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PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRÃO
Páginas: 14
12/05/2022
TÍTULO: USINA DE OXIGÊNIO
1. Introdução
Em 1920, o oxigênio (O2) começou a ser utilizado como recurso terapêutico em ambiente
hospitalar. Desde então, nota-se a necessidade de uma intervenção multiprofissional, entre os
profissionais da área da saúde, para oferta adequada desse gás aos pacientes que necessitam fazer
o uso da oxigenoterapia. Todos os colaboradores da equipe multiprofissional, incluindo médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros, devem estar atentos às indicações, às formas de
administração do suporte de O2, aos efeitos benéficos e deletérios, e a dosagem a ser fornecida ao
paciente.
A oxigenoterapia consiste na administração de O2 numa concentração de pressão superior à
encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de O2 ou hipóxia, aplicada
tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas.
A razão mais comum para a utilização da oxigenoterapia é a insuficiência respiratória aguda
(IRpA), em que há impossibilidade do sistema respiratório manter os valores da pressão arterial de
oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2). A American Association for
Respiratory Care cita, como principais indicações de oxigenoterapia, pacientes com PaO 2 < 60
mmHg ou saturação periférica de oxigênio (SpO2) < 90%, em ar ambiente, e/ou SpO2 < 88% durante
exercício ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratória. A impossibilidade do sistema
respiratório em manter os valores adequados dos gases no sangue é devido a dois fatores:
primeiramente, a hipoventilação, ou seja, quando ocorre a oxigenação inadequada dos pulmões, por
algum motivo; e em segundo, a incapacidade dos tecidos em utilizar o O2, seja por uma doença
pulmonar, que provoque alteração nas trocas gasosas, diminuindo os níveis de O 2 nos alvéolos e
consequentemente, na corrente sanguínea, ou, seja por uma doença cardíaca, que afete o transporte
de O2 aos tecidos.
Nas incubadoras de recém-nascidos, as chances de sobrevivência aumentam com o
enriquecimento do ar com oxigênio. A mistura gasosa de alta pureza iguala-se ao ar atmosférico,
porém são isenta de umidade, microrganismos e resíduos poluentes. Devido a sua alta pureza é
indicado para uso terapêutico em tratamentos intensivos, cirurgias, nebulizações, bem como na
movimentação pneumática de aparelhos de anestesia, respiradores de UTI´s e secagem de
instrumentos cirúrgicos. A administração pode ser realizada por máscaras faciais (utilizadas para
administração de grandes quantidades de oxigênio ao paciente), cânulas nasais (pequeno tubo que
leva o oxigênio do cilindro ou do concentrador até as narinas) e cateter transtraqueal (administra o
oxigênio diretamente na traqueia do paciente).
Para isso a nossa entidade formulou esse Procedimento Operacional Padrão da Usina de
Oxigênio, pois é de suma importância não só para o município de Capão Bonito, mas para toda a
região, reforçando o enfrentamento à Covid-19. *foto em Anexo I
Atendendo as seguintes áreas Criticas:
Centro Cirúrgico;
Unidade enfermaria Covid;
UTI - Convencional;
Clínica Médica e Cirúrgica;
Central de Material e Esterilização;
Pronto – Socorro;
Maternidade;
Sala de parto.
2. Objetivo
Estabelecer e padronizar condutas a serem tomadas pelos colaboradores da Manutenção,
incluindo a ativação de processos manuais para o uso e a oferta de oxigênio no ambiente
hospitalar.
3. Responsabilidade
Compete a toda equipe do setor da Manutenção, seguir o plano de contingência sempre que
fizer necessário.
4. Material Utilizado
Cilindro;
Chaves nº 11/8;
Carrinhos de transporte cilindros.
5. EPI’s Obrigatório
Luvas de Proteção;
Máscara descartável;
Calçados de segurança com biqueiras de aço;
Óculos de segurança;
Avental TNT;
Face Shields.
6. Plano de Ação
6.1. Por falta de energia elétrica
Em caso de falha de energia elétrica, a Usina dispõe de fornecimento de energia do gerador
próprio do Hospital. O gerador entra em funcionamento automaticamente após a queda de energia
elétrica em 15 segundos. O gerador fica em constante funcionamento ficando sempre pré-
aquecido, caso ocorra necessidade de sua utilização ele imediatamente já começa a gerar energia
para alimentar todo o hospital, mesmo que falta energia na cidade inteira ele fica funcionando
normalmente até a energia da cidade voltar.
O gerador atende o tempo que for necessário sendo um equipamento novo, 1 x a cada 6
meses o responsável pela manutenção verificada o seu funcionamento desligando a energia do
local e fazendo ele funcionar por uma período aproximando de 1 a 2 h e 1 x por semana este
mesmo funcionário checa a boa funcionalidade do gerador.
6.2. Por falha no gerador
Rede reserva: no caso de falta de energia fornecida pela concessionária e a energia do
gerador, temos uma rede reserva contendo 06 cilindros de 20 Litros cada, que abastece o hospital
em aproximadamente 01 hora. Existe também o sistema de backup caso ocorra falha no gerador.
*foto em Anexo IV.
6.3. Prevenção para incêndios
É proibido usar, sob qualquer pretexto, os equipamentos de proteção e combate a incêndios
para outros fins que não o de combate ao fogo;
O extintor do setor fica ao lado da porta, de fácil acesso a todos os colaboradores;
Para evitar incêndio é importante atenta para o uso correto de tomadas elétricas, nunca usar
tomadas com defeitos, conservar os equipamentos destinados a incêndio com seus acessos
limpos e desimpedidos;
Caso não saiba manejar os equipamentos, ou não consiga controlar o fogo, saia
imediatamente do local, mantendo a calma, sem correr e junto à parede;
Nunca volte para pegar objetos esquecidos;
Em locais de muita fumaça, ande agachado, respirando através de pano úmido.
6.4. Em caso de Calamidades
No caso se aumentar a demanda de oxigênio, o estoque deve ser adquirido de uma
empresa terceirizada.
7. Processos de produção de oxigênio
O oxigênio produzido para o uso hospitalar, a maneira mais comum consiste em extrair o
oxigênio do ar. “A composição do ar é 78% nitrogênio, 21% oxigênio e uma mistura de vários outros
gases, dentre eles o argônio. Para separar cada componente desta mistura homogênea, o mais
conveniente é fazer uma destilação fracionada. E para que o processo seja mais simples de ser
feito, o ar deve estar em seu estado líquido”.
Para aplicação medicinal é preciso obter oxigênio com um grau altíssimo de pureza, de pelo
menos 99,5%. Para que chegue a este patamar de pureza e proceder à destilação fracionada, é
preciso que antes de liquefazer o ar, ele passe por um sistema de filtragem para retirar toda a parte
particulada (poeira e partículas em geral), o que deve eliminar toda a parte sólida em suspensão no
ar.
Além disso, o ar contém água sendo necessário passar por um processo de secagem e,
para isso, ele passa por um sistema que absorve a água. Assim, é obtido um ar bem purificado,
sem partículas e sem água, pronto para ser destilado.
E para ter certeza de que o oxigênio produzido está dentro dos padrões exigidos e
que atende a todos os requisitos necessários, o profissional responsável do setor
manutenção, analisa através do visor de painel a pureza do oxigênio entre 90 a 100 % de
pureza Anexo II (parte 1 e 2)
. É ele quem faz o controle de qualidade. “Ele vai analisar a composição inicial do ar, determinar os
níveis de todos os seus componentes e das impurezas para estabelecer as etapas de purificação.
Enfim, depois do processo de destilação fracionada, dará o último parecer sobre a qualidade de
pureza do oxigênio que foi produzido”.
Sistema concentrador funciona como alternativa principalmente para os hospitais; a partir de
uma usina de oxigênio é possível produzir ambos, o oxigênio e o ar comprimido medicinal.
O processo baseia-se na compressão do ar a 7 bar, fazendo este passar por uma peneira
molecular regenerável (zeólito) que permite a passagem apenas do oxigênio.
Nossa produção tem a capacidade de 16 mil metros cúbicos por hora de oxigênio e 20
metros cúbicos hora de ar medicinal a uma pressão de 5 bar á 95% de pureza, isso é válido tanto
na produção quanto para o consumo.
7.1. Descrição do Equipamento PSA Usiox 95% 030 AIR
Capacidade de Produção: 16 m³/hora;
Concentração de Oxigênio: 95%;
Pressão de Saída de Oxigênio: 4,2;
Dimensões (A x L x C): 1760 x 1160 x 980;
Ar necessário para Alimentação: 138,9m³/hora;
Pressão mínima de ar de entrada: 6 Bar;
Pressão Máxima de entrada: 12 Bar;
Sistema de Controle: Composto por CLP de controle + Pressostato + Proteção Elétrica;
Válvulas de Exaustão, Equalização, de Saída e de Retenção;
Sistema de controle: composto por CLP de controle + pressostato + proteção elétrica;
Sistema de enchimento de Cilindros:
Com capacidade para enchimento de 06 cilindros simultâneos.
*foto em Anexo I
8. Armazenagem
Os cilindros geralmente são verdes e devem ser identificados e estocados em áreas bem
ventiladas e livres de materiais inflamáveis;
Manter os cilindros com seus capacetes em posição compacta e amarrados com correntes;
Manter os cilindros cheios separados dos vazios;
Não remover os sinais de identificação dos cilindros (rótulos, adesivos, etiquetas, marcas de
fabricação e testes);
Não fumar na área de armazenamento;
Não permitir o manuseio dos cilindros por pessoal sem prática;
Em áreas internas, manter os cilindros longe de fontes de calor e ignição, passagens ou
aparelhos de ar-condicionado;
Em áreas externas, manter os cilindros em local arejado, coberto e seco, longe de fontes de
calor e ignição;
Manter equipamentos de segurança próximos da área de estocagem;
Manter os cilindros sempre na posição vertical, com suas tampas no lugar e afastados da
luz solar direta, onde possam estar sujeitos à ação climática;
Temos aproximadamente 50 cilindros com a capacidade 20 litros cada;
Enchimento com capacidade de 06 cilindros é confeccionado por mangueiras flexíveis de
aço inox, com cabo de aço de proteção, conexão de alta pressão, válvulas de alta pressão
para manobra e despressurização; *foto em Anexo III;
Regulador de pressão, válvula de pressão, válvula de retenção, conexões para engate aos
cilindros com parede reforçada para trocas constantes.
8.1. Como deve ser o manuseio dos cilindros de gás comprimido?
O manuseio incorreto de gases comprimidos pode facilmente causar danos extensivos à
propriedade, sérios ferimentos e mesmo a morte de pessoas. Algumas regras são apresentadas:
Usar luvas protetoras, calçados de segurança com biqueiras de aço e óculos de segurança;
Manter o capacete protetor da válvula atarraxado quando não estiver em operação;
Não movimentar um cilindro sem seu capacete;
Utilizar carrinhos com correntes que permitam prender os cilindros durante o transporte;
Não jogar um cilindro contra outro(s);
Não derrubar o cilindro no chão ou permitir que tal ocorra;
Não utilizar os cilindros para outros fins que não o de conter gás;
Não transferir gás de um cilindro para outro;
Não permitir contato da válvula do cilindro com óleo, graxa ou agentes químicos,
principalmente se o cilindro contiver oxigênio ou outros gases oxidantes.
8.2. Quais são os cuidados na utilização do conteúdo dos cilindros de oxigênio?
Manter o cilindro acorrentado durante sua utilização;
Utilizar regulador automático de pressão compatível com as características físico-químicas
do produto;
Abrir a válvula devagar até o fim do curso;
Não sobre apertar conexões: em caso de persistir o vazamento, é melhor desatarraxar a
conexão, limpando as roscas antes do reaperto;
Usar equipamento de proteção individual (EPI), como óculos e viseiras;
Não aumentar a pressão interna do cilindro por aquecimento;
Manter a válvula do cilindro fechada quando não estiver em uso;
Manômetros, reguladores e acessórios devem ser adequados e aprovados para os gases
empregados;
Os acessórios não podem ser conectados aos cilindros sem o regulador de pressão
apropriado. O uso sem o regulador poderá resultar na quebra do acessório ou explosão.
9. Manutenção
A equipe de manutenção do hospital realiza inspeção semanal na usina, ainda há um
contrato com uma empresa especializada que faz a manutenção dos equipamentos. Nesta
oportunidade é feita a revisão e a troca de filtros, óleo, mangueiras e demais acessórios se for
necessário.*tabela em Anexo V.
Anexo I (parte 1)
Usina de Oxigênio
Anexo I (parte 2)
Usina de Oxigênio
Anexo II (parte 1)
Controle de Qualidade
Anexo II (parte 2)
Controle de Qualidade
Anexo III (parte 1)
Enchimento dos Cilindros
Anexo III (parte 2)
Enchimento dos Cilindros
Anexo IV
Sistema de Backup
Anexo V
Tabela de Controle Semanal (pelo colaborador próprio) e Mensal (pela empresa
terceirizada)
10. Referências Bibliográficas
LAGO AP; INFANTINI RM; RODRIGUES H. Fisioterapia Respiratória Intensiva, 1 ed. São Paulo: CBBE,
2010 (Cap.15).
LINDAHL SG. Oxygen and life on earth: an anesthesiologist’s views on oxygen evolution, discovery, sensing
and utilization. Anesthesiology. 2008 Jul;109(1):7-13.
KALLSTROM TJ. American Association for Respiratory Care (AARC). AARC Clinical Practice Guideline:
oxygen therapy for adults in the acute care facility. Respiratory Care. 2002 Jun:47(6):717-20.
GUYTON AC; HALL JE. Tratado de fisiologia médica. 9 ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1997
http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/POP+19+Oxigenoterapia+hospitalar+aprovado.pdf/ccd04e6e
-2aa9-4f59-a8a3-ac7b3eb14f30
https://dinatec.ind.br/usina-de-oxigenio-hospitalar/
Elaborado por: Silas Antunes Rodrigues Área Emitente: Segurança do Trabalho
Aprovado por: Nilton Soares de Lima Aprovado em: 12/05/2022