar caminhos e soluções para sua superação. Sugere-se também que essa
avaliação oriente o processo de acompanhamento e avaliação da formação profissional, que
deve ser realizado no decorrer do curso.
Por fim, vale destacar que no processo de avaliação do ensino e da aprendizagem é
relevante estimular o empoderamento das mulheres, que devem ter espaço para autoavaliar seu
desempenho, avaliar as metodologias de ensino e as intervenções pedagógicas, a relevância do
conteúdo para sua formação e elaborar sugestões e críticas. Dinâmica que também deve ser
integrada pelas/os professores, para que possam expor suas dificuldades, aprendizagens, críticas
e sugestões.
A percepção do grupo de mulheres e dos docentes acerca do processo de ensino e
aprendizagem é imprescindível para avaliar as forças e as fragilidades do processo de
implementação do Mulheres Mil.
No que diz respeito à conceituação das estudantes, nas disciplinas, deve-se se orientar
pelo Projeto Político Pedagógico da Instituição, articulando-o com as concepções de avaliação
diagnóstica e formativa.
5.6 Portfólio
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Na dimensão profissional, se constitui em uma técnica que possibilita registar os
processos e os produtos elaborados, voltado para possível apresentação junto ao empregador ou
como um instrumento de divulgação e comercialização dos trabalhos das mulheres. Esse material
pode ser incorporado nas redes sociais. Portanto, trata-se de um documento que tem potencial de
dar visibilidade ao grupo de mulheres e, no mesmo gesto, atuar como um processo que promove
a inclusão digital e possibilidades de comercialização de produtos.
Nesse sentido, o processo de construção do Portfólio não finda com o término da
qualificação, mas pode se constituir em ferramenta que permite à profissional, seja aquela que
trabalha de forma individual ou coletiva, ser autor da sua caminhada e estabelecer relações com
os possíveis clientes, compradores ou potenciais empregadores.
Sistematização da Permanência
6. Êxito
As ações de êxito são aquelas que têm como foco o cumprimento do objeto do programa.
Nesse sentido, por se tratarem de atividades que nem sempre são de domínio da instituição
ofertante ou que demandam tempo considerável de desenvolvimento, geralmente, são intra e
extracurriculares. Destaca-se que o contexto de avaliação de programas sociais, explicitado por
Paulo de Martino Jannuzzi (2016), como é o caso do Programa Mulheres Mil, o êxito pode ser
associado a pelo menos 03 (três) tipologias de avaliação, sendo:
39
● Avaliação ex post: conforme momento de sua realização em relação ao programa, nesse
caso, que acontece depois das atividades realizadas para uma análise comparativa das
mudanças ocorridas no público-alvo e aferição de resultados potenciais do programa;
40
6.1 Êxito Pedagógico
Diz respeito aos resultados (objeto do programa) alcançados e impactos (não é objeto do
programa) ao final das atividades pedagógicas do programa, ou seja, ao final da formação
ofertada. Para identificar se houve ou não êxito pedagógico, pode-se utilizar perguntas-chave e
procurar as respectivas respostas, segue abaixo alguns exemplos:
A pergunta a) é a única cuja resposta deve ser sim para a maioria das mulheres atendidas.
No que concerne às demais perguntas, além do esforço da equipe do programa, dependem de
outros fatores que fogem ao controle dessa equipe. Então, neste caso, deve-se reunir e manter
evidências que mostram os esforços da equipe do programa que podem gerar impactos positivos
ao final da oferta.
Mas, como alcançar o êxito pedagógico? Segue abaixo um roteiro orientativo que pode e
deve ser aperfeiçoado com a prática do programa:
b) Passo 2 - Acesso Bem Feito: ocupem-se com as ações de acesso para garantir que
o grupo de mulheres seja de fato atendido, que o curso ofertado faça sentido para
seus anseios e necessidade de inserção socioprofissional, que a equipe conheça as
mulheres atendidas de forma a planejar e executar atividades específicas
(inclusive de permanência) para as necessidades das mulheres matriculadas;
41
c) Passo 3 - Permanência Bem Feita: cuidar para que cada profissional contratado
realize atividades de permanência, se comprometa e aja com celeridade.
Ressalta-se que, ao menor sinal de desistência, por exemplo, uma única falta, não
passe despercebido. Para isso, sugere-se que parte da carga horária deste(s)
profissional(is) seja utilizada durante as aulas do curso para identificar os casos de
ausência da mulher em sala de aula e uma outra parte converse individualmente
com esta mulher buscando soluções para a continuidade dela no curso.
42
articulada com o Eixo Tecnológico do FIC que elas estão cursando, bem como o percurso
educativo que os filhos e familiares podem fazer nessas instituições.
Considerando que parte das mulheres que ingressam no Programa Mulheres Mil têm
trajetórias de descontinuidade do processo educacional, a modalidade de Proeja Fundamental
ajusta-se aos propósitos de elevação de escolaridade, pois integra a formação inicial e continuada
ao ensino fundamental, garantindo a oportunidade de qualificação profissional sem comprometer
as possibilidades de ingresso nos níveis subsequentes (médio e superior).
43
a) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as mulheres matriculadas
nessa turma conseguiram emprego para atuar como profissional do curso em
questão?
Espera-se que a resposta seja positiva em, pelo menos, uma das perguntas para a maioria
das mulheres. Cabe ressaltar que o êxito profissional não depende única e exclusivamente da
equipe do programa, visto que existem inúmeros outros fatores que podem facilitar ou dificultar
o alcance desse tipo de êxito. Então, nesse caso, deve-se reunir e manter evidências que mostram
os esforços da equipe do programa que podem resultar em êxito profissional ao final da oferta.
Abaixo apresentam-se conceitos relevantes a serem considerados no planejamento e
execução das ações de êxito profissional.
6.2.1. Empregabilidade
44
do autoconhecimento em processo de aprendizado permanente, em atitude de abertura para
novas experiências e novos paradigmas (Baggio e Baggio, 2014).
6.2.3.2 Associativismo
As associações são pessoas jurídicas de direito privado, formado pela união de pessoas
que se organizam sem finalidades lucrativas e com objetivos de defesa e promoção dos interesses
das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a constituíram. Toda a renda proveniente de suas
atividades deve ser revertida para o cumprimento dos seus objetivos estatutários.
É importante ressaltar que, embora os fins das associações não sejam de ordem
econômica, elas não estão proibidas de realizar atividades geradoras de receita, visto que não há
45
vedação legal ao desempenho de tais atividades, desde que as mesmas se caracterizam como
meios para atendimento de seus fins. Por isso, elas não perdem a categoria de associação, mesmo
que realizem negócios para manter ou aumentar seu patrimônio, desde que não propicie lucro aos
associados, dirigentes ou instituidores.
Para tanto, as atividades econômicas desenvolvidas devem estar previstas expressamente
em seus estatutos, bem como a intenção de reverter integralmente a receita gerada para a
consecução dos seus objetivos sociais.
6.2.3.3 Cooperativismo
Mais que um modelo de negócios, o cooperativismo é uma filosofia de vida que busca
transformar o mundo em um lugar mais justo, equilibrado e com melhores oportunidades para
todos. Um caminho que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e social,
produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo.
De acordo com a Lei nº 5.764/71, que institui a Política Nacional do Cooperativismo, são
sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídicas próprias, de natureza civil, não sujeitas a
falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
Em outras palavras, união de trabalhadores ou profissionais diversos que se associam por
iniciativa própria, sendo livre o ingresso de pessoas, desde que os interesses individuais em
produzir, comercializar ou prestar um serviço não sejam conflitantes com os objetivos gerais da
cooperativa (CRUZIO, 2005).
Conforme apresenta o site COONECTA (2020), a história diz que a primeira cooperativa
dos tempos modernos foi criada na cidade de Rochdale, na Inglaterra, em 21 de dezembro de
1844. Na ocasião, 28 associados – sendo 27 homens e uma mulher – fundaram a Rochdale
Equitable Pioners Society Limited. Estes 07 (sete) princípios do cooperativismo, são os mesmos
desde a criação da primeira cooperativa em 1844. São eles: Adesão livre e voluntária; Gestão
Democrática; Participação Econômica; Autonomia e Independência; Educação, Formação e
Informação; Intercooperação; Interesse pela Comunidade.
É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver.
Enquanto na economia convencional existe a separação entre os donos do negócio e os
empregados, na economia solidária os próprios trabalhadores são donos. São eles quem tomam
as decisões de como tocar o negócio, dividir o trabalho e repartir os resultados.
O economista Paul Singer (1932-2018) foi uma das referências nos estudos e
desenvolvimento de políticas para desenvolvimento da economia solidária, tanto no Brasil
quanto no exterior e o primeiro a assumir a Secretaria de Economia Solidária (SENAES) do
Ministério do Trabalho e Emprego, em 2003.
Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) são organizações coletivas de caráter
associativo e suprafamiliares que realizam atividades econômicas permanentes, cujos
participantes sejam trabalhadores do meio urbano ou rural e exerçam democraticamente a gestão
das atividades e a alocação dos resultados, conforme Decreto nº 7358/2010 e Portaria MTE nº
1780/2014.
46
Para que o empreendimento seja considerado EES, é necessário que se cadastre no
Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários – CADSOL e podem assumir
diferentes formas societárias, desde que sigam os 10 (dez) princípios da economia solidária,
fazendo constar em seu ato constitutivo e manifestá-los em suas práticas. São eles: Autogestão;
Democracia; Cooperação em vez de forçar a competição; Centralidade do ser humano;
Valorização da diversidade; Emancipação; Valorização do saber local, da cultura do saber local e
da tecnologia popular; Valorização da aprendizagem e da formação permanente; Justiça social na
produção, comercialização, consumo, financiamento e desenvolvimento tecnológico; Cuidado
com o meio ambiente e responsabilidade com as gerações futuras.
Apresentam-se abaixo algumas formas de empreender que podem ser tanto coletivas
quanto individuais, desde que sigam suas especificações. Cada forma pode ter ações de apoio
ofertadas por instituições públicas e/ou privadas a empreendimentos, identifique o que existe no
território onde as mulheres vivem e, ainda, se faz sentido para o que elas querem / pretendem.
47
Para se enquadrar no conceito de Negócios de Impacto, é necessário que o
empreendimento tenha: Intencionalidade de Resolução de um Problema Social e/ou Ambiental,
Solução de Impacto como Atividade Principal do Negócio, Busca de Retorno Financeiro
Operando pela Lógica do Mercado e Compromisso com Monitoramento do Impacto Gerado.
48
a) Passo 1 - Conhecer o Público-alvo: conhecer o grupo de mulheres bem o
suficiente para responder às seguintes perguntas:
- Quais conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres
atendidas?
- Quais os objetivos / sonhos profissionais das mulheres atendidas?
- As mulheres atendidas se conhecem e atuam bem juntas?
- Qual o grau de solidariedade e de confiança entre elas? (Sem confundir
com caridade, a Solidariedade pressupõe relação de igualdade, troca e
benefício mútuo (uma ajuda a outra) já a caridade pressupõe uma
relação desigual e de poder, em que uma pessoa tem posse de algo e doa
para outra)
49
de inserção no mundo do trabalho, seja pela empregabilidade ou pelo
empreendedorismo individual ou pelos empreendimentos coletivos.
50
pelos setores de gestão de pessoas / recursos humanos, as habilidades
podem ser diferentes conforme a profissão escolhida, entretanto, pode-se
citar 10 (dez) principais:
- Comunicação: habilidade de dialogar com colegas de trabalho
evitando conflitos, resolvendo divergências e eliminando ruídos
que comprometam a realização das tarefas;
- Liderança: capacidade de inspirar os colegas de trabalho,
motivando a equipe, servindo de exemplo, sabendo como e quando
delegar e cobrar tarefas sem constrangimento;
- Flexibilidade e resiliência: capacidade de se adaptar e produzir em
meio a mudanças ou até mesmo após experiências difíceis, saber
identificar as lições que as situações difíceis trouxeram;
- Trabalho em equipe: habilidade de cooperar com os colegas de
trabalho, fazendo a sua contribuição individual para o interesse
coletivo;
- Criatividade: capacidade de inovação, ou seja, de apresentar
soluções diferentes para problemas antigos, pensar diferente do
padrão;
- Proatividade: capacidade de avaliar os cenários postos e encontrar
caminhos para resolução das situações que estão impedindo ou
atrapalhando a produtividade, sem a necessidade de receber uma
ordem para isso;
- Empatia: habilidade de se colocar no lugar do outro, se conectar
com diferentes tipos de pessoas e compreender sua realidade e
modo de pensamento;
- Ética no trabalho: saber respeitar as regras do seu local de trabalho;
- Pensamento crítico: capacidade de questionar métodos, identificar
problemas, buscar novas soluções e rever processos mas com
sabedoria;
- Atitude positiva: capacidade de manter uma postura motivada,
otimista, com foco nas possibilidades reais e fortemente nos
acertos do que nos erros.
- Preparação para emprego: conhecimentos básicos sobre as organizações,
lembrando de adaptar exatamente a realidade da profissão em que as
mulheres estão se formando, envolvendo:
- Funcionamento e hierarquia de uma organização;
- Tipos e modalidade de contrato de trabalho;
- Direitos e deveres da trabalhadora;
- Tecnologias comuns ao dia a dia profissional como e-mail, redes
sociais (whatsapp comum ou business, telegram, instagram,
facebook), sistemas de busca e ajuda (youtube, google, chat GPT),
editores de texto (word windows, writer libreoffice, docs google),
51
editores de planilha (excel windows, calc libreoffice, planilhas
google), editor de imagem e vídeo (canva.com) entre outros
aplicado ao curso em questão;
- Elaboração de currículo e/ou portfólio profissional;
- Construção e manutenção de redes de trabalho (networking);
- Envio / apresentação de currículo e/ou portfólio profissional;
- Entrevista para emprego
- Preparação para Empreender: conhecimentos básicos sobre o que é, como
empreender e as diferentes formas de empreender bem como as
especificidades locais e profissionais, sendo:
- Validação de Ideia de Negócio / Empreendimento: verificar se há
mercado para o que se pretende comercializar, ou seja, se vale a
pena investir tempo e dinheiro. Sugere-se aproveitar as orientações
disponibilizadas pela Aceleradora de Empresas Endeavor Brasil,
disponível em
https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/validacao/;
- Modelagem de Negócio / Empreendimento: ideia criada por Alex
Osterwalder e Yves Pigneur, em seu livro “Business Model
Generation: Inovação em Modelo de Negócios”, em que aborda a
representação gráfica da forma como um empreendimento gera e
entrega valor para os seus clientes, apresenta de maneira
estruturada os elementos e etapas que compõem a forma com se
pretende produzir / comercializar, contendo: Parceiros chave,
Atividades chave, Recursos chave, Estrutura de Custos, Proposta
de Valor, Relacionamento com o cliente, Canais de venda,
Segmentos de clientes e Fontes de Receita. Sugere-se utilizar o
“Guia Modelando Negócios do Teresa de Benguela”, disponível
em
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4
fc7-9a40-504b23c938e6/guia_modelando_negocios_teresa_bengue
la_v02.pdf, elaborado pelo Instituto Federal de Mato Grosso
(IFMT) especificamente para o trabalho de inclusão
socioprofissional de mulheres em situação de vulnerabilidade
social;
- Mínimo Produto Viável (MVP) e Prototipação: identificação das
características ideais que o produto ou serviço, a ser
comercializado em fase inicial (com pouco dinheiro), deve
apresentar para que seja capaz de atrair os primeiros clientes, bem
como, que seja possível a partir deste MVP desenvolver o produto
ou serviço que de fato se pretende. Após identificação do MVP,
deve-se construir o protótipo e submetê-lo a validação (teste no
mercado), por exemplo, se a ideia é criar uma fábrica de chocolates
52
veganos, o MVP pode ser uma barra de chocolate ao leite vegano,
produzir a barra de chocolate, realizar testes de aceitação com o
público-alvo, corrigir o que os testes mostraram ser necessário,
comercializar e seguir para as próximas etapas de desenvolvimento
do empreendimento até chegar a fábrica de chocolates veganos.
Sugere-se consultar as orientações que Aceleradora de Empresas
Endeavor Brasil disponibiliza sobre o tema, disponível em
https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/mvp/;
- Plano de Negócios ou Plano de Vida do Empreendimento:
descrição, em linguagem escrita, dos objetivos e dos passos que
serão dados pelo empreendedor para alcançá -los, bem como da
projeção de futuro do negócio / empreendimento, minimizando
riscos e incertezas, contendo: Sugere-se utilizar o livro “Como
Elaborar um Plano de Negócios”, disponível em
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Ane
xos/gestao-e-comercializacao-como-elaborar-um-plano-de-negocio
s.pdf, elaborado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae);
- Formalização do Negócio / Empreendimento: identificar, de
acordo com as legislações vigentes, qual a pessoa jurídica mais
adequada para a formalização do negócio / empreendimento,
sugere-se utilizar o “Guia Empreender: Para Estudantes e
Empreendedores Estruturarem Seus Negócios”, disponível em
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/8d/0b/8d0b270f-93d9-
4d9d-9b1e-0d3409ff94e2/guia_empreender_para_estudantes_e_em
preendedores_estruturarem_seus_negocios.pdf, especialmente o
Capítulo 2 - Como Abrir um Empreendimento?, elaborado pela
Ativa Incubadora de Empresas do IFMT;
- Apresentação Rápida do Negócio: conhecido como pitch, tem o
objetivo de despertar o interesse do ouvinte que pode ser um
cliente ou investidor, deve durar entre 3 e 5 minutos e deve conter
somente as informações essenciais e os diferenciais de mercado do
negócio / empreendimento em questão. Sugere-se utilizar as
orientações que a Aceleradora de Empresas Endeavor Brasil
disponibiliza sobre o tema, disponível em
https://endeavor.org.br/dinheiro/como-elaborar-um-pitch-quase-per
feito/;
53
necessidades diferentes). Por isso, é fundamental compreender e admitir quais são
os limites, tanto da equipe quanto da instituição ofertante, para, a partir disso,
captar parceiros internos e externos para a realização das atividades (intra e/ou
extracurriculares), tais como a incubadora de empresas ou incubadora de
economia solidária da instituição ofertante ou existente na cidade, uma empresa
júnior da instituição ofertante ou de outra instituição de ensino superior local, um
projeto de extensão ou de pesquisa-ação em andamento e que atenda a parte
destas necessidades, as unidades locais do Sebrae, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL),
o Sistema Nacional de Emprego (SINE) e o Centro de Integração Empresa-Escola
(CIEE), Fóruns Locais de Economia Solidária, a secretarias municipais e/ou
estadual dedicadas às pautas de trabalho, inclusão socioprodutiva e geração de
renda (podem ter editais de apoio), Organizações não Governamentais (ONGs),
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Organizações
Sociais (OSs), Associações Locais de Desenvolvimento Comercial, Enfim, são
muitas possibilidades, fazendo a intersecção do que as mulheres precisam com o
que a equipe e a instituição não conseguem ofertar fica fácil identificar as
parcerias estratégicas.
Sugere-se que, após encerramento do curso, seja ofertado ao menos 02 (dois) meses de
assessoria às mulheres para auxiliá-las na criação de novos empreendimentos, em seguida,
encaminhá-las para processos de pré-incubação e incubação promovendo a continuidade do
processo de inclusão socioprofissional.
54
7. Parcerias Institucionais
Cabe destacar que para otimização das ações, as parcerias devem ser formalizadas
institucionalmente possibilitando continuidade e extensão dos serviços oferecidos.
55
do ensino e aprendizagem, e no êxito, que deve ter como focos o empoderamento e a inserção
socioprofissional, que devem ser mensurado no processo de avaliação e monitoramento.
Neste sentido, destaca-se que, ao longo da execução do Programa Mulheres Mil na Rede
de Educação Profissional e Tecnológica, foram produzidos mais de 200 trabalhos acadêmicos,
entre dissertações e teses, que contribuíram para a consolidação metodológica e para os avanços
no atendimento às mulheres brasileiras em vulnerabilidade social.
Desse modo, sugere-se que as instituições fortaleçam a indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, por meio da produção de pesquisa aplicada com vistas a contribuir com o
desenvolvimento local e regional dos territórios onde as estudantes estão inseridas, bem como
por meio de parcerias com instituições de ensino superior..
Nesse sentido, a instituição poderá fomentar a produção de criação ou integração com os
núcleos de pesquisa, com vistas a desenvolver pesquisas aplicadas sobre as potencialidades
econômicas existentes nos territórios onde está sendo desenvolvido o Programa Mulheres Mil,
sobre gênero e EPT, sobre gênero e mundo do trabalho, bem como aquelas com foco nas
egressas do Programa, com vistas a fazer o acompanhamento e dimensionar os impactos do
Programa.
Para aquelas instituições que têm os Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual
(NUGEDIS) e com os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), Núcleo de
Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (NAPNE), solicitamos à integração ao Programa.
Imagem 4: Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão no Mulheres Mil
9. Avaliação e Monitoramento
56
validação de programas e projetos sociais, com finalidade de aprimorar a gestão das
intervenções, seja no cumprimento dos seus objetivos (eficácia), nos seus impactos mais
duradouros e abrangentes em termos de públicos e dimensões sociais alcançados (efetividade),
seja nos custos condizentes com a escala e complexidade da intervenção (eficiência). Dessa
maneira, configuram-se como avaliação as pesquisas para dimensionamento e entendimentos dos
determinantes de problemas sociais, para investigar as dificuldades de desenvolvimento de
determinadas atividades previstas na implementação de um programa, assim como os resultados,
efeitos mais abrangentes e custos destes.
Quanto ao monitoramento, Jannuzzi (2016) conceitua como uma atividade regular de
acompanhamento de processos-chave previstos na lógica de intervenção de um programa e que
permite rápida avaliação situacional e identificação de anormalidades na execução deste, com o
objetivo de subsidiar a intervenção oportuna e a correção tempestiva para garantir a obtenção dos
resultados e impactos que ele deve provocar.
Considerando que o Programa Mulheres Mil é um programa educacional, criado e
implementado via política denominada educação profissional, científica e tecnológica, para
facilitar a compreensão, podemos inserir o programa no contexto do ciclo das políticas públicas
para identificar as demandas de indicadores e pesquisas de avaliação, conforme a Imagem 5.
57
c) Avaliação Ex post: para análise comparativa das mudanças ocorridas no
público-alvo e aferição de resultados potenciais do programa;
d) Avaliação Somativa: para confrontar resultados esperados com resultados e
impactos alcançados, com vistas a seu julgamento de mérito, continuidade ou
descontinuidade.
58
Imagem 7: Monitoramento como Acompanhamento Sistemático dos Processos-chave, Produtos e
Efeitos de Programas
9.1 Da avaliação
59
também pode ser realizado por meio de ferramentas tecnológicas, e encaminhar as soluções
consensuadas, com o objetivo de promover o aprimoramento e a adequação das ações em curso.
Em relação aos encontros presenciais, propõe-se que sejam realizados, no mínimo, três
encontros, que podem ser mensais, a depender do tempo da qualificação profissional. Nesses
momentos, é importante sistematizar as informações advindas dos grupos de discussão,
registrando os encaminhamentos e/ou ferramentas implementadas para resolução das
problematizações apresentadas no estudo de caso e discutir temáticas relevantes para o momento
da qualificação. É importante que se estabeleça a participação obrigatória da equipe
multidisciplinar e dos docentes.
Antes do término do curso, deve-se realizar avaliação individual com o gestor local,
responsável pela gestão do Programa no campus, os docentes e as alunas, por meio de
questionários de avaliações do curso e do Programa, para que eles possam expressar percepções
acerca do processo de qualificação de profissional e apontar críticas e sugestões para a melhoria
do Programa.
Portanto, no âmbito do Programa Mulheres Mil, deve-se organizar os seguintes processos
avaliativos:
a) avaliação contínua do acesso e da permanência, com o objetivo de identificar
entraves e problemas para que se possa fazer as adequações necessárias;
b) avaliação contínua do processo de ensino e aprendizagem, com vistas a identificar
as dificuldades das estudantes, a necessidade de reforços e a adequação de
metodologias de ensino;
c) avaliação do curso;
d) avaliação dos resultados e impactos do Programa.
60
9.1.1.2 Coleta de dados
61
critérios que serão utilizados na avaliação. Para alcançar uma avaliação que mitigue o viés e
garanta a comparabilidade é importante estar sensível às especificidades de cada grupo de
mulheres, considerar suas experiências e percepções, garantir uma linguagem inclusiva e não
discriminatória, promover uma participação ativa das educandas e considerar as especificidades
culturais e sociais das mesmas.
Conforme apresentado em “Um guia prático para mensurar o empoderamento de
mulheres e meninas em avaliações de impacto”, é essencial adaptar os indicadores de
empoderamento de acordo com o contexto local para garantir a captura adequada das mudanças
resultantes das intervenções. Ao incorporar indicadores adaptados localmente, somos capazes de
compreender as transformações específicas que ocorrem em cada contexto. No entanto, é
importante encontrar um equilíbrio, pois o uso exclusivo de indicadores adaptados localmente
pode limitar a capacidade de comparar os resultados com outros estudos e dificultar a
contribuição de dados para análises mais abrangentes sobre programas eficazes de
empoderamento. Portanto, é fundamental buscar uma abordagem que permita a adaptação local,
ao mesmo tempo em que mantém a possibilidade de comparação e aprendizado mais amplo.
62
temas importantes, alguns deles já foram apresentados nesse documento. É recomendado
equilibrar perguntas abertas e fechadas. Perguntas abertas permitem que as educandas expressem
suas opiniões e imprimam seus saberes e desejos. Já as perguntas fechadas facilitam a análise de
dados. Importante destacar que as perguntas devem ser formuladas de forma clara, simples,
sempre que possível adaptadas a elementos culturais e sociais que facilitem a compreensão da
participante.
Deve-se ainda prezar pela neutralidade, evitando termos técnicos e influências que
possam direcionar as respostas. É fundamental a construção de uma sequência lógica para
facilitar a compreensão, utilize escalas de resposta, dessa forma você permite que a participante
indique seu nível de concordância e satisfação. É crucial testar e revisar o questionário, com o
objetivo de garantir sua clareza, relevância e consistência.
63
Ao adotar diferentes indicadores na avaliação do empoderamento, é possível identificar
lacunas, fortalecer as intervenções e garantir que o Programa Mulheres Mil esteja efetivamente
promovendo a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
9.2 Do Monitoramento
64
Além disso, é importante estabelecer canais de comunicação eficientes para que os
resultados do monitoramento sejam compartilhados com todas as partes envolvidas, permitindo a
tomada de decisões informadas e a realização de ajustes necessários.
A adaptação do monitoramento a questões de gênero, raça e etnia é aspecto importante no
que tange ao Programa Mulheres Mil. À medida que o tempo passa, é essencial avaliar a
efetividade da política e sua capacidade de abordar as necessidades e desafios específicos das
mulheres. Isso pode envolver a análise dos dados coletados, a identificação de lacunas ou áreas
de melhoria e a realização de ajustes no programa para garantir que ela esteja alinhada com as
demandas.
A adaptação do programa a essas demandas devem ser impulsionadas pela participação
ativa das mulheres, bem como outras partes interessadas, gestores e docentes. Essas vozes devem
ser ouvidas e consideradas no processo de monitoramento, permitindo a inclusão de diferentes
perspectivas e ações direcionadas para enfrentar os obstáculos.
O monitoramento contínuo proporciona uma visão em tempo real de seu desempenho,
permitindo a identificação de eventuais problemas ou oportunidades de melhoria. Isso possibilita
a adoção de medidas corretivas e o aprimoramento constante, contribuindo para efetividade e
garantindo que os objetivos estabelecidos sejam alcançados.
65
9.2.1.3 Avaliação da sustentabilidade e continuidade das ações
Avaliar a sustentabilidade e continuidade das ações no contexto do Programa Mulheres Mil é de
extrema relevância para garantir que os resultados e impactos positivos sejam mantidos a longo prazo. É
importante avaliar se as ações implementadas são sustentáveis do ponto de vista financeiro, institucional e
social.
Eixos de sustentabilidade
● Financeiro: deve-se verificar se os recursos destinados ao programa são suficientes para
sua manutenção. Isso envolve analisar a eficiência no uso dos recursos disponíveis. Além
disso, é necessário avaliar se as ações estão integradas a políticas públicas mais amplas e
se existe um comprometimento institucional para manter o programa em funcionamento.
● Institucional: deve-se analisar se o programa está enraizado nas estruturas
governamentais e se existe um apoio político contínuo. Também é importante considerar
as parcerias estabelecidas com outras instituições e organizações para fortalecer a
sustentabilidade do programa.
● Social: envolve analisar se as ações do programa são relevantes e efetivas para as
mulheres, se atendem às suas necessidades e se promovem a igualdade de gênero e o
empoderamento. Também é fundamental verificar se o programa é adaptável às
mudanças sociais e se tem o envolvimento ativo das mulheres, dos gestores e docentes
na sua implementação e monitoramento.
66
10. Referências Bibliográficas
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67
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MONTEIRO, Simone Rocha da Rocha Pires marco conceitual da vulnerabilidade social. In:
Seminário de Políticas Sociais do Mercosul, 2011, Pelotas. Anais. SEPOME, 2011.
CONSTANTINO, Noel Alves. O portfólio na sala de aula presencial e virtual. Natal, IFRN
Editora, 2008.
69
PAGE - Partnership for Action on Green Economy (Parceria para Ação em Economia Verde).
Disponível em: https://www.un-page.org/. Acesso em: 16 jul. 2023.
PIPE SOCIAL. O que são Negócios de Impacto: características que definem empreendimentos
como negócios de impacto. Instituto de Cidadania Empresarial. São Paulo, 2019. Disponível
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https://aliancapeloimpacto.org.br/wp-content/uploads/2020/03/ice-estudo-negocios-de-impacto-
2019-web.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.
SANTOS, Elenice dos Reis; MORAIS, Lea Paula Vanessa Xavier. Guia Modelando Negócios
do Programa de Extensão Teresa de Benguela. Cuiabá, IFMT, 2020. Disponível em:
https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4fc7-9a40-504b23c938e6/guia
_modelando_negocios_teresa_benguela_v02.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.
SANTOS, Elenice dos Reis; COUTINHO, Bruno José de Amorim. Adaptação entre bolsa
formação do PRONATEC e Programa Mulheres Mil no IFMT - desafios e resultados. In: IV
Fórum de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva. Disponível em:
https://proex.ifmt.edu.br/conteudo/pagina/mulheres-mil-proex/. Acesso em: 16 jul. 2023.
SANTOS, Marisilvia dos; RIBEIRO, Eduardo Alberton. Oficina de Produção de PPCP. Curso
de Formação Continuada em Aperfeiçoamento em Certificação de Saberes e Competências
Profissionais. Disponível em: https://moodle.ead.ifsc.edu.br/enrol/index.php?id=3227. Acesso
em: 16 jul. 2023.
ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócios. Belo Horizonte, MG,
SEBRAE, 2013. Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/gestao-e-comercializacao-
como-elaborar-um-plano-de-negocios.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.
YUNUS - Yunus Social Business (Yunus Negócios Sociais). Negócios Sociais. Disponível em:
https://www.br.yunussb.com/about. Acesso em: 16 jul. 2023.
Anexos
Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções das mulheres
participantes do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para melhor
compreensão do público participante e execução do programa. Por favor, responda com
sinceridade, e sinta-se à vontade para tirar dúvidas e apresentar questionamentos.
( ) Certidão de nascimento
( ) CPF
( ) Identidade
( ) Título de eleitor
70
( ) Carteira de TRabalho
71
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais
72
( ) Dois
( ) Três
( ) Quatro
( ) Cinco
( ) Seis
( ) Mais de Seis
73
Você mora em uma casa/domicílio.
( ) próprio
( ) alugado
( ) emprestado
( ) Outros
74
Você exerce alguma atividade remunerada?
( ) Não
( ) Sim
75
( ) De 5 a 10 SM
( ) Mais de 10 SM
76
( ) Água da chuva armazenada em sistema
( ) Água da chuva armazenada de outro modo
( ) Rios, lagos e igarapés
( ) Outra
77
( ) Terça-feira
( ) Quarta-feira
( ) Quinta-feira
( ) Sexta-feira
( ) Sábado
O que ou quem ajudou você a tomar essa decisão de ingressar no Programa Mulheres
Mil?
( ) A credibilidade da instituição ofertante
( ) Meus (minhas) amigos(as)
( ) Informações gerais, revistas, jornais, TV
( ) Facilidade de obter emprego
( ) Lideranças da minha comunidade
( ) Estímulo financeiro
( ) Receber uma qualificação profissional
78
( ) Convite e informações dos gestores locais
( ) Outras
Qual é a principal decisão que você vai tomar quando obtiver a certificação do Programa
Mulheres Mil?
( ) Continuar meus estudos
( ) Procurar emprego
( ) Prestar vestibular e continuar a trabalhar
( ) Fazer mais curso(s) profissionalizante(s) e me preparar melhor para o trabalho
( ) Trabalhar por conta própria/trabalhar em meu próprio negócio
( ) Criar uma cooperativa/associação com minhas colegas de turma
( ) Ainda não decidi
Quais seus sonhos, desejos como resultado da participação no Programa Mulheres Mil?
Resposta:
Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros
Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
79
( ) Não sei responder
Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
80
Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres
Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa.
Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos docentes que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação e
aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando sua
experiência como docente no programa.
1. Informações pessoais:
( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 20 e 24 anos
( ) Entre 25 e 29 anos
( ) Entre 30 e 34 anos
( ) Entre 35 e 39 anos
( ) Entre 40 e 44 anos
( ) Entre 45 e 49 anos
( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais
81
( ) Separada/Divorciada/Desquitada
( ) União Estável
( ) Viúva
82
Qual sua identidade de gênero?
( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Homem Cis (Indentifica-se como homem, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)
( ) Homem Trans (Identifica-se como homem, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)
( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)
( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento, assumindo,
portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar
Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:
( ) Você
( ) Familiares
( ) PROUNI
( ) Financiamento estudantil
( ) Outros
Formação acadêmica:
( ) Nível Médio
( ) Graduação em andamento
( ) Graduação incompleta
( ) Graduação completa
( ) Mestrado em andamento
( ) Mestrado incompleto
( ) Mestrado completo
( ) Doutorado em andamento
( ) Doutorado incompleto
( ) Doutorado completo
83
Há quanto tempo você atua como docente no Programa Mulheres Mil?
( ) Entre 0 e 1 ano
( ) Entre 2 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 10 e 15 anos
( ) Entre 16 e 20 anos
2. Sobre o curso:
Qual curso você está avaliando?
Resposta:
84
( ) Oportunidade de adquirir habilidades técnicas relevantes para o mundo do trabalho,
aumentando suas chances de empregabilidade e autonomia financeira.
( ) Enfoque no desenvolvimento de competências socioemocionais, promovendo a confiança e a
resiliência.
( ) Acompanhamento e suporte individualizado das alunas, garantindo um ambiente de
aprendizado acolhedor e estimulante.
( ) Fortalecimento da rede de apoio, por meio da parceria com instituições e organizações
locais, ampliando as oportunidades de inserção das alunas.
( ) Valorização dos saberes e promoção da igualdade de gênero, estimulando o enfrentamento a
estereótipos e preconceitos.
( ) Incentivo ao empreendedorismo e ao desenvolvimento de projetos próprios, estimulando a
criação de negócios e a independência financeira.
( ) Possibilidade de continuidade nos estudos e acesso a oportunidades de aprimoramento
profissional, por meio de parcerias e encaminhamentos para outros programas de qualificação
dentro da instituição ou em outra instituição de ensino.
( ) Atenção às demandas do mundo do trabalho e às tendências de cada área, proporcionando
uma formação atualizada e alinhada com as demandas do setor.
85
( ) Obstáculos socioeconômicos, como falta de transporte ou problemas financeiros.
( ) Estigma social e discriminação de gênero.
( ) Pouca interação e colaboração entre as alunas.
( ) Outros
Caso tenha marcado outros desafios, discorra sobre eles:
Em sua opinião, quais são os principais impactos do programa na vida das alunas?
( ) Melhoria das habilidades profissionais e técnicas, proporcionando oportunidades de emprego
e renda e/ou inserção no mundo do trabalho.
( ) Aumento da autoconfiança das alunas, promovendo empoderamento.
( ) Ampliação das perspectivas de futuro e desenvolvimento de novas aspirações e metas.
( ) Fortalecimento das habilidades de liderança e participação ativa na comunidade.
( ) Melhoria das relações familiares e sociais, promovendo uma maior inclusão e
reconhecimento.
( ) Acesso a redes de apoio e colaboração com outras mulheres e profissionais da área.
( ) Melhoria das condições de vida, incluindo melhores condições de moradia, saúde e
bem-estar.
( ) Promoção da igualdade de gênero e superação de estereótipos sociais.
( ) Desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas.
( ) Empoderamento financeiro, com a capacidade de gerir melhor os recursos financeiros
pessoais e familiares.
( ) Outros:
86
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é limitada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é adequada.
( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para
Relações Étnico-Raciais é excelente.
Comente sua resposta:
Quais sugestões você teria para aprimorar o Programa Mulheres Mil no que diz respeito ao
papel dos docentes e ao processo de ensino-aprendizagem?
Resposta:
87
Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres
Mil. Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa e
aprimoramento do programa
Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos gestores que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação e
aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando sua
experiência como gestor do programa.
1. Informações gerais:
Qual seu nome?
________________________________________________________________________
( ) Entre 50 e 54 anos
( ) Entre 55 e 59 anos
( ) Entre 60 e 64 anos
( ) Entre 65 e 69 anos
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais
88
Qual seu estado civil?
( ) Solteira
( ) Casada
( ) Separada/Divorciada/Desquitada
( ) União Estável
( ) Viúva
Orientação/identidade sexual:
( ) Hétero
( ) Lésbica
( ) Gay
89
( ) Bissexual
( ) Assexual
( ) Pansexual
( ) Prefere não declarar
( ) Não sei informar
Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:
( ) Você
( ) Familiares
( ) Bolsa do PROUNI - Programa Universidade para Todos
( ) Financiamento Estudantil
( ) Outros
Formação acadêmica:
( ) Nível Médio
( ) Graduação em andamento
( ) Graduação incompleta
( ) Graduação completa
( ) Mestrado em andamento
( ) Mestrado incompleto
( ) Mestrado completo
( ) Doutorado em andamento
( ) Doutorado incompleto
90
( ) Doutorado completo
Há quanto tempo você atua como gestor local no Programa Mulheres Mil?
( ) Entre 0 e 1 ano
( ) Entre 2 e 5 anos
( ) Entre 6 e 10 anos
( ) Entre 10 e 15 anos
( ) Entre 16 e 20 anos
Qual o total de estudantes matriculadas nos cursos? (Apresente sua resposta curso x oferta
x matrícula)
Resposta:
91
( ) Impacto mínimo
( ) Impacto moderado
( ) Impacto significativo
( ) Impacto transformador
Discorra sobre sua resposta:
Como você avalia a eficácia das estratégias de recrutamento e seleção de alunas para o
programa?
( ) Ineficaz
( ) Pouco eficaz
( ) Moderadamente eficaz
( ) Muito eficaz
( ) Altamente eficaz
Discorra qual estratégia foi utilizada pela sua instituição:
Com relação ao componente "Acesso", marcar um “X” na resposta que melhor descreve a
experiência da sua instituição:
92
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Acesso”? Marcar
um “X” em todos os fatores que você considera relevantes
Com relação ao Mapa da Vida e ao Portfólio, marcar um “X” na resposta que melhor
descreve a experiência da sua instituição:
1. Mapa da Vida:
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
2. Portfólio
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
93
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação do Mapa da Vida e do Portfólio? Marcar um
“X” em todos os fatores que você considera relevantes.
94
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Plano
Educacional”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.
Com relação aos componentes Permanência e Êxito", marcar um “X” na resposta que
melhor descreve a experiência da sua instituição:
1. Serviços de assistência e apoio à educanda
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
2. Aulas na comunidade
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
95
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
5. Orientação e assistência
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
7. Incubação tecnológica
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
8. Unidades de produção
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade
( ) Implementado, mas com dificuldades significativas
( ) Não Implementado devido às dificuldades
( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Sistema de
Permanência e Êxito”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.
96
( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de política
(MEC/SETEC
( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço necessário:
Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação da Equipe Multidiciplinar? Marcar um “X” em
todos os fatores que você considera relevantes.
Como o programa tem contribuído para fortalecer parcerias com outras instituições e
organizações?
Resposta:
Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades das alunas?
Resposta:
Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades dos docentes?
Resposta:
97
Quais estratégias você considera mais eficazes para garantir a sustentabilidade e
continuidade do programa a longo prazo?
Resposta:
Quais são os principais benefícios e oportunidades que o Programa Mulheres Mil tem
proporcionado para as alunas em termos de inserção no mercado de trabalho?
Resposta:
Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)
Resposta:
98
Em sua opinião, qual é a relevância do conteúdo ensinado no programa para o seu
desenvolvimento profissional?
( ) Muito satisfeita
( ) Satisfeita
( ) Neutra
( ) Insatisfeita
( ) Muito insatisfeita
Como você avalia a qualidade dos recursos didáticos utilizados no programa (livros,
materiais de apoio etc.)?
( ) Muito boa
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Muito ruim
Você sente que o programa ofereceu um ambiente de apoio e suporte adequado para o seu
aprendizado?
( ) Sim, sempre
( ) Na maioria das vezes
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Não, nunca
Como você avalia a qualidade do suporte e orientação oferecidos pelos professores e demais
profissionais do programa?
99
( )Muito bom
( )Bom
( )Regular
( )Ruim
( )Muito ruim
Com relação à pergunta anterior, se houver, você poderia descrever uma situação
vivenciada durante o programa e como a equipe conduziu e lhe apoiou?
Resposta:
Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados por você durante o programa?
Resposta:
O Programa Mulheres Mil contribuiu para a geração de renda para a sua família?
( ) Sim
( ) Não
Comente sua resposta:
100
Se você pudesse resumir em três palavras o que o programa representou para você, quais
seriam essas palavras:
● Palavra 1:
● Palavra 2:
● Palavra 3:
Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros
101
( ) Concordo totalmente: Aprovo e considero a Lei Maria da Penha uma importante ferramenta
na luta contra a violência doméstica e/ou sexista.
( ) Não sei responder.
Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
102
Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
1. Informações gerais
Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)
103
Resposta:
104
( ) Entre 70 e 74 anos
( ) Entre 75 e 79 anos
( ) 80 anos ou mais
105
( ) Telefone celular
( ) TV por assinatura
( ) Automóvel
( ) Motocicleta
106
Quem é a pessoa que mais contribui na renda total da sua família?
( ) Você mesma
( ) Cônjuge/Companheiro(a)
( ) Seus pais
( ) Seus filhos(as)
( ) Outra
107
( ) Rios, lagos e igarapés
( ) Outra
1. Dados de empoderamento:
Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?
( ) Mãe
( ) Pai
( ) Irmã
( ) Irmão
( ) Avós
108
( ) Tios
( ) Vizinhos
( ) Amigos
( ) Outros
Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
109
Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento
pessoal e profissional?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que afetam
sua vida?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei responder
Comente sua resposta:
Este plano de coleta de dados tem como objetivo fornecer informações sistematizadas
para a realização de uma coleta de dados, ele pode e deve ser adaptado de acordo com as
especificidades.
1. Objetivo da coleta de dados:
○ Definir claramente o objetivo da coleta de dados, como por exemplo, avaliar o
impacto em termos de acesso a oportunidades, empoderamento ou redução de
desigualdades.
2. Identificação das fontes de dados:
○ Identificar as fontes de dados primários e secundários disponíveis para a
avaliação. Isso pode incluir dados administrativos, pesquisas populacionais,
relatórios governamentais, estudos acadêmicos, entre outros.
3. Seleção de indicadores:
○ Selecionar os indicadores quantitativos e qualitativos relevantes, tais quais,
indicadores socioeconômicos, de saúde, de educação, de violência de gênero, de
empoderamento, entre outros.
4. Definição das variáveis e métodos de coleta:
110
○ Definir as variáveis específicas que serão coletadas e os métodos de coleta de
dados que serão utilizados. Isso pode incluir questionários, entrevistas,
observações diretas, análise de documentos, entre outros.
5. Delimitação das participantes:
○ Determinar as participantes da pesquisa, nesse caso as alunos participantes do
Programa Mulheres Mil.
6. Desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados:
○ Criar os instrumentos de coleta de dados, como questionários, entrevistas
estruturadas, grupos focais ou guias de observação. Garantir que esses
instrumentos sejam sensíveis ao gênero, incluindo perguntas relevantes e
linguagem inclusiva.
7. Treinamento da equipe de coleta de dados:
○ Treinar a equipe responsável pela coleta de dados, garantindo que eles
compreendam os objetivos da avaliação, os procedimentos de coleta de dados, a
importância da confidencialidade e do respeito à privacidade dos participantes.
8. Coleta de dados:
○ Realizar a coleta de dados de acordo com o plano estabelecido. Garantir o
consentimento informado dos participantes e a confidencialidade de suas
respostas.
9. Organização e análise dos dados:
○ Organizar e analisar os dados coletados a partir de diferentes metodologias a
depender da natureza dos dados e dos objetivos da avaliação.
10. Interpretação dos resultados:
○ Interpretar os resultados da análise dos dados, identificando tendências, padrões e
correlações relevantes para avaliar o impacto do Programa Mulheres Mil.
11. Elaboração de relatórios e recomendações:
○ Elaborar um relatório de avaliação que inclua os resultados, análises, conclusões e
recomendações.
12. Comunicação dos resultados:
○ Comunicar os resultados da avaliação de forma clara e acessível a todas as partes
interessadas.
111