Higiene Ocupacional I
2º período - TST
Professor: Luciano de Paula Modesto
E-mail:
[email protected]O que é Higiene Ocupacional?
• É a ciência que tem como objetivo antecipar, reconhecer, avaliar e controlar
todos os fatores ou agentes do ambiente de trabalho, que podem causar
danos à saúde do trabalhador.
• É voltada à prevenção de riscos à saúde oriundos do ambiente ou atividade
profissional.
• A exposição profissional a um dado agente pode levar ao aparecimento de
uma doença que pode não ser considerada profissional e até mesmo não
receber cuidados médicos.
2
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
Histórico da Higiene Ocupacional
• Principais fatos / medidas que contribuíram para o desenvolvimento da
Higiene Ocupacional:
1556 - O pesquisador alemão Georg Bauer, divulgou em sua obra Dere
metallica (Dos Metais) - publicada postumamente - a situação dramática
dos trabalhadores em minas subterrâneas e descreveu métodos de
prevenção de doenças utilizando a ventilação.
1700 - Bernardino Ramazzini - publica, em Modena, na Itália, o livro,
escrito em latim, De morbis artificum diatriba (As doenças dos
trabalhadores), que descrevia um grande número de doenças originadas
dentro dos ambientes de trabalho .
3
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
1910 - A doutora Alice Hamilton, nos Estados Unidos, manifestou a
preocupação com as doenças ocupacionais e a avaliação dos agentes e
com o seu controle.
1914 - Criação da National Institute of Occupational Safety and Health
(NIOSH), órgão de pesquisa em Segurança e Saúde no Trabalho.
Atualmente a metodologia de avaliação da exposição ocupacional utiliza
no mundo todo a metodologia por ela estabelecida.
1938 - Criação da American Conference of Governmental Industrial
Hygienists (ACGIH), uma Associação dos Higienistas do Governo
Americano e que desenvolveu pesquisas sobre os Limites de Exposição
Ocupacional para os agentes físicos, químicos e biológicos e Índices
Biológicos de Exposição (IBE).
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
4
1946 - Após oito anos de pesquisas, a ACGIH já possuía uma listagem de
148 substâncias com Limite de Exposição.
1966 - Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho - Fundacentro, como um compromisso do Brasil
perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de investimento em
Segurança e Medicina do Trabalho.
1978 - O Ministério do Trabalho em 8/6/1978 elabora a Portaria nº 3.214
com 28 Normas Regulamentadoras sobre segurança e medicina do
Trabalho.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
5
1992 - Introdução do mapa de riscos, possibilitando a participação dos
trabalhadores no reconhecimento e na avaliação qualitativa dos ambientes
de trabalho.
1994 - Criação da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
(ABHO). Modificação da NR 09, transformando-a em um programa de
prevenção de riscos ambientais (PPRA), que é um programa do nível de
ação, isto é, se concentração ambiental atingir a metade do limite de
exposição, a empresa é obrigada a introduzir medidas de controle.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 6
Criação de Entidades ligadas à Segurança e Saúde no Trabalho:
Senac Ambiental;
Universidade de São Paulo (USP);
Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (ABPA);
Departamento de Higiene do Trabalho do Serviço Social da Indústria (SESI);
Instituto Brasileiro de Segurança (IBS);
Associação Brasileira de Profissionais em Higiene de Segurança do Trabalho
(ABRAPHISET);
Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho (APAEST);
Santa Casa de São Paulo;
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
7
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
(FUNDACENTRO);
Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO)
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
8
Princípios de atuação
Antecipação – identificar os potenciais de riscos e perigos à saúde, antes
que um determinado processo industrial seja implementado ou
modificado, ou que novos agentes geradores de riscos sejam introduzidos
no ambiente de trabalho.
Reconhecimento – análise e observação do ambiente de trabalho a fim de
identificarmos os agentes existentes, os potenciais de riscos a eles
associados e qual a prioridade de avaliação ou controle existe neste
ambiente.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 9
Princípios de atuação
Avaliação – Designa principalmente as medições e monitorizações que
serão conduzidas no ambiente de trabalho.
Controle – Está associado a minimização ou eliminação dos potenciais de
exposição, antecipados, reconhecidos e avaliados no ambiente de trabalho.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
10
Risco x Perigo
• Risco:
• Combinação da probabilidade e gravidade (conseqüência) de um
determinado evento (perigo) ocorrer.
• É a probabilidade ou chance de lesão ou morte.
• Perigo:
• Situação ou fonte potencial de dano em termos de acidentes pessoais,
doenças, danos materiais e ao meio ambiente de trabalho, ou a
combinação dos mesmos.
• É uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial
de causar ou contribuir para uma lesão ou morte.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
11
NR 09 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais
• Riscos Ambientais:
• Agentes Químicos;
• Agentes Biológicos;
• AGENTES FÍSICOS
OBS: Riscos ambientais não se referem a riscos ao meio ambiente e sim a
fatores ou agentes que irão causar danos à saúde do trabalhador
dependendo das condições de trabalho. Foco é o indivíduo (trabalhador).
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
12
Fatores Desencadeantes de Doenças ou danos à
Saúde
Tempo de exposição
Susceptibilidade do indivíduo
Concentração ou intensidade
Forma do agente
Falta de manutenção nas máquinas e equipamentos
Falta de sinalização
Falta de treinamento
Desconhecimento dos riscos
Falta de equipamentos de proteção
Inobservância das normas de segurança.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 13
Agentes Físicos
• Ruídos
• Vibrações;
• Calor;
• Frio;
• Radiações ionizantes;
• Radiações não ionizantes;
• Pressões anormais;
• Iluminação.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 14
Ruídos
• É um fenômeno físico vibratório com de materiais elásticos.
características indefinidas de variações
de pressão (nesse caso o ar) em
função da frequência, isto é, para uma
dada frequência podem existir, em
forma aleatória através do tempo,
variações de diferentes pressões.
• Do ponto de vista da Física, ruído é a
variação de pressão sonora sob a
forma de ondas mecânicas, que
representam oscilações dos sistemas
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
15
Tipos de ruídos:
•Ruído de Impacto ou Impulsivo: •Ruído Contínuo ou Intermitente:
Todo e qualquer ruído que não esteja
Apresenta picos de energia acústica com classificado como ruído de impacto ou
duração inferior a um segundo, a impulsivo.
intervalos superiores a um segundo.
Exemplos: Ruído do ventilador, do
Exemplos: Ruído de uma bomba, de um motor de um ônibus, de um trator.
foguete de São João, de um martelo
pregando prego.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
16
Fontes de ruídos:
No meio ambiente o ruído é provocado por diversas fontes:
Na rua: pelos motores dos veículos;
No ar: pelas turbinas e motores dos aviões;
No mar: pelos motores das embarcações;
Na floresta: pelas moto-serras;
No escritório: pelo ar-condicionado e impressoras;
Na discoteca: pelas caixas de som em alto volume;
Na sala de aula: pela conversa dos alunos;
No divertimento: no carnaval pelo som dos trios elétricos;
Na indústria: pelas caldeiras, motores, moinhos, geradores, máquinas, tornos
etc.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
17
Efeitos dos ruídos no ser humano
• Dilatação da pupila;
• Aumento da produção de hormônios da tireóide;
• Aumento do ritmo de batimentos cardíacos;
• Aumento da produção de adrenalina;
• Contração do estomago e abdômen;
• Aumento de contrações musculares;
• Contração de vasos sanguíneos;
• Trauma acústico com efeitos no sistema auditivo.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
18
• Auditivos:
Deslocamento temporário do limiar auditivo.
Surdez profissional: condutiva ou neurossensorial.
• Não Auditivos:
Dor de cabeça, Alteração da condutividade
elétrica do cérebro
Irritabilidade;
Vertigens;
Cansaço excessivo,
Redução da atenção e
Insônia;
concentração
Dor no coração;
Zumbido na orelha.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 19
Som
• É qualquer conjunto de vibrações ou ondas mecânicas que podem ser
ouvidas.
• De acordo com a Física, onda é uma perturbação que se propaga em um
meio. Essas ondas são produzidas por deformação em um meio elástico e
não se propagam no vácuo.
• Propagação da onda: transporte de energia e não de massa.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
20
Som
• Frequência:
É definida pelo número de ciclos produzidos em função do tempo.
Frequência-ciclos:
Unidade é expressa em Hz = Hertz.
Exemplo: 50 ciclos/s = 50 Hz.
Variação de frequência (diferença entre pressão atm. na presença e ausência
do som).
Valor mínimo: 0,00002 N/m2 ou 2x10-5 N/m2 = 0 dB.
Valor máximo: 200 N/m2 = 140 dB.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 21
Som
• Propagação do som:
É transmitido de forma ondulatória.
Considera-se:
A velocidade do som;
Pressão atmosférica;
Densidade do ar.
• Nível de Pressão Sonora (NPS):
Considera-se:
Pressão sonora existente;
Pressão de referência mínima audível.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 22
Exemplos de níveis de pressão sonora
1 - Sala de biblioteca - 30 a 40 dB
2 - Conversação a 1 metro de distância - 50 a 60 dB
3 - Trânsito a 5 metros de distância - 70 a 80 dB
4 - Interior de ônibus coletivo - 80 a 90 dB
5 - Liquidificador velocidade máxima - 90 a 100 dB
6 - Martelete pneumático - 100 a 110 dB
7 - Avião à jato - 110 a 120 dB
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
23
Mecanismo de Audição
• É um processo de transformação de energias.
• Espectros sonoros:
MECÂNICO HIDRÁULICO
SONORO (aéreo) ELÉTRICA
(sólido) (líquido)
PAVILHÃO AUDITIVO TÍMPANO / CÉREBRO
OSSÍCULOS CARACOL
Recebe ondas Tímpano: Dentro dele, os
Recebe através do
sonoras, Transforma as órgãos ciliados de
nervo acústico ondas
concentrando-as e vibrações sonoras Corti transformam as
sonoras
enviando-as ao em mecânicas. vibrações em meio
decompostas em
tímpano Ossículos: líquido em impulsos
faixas de
Transportam essas elétricos que vão
frequências.
vibrações mecânicas para o cérebro.
para orelha interna.
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
24
Orelha Humana
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
25
Limites de tolerância para ruído contínuo e
intermitente
NÍVEL DE RUÍDO (dB) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 HORAS
86 7 HORAS
87 6 HORAS
88 5 HORAS
90 4 HORAS
95 2 HORAS
100 1 HORA
105 30 MINUTOS
108 20 MINUTOS
112 10 MINUTOS
115 7 MINUTOS
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
26
Níveis Típicos de Ruídos
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto 27
Medidor de ruído: Decibelímetro e
Dosímetro
Higiene Ocupacional – Prof. Luciano de Paula Modesto
28