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Monografia Antonio Manuel Gonsalves 1

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

.
Leitura e escrita na Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe 2022-
2023

Estudante: António Manuel Gonçalves


Código de estudante:

Quelimane, Setembro 2023

1
Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distancia

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Leitura escrita na Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe da Escola
Secundaria Geral de Morrumbala 2019-2020

O Presente trabalho científico será


apresentado no Centro de Ensino a Distância, na
Universidade Católica de Moçambique Delegação
de Quelimane, para a obtenção do Grau de
Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa.

Supervisor: Genito Flavio

2
Quelimane, Dezembro 2022

Declaração

Eu, António Manuel Gonçalves estudante do curso de Licenciatura em Ensino de


Português na Universidade Católica de Moçambique, Instituto de Educação À Distância
– Quelimane, declaro por minha honra que esta monografia intitulada “Leitura e
escrita na Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe 2022-2023 é
resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, e que o
seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente referenciadas
na bibliografia, não contendo nenhum plágio.

Declaro também que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição
de ensino para obtenção de qualquer grau académico.

Quelimane, aos ____/ de Setembro de 2023

_____________________________________
António Manuel Gonçalves

3
Agradecimentos

Agradeço a Deus, em primeiro lugar pela minha vida, saúde e por me ajudar a
ultrapassar todos os obstáculos encontrado ao longo do curso.
A minha família pela força e incansável luta para tornar a meu curso uma realidade de
seu orgulho.
Meus amigos que sempre me prestaram seu apoio, que sempre foram umas das minhas
maiores alegrias. Ofereceram-me suporte e amor incondicional.
Aos meus queridos colegas da Faculdade, pelo apoio e companheirismo.
Aos meus docentes do curso, que estiveram sempre comigo nessa longa jornada, em
especial, ao meu prezado e querido docente e Supervisor pela dedicação e compreensão.
Sem me esquecer também de agradecer a Universidade Católica de Moçambique,
Instituto de Educação à Distancia.

4
Dedicatória

Este trabalho dedico a minha família que me encorajaram e inspiraram bastante para a
realização deste curso.

5
Resumo
António Manuel Gonçalves (2023) Leitura e escrita na Escola de Boroma Morrumbala caso
dos alunos da 9ª classe 2022-2023, cujo objectivo é Analisar as estratégias das Práticas da
Leitura e Escrito nas aulas da Língua Portuguesa para melhorar domínio da leitura e escrita na
Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe 2022-2023. O estudo apoia-se das
diversas teorias de autores que desenvolveram suas pesquisas nesta área, o estudo contou com o
universo da população estudada corresponde a 56 indivíduos que integram a totalidade dos
elementos que envolvem os alunos da 9ª classe da Escola Secundária Geral de Morrumbala,
sendo constituídos por Professores, Alunos, conselho da escola e/ou pais encarregados de
educação. Relativamente ao tipo de pesquisa, o estudo cingiu-se na pesquisa o autor optou pela
pesquisa descritiva, pois a pesquisa permitiu observar, registar, analisar, classificar e interpretar
os dados e os aspectos desenvolvidas nas Ciências Humanas e Sociais, neste caso em particular,
a monografia descreve o fenómeno das práticas da Leitura e escrita o seu contributo nas aulas
da Língua Portuguesa como indicadores de franco domínio da leitura e escrita no Processo de
Ensino Aprendizagem caso dos alunos 9ª Classe da Escola Secundária Geral de Morrumbala.
Desta forma, o estudo foi estruturado em seis capítulos, nomeadamente – introdução,
problematização, justificativa e objectivos, revisão de literatura, metodologia, discussão de
dados e conclusão. Tendo por suporte estas razões apresenta-se a seguinte questão de partida:
Até que ponto a Leitura e Escrito nas aulas da Língua Portuguesa no Processo de Ensino
Aprendizagem dos alunos da 9ª classe pode contribuir para o fraco aproveitamento dos
alunos? A justificativa a relevância académica desta pesquisa baseia-se nas contribuições
futuras que poderão advir mediante o conhecimento dos principais factores que interferem na
participação dos alunos nos programas de leitura e da escrita, servindo como um instrumento
que permita aos professores da Língua portuguesa e os professores no geral, uma reflexão sobre
a estratégia de organizar e conduzir as aulas e principalmente na constante introdução de
diferentes conteúdos, que possam garantir mais interesses e motivação dos alunos na leitura e na
escrita

Palavras-chave: Textos; Alunos; ler, Escrever, ensino e aprendizage, Estratégias .

6
Abstract
This study focused on Reading in 8th grade students at Escola Secundaria Geral de Luabo 2019-
2020, whose objective is to analyze the strategies of Reading and Writing Practices in
Portuguese Language classes to improve the reading and writing skills of 8th grade students.
Luabo General Secondary School class 2019-2020. The study is based on the various theories of
authors who developed their research in this area, with the main authors Gomes (1991), Libaneo
(1994), Piletti, (2006), Mortatti (2006), Cunha (2011), Santos ( 2007), Garcia (1998) among
others. As for the methodology, the study had The universe of the studied population
corresponds to 100 individuals who integrate all the elements that involve the students of the 8th
grade of Escola Secundária Geral de Luabo, being constituted by Teachers, Students, school
council and/or parents in charge of education. Regarding the type of research, the study was
limited to In the research, the author opted for descriptive research, as the research allowed
observing, recording, analyzing, classifying and interpreting the data and aspects developed in
the Humanities and Social Sciences, in this particular case , the project describes the
phenomenon of reading and writing practices and their contribution in Portuguese language
classes as indicators of clear mastery of reading and writing in the Teaching-Learning Process
in the case of Grade 8 students at Escola Secundária Geral de Luabo. The study was structured
in six chapters, namely – introduction, problematization, justification and objectives, literature
review, methodology, discussion of data and conclusion. The problematization of this research
described the situation of The Problematic formation of teachers, the dedication on the part of
the students, the insistence on the participation of parents in charge of Education in the
teaching-learning process, the unavailability of didactic resources, allied to the inexistence of
some Schools where the teaching of reading and writing is dedicated in a systematic way,
constitute one of the relevant factors for questioning the efficiency of the teaching of reading
and writing so that it can give better indicators in the best use of the students in Portuguese
language classes. Based on these reasons, the following starting question is presented: To what
extent can the influence of the weak domain of Reading and Writing in Portuguese Language
classes in the Teaching-Learning Process of 8th grade students contribute to the poor
achievement of students? The justification The academic relevance of this research is based on
the future contributions that may arise through the knowledge of the main factors that interfere
in the participation of students in reading and writing programs, serving as an instrument that
allows teachers of the Portuguese language and teachers in general, a reflection on the strategy
of organizing and conducting the classes and mainly on the constant introduction of different
contents, which can guarantee more interest and motivation of the students in reading and
writingThe objectives of this research had the general purpose of - General Objective - To
analyze the strategies of Reading and Writing Practices in Portuguese Language classes to
improve the reading and writing skills of 8th grade students at Escola Secundária Geral de
Luabo 2019-2020. Specific objectives -To identify the influence of weak reading and writing
skills in Portuguese language classes case study 8th grade students at Escola Secundária Geral
de Luabo 2019-2020. Explain the methods to be used in practice to improve the weak command
of Reading and Writing in Portuguese Language classes case study 8th grade students of Escola
Secundária Geral de Luabo 2019-2020. Propose better strategies as better indicators for good
practice of Reading and Writing in Portuguese Language classes in the Teaching-Learning
Process of 8th grade students at Escola Secundária Geral de Luabo 2019-2020.

7
Keywords: Texts; Students; reading, Writing, teaching and learning, Strategies .

Lista de Siglas e Abreviaturas


OE– Oralidade e Expressividade

CV – Concordância Verbal

ESG – Escola Secundária Geral

INDE - Instituto Nacional de Educação

SADJ – Sintagma Adjectival

P1 – Primeiro Professor Entrevista

P2 – Segundo Professor Entrevista

P3 – Terceiro Professor Entrevista

P4 – Quarto Professor Entrevista

8
Lista de Tabelas
Tabela 1: Distribuição da amostra .....................................................................................36

9
Índice
Declaração.........................................................................................................................3

Agradecimentos.................................................................................................................4

Dedicatória........................................................................................................................5

Resumo..............................................................................................................................6

Abstract..............................................................................................................................7

Lista de Siglas e Abreviaturas...........................................................................................8

Lista de Tabelas.................................................................................................................9

Capítulo I: Introdução......................................................................................................13

1.0. Introdução.................................................................................................................13

1.1. Delimitação do tema.................................................................................................14

1.2. Problematização.......................................................................................................14

1.3. Justificativa...............................................................................................................15

1.4. Perguntas de partidas................................................................................................16

1.5.0. Objectivos da pesquisa..........................................................................................17

1.5.1. Objectivo Geral.....................................................................................................17

1.5.2. Objectivos específicos...........................................................................................17

Capítulo II: Fundamentação Teórica...............................................................................18

2.1. Ler.............................................................................................................................18

2.3. Leitura.......................................................................................................................18

2.3.1 Escrita.....................................................................................................................19

2.4. Ensino da Língua Escrita..........................................................................................19

2.15. Competência em Leitura e Escrita..........................................................................20

2.4. Estratégias de ensino para o desenvolvimento das competências de Leitura e Escrita


.........................................................................................................................................20

2.6. Competências Básicas Para Aquisição da Leitura e Escrita.....................................21

2.4. Educação escolar......................................................................................................22

10
2.4.1, Ensino....................................................................................................................23

2.5. Currículo...................................................................................................................23

2.5.2. Conteúdos de Ensino.............................................................................................24

2.5.3. Sucesso e Insucesso Educativo..............................................................................24

2.5.4. Causas do Insucesso Educativo.............................................................................25

Capítulo III: Procedimento Metodológico.......................................................................26

3.1. Procedimento Metodológico....................................................................................26

3.2. Tipo de Pesquisa.......................................................................................................26

3.4. Técnicas de Recolhas de dados................................................................................27

3.5. Pesquisa Documental................................................................................................27

3.6. Pesquisa bibliográfica...............................................................................................27

3.7. Entrevista semiestruturada........................................................................................27

3.8. Observação não participante.....................................................................................28

3.9. Universo da população.............................................................................................28

3.10 Tipo de amostragem................................................................................................28

3.11. Amostragem e critério de selecção.........................................................................29

3.12. Técnicas de apresentação, análise e interpretação de dados...................................29

Capítulo IV: Apresentação, Analise e interpretação de dados........................................30

4.1. Causas que concorrem para existência de influencias do fraco domínio ou


dificuldades de desenvolvimento das competências da leitura e escrita nos alunos.......30

4.2. Percepção dos intervenientes sobre facilidades e ou dificuldades na aplicação das


diversas metodologias.....................................................................................................31

4.3. Compreensão dos intervenientes quanto a Importância do conhecimento de métodos


pelos docentes no processo de ensino da leitura e da escrita..........................................32

4.5. Percepção dos intervenientes sobre Ensino da leitura e escrita................................33

4.6. Compreensão dos intervenientes quanto sobre o gosto pela leitura.........................33

4.7. Estratégias de leitura e escrita e capacidade de compreender as influências do fraco


domínio da leitura e escrita..............................................................................................35

11
Capítulo V: Conclusão e Sugestões.................................................................................37

5.1. Conclusão.................................................................................................................37

Sugestões.........................................................................................................................39

5.2. Referências Bibliográficas........................................................................................40

Apêndices........................................................................................................................42

Anexo I............................................................................................................................46

12
Capítulo I: Introdução
1.0. Introdução
A Monografia Científica tem como tema em estudo: Leitura e escrita na Escola de
Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe 2022-2023. Quando se fala do
processo de ensino-aprendizagem é necessário verificar além da relação professor-
aluno, mas também outros factores que podem influenciar este processo, tais como, o
desenvolvimento físico, intelectual e emocional dos alunos, as condições de vida do
aluno, as condições económicas e sociais do país, o currículo, a disponibilidade do
material didáctico, o apoio familiar, entre outros. Fazendo um breve olhar para aquilo
que são os objectivos do programa de ensino do básico, sobretudo no final da 9ª classe,
na disciplina da língua portuguesa, este enfatiza de entre outros aspectos que os alunos,
na leitura devem ser capazes de: ler textos em voz alta, com clareza, entoação e
expressividade. E na escrita devem ser capazes de: escrever textos de oito ou mais
frases com criatividade, sem erros ortográficos e de concordância.

O professor tem um papel importante e fundamental na exploração e transmissão das


habilidades necessárias para que os alunos possam desenvolver essas capacidades
preconizadas no Programa de Ensino Básico, na leitura e escrita, cabendo a este a
observação dos alunos e dar o auxílio necessário para o seu processo de aprendizagem,
tornando as aulas mais interactivas, motivadas e dinâmicas, para tal é necessário que o
professor adopte as estratégias e os métodos necessários para poder descobrir e explorar
as capacidades e combater as fraquezas ou as dificuldades dos alunos, dando o
acompanhamento necessário para adquirir as competências necessárias.

Estrutura do trabalho: o trabalho encontra-se organizado em cinco (5) capítulos: o


primeiro sendo Introdução, Delimitação do tema, Problematização, Justificativa,
Hipóteses, Objectivos da pesquisa o segundo Capítulo Fundamentação Teórica e o
terceiro Capítulo Procedimento Metodológico, quarto capítulo apresentação, analise e
interpretação de dados, o quinto capítulo conclusão e sugestões, Referências
Bibliográficas, Apêndices e anexos.

1.1. Delimitação do tema


Espaço: A Monografia Científica foi realizada na Província da Zambézia no Distrito de
Morumbala em especial na Escola de Boroma Morrumbala

Tempo: 2019-2020
13
1.2. Problematização
Em Moçambique tem-se verificado enormes esforços do Governo em expandir o
sistema educativo em todos os níveis de ensino, com particular realce para o nível
básico, facto que permitiu reduzir substancialmente a iniquidade de género e geográfica.
Paralelamente, há sinais que indicam que apesar dos progressos alcançados, sobretudo
no incremento dos níveis de acesso à educação, o aumento da capacidade institucional
do sector da educação, e da crescente disponibilização anual de fundos ao sector da
educação, a qualidade de ensino-aprendizagem não está a melhorar, sobre tudo no
ensino primário. O Ensino da leitura e escrita na Escola ocorre na própria
conceitualização do que é da leitura, na forma com que é avaliada pelos professores, no
papel que ocupa na proposta pedagógica da Escola e, naturalmente, nas práticas
pedagógicas que são adoptadas para ensiná-la. Os alunos necessitam, portanto, aprender
significativamente, desenvolver habilidades de leitura e escrita, compreender e
interpretar rapidamente informações, resolver problemas, tomar decisões, dentre outros
aspectos. A formação de professores, a dedicação por parte dos alunos, a insistência da
participação dos pais encarregados de Educação no processo de ensino aprendizagem, a
indisponibilidades de recursos didácticos, aliadas à inexistência de algumas Escolas
onde se dedica o ensino da leitura e escrita de forma sistemática, constituem um dos
factores relevantes para o questionamento da eficiência do ensino da leitura e da escrita
para que possa dar melhores indicadores no melhor aproveitamento dos alunos, nas
aulas da língua portuguesa. Tendo por suporte estas razões apresenta-se a seguinte
questão de partida: Até que ponto a Leitura e Escrito nas aulas da Língua Portuguesa
no Processo de Ensino Aprendizagem dos alunos da 9ª classe pode contribuir para o
fraco aproveitamento dos alunos?

1.3. Justificativa
Nos últimos anos, a Educação em Moçambique tem estado no centro de debates
em todos os níveis da sociedade, apesar de no País ter-se registado nos últimos anos um
aumento em termos de acesso à Escola, surge um outro problema que é a questão da
qualidade da Educação que estas escolas oferecem aos alunos (MEC, 2008). A
Educação tem a leitura e a escrita como meio de inclusão social e de melhoria para a
formação dos alunos. Cabe, formalmente, à Escola desenvolver as relações entre leitura
e a escrita nos alunos, em todas as suas interfaces.

14
No entanto, o tema análise da leitura e a escrita está mais associado à ideia de
fracasso que de sucesso na Escola e isso ocorre pelos mais diversos aspectos. Assim,
faz-se necessário que nos conscientizemos enquanto educadores, da enorme
responsabilidade diante da importância da leitura e da escrita na vida social, política,
económica e cultural do ser humano. É dever da Escola valorizar o livro, não como
objecto para ser guardado no arquivo, mas para ser manuseado e lido. É obrigação da
Escola indicar directrizes, estimular e incentivar a prática da leitura e da escrita. O
objectivo principal é subsidiar a elaboração de directrizes que orientem um trabalho
pedagógico eficiente na promoção e desenvolvimento da leitura e da escrita. Estes
evidenciam a importância do papel do professor enquanto leitor e mediador, na
evolução da prática da Leitura e da Escrita dos alunos. Destaca-se a importância deste
trabalho, pelos professores de todas as áreas, pois desenvolve um olhar crítico e
promove a cidadania. Sendo assim, com este estudo busca-se subsidiar ou pelo menos
possibilitar a discussão de professores sobre directrizes que possibilitem a superação do
problema da leitura e da escrita para melhores indicadores na qualidade do ensino.

A motivação pessoal para a escolha deste tema surge na medida em que hoje em
dia discute-se a qualidade do ensino e da leitura e a escrita têm sido maior dificuldade
dos alunos. É importante ressaltar que a leitura e a escrita são a base do processo de
alfabetização e da formação da cidadania. Ler e escrever é condição necessária para a
conquista da cidadania e participação social, para o acesso a informações que circulam
das mais diversas maneiras, assim como para ingressar no mundo do trabalho.

1.4. Perguntas de partidas


P1. Será que a falta de selecção das metodologias por parte dos professores da língua
portuguesa que influencia fraco domínio da Leitura e escrita nas aulas da língua
portuguesa da 8ª classe?

P2. Quais são as dificuldades apresentadas pelos alunos nas aulas da língua portuguesa
para o desenvolvimento de competências da leitura e escrita.

P3. Quais são as Estratégias para o desenvolvimento das competências de leitura e


escrita nas aulas da língua portuguesa dos alunos da 8ª classe?

15
1.5.0. Objectivos da pesquisa
1.5.1. Objectivo Geral
 Analisar as estratégias das Práticas da Leitura e Escrito nas aulas da Língua
Portuguesa para melhorar domínio da Leitura e Escrito dos alunos da 9ª classe
da Escola de Boroma Morrumbala 2022-2023.

1.5.2. Objectivos específicos


 Identificar as estratégias da Leitura e Escrito nas aulas da Língua Portuguesa na
Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe 2022-2023.
 Explicar os métodos a ser usada na prática para melhorar a Leitura e Escrito nas
aulas da Língua Portuguesa na Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos
da 9ª classe 2022-2023.
 Propor melhores estratégias como melhores indicadores para boa prática da
Leitura e Escrita nas aulas da Língua Portuguesa no Processo de Ensino
Aprendizagem na Escola de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe
2022-2023

16
Capítulo II: Fundamentação Teórica
2.1. Leitura
Para Galdino (2009, p. 08-09). A leitura está presente em nosso quotidiano desde
quando éramos bebés, com auxílio de pai, mãe, professor nos envolvendo em práticas
de leitura, antes até de estarmos completamente alfabetizados, com o passar dos anos,
nas séries iniciais nos deparamos com o universo das letras, as coisas se complicam,
mas com um pouco de atenção, aprendemos várias habilidades que nos são útil a vida
toda, mas porque será que algumas pessoas depois que terminam os estudos
simplesmente param de ler algumas ainda lêem o jornal do dia, outras somente o
horóscopo, mas quando perguntamos quantos livros leu, ficam sem resposta.

Segundo Downing (1990, p. 182), A aprendizagem da leitura pode ser


considerada como um resultado natural quando a criança está exposta a um meio global
no qual a comunicação através da linguagem escrita é funcional. A criança aprende a ler
simplesmente tomando deste universo instâncias de condutas observáveis de leitura e de
escrita, fazendo abstracções complexas e generalizando a partir delas. O efeito da escola
é maior ou menor segundo ajude ou estorve nesses processos naturais de pensamento e
aprendizagem.

Na visão de Silva (2003), a aprendizagem da leitura é dos maiores desafios que


as crianças têm que enfrentar nas fases iniciais da sua escolarização. Enfrentar e vencer
esse desafio num mundo dominado pela informação escrita é o primeiro grande passo
na vida das crianças que frequentam hoje a escola, mas que no amanhã se tornarão
cidadãos autónomos na procura e percepção de informação de que necessitam nos mais
diversos contextos.

A leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Nesta


compreensão intervêm tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas
expectativas e conhecimentos prévios. Para ler necessitamos, simultaneamente, manejar
com destreza as habilidades de decodificação e aportar ao texto nossos objectivos,
ideias e experiências prévias (Solé, 1998, p.23).

2.3.1 Escrita
Acredita-se que o aluno terá mais facilidade para entender e interpretar um texto
pequeno e simples, porém, quando estudado, apresenta uma pobreza de conteúdo e de
palavras, influenciando as crianças a escreverem de modo semelhante.
17
Para Geraldi (1993, p. 135-137), propõe existir duas concepções distintas de
escrita: uma que determina que se escreve “para a escola”, pois o aluno produz uma
redacção, para o professor ler e atribuir nota, sem demonstrar o seu ponto de vista e
outra denominada “na escola”, responsável pela produção de texto, na qual o aluno
atribui-lhe o seu ponto de vista, que pode contribuir na construção de novas produções
ou até mesmo no trabalho da reescrita.

Para Sercundes (1997, p. 78), propõe que a “escrita como consequência são
produções resultantes de uma leitura, uma pesquisa de campo, uma palestra, em fim de
cada um desses itens será um pretexto para se realizar um trabalho escrito”, isto é, a
escrita será a consequência de um emaranhado de actividades que ao se realizarem
poderão ajudar na produção do texto.

Segundo os PCN (Brasil, 1998, p. 77-78), a redacção faz parte do processo de


escrita ela é a profunda reestruturação do texto, os procedimentos de redacção começam
de maneira externa, pela mediação do professor que elabora os instrumentos e organiza
as actividades que permitem aos alunos sair do complexo (o texto), ir ao simples
(questões a serem estudadas) e retornar ao complexo. Por meio dessas práticas
mediadas, os alunos se apropriam das habilidades necessárias à autocorrecção.

2.15. Competência em Leitura e Escrita


A competência do aluno em ler e escrever devem ser tidas em conta por parte do
professor se tiver como objectivo a eficácia da leitura e da escrita deve aplicar
estratégias adequadas para despertar no aluno interesse em aprender.

Para Alarcão (2001), diz que, a competência na leitura e escrita, resulta de


conjugação de interacção linguística, textual e cultural ou seja, a decifração de códigos
linguísticos, a nível semântico, textual sintáctico. O autor ainda salienta que,
competência de leitura e da escrita é aquisição da linguagem oral e da escrita do aluno,
que seja capaz de ser falante e ouvinte competente, a respeito da língua e da linguagem
que se fala e que se escreve. Uma das primeiras aquisições necessárias ao aprendizado
da escrita é a compreensão da sua função social, ou seja entender o significado da
leitura e da escrita, para daí, compreender os seus diferentes usos e funções.

Portanto, pode - se afirmar que possuir uma competência de leitura e da escrita


é aquisição da linguagem oral e da escrita do aluno, que seja capaz de ser falante e

18
ouvinte competente, a respeito da língua e da linguagem que se fala e que se escreve.
Uma das primeiras aquisições necessárias ao aprendizado da escrita é a compreensão da
sua função social, ou seja entender o significado da leitura e da escrita, para daí,
compreender os seus diferentes usos e funções.

2.4. Estratégia de ensino para o desenvolvimento das competências de Leitura e


Escrita
Ao longo dos anos as estratégias de ensino a leitura e escrita foram
caracterizadas por várias transformações com vista a melhorar o processo de ensino-
aprendizagem de modo a facilitar a aquisição das competências de leitura e escrita nos
alunos nas classes inicias, a escola e sobre tudo o professor tem o papel determinante na
escolha e aplicação das estratégias adequadas que possam guiar o aluno a alcançar com
sucesso os seus objectivos no processo de aprendizagem.

Para Piletti, (2006), a escola tem a função social de proporcionar a todos o


desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita, para que o sujeito possa
participar da sociedade de igual para igual, tendo as mesmas oportunidades na vida, e
que assim possa exercer a sua cidadania. O professor deve usar as estratégias de ensino
para a motivação dos seus alunos durante todo o processo de ensino e aprendizagem,
isso determinará a qualidade e a quantidade dos esforços que os alunos farão para
aprender. Luckesi (1994) considera que os procedimentos de ensino geram
consequências para a prática docente: para se definir procedimentos de ensino com certa
precisão, é necessário ter clara uma proposta pedagógica; é preciso compreender que os
procedimentos de ensino seleccionados ou construídos são mediações da proposta
pedagógica e metodológica, devendo estar estreitamente articulados; se a intenção é que
efectivamente a proposta pedagógica se traduza em resultados concretos, tem-se que
selecciona ou construir procedimentos que conduzam a resultados, ainda que parciais,
porém complexos com a dinâmica do tempo e da história.

Desta forma, Cunha, (2011), estabelece três estratégias fundamentais para


iniciação da leitura e escrita em língua portuguesa que se encontram divididos em dois
grandes pólos: um dá primazia a estratégias de correspondência grafema/fonema
(metodologias fónicas), são elas: estratégias ou métodos sintéticos e analíticos, e outro
privilegiam estratégias de reconhecimento automático e global da palavra (metodologias
globais) que são as estratégias ou métodos mistos. Porem Gomes et.all (1991),

19
acrescenta mais um método, que foi muito usado nos princípios da alfabetização e que é
usado ainda hoje apesar das críticas, que é o método ou estratégia ou tradicional.

2.6. Competências Básicas Para Aquisição da Leitura e Escrita


De acordo com o MINED (2008), (programa do ensino), na disciplina de Língua
Portuguesa, é necessário garantir a cada aluno, em cada ciclo de escolaridade o
desenvolvimento de competências na leitura e escrita, essas competências se
estabelecem em três domínios que são: o domínio do modo oral (compreensão e
expressão oral), do modo escrito (leitura e expressão escrita) e do conhecimento
explícito da língua, como descrevemos abaixo:

 Compreensão oral - é a capacidade para atribuir significado a discursos orais


em diferentes variedades do Português. Esta competência envolve a recepção e a
decifração da mensagem por acesso a conhecimento organizado na memória, o
que implica prestar atenção ao discurso e seleccionar o essencial da mensagem.
 Expressão oral é - a capacidade para produzir cadeias fónicas dotadas de
significado e conformes à gramática da língua. Esta competência implica o
recrutamento de saberes linguísticos e sociais e supõe uma atitude cooperativa
na interacção e o conhecimento dos papéis desempenhados pelos falantes em
cada tipo de situação.
 Expressão escrita - é o produto dotado de significado em conformidade com a
gramática da língua, resultante de um processo que inclui o conhecimento do
sistema de representação gráfica adoptado.
 Conhecimento explícito é o conhecimento reflectido, explícito e sistematizado
das unidades, regras e processos gramaticais da língua. Esta competência
implica o desenvolvimento de processos metacognitivos, quase sempre
dependentes da instrução formal, e permite aos falantes controlo das regras que
usam e a selecção das estratégias mais adequadas à compreensão e expressão em
cada situação de comunicação.

Para Soares (2002), acrescenta que aprender é algo único, e neste aspecto devemos
valorizar as pequenas e altas habilidades das crianças, pois deste modo, precocemente
perceberemos aquelas com mais habilidades para raciocínio, cálculo, e aquelas com
habilidades mais linguísticas e assim, facilitando assim a sua integração no contexto
pedagógico formal. O desenvolvimento motor e linguístico, além de outros factores,

20
implica directa ou indirectamente o desempenho formal da aprendizagem da leitura e
escrita. Desta forma, na esteira de Soares (2002), percebe-se que para além das
competências acima citadas, existem outras competências bases necessárias para a
aquisição do processo de leitura e da escrita que são: Conhecimento de (leitura) e
(nome) dessas letras; Consciência fonológica; Aptidões da fala e linguagem; Atenção
sustentada; Memória operacional.

A Escola é o lugar de aprender a interpretar o mundo para poder transformá-lo, a


partir do domínio das categorias de método e conteúdo que inspirem e que se
transformem em práticas de emancipação humana em uma sociedade cada vez mais
mediada pelo conhecimento. (Kuenzer, 2002).

21
Capítulo III: Procedimento Metodológico
3.1. Procedimento Metodológico
No que concernente a metodologia é a fase indispensável da pesquisa científica
onde são traçadas as normas para alcançar os objectivos, isto é, procedimentos usados
para alcançar os objectivos da pesquisa, nesta ordem de ideia será usado tipo de
pesquisa: descritiva, Método de abordagem: Qualitativa e Método de procedimento
monográfico ou estudo de caso. De acordo com Marconi (2003, p.83), metodologia é o
conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia,
permite alcançar conhecimentos válidos e verdadeiros. Neste sentido a metodologia
científica é o caminho pelo qual o cientista social recorre durante a sua pesquisa para
alcançar os conhecimentos pretendidos.

3.2. Tipo de Pesquisa


Na pesquisa o autor optou pela pesquisa descritiva, pois a pesquisa permitiu
observar, registar, analisar, classificar e interpretar os dados e os aspectos desenvolvidas
nas Ciências Humanas e Sociais, neste caso em particular, o projecto descreve o
fenómeno das práticas da Leitura e escrita. O seu contributo nas aulas da Língua
Portuguesa como indicadores de franco domínio da leitura e escrita no Processo de
Ensino Aprendizagem caso dos alunos 9ª Classe na Escola de Boroma Morrumbala caso
dos alunos da 9ª classe 2022-2023. Na ideia de Gil (2002), as pesquisas deste tipo têm
como objectivo a descrição das características de determinada população ou fenómeno,
ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

3.3. Tipo de abordagem

O estudo desenvolvido é qualitativo por que torna-se mais viável pois permite a
pesquisadora explicar e analisar os conteúdos, discursos, sobre das práticas da Leitura e
escrita e o seu contributo nas aulas da Língua Portuguesa como indicadores da Leitura e
Escrito, no Processo de Ensino Aprendizagem dos alunos , ainda a preocupação de
investigar os fenómenos sociais, hábitos e tendências do comportamento perante a
prática de leitura e escrita dos alunos nas aulas da Língua portuguesa, na Escola de
Boroma Morrumbala caso dos alunos da 2022-2023. Onde foi oferecer contribuições em
diferentes campos de conhecimento, para formação da identidade das próximas
gerações.

22
Na pesquisa o autor optou-se pela Pesquisa qualitativa pois as informações não
são quantificáveis; os dados obtidos são analisados indutivamente; a interpretação dos
fenómenos e a atribuição de significados são básicas de esta pesquisa e também a
pesquisa é descritiva, pois, permite observar, registar, analisar, classificar e interpretar
os dados e os aspectos desenvolvidos nas Ciências línguas, neste caso em particular,
pretende-se com a pesquisa explicar o contributo nas aulas da língua portuguesa,
descrevendo os aspectos relativo a relação entre as práticas da leitura e escrita dos
alunos nas aulas da língua portuguesa. Na ideia de Gil (2002), as pesquisas deste tipo
têm como objectivo a descrição das características de determinada população ou
fenómeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

3.4. Técnicas de Recolhas de dados


Para a recolha dos conteúdos sobre o tema em estudo optou-se pelo uso da
entrevista semiestruturada, observação não participante, pesquisa bibliográfica e
pesquisa documental.

. O que permite a autora a interpretar o tema mediante as várias formas de


percepção dos indivíduos sobre o tema em estudo, partindo destes documentos que em
muitos casos são os mais disponíveis para os investigadores em relação as referências
bibliográficas.

3.5. Pesquisa Documental


Segundo Lufiande (2017, p.89), a análise documental visa “identificar
informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse”.
Embora pouco explorada, não só na área de Educação como noutras áreas de acção
social, a análise documental pode-se constituir numa técnica valiosa de dados
qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja
desvelando aspectos novos de um tema ou problema.

3.6. Pesquisa bibliográfica


Para a concretização da presente pesquisa usou-se pesquisa bibliográfica que
consistiu em consulta de obras bibliográficas publicadas. Em que após a recolha dos
conteúdos que abordam sobre o tema foram seleccionados os que se adequam ao tema.
Como argumenta Fonseca (2002, p.32), “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do

23
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites”. Apoiando-se assim a
conteúdos científicos já publicados que abordam sobre o tema em estudo na presente
pesquisa partindo de leituras de obras de referência, teses, monografias, artigos,
publicações periódicas como jornais e revistas, que auxiliaram na apresentação do tema
em estudo.

3.7. Entrevista semiestruturada


O autor pautou pela entrevista semiestruturada como uma das técnicas de colecta
de dados na presente pesquisa pelo facto do autor percebeu dos Professores, alunos, e do
conselho na Escola de Boroma Morrumbala. Por um discurso livre sobre a prática da
Leitura e escrita como indicadores da qualidade do Ensino. Deixando assim o
entrevistado narrar a sua concepção e as suas experiencias sobre o tema em estudo.

O que permitiu interpretar o tema mediante as várias formas de percepção dos


intervenientes sobre o tema. Pois para Gil (2002, p. 145), “Entrevista é definida como
sendo uma técnica de colecta de dados em que o pesquisador se apresenta ao pesquisado
e formula-lhe pergunta, com o objectivo de obter os dados que interessam a pesquisa.”
Portanto, foram feitas questões de reflexão aos alunos e professores da língua
portuguesa na Escola de Boroma Morrumbala de modo que estes respondam e apresenta
seu parecer sobre o tema em abordagem, permitindo que o autor tenha mais conteúdos e
de várias vertentes de acordo com o parecer de cada um dos entrevistados.

3.8. Observação não participante


A observação não participante permitiu o autor observar as aulas da língua
portuguesa na Escola de Boroma Morrumbala, sem necessariamente faça parte do grupo
observado e não se deixa envolver pelas situações, onde faz mais papel de espectador.

Para Gil (2008, p. 17), esse tipo de observação “é usada em pesquisas que
requerem uma descrição mais detalhada e precisa dos fenómenos ou em testes de
hipóteses”. Na técnica de colecta de dados, presume-se que o pesquisador saiba
exactamente que informações são relevantes para atingir os objectivos propostos. A
observação não participante se realizou em quatro (4) aulas, dos professores que
constituem campo da pesquisa. Para avaliar qual tem sido as práticas da leitura e escrita
nas aulas da língua portuguesa como indicadores de qualidade do Ensino.
24
3.9. Universo da população
O universo da população estudada corresponde a 56 indivíduos que integram a
totalidade dos elementos que envolvem os alunos da 9ª classe na Escola de Boroma
Morrumbala, sendo constituídos por Professores, Alunos, conselho da escola e/ou pais
encarregados de educação.

3.10 Tipo de amostragem


Para o tipo de amostragem seleccionada para a presente pesquisa, optou-se pela
amostragem não probabilística por acessibilidade. A escolha deste tipo de amostragem
deve-se ao facto desta permitir ao proponente seleccionar amostragem para a sua
pesquisa sem precisar de forma direita um rigor estatístico e por se tratar de uma
pesquisa qualitativa. Gil (2008, p.94), afirma que a amostragem por acessibilidade
constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem é destituída de qualquer
rigor estatístico. Para tal o pesquisador selecciona os elementos a que tem acesso,
admitindo que estes possam representar o universo.

3.11. Amostragem e critério de selecção


“Universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que
apresentam pelo menos uma característica em comum” (Lakatos e Marconi 1992,
p.108).

Do universo de 56 intervenientes, constituído por alunos da 9ª classe na Escola


de Boroma Morrumbala foram seleccionados no total 26 intervenientes, dos quais 16
alunos, onde 6 foram do sexo feminino e 10 do sexo masculino, 2 professores, 1 foram
do sexo masculino e 1 do sexo femininos, 8 pais encarregados de educação ou conselho
da Escola.

Quadro 1: Distribuição da amostra

Mulheres Homens HM

Alunos 6 10 16
Professores 1 1 2
Pais 3 5 8
Total geral 10 16 26
Adaptado pelo autor 2023
25
Para o tipo de amostragem seleccionado para a presente pesquisa e a
amostragem não probabilística por acessibilidade. A escolha deste tipo de amostragem
foi porque esta permitiu ao autor seleccionar amostragem para a sua pesquisa sem
precisar de forma direita um rigor estatístico e por se tratar de uma pesquisa qualitativa.
Gil (2008, p.94), afirma que a amostragem por acessibilidade constitui o menos rigoroso
de todos os tipos de amostragem é destituída de qualquer rigor estatístico. Para tal o
pesquisador selecciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam
representar o universo.

3.12. Técnicas de apresentação, análise e interpretação de dados


Após a colecta de dados através da observação sistemática e da entrevista semi-
estruturada, para a análise e interpretação dos mesmos na monografia foi usada a técnica
de apresentação, análise e interpretação de dados qualitativa. Segundo Richardson
(1999), a análise qualitativa ou o estudo do conteúdo do tipo qualitativo, isto é, dos
conteúdos que não se podem aplicar técnicas aritméticas. Deve-se primeiramente fazer
uma leitura para organizar as ideias incluídas e em seguida analisar elementos e regras
que as determinam. Pelo facto de ser uma pesquisa social, a análise de conteúdo deve
ser eficaz, rigorosa e precisa. De modo a compreender melhor um discurso, de extrair os
momentos mais importantes.

De modo que, o processo de análise, apresentação e interpretação de dados, se torne


mais dinâmico e sigiloso as entrevistas foram codificadas com as seguintes siglas:
A1,A2,A3,A4…. A significar interveniente aluno, P 1,P2, – a significar interveniente
professor e IPEE – a significar interveniente de Pais e Encarregados de Educação.

26
Capítulo IV: Apresentação, Analise e interpretação de dados
Neste capítulo apresenta-se e discute-se os resultados obtidos durante a pesquisa
na Escola de Boroma Morrumbala, envolvendo professores, alunos e pais e
encarregados de Educação, para se analisar da Leitura e Escrito nas aulas da Língua
Portuguesa estudo de caso Alunos da 9ª Classe. Foram analisadas, apresentadas e
interpretadas as diferentes opiniões, visões e sensibilidades dos intervenientes ..

4.1. Causas que concorrem para existência de influências do fraco domínio ou


dificuldades de desenvolvimento das competências da leitura e escrita nos alunos
Para compreender as Causas que concorrem para existência de influências do
fraco domínio ou dificuldades de desenvolvimento das competências da leitura e escrita
nos alunos, foi colocada a seguinte questão de partida: quais são as causas que
contribuem para o fraco domínio da leitura e escrita para com os alunos?

Um dos intervenientes por sinal professor afirma nos seguintes termos:

…Um dos Problemas esta ligado a questões curriculares - o


currículo de ensino e considerado inadequado param o sistema
educativo moçambicano, por este, não estar de acordo com os valores
culturais da nossa sociedade. Problemas escolares relacionam-se com a
falta de motivação por parte dos alunos e Professores o que impossibilita
o bom andamento do processo de ensino aprendizagem. A insuficiência
do material escolar impossibilita a recapitulação dos conteúdos tratados
na aula…. (P4.2023.c.p).

O outro interveniente da pesquisa advoga as seguintes razões:

…Os problemas escolares ambientais são possivelmente os mais


fáceis de detectar porque ocorrem em larga escala e são perturbadores
do desempenho na leitura e escrita, são eles: A não frequência do pré-
escolar, as crianças que tenham frequentado a pré – escola dois a três
anos tem mais probabilidade de serem melhor sucedidas na escola
primária, Mudança frequente dos professores nos primeiros anos da
escola primária – se o aluno for obrigado a confrontar – se com diversos
professores e com diversos métodos de ensino durante a fase decisiva

27
inicial da aprendizagem, pode ver – se em sérios embaraços e Falta dos
professores às aulas – quando os professores dos primeiros anos da
escola primária faltam muito raros são os alunos que não conseguem
acompanhar o ritmo de aprendizagem dos colegas que tem professores
assíduos… [P3.2023].

Para Marques, (2005), afirma ainda que, as dificuldades reveladas pelas crianças
em idade escolar podem levar a uma rejeição das actividades da aula e a um estado de
angústia, que a acompanharão ao longo da escolaridade, assim surgindo um ciclo
vicioso, do qual dificilmente a criança e, mais tarde, o jovem se libertará. Não aprendem
porque tem dificuldades e rejeita as aulas porque não aprende. Por sua vez Polyty
(1998), salienta que assim como o aluno, o professor também apresenta seus problemas
através do comportamento, que tende a ser de certa forma, ser agressivo com os alunos,
isso porque deixam que suas ansiedades prejudiquem a relação entre os mesmos.
Observa-se muito nos professores, uma série de problemas que desfavorece sua auto-
estima e prejudicam o aluno na sua aprendizagem.

A atitude dos pais em relação à vida e a natureza da vida familiar, isto é, a


maioria das crianças com dificuldade de leitura é proveniente de família onde o acto de
ler não faz parte do quotidiano, enquanto, as crianças que manifestam maior facilidade
na aprendizagem da leitura são aquelas cujos lhes contam frequentemente histórias e às
associam as suas conversas e debates

4.2. Percepção dos intervenientes sobre facilidades e ou dificuldades na aplicação


das diversas metodologias
De modo a perceber a concepção dos intervenientes da pesquisa sobre Ensino da
Língua Portuguesa para os alunos, da Influência do Fraco Domínio da Leitura e Escrito
na 9ª Classe. A pesquisadora levantou a seguinte questão para os professores, alunos:
qual é a Facilidades e/ou dificuldades que surgem na aplicação das diversas
metodologias?

…Principalmente a mudança de estratégias para os resultados


positivos da aprendizagem da leitura e da escrita, identificando as
formas que as mesmas utilizam para ultrapassar dificuldades que
possam advir da utilização de um método. Percepcionamos que, quando
um professor começa a leccionar, existe um encaminhamento neste
28
sentido, seja por parte da instituição, dos manuais existentes, de
docentes mais experientes ou dos agrupamentos. No entanto, se surgirem
dúvidas e/ou persistirem dificuldades por parte dos alunos, o professor
tem autonomia para aplicar estratégias que considere viáveis e positivas,
em prol dos objectivos a atingir, sem necessidade de ir verificar se tal
estratégia está, ou não, implícita no método que aplicam por sistema….
(P1, e P4.2023).

A mesma questão foi respondida pelo professor e por cima um dos


intervenientes da pesquisa tendo respondido nos seguintes termos:

…Quanto às facilidades, verificámos que efectivamente quando o


docente inicia a sua prática é auxiliado/acompanhado e utiliza como
base as ferramentas que lhe são fornecidas, pela instituição, restante
grupo docente ou até pelo manual e outros livros de apoio. Tornando-se
assim efectivamente mais simplificada a aplicação de um método, pois
mesmo se o próprio docente não tiver aplicado determinado método
anteriormente, pode aprender enquanto ensina, pois mais uma vez se
conclui que, como em tantas outras vertentes, é através da exposição e
experimentação que é possibilitada a aprendizagem… (P2.2023.c.p).

O outro interveniente afirma que:

…As dificuldades de aprendizagem representam uma das grandes


preocupações das escolas, pois são assumidas como sendo responsáveis
pela grande parte do insucesso escolar dos alunos que se evidencia na
reprovação, e ou no abandono escolar. Assim, a leitura e escrita
constituem elementos essenciais e fundamentais para a aprendizagem,
pois estes (leitura e escrita) são elementos indispensáveis para o sucesso
escolar assim como profissional…. (P1.2023.c.p).

Pacheco (2005, p.47) conceitua dificuldade de aprendizagem como sendo um


termo geral que se refere a um grupo heterogéneo de transtornos que se manifestam por
dificuldades significativas na aquisição e uso da recepção, fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas. Assim, as docentes justificam e fundamentam as
suas opções, em relação ao método que adoptam, se este lhes transmitir maior segurança
a nível conceptual e prático. Mialaret (1976 p. 52) refere que cabe ao professor

29
“perguntar a si próprio em que medida este ou aquele método melhora o psiquismo da
criança e favorece, acelera ou retarda a evolução psicológica” Contudo, e não obstantes,
Viana e Teixeira (2002) indicam que, para o ato do ensino da leitura e da escrita, os
docentes devem utilizar os diferentes métodos de ensino, como suporte, e decidir qual o
melhor método a aplicar.

Desta forma, conclui que para se perceber quando um aluno está tendo
dificuldades de aprendizagem, o professor deve estar atento aos sinais mais comuns que
são eles: a maneira como o aluno processa as informações que recebe, dificuldade para
entender e seguir tarefas e instruções; dificuldade para relembrar o que alguém acaba de
dizer; não domina as destrezas básicas de leitura, soletração, escrita ou matemática,
levando ao fracasso e a frustração no trabalho escolar; dificuldade para distinguir entre a
direita e a esquerda, para identificar palavras, tendo como tendência escrever as letras,
números e palavras ao contrário; fazer desporto ou completar actividades simples, tais
como apontar um lápis, torna-se difícil devido à falta de coordenação; irritação ou
excitação com facilidade, entre outros.

4.3. Compreensão dos intervenientes quanto a Importância do conhecimento de


métodos pelos docentes no processo de ensino da leitura e da escrita
No decorrer deste estudo foi possível verificar que é essencial, no processo do
ensino da leitura e da escrita, a utilização de um método, como foi referido no quadro
teórico. A formação para a utilização de métodos neste processo deve advir da formação
inicial de professores. Considerando a afirmação dos autores da pesquisa, afirmam que é
necessário que professores, durante a sua formação inicial e contínua, estejam sujeitos à
presença de uma formação mais específica referente ao ensino de cada método. Esta
formação permitir-lhes-á adquirir as noções básicas para este mesmo ensino.

…. Posto isto, percepcionamos o contrário aquando das entrevistas, ou


seja, conseguimos compreender que existe uma grande lacuna ao nível
da formação referente aos diferentes métodos de ensino, pois algumas
das docentes afirmaram não terem obtido um conhecimento específico
relativamente à aplicação dos métodos de ensino da leitura e da escrita.
Esta lacuna levou-as a optar por estratégias próprias, que adaptam aos
métodos aplicados, consoante as características dos alunos que
orientam…. (P2,….2023.c.p).

30
Importa também referir que, na formação de professores, seja inicial ou
contínua, “cada vez mais se chama a atenção para a necessidade de reflectir sobre a sua
prática pedagógica: sobre os seus objectivos e a sua relação com o projecto educativo
definido pela escola” (Sá, 2004, p. 33). Referem os autores Viana e Teixeira (2002,
p.86). Que no geral, os professores preocupam-se mais com o ensino da leitura do que
com o processo de ler e, por outro lado, têm pouco conhecimento teórico acerca deste
processo. Tal lacuna de formação repercute-se na utilização generalizada de um
determinado método, sem atender às diferenças individuais de cada criança, quer em
termos de motivação e capacidade de aprender, quer especialmente em termos de
experiências prévias com a linguagem oral e escrita.

4.5. Percepção dos intervenientes sobre Ensino da leitura e escrita


De modo a perceber a concepção dos intervenientes da pesquisa sobre Ensino da
Língua Portuguesa para os alunos, da Influência do Fraco Domínio da Leitura e Escrito
na 8ª Classe. O pesquisador levantou a seguinte questão para os professores, alunos e
pais e encarregados de educação: Que tipo de métodos usa para o ensino da leitura e da
escrita com os seus alunos? Durante a análise da questão acima apresentada, o autor
notou uma tendenciosa unanimidade por parte dos entrevistados em afirmar que o
Ensino da leitura e escrita nos alunos.

…O conhecimento e a valorização da circulação, do uso e das


funções da língua escrita nos alunos são capacidades a serem
trabalhadas com vista à consolidação da apropriação da linguagem pela
criança planificando, ainda que isso se faça com estratégias didácticas
diferenciadas. Já as capacidades necessárias para o uso dos materiais
de leitura e escrita especificamente escolares devem ser tratadas
sistematicamente e consolidadas logo na chegada das crianças e
mantidas, retomadas, sempre que necessário, até o fim do período. Para
isso, a criança precisa a cessar conhecer, utilizar e valorizar os modos
de produção e de circulação da escrita na sociedade... (PR2, P4.2023).

Tratando do mesmo assunto foi colocado a um dos intervenientes e tendo


destacado o seguinte: A cultura escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e
instrumentos que constituem o mundo letrado. Esse processo possibilita aos alunos
compreenderem os usos sociais da escrita e, pedagogicamente, pode gerar práticas e

31
necessidades de leitura e escrita que darão significado às aprendizagens escolares e aos
momentos de sistematização proposto em sala de aula.

…As práticas de leitura e escrita estão presentes em todos os


espaços, a todo o momento, cumprindo diferentes funções na
interlocução entre os sujeitos. Podemos dizer que a escrita existe para
garantir que a sociedade se organize, compreenda os seus enunciados e
que, a partir da escrita as pessoas se tornem mais humanizadas. Mas, de
todo o modo, é a escrita que vai efectivar a inserção e a democratização
do sujeito em todos os espaços culturais e sociais… (P1.P3.2023.c.p).

Para Bortoni-Ricardo (2004), na nossa civilização, todo cidadão, qualquer que


seja seu grau de escolaridade ou sua posição social, está, de algum modo, inserido numa
cultura letrada: tem documentos escritos e realiza, bem ou mal, práticas que dependem
da escrita. Entretanto, é sempre possível alargar as possibilidades de integração e
participação activa na cultura escrita, pela ampliação da convivência e do conhecimento
da língua escrita.

4.6. Compreensão dos intervenientes quanto sobre o gosto pela leitura


De modo a compreender o Domínio da Leitura e Escrito na 9ª Classe. A
pesquisadora levantou a seguinte questão para os professores, alunos Você gosta de ler?
Realiza leituras fora da escola?

…Os alunos afirmam que gostam de ler e se realizam alguma


leitura fora do ambiente escolar. A prática da leitura é fundamental além
do ambiente escolar, e isso favorece o gosto pela leitura, considerando
que o docente também pode contribuir para que o aluno construa esse
tipo de hábito. Essa questão contribuiu para compreender que o gosto
pela leitura pode ser mais presente do que alguns professores supõem,
pois, a maioria dos alunos afirmou gostar de leitura, e isso precisa ser
explorado para construir novas aprendizagens…. (P1.2023.c.p).

A mesma questão foi colocada ao professor e respondeu nos seguintes termos:

Para que os alunos tenham gosto pela leitura é preciso ter a compreensão oral - é
a capacidade para atribuir significado a discursos orais em diferentes variedades do
Português. Esta competência envolve a recepção e a decifração da mensagem por acesso
32
a conhecimento organizado na memória, o que implica prestar atenção ao discurso e
seleccionar o essencial da mensagem.

….E a expressão oral é - a capacidade para produzir cadeias


fónicas dotadas de significado e conformes à gramática da língua. Esta
competência implica o recrutamento de saberes linguísticos e sociais e
supõe uma atitude cooperativa na interacção e o conhecimento dos
papéis desempenhados pelos falantes em cada tipo de situação. ….(P1, e
PR3.2021.c.p).

Um dos intervenientes por sinal professores afirma nos seguintes termos:

…Para os encarregados de educação afirma que trabalhar


conhecimentos, capacidades e atitudes envolvidas na compreensão dos
usos e funções sociais da escrita implica, em primeiro lugar, trazer para
a sala de aula e disponibilizar, para observação e manuseio pelos
alunos, muitos textos, pertencentes a géneros diversificados, presentes
em diferentes portadores de textos. Mas implica também, ao lado disso,
orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos
prévios do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas,
explicitando informações desconhecidas. … (P2, e p4.2023.).

Deste modo conclui que os professores poderão desenvolver actividades de


leitura que possibilitem aos alunos o reconhecimento de textos escritos: identificando os
diferentes portadores de escrita como: livros, jornais, revistas e conversar sobre a leitura
desses materiais; reconhecendo e classificar, pelo formato, diversos portadores da
escrita, tais como livros, revistas, jornais, folhetos; compreendendo as finalidades e
funções da leitura de alguns textos escritos a partir da interpretação e do formato nos
quais se apresentam: livro, jornal, revistas em quadrinhos, cartazes, panfletos, entre
outros; relacionando o suporte às possibilidades de significação do texto.

A Leitura e escrita para os alunos nas aulas da língua portuguesa De modo a


compreender a Influência dos professores no domínio da Leitura e escrita para os alunos
nas aulas da língua portuguesa foram colocados a seguinte questão de partida: Você
gosta das leituras realizadas nas aulas de língua portuguesa?

….Preocupam-se ensinar mais a leitura do que com o processo de


ler e, por outro lado, têm pouco conhecimento teórico acerca deste
33
processo. Tal lacuna de formação repercute-se na utilização
generalizada de um determinado método, sem atender às diferenças
individuais de cada criança, quer em termos de motivação e capacidade
de aprender, quer especialmente em termos de experiências prévias com
a linguagem oral e escrita….. (P3, e P4:2023. c.p).

Um outro interveniente por sinal professor descreve que:

…É necessário que nos professores, durante a formação inicial e


contínua, estejam sujeitos à presença de uma formação mais específica
referente ao ensino de cada método. Esta formação permitir-lhes-á
adquirir as noções básicas para este mesmo ensino. Posto isto,
percepcionamos o contrário aquando das entrevistas, ou seja,
conseguimos compreender que existe uma grande lacuna ao nível da
formação referente aos diferentes métodos de ensino, pois algumas das
docentes afirmaram não terem obtido um conhecimento específico
relativamente à aplicação dos métodos de ensino da leitura e da escrita.
Esta lacuna levou-as a optar por estratégias próprias, que adaptam aos
métodos aplicados, consoante as características dos alunos que
orientam…. (P2:2023. c.p).

A mesma questão foi para um dos alunos e afirma que:

…Um dos intervenientes por sinal aluno afirmou não gostar das
leituras realizadas nas aulas de língua portuguesa por não entender o
que é lido. Em contrapartida, os motivos pelos quais os alunos
afirmaram gostar das leituras foram diversos: porque se aprende mais;
porque são aulas criativas; porque a turma toda participa; porque é
divertido;

…Porque é muito bom; porque a professora transforma leituras


chatas em legais, entre outros. Essa postura dos alunos é muito
interessante, pois, se pode perceber que eles participam das aulas,
gostam de perceber que através da leitura eles aprendem mais, e acham
interessante a turma toda interagindo para aprender durante a leitura…
(A2, A3, A6.2023.c.p).

34
…A mesma questão foi para um dos intervenientes por sinal
aluno descrevendo que: Foi também perceptível que os docentes nem
sempre consideram que, na prática, os métodos de ensino da leitura e da
escrita necessitem de ser aplicados rigorosamente, uma vez que a
alteração de algumas estratégias e recurso aos mais diversos materiais
que vão aparecendo, em função das variáveis que vão surgindo na
prática pedagógica, serão, na opinião dos docentes inquiridos, uma
mais-valia... (P2:2023. c.p).

Importa também referir que, na formação de professores, seja inicial ou


contínua, “cada vez mais se chama a atenção para a necessidade de reflectir sobre a sua
prática pedagógica: sobre os seus objectivos e a sua relação com o projecto educativo
definido pela escola” (Sá, 2004, p. 33).

4.7. Estratégias de leitura e escrita e capacidade de compreender as influências do


fraco domínio da leitura e escrita
Para compreender das estratégias ideias e das influencias do fraco domínio da
leitura e escrita, foi preciso colocar a seguinte questão: quais são as Estratégias de
leitura e escrita e capacidade de compreender as influências do fraco domínio da leitura
e escrita? Os intervenientes afirmam nos seguintes termos:

…É preciso ter a compreensão dos textos pelos alunos é a meta


principal do ensino da leitura. Desse modo, ler com compreensão não
inclui só o aspecto linear da escrita, mas a capacidade de fazer
inferências. A compreensão linear depende da capacidade de construir
um fio condutor que unifica e inter-relaciona os conteúdos lidos,
compondo um todo coerente. Por exemplo, ao acabar de ler uma
narrativa, ser capaz de dizer quem fez o quê, como, quando, onde e por
quê. Já a capacidade de produzir inferências diz respeito ao ler nas
entrelinhas, compreender os subentendidos, os não ditos, a realização de
operações como associar elementos diversos, presentes no texto ou que
fazem parte das vivências do leitor, para compreender informações, ou
inter-relações entre informações que não estejam explicitadas no texto….
(P2, P3, e P4:2023. c.p).

Um outro interveniente descreve que:


35
…Outras actividades adequadas para desenvolver a capacidade de
compreensão e que podem ter início mesmo antes da alfabetização,
porque podem ser realizadas a partir da leitura em voz alta feita pelo
professor, são as que levam os alunos a partilharem suas emoções e
compreensão com os colegas, avaliando e comentando o texto,
resumindo-o, explicando-o, fazendo extrapolações, isto é, projectando o
sentido do texto para outras vivências, outras realidades. Resumir,
explicar, discutir e avaliar o texto requer tê-lo compreendido
globalmente, ter interligado informações e produzido inferências. Fazer
extrapolações pertinentes – sem perder o texto de vista – contribui para o
aprendizado afectivo de descobrir que as coisas que se lêem nos textos,
podem fazer parte da nossa vida, podem ter utilidade e relevância para
nós…. (PR1, e PR4:2021. c.p).

A leitura é uma actividade que se realiza individualmente, mas que se insere


num contexto social, envolvendo disposições altitudinais e capacidades que vão desde a
decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o
texto lido. Abrange, pois, desde “capacidades desenvolvidas no processo de
alfabetização, até capacidades que habilitam o aluno à participação activa nas práticas
sociais letradas que contribuem para o seu letramento.” (Soares, 2004, p. 87).

36
Capítulo V: Conclusão e Sugestões
5.1. Conclusão
Terminada a Monografia científica que tem como tema: Leitura escrita na Escola
de Boroma Morrumbala caso dos alunos da 9ª classe2022-2023. Uma pesquisa que teve
como problemática principal Analisar as estratégias das Práticas da Leitura e Escrito nas
aulas da Língua Portuguesa para melhorar domínio da Leitura e Escrito dos alunos da 9ª
classe. Feita a colecta, apresentação, análise e interpretação de dados obtidos durante a
pesquisa, conclui-se que a Leitura e Escrita nas aulas da Língua Portuguesa é motivado
por falta do diálogo entre os professores, alunos e os pais e encarregados de Educação
com os seus educandos visto que durante a pesquisa alguns alunos afirmam que não
sabe ler e nem escrever porque não são apoiados nas dificuldades que tem o que tem
contribuído para fraco domino da leitura e escrita.

As estratégias de ensino são aspecto fundamental na actuação do docente no


processo de ensino e aprendizagem. Porém nem a aplicação correcta destas não garante
o sucesso do PEA, para atingir tal sucesso é necessário que a Escola, sobretudo o
professor desenvolva capacidade de observar outros factores que podem perturbar a
aprendizagem dos alunos, de modo ajudar os alunos a superá-los, para que estes por sua
vez logram sucesso na sua aprendizagem. No que concerne as estratégias que os
professores usam para o desenvolvimento das competências de Leitura e Escrita nos
alunos, ao longo da pesquisa, os professores demonstraram que usam as estratégias de
ensino, sendo que eles apontaram o método misto como o que eles frequentemente usam
o que converge com a perspectiva de alguns autores que salientam que apesar de não
poder se afirmar categoricamente quais são os métodos mais adequados para o ensino
da leitura e escrita, devido a natureza de cada Escola da disponibilidade do material para
o PEA. Quanto as competências básicas necessárias para a aquisição da leitura e escrita
pelos alunos, tanto os professores, foram unânimes quanto a necessidade de desenvolver
nos alunos todas competências descritas no inquérito, sendo que o não desenvolvimento
de uma dada competência pode contribuir em larga para existência de dificuldades de
aprendizagem da leitura e escrita. No que diz respeito às dificuldades apresentadas pelos
alunos no desenvolvimento de competências da leitura e escrita, apesar dos professores
e a direcção da escola assumirem a existência de dificuldades de aprendizagem nos
alunos, ficou claro que na Escola não existe um trabalho específico tanto dos
professores assim como da direcção da escola para ajudar os alunos a superar as
dificuldades que estes apresentam na aprendizagem da leitura e escrita.
37
Em paralelo com as dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita nos alunos
constatamos também que em relação às causas que concorrem para existência de
dificuldades de desenvolvimento das competências da leitura e escrita nos alunos
também n existe um trabalho extra-escolar nem por parte dos professores assim como
da direcção da escola para dar apoio a estes alunos. Assim conclui-se o fraco
desenvolvimento das competências da leitura e da escrita nos alunos deve-se a fraca
aplicação das estratégias de ensino a leitura e escrita e a falta de um plano de trabalho
específico ou extra-escolar dos professores assim como da direcção da escola para junto
dos alunos que demonstram dificuldades em ler e escrever desenvolver um plano de
estudo para estes. É importante realçar que com as mudanças frequentes de currículos, e
necessário que haja uma constante actualização dos professores em matérias de
estratégias de ensino sobre tudo de leitura e escrita, a fim de, cada vez mais, melhorar a
sua performance na implementação de estratégias de ensino.

Sendo a leitura e a escrita competências elementares e indispensáveis à vida


académica, social e profissional de qualquer indivíduo, o processo de aprendizagem
deste deve incidir sobretudo no desenvolvimento destas competências. O professor tem
um papel essencial nesta fase, pois o sucesso da aquisição destas competências está
relacionado com o aluno, com as suas características individuais, o meio que o rodeia e
as suas experiências dentro e fora do contexto escolar. É a partir do conhecimento e das
considerações pelas singularidades cognitivas e linguísticas que se distinguem os
alunos, para a escola e o docente poderem dar uma resposta positiva relativamente às
necessidades educacionais dos mesmos, ensinando a leitura e a escrita de forma mais
eficaz e bem-sucedida.

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Sugestões
A todos professores, alunos, direcção da Escola da Escola Secundária Geral de
Morrumbala sugere-se que trabalhem arduamente no processo de ensino-aprendizagem
privilegiando o uso de estratégias, sobre tudo de ensino da leitura e escrita com vista
melhorar os índices de insucesso escolar que se verificam no ensino primário, estes
devem assumir que o sucesso do ensino depende deles e que a leitura e escrita, são
elementos chave para se alcançar este sucesso. Deste modo para melhorar a leitura e
escrita nos alunos, deixamos as seguintes Sugestões:

Aos professores da Escola Secundária Geral de Luabo

 Nas classes iniciais devem privilegiar o uso de estratégia de jogos infantis de


modo a desenvolver capacidade de habilidades motoras assim como da fala para
ajudar as crianças a perderem medo e receio na relação com os colegas
facilitando assim a aprendizagem,
 Nas classes subsequentes deve se privilegiar sobretudo o método misto,
Desenvolver um trabalho de acompanhamento aos alunos com dificuldades de
aprendizagem.

À Direcção da Escola Secundária Geral de Morrumbala

 Garantir uma assistência permanente as aulas, para observar e garantir a


aplicação das estratégias de ensino por parte dos professores;
 Desenvolver um plano de intervenção para ajudar e orientar os alunos com
problemas de aprendizagem, garantindo um acompanhamento permanente para
que estes possam superar as suas dificuldades e lograrem sucesso na sua
aprendizagem;
 Garantir que todos professores participem em seminários de actualização em
matérias de ensino da leitura e escrita.

Aos alunos da Escola Secundária Geral de Morrumbala

 Participem activamente nas aulas da Língua portuguesa de modo a reduzir a


fraca participação dos alunos nas aulas de Educação Física;
 Relacionar os conteúdos aprendidos das aulas da Língua portuguesa com o que
aprende com os seus encarregados de Educação;
 Formar pequenos grupos de modo a participar nas jornadas de leitura e escrita na
comunidade onde esta inserida.
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5.2. Referências Bibliográficas
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Anexo I
Figura I: Imagem frontal referente da Escola Secundária Geral de Luabo

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