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Memoria Descritiva

Este documento descreve o projeto de um Campus Universitário no concelho de Oeiras. O objetivo é criar um campus que promova a investigação e ensino em engenharia, de forma sustentável e integrada na comunidade. O campus inclui departamentos, biblioteca, residências estudantis, centro multiuso e centro de congressos. O projeto analisa o contexto do local e objetivos de sustentabilidade, integrando-se nas referências urbanas locais.

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Wilson Bengui
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Este documento descreve o projeto de um Campus Universitário no concelho de Oeiras. O objetivo é criar um campus que promova a investigação e ensino em engenharia, de forma sustentável e integrada na comunidade. O campus inclui departamentos, biblioteca, residências estudantis, centro multiuso e centro de congressos. O projeto analisa o contexto do local e objetivos de sustentabilidade, integrando-se nas referências urbanas locais.

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Campus do Ensino

Memória Descritiva de Processo Arquitetónico


João Luís Fernandes Cardoso

Orientador: Professor Miguel Amado


Júri
Presidente: Professor Manuel Correia Guedes
Orientador: Professor Miguel Amado
Vogal: Professor Vítor Carvalho Araújo

Junho 2019
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A todos os meus amigos e à minha família. Aos camaradas que acompanharam mais de perto
todo o processo. E claro, à Carolina.
Recorro ao clichê: eles sabem quem são.

Obrigado

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NOTA INTRODUTÓRIA

Documento este responsável pela base teórica que fundamenta o Projeto Final de Mestrado
Integrado em Arquitetura, cuja temática significa a oportunidade de pensar uma área baldia
encontrada no coração do concelho de Oeiras (junto ao existente Taguspark) e na possibilidade
de implantação e desenho de um Campus Universitário. Inicialmente é demonstrada uma
abordagem à escala urbana, com o propósito de adequada logística de um conjunto de
propósitos volumétricos que alberguem as instalações necessárias ao funcionamento do
campus. O programa contempla departamentos para dez cursos de engenharia e adequados
serviços, uma biblioteca com zonas de estudo, um centro multiusos e de exposições temporárias,
residências para os estudantes e docentes, uma interface de apoio ao transporte coletivo e, por
fim, um centro de congressos que inclua nas suas funções um auditório.
Pensada esta fase, é inaugurada uma aproximação a um dos edifícios, tendo, por base de
seleção, prioridades no foro pessoal e cumprimento de enunciado. O centro de congressos, pela
sua complexidade programática e liberdade, acolhe esta escolha, sendo mantidas, como
princípios projetuais, a fluidez de percurso e as suas, formalmente, intenções de percurso.
O processo, na sua totalidade, exigiu atender a preocupações ambientais, económicas e,
sobretudo, sociais. Pretendeu-se desenvolver capacidades básicas necessárias à intervenção
arquitetónica e a um entendimento alargado do território urbano, surgindo um investimento em
novas formas de intervenção e transformação através de um processo complexo, multifacetado
e numa perspetiva multidisciplinar. Um projeto de arquitetura que visa justificar a sua própria
elaboração.

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CONTEXTO FUNCIONAL

O concelho de Oeiras caracteriza-se pela sua crescente polarização tecnológica e


empreendorismo. A sua intenção de prosperidade económica é marcada pelo tecido
produtivo, onde se destaca a relevância das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação)
e um conjunto de empresas e instituições com especial foco na tecnologia, sendo inclusive
passíveis de destacar os parques tecnológicos mais preponderantes: o Arquiparque (Miraflores)
- abrange setores como farmacêutico, saúde, informática, financeiro, telecomunicações,
imobiliário, consultoria, eletrónica e cosmética; o Lagoas Park (Porto Salvo) – centro de negócios
que acolhe mais de cem empresas abrangendo a indústria alimentar, automóvel, banca,
construção, desporto, imobiliário, petróleo/gás, saúde e tecnologia, proporcionando, ainda,
infraestruturas públicas de desporto e lazer, um Centro de Congressos e um hotel; a Quinta da
Fonte (Paço de Arcos) – um parque de escritórios provido igualmente de infraestruturas e
espaços verdes, possibilitando o emprego a milhares de pessoas nos setores da banca,
biotecnologia, comércio de automóveis, construção civil, consultoria, design, farmacêutica,
gestão imobiliária, informática, obras públicas, publicidade, seguros, tecnologias de informação
e telecomunicações; e o Taguspark (Porto Salvo) – um parque de ciência e tecnologia com
cerca de 360 hectares, que integra também um núcleo universitário, destacando-se a
Universidade Técnica de Lisboa e o Instituto Superior Técnico, para além de um campo de golfe,
áreas de serviços e espaços comerciais. O complexo dispõe ainda de um núcleo central,
multifuncional que abarca um centro de congressos, o centro de telecomunicações avançadas,
a Taguspark SA e uma área de serviços de conveniência.

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O edifício escolar assume de crescente importância um lugar na comunidade, com uma posição
de destaque nos aglomerados urbanos, por isso, deve ser um espaço aprazível, funcional e
aberto à comunidade, onde todos os utilizadores que ali convivem, estudam e trabalham se
sintam confortáveis, bem-recebidos e em segurança. Nesse contexto, o desenvolvimento do
projeto de uma escola além de enquadrado por um determinado programa funcional, está
condicionado por indicadores dimensionais e pelo cumprimento de exigências legais
profundamente complexas.

Este conjunto de fatores, transversais a todas as fases de desenvolvimento, no seu conjunto


contribuíram para o resultado final de uma escola com adequadas condições de
funcionamento.

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O LUGAR
Território

A área de intervenção – zona norte do concelho de Oeiras, no distrito de Lisboa – ocupa,


aproximadamente, um total de 35 ha e apresenta um formato desenhado pelas limitações
impostas pela rede viária, limites das construções fabris pré-existentes e pela nova via – a norte –
que ladeia o lote a intervir. Toda a área a norte – ao qual a zona de intervenção também passa
a pertencer como propriedade, do chão se apodera o Taguspark (e os respetivos campos de
golfe) e o elemento SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), enquanto que, seguindo a
orientação cardial no sentido horário, mais recentemente se traçaram zonas habitacionais,
seguindo-se as novas instalações da EPAL (Empresa Portuguesa de Águas Livres, SA), e pré-
existências maioritariamente habitacionais.

Características das condições físico-ambientais

Declive: pelo declive acentuado em direção ao eixo viário principal pré-existente – a Estrada de
Paço de Arcos – e pelo início de uma linha de água, a drenagem natural das águas é feita pelos
caminhos pedonais projetados e com maior incidência nas vias na direção e no ponto mais
baixo do pendente. A absorção de água é facilitada, evitando o risco de inundações, tirando
partido das áreas de solo mais permeáveis.

Exposição Solar: na área de estudo verifica-se uma avantajada exposição solar, tanto a Oeste,
como a Este, como a Sul, sendo o declive inclusive virado “de costas” para norte.

Coberto vegetal: toda a área envolvente à área de intervenção peca por débil quantidade de
vegetação, sendo uma das intenções primeiras do projeto de criar zonas verdes, sendo os limites
criados de acordo com os usos do edificado e com as características biofísicas do terreno onde
se dá a plantação.

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Ruído: o Campus preocupa-se em prover o melhor isolamento acústico possível produzido pelo
tráfego rodoviário – tendo inclusive o princípio de abrandamento e de baixo fluxo de circulação
nos percursos criados onde é possível a distribuição rodoviária. Ainda assim, a via rápida
responsável pelo atravessamento transversal do território de Oeiras, compromete os níveis
intencionados de ruído, executando-se, na zona imediatamente vizinha à via, uma área do
parque com maior densidade arbórea. Derivado deste último agente provocador, o ruído varia
do exterior para o interior do Campus, tornando a restante área em tranquilidade e retiro onde
a qualidade do ambiente sonoro é melhor do que nas restantes áreas envolventes.

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OBJETIVOS

I.
Neste concelho, a investigação é uma área consolidada, mas ainda em franco
desenvolvimento, surtindo a intenção de - com o nascimento de um Campus de ensino, e, por
conseguinte, da potenciação dos setores da Engenharia e, simultaneamente, levantadas
questões apoiadas nas metodologias de ensino em acelerada mutação – tirar conclusões sobre
a melhor forma de aliar o conhecimento na sua base de passagem (o próprio ato de ensinar) e,
ao mesmo tempo, de apresentar infraestruturas que permitam, nas melhores condições,
providenciar um ambiente adequadamente propício à investigação e ao próprio ensino.
Procura-se intervir no espaço delimitado, prevendo o cruzar do próprio ensino tradicional –
entenda-se fechado e concorrido via sistema de concurso – com um sistema modernizado e,
por isso, também direcionado à restante comunidade. Um projeto que assume a abordagem de
poder ser, ele próprio, uma intervenção urbana em variados níveis.

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II.
A expansão urbana e o alargamento das zonas habitadas pouco densas são uma das principais
ameaças a um desenvolvimento territorial sustentável. Desta forma, ao longo do pensamento
crítico na elaboração do campus foram consideradas as referências urbanas locais, em termos
físicos e ambientais, e dando cumprimento aos planos municipais de ordenamento do território,
e, simultaneamente, avaliando as relações de proximidade entre os volumes (que dão origem a
percursos) e a envolvente.

Nos volumes residenciais recorre-se à utilização dos alinhamentos da habitação


adjacente pré-existente, dando origem a três volumes longitudinais.

A banda superior do campus – onde se insere o centro de congressos, a área


administrativa e o centro multiusos – relaciona-se, a uma escala mais afastada, com o
edifício do Tagus no que diz respeito à dimensão transversal, não se querendo impor
formalmente à pré-existência.

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METEDOLOGIA PROJETUAL

Apoiado neste último facto referido, surgem as linhas definidoras, a uma escala afastada, da
organização e volumetria dos espaços definidos.

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Os departamentos

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Desenvencilhados pelas linhas guia, surgem numa zona de menor acentuação do declive a
sudeste da área de intervenção. O seu assentar no terreno é feito de forma a perseguir a mínima
necessidade de impermeabilização do solo e, cada departamento, repetidamente, é rebaixado
um nível (1m), desde o mais cotado a baixo até ao topo. Entre volumes vive-se um ambiente
exterior coberto que tem o propósito de resolver os acessos verticais e horizontais na sua
totalidade: entre pisos, a relação entre a fila de departamentos e o restante campus e a relação
entre volumes, que intuem de acontecer de forma complexa, sendo, por exemplo, possível de
usufruto da cobertura de um departamento por parte do volume que o antecede a uma cota
mais elevada.

Surge, ainda, um espaço intersticial caracterizado por zonas de estadia e verdes. Funciona por
níveis lajados que decompõem o declive natural, desenhando-se percursos no desenrolar das
curvas de nível – fator influente na facilidade de percurso – que, não só conectam os
departamentos entre si, mas também providenciam a ligação à via pública (que acontece a
sul) mas também ao gesto volumétrico acima responsável por albergar programas de teor mais
público - referentes à área administrativa da universidade, o centro multiusos e o centro de
congressos.

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A praça
Chegamos à praça. Descanso topográfico responsável por grande fatia dos fluxos e,
simultaneamente, de libertar aso a modos de estada. Desta zona rompem acessos às duas áreas
funcionais anteriormente apresentadas, às duas vias que já incluem o tráfego automóvel e
ciclístico, e, a caminho da principal destas, à artéria vertical do campus. É deste ponto que se
constitui a principal ligação interina de atravessamento pedonal transversal ao declive, também
descoberta pelos eixos guia do projeto. A Alameda Central é ladeada por áreas ajardinadas e
diversos corredores pedonais que continuam a fazer a ligação entre a via principal e a zona dos
departamentos.

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Gesto volumétrico superior
Vive numa das zonas mais acidentadas topograficamente do interior do campus e, tirando
partido disso e já como propósito de distribuição de fluxos, os níveis dos pisos encontram a
topografia, adotando-se, em demonstração na escala adequada, o cobrimento das lajes por
parte das curvas de nível, tornando-se mais clara uma ligação à praça na zona inferior, a
promoção de fluxos laterais intrabanda num nível intermédio, e, ainda, o fluxo de chegada a
tardoz na parte superior.

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Residências
Os volumes residenciais nascem com recurso à utilização dos alinhamentos da habitação
adjacente pré-existente e os seus limites perimetrais surgem no seguimento da orientação de
fluxos (algo já utilizado anteriormente), dando origem a três volumes longitudinais. Acomodam-
se à topografia, sendo dispostos por níveis. Entre o superior – que se prevê para os docentes – e
os outros dois – para os estudantes, vive-se numa zona prevista à utilização, quando noturna,
exclusiva dos residentes. Um jardim, um espaço de convívio.
A própria vivência dentro de cada volume – que se distribui em dois pisos no volume de cima e
de baixo e em três no intermédio - assume-se como principalmente funcional, sendo, passível de
destaque, que no piso inferior, na fachada onde o declive prossegue a sua ascensão, temos um
muro de suporte que, por razões de espacialidade, providencia pátios.

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Biblioteca
Um volume que contribui para o preenchimento dos requisitos ao funcionamento adequado do
complexo universitário, dispondo-se transversalmente ao declive – a exceção. Internamente,
funciona em dois níveis, sendo o mais elevado dedicado a salas de estudo e open spaces, e o
segundo a uma sala de leitura e cafetaria que se vira para sudoeste e a uma paisagem
propositadamente natural que inclui um lago criado por aproveitamento da rede de linhas de
água. Na zona baixa encontramos uma zona artificialmente aplanada de chegada, de onde
rompem eixos de percurso.

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Mobilidade - Interface
A área de estudo carece de um acesso via transporte coletivo, transformando-se assim num dos
principais pontos a abordar à escala urbana. O Campus, enquanto espaço de reunião, quer
para o seu objetivo primeiro – o Ensino e atividades relacionadas com empreendorismo, quer
como espaço de lazer e fruição, não é suficientemente permeável por imposição do eixo viário
principal, que é responsável pela fragmentação do território, decompondo-o em duas
relevantes partes: por um lado, o Taguspark e uma zona habitacional mais recente (moradias
geminadas regulares), e, por outro, o SEF e o próprio Campus. Para vencer esta barreira, surge
uma plataforma de distribuição que se ergue 6 metros sobre a rotunda rodoviária, funcionando,
o seu desenho, como uma duplicação da forma da rotunda e das suas quatros vias de
distribuição, sofrendo uma rotação de 45 graus, libertando-se, assim, a ligação pedonal. Esta laje
de desbloqueamento servirá também como novo modo de acesso por transporte coletivo,
abordando-se uma paragem do reativado (intenção paralela) SATU (Serviço Automatizado de
Transporte Urbano), sofrendo um redesenho da linha anteriormente definida. A estrutura do
serviço de transporte desloca-se a uma altura, também, de seis metros acima do solo,
intercetando a interface criada. Na via rápida existente, mais a Sul, existe um viaduto de ligação
de trânsito entre as duas áreas já identificadas que são divididas pela via rápida, sendo por isso
alvo de restruturação ao nível logístico, para que seja assim facilitada a passagem do objeto
capacitado de transporte.

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Ainda no capítulo respeito à mobilidade, o Campus delimita-se pela via urbana arterial –
“caracterizada por interseções em nível, geralmente controladas por semáforo, com
acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais” - que faz a ligação da A5 à zona
norte de Oeiras; por duas vias coletoras (uma delas adicionada ao território e outra restruturada)
– “destinadas a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de
trânsito rápido ou arteriais”, e por uma via – também pertencente ao novo plano urbano – de
cariz local, “caracterizada por interceções em nível não semaforizadas, destinadas apenas ao
acesso local ou a áreas restritas”.

Em termos de estacionamento, a área de intervenção – para evitar ocupação abusiva dos


espaços, não aborda estacionamento à superfície – com exceção do arruamento local criado
nas imediações de construções pré-existentes a sudeste, optando-se por estacionamento
subterrâneo, sendo o acesso feito na via a norte, desenrolando-se o espaço sob a receção
pedonal de nível na zona topo do Campus – a praça.

Este conjunto de decisões procuram manter e sublinhar a ideia inicial do projeto – uma
intervenção numa área vasta que vence um grande desnível, intencionando-se
constantemente a criação arquitetónica – e entenda-se arquitetura como espaço imaginado
com o propósito último de utilidade. Paralelamente, e já referido, persegue a ideia de
intervenção mínima no ecossistema e de integração nesse mesmo.

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O EDIFÍCIO

Inserido na banda superior, no centro de congressos são vincadas as intenções projetuais do


plano mestre. Dando continuidade aos acessos verticais do parque de estacionamento que
funciona sob a praça, surge o primeiro piso. O piso da praça e do palco. Coberto pela laje do
piso superior, vive uma zona exterior servida por casas de banho e por uma cafetaria. Zona de
convívio que, consoante a intenção, se transforma numa plateia aquando da recolha dos
painéis – que, juntos, se assemelham a um elemento vertical fixo.

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O piso do auditório – o seguinte, insere-se na intenção de lateralidade, procurando a fluidez de
percursos e de acessos, sendo geradas duas zonas de receção e de estada nos extremos do
perímetro. É concretizada uma distinção de trajetos por recurso a dois elementos verticais fixos
que, neste caso, abraçam a estrutura mestre do edifício. Do lado exterior, um atravessamento
total longitudinal, enquanto que do lado interior se acede ao auditório. Quatro pontos de acesso
controlado seguido de uma rampa que vence um metro de altura, que confluem num corredor
de distribuição para os dois lances da plateia.
Dentro do auditório impôs-se versatilidade. Por um lado, tornou-se possível o fechamento da
plateia superior, e, por outro, teve-se em conta a distância do palco ao início da plateia, para
que a sala pudesse – e por estar inserida no contexto – ser utilizada como sala de cinema,
propondo-se uma tela de projeção recolhível. No nível inferior, acedemos a uma porta de
emergência com ligação direta ao exterior.

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O piso superior é definido pela sua ligação ao exterior na fachada a norte, respetiva resolução
de desníveis, e pelo albergo de salas de reunião e escritórios. Novamente, nos seus extremos,
temos zonas de receção e convívio, bem como distinções de percurso. Neste caso, do lado
interior é proporcionado um atravessamento total longitudinal ladeado pela parede fixa que
envolve a estrutura mestre e pelo seguimento envidraçado interrompido por caixilhos que
proporciona uma vista sobre a cobertura ajardinada do auditório. Do outro, é-nos provida a
experiência de um corredor interrompido de um dos lados pelos acessos às salas de reunião e
escritórios.

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Por fim, culminamos com um meio piso responsável pela restauração. Um local que surge isolado
devido à inclinação da cobertura, pontuando-se como espaço privilegiado hierarquicamente,
tanto ao nível da própria paisagem, como do ponto de vista formal.

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O interior do centro de congressos persegue vivências cruzadas. Com isto quer-se dizer, e
utilizando exemplos concretos, a circulação acompanhada de envidraçado no terceiro piso que
nos permite a comunicação visual de um lado ao outro dos limites do auditório; o mezanino
criado no piso da restauração que gera relações visuais entre esse piso e os fluxos do piso das
salas de reunião e escritórios; ou, como último acontecimento, no piso zero a tardoz – zona
maioritariamente de serviço – existir uma vivência exterior com comunicação vertical.

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A inclinação da cobertura – que também acontece noutros volumes – surge por dois motivos
principais: pela intenção de camuflagem, ou integração, na paisagem, que, na banda onde se
insere o centro de congressos, do lado oposto arranca do próprio solo – último volume este
dedicado ao centro multiusos e de exposições temporárias; e, simultaneamente, pela aplicação
de painéis solares nas coberturas mais avantajadas em exposição solar, abordando novamente
questões sustentáveis.

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MATERIALIDADE

Optou-se por uma metodologia construtiva que assenta sobre premissas eficientes. O corte
construtivo representa a maior unidade construtiva do centro de congressos.
Assente sobre o vigamento em madeira pertencente à estrutura mestre, os elementos horizontais
que permitem os fluxos surgem num sistema teto falso – estrutura – laje aligeirada pré-fabricada
em betão – e, assente em apoios flexíveis, o pavimento flutuante em madeira. As lajes paralelas
ao solo seguem esta lógica. Os elementos verticais, na sua maioria, integram a mesma ideia de
pré-fabricação. Os elementos em contacto com o terreno, tanto a laje do primeiro piso, a
parede mestre de contenção a tardoz e o piso subterrâneo nascem com recurso a métodos
tradicionais de construção in situ, que acabam por ser responsáveis pela ancoragem do edifício
no local, sendo os restantes elementos construtivos, ao limite conceptual, adicionados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta apresenta-se como um trabalho consolidado, consciente e informado, que dá


resposta à estratégia elaborada, ao programa e às necessidades do lugar, em concordância,
em tom de opinião pessoal, com as aspirações de prosperidade urbanísticas e sociais que se
encaram.

O Campus do Conhecimento assume-se como uma estrutura urbana delineada


simultaneamente como espaço público e privado, como elemento charneira entre dois mundos:
o Taguspark e a zona habitacional e o resto do concelho.

Espera-se que este projeto possa contribuir para questionar o futuro desta área, e,
paralelamente, demonstrar a minha capacidade de gerar arquitetura.

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BIBLIOGRAFIA

http://www.transitoideal.com/pt/artigo/3/pedestre/86/classificacao-das-vias

http://www.lavoremoveis.com/LAV/upload/temp/pagina/0ba869a0-18d9-4edf-a01e-
99ecc20abfdc.pdf

http://www.inr.pt/bibliopac/diplomas/dl_163_2006.htm

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