PROTOCOLO DE EVOLUÇÃO DO PACIENTE DAVI FRANCISCO.
Data de Nascimento: 19/07/2019
Idade: 4 anos.
Este relatório tem como finalidade apontar os avanços do desenvolvimento nas atividades de
musicoterapia, e sua importância para o tratamento em geral.
No mês de dezembro, iniciaram-se as atividades musicais com o paciente Davi Francisco,
sendo elas ocorridas uma vez por semana, tendo 30 minutos por sessão. Paciente
encaminhado com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) , sendo submetido a
diversas atividades instrumentais nos 5 primeiros encontros, a fim de traçar o Tema Clínico
(TC) a ser trabalhado.
As atividades consistiram na utilização de : Xilofone, violão, teclado e tambor, além de
movimentos rítmicos corporais, em seguida será apresentado o objetivo de cada instrumento.
Instrumentos Adaptação de Proposta
sensações
Teclado Emite menos vibrações Proporcionar a
para o paciente, facilitando exploração de diversos
as atividades propostas. timbres e identificar os
sons emitidos.
Violão Contribui para que a Produzir uma
criança tenha um coordenação motora e
planejamento motor ao visual, sincronizando com
utilizar o instrumento, a parte sensorial.
assim como adaptar a uma
maior quantidade de
vibrações emitidas.
Percussão Emite maior vibração, Construir o
contribuindo também para acompanhamento ritmo
o sistema tátil e nas atividades musicais,
proprioceptivo tocando conforme as
(responsável pelo controle separações silábicas, e
muscular). promover a coordenação
motora juntamente com
as cantigas.
Xilofone Precisa de uma atenção Aumenta a chance de
maior a atividade visual e mudanças em adaptação
física para o cérebro por meio de brincadeiras
assimilar o comando que adicionam tons e
corporal. ritmos.
Nas primeiras semanas de tratamento, foi trabalhada a investigação dos limites auditivos, por
meio do violão, sendo um instrumento que emite sons mais invasivos a criança. Da mesma
forma, a atividade com o teclado também foi crucial, pois os sons instrumentais emitidos em
conjunto com a voz não trouxeram prejuízos auditivos. Houve uma dificuldade em propor as
atividades, visto que havia dificuldades em reter a atenção, pegando vários materiais para usar
e ficando com cada um por menos de 1 minuto. Em cada terapia, a criança é recebida com a
canção de acolhida nos primeiros minutos, em seguida é realizado o trabalho clínico e se
encerrando com a canção da despedida, para criar um senso de organização. Três canções
foram dadas mais ênfase, dentre elas a canção do ‘’meu lanchinho’’ foi a melhor aceita aos
estímulos, tanto no instrumento, quanto no movimento corporal.
RESPOSTA DO PACIENTE AOS INSTRUMENTOS:
VIOLÃO: Tem boa postura em relação ao material, posicionando as mãos da maneira correta.
No entanto, desde o período de início do tratamento tem dificuldade em formar notas
musicais devido à constatação de déficit na motricidade fina. Apesar disso, sente muita
afinidade.
XILOFONE: Foi um instrumento de grande relevância para que as atividades no tambor fossem
fixadas rapidamente. Ocorreram atividades em que foi colocada a música, assim que parasse,
deveria tocar na mesma cor do xilofone que o terapeuta indicou o mais rápido possível. Nas
primeiras tentativas, teve a dificuldade de reter a atenção do paciente, sendo esse resolvido
por um maior estímulo de participação com reforço positivo de utilizar o teclado, em caso de
acerto.
TAMBOR: Foi o instrumento de percussão que o paciente melhor desenvolveu as atividades.
No início, apenas segurava o tambor, tocando rapidamente e soltando o material. A partir da
quinta para sexta sessão, o paciente demonstrou uma concentração maior ao fazer cócegas e
receber cócegas, executando as atividades propostas, como repetir as batidas coordenadas no
tambor. Nas últimas sessões, foi tocado o violão e o Davi Francisco já tocava o instrumento
sem nenhum tipo de pedido, e tentando acompanhar o ritmo melódico. O objetivo nesse
aspecto foi alcançado, na medida em que a retenção de atenção era maior e ele tinha a
percepção de quando a melodia era mais rápida ou mais lenta, alterando o seu próprio
movimento de batidas.
TECLADO: O teclado por sua multifuncionalidade foi trabalhado a motricidade fina, ao
promover o toque ordenado nas teclas e a identificação de qual tecla emitia o som proposto.
Além disso, as danças coreográficas foram um fator importante para que sua atenção fosse
retida. Na atividade com a musica ‘’ meu lanchinho’’, o paciente foi estimulado a realização de
vários processos, dentre eles: o conhecimento da música tocada, aprender o ritmo, recordar a
letra da música e a coreografia e a tentativa em cantar. Na última sessão, a criança assimilou
todos os recursos treinados, e em conjunto, cantou boa parte sem que o terapeuta cantasse
junto, dançou ao mesmo tempo, além de buscar o contato visual, ao que sentia muita
dificuldade.
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Paulo P do N Jatobá Junior