Universidade Aberta ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português
LINGUÍSTICA II
A Importância Dos Actos Ilocutórios E Perculatórios No Processo De Comunicação
Dilaila Delfim Damiano Guemo: 51230895
Macossa, Agosto de 2023
Universidade Aberta Isced (UnISCED)
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português
LINGUÍSTICA II
A Importância Dos Actos Ilocutórios E Perculatórios No Processo De Comunicação
Trabalho de Carácter avaliativo, desenvolvido no
Campo a ser submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Português da UnISCED.
Tutor: Priscila Dos Anjos Alface
Dilaila Delfim Damiano Guemo: 51230895
Macossa, Agosto de 2023
Índice
CAPITULO I .................................................................................................................................. 1
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 1
1.2. Objectivo Geral .................................................................................................................... 1
1.3. Objectivos específicos ......................................................................................................... 1
CAPÍTULO II ................................................................................................................................. 2
2. Fundamentação teórica ............................................................................................................... 2
2.1. A Importância Dos Actos Ilocutórios E Perculatórios No Processo De Comunicação ........... 2
2.1.1. Actos Ilocutórios ................................................................................................................... 2
Actos ilocutórios assertivos ..................................................................................................... 3
2.2. Actos Perculatórios No Processo De Comunicação ................................................................ 4
CAPITULO III ................................................................................................................................ 6
3. Metodologia ................................................................................................................................ 6
3.1. Tipo de Pesquisa ...................................................................................................................... 6
3.4. Métodos de abordagem ............................................................................................................ 7
CAPITULO IV................................................................................................................................ 8
4. Conclusão.................................................................................................................................... 8
CAPÍTULO V ................................................................................................................................. 9
5. Bibliografia ................................................................................................................................. 9
CAPITULO I
Em resumo, este capítulo apresenta o contexto geral do estudo, indicando os objectivos,
hipóteses e a justificativa.
1. Introdução
A importância dos atos ilocutórios e perlocutórios no processo de comunicação é um tema
relevante e fascinante. No âmbito da linguística e da pragmática, esses conceitos desempenham
um papel fundamental na transmissão de intenções e na produção de efeitos na comunicação
verbal. Os atos ilocutórios referem-se às intenções comunicativas expressas pelo falante,
enquanto os atos perlocutórios dizem respeito aos efeitos causados nos ouvintes. Compreender e
utilizar adequadamente esses tipos de atos é essencial para uma comunicação eficaz e bem-
sucedida. Nesta discussão, exploraremos em detalhes a importância desses conceitos no processo
de comunicação.
1.1. Objectivos
Neste item irei descrever detalhadamente, os reais motivos da escolha do tema em questão.
1.2. Objectivo Geral
➢ objetivo geral desta discussão é compreender a importância dos atos ilocutórios e
perlocutórios no processo de comunicação, destacando sua influência na transmissão de
intenções e na produção de efeitos nos ouvintes.
1.3. Objectivos específicos
➢ Explorar os conceitos de atos ilocutórios e perlocutórios, definindo suas características e
diferenças.
➢ Analisar como os atos ilocutórios são utilizados para expressar intenções comunicativas,
como perguntar, afirmar, prometer, entre outros.
➢ Discutir a importância da adequação e da interpretação correta dos atos ilocutórios e
perlocutórios para uma comunicação eficaz.
1
➢ Examinar exemplos práticos de situações em que os atos ilocutórios e perlocutórios
desempenham um papel significativo na comunicação.
CAPÍTULO II
2. Fundamentação teórica
Ao longo deste capítulo, debruçaremos as definições e conceitos envolvidos nos materiais para a
construção do protótipo para o presente trabalho.
2.1. A Importância Dos Actos Ilocutórios E Perculatórios No Processo De Comunicação
Os atos ilocutórios são expressões linguísticas que têm o poder de realizar uma ação ou
transmitir uma intenção. Eles são baseados nas regras e convenções sociais e podem ser
classificados em diferentes categorias, como afirmar, perguntar, prometer, agradecer, entre
outros. Por exemplo, quando alguém diz "Eu prometo que estarei lá", está realizando um ato
ilocutório de prometer.
Já os atos perlocutórios são os efeitos ou impactos que os atos ilocutórios têm sobre o ouvinte ou
receptor da mensagem. Eles podem variar dependendo do contexto e das características do
receptor. Por exemplo, se alguém faz um elogio a outra pessoa, o efeito perlocutório pode ser
fazer com que a pessoa se sinta valorizada e motivada.
Ambos os tipos de atos são importantes no processo de comunicação, pois ajudam a transmitir
intenções, influenciar comportamentos e alcançar objetivos comunicativos. Compreender e
utilizar adequadamente os atos ilocutórios e perlocutórios é essencial para uma comunicação
eficaz e bem-sucedida.
2.1.1. Actos Ilocutórios
Considera-se ACTO ILOCUTÓRIO, todo o acto discursivo que não só produz um enunciado,
mas realiza também uma acção.
Os actos ilocutórios podem distribuir-se por cinco categorias diferentes:
• Actos Ilocutórios Expressivos
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São os actos discursivos que revelam o estado de espírito ou que expressam as atitudes do
locutor.
Exemplo
Bom dia! Os meus pêsames! Estás linda! Lamento o que aconteceu! Parabéns! Graças a Deus.
Verbos que realizam actos expressivos
Agradecer, Congratular (-se), Desculpar -se, Lamentar, Cumprimentar, Dar boas-vindas, +
Expressões exclamativas + Emprego do modo conjuntivo.
• Actos ilocutórios compromissivos
São os actos discursivos através dos quais o locutor se compromete com o futuro da acção.
Exemplo
Aposto que não falho! Prometo estudar mais! Ser-te-ei fiel! Lá estarei à hora combinada! Vou
defender o meu projecto!
Verbos que realizam actos compromissivos
Prometer, Comprometer-se, Garantir, Tencionar, Aceitar Assegurar, Afiançar, Jurar, Apostar +
Futuro do indicativo.
• Actos ilocutórios directivos
São os actos discursivos que levam o interlocutor a realizar uma acção.
Exemplo.
Seria melhor fazeres exame! Despacha-te! Não pisar a relva. Ajuda-me, por favor! Quero esse
trabalho terminado dentro de meia hora!
Verbos que realizam actos directivos
Perguntar, Ordenar Pedir, Implorar Convidar, Permitir Aconselhar, Avisar, Exigir + Frases
imperativas, interrogativas e declarativas.
• Actos ilocutórios assertivos
São os actos discursivos a partir dos quais se estabelece uma relação ente o locutor e a verdade
do enunciado.
Exemplo
Discordo com o que foi dito. O dia amanheceu cinzento.
Saramago recebeu o prémio Nobel da Literatura.
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Verbos que realizam actos assertivos
Afirmar, Acreditar. Descrever, Negar, Aceitar, Achar, Confessar, Sugerir, Considerar, Concluir,
Colocar uma hipótese, + frases do tipo declarativo
• Actos Ilocutórios Declarativos
São os actos discursivos que criam uma nova realidade, que alteram o estado das coisas ou das
pessoas. o locutor é directamente responsável por essa alteração.
Exemplo.
Está aberta a sessão! Declaro-vos marido e mulher! Baptizo este barco com o nome "Rainha dos
Mares"
Verbos que realizam actos declarativos
Declarar, Pronunciar, Baptizar, Abençoar, Casar, Abrir uma sessão.
2.2. Actos Perculatórios No Processo De Comunicação
acto perlocutório: corresponde aos efeitos que um dado ato ilocutório produz no alocutário.
Verbos como convencer, persuadir ou assustar ocorrem neste tipo de atos de fala, pois informam-
nos do efeito causado no alocutário ou seja.
O acto perlocutório é o ato que tenderia a produzir certos efeitos menos diretos sobre o
interlocutor: questionamento, medo, convencimento etc; efeitos que podem realizar-se ou não.
Por exemplo, ao dar um conselho a alguém (ato ilocutório) do tipo: ‘’Por que você não vai de
carro?’’, o enunciador pode estar tentando (e conseguir) levar o destinatário a lhe oferecer uma
carona (ato perlocutório).
A maior contribuição de Austin foi ter proposto de forma inequívoca um redimensionamento da
linguagem no que diz respeito a sua natureza e a sua vocação – a linguagem é uma forma de ação
- abandonando assim a concepção de linguagem como representação do mundo e do pensamento.
A partir do estudo de Austin, Searle (1982) propõe cinco tipos de atos de fala: representativos
(que descrevem um fato); diretivos (que levam o interlocutor a realizar uma determinada ação
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futura); comissivos (que engajam o locutor a realizar uma ação futura); declarativos (que tornam
efetivo o conteúdo do ato) e expressivos (que expressam um estado psicológico, dentre outras
contribuições).
Searle, ao retomar a teoria de Austin, também considera que o ato ilocutório pode ser realizado
de duas formas: uma explícita, com o uso de um performativo, e outra implícita, sem o uso de
um performativo.Mas, nesse segundo tipo, sempre seria possível depreender o performativo
omitido, como em:
– Vamos assustá-lo. = Eu afirmo que vamos assustá-lo
– Vamos assustá-lo? = Eu pergunto se vamos assustá-lo
– Vamos assustá-lo! = Eu ordeno que o assustemos
Adotada, aperfeiçoada ou contestada, a teoria desenvolvida por Austin e Searle influenciou um
grande número de lingüistas, dentre eles, Kerbrat-Orecchioni, especialista em análise
conversacional, que utiliza alguns de seus conceitos na análise da interação verbal. Em Os atos
de linguagem no discurso, ela faz uma leitura de vários pontos do assunto, lembrando que, na
comunicação, os enunciados efetuados geralmente são acompanhados de gestos, mímicos e
outras produções corporais’’ (2001:150).
Pr: Então, o golfinho avança, recua e pode também descer no mar (gestos) e o contrário, pode?
Julia: Recuar (hesitante)
Pr: Não, descer e (gestos)
Julia: Ah sim, subir
Pr: Não dessa forma. Ele desce e (gestos)
Fab: Subir
Pr: Sim, é isso.
Observa-se ao longo desse trecho que o professor utiliza além dos atos de linguagem verbais, os
não-verbais para que os alunos empreguem o vocábulo correspondente (subir). Até os alunos a
empregarem, o professor negocia a exploração lexical sobretudo fazendo gestos.
A partir da explanação feita já é possível distinguir os atos de linguagem verbal e não-verbal e
suas funções tendo em vista a análise da interação estabelecida no processo de ensino /
aprendizagem.
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CAPITULO III
3. Metodologia
Neste item, debruçaremos as formas ou metodologias usadas para a aquisição de dados para a
efectivação deste trabalho.
3.1. Tipo de Pesquisa
Do ponto de vista da abordagem do problema, será feita uma pesquisa mista, isto é, qualitativa e
quantitativa. AFONSO & BALOI (s/d, p.135) afirma que, ambas são importantes formas de
investigação com os seus próprios pontos fracos e fortes. Elas não são formas exclusivas uma da
outra, razão pela qual existem pesquisadores que optam por empregar as duas formas num
mesmo projecto de investigação. Quanto a natureza, a pesquisa a ser desenvolvida deverá ser
pesquisas de ciências naturais que tem como objectivo empregar medidas padronizadas e
sistemáticas, reunindo respostas prédeterminadas, facilitando a comparação e a análise de
medidas estatísticas de dados.
Segundo SILVA & MENEZES (2005), uma pesquisa aplicada objectiva gerar conhecimentos
para aplicação prática e dirigidos a solução de problemas específicos. Envolve verdades e
interesses locais. Quanto aos objectivos, a pesquisa deverá ser exploratória, que de acordo com
GIL (2002) têm como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Ainda de acordo com o mesmo autor, pode se
dizer que estas pesquisas têm como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou descoberta
de intuições. No que respeita aos procedimentos técnicos será uma pesquisa de campo, que
segundo FONSECA, citado por GERHARDT & SILVEIRA (2009), caracteriza-se pelas
investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza colecta de
dados junto as pessoas, com recurso a diferentes tipos de pesquisa.
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3.4. Métodos de abordagem
Segundo CERVO & BERVIAN (1983) citados por ANDRADE (2007), método de abordagem é
o conjunto de procedimentos utilizados na investigação de fenómenos ou caminhos para chegar-
se à verdade. O método de abordagem a ser usado na presente pesquisa é o método dedutivo,
que de acordo com GIL (1999) & LAKATOS, MARCONI (1993) citados por SILVA &
MENEZES (2005), usa o silogismo, construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar
uma terceira logicamente decorrente das duas premissas, denominada de conclusão. No método
dedutivo procura-se a todo o custo confirmar a hipótese.
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CAPITULO IV
4. Conclusão
Em conclusão, os atos ilocutórios e perlocutórios desempenham um papel crucial no processo de
comunicação. Os atos ilocutórios permitem expressar intenções comunicativas e transmitir
significados, enquanto os atos perlocutórios têm o poder de influenciar as emoções, atitudes e
comportamentos dos ouvintes. Compreender e utilizar adequadamente esses tipos de atos é
essencial para uma comunicação eficaz e bem-sucedida. Ao reconhecer a importância desses
conceitos, podemos melhorar nossa capacidade de transmitir mensagens claras, estabelecer
relações interpessoais mais positivas e alcançar nossos objetivos comunicativos.
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CAPÍTULO V
5. Bibliografia
[1]. AFONSO, Emília; BALOI, Mário Suarte. Módulo de metodologia científica. Introdução a
investigação científica. Ensino à distância. Universidade Pedagógica, (s/d).
[2]. AGUIAR JÚNIOR, O.; SARAIVA, J. F. (1999). Modelos de ensino para mudanças
cognitivas: fundamentação e diretrizes de pesquisa. In: Ensaio- Pesq. Educ. Ciênc. 1 (1), 47-67.
[3]. ANDRÉ, Marli E. D. A de. (2000). Etnografia da prática escolar. 4. ed. Campinas/ BRA:
Papirus. (Série prática pedagógica).
[4]. ANDRADE, Maria Margarida de Introdução a metodologia do trabalho científico, 8a ed.
São Paulo, Atlas, 2007.
Amselek, Paul (1986). Théorie des actes de langage, éthique et droit. Paris: PUF
Armengaud, Françoise (2006). A pragmática. Traduzido por Marcionilo, Marcos. São Paulo:
Parábola Editorial
Austin, John (1990). Quando dizer é fazer: palavras e ação. Traduzido por Marcondes Filho,
Danilo. Porto Alegre: Artes Médicas