CONCRETO ARMADO
Surgimento do Concreto criar uma pedra artificial com a vantagem de poder ser
moldada nas dimensões e nas formas desejadas.
Cimento Portland: Inglaterra (1824). Vicat e Aspdin. Elemento que reage com a água
dando resistência ao material.
Concreto armado (cimento armado): Surgiu em 1849, França, quando Lambot
construiu um pequeno barco. O barco encontra-se hoje no Museu de Brignoles,
França.
Primeira construção em concreto armado – Nova Iorque (1873). O norte-
americano Ward construiu uma "casa de concreto armado" que segundo os
historiadores, existe até hoje.
Koenen, Alemanha (1886): Escreve a primeira publicação sobre cálculo de concreto
armado.
1902 (século XX), Morsch, engenheiro da firma Wayss e Freytag, publica a primeira
edição de seu livro com resultados de numerosas experiências e tornando-se um dos
maiores contribuintes para o progresso do concreto armado.
1904: Surge na Alemanha a 1ª norma sobre concreto armado.
1919: Wettstein - citação ao concreto protendido.
1928: Freyssinet - concreto protendido
1940: 1ª. Norma brasileira de concreto armado: NB1
Definições
Definições
Definições
Concreto Estrutural: Se refere as aplicações do concreto como material estrutural.
Elementos de Concreto Simples Estrutural
Elementos estruturais elaborados com concreto que não possuem qualquer tipo de
armadura
Elementos de Concreto Armado
Aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e
armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da
materialização dessa aderência armadura passiva.
Elementos de Concreto Protendido
Aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos
especiais de protensão com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar
a fissuração e os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de
aços de alta resistência no estado limite último (ELU). armadura ativa.
Vantagens e Desvantagens do Concreto Armado
Vantagens:
- Boa resistência às solicitações normais;
- Economia de execução (é necessário verificar lugar, tipo de obra, etc.);
- Facilidade e rapidez de execução (peças de concreto armado pré-moldadas);
- Durabilidade;
- Adaptabilidade a qualquer forma de construção;
- Estrutura é monolítica: todo o conjunto trabalha quando a peça é solicitada;
- Gastos de manutenção são reduzidos;
- Pouco permeável à água;
- Segurança a incêndios, choques e vibrações.
Desvantagens:
- Peso próprio elevado (25 KN/m³= 2500 Kgf/m³= 2,5 tf/m³);
- Reformas e adaptações são de difícil execução;
- Fissuração;
- Material que transmite calor e sons.
Normas, Métodos e Especificações
Em 1937 foi criada a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Nomenclatura:
- NB = procedimento;
- EB = especificação;
- MB = método de ensaio;
- PB = padronização;
- TB = terminologia;
- SB = simbologia;
- CB = classificação;
- NBR = norma brasileira registrada no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial).
Exemplos:
NBR6118/2014 (antiga NB-1): Projeto e execução de obras de concreto armado;
NBR 6120 (antiga NB-5): Cargas para o cálculo de estruturas de edificações;
NBR 6123/2007 (antiga NB-599/80): Forças devido ao vento em edificações NBR 7191 –
Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado;
NBR 7197 (antiga NBR-116/70): Cálculo e execução de obras em concreto e protendido;
NBR 15575 (12/05/2010) – Norma de Desempenho.
COMPORTAMENTO DO CONCRETO
DEFORMABILIDADE DO CONCRETO
A estrutura interna do concreto influi sobre a resistência mecânica e sobre deformabilidade das
peças de concreto armado. Gel de cimento = reação química do cimento + água.
O gel envolve os grãos dos agregados e ao endurecer, liga-os.
A quantidade de água ~ 28% do peso do cimento para reação química de hidratação do cimento. O
excedente de água forma os numerosos poros e capilares do gel de cimento e pode evaporar-se.
Fisicamente, o concreto representa um material capilar poroso, sem continuidade da massa, no qual
se acham presentes os três estados de agregação: sólido, líquido e gasoso.
agregado graúdo (70% do
volume total do concreto
endurecido) envolvido pela
matriz de argamassa.
O excesso de água é: uma parte adsorvida aos micros cristais e a outra parte da água de
amassamento é chamada de água capilar (Ac), a qual sofre permuta com o meio ambiente
(evaporação)
retração é a redução espontânea de volume que ocorre no concreto, na ausência de
tensões mecânicas ou variações de temperatura. Causas: reações químicas, evaporação da
água capilar, carbonatação dos produtos decorrentes da hidratação do cimento
Expansão: Absorção de água - vai ocupar os vazios decorrentes das reações
químicas.
Fatores que influenciam a retração
• Composição química do cimento: nos cimentos de alta resistência inicial
e de pega rápida o fenômeno da retração é maior;
Quantidade de cimento;
Quantidade de água de amassamento;
Finura do cimento e dos agregados;
Umidade do ambiente;
Espessura da peça de concreto;
Temperatura do ambiente;
Idade do concreto;
Quantidade de armadura.
Deformações provocadas por cargas externas
Deformação imediata: É aquela que se observa no instante que se aplica
a carga, causada pela acomodação dos cristais que formam o material.
Deformação lenta ou Fluência: Aumento da deformação com o tempo
durante o qual a carga permanece sobre a peça.
onde:
t0 = instante de aplicação da carga
ece = deformação elástica instantânea ou imediata
ecc = deformação lenta (c=creep=lenta)
eccoo = deformação lenta final
A deformação elástica é dada por:
e=s/E
onde:
sc = tensão normal no concreto
Ec(t0) = módulo de deformação longitudinal do
concreto no instante t0
Relaxação
Aplicando-se uma deformação a um corpo
e mantendo-se seu valor constante
diminuição no valor da tensão resultante.
Deformações recuperáveis
Deformação residual (permanente).
A partir do instante , temos:
= recuperação elástica instantânea
= deformação elástica recuperável
= deformação lenta permanente
(f=flow=fluência)
Logo: +
Módulo de deformação longitudinal do concreto
( )
Deformações com aplicação de carga: =
Diagrama tensão x deformação para o concreto
= = módulo de deformação inicial
ou módulo de deformação tangente na origem.
= = módulo de deformação
secante.
Para os concretos usuais, a NBR-
6118:2014(item 8.2.8) permite adotar:
= ( ) (MPA)
= , .
fck é a resistência característica do concreto à
compressão
Deformações provocadas por variação de temperatura
O coeficiente de variação térmica a (α "alfa") é a deformação correspondente a uma variação de
temperatura de 1ºC. Para o concreto armado vale até: = /℃ (NBR6118 item 8.2.3)
É usual se dispensar o cálculo das solicitações devido à temperatura para:
a) peças permanentemente envolvidas por terra ou água.
b) em edifícios interrompidos por junta de dilatação a no máximo cada 30 metros.
Coeficiente de Poisson (n):
É a relação entre a deformação transversal e a deformação longitudinal.
Para o concreto armado a NBR6118 (item 8.2.9) permite adotar:
n =0,20
= , . ,
Onde G é o módulo de deformação transversal (NBR6118 item 8.2.9)
CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO CONCRETO
Generalidades
Resistência;
Aderência;
Densidade (impermeabilidade, corrosão).
Resistência característica do concreto à compressão (fck)
Item 8.2.4 da NBR6118: O valor do refere-se à compressão obtida aos 28 dias
de idade em ensaios de cilindros moldados segundo a NBR5738, realizados de
acordo com a NBR 5739.
Influencia da cura na resistência do concreto
Variação de resistência do concreto em função do tempo, com
a cura sendo feita em diferentes situações:
PROCEDIMENTOS PÓS-CONCRETAGEM
* Proteção da superfície concretada
* Proteção contra movimentação das formas
* Encaminhamento dos corpos de prova
• Acesso aos resultados dos ensaios (3, 7, 28 dias)
* Procedimentos para cura do concreto
Idade do concreto no instante do carregamento
A partir do nonagésimo dia, a resistência cresce lentamente ≈ % %
. Após 1 ano tem-se 20% a 30% de acréscimo em relação ao .
FATOR ÁGUA/CIMENTO X RESISTÊNCIA
Duração do carregamento
Efeito Rüsch - a resistência do concreto para cargas de longa duração é menor
que a resistência do mesmo concreto para cargas de curta duração.
Carga permanente, prevê-se no dimensionamento
uma redução de 15% no valor da resistência de
cálculo do concreto, isto é:
= , .
Resistência do concreto à tração (fct,m)
Item 8.2.5 da NBR6118: Na falta de ensaios para obtenção da resistência à tração do
concreto, pode ser avaliado o seu valor médio ou característico por meio da equação
seguinte:
fct,m = 0,3.(fck)2/3 (MPa)
Existem três diferentes ensaios para a determinação da resistência à tração do concreto:
ensaio direto de tração, ensaio de compressão diametral (fendilhamento) e ensaio de flexão.
Ensaio de compressão diametral
(fct,sp) (prof. Lobo Carneiro)
ensaio direto de tração Ensaio de flexão (fct,f)
Resultados dos ensaios:
≈ , , ≈ , ,
Diagrama tensão x deformação de cálculo para o concreto
Segundo a NBR6118, item 8.2.10, o diagrama tensão x deformação de cálculo para o concreto
é o seguinte:
= , . .[ − ( ) ]
,
Onde:
= resistência de cálculo do concreto à compressão.
= ⁄ em geral = , , deverá ser multiplicado pelo coeficiente 1,1 no caso de problemas de
concretagem, transporte e adensamento manual.
Para elementos estruturais pré-moldados e pré-fabricados, deve ser consultada a NBR9062.
CARACTERÍSTICAS DOS AÇOS
Define-se aço como sendo o produto siderúrgico com porcentagem
de carbono entre 0,008% e 2%
tipos de tratamento mecânico realizados no aços em geral.
Aços para concreto armado
A NBR7480/96 classifica: As barras são produtos de bitola (diâmetro da seção transversal nominal, Ø)
barras(CA50) bitolas > = 5mm, obtido por laminação a quente. Comprimento comercial de 12 metros e
admite-se uma tolerância de 9%. Nervuras transversais oblíquas
Os fios(CA60) são obtidos por trefilação ou processo equivalente (encruamento a frio).
Podem ser lisos, entalhados ou nervurados
Resistência e nomenclatura.
A resistência característica do aço à tração é chamada de fyk e é obtida através de ensaios padronizados e
curva de distribuição normal. Os aços para concreto armado (CA) se classificam segundo sua resistência:
As letras CA na tabela acima designa que o aço é utilizado em obras de concreto armado e o número
que segue é a resistência característica de escoamento em Kgf/mm².
Os aços classe A (CA-25,CA-50) são laminados a
quente com escoamento definido, caracterizado por
patamar no diagrama tensão x deformação.
Aços categoria CA-25 devem ter superfície
obrigatoriamente lisa, desprovida de quaisquer tipos
de nervuras ou entalhes
Os aços classe B (CA-60) são encruados por
deformação a frio com tensão convencional de
escoamento definida por uma deformação
permanente de 2o/oo.
Aderência
A aderência pode se dar de três maneiras: por adesão, por atrito ou aderência mecânica.
A aderência por adesão é devida às ligações fisico-químicas que se estabelecem na
interface dos dois materiais (aço/concreto), durante as reações de pega do cimento.
A aderência por atrito se dá em função do coeficiente de atrito entre o aço e o concreto,
função da rugosidade da barra e decorrente da pressão transversal exercida pelo
concreto.
A aderência mecânica é devida a existência de mossas ou saliências que impedem certos
movimentos entre os dois materiais.
A quantificação da aderência se dá em função do coeficiente de
conformação superficial das barras (hb1) e seus valores são determinados
experimentalmente e estão especificados na NBR618:
Diagramas tensão x deformação de cálculo para os aços.
Segundo a NBR6118: Aço classe A:
fyk: resistência característica do aço à tração
fyd: resistência de cálculo do aço à tração, igual a fyk /
1,15
fyck: resistência característica do aço à compressão,
considera-se fyck = fyk;
fycd: resistência de cálculo do aço à compressão, igual a
fyck /1,15
ɛyd: deformação específica de escoamento (valor de
cálculo)
O diagrama representa um material elastoplástico
perfeito.
Os alongamentos (ɛs) são limitados a 10%o e os
encurtamentos a 3,5%o, flexão simples ou composta, e a
2%o, no caso de compressão simples.
Esses encurtamentos são fixados em função dos
valores máximos adotados para o material concreto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2014.
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480: Aço
destinado a armaduras para estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro,
2007.
PETRUCCI, E. G. R. Materiais de construção civil. 10.ed. São Paulo: Globo,
1995.
BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção. 5. ed, vol 1 e vol 2. LCT –
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Minas Gerais, 2000.
HELENE, P.R. L.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto.
São Paulo: Editora PINI, 2001.