0% acharam este documento útil (0 voto)
531 visualizações150 páginas

Guia Mulheres Mil

1. O documento apresenta as diretrizes do programa Mulheres Mil, que tem como objetivo promover o acesso, permanência e êxito de mulheres em situação de vulnerabilidade social em cursos de educação profissional e tecnológica. 2. São descritos os princípios pedagógicos do programa como dialogicidade, problematização, igualdade e empoderamento das mulheres. 3. Também são apresentadas as etapas do programa, desde o acesso das mulheres por meio de diagnósticos territoriais e mapeamento de vida

Enviado por

cfic.vilhena
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
531 visualizações150 páginas

Guia Mulheres Mil

1. O documento apresenta as diretrizes do programa Mulheres Mil, que tem como objetivo promover o acesso, permanência e êxito de mulheres em situação de vulnerabilidade social em cursos de educação profissional e tecnológica. 2. São descritos os princípios pedagógicos do programa como dialogicidade, problematização, igualdade e empoderamento das mulheres. 3. Também são apresentadas as etapas do programa, desde o acesso das mulheres por meio de diagnósticos territoriais e mapeamento de vida

Enviado por

cfic.vilhena
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 150

GUIA DA METODOLOGIA

DO ACESSO, PERMANÊNCIA
E ÊXITO DO PROGRAMA
MULHERES MIL

MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
EXPEDIENTE
Presidente da República Federativa do Brasil Coordenador-Geral de Fomento aos Sistemas
Luiz Inácio Lula da Silva de Ensino da Educação Profissional e
Tecnológica
A atualização do Guia da Metodologia Ministro de Estado da Educação Fabio Henrique Ibiapina Gomes
Camilo Sobreira De Santana
de Acesso, Permanência e Êxito do
Organização/Texto
Mulheres Mil foi desenvolvida por grupo Secretário da Educação
Stela Marcia Moreira Rosa
de trabalho composto por profissionais da Profissional e Tecnológica
Bruna Boeckmann
Rede Federal de Educação Profissional, Getúlio Marques Ferreira
Elenice dos Reis Santos
Científica e Tecnológica e de outras
Diretora de Políticas e Regulação de
instituições com experiência no programa Revisão
Educação Profissional e Tecnológica
Mulheres Mil e/ou outras ações de Sérgio Luís França
Patricia Barcelos
inclusão socioprofissional de mulheres Stela Márcia Moreira Rosa
em situação de vulnerabilidade social e Coordenadora-Geral de Planejamento
Diagramação
designadas pela Setec-MEC. e Avaliação da Educação Profissional e
Gabinete Setec/MEC
Tecnológica
Marcilene Garcia de Souza
Imagens
Elenice dos Reis Santos
Coordenadora-Geral de Regulação e
Supervisão da Educação Profissional e
Fotos da Capa
Tecnológica
Ramon Queiroz
Bruna Boeckmann de Andrade
Escola de Saúde UFRN

Diretora de Articulação e Fortalecimento da


Educação Profissional e Tecnológica
Carla Comerlato Jardim

Coordenador-Geral de Desenvolvimento
de Programas e Projetos da Educação
Profissional e Tecnológica
Marcos Lael de Oliveira Alexandre

2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha Catalográfica elaborada pelo/a bibliotecário/a ……..


GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Sumário

1. APRESENTAÇÃO__________________________________________6 5. ACESSO____________________________________________________25
5.1 Pertencimento________________________________________26
2. HISTÓRICO______________________________________________9 5.2 Acesso das estudantes_________________________________27
2.1 Projeto-Piloto nas Regiões Norte e Nordeste_______________9 5.3 Instituição no território_________________________________27
2.2 Nacionalização do Programa Mulheres Mil_______________11 5.3.1 Diagnóstico do Território____________________________28
2.3 Mulheres Mil no Pronatec______________________________11 5.3.2 Arranjos Produtivos Locais - APLs___________________28
2.4 Relançamento do Programa Mulheres Mil________________13 5.3.3 Diagnóstico do Coletivo das Estudantes______________30
5.4 Mapa da vida - Método e Ferramenta Educacional________31
3. PERFIL DO GRUPO DE MULHERES A SER ATENDIDO__________14 5.6 Estrutura e suporte____________________________________36
3.1 Vulnerabilidade social__________________________________14 5.7 Equipe Multidisciplinar _________________________________36
5.8 Espaços de Acesso na Instituição________________________38
4. PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS DA METODOLOGIA DO ACESSO, 5.9 Sistematização do Acesso______________________________38
PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL (MAPE)___16 5.9.1 Ações no Território__________________________________38
4.1 Princípio da Dialogicidade______________________________18 5.9.2 Ações na Instituição________________________________39
4.2 Princípio da Problematização___________________________19
4.3 Princípio da Igualdade_________________________________20 6. PERMANÊNCIA______________________________________________40
4.4 Princípio do Empoderamento___________________________21 6.1 Serviços de Assistência e Apoio à estudante______________41
4.4.1 Interseccionalidades: Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade__23 6.2 Percurso Formativo____________________________________42

4
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

6.3 Plano de Curso________________________________________42 8. PARCERIAS INSTITUCIONAIS________________________________67


6.3.1 Componentes do Plano de Curso____________________43
6.3.1.1 Módulo do Núcleo Comum________________________44 9. ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO____________________________69
6.3.1.2 Módulo da Qualificação Profissional________________45
6.4 Certificação de Saberes e Competências Profissionais_____46 10. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO___________________________71
6.5 Processos de Avaliação e autoavaliação__________________48 10.1 Da avaliação_________________________________________74
6.6 Portfólio______________________________________________49 10.1.1 Orientações para a Avaliação________________________75
10.1.1.1 Definição de indicadores__________________________75
7. ÊXITO_______________________________________________________51 10.1.1.2 Coleta de dados _________________________________76
7.1 Êxito Pedagógico______________________________________52 10.1.1.3 Viés e Comparabilidade___________________________77
7.1.1 Alfabetização e Ensino Básico________________________53 10.1.1.4 Considerações éticas e de privacidade na coleta de
7.1.2 Verticalização da oferta______________________________53 dados_________________________________________________77
7.1.2.1 Cursos de Aperfeiçoamento, Especialização e Atualização_54 10.1.1.5 Desenho de questionários_________________________78
7.1.2.2 Proeja Fundamental_______________________________54 10.1.1.6 Participação e empoderamento das mulheres_______78
7.1.1.3 Proeja Técnico – Médio Integrado___________________54 10.2 Do Monitoramento____________________________________79
7.1.1.4 Graduação, Tecnólogo e Pós-Graduação_____________55 10.2.1 Orientação para o Monitoramento___________________80
7.2 Êxito Profissional_______________________________________55 10.2.1.1 Monitoramento contínuo e adaptação a gênero______80
7.2.1. Empregabilidade___________________________________55 10.2.1.2 Utilização dos resultados da avaliação para informar a
7.2.2. Empreender Individualmente_______________________56 adaptação e o aprimoramento da política__________________81
7.2.2.1 Microempreendedorismo Individual (MEI)____________56 10.2.1.3 Avaliação da sustentabilidade e continuidade das ações_81
7.2.3. Empreender no Coletivo___________________________56 10.2.1.4 Recomendações e lições aprendidas______________82
7.2.3.1 Grupo Informal___________________________________57
7.2.3.2 Associativismo___________________________________57 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS____________________________83
7.2.3.3 Cooperativismo__________________________________57
7.2.3.4 Economia Solidária_______________________________58 Anexo I - Perfil Situacional - Seleção das Estudantes____________89
7.2.3. Empreender Individualmente ou Coletivamente_______58 Anexo II - Questionário de avaliação do curso - Docentes________103
7.2.3.1 Negócios Sociais__________________________________58 Anexo III - Questionário de avaliação do curso - Gestores Locais___114
7.2.3.2 Negócios de Impacto______________________________59 Anexo IV - Questionário de avaliação do curso - Estudantes____131
7.2.3.3 Economia Verde__________________________________59 Anexo V - Perfil situacional - Avaliação de egressas____________128
7.2.3.4 Economia Criativa_________________________________60 Anexo VI - Plano de Coleta de Dados_________________________147
7.3. Como Alcançar o Êxito Profissional?_____________________60

5
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

1. Apresentação

O relançamento do Programa Mulheres


Mil, por meio da Portaria nº 725, de 13
I - possibilitar o acesso à educação;
de abril de 2023, reafirma e aprofunda o
compromisso com o fortalecimento da II - contribuir para a redução de desigualdades sociais e econômicas de
democracia, integrando-se ao conjunto
mulheres;
de políticas públicas do Governo Federal,
que tem como fim a promoção da III - promover a inclusão social;
igualdade de gênero em todas as esferas
IV - defender a igualdade de gênero;
da vida: educação, trabalho, saúde, cultura,
participação política e tomada de decisões. V - combater a violência contra a mulher;
No documento de relançamento, o VI - promover o acesso ao exercício da cidadania; e
Ministério da Educação (MEC) elenca as
VII - desenvolver estratégias para garantir o acesso das mulheres ao mundo
principais diretrizes do Programa Mulheres
Mil, que têm como objetivo contribuir para do trabalho.
a igualdade social, econômica, racial, étnica
e de gênero de mulheres em situação de
vulnerabilidade social. São elas: Enquanto política pública educacional em prol da igualdade de gênero, o Programa Mulheres
Mil tem como pilares estruturantes o respeito às diferenças constitutivas das mulheres

6
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

e de suas interseccionalidades raciais, étnicas, de orientação dialogando com as experiências e necessidades de cada território e
sexual e de identidade de gênero, das pessoas com deficiência, das mulheres que neles habitam.
geracionais, regionais e de territórios. Destaca-se, dessa forma, as
mulheres pertencentes a grupos que sofreram injustiças históricas Processo que ampliou a compreensão das instituições acerca
e sofrem impactos dessas injustiças praticadas no passado pela dos diferentes contextos de existência das mulheres: das suas
escravização, como são as mulheres indígenas, negras (pretas condições de vulnerabilidade social, das violências de gênero, raça,
e pardas) e quilombolas. No mesmo sentido que se insere a etnia e de orientação sexual, que cotidianamente afetam suas vidas,
importância das mulheres ciganas, das “mulheres das águas” das suas necessidades e demandas educacionais e dos desafios
(pescadoras, marisqueiras e ribeirinhas), das mulheres campesinas que se colocam para promover a articulação entre os saberes
e das mulheres migrantes; das transexuais e travestis; e a afirmação laborais dessas mulheres, os arranjos produtivos locais e a oferta
do direito ao acesso à educação profissional e tecnológica para as da qualificação profissional adequada, com vistas a contribuir com a
mulheres em situação de vulnerabilidade social que, no decorrer inserção socioprofissional das estudantes.
das suas trajetórias de vida, tiveram negado o direito fundamental à
Foi essa movimentação dialógica que aprimorou o Programa
escolaridade, ao conhecimento, à tecnologia e à inovação geradas
Mulheres Mil e, a partir das percepções reveladas por meio desse
pela sociedade.
processo, compreendeu-se a necessidade de revisar o Guia da
Nesse sentido, é importante destacar que a Rede Federal de Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE), com o objetivo
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, comprometida com de incorporar as experiências produzidas pela Rede de Educação
a democratização da inclusão educacional, vem, há cerca de duas Profissional, Científica e Tecnológica nos contextos urbanos, rurais,
décadas, atuando na concepção, na criação e no desenvolvimento comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas das Regiões
da Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, promovendo o acesso
Mulheres Mil. à qualificação profissional de mulheres negras (pretas e pardas), que
totalizam 63,6% do público atendido, seguido pelas brancas, que
No decorrer desse período, as Instituições Federais e Estaduais de correspondem a 20,4%, as amarelas, que somam 1%, as indígenas,
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, presentes nos 26 que contabilizam 0,7%, e de 14,3% que não informaram raça e/
estados brasileiros e no Distrito Federal, estabeleceram canais de ou etnia, de acordo com os dados registrados, de 2013 a 2018,
diálogo com as mais de 100 mil1 mulheres que se matricularam no Sistema Nacional de Informação da Educação Profissional e
nos cursos de qualificação profissional e foram criando pontes e Tecnológica (Sistec).
1- Dados do Sistema Nacional de Educação

7
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Referenciando-se nessas experiências, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec-MEC) revisou
e reelaborou o presente documento - a segunda versão do Guia da Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa
Mulheres Mil - com o objetivo de orientar a retomada dessa política educacional no território brasileiro.

Inspirado nas reflexões do professor e pesquisador Paulo Freire acerca da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e incorporando os caminhos
percorridos pelo Programa Mulheres Mil, o documento sugere propostas para a garantia do acesso, da permanência, do êxito pedagógico e
profissional, da avaliação e do monitoramento das ações.

Como o próprio nome demonstra, trata-se de um guia, que busca apresentar um caminho possível de ser trilhado, mantendo-se sempre
aberto a novas contribuições, que potencializam o compromisso da Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica de contribuir com
o enfrentamento das desigualdades com vistas à construção de um Brasil que respeite a vida humana, a solidariedade e com justiça social e
econômica.

8
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

2. Histórico

O Programa Mulheres Mil é uma proposta de política pública, fruto de e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec-MEC) e a Rede
um longo processo de cooperação e de diálogo entre as instituições Norte e Nordeste de Educação Tecnológica (Redenet), realizada
canadenses e brasileiras, iniciado em 2001, com o projeto Escola na cidade de Natal/RN, os resultados positivos dos projetos-pilotos
Conectando Escola. O resultado foi o desenvolvimento de um desenvolvidos pelas diferentes instituições, culminando com a
currículo personalizado na área de Turismo e Hospitalidade, o que formatura de 60 mulheres integrantes do Projeto do Cefet-RN.
desencadeou a decisão dos dois países em relação à continuidade Considerando os resultados positivos obtidos, segundo avaliação
da cooperação internacional, anteriormente pactuada, a partir dos parceiros canadenses e brasileiros, foi elaborada uma proposta
da construção e da implementação de um projeto-piloto na área de aperfeiçoamento, ampliação e continuidade da cooperação
de Turismo e Hospitalidade, com foco em gênero e no acesso à bilateral Brasil-Canadá.
educação e ao emprego, utilizando a metodologia canadense de
Avaliação e Reconhecimento da Aprendizagem Prévia (ARAP),
com instituições e comunidades das Regiões Norte e Nordeste
2.1 PROJETO-PILOTO NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE
brasileiras, no período de agosto de 2005 a março de 2006.
A nova proposta apresentada – o Projeto de Cooperação Brasil-
Em 2006, os cincos Centros Federais de Educação Tecnológica
Canadá Mulheres Mil – Educação, Cidadania e Desenvolvimento
(Cefets) do Nordeste e do Norte, juntamente com os parceiros
Sustentável – tinha, por meta, capacitar 1.000 mulheres em situação
canadenses, apresentaram, na reunião conjunta entre os Colleges
de vulnerabilidade social e econômica das Regiões Norte e Nordeste,
and Institutes Canadá (CICan), a Secretaria de Educação Profissional
moradoras de territórios com índices de pobreza acentuada,

9
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

utilizando a metodologia canadense ARAP. O novo projeto foi (Conif), entre elas a apresentação do projeto durante a Conferência
financiado pelo Programa de Intercâmbio de Conhecimentos para Anual da CICan, em Prince George, em maio de 2008. Também a
a Promoção de Equidade (PIPE), uma ação promovida pelo governo 1ª Reunião do Comitê Diretor Integrado do Projeto Mulheres Mil,
do Canadá. no âmbito do Programa de Cooperação Técnica Brasil-Canadá, no
período de 18 a 22 de junho de 2007, na cidade de Natal-RN, Brasil,
A Setec-MEC iniciou um processo de inclusão de novos parceiros e a 1ª Reunião do Comitê Consultivo Brasileiro, que ocorreu de 23 a
no projeto, sendo eles o Ministério do Trabalho (MTE), a Secretaria 27 de julho de 2007, em João Pessoa-PB.
de Políticas para Mulheres (SPM-PR), o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Assessoria Especial da Em 24 de novembro de 2008, aconteceu a apresentação oficial
Presidência da República (AE-PR), a Secretaria Especial de Políticas do Projeto ao Ministro da Educação do Brasil, ao Embaixador do
de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR-PR), o Ministério do Canadá no Brasil e à Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com
Desenvolvimento Agrário (MDA), o Ministério do Desenvolvimento participação da CICan, da Agência Canadense de Desenvolvimento
Social (MDS) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Internacional (CIDA), MEC, da Redetec, do Conselho de Dirigentes
dos Centros Federais de Educação (Concefet), dos Diretores-Gerais
Nessa etapa, ampliou-se a abrangência geográfica, adicionando ao e Gerentes dos subprojetos nos Cefets, quando foi lançado o
grupo dos Cefets já participantes, os de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Documentário “Mulheres Mil – Eu Tenho um Sonho”.
Piauí, Maranhão, Tocantins e Roraima, somados a mais 10 colleges,
além do Niagara College do Canadá e dezenas de parceiros O projeto resultou na inclusão de mais de mil mulheres do Norte e
brasileiros, totalizando 13 projetos-piloto com diferentes temáticas Nordeste brasileiro em cursos de qualificação profissional utilizando
a serem trabalhadas, com vistas ao atendimento de mil mulheres a metodologia canadense ARAP e, como resultado, a cooperação
das Regiões Norte e Nordeste brasileiras, com o prazo de execução Brasil-Canadá gerou o desenvolvimento da Metodologia Brasileira
proposto para o período de setembro de 2006 a agosto de 2010. do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE), concebida e construída por
todos os parceiros brasileiros e canadenses, materializada, por meio
Os 13 projetos-piloto foram desenvolvidos pelos Cefets, que da primeira edição do Guia Metodológico do Sistema de Acesso,
escolheram os colleges canadenses parceiros, após uma chamada Permanência e Êxito.
para apresentação de propostas que a CICan fez a seus membros.
Ao longo desse período, aconteceram agendas que corroboraram Nesse contexto, a metodologia do Sistema de Acesso, Permanência
a parceria entre a CICan e o Conselho Nacional das Instituições da e Êxito, desenvolvida pelo Mulheres Mil, é fruto de um amplo
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica processo de construção, que tem sua origem no acúmulo e
na sistematização de conhecimentos desenvolvidos pelos

10
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Community Colleges canadenses em suas experiências de A referida Portaria estabelece as instituições ofertantes e os cursos
promoção da equidade e nas ações com populações em situação a serem ministrados, faz referência ao guia metodológico do
de vulnerabilidade social e econômica naquele país ao longo de programa e institui o Comitê Executivo, com função consultiva, entre
dez anos. O sistema canadense é denominado Sistema ARAP outras providências. Com a publicação da Chamada Pública Setec-
(Avaliação e Reconhecimento de Aprendizagem Prévia) e consiste, MEC – 01/2011 - foi possível aos Institutos Federais de todo o Brasil
em linhas gerais, em certificar todas as aprendizagens formais ou apresentarem propostas de projetos. O documento estruturava a
não formais e proporcionar a qualificação nas áreas necessárias à organização, os tipos de projetos e fazia uma previsão de formação
complementação da qualificação. com os gestores do programa e com a meta de matricular 10 mil
mulheres em 100 novos campi.
Além de prever o reconhecimento de saberes ao longo da vida, o
modelo brasileiro é inovador no sentido de que foram contemplados Em 2011, aconteceu ainda o lançamento – em inglês, francês e
instrumentos e mecanismos de acolhimento de populações em português – da publicação “Mulheres Mil – Do Sonho à Realidade”,
situação de vulnerabilidade social, que viabilizassem o acesso à que traz a trajetória do projeto contada pelas mulheres participantes.
formação profissional e cidadã, com elevação de escolaridade, Ao final desse ano, a Setec-MEC registrou a matrícula de 8.454
a inserção produtiva e a mobilidade no mundo do trabalho, o mulheres, distribuídas em 99 unidades escolares da Rede Federal.
acompanhamento dos egressos e os impactos gerados na família
e na comunidade. Em 2012, a Setec-MEC publicou a Chamada Pública nº 1/2012 com
o objetivo de incluir mais 101 unidades de Institutos Federais em
projetos do Programa Mulheres Mil, com a expectativa de abrir mais
20 mil vagas no PMM. Após a adesão à Chamada Pública, a Setec-
2.2 NACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA MULHERES MIL MEC contabilizou 210 unidades da Rede Federal com projetos do
Programa Mulheres Mil e 17 mil matrículas realizadas naquele ano.
A experiência do projeto-piloto e a construção da Metodologia
do Acesso, Permanência e Êxito fomentaram as bases para a
estruturação de uma política nacional, assim, em 2011, foi criado,
por meio da Portaria n. 1.015 de 21 de julho de 2011, o Programa 2.3 MULHERES MIL NO PRONATEC
Nacional Mulheres Mil (PMM) com o objetivo de fomentar a
formação profissional e tecnológica em articulação com a elevação No ano de 2013, os Institutos Federais solicitaram à Setec-MEC a
de escolaridade de mulheres em situação de vulnerabilidade social. inclusão do Programa Mulheres Mil no Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o que foi formalizado por

11
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

meio do Ofício-Circular 51/2013 – Setec-MEC. Nesse ano ainda Profissional e Tecnológica, públicas e privadas, para que, com o
executaram vagas e recursos da Chamada Pública de 2012 e as mapa de demanda, pudessem disponibilizar a sua possibilidade
primeiras vagas do PMM no modelo Bolsa Formação/Pronatec. de atendimento ou pactuação de vagas. A pactuação era uma
expectativa das redes educacionais em relação ao atendimento
O Pronatec tinha como fim reorganizar o conjunto de ações no setor das demandas e era consolidada com as matrículas efetivamente
de Educação Profissional e Tecnológica do Brasil. Assim, todos os realizadas.
programas desenvolvidos pela Setec-MEC passaram para o âmbito
do Pronatec. Além disso, trazia uma nova ação: o Bolsa Formação/ O Bolsa Formação/Pronatec previa recursos para a contratação
Pronatec, nas modalidades de estudante e trabalhador. de equipes de docentes e equipes técnicas, assim como para
assistência estudantil e aquisição de insumos para a realização dos
As ofertas de cursos de qualificação profissional no Brasil pelo cursos. Para que o Bolsa Formação/Pronatec fosse implementado,
Governo Federal, até 2011, aconteciam em vários programas, em o Sistec foi aperfeiçoado com o objetivo de atender os diferentes
diferentes Ministérios, como o Programa de Qualificação Profissional públicos entre demandantes e ofertantes, os quais deveriam utilizar
(PNQ), do Ministério do Trabalho; o Soldado Cidadão, do Ministério o sistema.
da Defesa; o Programa Bem Receber Copa, do Ministério do Turismo,
entre outros. Também foi criado o Guia Pronatec dos Cursos Formação Inicial e
Continuada (FIC), que apresenta os cursos previstos pelo Ministério
O Bolsa Formação/Pronatec era um programa com potencial para da Educação para fins de ofertas educativas a serem realizadas, no
reorganizar a oferta dos cursos de qualificação profissional federais âmbito da Bolsa Formação Trabalhador. Os cursos são distribuídos
a partir da ótica do Ministério da Educação. A proposta foi trazer para conforme suas características científicas e tecnológicas em 12 eixos
o campo da educação a organização de cursos que aconteciam em tecnológicos, que somam, ao todo, 511 possibilidades de oferta.
vários programas independentes. (BRASIL, 2011c, p. 5)

Assim, o Bolsa Formação/Pronatec foi criado com um desenho O Bolsa Formação/Pronatec iniciou as ofertas ao final de 2011,
que previa a figura do órgão demandante, que poderia ser tanto simultaneamente os IFs já haviam iniciado a nacionalização do
os governos municipais e estaduais quanto os distintos Ministérios Programa Mulheres Mil. Em 2013, a forma de financiamento do
da organização da estrutura do governo federal. A partir de uma PMM passou da publicação de chamadas públicas e apresentação
demanda objetiva, que indicava a necessidade de formação técnica de projetos pelas instituições para compor as vagas do Bolsa
em algum setor da economia, eram acionados os ofertantes, ou Formação/Pronatec.
seja, as instituições educacionais regulamentadas de Educação

12
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

O Programa Mulheres Mil foi executado pelo Bolsa Formação de 2013 até 2018 e, além dos Institutos Federais de Educação Profissional,
Ciência e Tecnologia, as Redes Estaduais Públicas de Ensino Técnico passaram a ofertar o PMM. A partir de 2018, o Programa Mulheres Mil ou
programas decorrentes do PMM foram ofertados com recursos próprios em mais de 18 instituições da Rede Federal.

2.4 RELANÇAMENTO DO PROGRAMA MULHERES MIL

O Programa Mulheres Mil é uma ação consolidada de formação profissional que busca compreender a dimensão de gênero, em especial das
mulheres que tiveram poucas oportunidades de escolarização e acesso ao mundo do trabalho, em suas desigualdades, com uma proposta
de acesso, permanência e êxito que visa o empoderamento das mulheres, a superação de violências e a equidade de gênero.

Diante da sua relevância e expertise para a promoção do acesso à educação profissional e tecnológica para mulheres em situação de
vulnerabilidade social e econômica, o Programa Mulheres Mil é relançado pelo governo brasileiro, por meio da Portaria nº 725, de 13 de abril
de 2023.

13
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

3. Perfil do grupo de mulheres a ser atendido

O Programa Mulheres Mil tem como objetivo atender mulheres a cultural, social e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e
partir de 16 anos, prioritariamente, em situação de vulnerabilidade práticas gerados e transmitidos pela tradição.
social e econômica, em contexto de pobreza e extrema pobreza;
baixo grau de escolarização ou nenhuma escolarização;
responsáveis pelo cuidados das/os filhas/os e ou familiares; pelos
3.1 VULNERABILIDADE SOCIAL
cuidados da casa; vítimas de violência; observando as questões de
desigualdade racial e étnica; de orientação sexual e identidade de Francisco Oliveira (1995) chama a atenção para o fato de que a
gênero; geracional; de deficiência; de classe social etc. vinculação da vulnerabilidade social estrita à questão econômica
é insuficiente para compreender as condições sociais pelas quais
Importante ainda destacar mulheres em situação de rua,
diversos indivíduos ou grupos sociais ingressam na situação de
migrantes, campesinas, refugiadas, privadas de liberdade e
vulnerabilidade social, visto que as relações entre os agentes
grupos que, historicamente, não tiveram acesso à educação e
sociais contribuem para tornar os grupos vulneráveis. No contexto
aos direitos humanos. Mulheres que vivem em comunidades
brasilero, o racismo estrutural organiza, em diferentes esferas, o
de risco ou pertencentes a Povos e Comunidades Tradicionais
funcionamento da sociedade com base em discriminações de
(PCTs), agricultoras, quilombolas, indígenas, ribeirinhas. Grupos
determinada parcela da população, especialmente da população
culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que
negra e dos povos indígenas. Outras questões que devem ser
possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam
consideradas são as discriminações de gênero, de orientação sexual
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução
e identidade de gênero. Desta forma, a vulnerabilidade social não

14
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

pode ser dissociada da posição dos sujeitos e cultural. Portanto, a vulnerabilidade social relaciona-se com um conjunto de condições
no sistema de produção, social, cultural estruturais que afetam diferentes âmbitos da vida dos indivíduos e dos grupos.
e econômica e precisa ser analisada na
perspectiva dos direitos humanos e sociais. Assim, no Programa Mulheres Mil, a vulnerabilidade social relaciona-se às condições de
existência do grupo de mulheres e deve ser utilizada como ferramenta analítica das:
Simone Monteiro (2011), por sua vez, aponta
que a vulnerabilidade social está relacionada
ao desequilíbrio e à carência e engloba três • Questões econômicas: situação de pobreza, renda e desemprego;
categorias: os ativos, que são os recursos
• Questões educacionais: baixos índices de escolaridade;
materiais e socioculturais que possibilitam
aos indivíduos se desenvolverem na • Questões de saúde: dificuldade ou inexistência de acesso aos serviços públicos de
sociedade, tais como trabalho, lazer, cultura saúde;
e educação; o conjunto de oportunidades
procedentes do âmbito social, concedidas • Questões de violência: física, psicológica, moral e patrimonial;
pelo mercado, Estado e sociedade; e as
• Questões de desigualdades de gênero, raça, etnia e orientação sexual;
estratégias, definidas como as formas por
meio das quais os indivíduos usam os ativos • Questões de moradia: infraestrutura das casas, acesso à água potável e ao saneamento
para construir mudanças estruturais de um básico;
dado contexto social. Para os estudiosos, a
ausência desses elementos caracteriza a • Questões de segurança alimentar: acesso a alimentos saudáveis, entre outros.
situação de vulnerabilidade social.

Considerando as reflexões acerca dessa São esses conjuntos de fatores, dentre outros, identificados no território, que devem ser
temática, destaca-se que, no âmbito analisados para que se possa avaliar as condições de vulnerabilidade social do grupo de
dessa política pública, entende-se por mulheres.
vulnerabilidade social a condição de
uma parcela significativa da população
brasileira para a qual foram negados os
direitos baśicos, decorrente de processos
históricos de exclusão social, econômica

15
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

4. Princípios Pedagógicos da Metodologia


do Acesso, Permanência e Êxito do
Programa Mulheres Mil (MAPE)
A metodologia que orienta a execução do Programa Mulheres Mil também se agregam as ações desenvolvidas nos últimos 18 anos,
parte da importância de uma Educação Popular que possibilite desde a primeira experiência, em 2001, no Rio Grande do Norte,
melhor integração das mulheres beneficiadas, considerando suas passando pelos Projetos-Piloto, o processo de nacionalização do
realidades sociais, vivências e experiências. Programa Mulheres Mil, em 2011, e seu ingresso no Pronatec, em
2013.
Neste sentido, a Educação Popular proposta por Paulo Freire,
que se fundamenta nos princípios de dialogicidade, igualdade, Dessa forma, a ideia é pensá-los, em diálogo com cenas do cotidiano
problematização e empoderamento, subsidia a Metodologia do da escola, como contribuições possíveis, como pressupostos
Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil. políticos (a sociedade que se quer construir), axiológicos (os valores
Princípios cujos saberes da experiência, produzidos pelo grupo de que orientam os processos de subjetivação/formação dos sujeitos),
mulheres desde suas condições de existência, constituem-se em gnosiológicos (processo de ensino-aprendizagem/produção do
matéria-prima para o ensino e para a aprendizagem, valorizando, conhecimento) e epistemológicos (conhecimentos relevantes para
assim, todos os sujeitos envolvidos no processo educacional: os/as e no espaço pedagógico da aula). (GIOVEDE, SILVA, AMARAL, 2018).
professores(as), os/as técnicas/os e as educandas.
Princípios que nos indagam a pensar para quem ensinar, pressuposto
Esses princípios dialogam tanto com a metodologia canadense axiológico, que coloca a necessidade de nos debruçarmos e
ARAP quanto com a Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito olharmos para quem são essas mulheres, para os territórios em que
(MAPE), elaborada a partir da socialização de conhecimentos entre estão situadas e as condições materiais em que vivem e sobrevivem.
os Colleges Canadenses e os Institutos Federais. A esses princípios Nos exige seguir as trilhas de quais e como os processos de opressão

16
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

de classe social, de gênero, de raça, de etnia e de orientação sexual Trata-se assim de pensar conteúdos, tanto o do Módulo do Núcleo
incidem sobre suas vidas. É relevante mapear suas relações com Comum, composto por temas interdisciplinares, quanto o do Módulo
a educação, com o mundo do trabalho, suas condições de acesso da Qualificação Profissional, que ampliem suas percepções sobre o
às políticas públicas de transferência de renda, de saúde, de mundo, ou seja, suas leituras de mundo. Podemos pensar que o que
educação, de moradia, entre outras. Identificar as redes de apoio ensinar relaciona-se assim com o processo de letramento amplo,
disponíveis para que se possa mapear as parcerias necessárias que não se restringe ao domínio da leitura e da escrita de palavras,
para o atendimento das necessidades das mulheres com vistas a mas se articula com processos de aprendizagem que contribuam
possibilitar o acesso, a permanência e o êxito. para que elas compreendam o contexto socioeconômico em que
estão inseridas e possam agir em busca de melhorias da qualidade
Compreender a relação do grupo de mulheres com o mundo do de vida e de transformação social.
trabalho e as potencialidades de geração de renda existente no
território é fundamental para se definir a oferta da qualificação Princípios que nos desafiam a pensar em como ensinar, ou seja,
profissional. Importante ainda identificar as formas e os espaços quais as práticas educativas, o planejamento, as metodologias de
de organização política, tais como associação de moradores, ensino e de avaliação que dialogam com as condições de existência
cooperativas, coletivos etc. e o envolvimento do grupo de mulheres das mulheres, tais como os tempos que dispõem para se dedicar
com essas instâncias. Identificar as manifestações culturais aos estudos, os seus níveis de escolaridades e os seus processos de
existentes no território, que, às vezes, se nomeiam como cultura aprendizagem, levando em conta tanto as suas dificuldades quanto a
popular, é transitar pela memória, pelos processos de constituição potência dos seus saberes. Trata-se de pressupostos gnosiológicos
de identidades e de percepções de mundo. e epistemológicos que colocam a necessidade de pensar e elaborar
práticas educativas para pessoas que, por diversas razões, não
Princípios que suscitam reflexões acerca de o que ensinar, ou seja, tiveram acesso à educação formal e que muitas delas carregam
pressupostos gnosiológico, político e epistemológico, que nos na memória experiências negativas do ambiente escolar. Portanto,
exigem refletir acerca de que conhecimentos são relevantes para o como ensinar relaciona-se com pensar metodologias inclusivas
fazer a articulação entre os saberes da experiência do grupo de e dialógicas, que as estimulem a compartilhar suas dúvidas, suas
mulheres, os arranjos produtivos locais e/ou a vocação econômica percepções acerca do conteúdo, acerca de si mesmas e do mundo,
da região e o conhecimento científico e tecnológico. Processo que de seus medos, sonhos e anseios.
desafia, tanto as estudantes quanto os/as docentes, a produção de
conhecimentos que as instrumentalizem a se inserir ou se reinserir Portanto, a dialogicidade, a problematização, a igualdade e
no mundo trabalho e a fazer os enfrentamentos para romper com as o empoderamento são princípios que orientam e devem ser
violências que as atravessam no cotidiano. incorporados a todas as etapas do programa: ao acesso (a

17
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

aproximação e diálogo com os territórios e com o grupo de a ação do/a educador(a) é problematizar com as educandas o
mulheres), à permanência (o processo educativo, que envolve conteúdo que “os mediatiza – e não o dissertar, descrever como
tanto a qualificação profissional quanto às estratégias que as algo dado e acabado” – buscando compreender que toda vida
possibilitem frequentar a instituição e se sentirem acolhidas), e ao pode tornar explícito problemas que não estão no horizonte do(a)
êxito (a conclusão do curso de forma satisfatória com a ampliação docente. Trata-se, assim, de estabelecer diálogo com os saberes
de oportunidades de inclusão socioprofissional). das vivências cotidianas, não redutíveis ao intelecto, visto que se
inscrevem nas emoções, na intuição e no corpo, ou seja, nas ações
e estratégias que as mulheres usam para enfrentar as dificuldades e
4.1 PRINCÍPIO DA DIALOGICIDADE as violências que as atravessam. (FREIRE,1996).

Na teoria educacional proposta por Paulo Freire, filósofo de referência Nesse movimento, Freire nos provoca a pensar que uma das tarefas
nacional e internacional, o diálogo é um ato de comunicação mais relevantes da/o professor(a)/educador(a) é abrir trilhas de
que gera ações de colaboração entre os sujeitos. Trata-se de um pensamento para que as estudantes possam fazer um processo
encontro entre diferentes pessoas de diferentes contextos, no de transição da curiosidade espontânea, que inicialmente pode
qual se estabelece a escuta sem pré-concepções e preconceitos, ser ingênua, quando associada ao saber do senso comum, mas é
com vistas a entender as diferentes percepções de mundo a mesma curiosidade que, ao se criticizar, torna-se epistemológica.
produzidas desde as condições de existência coletiva e individual. Portanto, na curiosidade que as estudantes apresentam desde as
Desta forma, a dialogicidade consiste em escutar as educandas, suas experiências existenciais, as perguntas acerca dos modos de
considerando-as como sujeitos de práticas sociais e de saberes das funcionamento da sociedade estão sempre lá, enquanto potência
experiências de vida que devem ser postos em diálogo no processo para se tornar um conhecimento reflexivo acerca do mundo e de
educativo, tanto nos conteúdos ministrados pelos/as docentes modos de vida individuais e coletivos.
em sala de aula como nas ações de permanência e nas diversas
atividades que acontecem no cotidiano da escola. Relaciona-se Ao pensar a prática educativa como processo de construção de
com o estabelecimento da relação com o outro, cujas bases são a conhecimento, Freire nos propõe olhá-lo como ciclo gnosiológico, o
legitimidade, a dignidade, a equidade e a igualdade, possibilitando qual se dá numa relação intersubjetiva e requer o estabelecimento
o conhecimento e reconhecimento que tornam visíveis maneiras de uma relação dialógica entre as educandas e a/o docente, na
distintas de ser, viver e saber. qual todos são coautores(as) e autores(as). Dessa perspectiva, o
conhecimento não se reduz à capacidade dos sujeitos de apreender
No âmbito das práticas e metodologias educacionais, Freire (1996, o objeto e, por isso, a relevância do diálogo para refletir acerca da
p.86) analisa o ato pedagógico enquanto ato gnosiológico, no qual realidade apreendida e ressignificá-la conjuntamente no processo

18
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

de ensino e aprendizagem, ou seja, requer o conhecimento não só 4.2 PRINCÍPIO DA PROBLEMATIZAÇÃO


da objetividade, “mas a consciência que tenham desta objetividade;
os vários níveis e percepção de si mesmos e do mundo em que e Ao se pensar a problematização como um dos pilares da ação
com quem estão.” (FREIRE, 1992, p.99). Essa reflexão coloca pistas educacional do Mulheres Mil, uma das exigências que se coloca
para pensar um desafio relevante, qual seja: a relação entre ensino é compreender a influência que o contorno ecológico, social e
e aprendizagem enquanto um processo indissociável, visto que se econômico, ou seja, o Território, exerce na leitura que o grupo de
afetam, se modificam e, por isso, produzem conhecimentos outros, mulheres faz do mundo.
e, no mesmo gesto, carregam a potência de modificar as percepções
Compreender que as condições de existência condicionam
do sujeito sobre si mesmo e sobre o mundo.
nossas formas de interagir e agir com o meio e com o outro. Daí a
No âmbito do Programa Mulheres Mil, esse princípio opera como necessidade de se estabelecer uma relação dialógica com esses
uma força motriz que carrega a potência de ampliar a leitura do territórios (vila, comunidade, bairro, assentamento, quilombo,
mundo das mulheres, das/os docentes, das/os servidoras/es e das comunidades indígenas) e com os saberes produzidos por essas
instituições. Se essa política pública atende mulheres indígenas, por populações, cujas vidas são marcadas pelo racismo, a misoginia
exemplo, a dialogicidade coloca-se como exigência e necessidade e as discriminações de gênero e de orientação sexual, de classe
para entender e dialogar com suas cosmologias e seus modos social, de etnia e de raça.
de ser, existir e produzir a vida para que se possa elaborar uma
Problematizações que trarão à tona questões relacionadas, por
oferta de qualificação profissional em consonância com o contexto.
exemplo, aos altos índices de violência doméstica e/ou sexista
Desafio similar coloca-se para os grupos de mulheres que vivem
que incidem sobre determinados grupos de mulheres ou questões
em comunidades quilombolas, ribeirinhas, assentadas, migrantes,
relacionadas à segurança alimentar.
mulheres que vivem em encarceramento, bem como para todas
as mulheres que participam do programa, sejam as que vivem em Mesmo sendo maioria, ao se analisar, por exemplo, os diversos
territórios urbanos ou rurais. estudos acerca de renda, de ocupação, de escolaridade, de pobreza
e de representação política, os negros (mulheres e homens) estão
Nesse sentido, a dialogicidade é um princípio estruturante para as
em maiores desvantagens sociais; menor grau de escolarização,
ações do Programa Mulheres Mil, para compreender as mulheres,
inclusive entre os não alfabetizados; recebem menores salários, têm
suas realidades, suas necessidades, dificuldades e anseios,
mais dificuldade de acesso e permanência no mundo do trabalho,
configurando-se como condição de possibilidade, abertura,
assim como são mais incidentes entre as pessoas desempregadas
caminho, para que a problematização, o segundo princípio, emerja.
e/ou em empregos informais em comparação com pessoas brancas

19
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

com a mesma escolarização; bem como nos cargos de chefia das conflitos que podem surgir entre o grupo de mulheres quanto
diferentes instituições, sejam as públicas ou as privadas. aqueles que advém dos demais membros da comunidade escolar.

Problematizações enfrentadas pelos povos indígenas, tais como Portanto, o princípio da problematização na prática educativa,
a demarcação das terras indígenas e o direito de preservar suas proposta por Paulo Freire, constitui-se em se debruçar e
tradições e culturas. Também são vitimados pela falta de acesso compreender os problemas que afetam os grupos de mulheres e
aos serviços públicos básicos - saúde, alimentação, educação, entre seus territórios, os quais precisam ser integrados tanto no Módulo
outros. do Núcleo Comum como no Módulo da Qualificação Profissional,
para que elas possam ampliar seus conhecimentos e atuar como
Problematizações similares são vivenciadas pelas comunidades agentes de transformação da sociedade em busca de soluções para
quilombolas, que, segundo dados do IBGE (2023), habitam as 5.972 enfrentá-los no âmbito individual e coletivo. Para isso, é necessário
localidades quilombos, distribuídas em 1.672 municípios brasileiros. que o princípio da igualdade subsidie as ações do programa.

Problematizações que exigem o rompimento com os espaços de


trabalho historicamente impostos às mulheres, especialmente,
às mulheres negras (pretas e pardas) e às indígenas em situação 4.3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
de pobreza, que, em maior incidência, estão concentradas nos
trabalhos domésticos de pessoas, de lugares, da produção de Nas relações pedagógicas, a igualdade refere-se ao diálogo entre os
alimentos e artesanato etc., e pensar uma oferta de qualificação diferentes e desde as diferentes posições das/os estudantes e das/
profissional que dialogue tanto com os saberes das mulheres e de os professoras/es na prática educativa. Nas diversas entrevistas,
suas culturas quanto com as diferentes áreas do mundo do trabalho palestras e no livro Pedagogia da Esperança, Freire afirma que uma
e com as transformações tecnológicas em curso. das suas únicas certezas é que “Ninguém é superior a ninguém”.
Uma possibilidade para entendermos essa afirmação é caminhar
Por fim, é relevante salientar que o racismo estrutural, os por suas reflexões acerca da condição humana. Para Freire (2005),
preconceitos e discriminações que atingem a população negra somos seres históricos, inconclusos e inacabados, que constroem
(preta ou parda), os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e e transformam a realidade nas relações que estabelecemos entre
assentados, assim como a misoginia, estão enraizados na sociedade, nós, com e no mundo. A condição humana relaciona-se com a
portanto incorporadas nas práticas cotidianas, atuando no processo capacidade de compreender a inconclusão enquanto condição de
de produção e disseminação constante que normaliza as violências possibilidade de tridimensionar o tempo e fazer história, ou seja,
e as desigualdades. Daí a necessidade de se ficar atento tanto aos agir no presente, a partir do passado, em função do futuro, em um

20
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

movimento permanente de busca por humanização, por ser mais, e, ao mesmo tempo, colocar no debate instrumentos de análise que
considerada pelo autor como vocação histórica do ser humano. contribuam para que as alunas estabeleçam uma crítica aos seus
próprios saberes.
Já Walter Kohan (2019, p.81) nos dá outra pista. Pensarmos que
todas as vidas são iguais, pois têm igual potência de vida. Assim, a Desta forma, como ressalta Kohan (2019, p.120), para Freire, o
educação, como nos propunha Paulo Freire, “parte do princípio de “aprender tem prioridade epistemológica, pedagógica, sobre o
que todas as vidas valem igualmente e são igualmente capazes de ensinar” e traz como exigência que a/o docente, desde a relação
colocar em questão a vida individual e social”. dialógica com as estudantes, recrie o seu próprio processo de
ensino. Sendo assim, é necessário que a prática docente seja
Assim, ao pensar o princípio da igualdade como condição humana consubstanciada por intervenções educacionais que promovam
ou potência de vida, pode-se fazer um deslocamento no papel da o desenvolvimento das potencialidades das educandas que não
escola, o qual não seria promover ou garantir a igualdade, mas afirmá- podem ser reduzidas à condição de objeto, a meras depositárias de
la como condição de sua existência, ou seja, fazemos ou vamos conteúdos, selecionados e definidos a partir da visão de mundo do
à escola porque somos iguais. Uma questão que esse princípio outro, que desconhece a sua realidade.
coloca é o de como pensar a igualdade nas relações pedagógicas
sem hierarquizar os saberes de professores/as e estudantes pelas Ao pensarmos igualdade na prática educativa, o desafio é estabelecer
posições hierárquicas que cada um ocupa e, ao mesmo tempo, relações entre os saberes curriculares, aqueles propostos no Plano
reconhecer as diferenças epistemológicas e estéticas. de Curso, com as experiências que o grupo de mulheres tem no
âmbito individual e coletivo, cujo foco é o empoderamento, o quarto
E tal movimento coloca a importância de a/o docente ter domínio princípio do Programa Mulheres Mil.
dos temas ministrados, colocar-se em diálogo com os saberes das
mulheres, e, no mesmo gesto, assumir a direção do processo – o
que pressupõe comprometimento com os conteúdos e com as
estudantes, mas sem se considerar um iluminado, que tem o papel 4.4 PRINCÍPIO DO EMPODERAMENTO
de inculcar determinado conhecimento ao objeto aluna, mas ensinar
Para Paulo Freire e Ira Shor, empoderamento relaciona-se com a
aprendendo e aprender ensinando (FREIRE, SHOR, 1986).
capacidade da educanda de interpretar e refletir sobre sua realidade,
Portanto, esse princípio coloca o ato reflexivo na docência como tanto no âmbito individual quanto coletivo, com vistas a produzir
exigência para que a/o docente seja capaz de recriar o seu mudanças significativas para a construção de uma sociedade mais
conhecimento a partir das experiências/existências das estudantes justa e democrática (FREIRE, SHOR, 1986).

21
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Trata-se de um processo de produção de conhecimento, balizado II) Agência, que significa ter voz nos processos de negociação, seja
na dialogicidade, na igualdade e na problematização, que no âmbito familiar, pessoal e coletivo, e influência na tomada de
atravessa o cotidiano das mulheres, com vistas a instrumentalizá- decisões acerca de escolhas estratégicas na vida.
las a se perceberem como sujeitos que compreendem e refletem
criticamente acerca das suas realidades e desvantagens econômicas, III) Realizações, que se propõe a mensurar as melhorias significativas
sociais, políticas, raciais e de gênero, contribuindo e fortalecendo os no bem-estar e no aumento da agência das mulheres, incluindo
seus anseios de modificar esse contexto. Podemos compreendê- saúde, educação, oportunidades de trabalho e ganhos, direitos,
lo como exercício da cidadania plena, no qual a mulher se assume participação política, entre outras.
como sujeito da sua história e como agente de transformação social.
Importante frisar que esses âmbitos propostos para a mensuração
No âmbito do Programa Mulheres Mil, o empoderamento relaciona- do empoderamento coadunam-se com os objetivos do Programa
se tanto com os objetivos que se deve buscar no percurso formativo Mulheres Mil, que tem como fim estimular a elevação de escolaridade,
quanto com os resultados que deles podem advir para a melhoria contribuir na melhoria da qualidade de vida, no enfretamento
de vida das mulheres no âmbito social, econômico, político e à violência contra as mulheres, na promoção da equidade de
de representatividade. Portanto, esse princípio se constitui tanto gênero e na inserção socioprofissional. Dessa forma, o princípio
como um objetivo educacional quanto como um indicador para a empoderamento deve estar presente nas diversas ações, seja no
mensuração da efetividade do programa. Acesso, no que diz respeito ao diálogo com os territórios e com as
mulheres; na Permanência, na definição da qualificação profissional
Tendo como referência “Um guia prático para mensurar o em consonância com os saberes e desejos das mulheres e com os
empoderamento de mulheres e meninas em avaliações de impacto”, arranjos produtivos locais; na elaboração e definição do plano de
elaborado pela Abdul Lafit Poverty Action Lab (J-Pal, 2003), o curso, atento à seleção de conteúdos que sejam relevantes a cada
empoderamento, como indicador, relaciona-se com o arbítrio e a grupo de mulheres; nas práticas e metodologias de ensino, que
capacidade de fazer escolhas significativas. Trata-se do “processo devem primar por estimular a participação das estudantes; na oferta
pelo qual aquelas a quem foi negada a capacidade de fazer escolhas dos serviços para garantir a permanência; no êxito Pedagógico,
estratégicas de vida a adquiram”. Nesse sentido, o guia propõe na efetividade do curso, buscando evitar evasões e desistências;
analisar o empoderamento das mulheres em três âmbitos: bem como no êxito Profissional, com a criação de caminhos que
possibilitem a inclusão socioprofissional das mulheres.
I) Recursos, que se relaciona com a obtenção de acesso a recursos
materiais, humanos e sociais que aumentem a capacidade das Enquanto indicador, o Empoderamento visa mensurar os impactos
mulheres de exercerem escolhas, incluindo conhecimento, atitudes do Programa Mulheres Mil junto às estudantes com o objetivo
e representação.

22
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

de identificar as contribuições da qualificação profissional no Nessa direção, Kimbelé Crenshaw (2002) nos propõe pensar as
que diz respeito às melhorias relacionadas à capacidade das problemáticas dessas mulheres pelo prisma da interseccionalidade,
mulheres fazerem escolhas estratégicas para o seu bem-estar, que permite investigar as diferentes formas que o racismo, o
exercendo influência e tendo agência nas decisões no âmbito patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios
individual e coletivo, e a ampliação de oportunidades de inserção criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas
socioprofissional. Trata-se, portanto, do processo de monitoramento, de mulheres, desde os marcadores de raça, de etnia, de classe
da mensuração dos resultados do programa para, a partir deles, social, de orientação sexual, entre outros.
realizar as adequações necessárias.
No âmbito educacional, essas reflexões colocam a exigência de
se reconhecer que as intercessões e interconexões entre gênero,
4.4.1 INTERSECCIONALIDADES: GÊNERO, RAÇA, ETNIA raça, etnia, classe social, identidade de gênero e orientação
E SEXUALIDADE sexual produzem desigualdades. Por isso, a necessidade de se
incorporar, nas práticas pedagógicas do Programa Mulheres Mil, a
Uma das questões centrais do Programa Mulheres Mil é pensar para
Educação Antirracista e a Educação para as Relações de Gênero,
quem se oferta a qualificação profissional. Compreender que os
compromentendo-se com o enfrentamento de toda e qualquer
grupos de mulheres apresentam situações de violência de gênero,
expressão de discriminação racial, preconceito racial, étnico e de
de raça, de etnia, orientação sexual, geracional, entre outras e
gênero. E, no mesmo gesto, valorizar a contribuição histórica africana
desigualdades sociais, econômicas, educacionais e culturais.
e dos povos indígenas na formação econômica, social e cultural do
Nesse sentido, coloca-se a necessidade de identificar como as Brasil.
trajetórias desiguais do ponto de vista social e econômico incidem
Também é relevante enfrentar o silenciamento e as violências
nos processos de discriminação e de violências enfrentadas pelas
que incidem sobre as mulheres lésbicas, transexuais e travestis. E
mulheres de forma geral e de forma específica, quando se analisa
olhar para essas mulheres que ingressam nas salas de aulas das
a realidade das mulheres indígenas, negras (pretas e pardas)
instituições como sujeitos históricos, sociais e culturais, dotadas de
e quilombolas. Também se faz necessário identificar como as
experiências adquiridas no decorrer das suas histórias e capazes de
identidades de gênero e de orientação sexual têm colocado as
construir conhecimento e aprendizado.
mulheres transexuais e travestis, assim como as mulheres lésbicas,
biafetivas, assexuais e não binárias com mais obstáculos sociais Destaca-se que, ao ter como ponto de partida as reflexões
nos diversos aspectos da vida social: trabalho, saúde, educação, apresentadas acima, podemos acompanhar sua materialização no
moradia, acesso às políticas públicas. cotidiano do contexto brasileiro, mais especificamente, na realidade

23
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

vivenciada pelas mulheres que ingressam no Programa Mulheres Mil. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (ONU, 2021), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
no Brasil, 1 (uma) a cada 3 (três) mulheres já sofreu algum tipo de violência, mais de 33%, índice superior ao da média global, que é de 27%.

Para se ter uma ideia da dimensão das situações de violência a que estão submetidas às mulheres, seguindo o conceito de interseccionalidade
proposto por Crenshaw (2002), o levantamento Visível e Invisível, realizado pelo Datafolha, em 2022, aponta que a violência ao longo da vida
é maior entre as mulheres negras (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e
na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%). No geral da população esse índice é 33,4%.

As diferenças que constituem as mulheres, identificando as problemáticas comuns, que afetam ao grupo, e aquelas que as impactam de
forma diferenciada, tais como os preconceitos de raça, etnia e orientação sexual, por exemplo, podem ser identificadas no decorrer do
percurso formativo.

24
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

5. Acesso

No âmbito do Programa Mulheres Mil, o acesso relaciona-se à social, econômica, política, educacional, cultural e tecnológica dos
criação de condições, de estratégias, de instrumentos e de soluções grupos sociais existentes nos territórios.
que possibilitem às mulheres em situação de vulnerabilidade social
ingressar como estudantes, regularmente matriculadas, em cursos Tendo como base os princípios pedagógicos da dialogicidade,
de Instituições de Educação Profissional. Portanto, relaciona-se com problematização, igualdade e empoderamento, o acesso à instituição
a garantia do direito ao acesso à escolaridade, ao conhecimento, à passa a ser concebido como um instrumento de inclusão, promotor
tecnologia e à inovação produzidas pela sociedade. de permanência no ambiente escolar, com êxito e sustentabilidade,
dada a mudança de concepção de acesso seletivo para um acesso
Neste contexto, a instituição é o grande articulador e integrador inclusivo e afirmativo.
de uma rede de ensino, pesquisa, extensão, documentação e
informações de referência que fomenta, desenvolve e consolida Essa concepção de acesso inclusivo, que reconhece e valoriza os
a reflexão e a compreensão, de forma atualizada, permanente e saberes construídos no decorrer da trajetória de vida, oportuniza,
contextualizada, sobre as diversas dimensões e dinâmicas dos para a instituição que oferta o Programa Mulheres Mil, dialogar
territórios em que essas mulheres vivem. Para isso, a instituição com as diferentes realidades e, a partir disso, estabelecer relações
se articula como um observatório de políticas públicas e com entre os saberes da experiência produzidos pelas mulheres, desde
o universo social, econômico, geográfico, educacional, cultural, seus territórios e suas condições de existência, e o conhecimento
científico e tecnológico de seu entorno, devendo estabelecer o científico e tecnológico produzido pela sociedade com o objetivo
diálogo com o objetivo de apreender as diferentes caracterizações de ampliar a leitura de mundo tanto das mulheres quanto das
instituições.

25
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

social, econômica, política, educacional, cultural e tecnológica dos fortalecimento das mulheres. As participantes não apenas adquirem
grupos sociais existentes nos territórios. habilidades técnicas, mas também desenvolvem um senso de
pertencimento a um grupo que compartilha objetivos comuns,
Tendo como base os princípios pedagógicos da dialogicidade, bem como constroem espaço de troca e apoio. Esse sentimento
problematização, igualdade e empoderamento, o acesso à instituição de pertencimento é fundamental para que as mulheres se sintam
passa a ser concebido como um instrumento de inclusão, promotor encorajadas a explorar seu potencial, a superar desafios e a criar
de permanência no ambiente escolar, com êxito e sustentabilidade, oportunidades para si mesmas.
dada a mudança de concepção de acesso seletivo para um acesso
inclusivo e afirmativo. Dentro das salas de aula do Programa Mulheres Mil, o pertencimento
é fomentado através da promoção da diversidade, do respeito
Essa concepção de acesso inclusivo, que reconhece e valoriza os às diferenças e da valorização das experiências individuais. Os
saberes construídos no decorrer da trajetória de vida, oportuniza, professores desempenham um papel crucial na construção
para a instituição que oferta o Programa Mulheres Mil, dialogar de um ambiente inclusivo, incentivando a participação ativa e
com as diferentes realidades e, a partir disso, estabelecer relações proporcionando um espaço onde as mulheres se sintam ouvidas e
entre os saberes da experiência produzidos pelas mulheres, desde respeitadas.
seus territórios e suas condições de existência, e o conhecimento
científico e tecnológico produzido pela sociedade com o objetivo Além disso, o pertencimento não se limita apenas ao período de
de ampliar a leitura de mundo tanto das mulheres quanto das formação, mas visa estender-se para a vida pós-capacitação. O apoio
instituições. contínuo, redes de suporte e oportunidades de desenvolvimento
pessoal e profissional contribuem para que as mulheres se sintam
conectadas e motivadas a continuar avançando em suas trajetórias.
5.1 PERTENCIMENTO Em resumo, o pertencimento no Programa Mulheres Mil vai além da
simples participação em cursos. Envolve a criação de um ambiente
No contexto do Programa Mulheres Mil, o termo “pertencimento”
acolhedor, inclusivo e solidário, no qual as mulheres se sintam parte
refere-se à criação de um ambiente acolhedor e participativo, onde
de uma comunidade que as apoia em seu crescimento pessoal
as mulheres se sintam parte de uma “comunidade” de aprendizado
e profissional. Esse sentido de pertencimento é essencial para
e crescimento.
fortalecer as mulheres, para o empoderamento, contribuindo para
O pertencimento deve ir além do simples participar de cursos. transformação positiva em suas vidas.
Envolve a construção de relações de confiança, apoio mútuo e

26
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

5.2 ACESSO DAS ESTUDANTES 5.3 INSTITUIÇÃO NO TERRITÓRIO

Considerando o perfil das estudantes, deve-se pensar o acesso No âmbito do Mulheres Mil, propõe-se olhar a vila, o bairro, a
como um processo e um instrumento de diálogo com vistas a comunidade, o assentamento, a comunidade indígena e quilombola,
promover o ingresso acolhedor e personalizado de cada grupo de ou seja, o local que será atendido por essa ação educacional como
mulheres. Processo e instrumento de mapeamento dos contextos um território, como um espaço historicizado, no qual as pessoas
sociais, econômicos e culturais do coletivo, ou seja, das condições moram, estabelecem trocas materiais, econômicas e culturais entre
de existência dessas mulheres no território, bem como das trajetórias si, com seu entorno e com os demais espaços da cidade.
individuais, das histórias de vida que são singulares e afetadas de
diferentes formas pelo racismo, pela misoginia, pelo patriarcalismo Em muitos desses territórios, especialmente os marcados
e pela discrisminacão de classe e de gênero. por situações de vulnerabilidade social, é possível identificar
problemáticas comuns, tais como as carências de equipamentos
O acesso, portanto, relaciona-se, também, com a identificação públicos e das condições socioambientais, por exemplo, moradias
dos saberes da experiência, aqueles produzidos pelas mulheres, localizadas em áreas consideradas de risco. É comum ainda os
que devem entrar em diálogo com a elaboração e definição da moradores enfrentarem escassez de transporte público e de acesso
qualificação profissional. Por isso, o acesso inclui um conjunto de a alimentos saudáveis, ao saneamento básico e à água potável,
ações de aproximação com o território e com as mulheres com entre outras.
vistas à identificação das suas condições de existência.
No entanto, se por um lado, há diversos aspectos materiais e
Ações que iniciam e consolidam a interface e o diálogo, o que simbólicos que afetam negativamente o cotidiano das pessoas,
permite às instituições conhecer e se aproximar da realidade, deve-se compreendê-lo também como um lugar de produção de
identificando suas necessidades, desafios, demandas e potenciais, cultura, de estabelecimento de relações solidárias e cooperativas,
por meio do levantamento de informações que possibilita delinear de trocas comerciais, ou seja, um local de potencialidades individuais
as ações de ingresso e permanência do grupo de mulheres à e coletivas. Nesse sentido, é imprescindível olhar os territórios e os
instituição educacional, as quais podem requerer o estabelecimento que lá vivem como sujeitos de direitos e de saberes que podem
de parcerias com os demais serviços públicos, tais como saúde, ser potencializados, portanto agentes de transformação das suas
assistência social, sistema de justiça etc. realidades e da sociedade.

Diante da complexidade dos territórios e tendo a dialogicidade e


a problematização como princípios estruturantes do Programa

27
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Mulheres Mil, a instituição deve conhecê-lo in loco e estabelecer Levantar dados acerca da escolaridade (nível de escolaridade,
diálogos com associações de bairro, clubes de mães, entidades distorção idade-série, índice de analfabetismo) e das condições de
de classe, ONGs, organismos de governos municipais, estaduais e segurança alimentar e nutricional (acesso a alimentos básicos de
federal para conhecer a realidade, apresentar, divulgar o programa qualidade e saudáveis, adequados do ponto de vista nutricional). É
e estimular a participação do grupo de mulheres. relevante compreender as relações de gênero, de raça e de etnia
por meio dos indicadores de violência de gênero (patrimonial,
Nessas visitas, devem ser apresentadas a concepção, as diretrizes sexual, física, moral e psicológica e sexista), da desigualdade
e o contexto do Programa Mulheres Mil e feito o convite para que as étnica e racial (acesso da população negra e do povo indígena
mulheres se integrem às instituições, conheçam suas instalações e à educação, à saúde, ao trabalho, bem como as diferenças de
serviços ofertados. Essas ações, entre outras, consolidam o diálogo renda, das condições de moradia e as discriminações que as
com e no território e assim permitem a compreensão mútua das vitimam). Deve-se também identificar as manifestações culturais,
demandas, das necessidades locais e das potencialidades. as instituições não governamentais que lá atuam (ONGs, clube de
mães, associação de moradores). No que se refere ao mundo do
trabalho, é imprescindível mapear os arranjos produtivos locais
5.3.1 DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO (APLs) e os potenciais econômicos existentes no território.

Para compreender as condições dos grupos de mulheres, é Esse conjunto de informações pode ser levantado por meio de
necessário alargar o olhar para o território e identificar os contextos entrevistas e conversas com lideranças comunitárias, junto aos
sociais, econômicos, educacionais, ambientais e culturais. Para órgãos municipais, tais como Centro de Referência de Assistência
isso, deve-se fazer um levantamento da realidade socioeconômica Social (CRAS), Secretarias de Educação, da Mulher, do Trabalho
(a renda per capita, as ocupações laborais dos/as moradores/as, e Emprego e aos órgãos federais, tais como o Instituto Brasileiro
os empreendimentos, taxa de desemprego) e dos equipamentos de Geografia e Estatística (IBGE), os Ministérios das Mulheres, do
públicos existentes (escola, unidade de saúde, delegacia da Trabalho e Emprego e da Educação, entre outros.
mulher, coleta de lixo etc). Identificar as condições socioambientais
(acesso ao saneamento e à água potável e a infraestrutura das
moradias) e as de mobilidade urbana (acesso ao transporte público
5.3.2 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS - APLS
e aos demais meios de transporte usados, tais como bicicleta,
motocicleta, carros). Existe uma vasta literatura nacional e internacional sobre o fenômeno
da aglomeração de empreendimentos de uma mesma atividade

28
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

produtiva em uma determinada região universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento”
geográfica. Há muitas denominações e (Redesist, 2004).
ênfases diferentes. O mesmo fenômeno é,
às vezes, denominado de arranjo produtivo Com o incentivo público, houve o registro, oficialmente, de quase 400 APLs brasileiros,
local, sistema produtivo local ou mesmo cujos dados estão disponíveis no site do Observatório de APLs, vinculado ao Ministério
“cluster”. No Brasil, a expressão mais do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no link https://www.gov.br/
difundida é arranjo produtivo local. empresas-e-negocios/pt-br/observatorioapl/apls-brasileiros.

A Rede de Pesquisa em Sistemas Entretanto, os dados do Censo IBGE 2022 e do Mapa de Empresas do MDIC apontam
Produtivos e Inovativos Locais (Redesist), que o Brasil possui 5.568 municípios, 55,2% destes com 10 mil habitantes, e existem 21,8
sediada no Instituto de Economia da milhões de empresas ativas em todo o território nacional. Além disso, conforme a pesquisa
Universidade Federal do Rio de Janeiro, “Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil (FASFIL)”, realizada em
conceitua arranjos produtivos locais como 2016 pelo IBGE, existem 236 mil associações e fundações no Brasil, portanto, é provável que
“aglomerações territoriais de agentes nem todos os APLs tenham sido oficializados, sendo necessário, além de consultar os dados
econômicos, políticos e sociais – com foco do Observatório de APLs, conhecer a realidade local para identificar os arranjos existentes e
em um conjunto específico de atividades os não oficiais.
econômicas – que apresentam vínculos
Adaptando ao contexto do Programa Mulheres Mil, pode-se aplicar o conceito de APLs
mesmo que incipientes. Geralmente
nos momentos de elaboração do diagnóstico do território, do mapa da vida coletivo, da
envolvem a participação e a interação
elaboração do curso e das atividades de promoção do êxito profissional. Nesse sentido, os
de empresas – que podem ser desde
APLs, presentes no território em que as mulheres atendidas residem, devem fazer parte do
produtoras de bens e serviços finais até
diagnóstico do território, assim como as relações entre as instituições e empreendimentos
fornecedoras de insumos e equipamentos,
que fazem parte dos APLs devem estar presentes no mapa da vida coletivo. Essas
prestadoras de consultoria e serviços,
informações servirão de base para a equipe multidisciplinar identificar as possibilidades de
comercializadoras, clientes, entre outros –
inserção no mundo do trabalho e planejar as atividades que vão contribuir na promoção
e suas variadas formas de representação
do êxito profissional. A imagem 1 exemplifica a identificação de 02 (dois) tipos de APLs, um
e associação. Incluem também diversas
urbano e outro rural.
outras organizações públicas e privadas
voltadas para: formação e capacitação de
recursos humanos, como escolas técnicas e

29
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 1: Exemplo de Identificação de APLs econômica (renda, relação com o mundo


do trabalho, se formal ou informal,
contribuição na renda familiar), com a
estrutura domiciliar (material da construção
da casa, número de cômodos, acesso a
eletrodomésticos, ao saneamento básico,
à água potável, à luz elétrica, à coleta
de lixo). No que diz respeito ao âmbito
educacional, é imprescindível identificar a
realidade familiar (nível de escolaridade das
estudantes, do esposo-companheiro e dos
filhos e as experiências das mulheres com
a educação profissional e tecnológica). As
relações interpessoais (as redes de apoio
com as quais as alunas contam) e o acesso
às políticas públicas (Bolsa Família, CRAS,
SUS, Delegacia da Mulher, entre outras).

Esse conjunto de informações deve ser


produzido por meio de aplicação de perfil
5.3.3 DIAGNÓSTICO DO COLETIVO DAS ESTUDANTES situacional, podendo ser complementado
por meio de entrevistas, grupo focal, bem
O mapeamento e a compreensão dos contextos e das situações socioeconômicas do grupo como o Mapa da Vida, método e ferramenta
de mulheres a serem atendidas são imprescindíveis para delinear as necessidades, as educacional do Programa Mulheres
estratégias e instrumentos do acesso e da permanência, identificar as parcerias necessárias Mil. Destaca-se que, no planejamento e
e definir a qualificação profissional. desenvolvimento das ações diagnósticas, é
importante contar com o apoio dos serviços
Para isso, é necessário compreender as condições dos grupos de mulheres, as quais se
psicossociais, tais como assistência social e
relacionam com os marcadores identitários (raça, etnia, estado civil, identidade de gênero,
psicologia.
orientação sexual, deficiência, faixa etária, número de filhos), com a situação laboral e

30
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

5
SISTEMATIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO Realize a coleta de dados:

PASSO
Execute o plano de coleta de dados, buscando informações

1 Estabeleça os objetivos: relevantes de acordo com os aspectos identificados. Certifique-


PASSO

Defina claramente quais são os objetivos do diagnóstico. O que se de obter permissões necessárias e siga as diretrizes éticas ao
você precisa ou deseja descobrir ou compreender sobre as lidar com informações sensíveis.
condições dos grupos de mulheres?

6
Analise os dados:

2 Identifique os aspectos a serem avaliados:

PASSO
Organize e analise os dados coletados. Utilize métodos
PASSO

Com base no programa, identifique os principais aspectos estatísticos, técnicas de análise qualitativa e ferramentas
a serem considerados no diagnóstico, como contextos
adequadas para interpretar os resultados.
sociais, econômicos, educacionais, ambientais, culturais,

7
condições socioambientais, mobilidade urbana, escolaridade, Identifique os padrões e tendências:
segurança alimentar e nutricional, relações de gênero e raça,

PASSO
Identifique os padrões, tendências e relações encontradas nos
manifestações culturais, instituições não governamentais e dados analisados. Observe as correlações entre diferentes
potenciais econômicos. aspectos e busque compreender as causas subjacentes aos
padrões identificados.

3 Defina as fontes de dados:


PASSO

Identifique as fontes de dados disponíveis para coletar as


informações necessárias. Isso pode incluir entrevistas e
conversas com lideranças comunitárias, órgãos municipais
5.4 MAPA DA VIDA - MÉTODO E FERRAMENTA
(como CRAS, Secretarias de Educação, da Mulher, do Trabalho
EDUCACIONAL
e Emprego), órgãos federais (como IBGE, Ministérios das
Mulheres, do Trabalho e Emprego e da Educação) e outras
Na concepção do Programa Mulheres Mil, o Mapa da Vida é tanto
fontes relevantes.
um método como uma ferramenta educacional, com e a partir

4
do qual se deve buscar compreender as trajetórias coletiva e a
Planeje a coleta de dados:
individual das mulheres e realizar o mapeamento dos saberes
PASSO

Elabore um plano de coleta de dados, determinando


quais métodos serão utilizados (entrevistas, questionários, laborais. Desta forma, as ações devem estar consubstanciadas nos
observações etc.) e quais serão as amostras representativas a princípios da dialogicidade, escuta atenta e sensível das mulheres;
serem abordadas. da problematização, identificar as problemáticas que atravessam
os seus cotidianos, as quais podem, inclusive, impactar ou dificultar

31
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

suas participações na qualificação profissional; e da igualdade, que, no processo de colonização, foram relegados à posição de
identificar e validar os saberes que as mulheres produziram no inferioridade econômica, social e cognitiva. Nesse sentido, o autor
decorrer das suas trajetórias. ressalta a necessidade de romper com lógica de que trabalhamos
com percursos individuais e mapeá-los enquanto coletivos que
Nessa perspectiva, o Mapa da Vida é um processo que coloca em vivem processos diversos de subordinação: “O coletivo negro, o
perspectiva duas dimensões: a coletiva e a individual com o objetivo coletivo mais pobre, o coletivo de trabalhadores, o coletivo dos sem
de potencializar o sujeito como autor e protagonista da história da trabalho, o coletivo das mulheres.” (ARROYO, 2011, p.18).
sua vida e de seu grupo, visando criar oportunidade e ambiente
para a troca de experiências de vida, para que elas possam ser A proposta sugerida pelo autor é incorporar no percurso formativo
compartilhadas e então devidamente registradas, validadas e a indagação: “Que coletivos são esses?”, visto que há diferenças
valorizadas. entre pensar um currículo para indivíduos e um currículo para
coletivos”. Essa segunda opção leva a “pensar conhecimentos para
Nesse sentido, o Mapa da Vida é um método-ferramenta de diálogo coletivos”, consequentemente, incorporar as dimensões coletivas,
com o território e com as mulheres, cujo um dos objetivos é produzir histórica e social no plano de curso. O que remete a identificar as
dados para garantir o acesso e a permanência dessas estudantes lutas coletivas desses grupos de mulheres “por sua cultura: cultura
nas instituições e no mundo do trabalho, os quais deverão subsidiar negra, memória africana, memória quilombola, memória do campo,
as necessidades de constituição de parcerias, o plano de trabalho memória das mulheres do campo, memória dos atingidos pelas
para a incorporação do Programa Mulheres Mil nos diversos barragens.” (ARROYO, 2011, p. 18).
setores da instituição, a elaboração do Plano de Curso, apontar a
necessidade de flexibilização das regras de funcionamento da Assim, na dimensão coletiva, o Mapa da Vida deve dialogar com
oferta, seja referente ao horário ou ao espaço onde acontecerão o panorama do território e do grupo, subsidiado por informações
as aulas, se na comunidade ou no espaço escolar, e a definição da produzidas pelo levantamento de dados do Território e o perfil
equipe de docentes e técnicos (as) que atuarão em sala de aula e situacional, cuja sistematização deve ser apresentada e discutida
no território. com as estudantes para que elas complementem e se identifiquem
como pertencente a um coletivo, que tem problemas e lutas em
comum.
Mapa da Vida - Dimensão Coletiva
Nesse momento, torna-se relevante abordar as percepções do grupo
acerca da constituição dos territórios - de onde são, como chegaram
As reflexões de Arroyo (2011) contribuem para pensar a importância
ali, as relações de poder que incidem sobre seus cotidianos, sejam as
de reconhecer as mulheres como pertencentes a coletivos

32
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

interpessoais, institucionais ou intergrupais. A segunda etapa é realizada com o grupo de mulheres. Inicialmente, deve-se apresentar
As violências estatais, de gênero, étnica, os equipamentos públicos existentes no território, as condições socioeconômicas
racial e de classe social que impactam e educacionais dos(as) moradores(as), as atividades laborais. Enfim, as condições
suas vidas. As diferenças de condições de vida daquele coletivo, estimulando-as a construir o mapa com o objetivo de dar
de acesso aos equipamentos públicos - materialidade, de representar graficamente o espaço onde vivem.
transporte, escolas, unidade de saúde etc.
- e às políticas públicas. Para isso, pode-se usar folha grande de papel, lápis, pincéis, giz de cera ou quaisquer
outros tipos de materiais para que elas possam desenhar, colar, identificar e localizar
É importante discutir as atividades laborais as estruturas existentes, tais como escola, unidades de saúde, praças, ruas, casas,
que elas desenvolvem, a dinâmica mercados, feiras, lojas, associações, centros comunitários etc.
econômica do território, as condições
coletivas de moradia, tais como o acesso Após a construção coletiva, deve-se abrir o debate para que as estudantes discutam a
ao saneamento, à água potável e à energia situação social, ou seja, como é o acesso aos diversos equipamentos, quais os serviços
elétrica e identificar as possibilidades oferecidos, as atividades laborais realizadas por elas e pelos(as) demais moradores(as),
existentes no território para gerar renda, quais as dificuldades que enfrentam no cotidiano para acessar serviços básicos e
entre outros temas. Portanto, trata-se movimentar-se no território, quais as violências de gênero, de raça, orientação sexual,
de um momento coletivo, no qual será entre outras que as afetam no cotidiano.
possível identificar as diferentes condições
O mapa de vida coletivo tem como objetivo criar uma concepção compartilhada do
de existências no território e as percepções
território em relação aos potenciais e limitações-problemas no âmbito educacional,
do grupo.
econômico e social e estimular o pertencimento ao grupo. A partir dele, pode-se
Nesse sentido, o Mapa da Vida Coletivo discutir possibilidades de ações solidárias entre as mulheres, que contribuam para
divide-se em duas etapas. A primeira minimizar ou resolver situações problemas que as impedem de estudar e de trabalhar
consiste na sistematização, pela equipe ou que as coloquem em risco de sofrer violências.
multidisciplinar, das informações coletadas
no diagnóstico do território (fontes
primárias), nos encontros com as lideranças
locais e outros atores e no perfil situacional
das mulheres (fontes secundárias).

33
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 2: Etapas do Mapa da Vida Coletivo tempo, no qual elas caminham pelas trilhas
do passado: suas histórias familiares e
afetivas, sendo, muitas vezes, afetadas por
dores e traumas. É momento de reolhar
suas trajetórias educacionais e laborais e
de autorreconhecimento dos seus saberes.
E, assim, chegar ao presente, refletindo
sobre as condições objetivas que tiveram
para se tornar o que estão sendo agora e
assim buscando delinear possibilidades de
Mapa da Vida - Dimensão Individual
futuro.
As reflexões de Ailton Krenak (2023) nos dão pistas acerca da importância do trabalho
de memória, que, segundo ele, são universais, pois todos temos memórias. Para Krenak, Portanto, na dimensão individual, o
tomando como referência o processo de transmissão de conhecimento e saberes dos povos Mapa da Vida debruça-se sobre as
indígenas, pode-se pensar o trabalho de memória como um momento “de evocação da singularidades, as trajetórias de vida.
vida cotidiana na transmissão de experiências do cotidiano”, que pode ser “pensada como o Trata-se de um processo que estimula as
tecido mais minucioso, costurado com a costura mais fina do cotidiano e da memória, que vai pessoas a organizarem sua própria história
dar sentido social, inclusive, para a vida, para a convivência.” (Memórias Ancestrais - Corpo de numa cronologia, possibilitando que cada
Memória - Selvagem Ciclo de Estudos, 2023). uma visualize e apresente sua trajetória
global. Momento que coloca o sujeito
Ao caminharmos com Walter Benjamin (1994), podemos pensar que se trata de narrativas diante da perspectiva de fazer escolhas
que foram silenciadas, podendo se constituir em um momento oportuno para se contar a e selecionar o que quer contar e registrar,
história à contrapelo, da perspectiva de mulheres que, no decorrer das suas trajetórias de revelando os fatos marcantes e as rupturas.
vida, foram vitimadas por processos de subjugação. Podemos pensar ainda que se trata de Identificando as trajetórias educacionais
um momento de compartilhamento de saberes ancestrais, quando elas podem identificar e e laborais, os saberes da experiência,
dialogar com as histórias e saberes transmitidos pelas gerações anteriores. aqueles constituídos desde as suas
condições de existência, as potencialidades
Desta forma, o Mapa da Vida na dimensão individual trata-se do momento em que as
e as perspectivas e desejos em relação à
mulheres narram as suas histórias, recorrendo ao acervo de experiências de vida, que são
qualificação profissional.
tecidas coletivamente. É o momento do trabalho de memória, de tridimensionamento do

34
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Sugere-se, na condução desse processo, um breve roteiro para incluídos no Plano de Curso, bem como os saberes e expectativas
que elas possam caminhar pelas ruas do passado, com perguntas das mulheres em relação à qualificação profissional.
abertas, tais como:

• Quais os principais fatos de sua vida? Mapa da Vida - Ferramenta Pedagógica

• Quais são as pessoas significativas? O Mapa da Vida, enquanto ferramenta-método processual, pode
ser usada no decorrer da qualificação profissional, com vistas
• Quais foram as rupturas e por que aconteceram? a identificar dificuldades nos processos de aprendizagem e
demandas de conteúdos e debates sobre determinadas temáticas,
• Quais foram as lutas e condições de existência dos seus que podem surgir a partir de discussões em sala de aula ou nos
antepassados? demais momentos de interação entre grupo de mulheres dentro e
fora da instituição.
• Quais saberes foram transmitidos por eles para você?
Pode ser uma ferramenta pedagógica por meio da qual os/as
• Que valores orientam a sua vida?
docentes podem identificar os saberes prévios das mulheres acerca
• Quais e como foram suas experiências na escola? de um determinado conteúdo ou aplicá-lo como um instrumento
para a avaliação coletiva das alunas sobre as disciplinas, para
• Quais são suas experiências no mundo do trabalho? refletirem sobre o que aprenderam, qual a importância do conteúdo
para suas vidas e que outros temas gostariam de aprender.
• Quais os seus sonhos?
No que concerne à qualificação profissional, o Mapa da Vida pode
Ressalta-se a importância dessa atividade ser realizada em ser aplicado para identificar as experiências prévias de trabalho e
espaços acolhedores e contar com a participação de psicólogos as possibilidades de articulação com uma determinada área de
e assistentes sociais. Para desenvolvê-la, pode-se fazer uso de trabalho e ou de geração de renda.
diferentes instrumentos: fotografias, colagens, recortes de revistas,
Para isso, pode-se fazer as seguintes atividades e ou dinâmicas:
mapas, escritas de texto etc. Após a feitura do Mapa da Vida, deve-
se estimular o grupo a compartilhá-lo. Para o processo de formação, a) Roda de conversa: Promover discussões em grupo sobre as
é o momento em que a equipe multidisciplinar adentra as histórias dificuldades nos processos de aprendizagem e as demandas de
individuais, devendo identificar temas importantes para serem conteúdos e debates. Incentivar as alunas a compartilharem suas

35
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

experiências e reflexões, permitindo a identificação coletiva das mulheres aos diversos setores da instituição e a constituição da rede
dificuldades e a busca por soluções conjuntas. de parceiros que possam atender às necessidades no âmbito social.

b) Avaliação coletiva: Momento de avaliação coletiva das


disciplinas, em que as alunas possam refletir sobre o que
aprenderam e a importância do conteúdo para suas vidas.
5.7 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Incentive-as a compartilharem seus pontos de vista, sugestões de
temas complementares e a expressarem suas expectativas em A Equipe Multidisciplinar, constituída por um conjunto de servidores,
relação à qualificação profissional. profissionais especialistas e parceiros que, em trabalho articulado,
colaborativo e solidário, viabiliza as ações do programa na
c) Atividades práticas: Desenvolver atividades práticas que
comunidade interna e externa, desenvolvendo desde o planejamento
permitam a aplicação dos conhecimentos adquiridos, buscando
integrado até a execução, a avaliação e o monitoramento no âmbito
conectar o conteúdo à realidade das alunas. Incentive-as
da instituição ofertante.
a compartilharem suas experiências e a discutirem como
o aprendizado pode ser aplicado em suas vidas pessoais e O perfil dos integrantes dessa equipe deve contemplar a visão
profissionais. de abertura ao novo e postura solidária e colaborativa, com
determinação e comprometimento em construir uma sociedade
d) Trabalho em grupo: Estimular a formação de grupos de estudo
mais inclusiva, justa e igualitária. A constituição da equipe deverá
entre as alunas, incentivando a troca de conhecimentos e a
ser formalizada pela instituição com o objetivo de reconhecer seus
colaboração mútua. Dessa forma, é possível fortalecer os laços
integrantes.
entre as mulheres, permitindo que elas se apoiem e compartilhem
suas vivências durante o processo de aprendizagem. Caberá à equipe multidisciplinar viabilizar as várias etapas de
estruturação e implementação do Programa, desde a gestão
acadêmica e administrativa, a formação dos professores (as),
5.6 ESTRUTURA E SUPORTE técnicos (as) e demais integrante na MAPE, a organização
do acompanhamento do aproveitamento das estudantes e a
A estrutura e o suporte necessários à realização do acesso requer elaboração de projetos interdisciplinares. Promover a mobilização
a constituição e qualificação de uma Equipe Multidisciplinar, a interna, que se configura como um elemento facilitador do sucesso
implementação, o desenvolvimento e a oferta dos serviços de da implementação do programa, uma vez que ele demanda o
acesso às educandas, ou seja, promover a integração do grupo de envolvimento de diversos setores da instituição.

36
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Outra ação relevante é sensibilizar e Adaptando a experiência de Santos e Coutinho (2015), a Equipe Multidisciplinar poderá ser
agregar novos parceiros e colaboradores composta por:
(nas comunidades interna e externa) para
integrar o esforço coletivo com o objetivo a) Gestor(a) Institucional: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do
de identificar as especificidades do programa na instituição ofertante (por exemplo, reitoria) como um todo, para a gestão
grupo de mulheres, tais como: aspectos nacional do Mulheres Mil. Esse profissional é o ponto de contato e referência sobre o
educacionais, culturais, relativos à saúde, programa na instituição ofertante.
aos direitos humanos etc.
b) Gestor(a) Local: responsável pela gestão, monitoramento e avaliação do programa em
Nesse sentido, a equipe multidisciplinar, uma unidade específica da instituição ofertante (por exemplo, campus). Para a gestão
constituída para o Programa Mulheres Mil, institucional, é o ponto de contato e referência sobre o programa na unidade específica
deve contemplar profissionais que atuarão da instituição ofertante.
nos serviços de atendimento psicossocial
c) Profissionais de Serviço Social, Psicologia, entre outros: responsáveis pelas ações
para minimizar problemas ou dificuldades
de permanência e êxito, podem ser contratados ou não, conforme possibilidades
advindas das situações de vulnerabilidade
existentes, para atuarem na identificação das vulnerabilidades sociais e tratamento e/
social, com vistas a estabelecer parcerias
ou encaminhamento das mulheres aos serviços de apoio necessários.
com redes de serviços sociais federais,
estaduais e municipais para atendimento d) Especialista em Empregabilidade e Especialista em Geração de Renda: responsáveis
de necessidades das mulheres, bem pelas ações de êxito profissional, podem ser contratados ou não, conforme possibilidades
como de casos mais específicos e/ou mais existentes, para atuarem na identificação das oportunidades de empregabilidade e/ou
graves, por exemplo, a questão da violência de geração de renda, bem como no preparo das mulheres para aproveitamento destas
doméstica e/ou sexista. As delegacias para oportunidades.
as mulheres e os Centros de Referência
de atendimento à mulher em situação de e) Educador da Área Educacional (geralmente pedagogo ou técnico em assuntos
violência podem e devem ser parceiras do educacionais): responsável pelas questões pedagógicas, tais como planos de curso,
programa, sempre se tomando o devido escolha e orientação de docentes, orientação de frequência escolar, calendário de
cuidado para não expor os problemas aulas, salas de aula, entre outros.
das alunas diante de sua turma ou de sua
comunidade.

37
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

f) Educador da Área Administrativa: responsável pelas questões administrativas, tais 5.8 ESPAÇOS DE ACESSO NA
como aquisição de materiais escolares, criação, tramitação e controle de processos do INSTITUIÇÃO
programa, emissão e registros de certificados, entre outros.
O espaço de acolhimento que a instituição
g) Docentes: responsáveis pelo plano de ensino, pelas aulas previstas e devem ser das educacional disponibilizará deve se
áreas do conhecimento exigidas para o desenvolvimento da qualificação profissional. constituir como um ambiente de troca
de experiências, de construção e de
fortalecimento de vínculos e de relações,
Imagem 3: Sugestão de Tabela de Equivalência Mulheres Mil e Pronatec
que possibilita atendimentos psicossociais
e orientações individuais reservadas,
específicas para esses fins. É importante
ainda que as estudantes tenham acesso
a todos os espaços institucionais, como
biblioteca, laboratórios de informática,
áreas de lazer e esportivas etc.

5.9 SISTEMATIZAÇÃO DO ACESSO

5.9.1 AÇÕES NO TERRITÓRIO

É relevante que toda a Equipe


Multidisciplinar (gestores (as), docentes,
especialistas e técnicos(a)) participe das
atividades de acesso no território, devendo
ainda contar com a participação de
profissionais que realizam o atendimento
psicossocial (psicólogos(as) e assistentes
sociais). Segue abaixo roteiro:

38
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

do território, com vistas a apresentar um panorama de quem


são as mulheres que compõem o grupo, como vivem, as suas

1
Identificação e Mapeamento do Território.
diferenças e similaridades, criando assim coesões com o
PASSO

objetivo de estimular relações de apoio e colaboração.

2 7
Identificação e Diálogo com as Organizações Sociais existentes Aplicação do Mapa da Vida no âmbito individual com o objetivo

PASSO
de conhecer as trajetórias individuais. Deve-se, neste momento,
PASSO

no território.
estimular as estudantes a fazerem reflexões acerca de suas
origens, de como foram construindo suas trajetórias de vida, qual
e como foi seu percurso formativo, que saberes acumularam no

3
Divulgação e apresentação do Programa Mulheres Mil para as decorrer da vida, com fins de identificar os saberes prévios para
PASSO

mulheres. definir a qualificação profissional, que deve estar articulada com


os arranjos produtivos locais. É importante ainda identificar quais
os objetivos e anseios das estudantes em relação à formação e

4
Seleção das mulheres por meio de aplicação do perfil aos desejos profissionais.
PASSO

situacional.

8
Matrícula das Mulheres.

PASSO
5
Caso o número de mulheres seja maior do que o número de
PASSO

vagas, deve-se selecionar as que têm maiores indicadores de


vulnerabilidade social, tais como renda, nível de escolaridade,
condições de moradia e outros que sejam relevantes para o
contexto. Se, porventura, as condições de vulnerabilidade
social forem semelhantes, indica-se a criação de critérios, tais
como idade, chefia familiar monoparental, entre outras.
5.9.2 AÇÕES NA INSTITUIÇÃO

6 Aplicação do Mapa da Vida no âmbito coletivo com o objetivo a. Seleção da Equipe Multidisciplinar de cada Campus/unidade
PASSO

de estabelecer o diálogo entre o grupo de mulheres para que de ensino.


elas possam traçar memória coletiva, identificar as lutas, as
problemáticas, as conquistas e as potências que comungam. b. Apresentação do Programa Mulheres Mil para a comunidade
Nesse momento, deve-se trazer dados do perfil situacional e escolar.

39
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

6. Permanência

A permanência consiste em um conjunto de ações multidisciplinares na instituição e no mundo do trabalho; cuidar para que o ambiente
direcionadas ao atendimento das educandas, pautado em um e as pessoas as acolham e as respeitem; capacitar as educandas
processo sistêmico, estratégico e planejado, com vistas ao para o exercício da cidadania e a compreensão de oportunidades
empoderamento e à inclusão socioprofissional das educandas. de geração de renda e de melhor desempenho no mundo
Desta forma, as ações de permanência integram a concepção produtivo, tais como a economia solidária, o empreendedorismo, o
inclusiva que promove a criação de um espaço de formação seguro, cooperativismo e o associativismo. Nesta perspectiva, é importante
acolhedor, colaborativo e estimulante, com ênfase na valorização a implementação de todas as formas de apoio em uma rede de
dos sujeitos, dos seus saberes e de suas trajetórias de vida. atividades de suporte que melhorem e ampliem a capacidade da
instituição em responder adequadamente à diversidade do grupo
Para isso, as estratégias adotadas devem ter como objetivo facilitar de educandas e de suas demandas sociais e evitar a evasão.
a permanência, minimizando as possibilidades de baixo rendimento Além disso, deverá ser estruturado e implementado um conjunto
e/ou desistência; propiciar um ambiente amigável, que aumente as de ações visando contribuir para a inserção socioprofissional das
chances de desempenho e de êxito das estudantes; dar suporte, mulheres. Entre os diversos serviços, destacam-se abaixo alguns
em forma de serviços e espaços, ao grupo de alunas do Programa considerados essenciais para que o grupo de mulheres tenha
Mulheres Mil para que sintam confiança na equipe multidisciplinar e na condições de permanência.
instituição; promover o acompanhamento das educandas, por meio
de serviços de assistência e apoio; orientar as alunas para superação
das dificuldades inerentes ao processo de inclusão e permanência

40
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

6.1 SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA E APOIO À ESTUDANTE tais como universidades, por meio dos cursos de pedagogia ou
outros, que possam ofertar serviços de recreação infantil.
Diante do perfil das estudantes, percebe-se como fundamental
a estruturação e a oferta de serviços enquanto estratégia de Diante do exposto, independente da linha de fomento, a instituição
permanência e êxito. Para isso, é importante que a instituição deve garantir, por meio de seus programas e/ou parcerias, que as
ofereça às educandas formas diversificadas de mobilidade e de estudantes do Programa Mulheres Mil tenham acesso aos seguintes
permanência, tais como programas de auxílio a estudante, que serviços:
inclui o transporte escolar e/ou vale-transporte; vale alimentação
ou uso do refeitório no âmbito institucional. Destaca-se que, diante a. Atendimento especializado, em caso de demanda: Psicologia,
das condições de vulnerabilidade social que assola a vida desses Assistência Social, Apoio à aprendizagem, assistência e
grupos de mulheres, é importante que as alunas tenham acesso orientação ao emprego;
a pelo menos uma refeição, a qual complementará sua dieta
b. Auxílio Estudantil: concessão de recursos financeiros para
alimentar, aumentará a segurança alimentar e promoverá a melhoria
contribuir para a permanência, auxiliando em despesas como:
da saúde, contribuindo para melhor aproveitar a oportunidade de
transporte, alimentação, entre outras;
aprendizagem.
c. Uniforme: as estudantes deverão receber uniformes que
Outra questão que precisa ser identificada é a necessidade de as
apresentem identificação da instituição e do programa,
aulas ocorrerem na comunidade, visto que, em alguns territórios,
conforme logomarca padrão;
a mobilidade e o acesso à instituição são mais complexos,
impossibilitando, muitas vezes, que as mulheres comparecerem no d. Material escolar: em apoio às atividades escolares, a instituição
espaço físico da unidade escolar. Nesses casos, a instituição deve deverá fornecer materiais como caderno, caneta, lápis, bolsa,
se preparar para essa oferta diferenciada, buscando parcerias com pasta, entre outros que possam ser oferecidos;
escolas ou associações de moradores para que se consiga um
espaço adequado para a instalação de uma estrutura de sala de e. Flexibilização da oferta em atendimento à especificidade do
aula, ainda que muitas vezes essa estrutura seja provisória. grupo de mulheres, como, por exemplo: realização de aulas
na comunidade, acolhimento das crianças durante o período
Uma outra dificuldade comum entre o grupo de mulheres é a de aulas, entre outras atividades.
inexistência de rede de apoio para cuidar dos filhos. Problemática
que, muitas vezes, as impossibilita de frequentar o curso. Diante
desse contexto, é importante celebrar parcerias com instituições,

41
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

6.2 PERCURSO FORMATIVO aprendizagem com vistas a garantir a conclusão da qualificação de


forma satisfatória para as mulheres. Deve ainda prever estratégias
Entende-se por percurso formativo o caminho ou trilha educacional para estimular o êxito profissional, a inserção do grupo de mulheres
a ser percorrida, que deve ser construído coletivamente, envolvendo no mundo do trabalho.
a equipe multidisciplinar e as estudantes, desde o princípio do curso.
Portanto, o percurso formativo inclui desde as ações de acesso,
passando pela elaboração do plano de curso, pelas estratégias
adotadas para garantir a permanência. Dentre elas, destacam-se as
6.3 PLANO DE CURSO
ações de reforço e nivelamento que contribuam para as estudantes Na elaboração dos Planos de Cursos de Qualificação Profissional,
superarem as eventuais dificuldades, minimizando o perigo de as instituições ofertantes do Programa Mulheres Mil devem
desistência. contemplar as orientações metodológicas apresentadas e adotar as
referências legais e institucionais da área do ensino, proporcionando
Importa destacar que o percurso formativo não se limita apenas ao
possibilidades de percursos formativos e inserção socioprofissional
processo de ensino e aprendizagem desenvolvido em sala de aula,
para as estudantes e/ou egressas.
mas demanda a criação e disponibilização articulada e integrada
de outros espaços, tais como sala de leitura, estudo e orientação Destaca-se que a Formação Inicial caracteriza-se como sendo a
individual e coletiva, biblioteca e laboratórios de informática, de que, do ponto de vista acadêmico, credencia o indivíduo a atuar em
química, de solos, para citar alguns dos vários tipos de ambientes determinada área do conhecimento e é adquirida com a conclusão
presentes nas instituições de educação profissional e tecnológica. do curso de nível básico, técnico, tecnológico, licenciatura ou
bacharelado. Já a outra etapa da formação, denominada Formação
No que diz respeito à permanência, é imprescindível ainda considerar
Continuada, envolve todas as aprendizagens decorrentes da
o contexto de cada território e do universo de mulheres. Para isso,
atualização permanente, das experiências profissionais vivenciadas
deve-se elaborar um Plano de Curso que contemple o Módulo
e associadas ou não aos cursos de atualização que ampliam a
do Núcleo Comum e o Módulo da Qualificação Profissional, cujos
formação inicial.
conteúdos devem dialogar com o cotidiano das estudantes, ter
aplicabilidade em suas vidas, na labuta diária, em suas casas e no Para isso, no processo de elaboração do plano de curso, deve-se
trabalho, cujo fim é contribuir para o Empoderamento das mulheres. identificar as competências e habilidades anteriormente adquiridas.
Alguns dos instrumentos que podem ser utilizados para a
No que diz respeito ao êxito pedagógico, o Percurso Formativo deve
identificação desses conhecimentos prévios são o perfil situacional,
integrar estratégias de acompanhamento do processo de ensino e

42
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

entrevistas, mapa da vida, o qual deve ser aplicado logo no início do Para estruturar o processo de identificação e reconhecimento de
processo e no decorrer da qualificação profissional. saberes, é necessário definir as formas de avaliação (teste, práticas,
observações, simulações, autoavaliação no desempenho da ação
O processo de aproveitamento dos saberes e competências propicia etc.). Para as estudantes, há necessidade de ter clareza sobre o que
a superação da histórica sobreposição entre os saberes previamente será avaliado, ou seja, sobre os conteúdos que serão examinados,
adquiridos e os conteúdos oferecidos pela educação formal e deve que devem estar relacionados aos objetivos educacionais e
ser elaborado com vistas a possibilitar comprovações verídicas profissionais e como será realizado o processo, explicitando em que
para que todos possam reconhecer sua eficiência, contribuindo base consistirá essa avaliação.
para a minimização do tempo dispensado para a certificação dos
saberes e, por conseguinte, para melhor e mais sustentável inserção Deve-se adotar formas flexíveis e justas de avaliação, com
socioprofissional. imparcialidade e rigor, porém, é fundamental considerar que
existem métodos que provam o mesmo conhecimento de forma
Para isso, os/as professores(as) devem ter formação na Metodologia diferenciada e que podem ser aplicados.
do Acesso e Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil
e levar em conta alguns critérios. São eles:

1. Validade 6.3.1 COMPONENTES DO PLANO DE CURSO


Ex.: Se o objetivo é aplicar o piso de cerâmica, por exemplo,
é necessário que as estudantes tenham domínio acerca das O Plano de Curso deve ser composto por uma estrutura mínima
ferramentas que são utilizadas para realizar a atividade, bem com os seguintes itens: I) Características gerais do curso (nome,
como dos produtos necessários para fazer esses acabamentos. nível, modalidade, eixo tecnológico, público-alvo, duração, carga
horária total, carga horária semanal, número de estudantes, perfil
2. Autenticidade profissional); II) apresentação; III) justificativa; IV) objetivos (geral
Ex.: O avaliador pode questionar, por exemplo, as etapas e específicos); V) matriz curricular (módulo do núcleo comum e
necessárias para a aplicação do piso. módulo da qualificação profissional); VI) metodologia de ensino; VII)
ementas (componente curricular, carga horária, temas, habilidades
3. Vigência e referências bibliográficas); VIII) perfil de conclusão; IX) avaliação;
Ex.: Deve-se investigar, por exemplo, os conhecimentos que as X) certificação; XI) formas de acesso; XII) infraestrutura e XIII)
estudantes têm acerca dos novos tipos de produtos que estão responsáveis pela oferta e XIV) bibliografia.
sendo utilizados nessa área de trabalho.

43
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Matriz Curricular relacionam-se com a construção de identidades sociais e culturais


e retratam histórias e memórias acerca de modos de existências,
No âmbito do Programa Mulheres Mil, a matriz curricular deve ser das lutas e dos sonhos coletivos. Desta forma, incluí-las no Módulo
estruturada por temas interdisciplinares, que devem ser integrados do Núcleo Comum contribui para a valorização dos sujeitos e das
a todos os cursos, denominado de Módulo do Núcleo Comum, suas práticas culturais e para a manutenção dessas manifestações.
o qual deve ser composto por conteúdos que dialogam com as
problematizações que incidem sobre a trajetória do grupo de Destaca-se ainda que os temas abordados neste módulo são
mulheres e pela recomposição de conteúdos básicos nas áreas de transversais, portanto os docentes que ministrarão o Módulo da
linguagem e tecnologias, matemática e ciências humanas e sociais. Qualificação Profissional devem ter conhecimento acerca dos temas-
conteúdos e integrá-las no seu fazer docente. Se, por exemplo, uma
estudante relatar uma situação de discriminação racial ou étnica
ou de orientação sexual, o docente deve fazer o debate e, quando
6.3.1.1 MÓDULO DO NÚCLEO COMUM
necessário, apontar, à equipe multidisciplinar, a necessidade de
apronfudar ou reforçar as temáticas, visto que são temas que
Reconhecido como uma das estruturas basilares da Metodologia do
atravessam e afetam a vida do grupo de mulheres cotidianamente.
Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Programa Mulheres Mil, o
Módulo do Núcleo Comum configura-se como espaço de trabalho
Segue a lista de sugestão das temáticas:
para temas transversais em todos os componentes curriculares
dos cursos. Independentemente da qualificação profissional, deve-
se garantir que esses temas estejam relacionados com o perfil • Cidadania, Educação para as Relações de Gênero, Educação
sociodemográfico do território e o do grupo de mulheres a ser para as Relações Étnico-Raciais, Direitos da Mulher.
atendido. É importante que os componentes curriculares constantes
• Educação Socioambiental, Saúde da Mulher, Segurança
no Módulo do Núcleo Comum sejam contemplados e distribuídos
Alimentar e Nutricional.
em atendimento às realidades das mulheres, identificadas nas
ações diagnósticas e no Mapa da Vida. Trata-se de temas amplos • Expressão Corporal, Verbal e Artística.
que devem ser adequados aos diferentes grupos de mulheres e
seus contextos de vida. • Recomposição de Conteúdos Básicos:

Ressalta-se a relevância de incorporar conteúdos acerca das • Leitura e Produção de Textos


manifestações culturais produzidas nos territórios. Tais práticas

44
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

• Matemática Aplicada à qualificação profissional ofertada realizem, com o objetivo de ampliar e gerar valor a essas atividades.
e Noções de Educação Financeira Nesse momento, os conhecimentos gerados pela pesquisa aplicada
acerca das potencialidades das atividades desenvolvidas pelas
• Inclusão digital voltada tanto para o Exercício da Cidadania, mulheres podem contribuir no processo. Se, por exemplo, o grupo
para Empregabilidade e para Geração de Renda. de mulheres trabalha como marisqueira, pode-se investigar quais
as possibilidades de aproveitamento das cascas do marisco para a
comercialização e/ou geração de produtos que ampliem a renda.

Ao se definir o curso de qualificação, é importante que todos os


6.3.1.2 MÓDULO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
componentes curriculares sejam voltados para a formação da
A elaboração do Módulo da Qualificação Profissional deve ser estudante, se possível, de forma interdisciplinar, e que tenham como
subsidiada pelo processo de identificação dos saberes das fim a inclusão socioprofissional e o empoderamento.
experiências do grupo de mulheres, realizado por meio do perfil
Importante destacar que, no âmbito do Programa Mulheres Mil,
situacional e da aplicação do Mapa da Vida coletivo e individual
entende-se por inclusão socioprofissional não somente a inserção
e pelo processo de identificação e validação dos conhecimentos
no mundo de trabalho, mas se considera fatores sociais, econômicos
prévios. Deve-se ainda observar os arranjos produtivos locais, as
e culturais que afetam a inclusão plena das mulheres na sociedade.
curvas e famílias ocupacionais e as ofertas institucionais, propiciando
Desta forma, além de oportunidades de trabalho, deve-se identificar
o acesso às tecnologias geradas e desenvolvidas na instituição aos
o acesso a serviços sociais, à educação, à saúde, à habitação, à
grupos de mulheres.
cultura, à participação política e o respeito aos direitos humanos.
Considerando os princípios pedagógicos que subsidiam a Portanto, o conceito de inclusão socioprofissional aborda as
Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito (MAPE), é importante desigualdades e as barreiras estruturais que podem limitar o pleno
que seja um processo regido pela dialogicidade, com a participação desenvolvimento das pessoas em diferentes aspectos da vida.
das estudantes, da equipe multidisciplinar e dos/as docentes.
Outras questões importantes para se considerar no processo de
Deve-se incorporar a problematização acerca dos espaços de definição dos cursos são:
trabalho historicamente imposto às mulheres e buscar ofertar
cursos nas diferentes áreas do mundo trabalho. É imprescindível • Guia de Cursos Pronatec, que é o documento que elenca
que se dialogue com as potencialidades dos territórios em que os cursos de qualificação profissional e orienta a oferta no
as mulheres vivem e com as atividades laborais que, porventura, âmbito do Pronatec - Bolsa Formação. O Guia apresenta mais

45
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

de 600 cursos, com a carga horária mínima exigida, o perfil certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.” e
de conclusão e os requisitos para o acesso e as respectivas a lei nº 11.892/2008, em seu §2º do art. 2º diz “No âmbito de sua
ocupações de acordo com a Classificação Brasileira de atuação, os Institutos Federais exercerão o papel de instituições
Ocupações (CBO). acreditadoras e certificadoras de competências profissionais”.

• A oferta de conteúdos que complementam a formação Significa dizer que os saberes e competências desenvolvidas com a
profissional, obrigatórios a todas as ofertas do Programa prática profissional podem e devem ser reconhecidos e certificados.
Mulheres Mil, tais como: Recomenda-se que o processo de certificação seja organizado e
tenha como referência os conhecimentos desenvolvidos em um
• Direitos e Deveres Trabalhistas, Saúde da Trabalhadora curso em que a instituição ofertante disponibiliza vagas regularmente,
(aplicada ao curso) por exemplo, a oferta do curso superior em agronomia permite
certificar produtor de olerícolas ou técnico em agropecuária.
• Noções de Empreendedorismo, Cooperativismo e
Economia Solidária. Para isso, é importante identificar a forma como o Governo Federal
está sistematizando e organizando as ofertas de certificação
profissional e seguir as determinações legais. Dentre os programas
Recomenda-se ainda que sejam inseridos no módulo da qualificação
ofertados, teve o Certific e atualmente contamos com o Re-Saber, via
profissional conteúdos que contribuam para o êxito profissional,
Portaria MEC nº 24/2021, disponível em https://www.in.gov.br/en/
item 7.2 deste guia, ou seja, aqueles que desenvolvam habilidades
web/dou/-/portaria-n-24-de-19-de-janeiro-de-2021-299988875.
e competências comportamentais, que preparam para o emprego
e/ou para empreender, sempre considerando as necessidades e O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) tem ofertado o Curso
vontades das mulheres atendidas. de Formação Continuada em Aperfeiçoamento em Certificação de
Saberes e Competências Profissionais. Para facilitar a compreensão
da adaptação de termos e procedimentos entre ensino e certificação
6.4 CERTIFICAÇÃO DE SABERES E COMPETÊNCIAS profissional, Lemos Júnior (2022) apresenta, no módulo 1 dessa
PROFISSIONAIS oferta formativa, a imagem que inserimos a seguir.

A lei nº 9.394/1996, em seu art. 41, prevê que “o conhecimento


adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no
trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e

46
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 4: Tabela Comparativa: Sistema de Certificação Profissional x Sistema Acadêmico b) Acolhimento: Com as inscrições
efetivadas, realiza-se o acolhimento,
que é a etapa de apresentação de
todo o processo e a entrevista coletiva.

c) Entrevista Individual: Finalizada


esta etapa, é chegado o momento da
entrevista individual, que é diagnóstica
e tem como finalidade o levantamento
do perfil socioeconômico e profissional
das trabalhadoras. Sugere-se a
entrevista semiestruturada.

d) Matrícula: A matrícula da candidata


é a formalização e validação da
inscrição para o processo de
certificação profissional, que deve ser
realizada somente após o acolhimento
da trabalhadora.

Na prática, seguindo as orientações do módulo 2 - Oficina de Produção de PPCP, Santos e e) Avaliação Prática: Esta é a etapa
Ribeiro (2022) recomendam que o processo de certificação seja sistematizado no Projeto da avaliação teórico-prática de
Pedagógico de Certificação Profissional (PPCP), seguindo o roteiro abaixo: saberes e competências profissionais,
que possibilita a certificação de
qualificação profissional, certificação
a) Busca Ativa e Inscrição: Identificada a demanda, considerando os arranjos produtivos
técnica, certificação de especialização
locais, a equipe multidisciplinar realiza a busca ativa para o respectivo processo, realizando
técnica, certificação tecnológica e
a inscrição das trabalhadoras, que é a manifestação de interesse de participação no
certificação didática – essa última
processo de certificação profissional.
apenas no caso do Re-Saber Docente.
A avaliação prática deve ocorrer no

47
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

local onde a candidata realiza suas atividades laborais ou em e as dificuldades. O objetivo é conhecê-las, estabelecer o diálogo,
ambiente que simula o local onde a candidata realiza suas identificar e compreender suas necessidades. Indica-se aplicar
atividades laborais. essa avaliação ao se iniciar as disciplinas que serão ministradas no
decorrer do curso.
f) Encaminhamentos: A etapa de encaminhamentos
compreende a devolutiva individual para as candidatas. Nesta Outro aspecto que deve ser considerado no processo de avaliação é
etapa são fornecidos: seu caráter formativo, que tem como objetivo mensurar o progresso
e as dificuldades das estudantes ao longo do processo de ensino-
• Diplomas às trabalhadoras que, no processo de aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação formativa tem como
certificação, demonstraram atender aos requisitos fim mapear os pontos fortes e frágeis do processo educacional,
mínimos de competência e escolaridade para o exercício possibilitando repensar as metodologias de ensino e as intervenções
das profissões de nível técnico, superior de tecnologia e pedagógicas com vistas a favorecer a aprendizagem das alunas.
licenciatura para educação profissional;
Indica-se que essa avaliação seja aplicada no decorrer da
• Certificados às trabalhadoras que, no processo de formação profissional, a partir da qual se pode acompanhar tanto
certificação, demonstraram atender aos requisitos o desempenho das estudantes como identificar problemáticas,
mínimos de competência para o exercício de ocupação coletivas ou individuais, que devem ser debatidas pela equipe
correspondente ao curso de qualificação profissional e multidisciplinar e os/as docentes, com o objetivo de se buscar
especializações técnicas e tecnológicas. caminhos e soluções para sua superação e para orientar o processo
de acompanhamento e de avaliação da qualificação profissional no
decorrer do curso.

Por fim, vale destacar que, no processo de avaliação do ensino e


6.5 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO da aprendizagem é relevante estimular o empoderamento das
mulheres, que devem ter espaço para autoavaliar seu desempenho,
Em consonância com os Princípios Pedagógicos da Metodologia do
avaliar as metodologias de ensino e as intervenções pedagógicas, a
Acesso, Permanência e Êxito (MAPE) do Mulheres Mil, a concepção
relevância do conteúdo para a sua formação e elaborar sugestões
de avaliação do programa deve-se orientar pela avaliação
e críticas. Dinâmica que também deve ser integrada pelas/
diagnóstica, que visa identificar o conhecimento das estudantes
os professores/as para que possam expor suas dificuldades,
sobre determinada temática ou conteúdo, verificando as habilidades
aprendizagens, críticas e sugestões.

48
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

A percepção do grupo de mulheres e dos/as docentes acerca o registro das informações pessoais e relevantes das estudantes e
do processo de ensino e aprendizagem é imprescindível as expectativas de aprendizagem. Nesse sentido, o Mapa da Vida
para mensurar as forças e as fragilidades do processo de pode ser um dos documentos do Portfólio.
implementação do Mulheres Mil.
Outro ponto destacado pelo autor é que esse instrumento deve
No que diz respeito à conceituação das estudantes, deve- ser usado como processo de autoavaliação, constituindo-se assim
se orientar pelo Projeto Político Pedagógico da Instituição, como um dossiê, um diário, uma memória reflexiva do processo de
articulando-o com as concepções de avaliação diagnóstica e aprendizagem, que pode ser formado por diversos documentos,
formativa. tais como trabalhos pontuais, notas pessoais, textos etc.

Na dimensão profissional, constitui-se em uma técnica que


possibilita registar os processos e os produtos elaborados, voltado
6.6 PORTFÓLIO para possível apresentação junto ao empregador ou como um
instrumento de divulgação e comercialização dos trabalhos das
Portfólio é um documento individual desenvolvido no decorrer
mulheres. Esse material pode ser incorporado nas redes sociais.
do curso. Trata-se de um instrumento processual, voltado para
Portanto, trata-se de um documento que tem potencial de dar
registrar as habilidades e competências das estudantes. No
visibilidade ao grupo de mulheres e, no mesmo gesto, promover
âmbito educacional, pode-se pensá-lo como um instrumento de
a inclusão digital e possibilidades de comercialização de produtos.
avaliação e autoavaliação que viabiliza o autorreconhecimento
das estudantes acerca dos saberes e aprendizagens adquiridos Nesse sentido, o processo de construção do Portfólio não finda
no decorrer da qualificação profissional. Dinâmica que estimula com o término da qualificação, mas pode se constituir em uma
o grupo de mulheres a assumir o protagonismo na construção ferramenta que permite à profissional, seja aquela que trabalha
do conhecimento, por meio do processo de reflexão da sua de forma individual ou coletiva, ser autora da sua caminhada e
trajetória no curso. estabelecer relações com os possíveis clientes, compradores ou
potenciais empregadores.
Noel Constantino (2008) sugere que se disponibilize uma pasta
para cada uma das estudantes, na qual podem ser colocadas as
atividades produzidas por cada uma acerca de um tema, uma
disciplina, oficina ou conjuntos de disciplinas. Destaca ainda a
importância de se definir os objetivos da sua elaboração e conter

49
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

SISTEMATIZAÇÃO DA PERMANÊNCIA

1
Propiciar um ambiente amigável e acolhedor para as mulheres;
PASSO

2
Ofertar os serviços de apoio às estudantes e atendimento
PASSO

especializado em caso de demanda, tais como Psicologia,


Assistência Social; apoio à aprendizagem, assistência e
orientação ao emprego;

3
Formação dos docentes e demais integrantes da Equipe
PASSO

Multidisciplinar na Metodologia do Acesso Permanência e Êxito


(MAPE);

4
Definir a qualificação profissional;
PASSO

5
Elaborar o plano de curso ou projeto pedagógico de certificação
PASSO

profissional;

6 Implementar uma sistemática de avaliação do processo de


PASSO

formação com a equipe multidisciplinar e os/as docentes;

7 Implementar estratégias de acompanhamento da frequência


PASSO

das alunas com vistas a minimizar a evasão e a desistência;

8 Acompanhar e avaliar os processos de ensino e aprendizagem.


PASSO

50
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

7. Êxito

As ações de êxito têm como foco o cumprimento do objeto do do programa foram alcançados e investigar os impactos
programa. Nesse sentido, por se tratar de atividades que nem sociais mais abrangentes. Em um programa de qualificação
sempre são de domínio da instituição ofertante ou que demandam profissional, pode-se avaliar a eficácia de sua capacidade de
tempo considerável de desenvolvimento, geralmente, são intra mobilizar as estudantes para programas de intermediação
e extracurriculares. Destaca-se que no contexto de avaliação de de emprego e de acesso ao microcrédito, bem como a sua
programas sociais, explicitado por Paulo de Martino Jannuzzi (2016), efetividade em viabilizar mobilidade ocupacional ou aumento
como é o caso do Programa Mulheres Mil, o êxito pode ser associado de salários de suas alunas egressas;
a pelo menos 03 (três) tipologias de avaliação, sendo:
• Avaliação de Resultados e Impactos: segundo o ciclo de
programas, avalia-se os resultados concretos do programa
• Avaliação ex post: considera o momento no programa, para seu público-alvo e os impactos sociais mais abrangentes
acontece depois das atividades realizadas para uma análise da intervenção.
comparativa das mudanças ocorridas no público-alvo e
aferição de resultados potenciais do programa;
Em resumo, o que se pretende com os cuidados relacionados
• Avaliação da eficácia e efetividade: como mecanismo ao êxito é a obtenção de resultados positivos em qualquer das
de aprendizagem institucional, pressupõe uma análise tipologias de avaliação listadas acima.
da cobertura, grau de focalização da parcela população
alcançada, qualidade das entregas, se outros objetivos

51
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Para tratar do êxito, é relevante relembrar 02 (duas) informações 7.1 ÊXITO PEDAGÓGICO
que orientarão estas ações:
Diz respeito aos resultados (objeto do programa) alcançados
e impactos (não é objeto do programa) ao final das atividades
a. O objeto do Programa Mulheres Mulheres Mil é promover o pedagógicas do programa, ou seja, ao final da formação ofertada.
empoderamento e a inclusão socioprofissional de mulheres Para identificar se houve ou não êxito pedagógico, pode-se utilizar
em situação de vulnerabilidade social por meio da educação perguntas-chave e procurar as respectivas respostas. Seguem
profissional, científica e tecnológica; abaixo alguns exemplos.

b. A lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que criou


da Rede Federal de Educação Profissional Científica e
a) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as
Tecnológica (Rede Federal EPCT), colocou como foco destas
mulheres matriculadas nessa turma estão aptas à aprovação
instituições a promoção do desenvolvimento local por meio
e certificação do curso?
da educação profissional, científica e tecnológica, portanto as
ações de êxito, assim como as demais do programa, são parte b) Impacto Positivo Possível: As mulheres matriculadas
integrantes das atividades realizadas por cada instituição nessa turma, encaminhadas para processo de alfabetização,
ofertante para o desenvolvimento local. Mesmo que parte das continuam ou terminaram a alfabetização?
instituições ofertantes não integrem a Rede Federal de EPCT,
ao decidirem realizar as atividades do programa, somam c) Impacto Positivo Possível: As mulheres matriculadas nessa
esforços para a promoção do desenvolvimento local por meio turma, orientadas quanto às possibilidades de verticalização,
da educação profissional, científica e tecnológica. verticalizaram? (Verticalização = elevação de escolaridade
dentro de um mesmo eixo tecnológico, por exemplo de
produção de olerícolas para técnico em agropecuária).
Portanto, no âmbito do Programa Mulheres Mil, o êxito tem 02 (duas)
direções importantes. Desta forma, para facilitar a compreensão d) Impacto Positivo Possível: Filhos, sobrinhos, netos e outros
e a organização dos trabalhos, integrando os processos de familiares/parentes das mulheres matriculadas nessa turma
monitoramento e avaliação do programa, explicitam-se estas acessaram algum curso da instituição ofertante?
direções como 02 (dois) tipos de êxito: o êxito pedagógico e o êxito
profissional.

52
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

A pergunta a) é a única cuja resposta deve ser sim para a maioria das seja utilizada durante as aulas do curso para identificar os casos
mulheres atendidas. No que concerne às demais, além do esforço de ausência da estudante em sala de aula e uma outra parte
da equipe do programa, dependem de outros fatores que fogem ao converse individualmente com esta aluna buscando soluções
controle dessa equipe. Então, neste caso, deve-se reunir e manter para a continuidade dela no curso.
evidências que mostram os esforços da equipe do programa para
gerar impactos positivos ao final da oferta.
7.1.1 ALFABETIZAÇÃO E ENSINO BÁSICO
Mas, como alcançar o êxito pedagógico? Segue abaixo um roteiro
orientativo que pode e deve ser aperfeiçoado com a prática do No que se refere às mulheres com baixo nível de escolaridade, é
programa. fundamental a construção da rede de parceiros para a viabilização
da oferta educacional e da trajetória do percurso formativo.

1 Equipe Multidisciplinar: estabelecer critérios para a seleção e


PASSO

ministrar qualificação sobre a MAPE para a equipe multidisciplinar. As ofertas de tais modalidades podem ser realizadas por meio de
Seja qual for a área de formação e/ou atuação, é necessário que parcerias com as Secretarias Municipais de Educação e os programas
cada integrante saiba lidar com o perfil das mulheres, tanto no trato de alfabetização disponíveis, seja os ofertados no âmbito municipal
interpessoal (saber acolher, sem preconceitos ou julgamentos) ou federal, promovendo desta forma o aumento da escolaridade
quanto no trato profissional (ser resolutivo e cumprir com as suas almejado. No caso de mulheres que têm a escolaridade fundamental
responsabilidades no programa); ou de nível médio completa, deve-se encaminhá-las às modalidades
de Proeja Técnico ou Técnico Subsequente, contribuindo assim

2 Acesso Bem Feito: implementar as ações de acesso para garantir


para que as mulheres que se encontram afastadas do ambiente de
PASSO

que o grupo de mulheres seja de fato atendido, que o curso


ensino sejam reintegradas ao processo de ensino-aprendizagem.
ofertado faça sentido para seus anseios e necessidade de inserção
socioprofissional, que a equipe conheça as mulheres atendidas
de forma a planejar e executar atividades específicas (inclusive de
permanência) para as necessidades das mulheres matriculadas; 7.1.2 VERTICALIZAÇÃO DA OFERTA

3 Permanência Bem Feita: assegurar que cada profissional O Programa Mulheres Mil constitui-se em um processo de
PASSO

contratado realize atividades de permanência, se comprometa e democratização do acesso de mulheres em situação de


aja com celeridade. Ressalta-se que, ao menor sinal de desistência, vulnerabilidade social à Educação Profissional, Científica e
por exemplo, uma única falta, não passe despercebida. Para Tecnológica para que as egressas possam dar continuidade à
isso, sugere-se que parte da carga horária destes profissionais formação profissional por meio das distintas modalidades de

53
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

ensino ofertadas. Portanto, podemos pensar que a Formação Inicial 7.1.2.1 CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO,
e Continuada, ofertada por meio do Pronatec-Bolsa Formação, ESPECIALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO
constitui-se como o início da caminhada do percurso educacional.
Orientação que está em consonância com os objetivos dos Para a continuidade do percurso formativo das estudantes, as
Institutos Federais que prevê, na sua lei de criação “Ministrar cursos instituições devem organizar, diretamente ou por meio de parcerias,
de formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a cursos de aperfeiçoamento, especialização e atualização, conforme
capacitação, o aperfeiçoamento, a especialização, a atualização a demanda identificada pela instituição ou trazida pelas mulheres. É
de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, nas área de importante observar que a oferta desses cursos podem ser relevantes
educação profissional e tecnológica.” (Inciso II, art.7º). para dar continuidade e/ou fortalecer a inclusão socioprofissional
das mulheres, bem como para a produção, desenvolvimento e
Assim, a continuidade da formação profissional das mulheres do difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos.
Programa deverá ser garantida por meio da verticalização do ensino,
ou seja, ascensão aos cursos estruturados e já existentes (Proeja-
Técnico, Técnico- Subsequente e, posteriormente, superior).
7.1.2.2 PROEJA FUNDAMENTAL
Para viabilizar essa verticalização, garantindo a realização dos cursos
Considerando que parte das mulheres que ingressam no Programa
com qualidade, devem ser desenvolvidas ações pedagógicas,
Mulheres Mil têm trajetórias de descontinuidade do processo
tais como reforço escolar, preparatórios específicos, orientação
educacional, a modalidade de Proeja Fundamental ajusta-
educacional e assessoramento para ingresso e permanência.
se aos propósitos de elevação de escolaridade, pois integra a
Diante do exposto, orienta-se que, no decorrer da qualificação formação inicial e continuada ao ensino fundamental, garantindo
profissional, sejam apresentadas às mulheres as diferentes a oportunidade de qualificação profissional sem comprometer
possibilidades de continuidade da formação profissional articulada as possibilidades de ingresso nos níveis subsequentes (médio e
com o Eixo Tecnológico do FIC que elas estão cursando, bem como superior).
o percurso educativo que os filhos e familiares podem fazer nessas
instituições.
7.1.1.3 PROEJA TÉCNICO – MÉDIO INTEGRADO

Ao concluírem a escolaridade em nível fundamental, as mulheres


podem ingressar nos cursos regularmente oferecidos nas instituições
ofertantes ou em outras instituições de ensino nas modalidades

54
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

de Proeja Técnico - Médio Integrado com o objetivo de garantir c) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então,
ascensão educacional e social. as mulheres matriculadas nessa turma conseguiram gerar
renda com empreendimento coletivo (grupo informal,
associativismo, cooperativismo e/ou economia solidária) e
7.1.1.4 GRADUAÇÃO, TECNÓLOGO E utilizando as técnicas aprendidas no curso?
PÓS-GRADUAÇÃO
Espera-se que a resposta seja positiva em, pelo menos, uma das
As egressas do Proeja Técnico-Médio Integrado podem dar perguntas para a maioria das mulheres. Cabe ressaltar que o êxito
continuidade ao processo de formação por meio dos cursos de profissional não depende única e exclusivamente da equipe do
graduação e tecnólogo e, ao concluírem, podem ingressar na pós- programa, visto que existem inúmeros outros fatores que podem
graduação. facilitar ou dificultar o alcance desse êxito. Então, nesse caso, deve-
se reunir e manter evidências que mostram os esforços da equipe do
programa para contribuir com o êxito profissional ao final da oferta.
7.2 ÊXITO PROFISSIONAL
Abaixo apresentam-se conceitos relevantes a serem considerados
Diz respeito aos resultados profissionais, ou seja, a empregabilidade
no planejamento e execução das ações de êxito profissional.
e a geração de renda, alcançados pelas mulheres atendidas e que
foram originados a partir (ou por meio) dos processos pedagógicos-
institucionais realizados no decorrer das atividades do programa.
Para identificar se houve ou não êxito profissional, pode-se utilizar 7.2.1. EMPREGABILIDADE
perguntas-chave e procurar as respectivas respostas. Seguem
É a capacidade que um profissional tem de se inserir ou reinserir no
abaixo alguns exemplos.
mundo do trabalho por meio de emprego, ou seja, diz respeito ao
a) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as quanto um profissional é atrativo ou não para as empresas. O termo
mulheres matriculadas nessa turma conseguiram emprego e significado foi cunhado pelo educador, escritor e empresário José
para atuar como profissional do curso em questão? Augusto Minarelli, em 1995, após sua experiência de demissão e
falta de êxito na sua busca por um novo emprego.
b) Resultado Esperado: Estamos no final do curso, e então, as
mulheres matriculadas nessa turma conseguiram gerar renda Com as instabilidades sociais vivenciadas recentemente, a
como empreendedoras individuais e utilizando as técnicas exemplo da emergência de saúde pública devido ao COVID-19, a
aprendidas no curso? empregabilidade da população brasileira ficou muito comprometida,

55
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

atingindo 14,4% de desocupação, segundo dados do IBGE, em desempenha uma das 466 atividades permitidas pela legislação
agosto de 2020. em 2021. Esta modalidade permite ter até 16 atividades diferentes
cadastradas em CNPJ MEI, uma como principal e as demais como
Portanto, quando a equipe do programa se propõe a aumentar a atividades secundárias.
capacidade das mulheres de se inserir ou reinserir no mundo do
trabalho pelo emprego, é fundamental compreender quais as O MEI é uma categoria de trabalho que está inserido no regime
necessidades/exigências dos empregadores locais e trabalhá-las tributário Simples Nacional, com limite de faturamento anual de
de maneira prática nas ações do programa. R$ 81 mil em 2021. Ultrapassado o teto anual é preciso mudar para
outro regime tributário, mais oneroso para o empreendedor.

7.2.2. EMPREENDER INDIVIDUALMENTE Devido à baixa burocracia e carga tributária, essa categoria é a forma
mais utilizada para empreender no Brasil. Vale ressaltar que, todos
O empreendedorismo pode ser compreendido como a arte de os anos, o valor da contribuição do MEI tem um aumento, pois a
fazer acontecer com criatividade e motivação. Consiste no prazer maior parte paga é referente ao INSS - Instituto Nacional do Seguro
de realizar com sinergismo e inovação qualquer projeto pessoal Social, que representa 5% do salário mínimo.
ou organizacional, em desafio permanente às oportunidades e
riscos. É assumir um comportamento proativo diante de questões
que precisam ser resolvidas. É o despertar do indivíduo para o
7.2.3. EMPREENDER NO COLETIVO
aproveitamento integral de suas potencialidades racionais e intuitivas.
É a busca do autoconhecimento em processo de aprendizado “O empreendedorismo coletivo é um esforço baseado em uma
permanente, em atitude de abertura para novas experiências e equipe que recorre ao talento e criatividade de cada um.” (STEWART
novos paradigmas (Baggio e Baggio, 2014). apud MARTINEZ, 2004, p. 94). Para Fernando Dolabela (2003,
p.105), “o sonho do empreendedor coletivo é promover o bem-estar
da coletividade e cujo trabalho consiste em levar a comunidade a
7.2.2.1 MICROEMPREENDEDORISMO INDIVIDUAL desenvolver sua capacidade de sonhar e de realizar seu sonho –
(MEI) pois a construção e a busca do sonho coletivo é tarefa de todos os
integrantes de uma comunidade.” Apresenta-se a seguir formas de
A Lei Complementar nº 128/2008 foi a responsável por criar a empreender no coletivo.
possibilidade do trabalhador informal se legalizar e passar a ter
benefícios. Trata-se de um empresário individual sem sócios, que

56
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

7.2.3.1 GRUPO INFORMAL negócios para manter ou aumentar seu patrimônio, desde que não
propicie lucro aos associados, dirigentes ou instituidores.
É a primeira etapa de todo empreendimento coletivo, que hoje é
constituído na forma de associação ou cooperativa.Muitas vezes, um Para tanto, as atividades econômicas desenvolvidas devem estar
coletivo, principalmente recém-criado (com regimento aprovado e previstas expressamente em seus estatutos, bem como a intenção
assinado pelo coletivo), não tem condições de suprir os custos de de reverter integralmente a receita gerada para a consecução dos
formalização e manutenção de um empreendimento, como bem seus objetivos sociais.
explicam França et al (2008:24), da Incubadora de Empreendimentos
em Economia Solidária da Universidade Federal Fluminense, no
Guia de Economia Solidária: ou porque não organizar cooperativas 7.2.3.3 COOPERATIVISMO
para populações carentes. Se as mulheres quiserem empreender de
Mais que um modelo de negócios, o cooperativismo é uma filosofia
maneira coletiva, dentro ou fora do contexto da Economia Solidária,
de vida que busca transformar o mundo em um lugar mais justo,
é recomendável que se comece como um grupo informal.
equilibrado e com melhores oportunidades para todos. Um caminho
que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e social,
produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo.
7.2.3.2 ASSOCIATIVISMO
De acordo com a Lei nº 5.764/71, que institui a Política Nacional do
As associações são pessoas jurídicas de direito privado, formado Cooperativismo, as cooperativas são sociedades de pessoas, com
pela união de pessoas que se organizam sem finalidades lucrativas forma e natureza jurídicas próprias, de natureza civil, não sujeitas à
e com objetivos de defesa e promoção dos interesses das pessoas falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
(físicas e/ou jurídicas) que a constituíram. Toda a renda proveniente
de suas atividades deve ser revertida para o cumprimento dos seus Em outras palavras, trata-se da união de trabalhadores ou
objetivos estatutários. profissionais diversos que se associam por iniciativa própria, sendo
livre o ingresso de pessoas, desde que os interesses individuais em
É importante ressaltar que, embora os fins das associações não produzir, comercializar ou prestar um serviço não sejam conflitantes
sejam de ordem econômica, elas não estão proibidas de realizar com os objetivos gerais da cooperativa (CRUZIO, 2005).
atividades geradoras de receita, visto que não há vedação legal
ao desempenho de tais atividades, desde que as mesmas se Conforme apresenta o site COONECTA (2020), a história diz que a
caracterizem como meios para atendimento de seus fins. Por isso, primeira cooperativa dos tempos modernos foi criada na cidade de
elas não perdem a categoria de associação, mesmo que realizem Rochdale, na Inglaterra, em 21 de dezembro de 1844. Na ocasião,

57
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

28 associados – sendo 27 homens e uma mulher – fundaram a Para que o empreendimento seja considerado EES, é necessário que
Rochdale Equitable Pioners Society Limited. Estes 07 (sete) princípios se registre no Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos
do cooperativismo são os mesmos desde a criação da primeira Solidários – CADSOL e pode assumir diferentes formas societárias,
cooperativa em 1844. São eles: Adesão livre e voluntária; Gestão desde que sigam os 10 (dez) princípios da economia solidária,
Democrática; Participação Econômica; Autonomia e Independência; fazendo constar em seu ato constitutivo e manifestá-los em suas
Educação, Formação e Informação; Intercooperação; Interesse pela práticas. São eles: Autogestão; Democracia; Cooperação em vez de
Comunidade. forçar a competição; Centralidade do ser humano; Valorização da
diversidade; Emancipação; Valorização do saber local, da cultura do
saber local e da tecnologia popular; Valorização da aprendizagem e da
7.2.3.4 ECONOMIA SOLIDÁRIA formação permanente; Justiça social na produção, comercialização,
consumo, financiamento e desenvolvimento tecnológico; Cuidado
É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que com o meio ambiente e responsabilidade com as gerações futuras.
é preciso para viver. Enquanto na economia convencional existe
a separação entre os donos do negócio e os empregados, na
economia solidária os próprios trabalhadores são os donos. São
7.2.3. EMPREENDER INDIVIDUALMENTE OU
eles quem tomam as decisões de como tocar o negócio, dividir o
COLETIVAMENTE
trabalho e repartir os resultados.
Apresentam-se abaixo algumas formas de empreender que podem
O economista Paul Singer (1932-2018) foi uma das referências nos
ser tanto coletivas quanto individuais, desde que sigam suas
estudos e desenvolvimento de políticas para o desenvolvimento da
especificações. Cada forma pode ter ações de apoio ofertadas por
economia solidária, tanto no Brasil quanto no exterior, e o primeiro a
instituições públicas e/ou privadas a empreendimentos. Identifique
assumir a Secretaria de Economia Solidária (SENAES) do Ministério
o que existe no território onde as mulheres vivem e, ainda, se faz
do Trabalho e Emprego, em 2003.
sentido para o que elas querem/pretendem.
Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) são organizações
coletivas de caráter associativo e suprafamiliares que realizam
atividades econômicas permanentes, cujos participantes, sejam 7.2.3.1 NEGÓCIOS SOCIAIS
trabalhadores do meio urbano ou rural, exerçam democraticamente
a gestão das atividades e a alocação dos resultados, conforme Conforme Yunus Social Business Brasil ou Yunus Negócios Sociais
Decreto nº 7358/2010 e Portaria MTE nº 1780/2014. Brasil (https://www.br.yunussb.com/about), pode-se afirmar que

58
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

os negócios sociais iniciaram em 1983, quando o Prof. Muhammad do segundo setor, de empresas privadas e marcado pelo foco em
Yunus fundou o Grameen Bank e iniciou uma revolução nas gerar lucro, e do terceiro setor, de organizações sem fins lucrativos e
microfinanças que, em 2006, lhe rendeu um dos mais prestigiosos marcado pelo foco em gerar impacto socioambiental positivo.
prêmios, o Nobel da Paz. De um banco focado em microcrédito,
o Grameen se tornou um conglomerado de empresas criadas Para se enquadrar no conceito de Negócios de Impacto, é
especificamente com a intenção de buscar soluções para os necessário que o empreendimento tenha os seguintes objetivos:
problemas da humanidade. Elas foram as primeiras a aderir ao novo Intencionalidade de Resolução de um Problema Social e/ou
e emergente modelo de negócio: o negócio social. Ambiental, Solução de Impacto como Atividade Principal do
Negócio, Busca de Retorno Financeiro Operando pela Lógica do
Negócios Sociais propõem-se a criar soluções para os grandes Mercado e Compromisso com Monitoramento do Impacto Gerado.
desafios da humanidade - como a pobreza e a crise climática - a
partir das principais ferramentas utilizadas por negócios tradicionais.
Os negócios sociais são autossustentáveis financeiramente e não 7.2.3.3 ECONOMIA VERDE
distribuem dividendos. A métrica de sucesso, portanto, é o impacto
causado na comunidade, e não o lucro. Tem a missão de promover desenvolvimento com responsabilidade
e compromisso ambiental, minimizando impactos ao meio ambiente.
De acordo com Karl Burkart (2020), o empreendimento é baseado
7.2.3.2 NEGÓCIOS DE IMPACTO em 06 (seis) setores: energia renovável, bioconstruções, transporte
sustentável, gestão da água, gestão de resíduos e gestão da terra.
Surgiram da necessidade tanto de empreendedores quanto de Portanto, enquadram-se nessa modalidade empreendimentos
investidores que almejam buscar soluções para problemas sociais relacionados à agroecologia, à produção orgânica e às atividades
e/ou ambientais e manter o lucro. A Aliança pelos Investimentos e das catadoras de materiais recicláveis.
Negócios de Impacto (https://aliancapeloimpacto.org.br/) conceitua
essa categoria como “empreendimentos que têm a intenção clara de A Organização das Nações Unidas (ONU) junto às suas entidades,
endereçar um problema socioambiental por meio de sua atividade tais como Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa
principal (seja seu produto/serviço e/ou sua forma de operação). das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Programa
Atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização
negócio que busca retornos financeiros, e se comprometem a medir das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o
o impacto que geram.” (PIPE SOCIAL, 2019, p. 30). É conhecido Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (UNITAR),
também como setor 2.5, uma referência à união entre características via Partnership for Action on Green Economy ou Parceria para Ação

59
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

em Economia Verde (PAGE), tem fomentado ações e iniciativas que iniciando pelas ações de acesso e seguidas pelas ações de
tornem a economia mais sustentável ou verde em diversos países, permanência. Roteiro que pode e deve ser aperfeiçoado com a
inclusive no Brasil. Vale a pena averiguar se essa parceria existe (ou prática do programa e conforme realidades locais.
estimular o governo local a formalizá-la) na cidade e/ou estado das
mulheres atendidas cujos empreendimentos se enquadrem neste
conceito e, na medida do possível, inseri-las nas atividades. Mais ETAPA 1 - ACESSO BEM FEITO
informações em https://www.un-page.org/.
a) Passo 1 - Conhecer o Público-alvo: conhecer o grupo de
mulheres bem o suficiente para responder às seguintes perguntas:

7.2.3.4 ECONOMIA CRIATIVA


• Quais conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das
Negócio originado de atividades, produtos ou serviços desenvolvidos mulheres atendidas?
a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de
• Quais os objetivos/sonhos profissionais das mulheres
indivíduos com vistas à geração de trabalho e renda. O conceito
atendidas?
foi desenvolvido pelo professor John Howkins, em seu livro “The
Creative Economy: How People Make Money From Ideas”. • As mulheres atendidas se conhecem e atuam bem juntas?

O governo federal (https://garimpodesolucoes.com.br/wp- • Qual o grau de solidariedade e de confiança entre elas?


content/uploads/2014/09/Plano-da-Secretaria-da-Economia- (Sem confundir com caridade, a solidariedade pressupõe
Criativa.pdf) e diversos governos estaduais mantêm diversas ações relação de igualdade, troca e benefício mútuo (uma ajuda a
e políticas para apoiar o desenvolvimento e o fomento às iniciativas outra), já a caridade pressupõe uma relação desigual e de
de economia criativa, que são aquelas que seguem os seguintes poder, em que uma pessoa tem posse de algo e doa para
princípios: Diversidade Cultural, Sustentabilidade, Inovação e outra)
Inclusão Social.

Essas perguntas possibilitam à equipe multidisciplinar identificar


7.3. COMO ALCANÇAR O ÊXITO PROFISSIONAL? o potencial produtivo de cada mulher atendida, e delas enquanto
coletivo, para saber no que se deve concentrar mais energia:
Segue abaixo um roteiro orientativo de cuidados para o êxito se empregabilidade ou geração de renda. Neste último caso,
profissional organizado em 02 (duas) etapas e 05 (cinco) passos, empreender individualmente ou no coletivo e, ainda, qual tipo de

60
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

empreendimento coletivo: associativismo, cooperativismo e/ou Essas perguntas possibilitam à equipe multidisciplinar identificar
economia solidária. É recomendável focar em empreendimentos o potencial do local para saber no que se deve concentrar mais
coletivos quando as respostas para as perguntas-chave abaixo energia, se empregabilidade ou geração de renda.
são positivas ou o grupo de mulheres está buscando responder
positivamente: c) Passo 3 - Escolha do Curso: Escolher o curso que mais atenda
as necessidades/ especificidades dos grupos de mulheres e com
• O grupo de mulheres apresenta atitude solidária entre elas? maiores possibilidades de inserção no mundo do trabalho, seja
pela empregabilidade ou pelo empreendedorismo individual ou
• Há confiança entre as mulheres do grupo atendido? (Um pelos empreendimentos coletivos.
alto grau de confiança é percebido, por exemplo, quando há
movimentação financeira entre elas sem muitos transtornos). d) Passo 4 - Certificação Profissional: visando atender,
gratuitamente, trabalhadoras que detêm saberes e competências
• O grupo de mulheres produz ou deseja produzir juntas? desenvolvidos ao longo da vida, fora do ambiente escolar
formal, com o objetivo de atender às demandas por certificação
• Há um (ou mais) interesse comum do grupo de mulheres? profissional da trabalhadora, promover a inclusão socioprodutiva
e incentivar a continuidade de estudos para a elevação da
escolaridade. Ao conhecer o público-alvo e a formação profissional
b) Passo 2 - Conhecer o Mundo do Trabalho: conhecer os aspectos
mais adequada, pode-se identificar que mais urgente que a oferta
locais do mundo do trabalho bem o suficiente para responder às
de um curso é a oferta de processos de reconhecimento dos
seguintes perguntas:
saberes e competências profissionais que as mulheres atendidas
construíram fora da sala de aula. Por exemplo, aquelas que
• Quais as oportunidades de empregos existentes?
aprenderam a costurar, ou cozinhar, ou pintar, ou bordar ainda
• Quais as exigências/requisitos para acesso às vagas de quando crianças juntos aos seus pais e avós. Mas como saber
emprego existentes? se a oferta de Reconhecimento de Saberes é a mais adequada?
Além de seguir as recomendações do item 6.4 deste guia, pode-
• Quais as oportunidades de negócios/empreendimentos? se utilizar perguntas-chave e procurar as respectivas respostas,
por exemplo:
• Quais as facilidades e dificuldades que um novo negócio /
• Os conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres
empreendimento local encontrará?
atendidas coincidem com as oportunidades de emprego
local?

61
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

• Há diferença de remuneração entre profissionais que atuam para que um profissional alcance as metas que estabeleceu
na mesma área sendo um SEM conhecimentos formalmente para sua carreira e são cobradas pelos setores de gestão
reconhecidos/certificados e o outro COM conhecimentos de pessoas/recursos humanos. As habilidades podem ser
formalmente reconhecidos/certificados? diferentes conforme a profissão escolhida, entretanto, pode-
se citar as 10 (dez) principais:
• Os conhecimentos prévios (teóricos e práticos) das mulheres
atendidas são formalmente reconhecidos/certificados? • Comunicação: habilidade de dialogar com colegas de
trabalho evitando conflitos, resolvendo divergências e
• As mulheres atendidas querem aproveitar as oportunidades eliminando ruídos que comprometam a realização das
de emprego local? tarefas;

Se as respostas forem positivas às perguntas do exemplo acima, • Liderança: capacidade de inspirar os colegas de
deve-se buscar a equipe que atua no processo de Reconhecimento trabalho, motivando a equipe, servindo de exemplo,
e Certificação de Saberes na sua instituição para ajudar na oferta sabendo como e quando delegar e cobrar tarefas sem
do processo de reconhecimento de saberes e competências constrangimento;
profissionais. Mais informações disponível em https://www.gov.br/
mec/pt-br/resaber; • Flexibilidade e resiliência: capacidade de se adaptar
e produzir em meio a mudanças ou até mesmo após
experiências difíceis, identificando as lições que essas
situações trazem;
ETAPA 2 - PERMANÊNCIA BEM FEITA
• Trabalho em equipe: habilidade de cooperar com
e) Passo 5 - Plano de Curso: Envolver, na construção do plano
os colegas de trabalho, fazendo a sua contribuição
de curso, tanto o grupo de mulheres quanto os/as profissionais
individual para o interesse coletivo;
da equipe selecionados para desenvolver os conteúdos que, para
além da técnica, são necessários para inserção e permanência das • Criatividade: capacidade de inovação, ou seja, de
mulheres atendidas no mundo do trabalho. Seguem exemplos apresentar soluções diferentes para problemas antigos,
abaixo: pensando diferente do padrão;

• Habilidades e Competências Comportamentais: conhecidas • Proatividade: capacidade de avaliar os cenários postos e


atualmente como soft skills, são características necessárias encontrar caminhos para a resolução das situações que

62
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

estão impedindo ou atrapalhando a produtividade, sem ajuda (youtube, google, chat GPT), editores de texto
a necessidade de receber uma ordem para isso; (word windows, writer libreoffice, docs google), editores
de planilha (excel windows, calc libreoffice, planilhas
• Empatia: habilidade de se colocar no lugar do outro, se google), editor de imagem e vídeo (canva.com) entre
conectar com diferentes tipos de pessoas e compreender outros aplicado ao curso em questão;
sua realidade e modo de pensamento;
• Elaboração de currículo e/ou portfólio profissional;
• Ética no trabalho: saber respeitar as regras do seu local
de trabalho; • Construção e manutenção de redes de trabalho
(networking);
• Pensamento crítico: capacidade de questionar métodos,
identificar problemas, buscar novas soluções e rever
• Envio/apresentação de currículo e/ou portfólio
processos com sabedoria;
profissional;
• Atitude positiva: capacidade de manter uma postura
• Entrevista para emprego
motivada, otimista, com foco nas possibilidades reais,
focado mais nos acertos do que nos erros.
• Preparação para Empreender: conhecimentos básicos
sobre o que é, como empreender e as diferentes formas
• Preparação para emprego: conhecimentos básicos sobre as de empreender, bem como as especificidades locais e
organizações, lembrando de adaptá-los para a realidade da profissionais. São eles:
profissão em que as mulheres estão se formando, envolvendo:
• - Validação de Ideia de Negócio / Empreendimento:
• Funcionamento e hierarquia de uma organização; verificar se há mercado para o que se pretende
comercializar, ou seja, se vale a pena investir tempo
• Tipos e modalidade de contrato de trabalho; e dinheiro. Sugere-se aproveitar as orientações
disponibilizadas pela Aceleradora de Empresas Endeavor
• Direitos e deveres da trabalhadora;
Brasil, disponível em https://endeavor.org.br/estrategia-
• Tecnologias comuns ao dia a dia profissional, como e-gestao/validacao/;
e-mail, redes sociais (whatsapp comum ou business,
telegram, instagram, facebook), sistemas de busca e • - Modelagem de Negócio / Empreendimento: ideia

63
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

criada por Alex Osterwalder e Yves Pigneur, em seu livro de chocolate, realizar testes de aceitação com o público-
“Business Model Generation: Inovação em Modelo de alvo, corrigir o que os testes mostraram ser necessário,
Negócios”, no qual aborda a representação gráfica de comercializar e seguir para as próximas etapas de
como um empreendimento gera e entrega valor para desenvolvimento do empreendimento até chegar a
os seus clientes, apresenta de maneira estruturada fábrica de chocolates veganos. Sugere-se consultar as
os elementos e etapas que compõem a forma com se orientações que a Aceleradora de Empresas Endeavor
pretende produzir/comercializar, contendo: Parceiros Brasil disponibiliza sobre o tema, disponível em https://
chave, Atividades chave, Recursos chave, Estrutura de endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/mvp/;
Custos, Proposta de Valor, Relacionamento com o cliente,
Canais de venda, Segmentos de clientes e Fontes de • Plano de Negócios ou Plano de Vida do Empreendimento:
Receita. Sugere-se utilizar o “Guia Modelando Negócios descrição, em linguagem escrita, dos objetivos e
do Teresa de Benguela”, disponível em https://proex.ifmt. dos passos que serão dados pelo empreendedor
edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4fc7- para alcançá-los, bem como da projeção de futuro
9a40-504b23c938e6/guia_modelando_negocios_ do negócio/empreendimento, minimizando riscos e
teresa_benguela_v02.pdf, elaborado pelo Instituto incertezas. Sugere-se utilizar o livro “Como Elaborar um
Federal de Mato Grosso (IFMT), especificamente para o Plano de Negócios”, disponível em https://www.sebrae.
trabalho de inclusão socioprofissional de mulheres em com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/
situação de vulnerabilidade social; gestao-e-comercializacao-como-elaborar-um-plano-
de-negocios.pdf, elaborado pelo Serviço Brasileiro de
• Mínimo Produto Viável (MVP) e Prototipação:
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);
identificação das características ideais que o produto ou
serviço a ser comercializado em fase inicial (com pouco • Formalização do Negócio/Empreendimento: identificar,
dinheiro) deve apresentar para que seja capaz de atrair de acordo com as legislações vigentes, qual a pessoa
os primeiros clientes, bem como, seja possível, a partir jurídica mais adequada para a formalização do negócio/
deste MVP, desenvolver o produto ou serviço que de empreendimento, sugere-se utilizar o “Guia Empreender:
fato se pretende. Após a identificação do MVP, deve-se Para Estudantes e Empreendedores Estruturarem
construir o protótipo e submetê-lo à validação (teste no Seus Negócios”, disponível em https://proex.ifmt.
mercado). Se a ideia, por exemplo, é criar uma fábrica edu.br/media/filer_public/8d/0b/8d0b270f-93d9-
de chocolates veganos, o MVP pode ser uma barra de 4d9d-9b1e-0d3409ff94e2/guia_empreender_para_
chocolate ao leite vegano. Deve-se então produzir a barra estudantes_e_empreendedores_estruturarem_seus_

64
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

negocios.pdf, especialmente o Capítulo 2 - Como Abrir Sistema Nacional de Emprego (SINE), o Centro de Integração
um Empreendimento?, elaborado pela Ativa Incubadora Empresa-Escola (CIEE), os Fóruns Locais de Economia Solidária,
de Empresas do IFMT; as secretarias municipais e/ou estadual dedicadas às pautas
de trabalho, inclusão socioprodutiva e geração de renda
• Apresentação Rápida do Negócio: conhecido como pitch, (podem ter editais de apoio), Organizações não Governamentais
tem o objetivo de despertar o interesse do ouvinte que (ONGs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
pode ser um cliente ou investidor, deve durar entre 3 e 5 (OSCIPs), Organizações Sociais (OSs), Associações Locais de
minutos e conter somente as informações essenciais e os Desenvolvimento Comercial. Enfim, são muitas possibilidades e
diferenciais de mercado do negócio/empreendimento fazendo a intersecção do que as mulheres precisam com o que a
em questão. Sugere-se utilizar as orientações que a equipe e a instituição não conseguem ofertar fica fácil identificar
Aceleradora de Empresas Endeavor Brasil disponibiliza as parcerias estratégicas.
sobre o tema, disponível em https://endeavor.org.br/
dinheiro/como-elaborar-um-pitch-quase-perfeito/;

Sugere-se que, após encerramento do curso, seja ofertado ao


f) Passo 6 - Parcerias Estratégicas: realizar todas as atividades menos 02 (dois) meses de assessoria às mulheres para auxiliá-las
necessárias para aumentar as chances de êxito profissional é na criação de novos empreendimentos e, em seguida, encaminhá-
trabalho para muitas mãos, a equipe do programa consegue las para processos de pré-incubação e incubação, promovendo a
caminhar até determinado ponto, à luz das necessidades continuidade do processo de inclusão socioprofissional.
relacionadas ao êxito das mulheres atendidas (cada turma pode ter
necessidades diferentes). Por isso, é fundamental compreender e
admitir quais são os limites, tanto da equipe quanto da instituição
ofertante, para, a partir disso, captar parceiros internos e externos
para a realização das atividades (intra e/ou extracurriculares), tais
como a incubadora de empresas ou a incubadora de economia
solidária da instituição ofertante ou existente na cidade, uma
empresa júnior da instituição ofertante ou de outra instituição de
ensino superior local, um projeto de extensão ou de pesquisa-
ação em andamento que atenda parte destas necessidades,
as unidades locais do Sebrae, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o

65
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 5: Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito - Síntese

66
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

8. Parcerias Institucionais

Considerando a amplitude do Programa Mulheres Mil, a formação da natureza governamental, ampliando a capacidade de atendimento
rede de parcerias configura-se como ação estratégica e necessária das demandas das mulheres.
para o atendimento das diferentes demandas das mulheres
estudantes nos diversos âmbitos da vida: acesso à saúde, às No que diz respeito à inserção socioprofissional, celebrar parcerias
organizações que promovem ações de enfrentamento às violências, com instituições privadas pode contribuir para a inserção das
à educação, ao mundo do trabalho, entre outras. Muitas vezes, elas mulheres no mundo do trabalho, bem como para o estabelecimento
são imprescindíveis no âmbito da qualificação profissional, quando de diálogos para identificar áreas, produtos e serviços que podem
a instituição de educação profissional, científica e tecnológica não contribuir para a geração de renda ou possibilitar vivências laborais
dispõe, por exemplo, de laboratórios para ofertar um determinado na área do curso.
curso ou quando as aulas precisam ser ministradas no território,
Entre as possibilidades de parcerias, apresentamos a seguir
entre outras situações.
algumas relacionadas diretamente ao aspectos estruturantes da
Importa ainda destacar que o regime de colaboração entre as metodologia:
instâncias municipais, estaduais e federais são imprescindíveis para
que sejam garantidos, às pessoas em situação de vulnerabilidade
• Secretarias das Mulheres e equipamentos públicos associados
social, o acesso aos serviços públicos e programas ofertados por
como a Casa da Mulher Brasileira;
esses entes federados. Além disso, essas parcerias favorecem o
fortalecimento da intersetorialidade entre políticas e programas de • Secretarias de Educação;

67
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

• Secretarias de Assistência Social;

• Secretarias de Trabalho e Emprego e órgãos associados;

• Secretarias da Saúde;

• Sistema de Justiça e Segurança Pública;

• Sistema S (Senac, Sesc, Sebrae, Sesi, Senar etc.)

• Organizações não governamentais.

Cabe destacar que, para otimização das ações, as parcerias devem


ser formalizadas institucionalmente, possibilitando continuidade e
extensão dos serviços oferecidos.

68
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

9. Ensino, pesquisa e extensão

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão deve da produção de pesquisa aplicada com vistas a contribuir com o
integrar todas as etapas do Programa Mulheres Mil, desde o desenvolvimento local e regional dos territórios onde as estudantes
processo de identificação e aproximação do território, quando é estão inseridas, bem como por meio de parcerias com instituições
necessário investigar o contexto socioeconômico do território e de ensino superior.
do grupo de mulheres, passando pela permanência, a definição
do curso e o processo contínuo de acompanhamento e avaliação Nesse sentido, a instituição poderá fomentar a criação ou integração
do ensino e aprendizagem, e no êxito, que deve ter como focos o com os núcleos de pesquisa com vistas a desenvolver pesquisas
empoderamento e a inserção socioprofissional, os quais devem ser aplicadas sobre as potencialidades econômicas existentes nos
mensurados no processo de avaliação e monitoramento. territórios onde está sendo desenvolvido o Programa Mulheres
Mil, sobre gênero e EPT, sobre gênero e mundo do trabalho,
Neste sentido, destaca-se que, ao longo da execução do Programa bem como aquelas com foco nas egressas, com vistas a fazer o
Mulheres Mil na Rede de Educação Profissional e Tecnológica, foram acompanhamento e dimensionar os impactos do Programa.
produzidos mais de 200 trabalhos acadêmicos, entre dissertações
e teses, que contribuíram para a consolidação metodológica e para Para aquelas instituições que têm Núcleos de Gênero e Diversidade
os avanços no atendimento às mulheres brasileiras em situação de Sexual (NUGEDIS), Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas
vulnerabilidade social. (NEABI) e Núcleos de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais
(NAPNE), solicitamos à integração ao Programa.
Desse modo, sugere-se que as instituições fortaleçam a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, por meio

69
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 6: Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão no Mulheres Mil

70
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

10. Avaliação e Monitoramento

Jannuzzi (2016), de forma pragmática e aplicada, conceitua rápida avaliação situacional e identificação de anormalidades na
avaliação como sendo o esforço analítico de produzir informações execução, com o objetivo de subsidiar a intervenção oportuna e
e conhecimento para o desenho, a implementação e a validação a correção tempestiva para garantir a obtenção dos resultados e
de programas e projetos sociais, com a finalidade de aprimorar a impactos que ele deve provocar.
gestão das intervenções, seja no cumprimento dos seus objetivos
(eficácia), nos seus impactos mais duradouros e abrangentes em Considerando que o Programa Mulheres Mil é um programa
termos de públicos e dimensões sociais alcançados (efetividade) e educacional, criado e implementado via política denominada
nos custos condizentes com a escala e complexidade da intervenção educação profissional, científica e tecnológica, para facilitar a
(eficiência). Dessa maneira, configuram-se como avaliação as compreensão, podemos inserir o programa no contexto do ciclo
pesquisas para o dimensionamento e os entendimentos dos das políticas públicas para identificar as demandas de indicadores e
determinantes de problemas sociais, para investigar as dificuldades pesquisas de avaliação, conforme a Imagem 7, adaptada de Jannuzzi
de desenvolvimento de determinadas atividades previstas na (2016).
implementação de um programa, assim como os resultados, efeitos
mais abrangentes e custos destes.

Quanto ao monitoramento, Jannuzzi (2016) conceitua como uma


atividade regular de acompanhamento de processos-chave
previstos na lógica de intervenção de um programa e que permite

71
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 7: Demanda de Indicadores e de Pesquisas de Avaliação - Ciclo de Políticas Públicas


a) Avaliação Formativa: voltada
a investigar os problemas de
implementação do programa, com a
finalidade de produzir insumos para
solucioná-los;

b) Avaliação de Processos: voltada


ao exame de rotinas operacionais do
programa, para identificar gargalos e
problemas de implementação;

c) Avaliação Ex post: voltada para a


análise comparativa das mudanças
ocorridas no público-alvo e aferição
de resultados potenciais do programa;

d) Avaliação Somativa: voltada para


confrontar os resultados esperados
com os resultados e impactos
alcançados, com vistas a seu
julgamento de mérito, continuidade ou
descontinuidade.

Considerando os tipos de avaliação descritos por Jannuzzi (2016) e apresentados na Imagem


8, recomendamos às equipes gestoras centrarem atenção na avaliação formativa, na
avaliação de processos, na avaliação ex post e na avaliação somativa conceituadas abaixo:

72
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Imagem 8: Tipos de Avaliação de um Programa Social b) Monitoramento Analítico: um


exercício sistemático de análise
de informações sobre fluxos de
desembolsos financeiros, de realização
de atividades-meio, de entrega de
produtos e de inferência de efeitos do
programa no seu público-alvo. Busca
checar se os resultados, processos,
produtos estão sendo alcançados
por determinado nível de recursos
alocados;

c) Monitoramento Estratégico:
resultado da integração das funções de
monitoramento gerencial e analítico,
voltada para o acompanhamento e
gestão de políticas, planos de governo,
agendas prioritárias ou conjunto
Considerando que os tipos de monitoramento descritos por Jannuzzi (2016) necessitam de
seletivos de programas com alto grau
indicadores específicos, apresentados na Imagem 9, recomendamos às equipes gestoras
de intersetorialidade e/ou articulação
centrarem atenção nos monitoramentos gerencial e analítico, conforme conceituados abaixo:
federativa.

a) Monitoramento Gerencial: caracteriza-se pelo monitoramento de processos, de


Independente do tipo de monitoramento,
produtos e de resultados. A equipe da gestão institucional mais envolvidas com o
será necessário escolher os indicadores a
monitoramento de resultados, a equipe da gestão local com o monitoramento de
serem monitorados, ou seja, informação
produtos e a equipe de técnicos na gestão local com o monitoramento de processos.
quantitativa que tenha regularidade de
Busca entender melhor a regularidade e disfuncionalidades no fluxo de transformação
atualização, razoabilidade de custo e
de insumos em resultados;
esforço de produção, sensível às mudanças

73
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

e especificidades das ações programadas, conforme etapa do ciclo do programa que se ao aprimoramento e adequação da política
pretenda monitorar. pública para o perfil das mulheres que
estão sendo e serão atendidas.

Nesse sentido, a avaliação se constitui


Imagem 9: Monitoramento como Acompanhamento Sistemático dos Processos-chave,
como um processo permanente, que se
Produtos e Efeitos de Programas
inicia no processo de aproximação dos
territórios, momento em que se deve
levantar informações sobre a realidade
socioeconômica e cultural do grupo de
mulheres, como apresentado nas ações
diagnósticas, visando garantir o acesso,
a permanência e o êxito pedagógico e
contribuir para o êxito profissional.

No decorrer da qualificação profissional,


deve-se realizar o acompanhamento
10.1 DA AVALIAÇÃO das atividades formativas das mulheres,
integrando no processo todos os membros
A avaliação do Programa Mulheres Mil deve englobar o acompanhamento do processo,
da equipe multidisciplinar e os/as docentes
debruçar-se sobre a identificação, a análise e a resolução das problemáticas que surjam no
que ministram as disciplinas. Sugere-se
decorrer da formação profissional. Trata-se também de uma avaliação formativa, visto que a
que sejam elaboradas atividades diversas,
investigação das problemáticas que surjam no decorrer do processo tem como fim produzir
tanto presencial quanto on-line.
conhecimentos, ferramentas e insumos para a melhoria da ação.
No que concerne ao processo on-line,
Integra-se ainda a avaliação processual e formativa o caráter dialógico e participativo,
pode-se utilizar ferramentas, tais como
devendo engajar todos os envolvidos: as mulheres, a equipe multidisciplinar, os/as docentes
Strateegia digital (https://strateegia.
e os/as técnicos.
digital), Google meet, Miro (https://miro.
Trata-se assim de um processo que se constitui como uma pesquisa-ação, no qual a obtenção com/pt/) Trello, Asana, Notion, Pipefy,
de informação é tão relevante quanto a busca de soluções para as dificuldades, com vistas que possibilitam a participação assíncrona

74
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

e anônima para discutir as dificuldades referentes ao processo questionários de avaliações do curso e do Programa, para que eles
pedagógico. possam expressar percepções acerca do processo de qualificação
de profissional e apontar críticas e sugestões para a melhoria do
O estudo de caso, por exemplo, que se debruça sobre um assunto Programa.
ou problemática específica que esteja afetando o processo de
ensino e aprendizagem ou permanência das mulheres, pode ser Portanto, no âmbito do Programa Mulheres Mil, deve-se organizar
adotado como estratégia para analisar um determinado fenômeno os seguintes processos avaliativos:
com vistas a buscar soluções para superá-lo.
a. avaliação contínua do acesso e da permanência, com o
Para isso, o grupo pode eleger uma situação-problema que
objetivo de identificar entraves e problemas para que se
considere relevante e significativa para o desenvolvimento das
possa fazer as adequações necessárias;
ações. Desta forma, do conjunto de sugestões apontadas nas
discussões do grupo, deve-se fazer um processo de sistematização,
b. avaliação contínua do processo de ensino e aprendizagem,
que pode ser realizado por meio de ferramentas tecnológicas, e
com vistas a identificar as dificuldades das estudantes, a
encaminhar as soluções consensuadas com o objetivo de promover
necessidade de reforços e a adequação de metodologias de
o aprimoramento e a adequação das ações em curso.
ensino;
Em relação aos encontros presenciais, propõe-se que sejam
c. avaliação do curso;
realizados, no mínimo, três encontros, que podem ser mensais, a
depender do tempo da qualificação profissional. Nesses momentos, d. avaliação dos resultados e impactos do Programa.
é importante sistematizar as informações advindas dos grupos de
discussão, registrando os encaminhamentos e/ou ferramentas
implementadas para a resolução das problematizações apresentadas 10.1.1 ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO
no estudo de caso e discutir temáticas relevantes para o momento
10.1.1.1 DEFINIÇÃO DE INDICADORES
da qualificação. É importante que se estabeleça a participação
obrigatória da equipe multidisciplinar e dos/as docentes. A definição de indicadores é de extrema importância na avaliação e
monitoramento para o Programa Mulheres Mil, visto que fornecem
Antes do término do curso, deve-se realizar avaliação individual com
informações objetivas e mensuráveis sobre o desempenho e
o gestor local, responsável pela gestão do Programa no campus
os resultados dessa política. Os indicadores permitem medir o
ou na unidade de ensino, os/as docentes e as alunas, por meio de
progresso, como ressalta Januzzi, “os indicadores apontam, indicam,

75
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

aproximam, traduzem em termos operacionais as dimensões sociais No que tange o Programa Mulheres Mil, a coleta de dados deve
de interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou políticas abarcar estratégias que capturam informações específicas sobre
realizadas anteriormente.” (Januzzi, 2005, p.138). gênero, como percepções e desafios enfrentados pelas mulheres,
perguntas sobre desigualdades salariais, acesso a oportunidades
Estabelecer indicadores adequados possibilita acompanhar e analisar no mundo do trabalho, violência de gênero, divisão de tarefas
o impacto do programa em relação aos objetivos estabelecidos. Isso domésticas, empoderamento, entre outras. Deve-se incorporar
permite que gestores, tomadores de decisão e demais interessados indicadores quantitativos sobre gênero, dados demográficos
avaliem se a política está alcançando os resultados desejados, se desagregados por gênero, indicadores de participação política,
está sendo eficaz na promoção das mudanças esperadas e sendo indicadores de acesso a serviços e oportunidades, indicadores
implementada de forma eficiente. Além disso, os indicadores são sobre habitação e saneamento básico, entre outros.
essenciais para a transparência das ações.
Coletar depoimentos e histórias de vida das educandas pode
fornecer informações valiosas sobre as suas experiências pessoais,
os desafios enfrentados, bem como as mudanças ocorridas devido
10.1.1.2 COLETA DE DADOS
à participação no programa. A utilização de métodos participativos
A coleta de dados desempenha papel fundamental na avaliação de deve ser considerada. É relevante promover espaços de diálogos
políticas públicas, responsável por fornecer informações e evidências e participação ativa das mulheres. Nesse sentido, oficinas e grupos
necessárias para entender o impacto, a eficácia e a eficiência dessas focais são espaços que permitem às educandas expressarem suas
políticas. Além disso, a coleta gera insumos para as tomadas de opiniões e compartilharem suas experiências, além de fortalecer o
decisões, através dela é possível identificar lacunas e desafios, grupo enquanto coletivo.
pode revelar as disparidades, desigualdades e ineficiências. Essas
Em suma, a avaliação pode requerer a utilização de fontes de dados
informações ajudam no direcionamento de recursos e esforços
primários e secundários para obter uma visão completa e precisa.
para as áreas que precisam de maior atenção na intervenção. A
Os dados primários envolvem a realização de entrevistas, grupos
coleta deve ser construída como uma ferramenta de uso contínuo
focais, observação participante. Os dados secundários incluem
de aplicação e, ao longo do tempo, permitir o monitoramento do
análises de relatórios governamentais, pesquisas acadêmicas, dados
progresso do programa em relação aos seus objetivos. A coleta
estatísticos, como dados demográficos, de saúde, econômicos,
de dados também é ferramenta importante na transparência e no
de emprego e educacionais. A combinação das diferentes fontes
aprimoramento do programa.
de informações, dados primários e secundários, garante uma
compreensão mais precisa e abrangente.

76
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

10.1.1.3 VIÉS E COMPARABILIDADE entanto, é importante encontrar um equilíbrio, pois o uso exclusivo
de indicadores adaptados localmente pode limitar a capacidade
Ao realizar avaliações é importante considerar a presença de viés de comparar os resultados com outros estudos e dificultar a
e garantir a comparabilidade dos resultados. O viés pode surgir contribuição de dados para análises mais abrangentes sobre
nas avaliações de políticas públicas quando há distorções ou programas eficazes de empoderamento. Portanto, é fundamental
tendências sistemáticas na coleta de dados, podendo ser originada buscar uma abordagem que permita a adaptação local e, ao mesmo
por estereótipos, preconceitos, ou ainda influências sociais. Nesse tempo, manter a possibilidade de comparação e aprendizado mais
sentido, é importante adotar abordagens metodológicas imparciais amplo.
e inclusivas para mitigar o viés.

Os avaliadores devem estar cientes de seus próprios preconceitos e


devem ser sensíveis às perspectivas e experiências das educandas. 10.1.1.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS E DE PRIVACIDADE
Já a comparabilidade refere-se à capacidade de fazer comparações NA COLETA DE DADOS
entre os diferentes grupos inseridos no programa. Para garantir a
comparabilidade, é preciso estabelecer, de forma clara e precisa, A coleta de dados é uma etapa importante para a implementação, a
objetivos, indicadores e critérios que serão utilizados na avaliação. avaliação e o monitoramento de uma política pública. Nesse processo,
Para alcançar uma avaliação que mitigue o viés e garanta a deve ser garantido a privacidade, proteção e confidencialidade das
comparabilidade, é importante estar sensível às especificidades informações. O consentimento das participantes é fundamental,
de cada grupo de mulheres, considerar suas experiências e isso implica em informar de forma clara qual a finalidade da coleta
percepções, garantir uma linguagem inclusiva e não discriminatória, de dados, como eles serão utilizados e quem terá acesso a essas
promover uma participação ativa das educandas e considerar as informações.
especificidades culturais e sociais das mesmas.
As participantes devem ter liberdade de consentir ou não, sem sofrer
Conforme apresentado em “Um guia prático para mensurar consequências negativas. Normas e questões culturais e sociais
o empoderamento de mulheres e meninas em avaliações de devem ser consideradas, é importante adaptar as ferramentas com
impacto”, é essencial adaptar os indicadores de empoderamento de sensibilidade e respeitos às práticas locais. Ao conduzir a coleta
acordo com o contexto local para garantir a captura adequada das de dados, é fundamental priorizar a ética, o respeito e a proteção
mudanças resultantes das intervenções. Ao incorporar indicadores dos direitos das participantes. Esses elementos contribuem para
adaptados localmente, somos capazes de compreender as a integridade da pesquisa e para relação de confiança com as
transformações específicas que ocorrem em cada contexto. No participantes envolvidas.

77
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

10.1.1.5 DESENHO DE QUESTIONÁRIOS forma clara, simples, sempre que possível adaptadas a elementos
culturais e sociais que facilitem a compreensão da participante.
Ao construir os questionários, é importante considerar alguns
elementos chave. São eles: Deve-se ainda prezar pela neutralidade, evitando termos técnicos
e influências que possam direcionar as respostas. É fundamental a
a) Objetivos do programa e da avaliação; construção de uma sequência lógica para facilitar a compreensão,
utilize escalas de resposta, dessa forma você permite que a
b) Temas relevantes a serem abordados;
participante indique seu nível de concordância e satisfação. É crucial
c) Indicadores; testar e revisar o questionário, com o objetivo de garantir sua clareza,
relevância e consistência.
d) Público-alvo;

e) Equilíbrio entre perguntas abertas e fechadas;


10.1.1.6 PARTICIPAÇÃO E EMPODERAMENTO DAS
f) Clareza e simplicidade das perguntas considerando MULHERES
questões culturais e sociais;
Mensurar o empoderamento de mulheres em políticas públicas
g) Neutralidade; como o Programa Mulheres Mil requer um processo contínuo e
criativo, sendo importante incluir “recursos, agência e conquistas”
h) Escala de resposta. (J-PAL, 2023).

Ao avaliar o processo de empoderamento de mulheres, deve-se


considerar, em termos de indicadores, seus acessos aos recursos
Em primeiro lugar, defina claramente os objetivos da avaliação para (conhecimentos, preferências e acesso) necessários para tomar
garantir que as perguntas sejam direcionadas aos aspectos relevantes decisões, sua capacidade de agir e participar ativamente nas
do programa. Além disso, identifique temas importantes, alguns deles próprias escolhas. Os conhecimentos se referem ao conjunto de
já foram apresentados nesse documento. É recomendado equilibrar informações, conceitos, experiências e habilidades adquiridas por
perguntas abertas e fechadas. Perguntas abertas permitem que meio do estudo, da experiência e da interação com o mundo ao seu
as educandas expressem suas opiniões e imprimam seus saberes redor. A preferência é a tendência de escolher ou desejar uma coisa
e desejos. Já as perguntas fechadas facilitam a análise de dados. em detrimento de outra com base em interesses pessoais, gostos,
Importante destacar que as perguntas devem ser formuladas de valores ou necessidades individuais. Enquanto o acesso refere-se à

78
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

capacidade ou oportunidade de utilizar, participar ou obter algo. É que o Programa Mulheres Mil esteja efetivamente promovendo a
a possibilidade de obter ou utilizar recursos, serviços, informações, igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
oportunidades ou direitos de maneira efetiva, como acesso à saúde,
à educação, entre outros.

Os indicadores de agência no empoderamento de mulheres 10.2 DO MONITORAMENTO


referem-se às medidas que capturam a capacidade das mulheres
No âmbito do Programa Mulheres Mil, o monitoramento relaciona-se
de exercerem sua voz, tomar decisões e ter controle sobre sua
com o processo de identificação do alcance dos objetivos e metas
própria vida. Esses indicadores estão relacionados à autonomia, à
propostas nos planos de trabalhos apresentados à Setec-MEC, ou
participação e à influência das mulheres em diferentes aspectos
seja, relaciona-se com contribuições na melhoria da qualidade de
sociais, políticos e econômicos. Alguns exemplos de indicadores de
vida das mulheres no âmbito econômico, social, familiar e individual.
agência incluem a participação em tomadas de decisão familiares
e comunitárias. Esses indicadores mensuram a capacidade de Trata-se, portanto, de mensurar, a partir de indicadores de renda,
exercer poder e influência sobre sua própria vida e nas decisões que de escolaridade (individual e familiar), de inserção no mundo do
as afetam. trabalho (emprego, associativismo, cooperativismo), de inserção em
ou criação de rede de proteção de enfrentamento à violência contra
Por fim, os indicadores de conquistas no contexto do empoderamento
a mulher, ao racismo e à LGBTfobia, do acesso às políticas públicas
de mulheres se referem às medidas que avaliam os resultados
de saúde, transferência de renda, educação, moradia e transporte,
ou impactos das ações e esforços de empoderamento. Esses
entre outras. Também é relevante mensurar aspectos relacionados
indicadores capturam os resultados tangíveis alcançados pelas
às melhorias das relações interpessoais, tais como criação de
mulheres em termos de melhoria de suas condições de vida e
grupos de apoio entre as mulheres que participaram do curso e a
igualdade de oportunidades. Alguns exemplos de indicadores
participação das egressas nas organizações comunitárias existentes
de conquistas podem incluir: níveis de educação alcançados,
no território e em outros espaços. Outra questão importante para
participação no mundo de trabalho e renda, redução da violência de
monitorar é o impacto ou a importância dos conteúdos ministrados
gênero. Esses indicadores refletem as mudanças reais e concretas
no curso para a tomada de decisões, tanto no âmbito individual, tais
na vida das mulheres, proporcionando uma visão mais abrangente
como denunciar violência doméstica e/ou sexista, quanto coletivas,
sobre sua autonomia.
participação em ações de preservação ambiental.
Ao adotar diferentes indicadores na avaliação do empoderamento,
é possível identificar lacunas, fortalecer as intervenções e garantir

79
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Em relação à temporalidade, recomenda-se que o monitoramento e identificar desafios e o envolvimento das diferentes partes
das egressas seja realizado após um ano da conclusão da qualificação interessadas, como as alunas, os/as gestores (as) e os/as docentes,
profissional, tanto por meio de questionários, quanto por meio no processo de monitoramento.
de grupo focal, agregando nesse processo docentes, técnicos/
Além disso, é importante estabelecer canais de comunicação
as e pesquisadores/as das instituições que tenham interesse em
eficientes para que os resultados do monitoramento sejam
investigar acerca de temáticas de gênero, educação profissional e
compartilhados com todas as partes envolvidas, permitindo a tomada
tecnológica, desenvolvimento local etc.
de decisões informadas e a realização de ajustes necessários.
Por fim, é importante ressaltar que o processo de monitoramento
A adaptação do monitoramento a questões de gênero, raça e etnia
deve centrar-se em responder à seguinte indagação: qual a
é aspecto importante no que tange ao Programa Mulheres Mil. À
efetividade do Programa Mulheres Mil no que diz respeito às
medida que o tempo passa, é essencial avaliar a efetividade da
melhorias da qualidade de vida das egressas no âmbito econômico,
política e sua capacidade de abordar as necessidades e desafios
social, educacional?
específicos das mulheres. Isso pode envolver a análise dos dados
coletados, a identificação de lacunas ou áreas de melhoria e a
realização de ajustes no programa para garantir que ela esteja
10.2.1 ORIENTAÇÃO PARA O MONITORAMENTO alinhada com as demandas.

10.2.1.1 MONITORAMENTO CONTÍNUO E A adaptação do programa a essas demandas devem ser


ADAPTAÇÃO A GÊNERO impulsionadas pela participação ativa das mulheres, bem como
outras partes interessadas, gestores(as) e docentes. Essas vozes
O estabelecimento de mecanismos de monitoramento contínuo devem ser ouvidas e consideradas no processo de monitoramento,
do programa é essencial para garantir sua eficácia e efetividade ao permitindo a inclusão de diferentes perspectivas e ações
longo do tempo. Isso envolve a criação de sistemas e ferramentas direcionadas para enfrentar os obstáculos.
que permitam acompanhar regularmente sua implementação,
coletar dados relevantes e analisar os resultados alcançados. O monitoramento contínuo proporciona uma visão em tempo
real de seu desempenho, permitindo a identificação de eventuais
Esses mecanismos incluem a definição de indicadores a serem problemas ou oportunidades de melhoria. Isso possibilita a adoção
monitorados, a coleta sistemática de dados por meio de pesquisas, de medidas corretivas e o aprimoramento constante, contribuindo
questionários ou outras formas de levantamento de informações, para a efetividade e garantindo que os objetivos estabelecidos
a realização de avaliações periódicas para verificar o progresso sejam alcançados.

80
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

10.2.1.2 UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DA e capaz de responder às necessidades das mulheres de forma
AVALIAÇÃO PARA INFORMAR A ADAPTAÇÃO E O adequada. Essa abordagem baseada em evidências fortalece a
qualidade e a sustentabilidade do programa, promovendo também
APRIMORAMENTO DA POLÍTICA
a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres atendidas
Os resultados da avaliação do Programa Mulheres Mil permitem pelo programa.
compreender quais aspectos estão funcionando bem e devem
ser mantidos, assim como aqueles que precisam de ajustes. Essas
informações embasadas em evidências apoiam a tomada de
10.2.1.3 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E
decisões informadas sobre a necessidade e possíveis adaptações
do programa.
CONTINUIDADE DAS AÇÕES

Avaliar a sustentabilidade e continuidade das ações no contexto do


A adaptação do Programa Mulheres Mil pode envolver a revisão
Programa Mulheres Mil é de extrema relevância para garantir que
de objetivos, metas e estratégias, bem como a implementação de
os resultados e impactos positivos sejam mantidos a longo prazo. É
medidas corretivas para lidar com lacunas identificadas. Além disso,
importante avaliar se as ações implementadas são sustentáveis do
os resultados da avaliação podem fornecer informações valiosas
ponto de vista financeiro, institucional e social.
sobre o impacto do programa na vida das mulheres e a eficácia das
intervenções realizadas.

É importante ressaltar que a utilização dos resultados da avaliação EIXOS DE SUSTENTABILIDADE


deve ser um processo participativo e inclusivo, envolvendo as • Financeiro: deve-se verificar se os recursos destinados ao
educandas, as equipes multidisciplinares e outros atores relevantes, programa são suficientes para sua manutenção. Isso envolve
gestores, docentes e parceiros. O diálogo e a colaboração entre analisar a eficiência no uso dos recursos disponíveis. Além disso,
essas partes interessadas contribuem para a tomada de decisões é necessário avaliar se as ações estão integradas a políticas
compartilhadas e para a construção de um programa mais efetivo e públicas mais amplas e se existe um comprometimento
sensível às necessidades das mulheres. institucional para manter o programa em funcionamento.

Em resumo, a utilização dos resultados da avaliação é essencial para • Institucional: deve-se analisar se o programa está enraizado
informar a adaptação e o aprimoramento do Programa Mulheres nas estruturas governamentais e se existe um apoio político
Mil e ferramenta que apoia a Setec-MEC no processo contínuo contínuo. Também é importante considerar as parcerias
de melhoria da oferta, garantindo que ele seja efetivo, relevante

81
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

estabelecidas com outras instituições e organizações para Além da elaboração de recomendações, o monitoramento do
fortalecer a sustentabilidade do programa. Programa Mulheres Mil também inclui a identificação de boas
práticas e lições aprendidas. Ao analisar os resultados e impactos
• Social: envolve analisar se as ações do programa são relevantes do programa, é possível identificar estratégias eficazes, abordagens
e efetivas para as mulheres, se atendem às suas necessidades inovadoras e iniciativas bem-sucedidas que podem ser replicadas.
e se promovem a igualdade de gênero e o empoderamento. Essas boas práticas e lições aprendidas são importantes para
Também é fundamental verificar se o programa é adaptável às promover o aprendizado e a troca de experiências entre os(as)
mudanças sociais e se tem o envolvimento ativo das mulheres, gestores(as), docentes e demais envolvidos no programa, bem como
dos/as gestores(as) e docentes na sua implementação e para disseminar os resultados da avaliação. Por meio da disseminação
monitoramento. dessas informações, é possível compartilhar conhecimento, fortalecer
a capacidade institucional e promover o aprimoramento contínuo do
Programa Mulheres Mil, contribuindo para a melhoria das políticas
10.2.1.4 RECOMENDAÇÕES E LIÇÕES APRENDIDAS
públicas educacionais e de gênero e o alcance de resultados cada
A elaboração de recomendações para melhorar a efetividade vez mais significativos para as mulheres.
do Programa Mulheres Mil é um passo crucial no processo de
monitoramento contínuo. Com base nos dados coletados e nas
informações obtidas ao longo do programa, é possível identificar
áreas de melhoria e sugerir ações que possam aprimorar os
resultados alcançados. Essas recomendações podem abranger
diferentes aspectos, como ajustes nas estratégias de seleção das
alunas, aprimoramento dos conteúdos e das metodologias de
ensino, fortalecimento das parcerias com instituições e organizações
e implementação de medidas para ampliar a inserção das alunas no
mundo do trabalho. Ao promover essas recomendações, o Programa
Mulheres Mil busca garantir que suas ações sejam cada vez mais
efetivas e alinhadas às necessidades e demandas das mulheres,
contribuindo para o fortalecimento da igualdade de gênero e o
empoderamento.

82
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

11. Referências Bibliográficas

ARROYO, Miguel Gonzáles. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2011. 376p.

_________________. O direito do trabalhador à educação. In: GOMEZ, Carlos Minayo. Trabalho e Conhecimento: dilemas na educação do
trabalhador. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2012, p. 103-127.

BAGGIO, Adelar Francisco. BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação
e Tecnologia, 1(1): 25-38, 2014 – ISSN 2359-3539. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/ revistasi/article/download/612/522.
Acesso em: 16 jul. 2023.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Obras escolhidas I: Magia, Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura e história da
cultura. Trad. S.P. Rouanet, São Paulo, Brasiliense, 1994.

BRASIL. Decreto nº 7.358, de 17 de novembro de 2010. Institui o Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário - SCJS, cria sua Comissão
Gestora Nacional, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7358.htm. Acesso em: 16 jul. 2023.

BRASIL. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1971. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l5764.htm. Acesso em: 16 jul. 2023.

83
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da
República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso: em 16 jul. 2023.

BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm. Acesso em: 16 jul. 2023.

BRASIL. Lei complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as
Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril
de 1990, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
lcp/lcp128.htm. Acesso em: 16 jul. 2023.

BURKART, Karl. What is Green Economy? Here’s a Simple Explanation. Sociology Group: Sociology and Other Social Sciences Blog (em
inglês). 30 de junho de 2020. Disponível em: https://www.sociologygroup.com/green-economy/. Acesso em: 16 de jul de 2023.

COONECTA. Princípios do cooperativismo. Disponível em: https://coonecta.me/principios-do-cooperativismo/. Acesso em 16 jul. 2023.

CRENSHAW, Kimbelé. documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos
Feministas, Florianópolis.,v.10, n.1, p.171-188. 2002.

CRÚZIO, Helnon de Oliveira. Como Organizar e Administrar uma Cooperativa: Uma Alternativa para o Desemprego. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 156p., 2005.

DOLABELA, F. Empreendedorismo, uma forma de ser: saiba o que são empreendedores individuais e empreendedores coletivos. Brasília:
Aed, 2003.

ENDEAVOR. Validação de ideias? Sim! Teste antes de investir. Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/validacao/. Acesso
em: 16 jul. 2023.

ENDEAVOR. O Guia Prático para o seu MVP - Minimum Viable Product. Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/mvp/.
Acesso em: 16 jul. 2023.

84
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

ENDEAVOR. Como elaborar um pitch (quase) perfeito. Disponível em: https://endeavor.org.br/dinheiro/como-elaborar-um-pitch-quase-


perfeito/. Acesso em: 16 jul. 2023.

ESPINOSA,Yuderkys. GÓMEZ, Diana, LUGONES María y OCHOA Karina. Reflexiones pedagógicas en torno al feminismo descolonial: Una
conversa en cuatro vocês. In. Walsh, Catherine (Org). Pedagogías Decoloniales. Prácticas insurgientes de (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Quito:
Ed. Abya Yala, Tomo I. 2013. p. 403-441.

FIA BUSINESS SCHOOL. Soft skills: O que são, tipos principais e como desenvolver. Disponível em: https://fia.com.br/blog/soft-skills/. Acesso
em 16 jul. 2023.

FRANÇA, Bárbara Heliodora; BARBOSA, Érica; CASTRO, Rafaelle; SANTOS, Rodrigo. Guia de Economia Solidária: ou porque não organizar
cooperativas para populações carentes. Niterói, RJ: Ed. UFF, 2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 42. Ed. São Paulo. Paz e Terra, 2005.

_____________ Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra., 1996.

_____________ Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1992.

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e Ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1986.

GIOVEDI, Valter Martins; SILVA, Itamar Mendes da, AMARAL, Débora Monteiro do. A didática que emerge da Pedagogia do Oprimido. Revista
e-Curriculum, São Paulo, v.16, n.4, p. 1110-1141 out./dez.2018.

HOWKINS, John Anthony. The Creative Economy: How People Make Money From Ideas. Londres, Penguin Books, 2001.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desemprego chega a 14,4% no trimestre encerrado em agosto. Rio de Janeiro, RJ:
IBGE, 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/29321-desemprego-
chega-a-14-4-no-trimestre-encerrado-em-agosto. Acesso em 16 jul. 2023.

GLENNERSTER, Raquel; WALSH, Claire; DIAZ-MARTIN, Lucia. Um guia pŕatico para medir o peso de mulheres e o empoderamento de meninas
em avaliação de impacto. Abdul Latif Poverty Action Lab (J-Pal, 2023)

85
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

JANNUZZI, Paulo de Martino. Monitoramento e Avaliação de Programas Sociais: uma introdução aos conceitos e técnicas. Campinas, SP:
Editora Alínea, 2016.

JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do Serviço
Público, Brasília, DF, v. 56 , n. 2, p. 137-160, abr./jun. 2005. Disponível em: https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/222/227.
Acesso em: 11 jul, 2023.

KOHAN, Walter. Paulo Freire, mais do que nunca: uma biografia filosófica, 1 ed. Belo Horizonte, Vestígio, 2019.

KRENAK, AILTON. Memórias ancestrais - Corpo de Memória. Disponível em: https://youtu.be/7m8C2fKAIX8. Acesso em: 13 jul, 2023.

LEMOS JÚNIOR, Luiz Lopes. Certificação de Competências no Re-Saber. Curso de Formação Continuada em Aperfeiçoamento em Certificação
de Saberes e Competências Profissionais. Disponível em: https://moodle.ead.ifsc.edu.br/enrol/index.php?id=3227. Acesso em: 16 jul. 2023.

MORAIS, Léa Paula Vanessa Xavier Corrêa de; PINTO JÚNIOR, Joelias Silva; SANTOS, Elenice dos Reis; SILVESTRO, Anderson Ricardo. Guia
empreender para estudantes e empreendedores estruturarem seus negócios. Disponível em: https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_
public/8d/0b/8d0b270f-93d9-4d9d-9b1e-0d3409ff94e2/guia_empreender_para_estudantes_e_empreendedores_estruturarem_seus_
negocios.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

MARTÌNEZ, Josè Manuel Comeche. Una Vision Dinámica sobre el Empreendedurismo Colectivo. Revista de Negócios, [S.l.], v. 9, n. 2, june
2007. ISSN 1980-4431. Available at: <https://bu.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/290>. Date accessed: 17 july 2023. doi: http://dx.doi.
org/10.7867/1980-4431.2004v9n2p%p.

MEC - Ministério da Educação. Portaria MEC nº 24/2021. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Reconhecimento e Certificação de Saberes e
Competências Profissionais - Re-Saber, no âmbito do Ministério da Educação. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 14, p. 96, 21 jan.
2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-24-de-19-de-janeiro-de-2021-299988875. Acesso em: 16 jul. 2023.

MEC - Ministério da Educação. Sistema Nacional de Reconhecimento e Certificação de Saberes e Competências Profissionais (Re-Saber).
Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/resaber. Acesso em: 16 jul. 2023.

MINC - Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa. Disponível em: https://garimpodesolucoes.com.br/wp-content/
uploads/2014/09/Plano-da-Secretaria-da-Economia-Criativa.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

86
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTE nº 1780/2014. Institui o Cadastro de Empreendimentos Econômicos Solidários -
CADSOL, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 225, p. 78 – ISSN 1677-7042. Disponível
em: http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814B2784E5014B6F9B31C050C5/Portaria%20MTE%201.780-2014%20-%20CADSOL%20
pg.1.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade: como entrar, permanecer e progredir no mercado de trabalho. 1 ed. São Paulo, Ed. Gente, 1995.

MONTEIRO, Simone Rocha da Rocha Pires marco conceitual da vulnerabilidade social. In: Seminário de Políticas Sociais do Mercosul, 2011,
Pelotas. Anais. SEPOME, 2011.

CONSTANTINO, Noel Alves. O portfólio na sala de aula presencial e virtual. Natal, IFRN Editora, 2008.

OLIVEIRA, Francisco. A questão do Estado: vulnerabilidade social e carência de direitos. In: Subsídios à Conferência Nacional de Assistência
Social. Cadernos ABONG, São Paulo, 1995.

OSTERWALDER, Alex; PIGNEUR, Yves. Business Model Generation - Inovação em Modelo de Negócios: um manual para visionários, inovadores
e revolucionários. Rio de Janeiro, RJ, Alta Books, 2011.

PAGE - Partnership for Action on Green Economy (Parceria para Ação em Economia Verde). Disponível em: https://www.un-page.org/. Acesso
em: 16 jul. 2023.

PIPE SOCIAL. O que são Negócios de Impacto: características que definem empreendimentos como negócios de impacto. Instituto de
Cidadania Empresarial. São Paulo, 2019. Disponível em: https://aliancapeloimpacto.org.br/wp-content/uploads/2020/03/ice-estudo-
negocios-de-impacto-2019-web.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

REDESIST – REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS. Políticas para promoção de arranjos produtivos e
inovativos locais de micro e pequenas empresas: vantagens e restrições do conceito e equívocos usuais. Rio de Janeiro: Redesist/UFRJ,
2004. Disponível em: http://www.redesist.ie.ufrj.br/resultados/resultados-publicacoes/publicacoes-artigos. Acesso em: 27 jan. 2024.

SANTOS, Elenice dos Reis; MORAIS, Lea Paula Vanessa Xavier. Guia Modelando Negócios do Programa de Extensão Teresa de Benguela.
Cuiabá, IFMT, 2020. Disponível em: https://proex.ifmt.edu.br/media/filer_public/6c/23/6c23a9af-84ef-4fc7-9a40-504b23c938e6/guia_
modelando_negocios_teresa_benguela_v02.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

87
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

SANTOS, Elenice dos Reis; COUTINHO, Bruno José de Amorim. Adaptação entre bolsa formação do PRONATEC e Programa Mulheres Mil
no IFMT - desafios e resultados. In: IV Fórum de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva. Disponível em: https://proex.ifmt.edu.br/
conteudo/pagina/mulheres-mil-proex/. Acesso em: 16 jul. 2023.

SANTOS, Marisilvia dos; RIBEIRO, Eduardo Alberton. Oficina de Produção de PPCP. Curso de Formação Continuada em Aperfeiçoamento em
Certificação de Saberes e Competências Profissionais. Disponível em: https://moodle.ead.ifsc.edu.br/enrol/index.php?id=3227. Acesso em:
16 jul. 2023.

ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócios. Belo Horizonte, MG, SEBRAE, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/
Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/gestao-e-comercializacao-como-elaborar-um-plano-de-negocios.pdf. Acesso em: 16 jul. 2023.

YUNUS - Yunus Social Business (Yunus Negócios Sociais). Negócios Sociais. Disponível em: https://www.br.yunussb.com/about. Acesso em:
16 jul. 2023.

88
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo I
Perfil Situacional -
Seleção das Estudantes
Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções das mulheres
participantes do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para melhor
compreensão do público participante e execução do programa. Por favor, responda com
sinceridade, e sinta-se à vontade para tirar dúvidas e apresentar questionamentos.

1. DADOS GERAIS E SOCIOECONÔMICOS:

Qual seu nome?

Como você gostaria de ser chamada?

Informe marcando com um “X”se possui os seguintes documentos:

( ) Certidão de nascimento
( ) Título de eleitor
( ) CPF
( ) Carteira de Trabalho
( ) Identidade
( ) Cartão do SUS

Qual seu endereço?

89
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Em qual região você nasceu?

( ) Centro-oeste ( ) Sudeste

( ) Norte ( ) Sul

( ) Nordeste ( ) Não Sei

Em qual região você mora?

( ) Centro-oeste ( ) Sudeste

( ) Norte ( ) Sul

( ) Nordeste

Em qual cidade você mora?

Em que área você mora?

( ) Zona urbana ( ) Zona rural

Onde sua casa está localizada?

( ) Bairro ( ) Comunidade-território indígena

( ) Comunidade quilombola ( ) Sítio

( ) Assentamento ( ) Região Administrativa

Qual sua faixa etária?

( ) Entre 16 e 19 anos ( ) Entre 40 e 44 anos ( ) Entre 60 e 64 anos

( ) Entre 20 e 24 anos ( ) Entre 45 e 49 anos ( ) Entre 65 e 69 anos

( ) Entre 25 e 29 anos ( ) Entre 50 e 54 anos ( ) Entre 70 e 74 anos

( ) Entre 30 e 34 anos ( ) Entre 55 e 59 anos ( ) Entre 75 e 79 anos

( ) Entre 35 e 39 anos ( ) Entre 60 e 64 anos ( ) 80 anos ou mais

90
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual a sua orientação/identidade sexual?

( ) Hétero ( ) Assexual

( ) Lésbica ( ) Pansexual

( ) Gay ( ) Prefere não declarar

( ) Bissexual ( ) Não sei informar

Qual sua identidade de gênero:

( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)

( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)

( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)

( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento,
assumindo, portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)

( ) Prefere não declarar

( ) Não sei informar

Qual sua cor/etnia?

( ) Branca ( ) Preta

( ) Indígena ( ) Outra

( ) Parda ( ) Prefere não declarar

Qual seu estado civil?

( ) Solteira

( ) Casada

( ) Separada/Divorciada/Desquitada

( ) União Estável

( ) Viúva

91
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Quantos filhos você tem?

( ) Nenhum ( ) Quatro

( ) Um ( ) Cinco

( ) Dois ( ) Seis

( ) Três ( ) Mais de Seis

Qual a sua religião?

( ) Católica

( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé

( ) Protestante ou Evangélica

( ) Espírita Kardecista

( ) Não tenho religião

( ) Prefere não declarar

( ) Outra

Qual o seu nível de escolaridade?

( ) Sem escolaridade/analfabeta ( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Apenas Alfabetizada: leio e escrevo ( ) Ensino Médio Completo

( ) Fundamental Incompleto ( ) Ensino Superior Incompleto

( ) Fundamental Completo ( ) Ensino Superior Completo

Possui alguma deficiência?

( ) Não ( ) Sim. Qual?

Você tem alguma doença crônica?

( ) Não ( ) Sim. Qual?

92
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Toma algum medicamento de uso contínuo?

( ) Não ( ) Sim

Alguém em sua casa/domicílio e/ou comunidade fez ou faz uso de droga/entorpecente?

( ) Não ( ) Sim

2. DADOS GERAIS ESTATÍSTICOS

Você mora em uma casa/domicílio.

( ) próprio ( ) emprestado

( ) alugado ( ) Outros

O seu domicílio tem:

( ) Água encanada ( ) Gás encanado

( ) Esgoto ( ) Serviços de coleta de lixo

( ) Luz Elétrica

No seu bairro, sua família tem acesso a que tipo de serviços?

( ) Unidade Básica de Saúde ( ) Biblioteca pública

( ) Escola ( ) Atividades Culturais

( ) Creche ( ) ONGS

( ) CRAS ( ) Área de lazer

( ) Associação do bairro ( ) Outros:

93
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Marque os itens que você possui em sua casa/domicílio.

( ) Aparelho de som ( ) Freezer independente ( ) Telefone fixo

( ) Televisão ( ) Máquina de lavar roupa ( ) Telefone celular

( ) DVD ( ) Computador ( ) TV por assinatura

( ) Geladeira ( ) Acesso à internet ( ) Automóvel

( ) Rádio ( ) Impressora ( ) Motocicleta

Você exerce alguma atividade remunerada?

( ) Não ( ) Sim

Se a resposta for sim, que tarefas você desenvolve no seu trabalho?

Resposta:

Se a resposta for não, em que área você gostaria de trabalhar?

Resposta:

94
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual a sua fonte de renda?

( ) Emprego fixo próprio

( ) Vive com benefícios sociais do governo

( ) Diarista

( ) Ambulante (emprego informal)

( ) Autônoma (trabalha por conta própria fazendo serviços diversos)

( ) Trabalhadora temporária (trabalha quando é chamada por alguns dias ou meses)

( ) Dona de negócio

( ) Pensionista

( ) Aposentada

( ) Outra

Qual a sua participação na renda da sua família?

( ) Não trabalho e sou sustentado pela família ou por outras pessoas

( ) Trabalho, mas recebo ajuda financeira da família ou de outras pessoas.

( ) Trabalho, sou responsável pelo meu próprio sustento.

( ) Trabalho, sou responsável pelo meu sustento e contribuo para o sustento da minha família.

( ) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da minha família.

Você possui outras experiências profissionais?

( ) Não ( ) Sim

Se a resposta for sim, descreva essas experiências ?

Resposta:

95
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)

( ) Nenhuma ( ) De 1 a 2 SM

( ) Até 1/4 SM ( ) De 2 a 5 SM

( ) De 1/4 a 1/2 SM ( ) De 5 a 10 SM

( ) De 1/2 a 1 SM ( ) Mais de 10 SM

Quem é a pessoa que mais contribui na renda total da sua família?

( ) Você mesma ( ) Seus filhos(as)

( ) Cônjuge/Companheiro(a) ( ) Outra

( ) Seus pais

Qual o material que predomina na construção da sua casa/domicílio?

( ) Alvenaria com revestimento ( ) Madeira aproveitada

( ) Alvenaria sem revestimento ( ) Palha

( ) Madeira apropriada para construção ( ) Outro

( ) Taipa não revestida

Quantos cômodos possui sua casa/domicílio?

( ) Um ( ) Quatro

( ) Dois ( ) Cinco

( ) Três ( ) Mais de cinco

Quantas pessoas moram na sua casa/domicílio?

( ) Um ( ) Quatro

( ) Dois ( ) Cinco

( ) Três ( ) Mais de cinco

96
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Sua casa/domicílio possui banheiro?

( ) Não ( ) Sim

Qual é a principal forma de abastecimento de água da sua casa/domicílio?

( ) Rede geral de distribuição/água canalizada

( ) Poço ou nascente fora da propriedade

( ) Carro-pipa

( ) Água da chuva armazenada em sistema

( ) Água da chuva armazenada de outro modo

( ) Rios, lagos e igarapés

( ) Outra

Qual a origem da energia elétrica utilizada na sua casa/domicílio?

( ) Rede geral

( ) Outra origem (gerados, placa solar, eólica etc.)

( ) Não tem energia elétrica

( ) Outra

Qual o destino dado ao lixo da sua casa/residência?

( ) Coletado Diretamente por serviço de limpeza

( ) Coletado em caçamba de serviço de limpeza

( ) É queimado na propriedade

( ) É enterrado na propriedade.

( ) Jogado em terreno baldio ou logradouro/rua

( ) Jogado em rio, lago ou mar

( ) Outro

97
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você e/ou sua família, quando necessitam de atendimento médico, utilizam:

( ) SUS ( ) Médico particular

( ) Plano de Saúde ( ) Outros

Qual é o meio de transporte que você mais utiliza?

( ) Carro próprio ( ) Ônibus

( ) Carro da família ( ) Táxi/Lotação

( ) Moto ( ) Outros

( ) Bicicleta

Qual a distância entre a sua residência e a unidade de ensino?

( ) Localiza-se na mesma cidade da unidade de ensino

( ) Até 50 Km

( ) Entre 51 e 100 Km

( ) Mais de 100 Km

3. DADOS REFERENTES AO PROGRAMA MULHERES MIL:

Quais dias da semana você tem disponibilidade para estudar, marque com um “X”:

( ) Segunda-feira ( ) Quinta-feira

( ) Terça-feira ( ) Sexta-feira

( ) Quarta-feira ( ) Sábado

Marque com um “X” os turnos de sua preferência:

( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

98
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você já fez ou está frequentando algum curso profissionalizante?

( ) Não ( ) Sim

Se a resposta for sim, qual(is) curso(s) você já fez?

Resposta:

Por que escolheu esse curso no Programa Mulheres Mil?

( ) Era o curso que eu desejava fazer

( ) Preparar-me para o mercado de trabalho

( ) Proporciona bom salário

( ) Já trabalho na área

( ) Não há outra instituição oferecendo

( ) Pelo horário

( ) Ser gratuito

( ) Ter uma profissão

( ) Influência de parentes/amigos

( ) Outros

Alguém da sua família tenta impedir/proibir a sua participação no Programa Mulheres Mil?

( ) Não

( ) Sim

99
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

O que ou quem ajudou você a tomar essa decisão de ingressar no Programa Mulheres Mil?

( ) A credibilidade da instituição ofertante

( ) Meus (minhas) amigos(as)

( ) Informações gerais, revistas, jornais, TV

( ) Facilidade de obter emprego

( ) Lideranças da minha comunidade

( ) Estímulo financeiro

( ) Receber uma qualificação profissional

( ) Convite e informações dos gestores locais

( ) Outras

Qual é a principal decisão que você vai tomar quando obtiver a certificação do Programa
Mulheres Mil?

( ) Continuar meus estudos

( ) Procurar emprego

( ) Prestar vestibular e continuar a trabalhar

( ) Fazer mais curso(s) profissionalizante(s) e me preparar melhor para o trabalho

( ) Trabalhar por conta própria/trabalhar em meu próprio negócio

( ) Criar uma cooperativa/associação com minhas colegas de turma

( ) Ainda não decidi

Quais seus sonhos, desejos como resultado da participação no Programa Mulheres Mil?

Resposta:

100
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

DADOS DE EMPODERAMENTO:

Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?

( ) Mãe ( ) Tios

( ) Pai ( ) Vizinhos

( ) Irmã ( ) Amigos

( ) Irmão ( ) Outros

( ) Avós

Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você conhece a Lei Maria da Penha?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

101
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento


pessoal e profissional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que
afetam sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres Mil.


Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa
e aprimoramento do programa.

102
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo II
Questionário de avaliação
do curso - Docentes

Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos docentes que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação
e aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando
sua experiência como docente no programa.

1. INFORMAÇÕES PESSOAIS:

Qual seu nome?

Qual sua faixa etária?

( ) Entre 16 e 19 anos ( ) Entre 40 e 44 anos ( ) Entre 65 e 69 anos

( ) Entre 20 e 24 anos ( ) Entre 45 e 49 anos ( ) Entre 70 e 74 anos

( ) Entre 25 e 29 anos ( ) Entre 50 e 54 anos ( ) Entre 75 e 79 anos

( ) Entre 30 e 34 anos ( ) Entre 55 e 59 anos ( ) 80 anos ou mais

( ) Entre 35 e 39 anos ( ) Entre 60 e 64 ano

Qual sua cor/etnia?

( ) Branca ( ) Parda ( ) Prefere não declarar

( ) Indígena ( ) Preta ( ) Outra

103
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual seu estado civil?

( ) Solteira ( ) União Estável

( ) Casada ( ) Viúva

( ) Separada/Divorciada/Desquitada

Quantos filhos você tem?

( ) Nenhum ( ) Quatro

( ) Um ( ) Cinco

( ) Dois ( ) Seis

( ) Três ( ) Mais de Seis

Qual a sua religião?

( ) Católica

( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé

( ) Protestante ou Evangélica

( ) Espírita Kardecista

( ) Não tenho religião

( ) Prefere não declarar

( ) Outra

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)

( ) Nenhuma ( ) De 1 a 2 SM

( ) Até 1/4 SM ( ) De 2 a 5 SM

( ) De 1/4 a 1/2 SM ( ) De 5 a 10 SM

( ) De 1/2 a 1 SM ( ) Mais de 10 SM

104
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual a sua orientação/identidade sexual?

( ) Hétero ( ) Assexual

( ) Lésbica ( ) Pansexual

( ) Gay ( ) Prefere não declarar

( ) Bissexual ( ) Não sei informar

Qual sua identidade de gênero?

( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)

( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)

( ) Homem Cis (Indentifica-se como homem, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)

( ) Homem Trans (Identifica-se como homem, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)

( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)

( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento,
assumindo, portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)

( ) Prefere não declarar

( ) Não sei informar

Você cursou a educação básica em que tipo de instituição?

( ) Pública ( ) Privada

Você cursou o Ensino Médio em que tipo de instituição?

( ) Pública ( ) Privada

Você cursou o Ensino Superior em que tipo de instituição?

( ) Pública ( ) Privada

105
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:

( ) Você ( ) Financiamento estudantil

( ) Familiares ( ) Outros

( ) PROUNI

Há quanto tempo você atua como docente no Programa Mulheres Mil?

( ) Entre 0 e 1 ano ( ) Entre 10 e 15 anos

( ) Entre 2 e 5 anos ( ) Entre 16 e 20 anos

( ) Entre 6 e 10 anos

Qual disciplina ou oficina você ministrou no Programa Mulheres Mil?

Resposta:

Qual sua relação trabalhista com a instituição?

( ) técnico administrativo concursado de nível médio

( ) técnico administrativo concursado de nível superior

( ) docente concursado

( ) contrato temporário

( ) terceirizado

106
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Caso seja concursado, onde está lotado?

Resposta:

2. SOBRE O CURSO:

Em qual campus ou unidade de ensino você está trabalhando?

Resposta:

Em qual estado e cidade?

Resposta:

Qual curso você está avaliando?

Resposta:

Qual turma você está avaliando:

Resposta:

107
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

:Como você descreveria o nível de preparação e qualificação das alunas do programa em


relação ao conteúdo ensinado?

( ) Muito baixo ( ) Alto

( ) Baixo ( ) Muito alto

( ) Moderado

Quais são os pontos fortes do programa em relação ao desenvolvimento das habilidades e


competências das alunas? Marque com “X” quantas alternativas achar necessário.

( ) Foco nas necessidades e demandas das alunas, proporcionando uma formação alinhada
com suas áreas de interesse e potencialidades.

( ) Abordagem pedagógica inclusiva e participativa, que estimula o protagonismo das alunas


e valoriza suas experiências e conhecimentos prévios.

( ) Oportunidade de adquirir habilidades técnicas relevantes para o mundo do trabalho,


aumentando suas chances de empregabilidade e autonomia financeira.

( ) Enfoque no desenvolvimento de competências socioemocionais, promovendo a confiança


e a resiliência.

( ) Acompanhamento e suporte individualizado das alunas, garantindo um ambiente de


aprendizado acolhedor e estimulante.

( ) Fortalecimento da rede de apoio, por meio da parceria com instituições e organizações


locais, ampliando as oportunidades de inserção das alunas.

( ) Valorização dos saberes e promoção da igualdade de gênero, estimulando o enfrentamento


a estereótipos e preconceitos.

( ) Incentivo ao empreendedorismo e ao desenvolvimento de projetos próprios, estimulando


a criação de negócios e a independência financeira.

( ) Possibilidade de continuidade nos estudos e acesso a oportunidades de aprimoramento


profissional, por meio de parcerias e encaminhamentos para outros programas de qualificação
dentro da instituição ou em outra instituição de ensino.

( ) Atenção às demandas do mundo do trabalho e às tendências de cada área, proporcionando


uma formação atualizada e alinhada com as demandas do setor.

108
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Como você avalia o apoio e a disponibilidade da equipe de coordenação do programa para


auxiliá-lo no desenvolvimento das atividades de ensino?

( ) Muito baixo ( ) Moderado ( ) Muito alto

( ) Baixo ( ) Alto

Na sua opinião, em que medida o programa contribui para a autonomia e o empoderamento


das alunas?

( ) Contribui significativamente para a autonomia e o empoderamento das alunas.

( ) Contribui de forma considerável para a autonomia e o empoderamento das alunas.

( ) Contribui moderadamente para a autonomia e o empoderamento das alunas.

( ) Contribui em pequena medida para a autonomia e o empoderamento das alunas.

( ) Não contribui para a autonomia e o empoderamento das alunas.

Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados no processo de ensino-


aprendizagem no Programa Mulheres Mil?

( ) Falta de recursos materiais e infraestrutura adequada.

( ) Dificuldade de conciliar os estudos com outras responsabilidades familiares e profissionais.

( ) Limitações no acesso a tecnologias e recursos digitais.

( ) Carência de apoio e acompanhamento individualizado.

( ) Barreiras linguísticas ou dificuldades de comunicação.

( ) Falta de preparo para lidar com as demandas específicas das alunas.

( ) Obstáculos socioeconômicos, como falta de transporte ou problemas financeiros.

( ) Estigma social e discriminação de gênero.

( ) Pouca interação e colaboração entre as alunas.

( ) Outros

Caso tenha marcado outros desafios, discorra sobre eles:

109
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você acredita que o programa proporciona oportunidades de aprendizagem significativas


para as alunas? Por quê?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

Em sua opinião, quais são os principais impactos do programa na vida das alunas?

( ) Melhoria das habilidades profissionais e técnicas, proporcionando oportunidades de


emprego e renda e/ou inserção no mundo do trabalho.

( ) Aumento da autoconfiança das alunas, promovendo empoderamento.

( ) Ampliação das perspectivas de futuro e desenvolvimento de novas aspirações e metas.

( ) Fortalecimento das habilidades de liderança e participação ativa na comunidade.

( ) Melhoria das relações familiares e sociais, promovendo uma maior inclusão e


reconhecimento.

( ) Acesso a redes de apoio e colaboração com outras mulheres e profissionais da área.

( ) Melhoria das condições de vida, incluindo melhores condições de moradia, saúde e bem-
estar.

( ) Promoção da igualdade de gênero e superação de estereótipos sociais.

( ) Desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas.

( ) Empoderamento financeiro, com a capacidade de gerir melhor os recursos financeiros


pessoais e familiares.

( ) Outros:

110
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Como você avalia a articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de


gênero no programa?

( ) Não há articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é limitada.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é adequada.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem de gênero é excelente.

Comente sua resposta:

Como você avalia a articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da


Educação para Relações Étnico-Raciais no programa?

( ) Não há articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação


para Relações Étnico-Raciais.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para


Relações Étnico-Raciais é limitada.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para


Relações Étnico-Raciais é adequada.

( ) A articulação entre a formação técnica/profissional e a abordagem da Educação para


Relações Étnico-Raciais é excelente.

Comente sua resposta:

Quais sugestões você teria para aprimorar o Programa Mulheres Mil no que diz respeito ao
papel dos docentes e ao processo de ensino-aprendizagem?

Resposta:

111
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Em sua opinião, o programa tem contribuído para promover a igualdade de gênero e


reduzir as desigualdades sociais? Por quê?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

Você aplicou a ferramenta do Mapa da Vida

( ) Sim ( ) Não

Se sim, descreva para quais fins?

Resposta:

Você trabalhou na elaboração do portfólio das estudantes

( ) Sim ( ) Não

Se sim, descreva para quais fins?

Resposta:

112
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você acredita que essas ferramentas foram importantes no processo de ensino e


aprendizagem?

( ) Sim ( ) Talvez

( ) Não ( ) Não sei responder

Se sim, explique por que?

Resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres Mil.


Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa
e aprimoramento do programa

113
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo III
Questionário de avaliação
do curso - Gestores Locais

Este questionário tem como objetivo coletar informações e percepções dos gestores que
participaram do Programa Mulheres Mil. Suas respostas são fundamentais para a avaliação
e aprimoramento contínuo do programa. Por favor, responda com sinceridade, considerando
sua experiência como gestor do programa.

1. INFORMAÇÕES GERAIS:

Qual seu nome?

Qual sua faixa etária?

( ) Entre 16 e 19 anos ( ) Entre 40 e 44 anos ( ) Entre 65 e 69 anos

( ) Entre 20 e 24 anos ( ) Entre 45 e 49 anos ( ) Entre 70 e 74 anos

( ) Entre 25 e 29 anos ( ) Entre 50 e 54 anos ( ) Entre 75 e 79 anos

( ) Entre 30 e 34 anos ( ) Entre 55 e 59 anos ( ) 80 anos ou mais

( ) Entre 35 e 39 anos ( ) Entre 60 e 64 anos

Qual sua cor/etnia?

( ) Branca ( ) Parda

( ) Indígena ( ) Preta

( ) Amarela ( ) Prefere não declarar

114
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual seu estado civil? ( ) União Estável

( ) Solteira ( ) Viúva

( ) Casada

( ) Separada/Divorciada/Desquitada

Quantos filhos você tem? ( ) Quatro

( ) Nenhum ( ) Cinco

( ) Um ( ) Seis

( ) Dois ( ) Mais de Seis

( ) Três

Qual a sua religião?

( ) Católica

( ) Religião afro-brasileira: umbanda, candomblé

( ) Protestante ou Evangélica

( ) Espírita Kardecista

( ) Não tenho religião

( ) Outra

( ) Prefere não declarar

( ) Não sei informar

( ) De
Qual a sua renda familiar, incluindo 1 a 2 (em
a sua? SM salários mínimos)

( ) Nenhuma ( ) De 2 a 5 SM

( ) Até 1/4 SM ( ) De 5 a 10 SM

( ) De 1/4 a 1/2 SM ( ) Mais de 10 SM

115
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

( ) De 1/2 a 1 SM

Orientação/identidade sexual: ( ) Assexual

( ) Hétero ( ) Pansexual

( ) Lésbica ( ) Prefere não declarar

( ) Gay ( ) Não sei informar

( ) Bissexual

Qual sua identidade de gênero:

( ) Mulher Cis (Indentifica-se como mulher, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)

( ) Mulher Trans (Identifica-se como mulher, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)

( ) Homem Cis (Indentifica-se como homem, gênero que lhe foi atribuído ao nascer)

( ) Homem Trans (Identifica-se como homem, diferente do gênero que lhe foi atribuído ao
nascer)

( ) Não binário (Pessoa que não se identifica com o binarismo Homem ou Mulher)

( ) Travesti (Pessoa que difere do gênero que foi designada à pessoa no nascimento,
assumindo, portanto, um papel de gênero diferente daquele da origem do seu nascimento)

( ) Prefere não declarar

( ) Não sei informar

Você cursou a Educação Básica em que tipo de instituição?

( ) Pública

( ) Privada

Você cursou o Ensino Superior em que tipo de instituição?

( ) Pública

( ) Privada

116
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Caso você tenha cursado em instituição privada, o pagamento foi financiado por:

( ) Você

( ) Familiares

( ) Bolsa do PROUNI - Programa Universidade para Todos

( ) Financiamento Estudantil

( ) Outros

Formação acadêmica: ( ) Mestrado incompleto

( ) Nível Médio ( ) Mestrado completo

( ) Graduação em andamento ( ) Doutorado em andamento

( ) Graduação incompleta ( ) Doutorado incompleto

( ) Graduação completa ( ) Doutorado completo

( ) Mestrado em andamento

Qual sua relação trabalhista com a instituição?

( ) técnico administrativo concursado de nível médio

( ) técnico administrativo concursado de nível superior

( ) docente concursado

( ) contrato temporário

( ) terceirizado

Caso seja concursado, onde é a sua lotação?

Resposta:

117
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Há quanto tempo você atua como gestor local


( )no Programa
Entre 10 e 15 Mulheres
anos Mil?

( ) Entre 0 e 1 ano ( ) Entre 16 e 20 anos

( ) Entre 2 e 5 anos

( ) Entre 6 e 10 anos

2. DADOS REFERENTES A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Em qual campus/escola e município você trabalha?

Resposta:

Qual(ais) foi(foram) os cursos ofertados em 2023?

Resposta:

Qual o total de estudantes matriculadas nos cursos? (Apresente sua resposta curso x
oferta x matrícula)

Resposta:

118
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual o total de estudantes que evadiram?

Resposta:

Descreva fatores que incidiram para evasão?

Resposta:

3. DADOS SOBRE A OFERTA DO PROGRAMA MULHERES MIL:

Em sua opinião, qual é o impacto do Programa Mulheres Mil na promoção da igualdade de


gênero e no empoderamento das mulheres?

( ) Nenhum impacto

( ) Impacto mínimo

( ) Impacto moderado

( ) Impacto significativo

( ) Impacto transformador

Discorra sobre sua resposta:

Resposta:

119
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Como você avalia a eficácia das estratégias de recrutamento e seleção de alunas para o
programa? ( ) Muito eficaz

( ) Ineficaz ( ) Altamente eficaz

( ) Pouco eficaz

( ) Moderadamente eficaz

Discorra qual estratégia foi utilizada pela sua instituição:

Na sua percepção, quais são os principais desafios enfrentados na implementação do


Programa Mulheres Mil?

( ) Falta de recursos financeiros adequados

( ) Dificuldade em alcançar e engajar o público-alvo

( ) Barreiras socioeconômicas das participantes

( ) Limitações na infraestrutura e recursos disponíveis

( ) Resistência ou falta de apoio de partes interessadas

( ) Desafios na coordenação e comunicação entre as partes envolvidas

( ) Necessidade de aprimoramento das estratégias de acompanhamento e suporte às alunas

( ) Acesso limitado a oportunidades de emprego ou inserção no mercado de trabalho

( ) Desafios na promoção da igualdade de gênero e enfrentamento de estereótipos de gênero

( ) Outros desafios específicos identificados na implementação do programa.

Caso tenha marcado outros desafios, discorra sobre eles:

120
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Com relação ao componente “Acesso”, marcar um “X” na resposta que melhor descreve a
experiência da sua instituição:

1. Estabelecimento da equipe multidisciplinar:

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Interlocução com a comunidade:

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Acesso das educandas:

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais


que poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Acesso”?
Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa

( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente

121
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

( ) Falta de infraestrutura física

( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico

( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo

( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários

( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes

( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do


programa

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias


e procedimentos do programa

( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização


das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa

( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de


política (MEC/SETEC

( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço
necessário:

Com relação ao Mapa da Vida e ao Portfólio, marcar um “X” na resposta que melhor
descreve a experiência da sua instituição:

1. Mapa da Vida:

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

122
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

2. Portfólio
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação do Mapa da Vida e do Portfólio? Marcar um “X”
em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa

( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente

( ) Falta de infraestrutura física

( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico

( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo

( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários

( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes

( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional


( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do
programa

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias


e procedimentos do programa

( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos

( ) Gestão Coordenação a nível institucional inadequada ou distanciada do programa e baixa


prioridade institucional

( ) A não institucionalização das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias


do Programa

( ) Ambiente institucional não preparado e sensibilizado para compreender, receber, atuar e


atender as demandas desse novo universo de mulheres atendidas pelo programa

( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de


política (MEC/SETEC)

( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço

123
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

necessário:

Com relação ao componente “Plano Educacional”, marcar um “X” na resposta que melhor
descreve a experiência da sua instituição:

1. Identificação dos objetivos acadêmicos/escolares e de trabalho

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Construção do percurso formativo para as mulheres

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Módulo do Núcleo Comum

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais


que poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Plano
Educacional”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa

( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente

124
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

( ) Falta de infraestrutura física

( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico

( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo

( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários

( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes

( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do


programa

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias


e procedimentos do programa

( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização


das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa

( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de


política (MEC/SETEC

( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço
necessário:

Com relação aos componentes Permanência e Êxito”, marcar um “X” na resposta que
melhor descreve a experiência da sua instituição:

1. Serviços de assistência e apoio à educanda

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

2. Aulas na comunidade

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

125
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

3. Assistência estudantil (creche, material didático e uniforme)


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

4. Apoio à aprendizagem e pesquisa


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

5. Orientação e assistência
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

6. Empreendedorismo, cooperativismo popular e ações solidárias


( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

7. Incubação tecnológica
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis


126
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

8. Unidades de produção

( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação dos elementos do componente “Sistema de
Permanência e Êxito”? Marcar um “X” em todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa

( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente

( ) Falta de infraestrutura física

( ) Escassez de documentação e material didático ou apoio técnico

( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo

( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários

( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes

( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do


programa

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias


e procedimentos do programa

( ) Falta de uma Rede integrada de parceiros e colaboradores externos não institucionalização


das Estruturas, Processos, Serviços, Ferramentas e Metodologias do Programa

( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de


política (MEC/SETEC

( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço
necessário:

127
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Com relação a “implementação” da Equipe Multidisciplinar, marcar um “X” na resposta


que melhor descreve a experiência da sua instituição:
( ) Implementado com nenhuma ou pouca dificuldade

( ) Implementado, mas com dificuldades significativas

( ) Não Implementado devido às dificuldades

( ) Não é possível avaliar com as informações disponíveis

Considerando as suas respostas à pergunta anterior, quais foram os fatores principais que
poderiam ter dificultado a implementação da Equipe Multidisciplinar? Marcar um “X” em
todos os fatores que você considera relevantes.

( ) Orçamento institucional não contemplar o Programa

( ) Fomento e recurso financeiro insuficiente

( ) Falta de infraestrutura física

( ) Deficiência no apoio técnico e administrativo

( ) Escassez de pessoal qualificado para desempenhar as funções necessários

( ) Falta de tempo das pessoas qualificadas que compõem as equipes

( ) Coordenação a nível institucional inadequada, ou baixa prioridade institucional

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito dos objetivos, metas e resultados esperados do


programa

( ) Esclarecimento insuficiente a respeito das normas, processos, ferramentas, metodologias


e procedimentos do programa

( ) Falta de continuidade das ações de suporte e fomento nas instâncias definidoras de


política (MEC/SETEC

( ) Outros fatores que você considera relevantes. Por favor detalhar usando o espaço
necessário:

Como o programa tem contribuído para fortalecer parcerias com outras instituições e
organizações?
Resposta:

128
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Como você avalia o alinhamento entre as atividades do programa e as políticas públicas


relacionadas ao empoderamento de mulheres?

Resposta:

Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades das alunas?

Resposta:

Na sua opinião, quais são os principais aspectos que poderiam ser aprimorados no
Programa Mulheres Mil para melhor atender às necessidades dos docentes?

Resposta:

129
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Quais estratégias você considera mais eficazes para garantir a sustentabilidade e


continuidade do programa a longo prazo?
Resposta:

Como o programa tem acompanhado e mensurado os resultados e impactos alcançados


pelas alunas após sua conclusão?

Resposta:

Quais são os principais benefícios e oportunidades que o Programa Mulheres Mil tem
proporcionado para as alunas em termos de inserção no mercado de trabalho?

Resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres Mil.


Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa
e aprimoramento do programa

130
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo IV
Questionário de avaliação
do curso - Estudantes

Qual seu nome?

Resposta:

Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)

Resposta:

Qual é o seu nível de satisfação geral com o Programa Mulheres Mil?

( ) Muito satisfeita ( ) Insatisfeita

( ) Satisfeita ( ) Muito insatisfeita

( ) Neutra

Em sua opinião, qual é a relevância do conteúdo ensinado no programa para o seu


desenvolvimento pessoal?

( ) Muito satisfeita ( ) Neutra ( ) Muito insatisfeita

( ) Satisfeita ( ) Insatisfeita

131
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Em sua opinião, qual é a relevância do conteúdo ensinado no programa para o seu


desenvolvimento profissional?

( ) Muito satisfeita ( ) Insatisfeita

( ) Satisfeita ( ) Muito insatisfeita

( ) Neutra

Como você avalia a qualidade dos recursos didáticos utilizados no programa (livros,
materiais de apoio etc.)?

( ) Muito boa ( ) Ruim

( ) Boa ( ) Muito ruim

( ) Regular

Você sente que o programa ofereceu um ambiente de apoio e suporte adequado para o
seu aprendizado?

( ) Sim, sempre ( ) Raramente

( ) Na maioria das vezes ( ) Não, nunca

( ) Às vezes

Você se sente preparada para aplicar os conhecimentos adquiridos no programa em sua


vida pessoal?

( ) Sim, totalmente preparada ( ) Não, em parte

( ) Sim, em parte ( ) Não, totalmente despreparada

( ) Não tenho certeza

Você se sente preparada para aplicar os conhecimentos adquiridos no programa em sua


vida profissional?

( ) Sim, totalmente preparada ( ) Não, em parte

( ) Sim, em parte ( ) Não, totalmente despreparada

( ) Não tenho certeza

132
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Como você avalia a qualidade do suporte e orientação oferecidos pelos professores e


demais profissionais do programa?

( )Muito bom ( )Ruim

( )Bom ( )Muito ruim

( )Regular

Com relação à pergunta anterior, se houver, você poderia descrever uma situação
vivenciada durante o programa e como a equipe conduziu e lhe apoiou?

Resposta:

Quais são os principais desafios ou obstáculos enfrentados por você durante o programa?

Resposta:

Qual a sua situação profissional atualmente?

Resposta:

O Programa Mulheres Mil faz parte desta conquista profissional?

( ) Sim ( ) Não

Comente sua resposta:

133
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

O Programa Mulheres Mil contribuiu para a geração de renda para a sua família?

( ) Sim ( ) Não

Resposta:

O Programa Mulheres Mil contribuiu para o seu retorno aos estudos?

( ) Sim ( ) Talvez

( ) Não ( ) Não sei responder

Você pensa em continuar estudando?

( ) Sim

( ) Não

( ) Talvez

( ) Não sei responder

Caso tenha respondido sim, comente brevemente o que você deseja estudar:

Se você pudesse resumir em três palavras o que o programa representou para você, quais
seriam essas palavras:

Palavra 1:

Palavra 2:

Palavra 3:

134
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

DADOS DE EMPODERAMENTO:

Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?

( ) Mãe ( ) Tios

( ) Pai ( ) Vizinhos

( ) Irmã ( ) Amigos

( ) Irmão ( ) Outros

( ) Avós

( ) Tios

Você já sofreu algum tipo de violência doméstica e/ou sexista?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você conhece a Lei Maria da Penha?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Qual sua opinião sobre a Lei Maria da Penha?

( ) Discordo totalmente: Não concordo com a existência da Lei Maria da Penha.

( )Discordo parcialmente: Tenho algumas reservas ou objeções em relação à Lei Maria da


Penha.

( ) Neutro: Não tenho uma opinião definitiva sobre a Lei Maria da Penha.

( ) Concordo parcialmente: Acredito que a Lei Maria da Penha tem pontos positivos, mas
também algumas limitações.

( ) Concordo totalmente: Aprovo e considero a Lei Maria da Penha uma importante ferramenta
na luta contra a violência doméstica e/ou sexista.

( ) Não sei responder.

135
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você já sofreu algum tipo de preconceito racial?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não ( ) Prefere não declarar

Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento


pessoal e profissional?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não

136
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que
afetam sua vida?

( ) Sim ( ) Não sei responder

( ) Não

Comente sua resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres Mil.


Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa
e aprimoramento do programa.

137
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo V
Perfil Situciacional -
Avaliação de Egressas

1. INFORMAÇÕES GERAIS

Qual seu nome?

Qual seu endereço?

Qual o curso de qualificação você fez? (Incluir alternativas de acordo com os cursos
ofertados)

Resposta:

Em qual região você nasceu?

( ) Centro-oeste ( ) Sudeste

( ) Norte ( ) Sul

( ) Nordeste ( ) Não Sei

138
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Em qual região você mora?

( ) Centro-oeste ( ) Sudeste

( ) Norte ( ) Sul

( ) Nordeste

Em qual cidade você mora?

Em que área você mora?

( ) Zona urbana ( ) Zona rural

Onde sua casa está localizada?

( ) Bairro ( ) Comunidade -território indígena

( ) Comunidade quilombola ( ) Sítio

( ) Assentamento ( ) Outro

Qual sua faixa etária?

( ) Entre 16 e 19 anos ( ) Entre 40 e 44 anos ( ) Entre 60 e 64 anos

( ) Entre 20 e 24 anos ( ) Entre 45 e 49 anos ( ) Entre 65 e 69 anos

( ) Entre 25 e 29 anos ( ) Entre 50 e 54 anos ( ) Entre 70 e 74 anos

( ) Entre 30 e 34 anos ( ) Entre 55 e 59 anos ( ) Entre 75 e 79 anos

( ) Entre 35 e 39 anos ( ) Entre 60 e 64 anos ( ) 80 anos ou mais

139
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

2. DADOS GERAIS ESTATÍSTICOS

Você mora em uma casa/domicílio.

( ) próprio ( ) emprestado

( ) alugado ( ) outros:

( ) emprestado

( ) outros:

O seu domicílio tem:

( ) Água encanada ( ) Gás encanado

( ) Esgoto ( ) Serviços de coleta de lixo

( ) Luz Elétrica

No seu bairro, sua família tem acesso a que tipo de serviços?

( ) Unidade Básica de Saúde ( ) Biblioteca pública

( ) Escola ( ) Atividades Culturais

( ) Creche ( ) ONGS

( ) CRAS ( ) Área de lazer

( ) Associação do bairro ( ) Outros:

( ) Biblioteca pública

Marque os itens que você possui em sua casa/domicílio.

( ) Aparelho de som ( ) Freezer independente ( ) Telefone fixo

( ) Televisão ( ) Máquina de lavar roupa ( ) Telefone celular

( ) DVD ( ) Computador ( ) TV por assinatura

( ) Geladeira ( ) Acesso à internet ( ) Automóvel

( ) Rádio ( ) Impressora ( ) Motocicleta

140
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você exerce alguma atividade remunerada?

( ) Não ( ) Sim

Se a resposta for sim, que tarefas você desenvolve no seu trabalho?

Resposta:

Se a resposta for não, em que área você gostaria de trabalhar?

Resposta:

Qual a sua fonte de renda?

( ) Emprego fixo próprio

( ) Vive com benefícios do governo

( ) Diarista

( ) Ambulante (emprego informal)

( ) Autônoma (trabalha por conta própria fazendo serviços diversos)

( ) Trabalhadora temporária (trabalha quando é chamada por alguns dias ou meses)

( ) Dona de negócio

( ) Pensionista

( ) Aposentada

( ) Outra

141
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual a sua participação na renda da sua família?

( ) Não trabalho e sou sustentado pela família ou por outras pessoas

( ) Trabalho, mas recebo ajuda financeira da família ou de outras pessoas.

( ) Trabalho, mas sou responsável pelo meu próprio sustento.

( ) Trabalho, sou responsável pelo meu sustento e contribuo para o sustento da minha família.

( ) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da minha família.

Qual a sua renda familiar, incluindo a sua? (em salários mínimos)

( ) Nenhuma ( ) De 1 a 2 SM

( ) Até 1/4 SM ( ) De 2 a 5 SM

( ) De 1/4 a 1/2 SM ( ) De 5 a 10 SM

( ) De 1/2 a 1 SM ( ) Mais de 10 SM

Quem é a pessoa que mais contribui na renda total da sua família?

( ) Você mesma ( ) Seus filhos(as)

( ) Cônjuge/Companheiro(a) ( ) Outra

( ) Seus pais

Qual o material que predomina na construção da sua casa/domicílio?

( ) Alvenaria com revestimento

( ) Alvenaria sem revestimento

( ) Madeira apropriada para construção

( ) Taipa não revestida

( ) Madeira aproveitada

( ) Palha

( ) Outro

142
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Quantos cômodos possui sua residência/moradia?

( ) Um ( ) Três ( ) Cinco

( ) Dois ( ) Quatro ( ) Mais de cinco

Quantas pessoas moram na sua residência/moradia?

( ) Um ( ) Três ( ) Cinco

( ) Dois ( ) Quatro ( ) Mais de cinco

Sua residência/moradia possui banheiro?

( ) Não ( ) Sim

Qual é a principal forma de abastecimento de água da sua casa/domicílio?

( ) Rede geral de distribuição/água canalizada

( ) Poço ou nascente fora da propriedade

( ) Carro-pipa

( ) Água da chuva armazenada em sistema

( ) Água da chuva armazenada de outro modo

( ) Rios, lagos e igarapés

( ) Outra

Qual a origem da energia elétrica utilizada na sua casa/domicílio?

( ) Rede geral

( ) Outra origem (gerados, placa solar, eólica etc.)

( ) Não tem energia elétrica

( ) Outra

143
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Qual o destino dado ao lixo da sua casa/residência?

( ) Coletado Diretamente por serviço de limpeza

( ) Coletado em caçamba de serviço de limpeza

( ) É queimado na propriedade

( ) É enterrado na propriedade.

( ) Jogado em terreno baldio ou logradouro/rua

( ) Jogado em rio, lago ou mar

( ) Outro

Você e/ou sua família quando necessitam de atendimento médico utilizam:

( ) SUS ( ) Médico particular

( ) Plano de Saúde ( ) Outros

Qual é o meio de transporte que você mais utiliza?

( ) Carro próprio ( ) Bicicleta ( ) Outros

( ) Carro da família ( ) Ônibus

( ) Moto ( ) Táxi/Lotação

1. DADOS DE EMPODERAMENTO:

Quem é responsável por levar filhos, pais ou outros membros da família para a unidade de
saúde?

( ) Mãe ( ) Tios

( ) Pai ( ) Vizinhos

( ) Irmã ( ) Amigos

( ) Irmão ( ) Outros

( ) Avós

144
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você conhece alguém na sua comunidade que já sofreu algum tipo de violência doméstica
e/ou sexista?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você conhece a Lei Maria da Penha?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente capaz de tomar decisões importantes em sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente confiante para expressar suas opiniões e ideias?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você sente que tem controle sobre as escolhas que faz em relação à sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente valorizada e respeitada pelas pessoas ao seu redor?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você acredita que tem a capacidade de influenciar positivamente as decisões que afetam
sua comunidade?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

145
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Você se sente capacitada para buscar e aproveitar oportunidades de desenvolvimento


pessoal e profissional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você se sente apoiada por redes de apoio, como família, amigos ou grupos comunitários?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Você sente que tem voz ativa nas discussões e processos de tomada de decisão que
afetam sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder

Comente sua resposta:

Agradecemos sua participação e contribuição para a avaliação do Programa Mulheres Mil.


Suas respostas serão tratadas com confidencialidade e usadas apenas para fins de pesquisa
e aprimoramento do programa.

146
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

Anexo VI
Plano de Coleta de Dados

Este plano de coleta de dados tem como objetivo fornecer informações sistematizadas para
a realização de uma coleta de dados, ele pode e deve ser adaptado de acordo com as
especificidades.

1. Objetivo da coleta de dados:


• Definir claramente o objetivo da coleta de dados, como, por exemplo, avaliar o impacto
em termos de acesso a oportunidades, empoderamento ou redução de desigualdades.

2. Identificação das fontes de dados:


• Identificar as fontes de dados primários e secundários disponíveis para a avaliação. Isso
pode incluir dados administrativos, pesquisas populacionais, relatórios governamentais,
estudos acadêmicos, entre outros.

3. Seleção de indicadores:
• Selecionar os indicadores quantitativos e qualitativos relevantes, tais quais, indicadores
socioeconômicos, de saúde, de educação, de violência de gênero, de empoderamento,
entre outros.

4. Definição das variáveis e métodos de coleta:


• Definir as variáveis específicas que serão coletadas e os métodos de coleta de dados
que serão utilizados. Isso pode incluir questionários, entrevistas, observações diretas,
análise de documentos, entre outros.

5. Delimitação das participantes:


• Determinar as participantes da pesquisa, nesse caso as alunos participantes do
Programa Mulheres Mil.

6. Desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados:


• Criar os instrumentos de coleta de dados, como questionários, entrevistas estruturadas,
grupos focais ou guias de observação. Garantir que esses instrumentos sejam sensíveis
ao gênero, incluindo perguntas relevantes e linguagem inclusiva.

147
GUIA DA METODOLOGIA DO ACESSO, PERMANÊNCIA E ÊXITO DO PROGRAMA MULHERES MIL

7. Treinamento da equipe de coleta de dados:


• Treinar a equipe responsável pela coleta de dados, garantindo que compreendam
os objetivos da avaliação, os procedimentos de coleta de dados, a importância da
confidencialidade e do respeito à privacidade dos participantes.

8. Coleta de dados:
• Realizar a coleta de dados de acordo com o plano estabelecido. Garantir o
consentimento informado dos participantes e a confidencialidade de suas respostas.

9. Organização e análise dos dados:


• Organizar e analisar os dados coletados a partir de diferentes metodologias, a depender
da natureza dos dados e dos objetivos da avaliação.

10. Interpretação dos resultados:


• Interpretar os resultados da análise dos dados, identificando tendências, padrões e
correlações relevantes para avaliar o impacto do Programa Mulheres Mil.

11. Elaboração de relatórios e recomendações:


• Elaborar um relatório de avaliação que inclua os resultados, análises, conclusões e
recomendações.

12. Comunicação dos resultados:


• Comunicar os resultados da avaliação de forma clara e acessível a todas as partes
interessadas.

148
MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO

Você também pode gostar