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4 Modelo de Hidráulica: Swivel) e Tubos de

O documento discute conceitos básicos de hidráulica e limpeza de poços para perfuração direcional, incluindo a importância de um bom planejamento hidráulico para considerar limitações dos equipamentos e necessidades do processo de perfuração. Fatores como vazão, pressão, velocidade anular e remoção de detritos são cruciais para otimizar a perfuração e evitar problemas.

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O documento discute conceitos básicos de hidráulica e limpeza de poços para perfuração direcional, incluindo a importância de um bom planejamento hidráulico para considerar limitações dos equipamentos e necessidades do processo de perfuração. Fatores como vazão, pressão, velocidade anular e remoção de detritos são cruciais para otimizar a perfuração e evitar problemas.

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Modelo de Hidráulica

Um bom planejamento hidráulico é essencial para a perfuração de poços


direcionais, assim como um bom entendimento das limitações e capacidades da
sonda de perfuração e das necessidades e restrições hidráulicas dos equipamentos
de fundo de poço (broca, BHA).
Dentre os equipamentos da sonda que possuem limitações com relação à
pressão pode-se citar: bombas, linhas de alta pressão (swivel) e tubos de
perfuração (tamanho e tipo da conexão). Já os que apresentam limitações
relacionadas à vazão são: bombas (liners), peneiras, e linha de descarga (flowline).
Outro fator de extrema importância é a limpeza de poço, pois uma
deficiência na remoção dos cascalhos pode gerar problemas ao poço,
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principalmente quando direcional, tais como: redução da taxa de penetração,


desgaste da broca, aumento do ECD (que pode gerar perda de circulação e fratura
da formação), aumento do torque e arraste, prisão da coluna de perfuração, entre
outros.
Abaixo seguem detalhados os conceitos básicos relacionados à análise de
hidráulica e limpeza de poço. A metodologia de cálculo considerada pelo
aplicativo Wellplan, da empresa Landmark está detalhada no apêndice B.

4.1
Conceitos Básicos de Hidráulica

4.1.1
Hidráulica

Durante a operação de perfuração de um poço, o fluido percorre um extenso


caminho desde seu bombeio pelas linhas de superfície, passando pela coluna de
perfuração e espaço anular, até seu retorno nas peneiras. Durante sua passagem
por diversos equipamentos parte da energia cinética do fluido é dissipada
resultando em perdas de carga.
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Portanto, a hidráulica de perfuração necessária para deslocar o fluido ao


longo do sistema de circulação tem como principais aspectos a considerar em seu
projeto a vazão de fluido a ser bombeada, a velocidade anular e as pressões
necessárias para vencer as perdas de cargas existentes no sistema.
É importante relembrar que cada um dos parâmetros do programa hidráulico
mencionados acima tem a sua importância, isto é, a vazão de fluido quando baixa
pode acarretar em enceramento da broca, resultante da adesão de material argiloso
e plástico aos cones. Da mesma maneira, a velocidade anular tem de ser alta para
que possa remover eficientemente o material cortado, mas não tão alta a ponto de
erodir as paredes do poço. Somente a experiência numa determinada área poderá
dizer qual a velocidade anular necessária para o poço a ser perfurado. Por fim, não
havendo suficiente energia cinética, potência hidráulica ou força de impacto na
broca e velocidade de retorno compatível para remover os cascalhos do fundo do
poço (limpeza ineficiente), a taxa de penetração sofre uma redução, mesmo com
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maiores valores de peso sobre a broca, pois o material cortado permanece entre a
broca e a rocha, absorvendo grande parte da energia da ação dos dentes, que, ao
invés de agirem totalmente sobre a rocha virgem, tendem a retrabalhar o material
já cortado, até que, com a redução do tamanho das partículas, as mesmas possam
ser removidas pelo fluido. Devido a isto, surge a necessidade de manter longos
períodos de circulação antes da retirada da coluna.
Logo, em qualquer condição, é importante a elaboração de um programa
hidráulico adequado, visando obter o máximo rendimento da perfuração, pois uma
combinação errada dos fatores acima pode facilmente sobrecarregar as bombas de
lama. Tem-se que as teorias mais aceitas para otimização dos parâmetros
hidráulicos, a partir da pressão disponível na superfície, são:
• Máxima força de impacto do jato: a formação será melhor removida
debaixo da broca, quando a força dos jatos golpeando o fundo do poço
for a maior possível. Pode ser demonstrado matematicamente que essa
condição é obtida quando vazões e combinação de jatos são usadas de
forma que 48% da pressão disponível na superfície seja usada para
forçar o fluido através dos jatos;
• Máxima potência hidráulica: a formação será melhor removida se
desenvolvermos a maior potência hidráulica possível no fundo do
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poço. Neste caso, 65% da pressão disponível na superfície deve ser


usada para forçar o fluido através dos jatos da broca.

4.1.2
Limpeza de poço

A limpeza do poço é a operação de remoção dos cascalhos gerados pela


broca através do fluido de perfuração. Durante a perfuração, deve-se circular um
fluido com vazão suficiente para transportar os sólidos do fundo do poço, através
do espaço anular, até a superfície.
Como principais fatores que afetam a eficiência da limpeza do poço,
podemos citar:
• Rotação da coluna de perfuração;
• Taxa de penetração;
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• Vazão;
• Reologia e peso do fluido;
• Diâmetro, inclinação e estabilidade do poço;
• Diâmetro do tubo de perfuração;
• Washouts;
• Fluxo laminar ou turbulento;
• Tamanho e dispersão dos cascalhos;
• Percentual perfurado no modo orientado;
• Reciprocagem da coluna de perfuração.

O transporte de cascalhos não é usualmente um problema para poços


verticais, o que não é necessariamente a regra para poços direcionais. A figura 10
caracteriza o efeito da inclinação do poço associada à dificuldade de limpeza do
mesmo. De um modo geral, entende-se que o intervalo de 30 a 60 graus é aquele
que apresenta as maiores restrições de transporte de cascalhos, com maior
potencial de formação de leito de cascalhos, seja ele móvel ou fixo (pior caso).
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Dificuldade de Limpeza
I II IV
III

0 30 60 90
Inclinação (graus)

Figura 10: Dificuldade de limpeza x inclinação


Fonte: Machado (2002)

A literatura técnica estabelece três principais padrões de transporte de


cascalhos ao longo do anular, tendo cada faixa de inclinação do poço um regime
ou mecanismo de transporte preponderante. Para poços verticais e de baixa
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inclinação (0 a 45º), trechos I, II e III da figura 10, os cascalhos se apresentam


uniformemente distribuídos ao longo da seção transversal do anular, sendo o
transporte dos mesmos dado pela resultante da diferença entre densidade do fluido
e do cascalho atuando gravitacionalmente contra o fluxo ascendente (settling).
Para inclinações intermediárias (45 a 65º), trechos III e IV da figura 10, como o
ângulo de deposição/decantação dos cascalhos é em geral menor do que a
inclinação do poço, um leito fluidizado agitado se forma e os cascalhos são
preferencialmente transportados por levantamento (lifting). Para altas inclinações
(maiores que 65º), trecho IV da figura 10, os mecanismos preponderantes são o de
rolamento (rolling) e de ressalto (bounce) dos cascalhos ao longo da parede do
poço, sendo facilitado pelo uso de ferramentas do tipo Rotary Steerable, já que
evitam a interrupção da rotação da coluna para o ajuste direcional.
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Figura 11: Movimento dos cascalhos de acordo com a inclinação do poço


Fonte: K&M Technology Group (2003)

Para poços de alta inclinação a rotação da coluna de perfuração é um fator


de extrema importância para a eficiência da limpeza de poço. A rotação por si não
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é a responsável pela limpeza, mas juntamente com o efeito da viscosidade do


fluido de perfuração se torna uma poderosa ferramenta para recolocar os cascalhos
em suspensão, favorecendo seu carreamento até a superfície. Em poços de grande
diâmetro (9-7/8” a 17-1/2”) a limpeza do poço se torna bastante eficiente para os
intervalos de rotações da coluna de perfuração de 100 a 120 e 150 a 180 rpm
(K&M Technology Group).
Cada padrão de transporte tem sua velocidade crítica associada, e a grande
parte dos modelos mecanísticos estabelecidos na literatura técnica tem por base
esta premissa. Vazões de bombeio que resultem em uma velocidade de fluxo
anular inferior à velocidade crítica resultam em formação de leito de cascalhos na
parede do poço, sendo o mesmo móvel num primeiro momento e se tornando fixo
para vazões ainda inferiores.

4.1.3
Fluido de Perfuração e Reologia

Os fluidos de perfuração são classificados como fluidos não-newtonianos,


ou seja, a relação entre a tensão cisalhante e a taxa de cisalhamento não é
constante, considerando a pressão e a temperatura constantes e o escoamento
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laminar. Sua viscosidade não é única e varia com a magnitude da taxa de


cisalhamento (MACHADO, 2002).
Tem como principais objetivos:
• Fornecer pressão hidrostática;
• Manter a estabilidade do poço;
• Suspender os sólidos em condições estáticas;
• Transportar os cascalhos até a superfície;
• Esfriar a broca;
• Lubrificar a coluna de perfuração;
• Controlar a pressão da formação;
• Minimizar a perda de fluido para a formação;
• Minimizar os danos ao reservatório.

A reologia é a ciência que estuda como a matéria se deforma ou escoa,


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quando está submetida a esforços originados por forças externas.


Para o estudo de hidráulica de perfuração é preciso caracterizar a relação
tensão e deformação dos fluidos. Na indústria de petróleo existem três modelos
mais conhecidos que caracterizam esta relação (MACHADO, 2002). São eles:

• Bingham ou Plástico Ideal


Neste modelo os fluidos só entram em fluxo a partir do ponto em que a
tensão de cisalhamento for superior a um valor mínimo, conhecido como
limite de escoamento ( τ L ). Abaixo destas tensões o fluido comporta-se como
sólido ideal.
A equação abaixo define o modelo:
τ = μ p ⋅ γ + τ L para τ > τ L (1)

γ = 0 para τ < τ L (2)

Estes são os parâmetros reológicos que descrevem o modelo.


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• Potência
Este modelo não se aplica a todo e qualquer fluido, tampouco a todo
intervalo de taxa de cisalhamento, entretanto, um número razoável de fluidos
não newtonianos apresentam comportamento de potência para grandes
intervalos de taxa de cisalhamento.
Existem dois parâmetros que descrevem o modelo de potência:
o K é o índice de consistência, que representa o grau de resistência do fluido
diante do escoamento;
o n é índice de comportamento, que representa o grau de afastamento do
fluido em relação ao comportamento newtoniano ( n = 1 ).

Logo, a equação que representa este modelo é:


log(τ ) = log( K ) + n ⋅ log(γ ) (3)
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• Herschel Bulkley
Também conhecido como fluido de potência com limite de escoamento ou
fluido de potência modificado, possui três parâmetros reológicos que o
caracterizam. A equação que define este modelo é:
τ = K ⋅ (γ ) n + τ 0 para τ ≥ τ L (4)

γ = 0 para τ ≤ τ L (5)

Onde,
τ L = limite de escoamento, lb/100 pé2
τ 0 = limite de escoamento real, lb/100 pé2
K = índice de consistência, cp
μ p = viscosidade plástica, cp
γ = taxa de cisalhamento, sec-1

Os dados de viscosidade fann são obtidos a partir de ensaios com seis


rotações diferentes (600, 300, 200, 100, 6 e 3 rpm) e os seus correspondentes
registros da deflexão da mola. Os mesmos são realizados no viscosímetro com o
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objetivo de medir a viscosidade aparente e plástica e o limite de escoamento dos


fluidos de perfuração no campo.
Logo, o fluido de perfuração deve apresentar características reológicas de
um fluido não newtoniano, resultando em valores distintos nas seis rotações
testadas. Ao transportar os cascalhos desde o fundo do poço até a superfície, as
dimensões do anular, delimitadas pelo BHA/tubo de perfuração e pelo poço
aberto/ poço revestido/ riser, variam juntamente com o número de Reynolds (Re)
associado ao fluxo (normalmente se mantém a faixa do regime laminar).
Da mesma forma variam a temperatura e a pressão hidráulica ao longo do
anular. Neste sentido, ao percorrer toda a extensão do anular do poço, o fluido
deve apresentar (um intervalo de) viscosidade suficiente para sustentar e
transportar os sólidos perfurados.
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