Artigo PCP Supermercados
Artigo PCP Supermercados
1. Introdução
O crescimento das indústrias e do comércio em todo o mundo se deve, principalmente, ao
fenômeno chamado globalização, em que ocorre a evolução de redes mundiais de empresas de
grande, médio e pequeno porte que se caracterizam pelas práticas de acordos cooperativos.
Além disso, a globalização trouxe rápido avanço econômico, aumento substancial na
produção de bens e serviços, e o acesso rápido a novas tecnologias (MARIANO et al., 2014).
Neste cenário, sistemas produtivos de serviço ganham destaque. Dentre eles os
supermercados, que tem como objetivo atender a demanda imediata dos clientes. Segundo a
Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS, 2020), este setor apresentou no ano de
2018 um faturamento de R$ 355,7 bilhões, e correspondeu a 5,2% de participação do
faturamento sobre o Produto Interno Bruto (PIB), demonstrando a relevância deste setor para
o país.
Um dos grandes desafios destas empresas supermercadistas, sejam elas de grande, médio ou
pequeno porte, é um eficiente controle de estoque para garantir o atendimento à demanda e,
ao mesmo tempo, reduzir as perdas. Logo, é de suma importância a aplicação de ferramentas
de gestão. Neste sentido faz-se necessário adotar um sistema de planejamento e controle da
produção (PCP), já que há um contínuo aumento nas redes de demanda e suprimentos. Ainda,
um sistema de PCP evoluído gera resultados benéficos relevantes para uma empresa, e a
execução de tarefas relacionadas a tal sistema aumenta a satisfação dos clientes
(VOLLMANN et al., 2006).
As principais questões a serem abordadas pelo PCP é quando e quanto produzir ou comprar, a
partir dos dados de demanda. Neste sentido, prever a demanda possui um papel fundamental
para o setor de planejamento e, através das informações adquiridas, são realizadas decisões de
caráter comercial, operacional e financeiro, as quais influenciarão diretamente no resultado
econômico de uma organização (LUSTOSA et al., 2008).
Além disso, o PCP ocupa-se em definir o momento de colocação das ordens de produção ou
compra. Côrrea, Gianesi e Caon (2011) destacam que essa questão está diretamente atrelada
ao dinamismo da demanda e, portanto, varia com as necessidades dos consumidores. Para
tanto, diferentes modelos de controle de estoque podem ser aplicados de acordo com os
produtos trabalhados na organização.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é realizar a previsão de demanda e propor um
modelo de controle de estoques para os itens de maior importância relativa de um
supermercado, a fim de auxiliar o gestor na definição da quantidade e momento de reposição.
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XL ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
“Contribuições da Engenharia de Produção para a Gestão de Operações Energéticas Sustentáveis”
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Este trabalho se justifica uma vez que a previsão de demanda, aliada com um controle
eficiente de estoques, pode aumentar o nível de serviço ao cliente, de maneira a oferecer o
produto no momento em que o consumidor deseja, aumentando assim a competitividade no
mercado. Ainda, diminui estoques desnecessários, podendo contribuir na redução de custos.
2. Referencial teórico
2.1. Previsão de demanda
De acordo com Lustosa et al. (2008), a competência das empresas em prever e gerenciar a
demanda constitui fator crítico de sucesso na busca da excelência operacional. Para esses
autores, antes de realizar a previsão é primordial que sejam seguidas algumas etapas para
resultados mais acurados. Primeiramente, é necessário identificar qual é o objetivo da
previsão, ou seja, é necessário definir o que será previsto, o número de itens, o nível de
agregação, o horizonte de planejamento da decisão, o volume de recursos a serem utilizados e
o grau de detalhe requerido pela previsão. Posteriormente, é importante decidir qual será a
abordagem escolhida, a saber, qualitativa, quantitativa ou uma combinação de ambas. A
abordagem qualitativa caracteriza-se por técnicas baseadas em consenso e também
conhecimento de mercado, e as quantitativas empregam métodos matemáticos e estatísticos
para a obtenção de resultados.
O terceiro passo é selecionar qual método de previsão empregar, que está diretamente
relacionado com o tipo de abordagem escolhida. Caso seja qualitativa pode-se utilizar, por
exemplo, analogia histórica, pesquisa de mercado, método Delphi e pesquisa da equipe de
vendas. Se for quantitativa, a escolha do método de previsão depende do comportamento da
série temporal (LUSTOSA et al., 2008).
Para Fernandes e Godinho Filho (2010), uma série temporal consiste em um conjunto de
dados ordenados ao longo do tempo, e pode apresentar como principais características:
a) média: ocorre quando os dados da série oscilam em torno de um valor médio
constante;
b) sazonalidade: ocorre quando existem padrões cíclicos de variação em intervalos
constantes de tempo, seja no período de dia, semana, mês ou estação;
c) tendência: existe quando a série, de uma maneira geral, apresenta uma tendência,
ascendente ou descendente, quando analisado um longo período de tempo.
Quando a série temporal dos dados obtidos não apresenta um movimento de tendência
significativo, os métodos de média móvel e suavização exponencial simples podem ser
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Em que:
𝑀𝑡 = previsão para o período t;
𝑀𝑡−1 = previsão para o períoto t – 1;
𝛼 = coeficiente de suavização;
𝐷𝑡−1 = demanda do período t – 1.
ajustes necessários no modelo inicial. A previsão, geralmente, apresenta erros, porém estes
podem ser minimizados através da utilização do método apropriado (FERNANDES;
GODINHO FILHO, 2010).
Segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), o erro de previsão acontece de duas formas. A
primeira advém da escolha do método e dos parâmetros de previsão utilizados. A segunda
pode ser atribuída à aleatoriedade do mercado, podendo, portanto, causar mudanças
imprevisíveis nos valores encontrados pelos métodos.
Lustosa et al. (2008) afirmam que o erro de previsão pode ser calculado de diversas formas,
sendo que o indicador básico desta medida é comparar o valor previsto com a demanda real,
como mostrado na Equação 2.
𝐸𝑡 = 𝑀𝑡 − 𝑀𝑡−1 (2)
Em que:
𝑀𝑡 = previsão para o período t;
𝑀𝑡−1 = previsão para o períoto t – 1;
A partir dos valores de erro pode-se calcular o desvio absoluto médio (MAD), que pode ser
aplicado como sendo a média do desvio absoluto em todos os períodos. Outra forma de
acompanhar o desempenho do modelo de previsão é observar o comportamento do erro em
um gráfico de controle. Em geral, compara-se o valor do erro calculado pela Equação 2, com
o valor de 4 MAD para o limite superior e inferior. Se os valores dos erros estiverem dentro
da faixa aceitável (entre os limites de controle), o modelo de previsão está sob controle. Caso
contrário, o modelo de previsão deve ser revisto. Assim, a cada nova previsão, o erro deve ser
plotado, analisado e se constar alguma extrapolação dos limites, ações corretivas devem ser
tomadas (TUBINO, 2006).
É importante ressaltar que são ativos relevantes para as empresas e devem ser administrados
de maneira eficiente para não comprometerem os resultados da organização. Portanto,
estoques são itens guardados tanto para o consumo dos clientes internos como externos e,
portanto, caracteriza-se como uma espécie de “pulmão” entre o suprimento e a demanda.
Dessa forma, é essencial uma boa gestão de estoques na empresa.
Um sistema de controle de estoques deve responder quando e quanto se deve adquirir de cada
item, por compra ou fabricação. Ainda, deve-se definir o quanto manter de estoques de
segurança. Para tanto, os dois principais modelos de controle de estoque são modelo de
reposição contínua e modelo de reposição periódica.
No sistema de reposição contínua, segundo Lustosa et al. (2008) é estabelecido um nível
mínimo de estoque e, no momento em que for atingido, um pedido é realizado. Esse nível é
chamado de ponto de ressuprimento, que deve ser uma quantidade suficiente para atender a
demanda durante o tempo de reposição. Este tempo de espera (ou tempo de ressuprimento)
leva em consideração o momento que o fornecedor recebe o pedido até a entrega deste para o
cliente.
Os dois parâmetros deste modelo são: ponto de ressuprimento (R), também chamado de ponto
de pedido, e estoque de segurança (Es). Estes são calculados a partir das Equações 3 e 4,
respectivamente. A Figura 1 apresenta o gráfico dente de serra (genérico), para o modelo de
reposição contínua.
𝑅 = 𝑑𝐿 + 𝐸𝑠 (3)
𝐸𝑠 = 𝑧𝜎𝑑 √𝐿 (4)
Em que:
𝑑 = demanda média diária;
𝐿 = tempo de espera;
𝐸𝑠 = estoque de segurança;
𝑧 = coeficiente da distribuição normal em função do nível de serviço desejado;
𝜎𝑑 = desvio padrão da demanda.
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Por sua vez, no sistema de reposição periódica, a reposição dos estoques é feita em intervalos
regulares onde o nível do estoque é verificado no instante de revisão e posteriormente um
pedido é realizado com quantidade suficiente para repor o estoque ao nível máximo projetado
(LUSTOSA et al., 2008).
3. Metodologia
A Figura 2 apresenta as etapas de desenvolvimento do trabalho.
Seleção da empresa
Coleta de dados
Classificação ABC
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Quanto ao procedimento, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, uma vez que se
analisou uma determinada situação com profundidade e procurou-se compreender o seu
motivo e efeito que tem na organização. Para o estudo foi selecionada uma empresa de
pequeno porte do setor de supermercados, que possui uma alta variedade de produtos nas
categorias alimentícia, limpeza, cosméticos, higiene pessoal e utensílios domésticos. Por sua
vez, cada categoria é composta por subcategorias.
A abordagem da pesquisa caracteriza-se como quantitativa, uma vez que se utilizou de
modelos matemáticos para realizar os cálculos relacionados a previsão de demanda e ao
controle de estoques.
Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a fim de conhecer a
organização da empresa e verificar se esta possuía os históricos de vendas de cada produto.
Logo, a pesquisa caracteriza-se como exploratória, com o objetivo de conhecer mais o
problema e criar hipóteses, e também de natureza aplicada, já que busca gerar conhecimentos
a respeito de problemas específicos para uma aplicação na prática.
Os dados obtidos indicaram que a empresa dispunha de um banco de dados com a demanda
dos produtos, sendo as bebidas a subcategoria com maior venda da categoria alimentícia.
Dessa forma, foram coletados os dados de demanda desta família de produtos, composta por
quarenta e três itens, no período de abril de 2017 até março de 2018, para verificar quais eram
mais relevantes para as vendas da empresa.
A partir dos dados coletados, foi realizada a classificação ABC e selecionados os três
primeiros itens da classe A para a análise da série temporal e definição do modelo de previsão
de demanda. Posteriormente, foram realizadas as previsões de demanda para os meses de abril
a agosto de 2018, utilizando um modelo quantitativo. Após esta etapa, foi feito o estudo para
definição do modelo de controle de estoque da empresa, com o objetivo de definir quando
realizar o pedido. Para a manipulação dos dados foram utilizadas planilhas eletrônicas.
4. Resultados e discussões
4.1. Aplicação da classificação ABC
A partir da demanda da subcategoria bebidas foi elaborada a classificação ABC, apresentada
na Tabela 1. Dessa forma, foi possível verificar a importância relativa de cada item em
relação ao total de vendas.
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acumulado
acumulado
individual
individual
(unidade)
(unidade)
Demanda
Demanda
Classe
Classe
Item
Item
%
%
1 10370 13,30 13,30 A 23 692 0,89 91,81 C
2 7090 9,09 22,39 A 24 585 0,75 92,56 C
3 6587 8,45 30,84 A 25 562 0,72 93,28 C
4 5979 7,67 38,51 A 26 516 0,66 93,94 C
5 5617 7,20 45,71 A 27 513 0,66 94,60 C
6 4884 6,26 51,98 A 28 506 0,65 95,25 C
7 4794 6,15 58,13 A 29 458 0,59 95,83 C
8 3273 4,20 62,32 A 30 407 0,52 96,36 C
9 3125 4,01 66,33 A 31 396 0,51 96,86 C
10 2974 3,81 70,15 B 32 382 0,49 97,35 C
11 2601 3,34 73,48 B 33 382 0,49 97,84 C
12 2143 2,75 76,23 B 34 377 0,48 98,33 C
13 2052 2,63 78,86 B 35 331 0,42 98,75 C
14 1949 2,50 81,36 B 36 226 0,29 99,04 C
15 1195 1,53 82,89 B 37 162 0,21 99,25 C
16 1145 1,47 84,36 B 38 144 0,18 99,43 C
17 986 1,26 85,63 B 39 105 0,13 99,57 C
18 964 1,24 86,86 B 40 101 0,13 99,70 C
19 936 1,20 88,06 B 41 99 0,13 99,83 C
20 785 1,01 89,07 B 42 68 0,09 99,91 C
21 737 0,95 90,02 B 43 68 0,09 100,00 C
22 705 0,90 90,92 B Total 77971 - -
Para a classificação ABC foi adotado o seguinte critério: 20% dos itens pertencem a classe A,
30% são de classe B e 50% classe C. Logo, 9 itens correspondem a classe A, 13 itens
pertencem à classe B e os outros 21 itens são classe C. Observa-se que os itens da classe A
correspondem a aproximadamente 66% da demanda, portanto, são classificados como os itens
mais relevantes. Os outros 34 produtos (80% do total) correspondem a apenas 34% das
vendas e, portanto, possuem importância menor para a empresa com relação à demanda.
A partir da classificação ABC foram selecionados os três primeiros itens da classe A, para
análise da série temporal e definição do modelo de previsão de demanda, apresentados a
seguir.
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2600
2400
2200
Demanda (unidades)
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18
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1200
1100
Demanda (unidades)
1000
900
800
700
600
A partir dos dados de demanda real e de demanda prevista foi calculado o MAD, que resultou
em 57,1. Porém, como o objetivo é minimizar esse valor de erro, foi realizado o processo de
otimização do valor de alfa utilizando a ferramenta Solver do Excel®. Após a aplicação,
obteve-se que o valor ótimo de alfa é 0,101692, que resultou em um MAD de 49,6. A Figura
5 mostra o gráfico do comportamento da demanda real e da demanda prevista, para o novo
valor de alfa.
1200
1100
Demanda (unidades)
1000
900
800
700
600
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Observa-se que a demanda prevista acompanha de maneira suavizada a demanda real, uma
vez que a cada significativo aumento ou redução da demanda real, o valor da demanda
prevista para o próximo mês não altera na mesma proporção. Isso se dá por conta de que a
constante de suavização (α) está mais próxima de 0 que de 1.
Para verificar a acuracidade do modelo, foi feito um gráfico de controle (Figura 6)
correspondente a 4 MAD (TUBINO, 2006). Os limites inferior e superior foram -198,4 e
198,4, respectivamente.
300,0
250,0
200,0
150,0
Erro (unidades)
100,0
50,0
0,0
-50,0
-100,0
-150,0
-200,0
-250,0
Observa-se que os erros de previsão estão dentro dos limites de controle, com exceção do erro
referente ao mês de dezembro, uma vez que, como exposto anteriormente, há um aumento de
demanda neste mês devido às festas natalinas e de réveillon. Neste sentido, é importante que o
gestor realize também uma análise qualitativa, observando os fatores externos que podem
influenciar a sua demanda. Para o mês de dezembro, por exemplo, o gestor pode estimar um
aumento das vendas de 30% acima da média que foi prevista utilizando o modelo proposto.
Validado o modelo, foi feita a previsão de demanda para os meses subsequentes, utilizando-se
o mesmo valor de valor alfa de 0,101692. É importante esclarecer que, uma vez que a
suavização exponencial simples é utilizada para previsão de demanda de curto prazo, a
aplicação deste modelo exige que o gestor atualize a série temporal e faça a previsão de
demanda para o próximo mês. Os resultados são apresentados na Figura 7.
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1200
1100
1000
Demanda (unidades)
900
800
700
600
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
Erro (unidades)
50,0
0,0
-50,0
-100,0
-150,0
-200,0
-250,0
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Observa-se que os valores de erro de previsão para os meses de abril a agosto de 2018
encontram-se dentro dos limites de controle. Logo, o modelo continuou adequado.
É importante ressaltar que as previsões baseadas em modelos quantitativos são sempre
sujeitas a erros de previsão. Porém, os valores fornecidos podem embasar as decisões do
gestor do supermercado com relação à quantidade a ser comprada dos fornecedores, de modo
a atender a demanda.
A próxima etapa consistiu em definir o modelo de controle de estoque da empresa, com o
objetivo de determinar quando realizar o pedido.
A partir dos valores calculados, tem-se que o gestor deve realizar um novo pedido de compras
sempre que o estoque deste item atingir o valor de 244 unidades, sendo que a quantidade a ser
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comprada deverá ser definida com base na previsão de demanda para o período em que o
pedido for feito. Caso aconteça algum imprevisto, como atraso na entrega ou aumento da
demanda média, o estoque de segurança poderá suprir eventuais imprevistos que venham
acontecer, como atraso na entrega ou aumento inesperado da demanda.
A Figura 9 apresenta o gráfico dente de serra genérico do modelo de controle de estoque
proposto, com seus parâmetros R e Es.
5. Considerações finais
O presente trabalho demonstrou a relevância da aplicação de uma política de gestão e controle
de estoques bem definida para as empresas, em particular para aquelas de pequeno porte do
setor supermercadista. Aplicar as ferramentas de previsão de demanda e de reposição contínua
auxiliam o gestor a tomar decisões importantes, relacionadas aos seus produtos, no momento
correto.
Verificou-se que através de uma análise criteriosa do comportamento da demanda de um
produto é possível realizar uma previsão a curto e médio prazo da quantidade a ser requisitada
nos próximos meses. Além disso, utilizando softwares de fácil acesso o gestor consegue
verificar a previsão mais adequada (com o menor MAD) com o objetivo de aproximar o
máximo possível da demanda real.
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Referências bibliográficas
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<http://www.abras.com.br/economia-e-pesquisa/ranking-abras/os-numeros-do-setor/>. Acesso em: 14 de maio
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CÔRREA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M.;- Planejamento, programação e controle da produção. 5º
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LUSTOSA, L.; [et al.]. Planejamento e controle da produção. 4ª reimp. p. 52. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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brasileiras. Revista Eletrônica Gestão e Saúde. Edição Especial. p. 3657-75. Ano 2014.
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