Leia o texto
.J4 que assim 0 experimentais com tanto dano vosso, importa que daqui por diante sejais,
‘mais Republics e zelosos do bem comum, ¢ que este prevalega contra o apetite particular de
‘cada um, para que ndo suceda que, assim como hoje vemos a muitos de vis tZo diminuidos,
‘vos venhals a consumir de todo. Nao vos bastam tantos inimigos de fora e tantos perseguidores
5 to astutos e pertinazes, quantos s4o os pescadores, que nem de dia nem de noite deixam de
‘vos por em cerco e fazer guerra por tantos modos? Nao vedes que contra vos se emalham &
‘eniralham as redes; contra vis se tecem as nassas, contra vés se torcem as linhas, contra vos
‘se dobram e farpam os anzois, contra vés as fisgas © 05 arpdes? Nao vedes que contra vos até
‘as canas sao langas e as corligas armas ofensivas? Nao vos basta, pois, que tenhais tantos
10 € t8o armados inimigos de fora, sendo que também vos de vossas portas adentro 0 haveis
de ser mais crutis, perseguindo-vos com uma guerra mais que civil e comiendo-vos uns aos
‘outros? Cesse, cesse ja, im3os peixes, ¢ tenha fim algum dia esta to pemiciosa discérdia:
pois vos chamei e so's itmaos, lembrai-vos das obrigagdes deste nome. Nao estévels vos
‘muito quietos, muito pacificos e muito amigos todos, grandes e pequenos, quando vos pregava
15. $.Antnio? Pois continuai assim, e sereis felizes.
Padre Aris Vea, Samo de Santo Artin (ans pics) ¢ Seando da Sexagésina. ecto de Hagar Viera Mordes,
Notas
“+ ensinam (ina 7) ~ prendem em maha de rece; envedam,
*nagaze (nha 7)~sa008 de rede em quo ee facane 0 pale.
“+ Republica (nha 2) = desicados & causa pic
4. Explique 0 consalho do orador expresso no primero periodo do texto (linhas 1 a 4) @ relacione-o com o
sentido das interrogagSes retercas presentes nas linhas 4 a 12.
6. Justiique a evecacao da lenda de Santo Anténio, no contexto em que ocorre(inhas 13.2 16).
‘Topicos de resposta
[Na resposta, devem ser abordades o2 d8peto8 seguintes, ou outros iqualmente relevantes.
+ Explicago do conselho dado 20 auitério: © bem comum deve prevalecer sobre o interesse particular,
‘0 que garantra a unio @2 forga.
+ Relagdo entre 0 conselho do orador © 0 sentido das inferrogagées retéricas: por em evidéncia @
‘quantdade/diversidade de ameacas externas e internas (discbrdia, explorago dos mals racos) a que o
auditor estd sujeto,casondo siga o consetho.
Exemplo de resposta
[No priniéro,Periado do excerto, 0 orador adverte 0 seu audiério para a necessidade de colocar o bem
‘comum acima do interesse particular, de modo 2 melhor enfrentar as ameacas com que se depara.
‘Auauds das interrogagdes retéricas, 0s owintes so alertados para a quantidade de inimigos que,
_asluciosa'e persistentemente, os persequem @ para os varios perigos a que se expdem (os pescadores
‘Sempre prontos a pescd-los, as variadas artes de pesca...
(orador eubtina, deste modo, aimrescindibildade de, perante «tantos e tao armadas inimigos de fora
{linhas 9 € 10), 0 aucitério se uni, pondo fim &s discérsias, as lutas intemas e & exploraco dos mais
{racos - «uma guerra mais que civil ¢comendo-vos uns aos outros» (Iinhas 11 @ 12)
‘Nota Nao é obrigateris a apresentagio dectagtes, anda que estas gurem, atu istratvo, no exemeloderescosta,
© Vide Fatowes de desvalrizagto, no dominio da coregdo linguistic, dos ilens de construsSo ~ resposta restiia ©
extensa (94).‘Outra cousa muito geral, que néo tanto me desediica (1), quanto me lastima em muitos de
vs, 6 aquota tao notével ignorancia e cagueira que am todas as viagens experimentam os que
navegam para estas partes. Toma um homem do mar um anzol, atahe um pedago de pano
Ccortado © aberto em duas ou trés pontas, langa-o por um cabo delgado até tocar na agua, ©
‘em 0 vendo 0 peixe, atremete cego a ele € fica preso © boqueando, alé que, assim suspenso
no ar, ou langado no convés, acaba de morrer. Pode haver maior ignorancia e mais rematada
‘cegueira que esta? Enganados por um retalho de pano, perder a vida? Dir-me-eis que o mesmo
fazem os homens. Néo volo nego. Dé um exéreito batalha contra outro exérclto, metem-se os
homens pelas pontas dos piques (2), dos chugos (3) e das espadas, © porqué? Porque houve
‘quer os engodou (4) e Ihes fez isca com dols retalhos de pano. A valdade entre os vicios
6 0 pescador mais astuto © que mais facimente engana os homens. E que faz a vaidade?
Pe por isca nas pontas desses piques, desses chuvos e dessas espadas dois retalhos de pano, ou
branco, que se chama Habito (5) de Malta (6), ou verde, quo se chama de Avis (6), ou vermetho, que
‘chama de Cristo (6) ¢ de Santiago (6), ¢ os homens por chegarem a passar esse retaho de pano a0
peito, fo reparam em tragar @ engoli-o ferro. E depots disso que sucede? O mesmo que a vos. O
{que engolu ofero, ou ai, ou noutra caso cou morto; ¢ os mesmas retalhos de pano tomaram
‘outra vez a0 anzol para pescar outros.
Pate Ati Vera, Seo Serio Artin (os pais) ¢ Seno da Seregesie
4 16 pontos,
Para reacionar 0 comportamento dos peixes, descrilo entre as linhas 3 6, com as interrogagbes retoricas
presentes nas linhas 6 e 7, devem ser abordados os tépicos sequintes, ou outros iqualmente relevantes:
= 08 peixes,atraldos por «um pedago de panos (lishas 3-4), deixam-se faclimente enganar pelo khomem
do mar» linha 3) perdendo a vida:
~ as interogagées retéricas exprimem a critica severa ao comportamento dos peixes, na medida em que
acentuam a ideia de que # a ignordncia/a cegueira que os conduz a morte.
5. coun a a a a 16 pontos
Para explicar a crica que ¢ feita aos homens, inluindo os membros do cleo, @ parti da lina 7, dever
‘er abordados os tpicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
os homens (a semelhanga dos peises) so crticedos por se desxarem sedurir pelo vico da vaidadepor
‘se deixerem atrair por dois retalhos de pano> (inha 10). 0 que 0s conduz & mortelperdicso-
— 05 membros das ordens raligisas ¢ miltares (de Malia. de Avis, de Cristo © de Santiago) nto flcam
imunes & vaidade de ostentarem o hébito da respetiva ordem, o que acaba por os conduzir & mort.
6. vous evs sn 8 pontos
a) carremete cego» OU scego» OU earremete cego a ele» (linha 5}:
b) cdesses piques, desses chusos e dessas espadas» (linha 12) OU xou branco, que se chama Habito de
Moita, ou verde, que se chama de Avis, ou vermelho, que chama de Crisio e de Santiagon (inhas 13-14).Lola o texto. Se necessario, consulte as notas apresentadas a soguir 20 texto,
Falande dos pelxes, Aristételes diz que 84 eles, entre tados 08 animals, se nao domam
nem damesticam. Das animals terrestres, ¢ cha é tae damésticn, © cavalo tao sujelta, © bol tao
‘ervigal, 0 bugio (1)t40 amigo ou tao lisonjeio, ¢ até os loves € os tigres com arte ¢ beneticios
‘se amansam. Dos animais do ar, afora aquelas aves que se criam e vivem connosco, ©
apagalo nos fala, 0 rouxinol nos canta, 0 agor nos ajuda @ nos recrela; @ até as grandes
‘aves de rapina, encolhende as unhas, reconhecem a mao de quem recebem o sustento, Os
peeixes, pelo contratio, I se vivem nos seus mares ¢ ros, ld se mergulham nos seus pegos (2).
lise escondom nas suas grutas, © no hé nenfum to grande que se fle do homem, nem t80
equeno que ndo fuja dele. Os Autores comummente condenam esta condigdo dos peixes,
‘@ 2 deitam pouca docilidade ou demasiada bruteza; mas eu sou de mui diferente opinigo.
Nao condeno, antes louvo muito aos peixes este seu reliro, e me parece que, se ngo fora
nnalureza, era grande prudéncia, Peixes! Quanto mais longe dos homens, tanto melhor; trato
«© familaridade com eles, Deus vos livre! Se os animais da terra © do ar querem ser seus
‘familiares, fagam-no muito embora, ue com suas pensdes (3) 0 fazem. Cante-Jhes aos homens
‘© rouxinol, mas na sua gaiola; diga-hes ditos © papagaio, mas na sua cadeia; va com eles
‘A-caga 0 agor, mas nas suas piazes (4); faca-Ihes bufonerias (5) 0 bugia, mas no seu cepo:
‘contente-se 0 cao de les roer um sso, mas levado onde nao quer pela tela; preze-se o bol
‘de the chamarem fermoso ou fidalgo, mes cam o Juge sabre a cerviz (6), puxando pelo arade
pelo carro; glore-se 0 cavalo de mastigarfreios dourados, mas debalxo da vara e da espora:
‘2 86 08 tigres @ os ledes [hes comem a ragao da carne que nao cagaram nos bosques, sejam
Pesos @ encerrados com grades de ferro. E entretanto vbs, peixes, longe dos homens e fora
‘dessas cortesanias (7), vverels 86 convosco, sim, mas como peixe na daua, De casa e das‘4. «0s Autores comurmente condenam esta condigao dos peixes, e a deitam @ pouca dociidade ou
‘demasiada bruteza: mas eu sou de mul diferente opnigo.»
Justiique a opinizo de Vieira retatvamente 20s petxes, tondo em conta comparagao entree comportarento
dos peixes © 0 das outros animals (inhas 1 12)
'. «Poixes! Quanto mais ionge dos homens, tanto melhor; trato © familaridade com ales, Dous vos inal»
‘Comprove a pertingncia dos exemplos apresentados por Vieka (lias 14 a 21) para fundamentar este
‘conselho dado aos peixes.
66. Lola ac afrmacoes soguintes:
Um dos objets da oratria ¢ delectare, ou seja, agradar a0 auditvo; para o alcancar, nas inias 14 a
21, entre outtos processos, Vira socomre-se de uma construrdo na qual existe uma a)... que contvibui
para uma evidente ..b).... do discurso
‘Complete a alinea a) com uma das op¢oes da coluna Ie aalinea b) com uma das op¢oes da coluna I
Natotha de respostas, ragste apenas as letras @o nimero que comresponde 2 op¢ao selecionada em cada
um dos casos.
Coluna |
41. estrutura paralelistica ou simética
2. enumeragao de conselhos aos homens.
3. alternancia entre frases simples © complexas
4. sucesso de hipérboles
Coluna tt
4. plausibilidade
2. complexidade
3. descontinuidede:
4. musicalidade4 16 pontos
Deva ser abodes on pions seagull, ou tos gusimente evant:
~ ello do rar so comportement dos pees, que anti afsstados do homer, eveando, pot
‘essa raza, grande rine
~ constlagso de quo oiolamento dos petes os protege da infuéncia hunanaléa subjugerao humana,
‘so contra do que aonlece comes otis smal que, viedo juno do heme, se dam domasteat
(e soem devide a essa subjugayso).
8. vsousnnnsnnn
vinnie 16 POROS
Dever ser abordados os tpics seguntes, ou ourosiguamenterelevants:
~ os exemplos apresentamstuagoes do conhecimento goal, acment compceendidas, par fundarentar
‘© conselho do pregador (a distancia face aos homens é o que garante a liberdade aos peixes);
~ os exempos enfatzam adeia de quo os animals oeridos,apesar de aparentamente vvorembem junto
‘do homem, esto, rarealdade,pmvadoe da sun ibrdade (e so por eles exporaces).
Bsns
a) tb).[po1g, 1.8 fase]
B
Leia © texto seguinte. Em caso de necessidade, consulte
glossario apresentado a seguir ao texto.
Com os Voadores tenho também uma palavra, e no é pequena
a queixa. Dizei-me, Voadores, no vos fez Deus para peixes?
Pois porque vos meteis a ser aves? O mar fé-lo Deus para v6:
© ar para elas, Contentai-vos com o mar e com nadar, e néo
is,
olhai para as vossas espinhas ¢ para as vossas escamas, ©
queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos nao conhe
conhecereis que no sois ave, seno peixe, e ainda entre os
peixes no dos melhores. Dir-me-eis, Voador, que vos deu
Deus maiores barbatanas que aos outros do vosso tamanho.
Pois porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de
fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal, porque tantas vezes,
vos desengana o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os
outros peixes, @ por isso sois mais mofino que todos. Aos
outros peixes do alto, mata-os 0 anzol ou a fisga, a vés sem
fisga nem anzcl, mata-vos a vossa presungio e 0 vosso
capricho. Vai o navio navegando e o Marinheiro dormindo, ¢0
‘Yoador toca na vela ou na corda, e cai palpitando. Aos outros
peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao Voador mata-o a
vaidade de voar, ¢ a sua isea é o vento. Quanto melhor lhe fora
mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar por cima das
entenas e cair morto.glossirio
entenas — antena, verga fixa a um mastto na qual se prende uma vele
‘triangular ou vela latina,
rofino — infeliz, desgracado.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos
itens que se seguem.
4. Caracterize o tipo humano que o peixe voador simbeliza,
tendo por base o excerto transerito.
5. Explicite as consequéncias do comportamento do peixe
voador, fundamentando a resposta com citagies textuais
pertinentes.
Cenarios de resposta
4. O peixe voador simbeliza o homem ambicioso, que nao tem
consciéncia dos limites impostos pela sua natureza e pelas suas
capacidades. Para evidenciar esta caracteristica, o pregador faz
refergneia ao comportamento dos peixes voadores que, por
possuirem grandes barbatanas, agem como se fossem aves €
pudessem voar: «Dizei-me, Voadores, nao vos fez Deus para
peixes? Pois porque vos meteis a ser aves?» (Il. 1-2); «Pois
porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer
das barbatanas asas?» (II. 6-7).
5. A ineonseiéncia e a presungao do peixe voador fazem-no
correr riscos imiteis e graves, pois, para além de poder ser
vitima dos perigos do maz, ¢ vitima das velas e das cordas dos
navies, perigos do ar — «0 Voador toca na vela ou na corda, ¢
cai palpitando» (Il. 10-11). Assim, encontra frequentemente a
morte («Aos outros peixes mata-os a fome e engana-os a isea,
a0 Voador mata-o a vaidade de woar, e a sua isca é 0 vento.», Il
a-12).[Prova intermédia de 2014]
Leia o excerto seguinte, extraido do capitulo III do Sermao de
‘Santo Antonio (aos peixes), no qual o orador lonva as virtudes,
dos peines. Em caso de necessidade, consulte as notas e 0
gloss4rio aprasentados a seguir ao texto.
Passando dos da Escritura aos da Histéria natural, quem
‘havera que nao louve e admire muito a virtude tao celebrada da
Rémora? No dia de um Santo Menor, 0s peixes menores devem
preferir aos outros. Quem haver4, digo, que no admire a
virtude daquele peixezinho tio pequeno no corpo e tao grande
na forga e no poder, que, nao sendo maior de um palmo, se se
pega ao leme de uma Nau da india, apesar das velas e dos
ventos, ¢ de seu prépric peso e grandeza, a prende e amarra
mais que as mesmas ncoras, sem se poder mover, nem ir por
Gianto? Oh se houvera uma Rémora na terra, que tivesse tanta
forga como a do mar, que menos perigos haveria na vida, e que
menos naufragios no mundo! Se alguma Rémora houve na
terra, foia lingua de S. Anténio, na qual, como na Rémora, se
verifiea 0 verso de So Gregério Nazianzeno: Lingua quidem
parva est, sed viribus omnia vincit. O Apéstolo Santiago,
naquela sua eloquentissima Epistola, compara a lingua 2o leme
da Nau ¢ ao freio do cavalo. [ima ¢ outra comparacio juntas
declaram maravilhosamente a virtude da Rémora, a qual,
pegada ao leme da Nau, é freio da Nan eleme do leme. E tal foinaquela sua eloquentissima Epistola, compara a lingua ao leme
da Nau e ao freio do cavalo. Uma e outra comparacéo juntas
declaram maravilhcsamente a virtude da Rémora, a qual,
pegada ao leme da Nau, é freio da Nan eleme do leme. E tal foi
avirtude e forga da lingua de S. Anténio. O leme da natureza
humana é o alvedrio, o Piloto é a razio; mas quio poucas vezes
obedecem A razZo os impetos precipitados do alvedrio? Neste
Jeme, porém, tao desobediente e rebelde, mostrou a lingua de
Anténio quanta forca tinha, como Rémora, para domar e parar
a firia das paixdes humanas. Quantos, correndo Fortuna na
‘Nau Soberba, com as velas inchadas do vento e da mesma
soberba (que também é vento), se iam desfazer nos baixos, que
{4 rebentavam por proa, se a lingua de Anténio, como Rémora,
nAo tivesse mao no leme, até que as velas se amainassem, como
mandava a razZo, e cessasse a tempestade de fora e a de
dontro? Quantes, embareados na Nau Vinganga, com a
artilharia abocada e os bota-fogos acesos, corriam enfunados a
dar-se batalha, onde se queimariam on deitariam a pique, se a
Rémora da lingua de Anténio Ihe nao detivesse a firia, até que
composta a ira e édio, com bandeiras de paz se salvassem
amigavelmente? [...] Esta é a lingua, peixes, do vosso grande
pregador, que também foi Rémora vossa, enquanto o ouvistes;
e porque agora est4 muda (posto que ainda se conserva inteira)
se veem e choram na terra tantos naufrégios.
Padre Anténio Vieira, Serm@o de Santo Anténio (aos peives) ¢
Serm@o da Sevagésima, edigdo de Margarida Vieira Mendes,
Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 78-80glossario enotas
abocada (linha 21) - apontada,
alvedrio (inka 14) — live arbitrio, lberdade para tomar decisées.
Daisos (nha 19) - zona de mar ou rio onde a agua tem pouca profundidade,
‘bota-fogos (linha 22) - varetas com que o artilheiro ateava fogo a péllvora das
Dbocas de fogo.
enfunados (linha 22) — inchados, envaidecidos.
Epistola (linha 11) - Epistola de Sto Tiago, um dos livros do Novo
‘Testamento.
Eseritura (linha 1) - Biblia.
Lingua quidem parva est, sed viribus omnia vincit (isha 10) ~ express4o
latina que significa
.
‘posto que ainda se conserva inteira (iinha 26) - referéncia & ingua de Santo
Anténio, guardada como reliquia na basilica com o nome do santo, em
Padua.
Santo Menor (linha 2) referéacia ao facto de Santo Anténio pertencer &
ordem ée Sio Francisco,
‘So Greg6rio Nazianzeno (linha 10) —tedlogo e bispo cristo do séc. IV é.C.
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostasApresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas
aos itens que se seguem.
4. Releia 0 excerto desde o inieio até «por diante?» (linha 7).
Apresente cs tragoscaracterizadores da Rémora,
fundamentando a sua resposta com citagées do testo.
2. «Se alguma Rémora houve na terra, foi a lingua de S.
Anténio» (linhas 8 e 9). Explique a analogia entre a lingua de
Santo Anténioe a Rémora.
3g. Vieira recorre 4 representacao alegérica de determinados
pecades humanos. Explique de que modo os elementos
presentes na descriggo das naus (linhas 17 a 24) permitem
representar alguns desses pecados, bem como as sues
consequéncias.
Cendrios de resposta
4. A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se
enunciam, ou outros considerados relevantes.
De acordo com o contetido das linhas 1 a 7, a Rémora 6 um
peixe:
— de pequeno porte ~ «tio pequene no compo» (1. 4); «nfo
sendo maior de um palmo» (1. 4);
= detentor de muita forga ¢ muito poder, sendo capaz de
imobilizar uma nau — «tio grande na forga eno poder» (1. 4);
«se se pega ao leme de uma Nau da fndia [...] a prende e
amarra mais que as mesmas 4ncoras» (Il. 5-6).— detentor de muita forga ¢ muito poder, sendo capaz de
imobilizar uma nau — «to grande na forca e no poder> (1. 4);
«se se pega ao leme de uma Nau da India [...] a prende e
amarra mais que as mesmas ancoras» (Il. 5-6).
2. A analogia entre a lingua de Santo Anténio e a Rémora
constréi-se com base num elemento comum —a ideia de forcae
de poder, associada a humildade e pequenez do corpo. Assim:
— a Rémora, apesar de pequena, é capaz de imobilizar uma
nau, sendo «freio da Nau» (. 13), e de reorientar o seu trajeto,
sendo (1.13);
— a lingua de Santo Anténio, com o seu poder persuasivo, é
capaz de travar as paixdes humanas, orientando, segundo a
razio, as ages dos homens.
. Através da alegoria das naus, Vieira representa os pesados
da soberbae da vinganca:
— a Nau Soberba, manifestagéio de vaidade, arrogincia
altivez, 6 representada pelas avelas inchadas
do vento» (1. 18); a nau desfeita nos baixos representa a
inevitabilidade do desestre a que este pecado conduz;
— a Nau Vinganga, associada a guerra e A violénda, é
do vento» (|. 18); a nau desfeita nos baixos representa a
inevitabilidade do desastre a que este pecado conduz;
- a Nan Vinganga, associada a guerra e A viclénda, é
representada pela exibicio bélica (