100% acharam este documento útil (1 voto)
77 visualizações20 páginas

Entrevista: Teoria da História e ChatGPT

Este documento apresenta uma entrevista realizada com o ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela Microsoft e OpenAI, sobre teoria da história. Na entrevista, o ChatGPT fornece definições concisas para "teoria da história", "objeto dos estudos em História" e "passado", demonstrando ter conhecimentos básicos sobre os principais conceitos da área.

Enviado por

cudoairo17
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
100% acharam este documento útil (1 voto)
77 visualizações20 páginas

Entrevista: Teoria da História e ChatGPT

Este documento apresenta uma entrevista realizada com o ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela Microsoft e OpenAI, sobre teoria da história. Na entrevista, o ChatGPT fornece definições concisas para "teoria da história", "objeto dos estudos em História" e "passado", demonstrando ter conhecimentos básicos sobre os principais conceitos da área.

Enviado por

cudoairo17
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 20

revista de teoria da história 26|1 2023

ENTREVISTA

JULIO BENTIVOGLIO
Universidade Federal do Espírito Santo
Vitoria | Espírito Santo | Brasil
[email protected]
orcid.org/0000-0002-7424-8733

CONVERSA SOBRE
TEORIA DA HISTÓRIA
COM O CHATGPT
Esta entrevista foi realizada em português, no dia 17 de
fevereiro de 2023, na página do portal OpenAI com o
ChatGPT – sigla de Chat Generative Pre-trained Transformer –
um chatbot anabolizado desenvolvido em parceria com a
Microsoft e que usa um mecanismo generativo capaz de
examinar extensos bancos de dados e dialogar em diferentes
línguas com os usuários. Chatbots são programas de
computador que interagem com usuários mediante regras e
frases pré-definidas existentes em um conjunto limitado de
dados, usados no atendimento de companhias telefônicas,
comércios e algumas empresas algum tempo. O ChatGPT,
entretanto, com seu sistema avançado de aprendizagem,
denominado GPT3, trouxe uma comunicação mais natural,
fluida e rápida. Ele é capaz de elaborar respostas longas
combinando informações variadas de forma mais criativa.
Ou seja, ele não recorta textos ou frases – como se os
plagiasse –; segundo seus criadores ele aprende e aperfeiçoa
suas respostas cada vez mais, criando uma versão própria
sobre assuntos variados. Lançado como protótipo em 30 de
novembro de 2022, tornou-se desde então uma sensação
pela qualidade de suas respostas, gerando um amplo debate
sobre seus usos, riscos e repercussão. Após seu lançamento,
em janeiro de 2023, o programa alcançou mais de 100
milhões de usuários e seu valor foi estimado em
aproximadamente 30 bilhões de dólares. Segundo seus
desenvolvedores, o ChatGPT é capaz ainda de ajustar suas
respostas com o perfil do usuário, facilitando a comunicação
e o entendimento. Foi com o intuito de conhecer suas
habilidades, que resolvi conhecer melhor esta ferramenta e
testar seus conhecimentos em Teoria da História.

316
revista de teoria da história 26|1 2023

O que é teoria da história?

ChatGPT: A teoria da história é um campo da filosofia1 que se dedica ao estudo


crítico e reflexivo das bases epistemológicas, metodológicas e conceituais da
história como disciplina acadêmica. Ela busca compreender como as pessoas
constroem narrativas históricas a partir de fatos e eventos passados, e como essas
narrativas são moldadas por diferentes perspectivas, interesses e valores.
A teoria da história explora questões como a natureza da evidência
histórica, os critérios para a seleção e interpretação de dados históricos, a relação
entre a história e a memória, a importância do contexto histórico e cultural na
compreensão do passado, entre outras.
Essa área de estudo tem se expandido significativamente nas últimas
décadas, com o surgimento de novas abordagens teóricas e metodológicas, como
a história cultural, a história das mentalidades, a história oral, a história das
mulheres, a história ambiental, entre outras. A teoria da história ajuda a tornar a
prática histórica mais reflexiva, crítica e consciente de suas próprias limitações e
possibilidades.

A teoria da história não é um campo autônomo do conhecimento histórico?

ChatGPT: A teoria da história não é considerada um campo autônomo, pois ela


não busca produzir novos conhecimentos históricos em si, mas sim analisar e
refletir sobre as questões teóricas e epistemológicas relacionadas à prática da
história como disciplina.2
A teoria da história é, portanto, uma disciplina reflexiva que busca entender
como a história é produzida, como são construídas as narrativas históricas e
como as práticas históricas se relacionam com as ciências humanas e sociais.
Essa área de estudo tem uma abordagem interdisciplinar, envolvendo a filosofia,
a sociologia, a antropologia, a literatura, entre outras áreas do conhecimento.
É importante ressaltar que a teoria da história não se separa da prática
histórica, pois ela se baseia em pesquisas empíricas e utiliza a análise de fontes
históricas para desenvolver suas reflexões teóricas. Dessa forma, a teoria da
história contribui para aprimorar e desenvolver a prática histórica, tornando-a
mais crítica, reflexiva e consciente de suas próprias limitações e possibilidades.

1 Penso que essa informação é problemática, tendo em vista que a disciplina e as pesquisas
em teoria da história estão hegemonicamente vinculadas ao campo da história em diferentes
países. Ainda que existam filósofos se dedicando a pensar a teoria da história e historiadores a
refletir a dimensão mais estritamente epistemológica da teoria da história, trata-se de um campo
vinculado à área de história e não à filosofia, pelo menos como podemos ver no trabalho de Jörn
Rüsen (2001) e (2015). Provavelmente o algoritmo tenha se baseado sobremaneira na experiência
anglo-saxã a este respeito.
2 Não deixa de ser uma caracterização questionável, pois, vários teóricos da história

discordariam dela. Como reflexão sugestão para pensar este ponto, é oportuno perguntar-se,
como Zoltán Boldizsár Simon (2019) se os teóricos da história têm uma teoria da história? De
fato, é uma questão provocativa.

317
revista de teoria da história 26|1 2023

Qual é o objeto dos estudos em História?

ChatGPT: O objeto dos estudos em História é o passado humano e suas


múltiplas dimensões.3 A história é uma disciplina que investiga os
acontecimentos, as práticas, as instituições, as ideias e as culturas que moldaram
as sociedades e as civilizações ao longo do tempo. Em outras palavras, a história
busca compreender como as pessoas viviam, pensavam, se organizavam e se
relacionavam em diferentes períodos e lugares.4
O objeto de estudo da história é amplo e diverso, abrangendo desde a
pré-história até a atualidade, e envolvendo diversas áreas temáticas, tais como a
história política, a história social, a história cultural, a história econômica, a
história das ciências e da tecnologia, entre outras.
O historiador utiliza fontes variadas para reconstruir o passado, como
documentos escritos, testemunhos orais, imagens, objetos, vestígios
arqueológicos, entre outros. A partir dessas fontes, o historiador busca
interpretar o passado e compreender as relações entre os diferentes eventos e
processos históricos, de forma a produzir conhecimentos sobre a história das
sociedades humanas.

Como podemos definir o passado?

ChatGPT: O passado pode ser definido como um período anterior ao presente5,


que abrange todos os eventos, práticas e ideias que ocorreram em tempos
anteriores. O passado é uma dimensão temporal que se refere ao que aconteceu
antes do momento presente. Ele é constituído por uma série de acontecimentos,
fatos e processos que ocorreram em épocas anteriores e que deixaram marcas e
consequências que podem ser estudadas e compreendidas pelos historiadores.
No entanto, é importante destacar que a definição do passado é relativa
e depende do ponto de vista do observador. O passado pode ser dividido em
diferentes períodos, dependendo da perspectiva que se adote e das escolhas que
se façam sobre quais fatos e processos são relevantes para determinada análise
histórica. Por exemplo, o período medieval pode ser definido de diferentes
maneiras, dependendo do critério temporal utilizado (por exemplo, século V ao
século XV) ou da ênfase temática adotada (por exemplo, a história política, a
história social, a história cultural).6

3 A inteligência artificial trouxe uma resposta bastante simplória. Há bastante tempo a história
estuda não só o passado, mas também o presente e até o futuro. Igualmente abarca novos objetos
que não somente o humano. Animais, plantas ou o clima, para citar alguns exemplos, podem ser
estudados historicamente. Algo que já havia sido sugerido, entre outros, por Droysen (2009),
Bernheim (2021), Michelet (1858), Bloch (2002), Nora (1978), Ewa Domanska (2013) e, mais
recentemente por Giorgio Agamben (2017), para citar apenas alguns nomes.
4 Uma resposta generalista, marcada por apontamentos convencionais e atualmente objeto

de questionamento e de novas proposições. Afinal a história, cada vez mais autorreflexiva, pode,
inclusive, estudar ela mesma, questionando seus limites e seu estatuto, como pode ser visto no
debate sobre a história indisciplinada (Cf.: Ávila 2020). Ademais, não por acaso houve
considerável incremento em estudos de história das ideias, história intelectual, história dos
conceitos ou história da historiografia, a título de alguns exemplos.
5 Definição semelhante encontramos em diversos autores e manuais de história, como Ernst

Bernheim (2021), Keith Jenkins (2004) ou Marc Bloch (2002), o que não significa que o algoritmo
tenha buscado dentro do texto de algum deles a resposta.
6 É interessante ver que o chatbot mencionou este aspecto relacionado à duração do passado

que o torna elástico em função de recortes e de compreensões históricas particulares. Nesta

318
revista de teoria da história 26|1 2023

Assim, a definição do passado é uma construção que depende da


perspectiva e das escolhas feitas pelo historiador ou pela sociedade em geral. O
passado é uma dimensão temporal que pode ser estudada e interpretada a partir
de diferentes ângulos e por meio de diferentes fontes e métodos.7

Esse caráter relativo, esse critério temporal ou esse ponto de vista histórico tem algo a ver com
o que entendemos por historicidade?

ChatGPT: Sim, o caráter relativo, o critério temporal e o ponto de vista histórico


estão relacionados ao conceito de historicidade. A historicidade se refere à ideia
de que tudo o que faz parte do passado é influenciado pelo contexto histórico
em que ocorreu, e que as interpretações do passado são moldadas pelas
perspectivas, valores e crenças dos sujeitos que realizam essas interpretações.
A historicidade implica que o passado não é um conjunto de fatos
objetivos e imutáveis, mas sim uma construção que depende da perspectiva e
dos valores dos observadores. Isso significa que as interpretações históricas são
relativas e estão sujeitas a revisões e reinterpretações à medida que novas fontes
são descobertas ou novas perspectivas são adotadas.
Além disso, a historicidade implica que o passado não pode ser
compreendido fora do contexto histórico em que ocorreu. Cada época tem suas
próprias características culturais, sociais, políticas e econômicas, que influenciam
as práticas, ideias e valores das pessoas que vivem nesse período. Portanto, é
preciso levar em conta o contexto histórico em que os eventos ocorreram para
compreender adequadamente o passado.
Em resumo, a historicidade implica que a interpretação do passado é
influenciada pela perspectiva e pelos valores dos observadores, e que o contexto
histórico em que os eventos ocorreram é fundamental para a compreensão do
passado.8

O que isso representa em termos científicos, sobre a possibilidade da história de analisar o


passado?

ChatGPT: A noção de historicidade e de relatividade do passado não implica


que a história seja uma ciência sem fundamentos ou que não possa alcançar um
conhecimento confiável sobre o passado. Ao contrário, a história é uma ciência
que se baseia em métodos e técnicas rigorosas para estudar o passado e
compreender as múltiplas dimensões das sociedades humanas.
A natureza relativa do passado e a influência do contexto histórico em
sua compreensão representam um desafio para a história, mas não invalidam a
possibilidade de produzir um conhecimento confiável sobre o passado. A

direção temos algumas obras que examinam em maior profundidade o problema, com destaque
para os recentes Salomon (2018) ou Pimenta (2021).
7 A resposta não explora a conexão e a contiguidade do passado com o presente, por

exemplo, tanto em fenômenos ou estruturas de longa duração (como o machismo ou a crença


cristã no divino), quanto em passados-presentes, seja em eventos traumáticos, seja em
fenômenos contemplados pelas pesquisas sobre a história do tempo presente. A este respeito
sugiro, especialmente, ver Lorenz & Bevernage 2013.
8 Não deixa, apesar de pequenos senões, de ser uma boa resposta para o problema da

historicidade e sua definição. Mais sobre isso ver Dosse, Delacroix & Garcia (2010) e Koselleck
(2006).

319
revista de teoria da história 26|1 2023

história se baseia em fontes variadas, que são analisadas crítica e rigorosamente


para verificar sua autenticidade e sua relevância para determinado tema ou
período histórico. Além disso, a história utiliza métodos de análise que permitem
compreender as relações entre os diferentes eventos e processos históricos, e
que possibilitam a elaboração de interpretações fundamentadas sobre o passado.
O fato de que as interpretações históricas são influenciadas pela
perspectiva e pelos valores dos historiadores não implica que essas
interpretações sejam subjetivas ou arbitrárias. Pelo contrário, a história se baseia
em um diálogo constante entre diferentes interpretações e perspectivas, o que
permite a construção de um conhecimento cada vez mais preciso e abrangente
sobre o passado.
Em resumo, a noção de historicidade e de relatividade do passado não
impede a possibilidade da história de analisar o passado. Pelo contrário, esses
conceitos representam um desafio para a história, mas também uma
oportunidade de produzir um conhecimento cada vez mais complexo e preciso
sobre as sociedades humanas ao longo do tempo.

Que métodos históricos você destacaria para uma investigação do passado?

ChatGPT: Existem diversos métodos e técnicas utilizados pela história para


investigar o passado. Aqui estão alguns métodos que podem ser destacados:9

1. Pesquisa em fontes primárias: a pesquisa em fontes primárias é uma das


principais atividades do historiador. Essas fontes podem incluir documentos
escritos, como cartas, diários, jornais, registros oficiais, entre outros, bem
como fontes orais, como depoimentos e entrevistas. O objetivo é acessar
informações originais e confiáveis sobre os eventos e processos históricos.
2. Análise crítica de fontes: uma vez coletadas as fontes, o historiador deve
analisá-las crítica e rigorosamente, verificando sua autenticidade, veracidade
e relevância para a pesquisa em questão. Essa análise inclui também uma
avaliação dos possíveis preconceitos e limitações das fontes.
3. Contextualização: a história enfatiza a importância do contexto histórico em
que os eventos ocorreram. Por isso, é importante situar os eventos e
processos em seu contexto histórico mais amplo, levando em conta as
condições sociais, culturais, econômicas e políticas em que eles se
desenvolveram.
4. Comparações: a história muitas vezes utiliza a comparação para investigar
semelhanças e diferenças entre sociedades, períodos históricos e eventos. A
comparação pode ajudar a identificar padrões, tendências e particularidades.
5. Periodização: a história utiliza períodos históricos para organizar e analisar o
tempo histórico. Esses períodos podem ser definidos por fatores políticos,
econômicos, culturais, sociais ou outros, e podem ser adaptados às
necessidades de cada pesquisa.10
9 A resposta não aprofunda diferentes caminhos ou ferramentas heurísticas de abordagem

das fontes históricas, ou na definição do método em relação às operações críticas voltadas para
o trabalho com as fontes. As tradicionais operações envolvendo heurística, crítica, interpretação
ou compreensão, síntese e exposição foram fixadas há bastante tempo, em manuais consagrados
como os de Bernheim (2021) publicado em 1889 ou o de Langlois e Seignobos de 1898, por
exemplo.
10 Falar em contextualizar e periodizar é enfatizar perspectiva contextualista demais para a

análise histórica. Com isso a análise passaria a depender dessas construções exteriores como se

320
revista de teoria da história 26|1 2023

6. Interpretação e narrativa: a história é uma ciência interpretativa que busca


compreender o passado por meio da elaboração de narrativas e
interpretações. O historiador deve selecionar, organizar e apresentar as
informações de forma clara e coerente, para que o leitor possa compreender
o sentido e o significado dos eventos e processos históricos.11

Esses são apenas alguns dos métodos utilizados pela história para
investigar o passado. A escolha dos métodos depende do objeto de pesquisa e
dos objetivos do historiador. O importante é que a pesquisa seja realizada com
rigor metodológico e crítico, buscando sempre um conhecimento mais preciso
e abrangente do passado.

O uso destes métodos garante objetividade no conhecimento produzido, ou mesmo assim há


subjetividade no trabalho dos historiadores?

ChatGPT: Embora os métodos utilizados pela história sejam fundamentais para


garantir a qualidade e a precisão do conhecimento produzido, é importante
lembrar que a história não é uma ciência exata e objetiva como a matemática ou
a física, por exemplo.12 Isso porque o passado não é diretamente acessível à
observação e experimentação, e o historiador trabalha com informações
fragmentárias e muitas vezes incompletas.
Assim, a interpretação é um aspecto central do trabalho do historiador,
e não é possível eliminar completamente a subjetividade do processo de
construção do conhecimento histórico. Os historiadores selecionam e
organizam as fontes, formulam hipóteses e interpretações, e constroem
narrativas a partir dessas interpretações. Cada historiador pode ter uma visão
diferente do mesmo evento ou período histórico, e é possível que haja
divergências e debates entre eles.
No entanto, isso não significa que a história seja uma ciência subjetiva e
arbitrária. Os historiadores são treinados em métodos rigorosos de pesquisa e
análise, e trabalham com fontes confiáveis e verificáveis. Eles buscam sempre
validar suas hipóteses e interpretações com base em evidências sólidas e
argumentos coerentes. Além disso, a história é uma ciência crítica e
autocorretiva, que está sempre revendo e questionando suas próprias
interpretações e narrativas à luz de novas evidências e perspectivas.

elas fossem uma moldura ou um grande quadro no qual historiadores e historiadoras conectam
os eventos sincrônica ou diacronicamente.
11 Essa definição pensa a divulgação histórica exclusivamente subsumida à narrativa

sobretudo textual, ao que parece. Mas há outras formas e linguagens que atualmente podem e
têm sido utilizada pelos profissionais da história, como em vídeos, ilustrações, memes, etc.
12 Pergunto-me o que exatamente seria essa definição de “ciência exata e objetiva” atribuída

à física ou à matemática. Imagino que esta distinção consagrada entre as ciências humanas e
naturais, que advém de textos clássicos, como a conferência de 1823 proferida por Humboldt
(2010) ou o livro de Dilthey (2010) cujo primeiro volume saiu em 1883, não deixa de ser
problemática, idealizando ou desconsiderando a intercorrência da subjetividade mesmo nas
ciências exatas. Qualquer ciência trabalha com informações incompletas e precisa isolar
fenômenos ou sistemas para conseguir produzir modelos explicativos de validade mais geral e
pode usar objetos não diretamente acessíveis à observação.

321
revista de teoria da história 26|1 2023

Em resumo, embora a subjetividade esteja presente no trabalho dos


historiadores, isso não significa que o conhecimento histórico seja totalmente
subjetivo e relativo. A história é uma ciência que busca produzir conhecimento
crítico, fundamentado em fontes confiáveis e argumentos coerentes, e que está
sempre aberta ao questionamento e ao diálogo.

Como evitar que interesses políticos, ideológicos ou mercadológicos interfiram na produção e


divulgação do conhecimento histórico?

ChatGPT: A produção e a divulgação do conhecimento histórico podem ser


influenciadas por interesses políticos, ideológicos ou mercadológicos de diversas
maneiras. Alguns exemplos incluem a seleção tendenciosa de fontes, a
manipulação de evidências, a distorção de fatos, a construção de narrativas
enviesadas, entre outras práticas que comprometem a objetividade e a qualidade
do conhecimento histórico produzido.
Para evitar que esses interesses interfiram na produção e divulgação do
conhecimento histórico, é importante que os historiadores e as instituições
responsáveis pela pesquisa e ensino da história adotem alguns princípios e
práticas éticas, tais como:

1. Independência e autonomia: os historiadores devem ter liberdade para


conduzir suas pesquisas e apresentar suas interpretações sem interferência
de pressões políticas, ideológicas ou mercadológicas.
2. Rigor metodológico: os historiadores devem seguir métodos científicos
rigorosos na coleta, seleção, organização e análise de fontes, a fim de
minimizar a subjetividade e a distorção de evidências.
3. Transparência e honestidade intelectual: os historiadores devem apresentar
claramente suas fontes, métodos, hipóteses e interpretações, e estar abertos
ao debate e à crítica.
4. Respeito à diversidade: os historiadores devem estar atentos à diversidade de
perspectivas, valores e experiências que existem na sociedade, e buscar
incluir e valorizar diferentes vozes e pontos de vista em suas pesquisas e
narrativas.
5. Compromisso com a verdade e a objetividade: os historiadores devem
buscar a verdade histórica com base em evidências sólidas e argumentos
coerentes, e não permitir que interesses políticos, ideológicos ou
mercadológicos comprometam a qualidade e a objetividade do
conhecimento produzido.13

Além disso, é importante que as instituições responsáveis pela pesquisa


e ensino da história, como universidades, museus, centros de pesquisa e
instituições de preservação do patrimônio, tenham autonomia e recursos
adequados para realizar seu trabalho com independência e qualidade. A
sociedade também deve valorizar a importância do conhecimento histórico para
a compreensão do presente e do futuro, e apoiar a produção e a divulgação de
uma história crítica e comprometida com a verdade e a diversidade.

13 Não resta dúvida de que aqui obteve-se uma resposta bastante satisfatória, atenta a muitas
dimensões do problema e com o encaminhamento de soluções ou alternativas para o equacionar
que são muito plausíveis e adequadas. Os debates sobre os usos do passado, sobre história
pública e a questão da divulgação histórica têm discutido muitos desses pontos. Nesta direção
ver, em especial, Almeida & Rovai (2011), Malerba (2021) ou ainda Boutier & Julia (1998).

322
revista de teoria da história 26|1 2023

Um pouco antes você mencionou contexto e fatos relacionando-os à pesquisa histórica. Como
definiria esses dois conceitos?

ChatGPT: O contexto e os fatos são conceitos fundamentais na pesquisa


histórica, pois permitem entender os eventos passados de maneira mais
completa e coerente.
O contexto se refere às circunstâncias e condições em que um evento ou
fenômeno ocorreu. Isso inclui aspectos como o ambiente social, político,
econômico, cultural e tecnológico em que os acontecimentos se desenrolaram.
Para compreender o contexto histórico, é preciso analisar as fontes disponíveis,
que podem incluir registros escritos, artefatos materiais, testemunhos orais, entre
outros.
Já os fatos históricos são eventos ou fenômenos que ocorreram no
passado e que podem ser identificados e descritos a partir das fontes disponíveis.
Os fatos históricos podem ser mais ou menos complexos, variando em escala,
duração e significado. Eles podem incluir desde eventos específicos, como uma
batalha ou uma revolução, até fenômenos mais amplos, como mudanças
econômicas, políticas ou culturais.14
Ao estudar o contexto e os fatos históricos, os historiadores buscam
construir uma narrativa coerente e plausível que explique as causas,
consequências e significados dos eventos passados. Esse processo envolve uma
seleção cuidadosa de fontes, a avaliação crítica de evidências e a elaboração de
interpretações que levem em conta as múltiplas perspectivas envolvidas.
É importante ressaltar que a interpretação dos fatos históricos pode
variar de acordo com as diferentes perspectivas dos historiadores, e que não há
uma única narrativa “verdadeira” ou objetiva da história. No entanto, a análise
cuidadosa do contexto e dos fatos históricos pode ajudar a compreender as
complexidades e nuances dos eventos passados, contribuindo para uma
compreensão mais profunda e crítica da história.

Isso significa que exista uma realidade exterior ou dada passível de ser encontrada de forma
precisa, independentemente das perspectivas ou pontos de vistas existentes nas fontes?

ChatGPT: Na pesquisa histórica, os historiadores buscam identificar e


descrever15 fatos e eventos que ocorreram no passado a partir das fontes
disponíveis. No entanto, é importante lembrar que essas fontes são, em si
mesmas, produtos de perspectivas e pontos de vista específicos, o que significa

14 A resposta simplificou bastante a questão tanto do contexto quanto, sobretudo, na

definição que escolheu para caracterizar o conceito de fato. Em ambos, não obstante, deixou de
considerar a intencionalidade ou as operações mobilizadas para a construção seja de contextos,
seja de fatos, afinal, eles são elaborações não raro posteriores e subjetivamente orientadas, como
aponta, por exemplo, a crítica de Keith Jenkins (2004). Reforçar a importância de contextos
como realidades em si também implica reforçar interpretações que podem ser marcadas por alto
teor de determinismo histórico.
15 Os dois verbos – identificar e descrever – não expressam corretamente o trabalho de

historiadores e historiadoras que vai muito além disso, pois, envolve interpretação, explicação e,
na melhor das hipóteses a compreensão do problema investigado. Na verdade, esse seria um
primeiro passo, no sentido humboldtiano, por exemplo, de encaminhar a pesquisa: encontrar e
descrever os fatos, organizando-os. Mas, disto resultaria um esqueleto da história, a ser
enfrentado no segundo passo do trabalho histórico: penetrar na vida interior e localizar os nexos
(Humboldt 2010).

323
revista de teoria da história 26|1 2023

que não há uma realidade exterior ou dada que possa ser encontrada de forma
precisa e objetiva.
As fontes históricas podem incluir documentos escritos, artefatos
materiais, registros orais e outras formas de evidência. Cada tipo de fonte tem
suas próprias limitações e pontos fortes, e todas elas devem ser analisadas
criticamente pelos historiadores para avaliar sua confiabilidade e relevância para
a pesquisa em questão.
Além disso, os historiadores devem levar em conta que a interpretação
dos fatos e eventos históricos pode variar de acordo com as diferentes
perspectivas dos indivíduos envolvidos, incluindo os próprios historiadores. Por
essa razão, é importante que os historiadores estejam conscientes de suas
próprias suposições e preconceitos, e que busquem construir narrativas
históricas que levem em conta múltiplas perspectivas e pontos de vista.
Dessa forma, embora não seja possível encontrar uma realidade exterior
ou dada de forma precisa e objetiva, é possível, por meio da análise crítica das
fontes e da consideração de múltiplas perspectivas, construir narrativas
históricas coerentes e plausíveis que nos ajudem a compreender o passado de
maneira mais profunda e crítica.

Pouco atrás falamos sobre o passado. E como podemos estudar o tempo na história, sobretudo,
pensando na relação passado-presente-futuro?

ChatGPT: O estudo do tempo é fundamental para a história, uma vez que essa
disciplina se dedica a compreender e interpretar eventos e processos que
ocorreram em um período anterior ao presente.16 A relação entre passado,
presente e futuro é um tema constante na pesquisa histórica, pois o passado
influencia o presente e o futuro, assim como o presente e o futuro afetam a
maneira como compreendemos e interpretamos o passado.
Uma das principais maneiras de estudar a relação entre passado, presente
e futuro na história é por meio da análise da continuidade e da mudança ao longo
do tempo. Através dessa análise, os historiadores podem identificar padrões e
tendências que se repetem ao longo do tempo, bem como eventos e
transformações que levam a mudanças significativas em uma sociedade ou
cultura.
Outra abordagem importante é a compreensão das diferentes
perspectivas temporais existentes no passado. Os indivíduos e grupos sociais no
passado tinham seus próprios modos de compreender o tempo e suas relações
com o passado, presente e futuro. É importante para o historiador levar em
conta essas perspectivas temporais distintas para uma compreensão mais precisa
do passado.17
A relação entre passado, presente e futuro também é importante na
medida em que as narrativas históricas são utilizadas para moldar a maneira
como entendemos e tomamos decisões no presente e no futuro. As narrativas
históricas podem ser usadas para legitimar ou contestar políticas, justificar ou
questionar identidades culturais e sociais, entre outras questões importantes.

16 Mais uma vez é uma definição restritiva, como se apenas o passado pudesse ser objeto de
estudo por parte da história, mas não o presente. A este respeito ver, em especial, Rousso (2016)
e Delgado & Ferreira (2003).
17 Eu diria não exatamente do passado, mas do tempo ou da própria temporalidade. Uma

boa reflexão a este respeito pode ser encontrada em Huyssen (2004).

324
revista de teoria da história 26|1 2023

Por fim, é importante lembrar que o estudo do tempo na história não é


apenas uma questão de identificar fatos e eventos que ocorreram no passado.
Os historiadores também estão preocupados em compreender como as pessoas
no passado experimentaram e interpretaram o tempo e como essas experiências
e interpretações afetaram suas vidas e seus mundos sociais, culturais e políticos.18

Certo. Fala-se muito, no Brasil, que o brasileiro não tem memória, que o brasileiro não se
interessa pela história. Como vê estas duas afirmativas?

ChatGPT: A afirmação de que o brasileiro não tem memória ou não se interessa


pela história é uma generalização que não reflete a diversidade de atitudes e
comportamentos em relação à história no país. Embora haja indivíduos que não
se interessem pela história, também há muitas pessoas e grupos que valorizam e
se dedicam ao estudo e preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro.
É importante ressaltar que o Brasil é um país com uma história rica e
complexa, marcada por conflitos, desigualdades e lutas por direitos e justiça
social. Em muitos casos, a falta de interesse pela história pode estar relacionada
à falta de acesso a informações e recursos educacionais que permitam uma
compreensão mais ampla e crítica da história brasileira.
Além disso, a história também pode ser vista como uma disciplina
distante das preocupações cotidianas e práticas da população, o que pode levar
a uma percepção de que o estudo da história não é relevante ou útil. No entanto,
a história é fundamental para a compreensão do presente e para a construção de
uma sociedade mais justa e democrática, uma vez que permite a reflexão sobre
a origem e a evolução de fenômenos sociais, culturais e políticos, além de auxiliar
na formulação de políticas públicas e no fortalecimento da cidadania.
Assim, a afirmação de que o brasileiro não tem memória ou não se
interessa pela história não é totalmente precisa, e deve ser entendida dentro de
um contexto mais amplo de desigualdades, desinformação e falta de acesso a
recursos educacionais e culturais. É importante incentivar e promover o estudo
e a valorização da história no país, como forma de construir uma sociedade mais
justa, democrática e consciente de seu passado e presente.19

Que tipo de iniciativas poderiam ampliar o interesse histórico na população brasileira?

ChatGPT: Existem diversas iniciativas que podem contribuir para ampliar o


interesse histórico na população brasileira. Algumas delas incluem:

1. Investimento em educação: a formação de professores qualificados, a


disponibilidade de recursos didáticos e o acesso à educação em todos os
níveis são fundamentais para a difusão do conhecimento histórico.

18 Entre outras coisas, faltou sublinhar como estas perspectivas e dinâmicas temporais

permitem falar em tempos da história, no plural, destacando sua diversidade e sua complexidade.
Além disso faltou discorrer sobre modos e ritmos da experiência temporal na atualidade. Há
duas obras que trazem contribuições muito significativas nesta direção: Turin (2019) e Araujo &
Pereira (2022).
19 Neste ponto destaco como os elementos escolhidos pelo algoritmo foram levantados com

precisão, não perdendo de vista aspectos importantes da questão em sua resposta. Os


argumentos usados também me pareceram bastante adequados.

325
revista de teoria da história 26|1 2023

2. Democratização do acesso aos bens culturais: o acesso a museus, arquivos,


bibliotecas e patrimônios históricos deve ser garantido a toda a população, a
fim de que as pessoas possam conhecer e se apropriar de sua própria história.
3. Promoção de atividades culturais: a realização de eventos, exposições,
palestras e outras atividades culturais que abordem a história de forma
acessível e interativa pode ajudar a despertar o interesse das pessoas pela
disciplina.
4. Estímulo à pesquisa: a produção de conhecimento histórico é fundamental
para o avanço da disciplina e para a difusão do conhecimento. É importante
incentivar a realização de pesquisas e a formação de novos pesquisadores.
5. Valorização do patrimônio cultural: a preservação e valorização do
patrimônio histórico e cultural do país é fundamental para a construção de
uma identidade nacional e para a valorização da história brasileira.
6. Abertura ao diálogo: a história é uma disciplina que envolve diferentes
perspectivas e interpretações. É importante que haja um ambiente de diálogo
e debate, no qual diferentes pontos de vista possam ser expressos e
discutidos.

Essas são apenas algumas das iniciativas que podem ser adotadas para
ampliar o interesse histórico na população brasileira. É importante ressaltar que
a valorização da história não se resume apenas ao conhecimento do passado,
mas também é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa,
democrática e consciente de seus direitos e deveres.20

Pensando em duas formas importantes da divulgação histórica – impressa nos livros e digital
em sites, páginas e canais – como se defender das informações falsas, do negacionismo ou do
relativismo?

ChatGPT: A disseminação de informações falsas, o negacionismo e o


relativismo são desafios para a divulgação histórica tanto em livros impressos
quanto em meios digitais. Algumas medidas que podem ser adotadas para
enfrentar esses problemas incluem:

1. Valorização do método científico: a história é uma disciplina científica e,


como tal, requer a utilização de métodos e técnicas específicas para a coleta
e análise de informações. É importante valorizar e difundir a utilização
desses métodos para garantir a qualidade das informações divulgadas.
2. Checagem de fontes: é fundamental verificar a veracidade das fontes
utilizadas na produção de informações históricas. Isso significa analisar a
credibilidade das fontes e avaliar sua consistência com outras fontes e
evidências disponíveis.
3. Promoção do pensamento crítico: é importante incentivar o
desenvolvimento do pensamento crítico na população, para que as pessoas
sejam capazes de avaliar e interpretar informações históricas de forma
consciente e responsável.

20 Outra boa resposta, pois, depois de elencar propostas consistentes de valorização do

conhecimento histórico, sublinhou sua utilidade prática na construção da cidadania que nos
remete ao sentido ético do trabalho histórico que deve combater usos impróprios ou falsificações
do passado. Ver a este respeito Avelar & Valim (2021).

326
revista de teoria da história 26|1 2023

4. Diálogo e debate: o diálogo e o debate são importantes para a construção de


um entendimento compartilhado sobre a história. É importante promover
espaços de discussão nos quais diferentes pontos de vista possam ser
expressos e debatidos.
5. Educação: a educação é uma das ferramentas mais importantes para
combater a disseminação de informações falsas, o negacionismo e o
relativismo. É fundamental investir na formação de professores capacitados
e na elaboração de materiais didáticos que valorizem o método científico e
o pensamento crítico.
6. Criação de plataformas de confiança: é importante que as informações
históricas sejam divulgadas em plataformas de confiança, que tenham um
compromisso com a veracidade das informações e com a promoção do
pensamento crítico.

Essas são algumas medidas que podem ser adotadas para enfrentar os
desafios da disseminação de informações falsas, do negacionismo e do
relativismo na divulgação histórica. É importante ressaltar que esses problemas
não são exclusivos da história e que a luta contra a desinformação é uma tarefa
de toda a sociedade.

Para quem queira conhecer melhor a teoria da história e algumas destas questões sobre as quais
falamos, que autores ou obras recomendaria?

ChatGPT: Há uma grande variedade de autores e obras que abordam a teoria da


história e as questões que discutimos. Aqui estão algumas recomendações:21

1. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX de Hayden White: nesta


obra, White explora a natureza da escrita da história e questiona a ideia de
que a história pode ser uma narrativa objetiva.
2. A estrutura das revoluções científicas de Thomas Kuhn: embora seja um livro
sobre a história da ciência, a obra de Kuhn apresenta uma teoria da mudança
paradigmática que pode ser aplicada à história.
3. Apologia da História ou o ofício do historiador de Marc Bloch: nesta obra, Bloch
discute o trabalho do historiador, incluindo a importância da crítica de fontes
e da análise histórica.
4. O que é História? de Edward Hallett Carr: neste livro, Carr argumenta que a
história não é uma narrativa objetiva, mas sim uma interpretação do passado.
5. História e verdade de Paul Veyne: neste livro, Veyne aborda a questão da
objetividade na escrita da história e argumenta que a história é uma
interpretação subjetiva do passado.22

21 Aqui seria importante analisar melhor as escolhas do algoritmo. Por que exatamente estes
autores e não outros? Um exercício interessante seria pedir a outros historiadores e outras
historiadoras que fizessem a mesma pergunta ao ChatGPT e comparar as respostas.
22 Um erro crasso da plataforma. Paul Veyne não redigiu este livro. A Inteligência Artificial

deu uma informação errada. Seguramente ela se refere a outro livro daquele autor: Como se escreve
a história (Veyne 2008). História e verdade, em inglês History and Truth é título de dois livros
consagrados: um publicado por Adam Schaff (1976) e outro por Paul Ricoeur (2007).

327
revista de teoria da história 26|1 2023

6. A ordem do tempo de Carlo Rovelli: nesta obra, Rovelli discute a natureza do


tempo e como nossa compreensão do tempo afeta nossa compreensão da
história.23
Essas são apenas algumas recomendações de autores e obras que podem
ser úteis para quem deseja conhecer mais sobre a teoria da história e as questões
relacionadas. É importante lembrar que a lista é extensa e que há muitos outros
autores e obras que também são relevantes.

Atualmente tenho alunos usando obras literárias como fontes históricas. Que tipo de
apontamentos faria para o uso de narrativas ficcionais em pesquisas históricas? Poderia dar
algum exemplo nessa direção?

ChatGPT: O uso de obras literárias como fontes históricas pode ser muito
interessante, mas é importante levar em consideração algumas questões. Aqui
estão algumas orientações para o uso de narrativas ficcionais em pesquisas
históricas:

1. Contextualização: é importante contextualizar a obra literária em seu tempo


e lugar, bem como considerar o gênero literário em que a obra se insere. Por
exemplo, um romance histórico pode ser útil para entender como uma
determinada época foi percebida por seus contemporâneos, mas não deve
ser tomado como um retrato preciso da história.
2. Análise crítica: assim como com outras fontes históricas, é importante fazer
uma análise crítica da obra literária. Isso inclui questionar as intenções do
autor, examinar as suposições subjacentes à narrativa e avaliar a precisão
histórica da obra.
3. Complementaridade: obras literárias podem ser usadas em conjunto com
outras fontes históricas para fornecer uma compreensão mais completa de
um período ou evento histórico. Por exemplo, um romance pode ajudar a
iluminar os aspectos emocionais ou psicológicos de um evento, enquanto
fontes primárias, como cartas ou diários, podem fornecer informações mais
precisas sobre o que realmente aconteceu.
4. Consciência dos limites: é importante reconhecer que as obras literárias têm
limitações como fontes históricas. Por exemplo, um romance pode ser útil
para entender a perspectiva de um personagem em particular, mas pode não
refletir a perspectiva de outras pessoas envolvidas no evento.

23 Este talvez não seja um dos melhores livros ou autores sobre a questão. De todo modo,

todos nomes mencionados nos dão pistas sobre o algoritmo: os títulos indicados estavam entre
aspas e como as primeiras palavras vinham em letra maiúscula, tal como na referência americana
e não segundo a norma brasileira, suponho que a base mais elementar para as respostas vieram
de bancos de dados em inglês. Embora esta entrevista tenha sido realizada em língua portuguesa
provavelmente o ChatGPT estava pensando em inglês. Não obstante, as respostas vieram em um
português bem redigido e desprovido de erros gramaticais ou ortográficos. Voltando à escolha
de Rovelli; publicado em inglês por uma editora pequena em 2019, provavelmente o algoritmo
encontrou esta publicação recente, que tinha boa quantidade de downloads e avaliações no Kindle,
aliando isso à existência de muitas resenhas positivas de jornais e revistas importantes como
Time, Guardian, Washington Post, Wall Street Journal, Financial Times, Nature ou Science Magazine.
Talvez isso tenha pautado esta escolha. Seria necessária pesquisa mais detida para compreender
melhor a escolha. Outro destaque que eu faria: ausência de autoras ou historiadoras no rol das
recomendações.

328
revista de teoria da história 26|1 2023

Um exemplo de uso de uma obra literária como fonte histórica é o


romance Budapeste, de Chico Buarque. Embora seja um romance ficcional, a obra
apresenta informações históricas precisas sobre a Hungria durante o período de
transição do comunismo para a democracia nos anos 1980 e 1990. O romance
oferece uma perspectiva emocional sobre as mudanças políticas na Hungria e
pode ser usado em conjunto com outras fontes para fornecer uma compreensão
mais completa daquele período histórico.

Perfeito. Há um grande crescimento na pesquisa histórica recente de estudos marcados por


recortes analíticos de gênero, ideologia e etnia, particularmente no Brasil. Como analisa esse
perfil da historiografia atual?

ChatGPT: O perfil da historiografia atual, que inclui estudos com recortes


analíticos de gênero, ideologia e etnia, é extremamente importante para a
produção de um conhecimento histórico mais plural, diverso e inclusivo. Afinal,
a história não pode ser reduzida a um relato neutro e objetivo dos fatos, mas é
construída a partir de perspectivas e experiências diversas, que devem ser
consideradas e valorizadas.24
A incorporação desses recortes analíticos permite a identificação e
análise de aspectos históricos que antes passavam despercebidos ou eram
negligenciados, como, por exemplo, as experiências de grupos sociais
historicamente marginalizados. Além disso, contribui para o desenvolvimento
de uma abordagem crítica da história, que busca compreender os processos
sociais e políticos que moldaram e continuam a moldar as relações de poder na
sociedade.
No caso do Brasil, em particular, esses estudos são fundamentais para a
compreensão da formação do país e de suas diversas dinâmicas sociais e
culturais. O país é marcado por uma história de exclusão e desigualdades, que
somente podem ser compreendidas a partir de uma análise cuidadosa das
interações entre gênero, ideologia e etnia, entre outros aspectos.
No entanto, é importante ressaltar que a inclusão desses recortes
analíticos na pesquisa histórica não deve ser vista como uma forma de
fragmentar ou segmentar a história, mas sim como uma forma de enriquecê-la e
torná-la mais abrangente e reflexiva.

O historiador François Dosse viu com reservas o processo de fragmentação da História. Como
se trata de um movimento sem retorno e em expansão, isso significa o fim das grandes sínteses
ou das histórias mais globais, universais?

ChatGPT: O processo de fragmentação da História em estudos com recortes


analíticos específicos, como gênero, etnia e ideologia, não necessariamente
significa o fim das grandes sínteses ou das histórias mais globais e universais.
Pelo contrário, a inclusão desses recortes pode enriquecer e ampliar essas
sínteses, ao permitir uma compreensão mais completa e complexa dos processos
históricos.

24 Não deixa de ser uma excelente resposta. Uma declaração de guerra à história única e ao

mesmo tempo uma expressão da importância da pluralidade no universo da pesquisa histórica.


Sobre estas novas tendências e recortes ver Bentivoglio & Avelar (2019) ou ainda Oliveira (2018).

329
revista de teoria da história 26|1 2023

François Dosse, assim como outros historiadores, pode ter visto com
reservas esse processo de fragmentação da História por conta de possíveis
excessos ou desvios em relação ao rigor metodológico e à precisão factual.25 No
entanto, é importante lembrar que o uso desses recortes analíticos não deve ser
visto como um fim em si mesmo, mas sim como uma ferramenta para a
construção de uma história mais plural e inclusiva.
As grandes sínteses e histórias globais e universais ainda têm um papel
importante na compreensão da história, desde que sejam construídas a partir de
uma abordagem crítica e reflexiva que leve em consideração a diversidade de
experiências e perspectivas. Nesse sentido, a fragmentação da História em
estudos mais específicos pode ser vista como uma oportunidade para ampliar e
enriquecer essas grandes narrativas históricas, em vez de substituí-las.

Você mencionou Hayden White, cujo livro Meta-história completará 50 anos de publicação
neste ano de 2023. O que poderia nos falar sobre a nova filosofia da história que ele inaugurou?

ChatGPT: Hayden White é conhecido por sua abordagem pós-moderna26 da


teoria da história, que busca questionar e desafiar as noções tradicionais de
história como uma disciplina objetiva e imparcial. Em sua obra Meta-história, ele
argumenta que a escrita da história é um ato narrativo e retórico, e que os
historiadores não podem escapar de suas próprias perspectivas e ideologias ao
analisar o passado.
White introduziu o conceito de “narratividade” na teoria da história, que
enfatiza a natureza narrativa da história. Ele argumenta que os historiadores
criam histórias baseadas em estruturas narrativas e que a história é, em última
análise, uma forma de ficção baseada em fatos. Essa abordagem desafia a noção
tradicional de história como um registro objetivo e imparcial do passado.
White também argumentou que a história é uma forma de discurso e que
os historiadores usam a linguagem e a retórica para moldar a interpretação do
passado. Ele enfatizou a importância de analisar o discurso histórico e o uso de
tropos, ou figuras de linguagem, pelos historiadores.
Em resumo, a abordagem de Hayden White questiona a noção
tradicional de história como uma disciplina objetiva e imparcial, enfatizando a
importância da narratividade e do discurso na criação de histórias. Sua obra tem
sido influente na teoria da história e na historiografia pós-moderna.

25 A Inteligência Artificial evitou entrar no mérito da discussão sobre o livro de François

Dosse (1992), derivado de um ensaio publicado no Politique Hebdo em 1974 no qual questionava
a reflexão metodológica e epistemológica na historiografia francesa devido aos ataques e à crise
de hegemonia dos Annales vividas a partir dos anos 1980.
26 Essa caracterização não deixa de ter problemas, afinal, o conceito de pós-modernidade

opera em uma clivagem confusa junto à comunidade historiadora, sobretudo no Brasil. Ademais,
enquadrar a perspectiva formalista e racional de White na agenda do pós-estruturalismo que
coloca em questão referente e referência não é algo que aquele historiador norte-americano fez
ou defendeu. Em resumo, chamar Hayden White de pós-moderno é bastante controverso. Mais
a esse respeito ver: Paul (2011), Domanska (1998), Bentivoglio & Tosi (2017).

330
revista de teoria da história 26|1 2023

E como avaliar esse teor ficcional ou essa ficcionalidade no interior das narrativas históricas?

ChatGPT: A questão da ficcionalidade na narrativa histórica é um tema


complexo e controverso. Alguns autores argumentam que a história é, por
natureza, uma narrativa ficcional, uma vez que os historiadores selecionam e
organizam os fatos de acordo com uma determinada perspectiva ou
interpretação. Essa abordagem vê a história como uma forma de arte, em que o
historiador é um narrador que utiliza técnicas literárias para produzir uma
narrativa cativante e envolvente.27
Outros autores, porém, criticam essa abordagem, argumentando que a
ficcionalidade na história pode comprometer a veracidade dos fatos e distorcer
a compreensão do passado. Eles defendem uma abordagem mais objetiva e
científica, em que o historiador busca registrar os fatos de forma precisa e
imparcial, sem inserir elementos fictícios ou distorcer a narrativa.28
De maneira geral, a ficcionalidade na narrativa histórica pode ser avaliada
por meio da análise crítica do texto. É preciso considerar a perspectiva do autor,
os valores e ideologias que permeiam a narrativa, as fontes utilizadas, a
consistência e coerência da narrativa, entre outros fatores. Além disso, é
importante avaliar a intenção do autor ao utilizar elementos ficcionais e o
impacto que esses elementos têm na compreensão do passado.29

Na base desta discussão não poderíamos localizar também a questão do empirismo ou do


realismo histórico como vetores mais ou menos intransponíveis sobre os quais se erige a história
e o conhecimento histórico?

ChatGPT: Sim, a questão do empirismo e do realismo histórico também é


relevante nessa discussão. O empirismo é uma corrente filosófica que sustenta
que todo o conhecimento humano é baseado na experiência sensorial, e que,
portanto, é possível construir uma história objetiva e factual baseada em fontes
empíricas. Já o realismo histórico é uma abordagem que defende que é possível
reconstruir o passado de forma objetiva, sem levar em consideração a
subjetividade dos historiadores ou os contextos de produção das fontes.
No entanto, tanto o empirismo quanto o realismo histórico são
perspectivas questionadas por muitos historiadores e filósofos da história.
Argumenta-se que todo conhecimento humano é interpretativo e que não é
possível chegar a uma compreensão objetiva e completa do passado. Além disso,
é possível identificar nos discursos históricos a presença de elementos narrativos,

27 Acredito que eu deveria ter perguntado quais são esses autores, pois tornaria a resposta

ainda mais didática e representativa. Provavelmente os mais influenciados pelo pós-


estruturalismo de Roland Barthes (1984). Seria, contudo, um erro incluir Hayden White (1995)
ou Frank Ankersmit (2013) nesta rubrica. Ambos discutem a construção narrativa dos textos
históricos – que não deixa de ser uma atividade criadora e uma representação dotada de maiores
ou menores qualidades estéticas e literárias. Dizer que história é ficção é uma incompreensão
construída, sobretudo, a partir da caricatura que Carlo Ginzburg (2006) tentou fazer de White.
28 O contraste apresentado é apressado, nos debates sobre o tema é possível depreender

gradações e posições intermediárias. O próprio Leopold von Ranke, para citar um historiador
renomado, já dizia que a história é ciência e arte ao mesmo tempo (Ranke 2010). Ou seja, ela
precisa de teoria e método, mas também de imaginação e criatividade humanas para existir.
29 Um teórico brasileiro que seguiu esta trilha, inicialmente tomando como baliza o conceito

de mímesis foi Luiz Costa Lima (1989; 1999; 2006).

331
revista de teoria da história 26|1 2023

ficcionais e interpretativos, que não podem ser reduzidos apenas a fatos


objetivos.30
Nesse sentido, a crítica ao empirismo e ao realismo histórico faz parte
de um movimento mais amplo que questiona a possibilidade de uma história
objetiva e factual, e que valoriza a subjetividade e a pluralidade de perspectivas
na construção do conhecimento histórico.

No Brasil e em vários países, cursos de graduação em história têm sido fechados, a carga horária
do ensino de história tem diminuído drasticamente face a de outras disciplinas. Enquanto
crescem disciplinas e cursos de programação, redes, ou computação, cursos de história diminuem.
Como avalia esse quadro?

ChatGPT: É preocupante o fato de que os cursos de graduação em história


estejam sendo fechados ou que a carga horária do ensino de história esteja
diminuindo em relação a outras disciplinas. Isso pode refletir uma falta de
compreensão sobre a importância da história como disciplina que permite a
compreensão do mundo em que vivemos, além de enfraquecer a formação
cidadã dos indivíduos.
Por outro lado, o aumento de disciplinas relacionadas à tecnologia e à
computação reflete a crescente importância dessas áreas na sociedade
contemporânea. No entanto, é importante ressaltar que a tecnologia não pode
ser vista como uma panaceia para todos os problemas e desafios que
enfrentamos hoje. A compreensão da história é fundamental para contextualizar
os desenvolvimentos tecnológicos e para entender o impacto que eles têm na
sociedade e na cultura.
Em vez de ver a história e as disciplinas relacionadas à tecnologia como
concorrentes, é importante que haja uma complementaridade entre elas. A
história pode contribuir para a formação de profissionais mais conscientes e
responsáveis em relação aos desenvolvimentos tecnológicos, e a tecnologia pode
ajudar na divulgação e no acesso ao conhecimento histórico.

Que tipo de cenário ou de futuro é possível depreender para a ciência histórica neste século?

ChatGPT: É difícil prever com exatidão o futuro da ciência histórica, mas é


possível apontar algumas tendências e desafios que podem ser enfrentados ao
longo do século XXI.
Por um lado, a história continuará a ser fundamental para a compreensão
do passado, presente e futuro da humanidade. Com a globalização e a crescente
interconexão entre diferentes partes do mundo, a história comparada e
transnacional pode se tornar cada vez mais importante para compreender as
relações entre sociedades e culturas.31 Além disso, o avanço das tecnologias
digitais e o acesso a fontes cada vez mais diversas e fragmentadas podem levar a
uma maior diversificação e sofisticação das metodologias históricas.

30 Alguns destaques nessa perspectiva podem ser localizados, sobretudo, nas obras de Frank
Ankersmit especialmente Historical Representation (2002) e Meaning, Truth, and Reference in Historical
Representation (2012).
31 É o que defende, entre outros, Georg Iggers, Edward Wang e Supriya Mukherjee (2008)

no já clássico A global history of modern historiography.

332
revista de teoria da história 26|1 2023

Por outro lado, a história também pode enfrentar desafios, como a


redução do investimento em pesquisas em ciências humanas e sociais, a
polarização política e ideológica, a desinformação e a manipulação de
informações históricas para fins políticos ou ideológicos, entre outros. É
importante que os historiadores continuem a trabalhar para manter a integridade
da disciplina e promover o valor da pesquisa histórica para a compreensão crítica
do mundo em que vivemos.

Muito obrigado pelas respostas.

ChatGPT: Por nada, foi um prazer conversar sobre História com você. Se tiver
mais dúvidas no futuro, não hesite em me perguntar. Estou sempre à disposição.
Até mais!

REFERÊNCIAS
AGAMBEN, Giorgio. O aberto: o homem e o animal. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2017.
ALMEIDA, Juniele Rabêlo; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (Org.). Introdução à
História Pública. São Paulo: Letra e Voz, 2011.
ANKERSMIT, Frank. Historical Representation. Stanford: Stanford University Press, 2002.
ANKERSMIT, Frank. Meaning, Truth, and Reference in Historical Representation. Cornell:
Cornell University Press, 2012.
ANKERSMIT, Frank. Narrativismo y teoría historiográfica. Santiago: Finis Terrae, 2013.
ARAUJO, Valdei L. de; PEREIRA, Mateus H. Atualismo 2.0. Edição revista e ampliada.
Vitória: Milfontes, 2022.
AVELAR, Alexandre de Sá; VALIM, Patrícia. Apresentação do dossiê: Negacionismos e
usos da história. Revista Brasileira de História, n. 41, v. 87, 2021.
ÁVILA, Arthur, NICOLAZZI, Fernando (Org.). A história indisciplinada. Vitória:
Milfontes, 2020.
BARTHES, Roland. A escrita da história. In: O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense,
1984.
BENTIVOGLIO, Julio; TOSI, Verónica (Org.). Do passado histórico ao passado prático: 40
anos de Meta-história. Vitória: Milfontes, 2017.
BENTIVOGLIO, Júlio; AVELAR, Alexandre de Sá (Org). O futuro da história: da crise à
reconstrução de teorias e abordagens. Vitória: Milfontes, 2019.
BERNHEIM, Ernst. Introdução à ciência histórica. Vitória: Milfontes, 2021
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
BOUTIER, Jean; JULIA, Domenique (Org.). Passados recompostos. Rio de Janeiro: FGV,
1998.
CARR, Edward H. O que é a história? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
DELGADO, Lucília de A. N.; FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente:
desafios. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
DILTHEY, Wilhelm. Introdução às Ciências Humanas: tentativa de uma fundamentação
para o estudo da sociedade e da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
DOMANSKA, Ewa. Encounters: Philosophy of history after postmodernism.
Richmond: University of Virginia Press, 1998.

333
revista de teoria da história 26|1 2023

DOMAŃSKA, Ewa. Para Além do Antropocentrismo nos estudos históricos. Expedições:


Teoria da História & Historiografia, v. 4, n. 1, 2013.
DOSSE, François; DELACROIX, Christian; GARCIA, Patrick. Historicidade. Buenos
Aires: Waldhuter Editores, 2010.
DOSSE, François. A história em migalhas. Campinas: Editora da Unicamp, 1992.
DROYSEN, Johann G. Manual de teoria da história. Petrópolis: Vozes, 2009.
GINZBURG, Carlo. O extermínio dos judeus e o princípio da realidade. In: MALERBA,
Jurandir. A História escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto,
2006.
HUMBOLDT, Wilhelm von. A tarefa dos historiadores. In: MARTINS, Estevão R. C.
A história pensada. São Paulo: Contexto, 2010.
IGGERS, Georg G. et al. (Org.). A global history of modern historiography. Harlow: Pearson
Longman, 2008.
JENKINS, Keith. A história repensada. São Paulo: Contexto, 2004.
KOSELLECK, Reinhart. Espaço de Experiência e Horizonte de Expectativa. In: Futuro
Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto,
2006.
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1985.
LANGLOIS, Charles-Victor; SEIGNOBOS, Victor. Introduction aux études historiques.
Paris, Hachette, 1898.
LIMA, Luiz Costa. A aguarrás do tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
LIMA, Luiz Costa. História, ficção, literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
LIMA, Luiz Costa. Máscaras da mímesis. Rio de Janeiro: Record, 1999.
LORENZ, Chris; BEVERNAGE, Berber (Org.). Breaking up time: negotiating the borders
between present, past and future. Goettingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2013.
MALERBA, Jurandir. Fazendo história pública. Vitória: Milfontes, 2021.
MICHELET, Jules. L’Oiseau. Paris: Hachette, 1858.
NORA, Pierre et al. (Org.). História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.
OLIVEIRA, Maria da Glória. Os sons do silêncio: interpelações feministas decoloniais à
História da historiografia. História da Historiografia, v. 11, n. 18, 2018.
PAUL, Herman. Hayden White. Cambridge: Polity Press, 2011.
PIMENTA, João Paulo G. O livro do tempo: uma história social. Lisboa: Edições 70, 2021.
RANKE, Leopold von. A história como ciência e como arte. In: MALERBA, Jurandir
(Org.). Lições de história: o caminho da ciência no longo século XIX. Rio de Janeiro:
FGV, 2010.
RICOEUR, Paul. History and truth. Evanston: Northwestern University Press, 2007.
ROUSSO, Henri. A última catástrofe: a história, o presente, o contemporâneo. Rio de
Janeiro: FGV, 2016.
ROVELLI, Carlo. A ordem do tempo. São Paulo: Objetiva, 2018.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica. Brasília: Unb, 2001.
RÜSEN, Jörn. Teoria da História: uma teoria da história como ciência. Curitiba: Editora
UFPR, 2015.
SALOMON, Marlon J. Heterocronias: estudos sobre a multiplicidade dos tempos
históricos. Rio de Janeiro: Ricochete, 2018.
SCHAFF, Adam. History & truth. New York: Pergamon, 1976.

334
revista de teoria da história 26|1 2023

SIMON, Zoltán Boldizsár. Os teóricos da história têm uma teoria da história? Reflexões sobre
uma não-disciplina. Vitória: Milfontes,2019.
TURIN, Rodrigo. Tempos precários: aceleração, historicidade e semântica neoliberal. São
Paulo: Zazie Edições, 2019
VEYNE, Paul. Como se escreve a história? Lisboa: Edições 70, 2008.
WHITE, Hayden. Meta-história: a imaginação histórica no século XIX. São Paulo: Edusp,
1995.

CONVERSA SOBRE TEORIA DA HISTÓRIA


COM O CHATGPT
Entrevista recebida em 20/02/2023 • Aceito em 15/04/2023
Revista de Teoria da História | issn 2175-5892

Este é um artigo de acesso livre distribuído nos termos da licença Creative


Commons Attribution, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em
qualquer meio, desde que o trabalho original seja citado de modo apropriado

335

Você também pode gostar