TEXTO __ NO LUGAR DO OUTRO _
ROSELY SAYÃO
Estamos vivendo uma crise intensa: a das relações humanas. Todos os dias testemunhamos ou
protagonizamos, tanto na vida presencial quanto na virtual, comportamentos e atitudes que vão do ódio declarado ou
sutil ao desdém em relação ao outro. As relações humanas, sempre tão complexas, exigem, no entanto, delicadeza,
atenção e compromisso social. Tem sido difícil manter a saúde mental e a qualidade de vida no contexto atual.
Crianças e adolescentes já dão sinais claros de que têm aprendido muito com nossa dificuldade em conviver
com as diferenças e de respeitá-las; de tentar colocar-se no lugar do outro para compreender suas posições e atitudes;
de ter compaixão; de conflitar em vez de confrontar; de agir com doçura, por exemplo. Conseguir fazer isso é ter
empatia com o outro.
Pais e professores têm reclamado de comportamentos provocativos, desrespeitosos, desafiadores e
desobedientes dos mais novos. Entretanto, se pudéssemos nos dedicar por alguns momentos à auto-observação,
constataríamos essas características também em nós, adultos.
Mas, são os mais novos que levam a pior nessa história: crianças e adolescentes que desobedecem, desafiam e
têm comportamentos considerados agressivos, como os nossos, podem receber diagnósticos e orientação para
tratamento. Conheço famílias com filhos diagnosticados com "Transtorno Desafiador Opositivo", porque têm
comportamentos típicos da idade.
Há uma grande preocupação global com a nossa atual falta de empatia. Um sinal disso foi a inauguração, em
Londres, do primeiro Museu da Empatia.
Nele, os visitantes são convocados a experimentar/enxergar o mundo pelo olhar de um outro -não próximo ou
conhecido, mas um outro com quem eles não têm qualquer relação. A expressão que deu sentido ao museu é a
expressão inglesa "in your shoes" (em seus sapatos), que em língua portuguesa significa "em seu lugar".
Os visitantes se deparam, na entrada, com uma caixa com diferentes pares de sapatos usados. Escolhem um
de seu número para calçar e recebem um áudio que conta uma parte da história da pessoa que foi dona daquele par.
Desenvolver a empatia é uma condição absolutamente necessária para ensiná-la aos mais novos. Aliás, eles
podem tê-la mais facilmente do que nós.
Um pai me contou, comovido, que conversava com um amigo a respeito da situação de muitos refugiados de
países em guerra e que comentou que não adiantava a busca por outro local, já que a crise de empregos era mundial.
Seu filho, de sete anos, que estava por perto, perguntou de imediato: "Pai, se tivesse guerra aqui, você preferiria que
eu morresse?". Ele mudou de ideia no mesmo momento.
Estacionar o carro em vaga de idosos, grávidas e portadores de deficiência é mais do que contravenção: é falta
de empatia. Reclamar da lentidão dos velhos é mais do que desrespeito: é falta de empatia. Agredir ostensivamente o
outro por suas posições é mais do que dificuldade em lidar com as diferenças: é falta de empatia. O mesmo modo,
reclamar do comportamento dos mais novos: é falta de empatia.
A empatia pode provocar uma grande mudança social, diz Roman Krznari, estudioso do tema. Vamos
desenvolvê-la para ensiná-la?
1. Esse texto é um artigo de opinião: (Comprovar)
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d) Quantos parágrafos possui:
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g) Os parágrafos se desenvolvem com argumentos:
h) Eles fundamentam a ideia principal
i) Tem parágrafo de conclusão. Como é:
j) O Texto tem introdução, desenvolvimento e conclusão:
2. Escreva sobre o tema:
Empatia
Empreendedorismo e internet (O que os jovens fazem com e na internet?)