Resenha
Obra original:
Richard Lagravenese. Filme: ESCRITORES DA LIBERDADE. EUA, 2007.
Richard Lagravenese, 59 anos, Americano: nasceu em 30/10/1959 (Brooklyn,
Cidade de Nova York, Nova York, EUA) , é roteirista, diretor e ator, 24 anos de
carreira, 21 filmes e 1 série lançados, como por exemplo: Os últimos 5 anos em
2014, Dezesseis Luas em 2013, P.S. Eu Te Amo em 2007; Paris Eu te Amo
2006 e Escritores da Liberdade lançado em 2007, objeto desta resenha.
Lançado em 2007, é um drama com um leve toque de comédia, imperdível,
baseado em fatos reais que conta a história de uma professora recém-formada,
que dá início à sua vida profissional em uma escola do subúrbio cercada por
gangues em guerra, principalmente por questões raciais.
Já no primeiro dia de aula, ao entrar na sala, a docente percebe o quão
desleixado está o ambiente de trabalho com carteiras sujas, móveis velhos, um
quadro de giz sem apagador, cenário este, que não corresponde às suas
expectativas. A entrada de seus novos alunos também foi bem peculiar pois,
neste momento se percebe toda a tensão que paira sobre sua nova turma,
indivíduos de várias raças, nacionalidades, que não se respeitam,
extremamente desmotivados pela vida que levam e pelas oportunidades que a
escola não lhes oferece. Digo isso porque fica bem claro no filme que escola os
aceita, mas não os acolhe, não acredita no potencial de recuperação e
portanto, não fazem absolutamente nada para mudar a situação.
Após várias tentativas de comunicação com a turma, Erin Gruwell tenta
encontrar caminhos de se aproximar de seus discentes. Desenvolve um projeto
de leitura com o livro O Diário de Anne Frank, que desperta nos alunos o
interesse pela leitura e mais ainda, incentivados por Erin, escrevem uma carta
à mulher que protegeu a personagem do livro e começam a escrever seus
diários, com conteúdo livre: histórias, experiências, frustrações e expectativas,
que só podem ser lidos quando colocados em um armário. Após certa
resistência, a turma vai tomando gosto pela leitura e escrita, a professora,
querendo aproveitar a oportunidade, procura a diretora no intuito de conseguir
outros títulos para leitura e apreciação da classe, mas fica muito surpresa ao
ouvir da própria responsável pela escola que: “aos alunos problemáticos, cabia
apenas passar e ler resumos de livros”. Decepcionada com a posição da
escola, ela resolve arrumar um segundo emprego com o intuito de comprar os
livros. A partir do momento que começa a perceber a evolução do projeto, com
seus alunos agora mais tolerantes e interessados, surge uma nova ideia: levá-
los a conhecer diversas formas de cultura, mais uma vez sem apoio da escola,
arruma um terceiro emprego com a finalidade de pagar essas viagens culturais
com a classe. Vale ressaltar que durante todo o processo, o marido de Gruwell
nunca a apoia, se mostra indiferente às conquistas da esposa e em algumas
situações, contrário às suas decisões, resultando em um processo de divórcio
inesperado, mas que contribui muito para que a professora continue firme em
seu propósito de ajudar a sua turma não só a se formar naquele período, mas
também a evoluir como pessoas, despertando-lhes o sentido de solidariedade
e companheirismo. Seu objetivo é alcançado quando todos se juntam para
fazer eventos a fim de arrecadar verbas para seus projetos, neste ponto, os
alunos descobrem o poder do coletivo, e os que antes estavam divididos, se
unem para viver uma nova experiência que ganha o mundo. Incentivados por
sua educadora, mentora e agora protetora, como trabalho final, eles escrevem
suas histórias que são publicadas em um só livro com o título de O Diário dos
Escritores da liberdade.
Com uma estruturação impecável, que nos permite fácil compreensão do
contexto explorado, o filme retrata a realidade das instituições escolares frente
ao real objetivo de sua existência que é educar e formar cidadãos preparados
para enfrentar as questões pertinentes à sua existência em sociedade. A
personagem Erin, mostra uma professora, que além de mediadora de
conhecimento, incentiva a cultura, se preocupa com o intelecto, com a moral,
realiza mudanças dentro e fora da vida escolar de seus alunos de uma forma
brilhante e sobretudo com muito amor e dedicação não só pela profissão como
também pelos educandos, indivíduos especiais, merecedores de todo o seu
afeto e dedicação.