SISTEMAS HIDRÁULICOS e PNEUMÁTICOS
FBX4071A
Prof. Rafael Tronca
TRANSMISSÃO de POTÊNCIA
Métodos de transmissão de potência:
✓ Mecânica – mais antiga; invenção da roda; engrenagens,
cames, correias, correntes, molas, polias;
✓ Elétrica – mais moderna; melhor meio de transmitir a
longas distâncias; geradores, motores elétricos,
condutores;
✓ Fluídica – origem a milhares de anos antes de Cristo; roda
d’água; canais ou dutos para armazenamento e
transmissão; uso sob pressão como meio de transmissão
de potência é mais recente (primeira guerra mundial).
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
HIDRÁULICA:
Ciência que estuda os fluidos em escoamento e sob
pressão;
PNEUMÁTICA:
Ciência que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos
físicos relacionados a gases e vácuos;
FLUIDO:
Qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma
do recipiente que o contém, podendo ser líquido ou
gasoso.
SISTEMAS HIDRÁULICOS e PNEUMÁTICOS
A maior parte das máquinas é movimentada por meio de dois
tipos de energia: a hidráulica e a pneumática.
Essas duas tecnologias são reconhecidas como sendo
bastante eficientes, motivo pelo qual têm sido empregadas
nas mais diversas aplicações de movimento e controle de
automação.
Apesar de sua popularidade, no entanto, um grande número
de pessoas não sabe distingui-las, não compreendendo
exatamente qual a função de cada um desses sistemas e
acabando, muitas vezes, escolhendo aquele que não é o
mais adequado para as suas necessidades.
SISTEMAS HIDRÁULICOS e PNEUMÁTICOS
O sistema hidráulico é consideravelmente mais novo que o
pneumático. Trata-se, basicamente, de um tipo de sistema
que é capaz de gerar força e/ou movimento mecânico por
meio da pressurização de algum tipo de fluido líquido, como
um óleo, por exemplo.
São sistemas capazes de gerar grandes quantidades de força
e realizar movimentos de forma precisa.
Por utilizarem fluidos, no entanto, estão sujeitos a
vazamentos, tendo, por conta disso, custo de manutenção
elevado.
SISTEMAS HIDRÁULICOS e PNEUMÁTICOS
O sistema pneumático, por sua vez, opera de forma bastante
semelhante ao hidráulico.
A principal diferença entre ambos os sistemas é que
enquanto o sistema hidráulico utiliza um fluido líquido, o
pneumático utiliza um fluido gasoso, como ar comprimido ou
nitrogênio.
São sistemas capazes de gerar pequenas quantidades de
força e realizar movimentos de forma não tão precisa,
motivo pelo qual possui limitações de aplicação.
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
COMPOSIÇÃO BÁSICA:
GRUPO de
GERAÇÃO
GRUPO de
CONTROLE
GRUPO de
ATUAÇÃO
GRUPO de LIGAÇÃO
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
SISTEMA SISTEMA
CARACTERÍSTICAS
HIDRÁULICO PNEUMÁTICO
Reversibilidade do movimento Instantânea Instantânea
Controle de velocidade Preciso Razoável
Sobrecargas Seguro Seguro
Capacidade de força e velocidade Alta / média a alta Baixa / alta
Manipulação e rearranjos Complexo /complexo Fácil / fácil
SISTEMAS HIDRÁULICOS x PNEUMÁTICOS
Fatores para escolha:
✓ Ciclo de operação do equipamento;
✓ Forças e velocidades a serem aplicadas;
✓ Recursos necessários durante o ciclo de trabalho da
máquina.
INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA
HISTÓRIA
Em 1795, Joseph Bramah construiu a primeira prensa
hidráulica (com água);
Em 1850, Armstrong desenvolveu o primeiro guindaste
hidráulico;
Em 1900, foi construída a primeira bomba de pistões axiais
nos USA (utilização de óleo mineral).
CONCEITOS BÁSICOS
Fluido – qualquer substância capaz de escoar e assumir a
forma do recipiente que o contém, podendo ser líquido ou
gasoso; no nosso estudo, ÓLEO HIDRÁULICO (ou,
simplesmente, ÓLEO);
Hidráulica – ciência que estuda os fluidos em escoamento e
sob pressão; no nosso estudo, ÓLEO HIDRÁULICA (ou,
simplesmente, HIDRÁULICA);
Sistemas óleo-hidráulicos – são sistemas transmissores de
potência ou movimento, utilizando o óleo sob pressão; no
nosso estudo, SISTEMAS HIDRÁULICOS.
VANTAGENS x DESVANTAGENS
VANTAGENS DESVANTAGENS
Velocidade variável Custo elevado
Reversibilidade instantânea Constantes vazamentos de óleo
Parada instantânea e proteção Baixa especialização de técnicos
contra sobrecargas de operação e manutenção
Forças elevadas com relação à
potência instalada
COMPOSIÇÃO BÁSICA
Sistema hidráulico: gera, controle e aplica potência
hidráulica.
GRUPO de GERAÇÃO
Transforma potência mecânica
em hidráulica.
GRUPO de CONTROLE
Controla a potência hidráulica.
GRUPO de ATUAÇÃO
Transforma potência
hidráulica em mecânica.
GRUPO de LIGAÇÃO
Responsável pela interligação
dos componentes dos grupos de
geração, de controle e de
atuação.
LEI de PASCAL
- “A pressão exercida em um ponto qualquer de um fluido em repouso,
transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido e atua
perpendicularmente contra as paredes do recipiente que o contém”.
PRINCÍPIO da PRENSA HIDRÁULICA
CONSERVAÇÃO de ENERGIA
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
Quem gera a pressão em um sistema hidráulico?
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
A “pressão resulta da resistência ao deslocamento do
fluido”.
Como exemplos:
✓ Carga de um atuador;
✓ Restrição na tubulação;
✓ Perda de carga no sistema.
FATORES de CONVERSÃO de UNIDADES de
PRESSÃO
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
Quem gera a vazão em um sistema hidráulico?
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
A vazão pode ser fornecida por uma bomba hidráulica
ou, então, pelo peso do fluido.
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
Fluxo e queda de pressão – para que um fluido escoe, deve
existir um condição de desequilíbrio de pressão para
permitir o movimento.
Assim sendo, quando houver fluxo através de um tubo de
diâmetro constante, a pressão será sempre menor na saída.
PRINCÍPIOS de PRESSÃO e de VAZÃO
Diferencial de pressão: é a diferença de pressão entre
dois pontos do mesmo sistema gerada pela resistência
ao deslocamento do fluido.
PRINCÍPIO de BERNOULLI
A soma da energia potencial e da energia cinética, nos vários
pontos de um sistema, são constantes para uma vazão
constante.
Quando o diâmetro de um tubo diminui, a velocidade do
fluido aumenta (aumento da energia cinética).
Como compensação, há a redução da pressão neste mesmo
ponto.
FLUXO LAMINAR e FLUXO TURBULENTO
O tipo de escoamento depende de vários fatores,
entre eles:
✓ Rugosidade interna da tubulação;
✓ Diâmetro interno da tubulação;
✓ Velocidade do fluido;
✓ Viscosidade do fluido.
FLUXO LAMINAR
Fluxo laminar – ocorre quando as partículas de um
fluido se movimentam em camadas paralelas entre si
ao longo de um tubo, gerando baixo atrito entre as
partículas do óleo.
✓ Menor pressão e menor aquecimento.
FLUXO TURBULENTO
Fluxo turbulento – ocorre quando as partículas de um
fluido não se movimentam suavemente e em paralelo
à direção do fluxo, mudando constantemente de
posição, chocando-se com as outras partículas e
contra as paredes internas do tubo.
✓ Maior pressão de operação, maior aquecimento e
maior consumo de energia.
FLUXO LAMINAR e FLUXO TURBULENTO
Para determinar se o fluxo de óleo é laminar ou se é
turbulento, calcula-se o número de Reynolds.
𝐕𝐱 Ø
𝑅=
ν
R = número de Reynolds
V = velocidade recomendada (cm/s)
Ø = diâmetro interno (cm)
ν = viscosidade cinemática (0,475 cm²/s)
NÚMERO de REYNOLDS
Se:
0 < R ≤ 2.000 → escoamento laminar
2.000 < R ≤ 3.000 → escoamento indeterminado
R ≥ 3.000 → escoamento turbulento
FLUIDOS HIDRÁULICOS
Principais funções:
✓ Transmissão de energia;
✓ Lubrificação das partes internas móveis;
✓ Transferências de calor;
✓ Vedação de folgas entre partes móveis.
FLUIDOS HIDRÁULICOS
Fluidos resistentes ao fogo:
✓ Sintéticos - ésteres de fosfato, hidrocarbonos clorados ou
uma mistura dos dois, com uma pequena fração de
petróleo;
✓ Água-glicóis - solução de glicol (60%) e água (40%);
✓ Emulsões de óleo em água – mistura de óleo (de 1% a 40%)
numa quantidade de água (de 99% a 60%);
✓ Emulsões de água em óleo – conhecida como emulsão
invertida, onde o óleo é predominante (40% de água e 60%
de óleo).
FLUIDOS HIDRÁULICOS
Óleo mineral:
De uso mais comum, são fluidos derivados do petróleo
(apesar da ampla utilização, trata-se de um fluido
inflamável).
ADITIVOS PROTETORES do ÓLEO MINERAL
✓ Aditivos Antiespumantes:
Os aditivos antiespumantes não permitem que bolhas de ar
sejam recolhidas pelo óleo, o que resultaria numa falha do
sistema de lubrificação.
Estes inibidores operam combinando as pequenas bolhas de
ar em bolhas grandes que se desprendem da superfície do
fluido e estouram.
ADITIVOS PROTETORES do ÓLEO MINERAL
✓ Inibidores de oxidação:
A oxidação do óleo ocorre por causa de uma reação entre o óleo e
o oxigênio do ar.
A oxidação resulta em baixa capacidade de lubrificação na
formação de ácido e na geração de partículas de carbono e
aumento da viscosidade do fluido. A oxidação do óleo é
aumentada por três fatores:
- alta temperatura do óleo;
- catalisadores metálicos, tais como cobre, ferro ou chumbo;
- o aumento no fornecimento de oxigênio.
ADITIVOS PROTETORES de SUPERFÍCIES
CONTRA CORROSÃO, ATRITO e DESGASTE
✓ Aditivos de extrema pressão ou antidesgaste:
Estes aditivos são usados em aplicações de alta temperatura
e alta pressão.
Em pontos localizados onde ocorrem temperaturas ou
pressões altas (por exemplo, as extremidades das palhetas
numa bomba ou motor de palheta).
ADITIVOS PROTETORES de SUPERFÍCIES
CONTRA CORROSÃO, ATRITO e DESGASTE
✓ Inibidores de corrosão:
Os inibidores de corrosão protegem as superfícies de metal
do ataque por ácidos e material oxidante.
Este inibidor forma um filme protetor sobre as superfícies do
metal e neutraliza o material corrosivo ácido à medida que
ele se forma.
PROPRIEDADES dos FLUIDOS HIDRÁULICOS
✓ Viscosidade – é a medida da resistência que o fluido
oferece ao escoamento. Quanto maior a viscosidade,
maior a resistência ao seu escoamento.
32 cSt 46 cSt 68 cSt
VISCOSIDADE ISO VG 32 ISO VG 46 ISO VG 68
150 SSU 217 SSU 315 SSU
TEMPERATURA
Até 35°C De 35°C a 50°C De 50°C a 65°C
recomendada
VISCOSIDADE e TEMPERATURA
VISCOSIDADE e TEMPERATURA
PROPRIEDADES dos FLUIDOS HIDRÁULICOS
✓ Compressibilidade – a taxa de compressibilidade de um
óleo mineral varia, aproximadamente, 1,0% a cada 100
bar. Admite-se, então, que o óleo é incompressível.
INTRODUÇÃO À PNEUMÁTICA
HISTÓRIA
No Velho Testamento, são encontradas referências ao
emprego do ar comprimido na fundição de prata, de ferro,
de chumbo e de estanho;
No século III, em Alexandria, foi fundada a Escola de
Mecânicos, especializada em Alta Mecânica, onde se
construíram máquinas impulsionadas por ar comprimido;
Após um longo período de paralisação, o uso da energia
pneumática renasceu por volta dos séculos XVI e XVII;
E, na segunda metade do século XIX, o ar comprimido
adquiriu importância industrial.
VANTAGENS x DESVANTAGENS
VANTAGENS DESVANTAGENS
O ar comprimido precisa de uma
Incremento de produção
boa preparação para operar
Redução dos custos operacionais e
Forças produzidas são baixas
do nº de acidentes
Facilidade de introdução ou Dificuldade de operar a
remodelação velocidades baixas
Simplicidade de manipulação Compressibilidade
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Compressibilidade:
O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de
ocupar todo o volume de qualquer recipiente, adquirindo
seu formato, já que não possui forma própria.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Elasticidade:
Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial
uma vez extinto o efeito (força) responsável pela redução do
volume.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Difusibilidade:
Propriedade do ar que lhe permite misturar-se
homogeneamente com qualquer meio gasoso que não esteja
saturado.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Expansibilidade:
Propriedade do ar que lhe permite ocupar totalmente o
volume de qualquer recipiente, adquirindo seu formato.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Peso do ar:
Como toda matéria concreta, o ar tem peso.
A experiência abaixo mostra a existência do peso do ar.
Ar a mesma P e T Retira-se o ar de um balão O balão sem ar fica mais leve
Um litro de ar, a 0ºC e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10 -³ kgf
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
O ar quente é mais leve que o ar frio:
O ar, quando aquece, se torna menos denso.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Lei dos Gases Perfeitos:
Segundo as leis de Boyle-Mariotte, Charles
e Gay Lussac, que referem-se às
transformações das variáveis físicas do gás,
consegue-se prever o efeito que ocorrerá
nas demais variáveis quando houver
alteração em algum destes estados.
PRINCÍPIOS FÍSICOS do AR
Princípio de Pascal:
1 bar = 1,083 kgf/cm² = 14,5 psi