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Texto Aula 9

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[APRESENTAGAO HISTORIA, CULTURA E-TEXTO ew HT Em 1961, EH. Care declarou que “quanto mais socio légicaahistdria se torna, e quanto mais histrica a soc fase toma, santa melhor para amibas”.! Na época, a de- claragio foi um brado de guerra dirigido principalmente a scus colegas hstorfclores — sobretud os de extrapo in lesa — que Carr pretendia acrastar, ainda que com relu- ‘nea, para a nova era de uma histbria de orientagio so- al, Em retcospecto, parece que Carr estava coberto de ra ‘ot o dois campos convergiam agudamente para o scion Iisérico. socilogiahistricavornourse um dos maisim- pportantessubcampos da sociologia,e tlvez tenha sido 0 ‘que mais rapidamente se desenvolveus enquanto isso, his ‘bra social superou a historia politi como rea mais im- porrante de pesquisa histrics (0 que pode ser comprovado ‘ela quadruplcasio, nos Estados Unidos, das teses de dou- Risa te Cn, ts (Non Trg, 146 pris et coop ie 2 ANOVA HISTORIA CULTURAL sdeminioraartermeens bre ahisria vind debe inch oan ie cate maven sa.) Com essa inspiragio, os historiadores das décadas de ‘toricos de lideres politicos e instituigdes politicas ¢ direcio- social ¢ da vida cotidiana de operirios, criados, mulheres, Ba Birman sk tn" Bere one ts la ces wr a or eat Sn, The Mat of Engl Why Cha (Lande, tient APRESENTAGAO. 3 tions. A Annales cornouse uma escola ~ ou pelo menos, assim comayou ser chamada — quando fllouse insti conalment Seat Soda cole Pratique des Hautes Es des, depos da Segunda Gueres Mundial ermand Braudel dewthe um sentido eral de unidadeecontinuidade, tanto por preside aSexta Serio quanto por degra Anat nas dca de 1980 1960. Por volts dos anos 1970, o pest fod esol era imermaionao Intemational Fook 6 Horie Studies de 1979 contina mais verbetes relate ‘os escola dos Anales do qu a qualquer outro asnto, com exceio de Marx ¢ do marismo® Mas exist mesmo um “paradigma’” dos Annales, eo- ‘no insistiu Traian Stoianovich em seulvro do mesmo no te? Para ele, aesola dos Annales enftiava st abordagens Seva fancionalse exruturais do entendimento da socie dade como um organssmo totale integra, "O paradigms 4a Armas consti uma indagas30 sobre como funciona um dos sistemas de ums socidade ot sobre como Fanci. na toda uma coetividade em vermos de suss mils e- menses tempor expaciis, bums, sei 2s, cultura crcunstanciais"# uma definigio que dei 1x4 muito pouca coisa de for; conseqientemente, ers seu suposto avango rumo 3 histria total”, perde toda eect fieidade Fernand Bratel, a Sigur centel da escola dos Anna: les nas cas ques separ 3 Segunda Guerra Mundial, apresntou um modelo apsrentemente mais prio em sua obra sobre o mundo meditersinco, Postlot tr ives de cd BE Tithe wo Ten Seine et Hie sale de i MS Gore Fi Pers) Ii ed "Shanske ied ed 24 4 A NOVA HISTORIA CULTURAL andlse ue corrsponciam a us diferentes unidades de tem- po: astractue, ou longue durée, dominada pelo meio geo- rificos a conjoncte, ou média drag, voliada para 3 vie de socal, e0 “evento” effmero, que incuia 2 politica e su- do. que diza respeto a0 individuo, A estruura, ou longa ‘Jurago,tnha prioridade, enquanto os eventos eram equ parados 4 poeira ou 4 espuma do mar? Embors o préprio Braudel nha exercido uma enorme influéncia (gags, 90 menos em parte, 3s imporantes posi ses académicas que acumulov), seu exemplo néo inspirou ‘muitos trabalhosespeificamente comparives. Plo contré- rio, os hstoriadoresfranceses da terceira gerapio dos Anna- les — homens como Emmanuel Le Roy Ladurie e Pierre Goubert — esabeleceram am modelo alternative de histé+ ria regional tra, com 0 enfoque volado no para as egies fecondmicas mundiais, mas para regis dentro da Franga. (No trabalho desses estudioses, predominava ahistria so- (cle econémics; 3 longue durée certamente era dado o devi- do valor, masa dimensio geogrfia, ainda que presente, apar _ecia apenas corpo uma espécie de formula no inicio de cada lextudo, e nio como esprito condutor do trabalho. Anda lssim esse modelo de expicago histrica era basicamente ‘emelhante t0 de Braudel 0 clima, a biologiae a demogra- fia dominavam a longs durasdo juntamente com as vend das econdmieas as relagBes sociais, mas nitidamente ste tase laceagies da conjonevere (em geval definida em unida- dds de dex, vine, ov mesmo cingjienta anos), conssitaéam ‘uma segunda ordem de raldade histérex ea via politica, cultural intelectual configuravara um terccio nivel, etre: rmamente dependemte, de experfnciahistérica. A interagio ‘entre o primero e o segundo nivel assumia a primacia. Fn tL oan mand mn 3 i de Pte a DO aa ge: Lad, 972. APRESENTAGRO 5 A énfase da cola dos Annales & histbria econdmica © social logo se difundia, chegando mesmo is mais tradicio- nai revisas histricas. Por volta de 1972, na bastante con vencional Revue historique, a histria elondmica e social ‘ha suplantado a biografia es historia religiosaenquanto ‘categorias mais brangentes, depois da histria politica, Na revista norte-americana French Historica Studies, o nime- ro de artigos sobre historia econdieae social praticamen- te dabros (de 24a 46 por cento) entre 1965 ¢ 19847, Em- bors eu 6 tenka pesquisado cuidadosamente a revista so bre histria francesa, tenho'a impressio de que mesma tendéncia pode ser detectada na maior parte dos eampos de cstudo, EH. Carr no foi um bistoriadorna linha dos An- rales, mas suas peaveas exprimem bem a posigio da Anma- tee: "Uma vez que a preocupasio com os fins econtmiicos ‘tociie representa, em temos do desenvolvimento ume no, um estigio mais amplo e mais avangado do que a preo- ‘expasio com os fine polticos e consitucionas, podemos cent dizer que a interpreagio econdmicae social da his ‘bra represents, em cexmos dz histéria, um estigio mais avangado do que a interprezago exclusivamentepoltica™®, "Nos dlkimos anos, conto, os proprios modelos de ex. plicago que contribuiram deforma mais signiicativa para ‘sascensio da histia social pessaram por uma importante ‘snudansa de énfase,a partir do inerese cada vez maior, tan to dos marxstasquatito dos adeptos dos Annales, pela ir ERT he nt gn rt ce iy cere et ee eR rst Acetone ee acpi ac sect te Pe Cae, Whe Harp. 86. 6 4 NOVA HISTORIA CULTURAL ‘t6ria da caltura. Na histéria de inspiragio mars, 0 des- vio para a cultura jf estava presente na obra de Thompson sobre a classe operria ingles. Thompson rejeizou explici tamente a metifora de base/superestratura e dedcouse 20 cestudo daguilo que chamava "mediagdesculturais e moras” ~"'a maneira como se lida com ess experitncias mate Finis, de modo cultural”. Em The Making ofthe English Working Clas (p. 10), ele descreve a conseitncia de classe como “a maneira pela qual esas experiéncias [de relapSes produtivas]sio manipuladas em terms culturais incorpo: radas ern trades, sistemas de valores, idee formas ins- titucionais", Embora o liv tenba provorado muita con srovérsia entre os marxistas, muitos dos quais acesaram "Thompson de uma tendéscia para o voluntarisimo ¢0ides- Tismo, eve uma grande influéncis sobre oshistoriadores mais jovens!, (O mais surpreendente exemplo do desvia dos histori ores marxistas para a cultura & 0 seu erescente interesse pela linguagem. Em 1980, num editorial initulado “Lin- {uagem ¢ Hissria”, os organizadores da History Workshop aadmitiram a influénca cada vez maior do que chamavam “lingistica estatural” (um aso incorreto do termo, que io obstanterevela a infludaca do inerese pela linguagem). Argumentavam que a atengio 4 linguagem podia desafiar 25 “teoriasreflesivas do eonhecimento” afetar a pritica os “historiadores socialists” 30 focalizat 2s Fung6es "se- ‘miticas" da linguagemP. © livro de William Sewell so bre a linguagem de trabalho da clase operiei francesa é TITRE Ben ay Tent“, P-Thnpon: Unsandig he APRESENTAGA 7 no ambito da histéria francesa, © produto mais sonhecido esse interes ‘Contudo, a despeito de toda a atengfo dedicada a fur Gonamento da “superestrutura, a maior parte dos histo- Fiadores marxstas fez pouco mais que alinar a sntonia com ‘o modelo marxst fundamental de explicasio hires, Co- ‘mo disse Thompson, "a experdncia de classe dem grande parte, everminada pels relages produtivas dentro das quais ‘0s homens nascem — ou entram de modo iavoluntirio"® ‘Num livro astoconscientemente marnista sobre historia ¢ linguistca, Régine Robin afirmava que s6 se pode éar sen tido ao dscurso politico tendo por referéncia ura nivel “ex: tralingitin” deexperiéncia ou ej, experiucia dare lagées socias de produsiol®, Nos modelos marsists, en ‘80, a expetiucia social &, por definigdo, sempre fonda menial A mais notivel excero dessa caracterizasdo do interes se marwsta pela cultara pade comprovar a norma, Em #2 pioneira coletnes de enssios, Languige of Clas, Gareth Ste: ‘man Jones tentouatracarse com as impropriedades 2 abor ddagem marxista. Ao disci a linguagem catista de clase, cle observa: “O que ainda nfo foi sficentemente question See pet meee 1 fone ate eB h ns sg dimen emia isha sheridan ence ee felonies Themen neem ienncenet Eatrfmitercon ial Cantar Ween tac GUESS actyieines Tne dipping te Stim mati aia 8 A NOWA HISTORIA CULTURAL nado € se esa linguagem pore, ou no, ser analsad sim plesmeate em terms de ea expresso da suposaconscidncia de uma case ou grupo soci on oeupacional espeificos ~ on en termos de sua correspondénca com a mesma". ‘Alm dss, ele ertea Thompson por supor “ama relagio relativamente drets entre ‘ser soc’ ‘conscgnca socal «que deixs pouco espapo independence para conte ideo- lbgico dentro do qual acoerénca de uma linguagem espe fica de clase pode ser reconstiida”, Conte, so demons- tear a importénca da tradighoideolgica do radicalism ¢ dss diceziaes edo carter inconstante do Estado, Stedman Jones ext, na verdale,dstnciandse de usa andse mar sista Como ele mestno sistent em sa introdug: "No pademos, porn, decodifcar a inguager pola para Segara wma expresio prima e materia do interes, uma vezque a estruura dicursiva da linguagem polities que, Em primeico lugar, eoncebe define o interese"?. Pode se ainda comsidrar marrna um devi to radical do pro arama marxist? ‘0 desalio 2s vlhos modelos foi especialmente rigo- soso na escola dos Annales. Embor a hinéra ccondmies, sociale demogréfctenha permaneido dominante ma pr ria Annales (respondendo por mas da metade dos artigos entre 1968 e 1984), a histria inteleeraleeuleural pasou ‘ocupar um slid segundo Tuga Com algo em totno de 5 por canto dos argo, contra 11214 por cento para hse téra politi) ®. A medids que a quata grago dos histo- adores dos Annales paso a preocoparse ca vez mais om aguilo que, mui enigmaticamete, 0 rancess cha ‘mam mental, a histéia econdmieae socal sofrev um Gee etn om tape Sn ghd Werk Cos han, i Cake Ag "R Hens ea Poca Yi APRESENTAGAO ° ecuo em termos de sua importincia®, Ese interes apro- fundado pels mentale (esmo entre os membros da ge- ‘agio mais vlha dos hstoriadores dos Annales} levoutam- 'bfm a novos desafios a0 paradigma dos Annales. Os historadores da quara gerasio dos Annales, como Roger Charter e Jacques Revel, rejetam a caracterizasi0 de mentlités como parte do chatnadoterceiro nivel de ex- perinciahistbrca, Para eles, o tereir nivel ndo & de mo- Go algum um nivel, mas um determinante bisico da real- dade histéria. Como afiemou Charter, 3 rego assim estabelecida nfo € de dependncia das estruturas mentais quanto a suas determinagies materiain As proprias repre- Sentages do mundo socal so os componentes da realda- de social”, As relagdesecondmicas€ socisis nfo sto an- teriores 3s culturais, nem as determina elas prbpris 20 campos de pritcaeulturale produsio cultural —o que ndo pode ser deiuivamenteexplicado por releréncia a uma d- rmensio exracultural da experienc ‘Ao se voltarem para a investigaio das pitas cultu- ris, os historiadores dos Annales, como Chartier e Revel, foram ifluencados pela critica de Foueaul acer dos pres supostosfundamentais da histria social. Foucault demons- trou a inexstéacia de quasquer objetosinelectuns “natu w= Sema ees br seer cle eledieeeers Come ous en cn ae inale lo er inne emirate” ori ‘Steve “hnceamene de i nd een de rae pode ‘bier de acne ye mano nero et {Sion Mark Poy, "Paced Hy aa Raed 0 A NOVA HISTORIA CULTURAL Si" Como exc Chane“ oer a main ¢ 6 Estado nto so categoria que possam ser concetuads een termos de univers cujos cones sto parteulates- dos por ead pcs so hitoreaemte dados como “ob- jets discursivos" uma vez sendo historicamentefonda- tmentados,e, por implica, sempre suetos a mudangae Ho podem oferecer uma base wanscendental ov universal para metodo histo. “Tambm existem algumas semelhangss entre Foueask . Embora os hstoriadors tenham se iteresado muito plas eritiasinisivas de Foucast, nfo adoearam seu mé. todo — ou antimétodo ~ como modelo de pritica. Fou FREE man Fee re arm tagat sa ee geet ale aaa ieenieeaere erie gue Guin hone), p48 Claris gaoieieie Miers Gare OBrien Bon Past rn retsénstorum ha mt, APRESENTAGAO u caultrecuszvase a ofereceranslisescausas © negava 4 vali dade de qualquer relasio redutiva entre as formagbes dis cursivas e seus contextos s6cio-poltcos — entre mudangas de ponto de vista sobre a loucura, por exemplo, e transfor: mages socais e polticas na Franga dos séculos XVII ¢ “XVILL, Argumentava com veemncia contra a pesquiss de ‘origens,e suas "genealogis” no exigiam nada da funda mentago habitual em economia, socedade ou politica, Con- seqientemente, embora seus insights locais do funcionamen- ‘ode insttuigdesespcifcas etipos de discurso tenham ge rao um mimero coasiderivel de pesquiss (muita das quais tentando corrigir as prépriasconstrugaes de Foucaul em ‘eral bastante preciris), seu programa permaneceidiossin- ‘rikico-em termos geras. Ecomo poder ser de outro mo- do, se Foucaule desereve sua versdo da histéria como uma versio que “perturba o que antes se considerava imévelj que fragmenta o que antes se acreditava unifcados que demonstra a hererogeneidade daquilo que se imaginava coe- rente em si mesmo”, ese declara que “tenho plens cons: cincia de que nunce escrevi outra coisa a nfo ser fess"? CConfessamente, prossegue dizendo: "Nio pretendo chegar 20 ponto de afirmar que as fiogbes esto além da verdade {hors vert Parece-me ser possivel produzir uma obra de ficso dentro da verdade”®. No entanto, ele nunca expe ciffe veu modo de decerminar essa “verdade”, ot mesmo ‘ual seria 0 stats epistemolégico da mesma, ‘Mesmo que Foucauh no tenba sido inteiramente bem sucedido ma abercura de um erceico caminko através dos dominios da histéria cultural, 30 lado do marsismo ¢ da ‘escola das Annales, nfo se pode negar sua enorme infudae Ghai ln Met, Poe arin Nd ea i cok ede eg 8), py 8 2 A NOVA HISTORIA CULTURAL ciasobre aconceituasio do campo, No ensaio “A Histéria «ds Cultura de Michel Foucault” (capitulo dest live, Pa- twiia O'Brien examina tanto a infhuéncia de Foucault co- ‘mo suas pritieas enguanto hisoriador da cultura. A ensal- ‘aargumentaeonvincertemente gue Fovcauk estodou a cul tura pelo prisma dis teenologias de poder, que ele situou ‘estrategicamente no discuso, Ele nio tentou remontar 0 fancionamento do poder 0 Exado, a0 proceso lgiltivo ‘ou lta de lasses ao contro, buseow-9 nos “ugares me- ts auspiciosos” — nas operat dos sentiments, no amor, 1a eonseiéncia, no insinto,e nas cOpas helogsfcas de pro- jetos de prises, nas observes dos médicos e nas rans. formagées mais abrangentes em dscplinas como a biolo- bin ea lingtistica {Qual nto, o programa da “nova hisriacokurl"? Como 4 obra de Foucau, a hiséra mais ampla das men tals fo riccada pela auseneia de um enfoque claro. Fr sols Fare denunciou que esa fas de éefinio estmulava uma “busca infinita de novos temas, uja esolha era regi- da apenas pelos modismos do momeato# Do mesmo mo- do, Robert Darnton langou a acusagio de que “apesar de tna enuurradh de prolegimenose dscursos sobre © méto- do. 08 eancesesnio eaboraram uma concepyio coereate de mewalits enguanto campo de estado”. "As erteas de Furete Darnton nos advertem vigoross- mente contra o desenvolvimento de wma histbria cultural dein apenas em temas de temas para pesquisa. Assim como, 35 veats, a histia socal passou de um para outro frupo (abalhadores, mulheres, eriangas, grupos énico, ‘ellos evens) sem desenvover um senso suiiente de coe "Ta Fama Fer Begs Aaa al of Mar ary eS scarey p APRESENTAGAO B Sou intraco entre os ts, do mesmo modo uma his tora coral defn topsamente podeia degnerar na ‘ma busca nterminvel de novi pitas cular seem dscrias~ fosem els cana, masts de ats ou ja gamentos por imspténss ‘Mas Pure ¢ Darnton so, em algo aspect, injusos em sus cries, sbretudo pelo fae eles ropeon abe Iharem com o géneo qu star. Os histriadores come Chartier e Revel nf propasram simplesmente um nove conjunto de temas par investiga; foram além das tals com o objetivo de quesionat 0 modes © bj es dahistria em perl (ras pela qual sa obra to chen de prolegémenos sobre o mérodo Endonaram a vlogs de Foucale de qu os préprios ema da cifacas mans ~ohomen,loacursspuigao avenslidade, pr exe Plo ~ so prodeto de formagbesdscrsvashistricamen: te coningnts Esa ria radial porém,encera in poo blem bic: o seu tom nits, Onde extaremos quando sodas sprtcs, sam elas ccondmis,intlec, pole tis op soci revelare se euturslmente condiionadas? aoe ‘de outro modo, uma histéria da cultura poder’ fucionar se esiverdxpojada de todo © qualquer pres posto ecard cota cnro ves thal ~ se, de ato, ose programa for eonesbido como 0 RF vite at ini ge en sonar ares es nee ej Sms otha = tees lip Seek cette ag as nen ‘ierincecs mf apa t ne ‘Td Wade et enn ic oT ae foe ae Fehoop ee ghee ere gt Ae SpctoTitin carte et, Beare tes isdn Damion ge pe i see 4 A NOVA HISTORIA CULTURAL solapamento de todos os pessupostos acerca da elag3o er tre a cultara €0 univers soca? ‘Os enstos dest veo dedicam-se 20 exame de ns que tes. A Parte | examina, de manera erica © aprecativa ‘0s modelos que foram propastos para a histri da cul tura. A Pare Il apresenta exemplos concretos ds novos {spor de trabalho que esto sendo azalmente realizados. 0 letor paca encontrati em termos de teorizasdes socild- cas arts pginas, uma vee que a asensio de nova bist Fia cltural fo marca por um declinio dos intenos debs- tex acerea do papel da teria sociolbgics no Ambit da his {ria (pelo menos ene or historadores de cultura nos Es tas Unio). Paresse motivo at declaragbes de E.H. Carr toby ese asunto na daa de 1960 parecer muito dat das, Em lugar da sociologs, a dsciplinas inlentes hoje em dia so a antropologiae tora ds Iteratura, eampes ‘nos quae explicagio social no €tratada como ponte p= clio, no cbstarte, a istria cultoral deve dfrontarse com novas tenses no 35 dentro dos modelos que oferet, mas também entre eles. Experamos que os ensios deste liveo ‘possum transite slgoma comprcensio das perspectives ¢ los problemas potencii da wlizaio de sighs orunds ease ciscipinas lisitrots "No momento, 0 modelo sntropoligio reins supremo nas abordagens culture, Rita inversescarnavalesease rior de panier eto sendoencontradas todos os pies ‘ein quae todos or eos. O estado quatittivo ds men talitsenquarto "terexro nivel” ds expeiénca social nur cateve tantosseguidores fora da Franga, A infignca o- bre as sbordagens anglosad especialmente, norte smericana da histria da clturaorginowse tanto (ou ain da mais ds antopslogos sci ingless ou de formacto Ingles quanco de uma hitria ds mentalits segundo oes silo dos Annales. Em scusensiospioneiros em Society nd APRESENTACAO 15 ale in arly Moder rence, Nati . Dv moston 2 importa dos concer empress de Max Glick tran Mary Doglse Vicor Tarr be como do ato Palogo facts Argold Van Gennep Seu aba, jt Fret om ode. Thmpeon om "The Moral Eeonomy elt ogy Crowd inthe Eahconth Centar” ea fou um rene nee pos fry moti dori Goby The Ressons of Mire Davi expen qe fer "noatar qu, em vet dee apenas na alla Segura devandos engi da edad oc, 2 Gk fev pode perptan certo alors dcomenidae™ ‘Do mesno may so trp os onde wlan de Fane guraseligons ances cla cont que "pode Ino reson sunt eerie de pen qe ti por ob jr purer a comuniade reigont'™ Uns erp Ecos din pres te menos lr oo conocido parti da care nop FEinseu cio no precate vlan, “Masa Comuiiae € Rts ag Obra de: P Thomo e Neate Davis". pila) Sorane Dean exlorss virade © 0 sipetos roblemfios dea noyao de comniade Conch quot Fisoriadores da clare deren deeavoler en 0 at tirencne de comniae itelna aedaem at Serve nti pla qui osferencs propo, nl Spee das lero bens inal en conan arf. Ineo o amo de ux propre pose Avil {do ponte de via daar, pode ansormare reef ni scomuridade ono qantos define «consol [Nostlimosanos o ais wove antsoplog tia thar com ain carl é Clifford Ger Scola GE agen de Thorne et aa Pret 99: sae emo ani yan Cae Ely Man om for, C9 9p 9 6 A NOVA HISTORIA CULTURAL nea de enaios, Te interpretation of Cultres tem sido cits dds por hstoridores que atuam ouma amplavaridade de contextos eronoldgicos ¢geogrifcos™. Em The Great Cat ‘Massacre word Otber Episodes in French Cultura History, por ‘exemple, Robert Darnton expés claramente as vanagens dds esratgis incerpretativas geertzians. A histria cut ral, declarou ele, € "a hindria de natureza exnogrdfic, ‘A modaldade antropoldgica de histria.. pare da pre- iiss de que a expresso individual oorre no Smbito de tum idioma gers”. Sendo assim, eatase de ma citnia terpretaiv: seu objetivo é ler em busea do significado ‘significado inscrto pelos contemporineos". A. decir so do sigeficado, enti, mais do que a inerénca de leis ‘Sausis de explicagio,éassumida como a area fandamen- tal da hisériaculural, dt mesma manera gue, para Geert, cera a tarela fndamental da antropologia eukoral. [Alguns dos problemas associados&abordagem geertzi- na foram diseutidos por Roger Chartier numa longa rese- tha em Journal of Modern Hisar. Ble questions o pressi- posto de que “as formas simbbicas sto organiadas num ‘stem [poi] so implictria cnerEnciac iterdependncia centre eat, 0 que por sua vex pressupse a existéncia de um Universo simbdlico comum ¢ unificado”®, De que modo, ‘xpecifiamente, pode um “idioma geral” ser capaz de ex. plicar todas as formas de expresio cultural? Em outras Taveas, Chartier questionaa validade de uma busca do sig: ~B Gifeac,e ptig f an or oge cutis a Rage seen Sis end Boge Ca mR ae oa of Made ar ces 8 i nn cate e StheSymal Eee ener fn a ert i ttn eke ars ee at cb vce cae dn ec on Sue Ref Eos APRESENTAGAO 7 nificado segundo 0 modo incerpretativo geertziano, pois 0 mesmo tende a anvlar 2s diferengas na apropriayio ow no ‘uso das format culturais.O anseio por ver a ordem ¢ 0 sg- nificado obscurece a existincia de lua e conflc. "No ensuio "Saber local, Histéria local: Geert ealém” {capialo 3), Aleta Biersack faz eco a algumas dessas criti fas. Sugere que uma dose de Marshall Sahlins poderia ser salar para futuras obra sobre a histéria da cultura, pois seu “reexame” da esteutura e do evento, ou da estutura ‘eda historia, em terms dialétcos,rejuvenesce as duas me- tacdes, Devewe notar, porém, que a crescente compreensio litera do significado (a interpretagio do significado eul- thralcome ae tata sx Rdol por pare de Getta, for tnulow fundamentalmente as tendéncias atuais da auto- ‘eflexio antropologics, Na sego final de seu ensaio, Bier ‘suc investiga a inféncia de Geertz sobre esse movimen- to textuaizador da antropologia e mostra como 28 preocu pages dos antropAlogos eruzam-se cada vez mais com as fo historiadores da cultura, (© proprio Charter defende “uma defingio de histd- ria que sia basicamente sensvel 3s desigualdades na apro- priaglo de moteiss ow prétcas comuns”™. Ao propor essa reorientagio que se distancia da comunidade e se volta ps ‘ta dferenga, Chartier revelaainfluéneia do soidlogo fran cds Piere Bourdieu (também discutido no abrangente en ‘Sto de Biersack). Bourdieu reformulow o modelo marvista se explicasio da vida social ao dar muito mais atengo 3 ‘cultura; emborainsististe que “o modo deexpressfo cara terftico de uma produsio cultural sempre depend das leis ‘do mercado no qual é oferecido”, drecionou seu préprio trabalho para 0 desvelamento da “léica especifia” dos “ens cultarais". Na esténcia dessa lbgica encontramse os, FRG, Tons, Sy and Feo, 18 A NOVA HISTORIA CULTURAL ‘nes de apropriagio dos abjesos curs. Agora qué 2 obra ‘mas influence de Bourdes, Distinction foi sraduside pars ‘inglés, sta influénca sobre oshistriadores ds ulara dave provavelmente aumentar Chair enfatiza que os historiadores da cultora nfo clever substi uma teoriareitiva da clear enguanto refleco da realidad social por um presuposto iguainente tedutvo de que 0 itsais¢ ours formas de so smb <3 simplsment expresam um sigiicado central, corer tee comunal. Tampouco devern esquecerse de que os tx fos com os gis trabalham afetam 0 lsitor de formas va Finds e indviducis. Os documentos que descrevern ajdes simbélicas do pasalonio so teats inocentse rape Fentes; fram esritos por autores com diferentes intengoes ccestratggas, eo historiadores da cultura deve ei sas rSprisesratégias para ios. Or historiadores sempre fo am efticos com relagio a seus dagumentos —e nisso resi dem os fndamentos do mitodohistrco. Chane a snda sss als, defendendo uma etc de documentos bucada em um nove tipo de hssria da etura No ensaio "Tex- ‘0s, Impresto,Leicuras capitulo 6), oferecenos um exer plo que enfatizaadferengs, Toman como ponto de par. Sida 0 prblogo quinhensista da Caleting, Chater mostra que, nos primérdios da Europa moderna, osiguifcado dos textos depends de uma grande dvesidae de fatores, dew dea ida dos leitoressté a8 inovagies Uipogrins, co SEBS ap ree ceri tn tle ssh oe a le Sik arene eetanemeees cece ee eee cayman ase aes eae ke 4 el a pe fo feds por clad Ne ae EG a tielswer tat ew sig Bodo a calle bow tae Pliny mun wd gue sowed aie APRESENTAGAO 8 ‘mo a mulipicasio de indiagdes cies. Seu enfoque da rela trianglsr etre o texto do modo como &conebi- deo pelo aoe impress pelo editor ldo (ou ouvide) plo Istor lnga divides sobre s elites concedes da hits. tin da cltra, em especial sobre sdcotomi entre cura popular e clera ena ou de elites ‘Ao contriro de Roger Chanter, a maiora dos histo riadores da cultura tem demonstrado sguma relic em utilizar ateoria da literatura de qualquer forma direta. No ensio Literatura, Crit e Inaginayio Hires © Det sale Lteririo de iayden Whit ¢ Dominick LaCapea (cx pital 4), Lloyd Kramer estuda obra dos dois hisoiado Fesmniseteitamente asociados teva Iterdria, Ao mes- ‘mo tempo em que mostra com clarera de que moos abor- dagen lterdiaspermitiram a White e LsCapra expan rem as froneira da hstra cultural 0 ensaio de Kramer permancce nivel sexes da contin marginale de sas obras, Nio foi por aeaso que, nos Estados Unidos, 5 infludnciaslierfvasemergram primeiramente 1 hstria ‘mele, com seu enfoqueem docurentos que em sen tio iterdi, si textos, embor os histoiadorescultoais gue trabalham com outros documents além dos grandes livros nfo coasiderem a teoria litera especialmente ele- ‘vant. Un dos objetivs do presente ino é mostra de que modo urna nova geras2o de histriadoresdacultara us Ge nase abordagenslterriss para desenvolver novos mate sins € métodos de anise. ‘0 enssio de Kramer também demonstra a grande v2 riedade de influ itervas em vigor. Os exerts de Whi tee LaCaprarevelam, por ss signiietvesdivergéncas de bniase~ White alinhose com Fovenul ¢ Frye, LaCapea «om Bakhtin e Derrida. Afinal, lgumasteoris enfstiarn 4 receppo ou letura dos textes outras sua produsio ou ‘scrta,ovtras a undade ecoeréacia do significado, outs 2» ANOVA HISTORIA CULTURAL sindaenfcoam o papel da diferenga ca mancis pels quis 05 textos funcionam no sentido de suber suas aparen- tesfimalidades, Assim como Geertz Sains representa dis pélos na escnita antropolégica — Geertz eafsizande 2 unidade e Sahlins a diferenga , da mesma forma ae calterdria tem abordagensigualmeate dcoronizadas: nas palavas de Frere Jameson, “a ‘intarpreado’antiquads, ‘que ainda pergunta 2 texto 0 que ele significa, eos mais recente tipos de anise, que. perguntam como ele fur ciona” (on sea, em particular & desconstusdo, uns sbor dager clic itimamenc associada a Jacques Derrida) [A primeicacoftiea a unidades a spun, adiferaga Ne interpreta”, a unidade tomas posvel grap 30 «que Jameson chama de “uma operaioalegiria na gil un text stematiamente eer em terme de racer cb so mesre undsmental ou delgumns‘instnabascaente de terminamte™. Acompanhando es lia é raciocinio, pode- sdamosdzer quem Thompson e Davis os rts violas So lidos~ 0 rscritos ~ como slegoris pars a comunidad FB estamente es algorizagio que Jameson considers cena ‘el nacrica literdia Como lenis: "O desert rs ie a verdade, nfo podem esolher) entre as duas — entre un. dade e ifeenes, entre significado ¢ funcionamento entre Imerpretaioe desconsrusio. Assim como os historiado- res nfo prediam ecolher entre socologiaeantopoleya, fw ene antropoogiae tora da lteratura para conduct em sas pags, também no presisam lazer uma eeo- thaclefsitiva entre a xeatdias incerpretatias bases no desvelamento do significado, por um lado eas strates

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