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Prototipagem de Negócios Inovadores - Refrigeração e Climatização

O documento apresenta conceitos sobre prototipagem para projetos de inovação, abordando introdução, tipos de protótipos, provas de conceito e testes de funcionalidades. Ele discute bases conceituais para desenvolvimento de protótipos e como documentar o processo de construção de protótipos para projetos.

Enviado por

Paulo Ambrosi
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Prototipagem de Negócios Inovadores - Refrigeração e Climatização

O documento apresenta conceitos sobre prototipagem para projetos de inovação, abordando introdução, tipos de protótipos, provas de conceito e testes de funcionalidades. Ele discute bases conceituais para desenvolvimento de protótipos e como documentar o processo de construção de protótipos para projetos.

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SÉRIE CLIMATIZAÇÃO

Prototipagem de
Negócios Inovadores
SERVIÇO NACIONAL DE APREN-
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI
DA INDÚSTRIA - CNI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO
E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SENAI - DEPARTAMENTO
NACIONAL

Rafael Esmeraldo Lucchesi


Ramacciotti
Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SUMÁRIO
1 Construção de documentação para processos de prototipagem a partir da análise
de conceitos .................................................................................................................................. 7
Introdução para a construção de protótipos.............................................................. 10
Principais bases conceituais para o desenvolvimento de protótipos........... 11
Tipos de projetos e contextos para aplicação............................................................. 16
Projetos educacionais......................................................................................... 16
Projetos industriais............................................................................................. 19
A importância de uma postura investigativa: análise crítica de cenários e
identificação do problema............................................................................................. 22
Documentação de prototipagem.................................................................................. 26

2 Conhecendo técnicas e tipos de protótipos para a construção de projetos................... 31


Protótipos para projetos de inovação.......................................................................... 33
Protótipo sujo...................................................................................................... 34
Protótipo ou modelagem virtual....................................................................... 36
Protótipo funcional.............................................................................................. 37
Mínimo produto viável (MVP)............................................................................. 39

3 Provas de conceito: métodos, técnicas e ferramentas ...................................................... 45


Definição e benefícios das provas de conceito........................................................... 48
Aspectos importantes da prova de conceito............................................................... 51
Etapa de planejamento ...................................................................................... 51
Etapa de execução............................................................................................... 52
Etapa de avaliação e análise.............................................................................. 53
Representações da prova de conceito......................................................................... 54
Ferramentas para acompanhamento.......................................................................... 57
SCRUM.................................................................................................................. 58
KANBAN................................................................................................................ 60

4 Testes de funcionalidades: ferramentas, métodos e técnicas .......................................... 65


Testes: definição e relação com protótipos para projetos de inovação.................. 68
A importância do planejamento para a realização de testes de funcionalidades.. 70
Ferramentas para testes de funcionalidade: a escolha da técnica e do
método mais adequados............................................................................................... 74
Planilhas................................................................................................................ 76
Documentação..................................................................................................... 77
Checklists............................................................................................................... 79
1Construção de documentação
para processos de prototipagem
a partir da análise de conceitos
O coordenador técnico Miguel está responsável por liderar uma equipe na elaboração do projeto de
inovação da empresa em que trabalha. O grupo chegou à etapa que envolve um desafio muito importante:
a construção de um protótipo do projeto para apresentar ao gerente Solano. Miguel pensava que o
protótipo era uma versão inicial que será usada para testar, e verificar se tudo funciona corretamente.

A cena apresenta Miguel em sua sala, pensando: “Mas antes de colocarmos a mão na massa, precisamos resolver algo...”

Miguel distribuiu algumas atividades para os membros do grupo e designou à técnica Fernanda
a responsabilidade de registrar as atividades desenvolvidas ao longo do processo de construção do
protótipo, a partir da criação de um documento, com o intuito de garantir que a equipe e diretoria tenham
acesso ao acompanhamento. A técnica resolveu estudar sobre a melhor forma de organizar e sistematizar
as informações para auxiliar a equipe.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 9

A cena apresenta Fernanda digitando em seu computador. Ela pensa: “Estou animada com esta demanda”.

Quais elementos Fernanda poderá utilizar em um documento para sistematizar e organizar as


informações relacionadas ao desenvolvimento do protótipo?

Antes de iniciar o estudo, é fundamental compreender os assuntos que serão abordados. Para facilitar
essa compreensão, veja a organização dessa aula na imagem a seguir:  

A imagem apresenta os tópicos que serão estudados na aula.

Vamos lá? Bons estudos!


10 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

INTRODUÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE PROTÓTIPOS

Imagine que você teve a ideia de criar um aplicativo que auxilie na organização das atividades de
estudo e trabalho. A criação lhe parece tão útil que você então decide fazer com o que o aplicativo possa
beneficiar mais pessoas.
Desse modo, para o desenvolvimento da ideia, você decide estabelecer metas claras para atender às
necessidades dos usuários, evitando que o processo de criação perca o foco ou se torne desorganizado.
Nesse sentido, a construção de protótipos envolve a aplicação de várias bases conceituais e abordagens,
dependendo do campo de atuação e dos objetivos específicos do projeto. Mas antes de conhecer cada
uma delas, vamos analisar o conceito de protótipo? Afinal, compreender o seu significado poderá auxiliar
na escolha de uma base mais adequada para o desenvolvimento de um projeto.
Um protótipo é uma representação inicial ou modelo de um produto, sistema ou ideia que é criado
para testar, validar e repetir conceitos antes da produção final, seja de um produto ou serviço. Ele pode
variar em níveis de fidelidade, desde um modelo simples de papel até algo funcional com um nível de
detalhamento maior.
Essa definição de protótipo é amplamente utilizada em diversas áreas, como engenharia, design,
desenvolvimento de software e ciência.
Uma explicação bastante interessante que envolve a teoria do protótipo sugere que as pessoas formam
representações mentais ideais ou típicas sobre algo. Por exemplo, quando pensamos na palavra “carro”,
temos um protótipo em mente que se assemelha a um carro típico, com quatro rodas, faróis, pneus etc. No
entanto, existem muitas variações desse protótipo básico.

A imagem apresenta uma mulher pensando sobre um carro que possui uma cor vermelha.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 11

De forma geral, os protótipos são usados para representar e comunicar os principais elementos e
características de um conceito. Eles ajudam a testar a viabilidade, usabilidade e aceitação do produto ou
sistema antes de investir recursos significativos em sua produção final. Os protótipos permitem que os
desenvolvedores e designers obtenham feedback dos usuários, identifiquem problemas e façam ajustes
antes de chegar ao produto final.

PRINCIPAIS BASES CONCEITUAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROTÓTIPOS

Como já abordado no início da nossa aula, o desenvolvimento de protótipos envolve a criação de


modelos concretos que capturam aspectos essenciais de uma ideia ou conceito. Esses modelos permitem
que a ideia seja visualizada, avaliada e aprimorada antes de ser implementada de forma definitiva. Além
disso, a prototipagem é baseada em ciclos rápidos de experimentação e testes, sendo guiada pela
compreensão das necessidades dos usuários e pela busca por soluções eficazes para desafios complexos.
Para esse processo, existem algumas bases conceituais que podem ser utilizadas como suporte no
processo de prototipagem. Vamos analisar a seguir algumas delas.

Design Thinking
Caracteriza-se como uma abordagem centrada no ser humano que enfatiza a compreensão das
necessidades e dos desejos dos usuários para orientar o desenvolvimento de soluções inovadoras.
Geralmente, envolve as etapas de empatia, definição do problema, geração de ideias, prototipagem e teste.
Ao utilizar os princípios do Design Thinking para o desenvolvimento de protótipos, é possível que
equipes coloquem suas ideias em prática de maneira concreta. Em vez de gastar muito tempo e recursos
para desenvolver um produto final, essa metodologia incentiva a criação de protótipos rápidos e de baixo
custo, que podem ser usados para testar e iterar as soluções propostas em um projeto.

A imagem apresenta pessoas observando papéis com diferentes informações em cima de uma mesa.
12 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

Em resumo, o Design Thinking valoriza a prototipagem como uma ferramenta para aprendizado, iteração
(ciclo de repetições) e melhoria contínua.

Segundo Ponti (2015), a característica principal do DT é a prototipagem das ideias,


pois é por meio dela que é possível constatar se realmente o que foi pensado funcio-
na. O referido autor emprega a expressão “pensar com as mãos”, a qual ilustra que à
medida que vai aperfeiçoando o protótipo, consegue-se resolver o problema inicial.
(Ramirez; Zaninelli, 2017).
Observação: No texto, a sigla DT refere-se a Design Thinking.

Os protótipos permitem que as equipes visualizem suas ideias, as tornem concretas e as compartilhem
com os usuários finais, possibilitando uma construção mais informada e embasada para o desenvolvimento
de soluções.

Ciclo de feedback iterativo


Trata-se de uma base conceitual fundamental para o desenvolvimento de protótipos, pois envolve a
criação de um modelo inicial para obtenção de feedbacks que envolve opiniões e sugestões dos usuários,
ou partes interessadas para análise, revisão e melhorias contínuas com base nas informações recebidas.
Esse ciclo é repetido várias vezes até que um protótipo final satisfatório seja alcançado.

A figura representa o ciclo do feedback iterativo, começando por um protótipo, seguido por aplicação, feedback e revisão.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 13

O ciclo de feedback iterativo permite que os desenvolvedores aprendam com cada iteração e aprimorem
gradualmente o protótipo. Isso ajuda a reduzir riscos, evitar erros custosos e otimizar o produto final. Além
disso, ele permite uma abordagem mais ágil e flexível no desenvolvimento, adaptando o protótipo às
necessidades e expectativas dos usuários ao longo do processo.

Mínimo produto viável (mvp-minimum viable product)


É uma estratégia comum no desenvolvimento de protótipos. Ele envolve a criação de uma versão mínima
funcional de um produto ou serviço que contenha apenas as funcionalidades essenciais para atender às
necessidades dos usuários. Como, por exemplo, a criação de uma ferramenta básica de acompanhamento
de manutenção industrial, permitindo que as equipes monitorem e registrem as atividades. Assim, recursos
mais avançados, como o agendamento automático de manutenções preventivas e histórico detalhado de
manutenções passadas, podem ser implementados em versões futuras.

A imagem mostra um barco como representação da concepção de mínimo produto viável, iniciando com um barco simples, depois algo mais incrementado,
seguindo para um modelo de embarcação mais completo.

O MVP permite obter feedback antecipado e validar conceitos, evitando atrasos e desperdícios de
materiais no processo de desenvolvimento.

Prototipagem rápida
Tradicionalmente, a criação de um protótipo envolvia métodos mais demorados e caros, como a
fabricação manual de modelos em escala ou a produção de ferramentas específicas. Isso exigia um
investimento significativo de tempo e recursos financeiros.
A prototipagem rápida refere-se à criação ágil de protótipos de baixa fidelidade para testar ideias e
conceitos. Nesse sentido, ela envolve o uso de técnicas e ferramentas ágeis, como esboços, wireframes,
mockups ou protótipos interativos de baixa fidelidade.
14 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A figura apresenta a tela do computador que projeta uma imagem de celular com vários elementos gráficos.

Essa abordagem tem várias vantagens. Inicialmente, permite que os desenvolvedores testem e validem
suas ideias de forma mais rápida e eficiente. Eles podem iterar sobre o projeto, fazer ajustes e refinamentos
com base nos feedbacks obtidos durante a fase de prototipagem. Além disso, a prototipagem rápida
permite a visualização tangível do produto, o que facilita a comunicação e a compreensão entre as equipes
envolvidas no processo de desenvolvimento.

Wireframes são desenhos simples que representam a estrutura e o layout de um apli-


cativo, por exemplo, sem se preocupar com detalhes. São usados para planejar a dis-
posição dos elementos e a navegação, geralmente em tons de cinza. Já Mockups são
representações mais detalhadas, como as maquetes. Eles mostram o design final com
cores e imagens, fornecendo um modelo de como o produto final ficará.

Essa abordagem permite que as equipes iterem rapidamente nas soluções, com um foco maior na
funcionalidade do que nos detalhes estéticos, reduzindo significativamente o tempo necessário para
produzir um protótipo funcional.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 15

Prototipagem de alta fidelidade


A prototipagem de alta fidelidade envolve a criação de protótipos que se assemelham muito ao produto
final em termos de aparência e funcionalidade. Esses protótipos são frequentemente construídos por meio
de ferramentas e tecnologias avançadas e podem fornecer uma experiência mais realista para os usuários.
Eles são úteis para testar a usabilidade, o design e a viabilidade técnica de um produto antes de investir
recursos significativos no desenvolvimento completo.
Ao desenvolver um protótipo de alta fidelidade, os designers podem explorar e refinar os aspectos
visuais e de interação do produto. Eles podem testar diferentes abordagens de design, avaliar a usabilidade,
identificar problemas e fazer ajustes antes de prosseguir para a etapa de desenvolvimento completa.
A prototipagem de alta fidelidade também é útil para comunicar a visão do produto aos interessados,
como clientes, investidores e membros da equipe. Ela permite que eles visualizem e experimentem o
produto em um estágio inicial, facilitando a compreensão e a obtenção de feedback relevante.

A foto apresenta papéis em cima de uma mesa com diferentes imagens e um computador com a representação gráfica de uma dessas figuras.

É importante destacar que a prototipagem de alta fidelidade geralmente requer mais tempo e recursos
em comparação com protótipos de baixa fidelidade, como esboços ou wireframes simples. No entanto, ela
oferece uma representação mais próxima da experiência final do usuário e ajuda a reduzir riscos e custos
durante o desenvolvimento do produto.
Agora que você já conhece algumas bases conceituais para o desenvolvimento de protótipo, qual
delas achou mais interessante? Lembre-se de que cada projeto pode exigir abordagens específicas ou
combinações dessas bases, dependendo das necessidades e dos objetivos envolvidos.
Falando em projetos, você está envolvido na elaboração de algum? Sabia que os projetos podem
variar de acordo com sua natureza, objetivo e área de aplicação? Vamos analisar a seguir dois tipos como
exemplos para agregar aos nossos estudos.
16 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

TIPOS DE PROJETOS E CONTEXTOS PARA APLICAÇÃO

Cada categoria de projeto apresenta desafios específicos e requer habilidades e conhecimentos


distintos para ser bem-sucedida. Nesse contexto, é importante um acompanhamento adequado para a
definição clara dos objetivos, um planejamento cuidadoso das atividades, o direcionamento apropriado
de recursos e a colaboração entre membros das equipes para alcançar os resultados desejados.
Em nossa aula, vamos focar em dois tipos de projetos: os educacionais e os industriais, a partir da
apresentação de contextos para a sua construção.

PROJETOS EDUCACIONAIS

No contexto de inovação e criação de protótipos, existem diversos projetos educacionais que podem ser
desenvolvidos para promover o aprendizado prático, o pensamento criativo e a resolução de problemas.
Esses projetos visam envolver os estudantes em atividades que estimulem a inovação, o trabalho em
equipe e a aplicação dos conhecimentos teóricos em situações reais. Nesse sentido, vamos analisar alguns
exemplos:
a) Projetos de pesquisa científica: incentivar os estudantes a realizarem pesquisas científicas em
áreas como biologia, química, física, engenharia e ciência da computação. Esses projetos podem
envolver a criação de protótipos para testar hipóteses e validar descobertas.

A imagem mostra estudantes utilizando materiais de pesquisas dispostos em uma mesa.

b) Feiras de ciências e tecnologia: caracterizam-se como exposições nas quais os estudantes


apresentam projetos e protótipos que desenvolveram. Essas feiras podem incluir apresentações,
competições e avaliações pelos próprios colegas, professores e profissionais da área.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 17

A imagem mostra a exposição de protótipos em cima de uma mesa.

c) Hackathons educacionais: o conceito de hackathon tem origem a partir da combinação de duas


palavras em inglês: hack, que representa a habilidade de programar com excelência, e marathon,
que significa maratona. Em outras palavras, os hackathons são eventos em que os estudantes são
desafiados a trabalhar em equipe e criar protótipos funcionais de soluções tecnológicas em um
curto espaço de tempo. Os hackathons podem ter temas específicos, como desenvolvimento de
aplicativos móveis ou soluções para problemas sociais.

A imagem apresenta estudantes manuseando e analisando protótipos.


18 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

d) Laboratórios de fabricação digital: são espaços equipados com tecnologias como impressoras
3D, cortadoras a laser e kits eletrônicos, permitindo que os estudantes projetem e criem protótipos
físicos de suas ideias.

A figura apresenta uma tela de computador com projeção de um objeto e a representação do mesmo item em uma impressora 3D.

e) Programas de empreendedorismo: buscam incentivar os estudantes a identificarem problemas


do mundo real e a criar soluções inovadoras para eles. A partir dessa identificação, é possível
elaborar planos de negócios e prototipar ideias em produtos ou serviços viáveis.

A imagem apresenta uma jovem segurando um notebook.


1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 19

Os projetos educacionais oferecem aos estudantes a oportunidade de explorar ideias, aplicar


conceitos teóricos na prática, desenvolver habilidades de colaboração e experimentar o processo
de inovação e criação de protótipos. Eles também ajudam a promover o pensamento crítico, a
criatividade e o interesse pela ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em
inglês).
De forma geral, a importância dos projetos educacionais está em proporcionar uma educação de
qualidade, acessível e significativa, que contribua para o desenvolvimento integral dos estudantes e
prepare-os para os desafios do mundo contemporâneo e do mercado de trabalho.

STEM é o campo do conhecimento composto por ciências, tecnologia, engenharia e


matemática (Science, Technology, Engineering and Mathematics). O acrônimo é utili-
zado principalmente para a caracterização de currículos de instituições de ensino ou
como forma de dar ênfase às áreas de conhecimento de determinada política pública
de educação (Porvir, 2013).

Os projetos educacionais podem impactar positivamente a vida de indivíduos, comunidades e até


mesmo sociedades inteiras, promovendo a igualdade de oportunidades e o progresso social.
Agora que já estudamos sobre projetos educacionais relacionados à construção de protótipos, vamos
analisar um outro tipo de projeto que pode auxiliar essa criação de forma inovadora.

PROJETOS INDUSTRIAIS

Projetos industriais são empreendimentos planejados e executados no setor da indústria, que


envolvem a criação e desenvolvimento de produtos, processos ou sistemas para atender às necessidades
da sociedade. Esses projetos podem envolver profissionais com diferentes habilidades e áreas de
conhecimento para transformar ideias em realidade. Eles podem abranger desde a concepção de novos
produtos e aprimoramento de tecnologias existentes até a otimização de processos de produção. Além
disso, são fundamentais para impulsionar a inovação, promover o crescimento econômico e oferecer
soluções para desafios sociais e ambientais. Como exemplos para a aplicação, nós temos:
a) Realidade aumentada (RA): a RA pode ser usada na indústria para aprimorar o processo de
montagem e manutenção de produtos. Além disso, promove o desenvolvimento de protótipos
de soluções utilizando realidade aumentada para auxiliar na manutenção de equipamentos
industriais, como, por exemplo, criar uso de dispositivos móveis para fornecer informações em
tempo real sobre reparos, procedimentos de segurança ou diagnósticos de falhas.
20 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem apresenta uma pessoa visualizando um equipamento industrial e algumas informações sobre o item na tela de um tablet.

b) Impressão 3D: pode ser utilizada para criar peças personalizadas, protótipos rápidos ou até
mesmo produtos finais. Isso permite testar e aprimorar os projetos antes de investir em moldes
de produção em larga escala.

A imagem apresenta uma impressora 3D imprimindo protótipos de peças de um carro.

c) Internet das Coisas (IoT): conhecida em inglês como Internet of Things, de onde deriva a sigla IoT,
tem sido aplicada em diversos projetos industriais, como o monitoramento remoto de máquinas
e equipamentos, que, ao utilizar sensores conectados à internet, permitem o acompanhamento
em tempo real do desempenho das máquinas, facilitando a manutenção preventiva e reduzindo
o tempo de inatividade.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 21

A imagem apresenta uma pessoa monitorando uma máquina através de um tablet.

d) Automação de processos: tem como objetivo aumentar a eficiência e a produtividade por meio
da substituição de tarefas manuais por sistemas automatizados. Isso pode incluir, por exemplo,
o desenvolvimento de protótipos para automação de linhas de montagem e implementação de
robôs industriais para automatizar tarefas repetitivas ou perigosas.

A imagem mostra uma pessoa que observa um robô carregando uma caixa.

e) Big Data e Análise de dados: o termo Big data significa grande volume de dados, em tradução
para a língua portuguesa. Ela está relacionada à criação de protótipos que envolvem a coleta
e a análise de grandes volumes de dados gerados durante a produção industrial para otimizar
processos, identificar obstáculos na produção, prever falhas em equipamentos, entre outros
benefícios.
22 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem apresenta uma pessoa analisando dados em um computador.

Você conseguiu perceber as inúmeras possibilidades de aplicações relacionadas aos protótipos nos
projetos educacionais e industriais? Além dessas áreas citadas em nossa aula, existem tantas outras, como
engenharia, tecnologia da informação, ciências sociais, arte, medicina etc.
Alguns protótipos podem ser elaborados com foco no desenvolvimento de novas tecnologias e
inovações, enquanto outros têm como objetivo solucionar problemas sociais ou melhorar a qualidade de
vida das pessoas. Além disso, a complexidade para a construção pode variar desde pequenas tarefas de
curto prazo até empreendimentos de longo prazo e alto impacto.
Em geral, cada tipo de projeto irá demandar habilidades específicas, planejamento adequado e uma
postura investigativa antes de desenvolver um protótipo. Sendo assim, é fundamental analisar criticamente
os cenários de atuação em que a solução está sendo desenvolvida para identificar o problema a ser
solucionado e alcançar os resultados desejados de forma embasada.
A seguir, iremos analisar de forma mais detalhada a importância da postura investigativa para o
desenvolvimento de protótipos.

A IMPORTÂNCIA DE UMA POSTURA INVESTIGATIVA: ANÁLISE CRÍTICA DE CENÁRIOS E


IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Você já assistiu a algum filme de investigação em que um personagem principal, que também pode
ser um detetive, busca desvendar um mistério? Geralmente, ele possui um olhar curioso, questionador e
dedicado em descobrir a verdade.
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 23

Nesse gênero de filme, o protagonista examina cuidadosamente todas as pistas disponíveis, analisa
detalhes aparentemente insignificantes e faz conexões entre diferentes eventos, a fim de desvendar o
segredo por trás do mistério. O mesmo acontece quando um indivíduo adota uma postura investigativa
para analisar cenários na construção de um protótipo. Todavia, neste último caso, a análise está direcionada
para examinar minuciosamente as informações disponíveis no projeto e no contexto em que esse está
inserido, a fim de compreender a situação atual e prever possíveis desafios ou oportunidades futuras.
Assim como no filme investigativo, no qual o detetive está constantemente questionando e desafiando
sua própria visão das coisas, é essencial manter uma mentalidade aberta e flexível ao construir protótipos.
Isso nos permite avaliar continuamente nossas abordagens, identificar possíveis lacunas ou falhas e realizar
ajustes necessários para melhorar o resultado final.

A imagem apresenta um detetive analisando pistas com o uso de uma lupa.

Na elaboração de um projeto, esse tipo de postura é fundamental para a compreensão profunda


das necessidades, desafios e oportunidades envolvidos em um processo de construção. A partir disso,
é possível obter informações relevantes, identificar lacunas e reunir evidências que auxiliem o processo
de tomada de decisão. Vamos analisar a seguir os benefícios de se ter um olhar investigativo ao longo do
processo de desenvolvimento de um protótipo:
a) Compreensão aprofundada do problema: antes de começar a desenvolver um protótipo,
é fundamental ter uma compreensão completa do problema que o protótipo de um projeto
visa resolver. Isso envolve investigar as necessidades dos usuários, os desafios existentes e os
objetivos a serem alcançados com a criação. Ao entender profundamente o problema, você pode
direcionar seus esforços de desenvolvimento de forma mais eficaz.
24 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem apresenta um homem analisando figuras como interrogações, setas e representações de pessoas, que estão desenhadas em uma parede.

b) Identificação de lacunas e oportunidades: ao realizar uma análise crítica dos cenários, você
pode identificar falhas na abordagem atual ou oportunidades para melhorias no protótipo,
examinando a criação de soluções semelhantes, analisando as melhores práticas da indústria e
considerando os feedbacks anteriores de usuários. A partir disso, é possível ajustar e aprimorar o
design e os recursos para desenvolvimento do protótipo.

A imagem apresenta um homem caminhando em uma pista entre areias de um deserto, visualizando um oásis (um lugar com água e vegetação em meio ao deserto).
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 25

c) Tomada de decisão embasada: durante o desenvolvimento de protótipos, é necessário tomar


várias decisões de forma embasada, desde a escolha das tecnologias e ferramentas a serem
usadas até o design e a funcionalidade do protótipo. Isso envolve pesquisar diferentes opções,
avaliar seus prós e contras e considerar as restrições e requisitos do projeto.

A imagem apresenta uma pessoa observando qual caminho seguir a partir da análise de um mapa.

d) Mitigação de riscos: ao desenvolver protótipos, é importante identificar e diminuir os riscos


potenciais. Isso pode envolver o reconhecimento de possíveis problemas técnicos, desafios de
usabilidade ou limitações de recursos. Uma postura investigativa ajuda a descobrir esses riscos
com antecedência, permitindo que você tome medidas proativas para diminui-los ou eliminá-
los, como realizar testes prévios de uso, realizar verificações de viabilidade técnica ou adaptar o
protótipo com base no feedback dos usuários.

A imagem apresenta a palavra risco sendo medida por uma régua.


26 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

e) Eficiência na destinação de recursos: no desenvolvimento de protótipos, é essencial alocar


recursos, como tempo e orçamento, de forma eficiente. Uma análise crítica e uma identificação
precisa do problema permitem que você priorize os recursos com base na importância e no
impacto esperado. Isso ajuda a evitar desperdícios de recursos valiosos, concentrando-se nas
áreas críticas do protótipo.

A partir dos conhecimentos trazidos ao longo desse tópico, foram apresentados aspectos relacionados
a importância da adoção de uma postura investigativa, análise crítica de cenários e identificação de
problemas. A análise crítica oferece a capacidade de avaliar informações de maneira objetiva, apontar
falhas ou inconsistências, o que ajuda a refinar a qualidade e a eficácia do protótipo. Além disso, o
estudo de cenários permite antecipar possíveis impactos, riscos e consequências, contribuindo para
um planejamento mais abrangente e estratégico. Por fim, a identificação clara do problema é o ponto
de partida essencial para a definição de metas, objetivos e estratégias, garantindo que o projeto esteja
alinhado com as necessidades reais e possa tratar os desafios de forma efetiva.
Em resumo, uma postura investigativa proporciona uma base sólida para a elaboração de protótipos
bem embasados, informados e capazes de gerar resultados significativos e positivos.
Você percebeu quantas questões estão por trás do desenvolvimento de um protótipo? Desde as
possibilidades de aplicação em diferentes tipos de projetos até aspectos comportamentais que poderão
embasar as ações ao longo do processo de construção? Será que existe outro ponto relevante ao pensarmos
na construção de um protótipo?
A resposta é sim! Além de tudo o que vimos, é preciso também ter atenção com relação ao registro de
informações durante o processo de construção. Em outras palavras, um bom desenvolvimento de protótipo
precisa ter uma documentação de prototipagem que registre todas as etapas e atividades executadas ao
longo do processo.
Vamos entender um pouco mais sobre ela?

DOCUMENTAÇÃO DE PROTOTIPAGEM

Quando você compra um móvel para montar em casa, normalmente ele vem com um manual de
instruções, que é a forma do documento de prototipagem, pois fornece uma representação visual com o
passo a passo para montagem.
O manual de instruções do móvel é como um documento de prototipagem, pois ambos têm a função
de orientar as etapas para a construção de um objeto. Desse modo, assim como um protótipo é uma
representação inicial de um projeto, o manual é um guia para comunicar visualmente como construir algo.
A documentação de prototipagem é muito importante, pois ajuda a registrar e explicar as ideias e
conceitos por trás de um protótipo, permitindo que as pessoas entendam claramente como ele funciona,
como foi projetado e qual o seu objetivo. Ao documentar as ações realizadas para o desenvolvimento
de um protótipo, é possível guardar informações úteis para consultas futuras, testes e melhorias a fim
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 27

de garantir que o produto esteja em conformidade com as regras. Além disso, uma boa documentação
facilita a colaboração entre a equipe, pois todos podem compartilhar conhecimento, identificar problemas
e propor soluções de forma mais eficiente.

A imagem apresenta uma pessoa analisando papéis com elementos gráficos e a representação deles em um computador.

Aqui vão algumas dicas de itens que você pode incluir em um documento para organizar e sistematizar
os dados de prototipagem:
a) Descrição do projeto: apresenta uma visão geral do projeto, seu contexto, objetivos e estrutura.
b) Requisitos do protótipo: informa especificações funcionais e técnicas que o protótipo deve
atender.
c) Design do protótipo: descrição dos elementos de design, como formas de acessibilidade, fluxos
de navegação, esquemas de cores e estilos visuais.
d) Decisões de design: explicação das escolhas relacionadas ao desenho do produto, feitas durante
o processo de prototipagem e justificativas para essas decisões.
e) Funcionalidades e interações: descrição das diferentes funcionalidades e interações presentes
no protótipo.
f) Fluxos de trabalho: documentação dos fluxos de trabalho e sequências de ações dentro do
protótipo.
g) Resultados de testes: registro dos testes realizados no protótipo, incluindo os resultados obtidos
e as conclusões tiradas desses testes.
h) Limitações e melhorias futuras: identificação das limitações conhecidas do protótipo e
sugestões de melhorias para versões futuras.
28 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A forma como a documentação de prototipagem é estruturada e apresentada pode variar dependendo


das necessidades do projeto e das preferências da equipe. Ela pode ser elaborada em formato de texto,
diagramas, imagens, capturas de tela, vídeos ou qualquer outra forma de registro que facilite a compreensão
do protótipo.

No vídeo a seguir, vamos analisar um exemplo de estruturação de um


documento, escaneando esse QR Code, ao lado, com seu smartphone.
Importante: o vídeo é imprescindível para a construção do seu conhe-
cimento, portanto, assista-o com atenção e faça as anotações necessá-
rias.

VÍDEO - UC24AUla01 (1) – aguardando link

A partir dos conhecimentos adquiridos ao longo da nossa aula e da visualização do vídeo, você percebeu
a importância do registro de informações ao longo do processo de construção de um protótipo?
Embora não haja um modelo único que se aplique a todos os casos, é importante lembrar que a forma
como você organizará as informações dependerá das necessidades e contextos de cada projeto e protótipo
que será desenvolvido.

Vamos relembrar o nosso problematizando? Quais elementos Fernanda poderá utilizar em um


documento para sistematizar e organizar as informações relacionadas ao desenvolvimento do protótipo?
Deve ser utilizada a documentação de prototipagem, devido a sua função de registrar as etapas do
processo de construção de um protótipo, desde a concepção inicial até as iterações e melhorias realizadas
ao longo do caminho. Ela irá funcionar como um guia para futuras referências e oferece a oportunidade de
aprender com as experiências passadas, acelerando os ciclos de desenvolvimento e evitando retrabalho.
Para organizar e sistematizar um documento, é importante utilizar alguns tópicos que auxiliem no
entendimento de um protótipo, bem como de suas etapas, como, por exemplo, descrição do projeto que
envolve o protótipo, requisitos e design utilizados para construção, incluindo suas justificativas, fluxos de
trabalho e resultados de testes.
Vamos ver como terminou a história do nosso contexto?
A partir da solicitação de Miguel, Fernanda decidiu construir um documento para registrar todas as
atividades do protótipo. Assim, ela resolveu anotar todas as ações da equipe, as ideias que tiveram, os
testes que realizaram e quaisquer mudanças que fizeram. Miguel, então, gostou da estruturação, ao ouvir
1 CONSTRUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PROCESSOS DE PROTOTIPAGEM A PARTIR DA ANÁLISE DE CONCEITOS 29

Fernanda mencionar que o registro servirá como um diário, ajudando o grupo a entender melhor o que
funciona e o que precisa ser melhorado no projeto, contribuindo para o progresso e para a tomada de
decisões.

A imagem mostra Miguel conversando com Fernanda. Nesse contexto, Miguel responde: “Ótimo! Com certeza a equipe vai se engajar para utilizar o documento
durante a prototipagem”.

REDAÇÃO PORVIR. STEM ou STEAM. Disponível em: <https://porvir.org/stem/>. Acesso em: 29 jun.
2023.
RAMÍREZ, D. M. B.; ZANINELLI, T. B. O uso do design thinking como ferramenta no processo de
inovação em bibliotecas. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação,
v. 22, n. 49, p. 59–74, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/147/14750845006/html/.
Acesso em: 27 jul. 2023.
2 Conhecendo técnicas e
tipos de protótipos para a
construção de projetos
A equipe de Miguel estava imersa na finalização do projeto que estão desenvolvendo para a empresa.
Então, chegou o momento de pensarem na construção de um protótipo que deveria ser apresentado
em uma reunião semanal com outros setores e diretoria. A ideia era que o grupo pudesse apresentar a
proposta que construíram com o intuito de colaborar para a melhoria das atividades da empresa.
Todavia, Miguel compartilhou com a equipe que eles não possuiam muito tempo para elaborar o
protótipo. Portanto, precisavam escolher uma forma de apresentar uma versão inicial da ideia de maneira
simples, com baixo custo, mas que envolvesse a criatividade de todos para a representação clara da
proposta que estavam criando.

A imagem apresenta uma cena em que Miguel está em pé à frente do grupo, na sala de reunião, e todos estão sentados. Fernanda fala baixinho com uma colega: “Já
comecei a pensar nas possibilidades. Vamos pesquisar uma técnica que possa auxiliar o grupo!” Ela, então, responde: “Ok!”.

Qual técnica Helena poderá utilizar como proposta para ajudar a sua equipe na apresentação do
protótipo?
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 33

Antes de iniciar o estudo, é fundamental compreender os assuntos que serão abordados. Para facilitar
essa compreensão, veja a organização desta aula na imagem a seguir:  

A imagem apresenta os tópicos que serão estudados na aula.

Vamos lá? Bons estudos!

PROTÓTIPOS PARA PROJETOS DE INOVAÇÃO

Imagine que uma confeiteira está desenvolvendo uma nova receita de bolo. Para isso, ela decide analisar
a ideia a partir de diferentes perspectivas ou através da utilização de diferentes tipos de protótipos que
podem caracterizar as variações das representações do bolo.
Então, ela cria um protótipo inicial, fazendo anotações rápidas sobre os ingredientes principais e
estimativas das quantidades. Em seguida, realiza uma representação digital de como ela imagina a versão
final do bolo, visualizando o resultado antes de colocar a mão na massa. Após essa etapa, ela segue para
a execução da receita, ajustando as proporções dos ingredientes e técnicas conforme o necessário. Por
fim, chega ao protótipo final, refinado com base nos feedbacks e nos ajustes feitos a partir dos protótipos
anteriores.
Essa abordagem de prototipagem permite que a profissional possa experimentar, ajustar e melhorar
suas criações como confeiteira com o intuito de conquistar um resultado mais satisfatório em suas receitas
para atrair mais clientes.
34 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra uma mulher segurando um bolo, enquanto bolos menores estão em cima de uma bancada.

Desse modo, pode-se dizer que um protótipo é uma espécie de “rascunho” ou uma “versão teste” de
algo que será desenvolvido, a depender do projeto. Em outras palavras, é uma forma de colocar uma ideia
em prática e testar o seu funcionamento antes de criar o produto ou a versão final.
Da mesma forma que no exemplo citado, os protótipos podem ser usados para experimentar, ajustar
e melhorar várias criações, seja na culinária, artesanato ou em qualquer outro projeto criativo, dentro do
contexto de uma empresa ou também fora dele.
Nesse sentido, existem diversos tipos de protótipos, cada um com suas próprias características
e benefícios. Para a escolha do modelo mais adequado, é importante considerar o cenário do projeto,
os recursos disponíveis, o objetivo da funcionalidade a ser testada, entre outros aspectos, visando uma
abordagem que equilibre eficiência dos resultados esperados e clareza na execução das atividades de
forma a contribuir com o processo de desenvolvimento e validação.
A seguir, vamos analisar alguns deles!

PROTÓTIPO SUJO

Um protótipo sujo, também conhecido como “protótipo rápido” ou “protótipo de baixa fidelidade”,
é uma representação simplificada e de baixo custo de uma ideia ou conceito. Ele é utilizado para testar
e validar rapidamente a viabilidade de uma solução antes de investir tempo e recursos significativos no
desenvolvimento completo. Aqui estão alguns exemplos de protótipos sujos:
a) Rascunhos em papel: uma forma simples de prototipar é desenhar à mão uma interface ou
um fluxo de interação em um pedaço de papel. Esses rascunhos podem ser usados para obter
feedback inicial sobre o design e a usabilidade.
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 35

b) Storyboards: o uso de storyboards, como se fossem quadrinhos, é uma maneira eficaz de


visualizar e comunicar um conceito ou uma sequência de interações. Eles podem ser desenhados
rapidamente à mão ou criados digitalmente usando ferramentas simples de desenho.
c) Protótipos de papelão: para criar protótipos físicos, o papelão é um material acessível e flexível.
Pode-se usar recortes de papelão para simular a forma e as dimensões de um objeto ou produto.
Ao simplificar a aparência e os recursos do protótipo, você pode se concentrar na funcionalidade
principal ou nos recursos essenciais do produto. Isso ajuda a evitar distrações desnecessárias e garante que
a ideia central seja claramente comunicada e compreendida. Além disso, a elaboração de um protótipo
sujo estimula a criatividade, pois você é livre para explorar várias soluções e possibilidades, impulsionando
o desenvolvimento futuro do projeto.
Todavia, por ser um modelo que, em alguns casos, limita a realização de testes práticos, o protótipo
sujo possui algumas desvantagens que precisam ser consideradas, como, por exemplo, o entendimento
incorreto por parte da equipe, além de investidores e demais pessoas interessadas quanto ao produto final
em razão da falta de detalhes. Sendo assim, o feedback com relação a possíveis melhorias pode ser vago e
pouco útil devido à falta de clareza.

A imagem mostra ilustrações que representam protótipos de papel.

Embora um protótipo sujo não seja tão sofisticado quanto um protótipo de alta fidelidade, ele permite
testar a usabilidade, a navegabilidade e a interação com o produto ou projeto de forma rápida e econômica.
Esses protótipos são frequentemente utilizados em áreas como design de produtos, design de interfaces
de usuário e design de serviços para validar conceitos, identificar problemas e aprimorar a experiência do
usuário antes de prosseguir para etapas mais avançadas do processo de desenvolvimento.
36 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

PROTÓTIPO OU MODELAGEM VIRTUAL

A prototipagem ou modelagem virtual é um processo que envolve a criação de representações digitais


de um produto, sistema ou processo antes da sua produção ou implementação física. Ela permite que
os profissionais testem e validem suas ideias de forma rápida e eficiente, antes de investir recursos na
construção física do produto. Um protótipo virtual pode envolver a criação de modelos 3D detalhados que
podem ser visualizados, manipulados e analisados em contexto digital, e a criação de ambientes virtuais
imersivos, através dos quais os usuários podem interagir com as soluções de forma mais realista. Esses
ambientes são comumente usados em setores como jogos, realidade virtual, simulações de treinamento e
visualização de um projeto arquitetônico.
Vejamos algumas ferramentas para criação de protótipos virtuais:
a) Power point: essa ferramenta pode ser algo mais acessível no momento de criar um
protótipo virtual. Com ela, é possível fazer uma representação visual do projeto ou produto
em desenvolvimento. Você pode adicionar imagens, ícones, formas botões que representem a
experiência do usuário, além de incluir animações e transições que dialoguem com sua proposta.
b) Ambientes imersivos (Realidade Virtual e Realidade Aumentada): a utilização de tecnologias
como RV e RA pode trazer uma experiência ainda mais envolvente para a prototipagem virtual. A
realidade virtual permite que os usuários interajam com o protótipo em um ambiente totalmente
imersivo, enquanto a realidade aumentada relaciona os elementos virtuais com o mundo real,
proporcionando uma combinação interativa entre os dois contextos.
c) Modelagem 3D: a partir desse recurso, podem ser criados modelos digitais de objetos e espaços
em três dimensões. Sendo assim, é possível modificar e testar soluções virtualmente para
encontrar problemas, melhorar o design e fazer ajustes antes de construir o protótipo físico.
A modelagem 3D também pode ser usada em conjunto com outras tecnologias, como simulações
e realidade virtual, para proporcionar uma experiência mais realista do protótipo. Isso ajuda a
entender como a criação vai se comportar em diferentes situações.

Criar um protótipo físico pode ser caro, especialmente quando envolve o uso de diferentes materiais,
mão de obra e fabricação. Com um protótipo virtual, é possível economizar significativamente nos custos,
pois não há necessidade de criar modelos físicos de forma repetida. Além disso, com o protótipo virtual, é
possível visualizar o produto ou projeto em um ambiente digital antes mesmo da fabricação. Isso permite
a identificação precoce de problemas ou melhorias necessárias antes de uma proposta final.
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 37

A imagem mostra pessoas em um escritório analisando protótipos a partir de diferentes tecnologias.

Ao eliminar ou reduzir a necessidade de protótipos físicos, o uso de protótipos virtuais ajuda a minimizar
o desperdício de materiais e a reduzir o impacto ambiental associado à fabricação e descarte de protótipos
físicos.

PROTÓTIPO FUNCIONAL

Caracteriza-se como um modelo ou versão inicial de um produto ou sistema que é construído para testar
e validar conceitos, funcionalidades e usabilidade. Esse tipo de protótipo é capaz de realizar algumas ou
todas as principais funções do produto final, diferentemente de um modelo não funcional, que geralmente
é estático ou simulado.
De forma geral, um protótipo funcional é desenvolvido com o objetivo de demonstrar o funcionamento
prático de uma ideia ou projeto, permitindo que os criadores obtenham feedback dos usuários e
identifiquem possíveis problemas ou melhorias antes de prosseguir com o desenvolvimento completo.
Ele pode ser construído usando uma variedade de técnicas e ferramentas que veremos a seguir.
a) Materiais simples: esse tipo de recurso tem se mostrado uma abordagem altamente eficiente e
acessível no processo de desenvolvimento de produtos e sistemas. Ao optar por materiais como
papelão, madeira, plástico reciclado e até mesmo objetos do cotidiano, os projetistas podem
rapidamente materializar suas ideias, testar funcionalidades e obter opiniões valiosas antes de
investir recursos consideráveis na produção em larga escala. O uso desses materiais estimula a
criatividade, agiliza o processo de design e ajuda a identificar e solucionar problemas de forma
eficaz, resultando em produtos finais de melhor qualidade e maior satisfação dos usuários.
38 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra um robô de papel manuseando uma ferramenta.

b) Software: a utilização de softwares para a criação de protótipos funcionais tem se tornado


uma prática cada vez mais utilizada e essencial no processo de desenvolvimento de produtos
e serviços. Por meio dessas ferramentas, designers e desenvolvedores podem criar modelos
interativos e realistas que simulam o funcionamento e a aparência do produto final, permitindo
a identificação precoce de problemas, ajustes de design e validação de conceitos antes de
investimentos significativos na produção em grande quantidade. Essa abordagem agiliza o ciclo
de desenvolvimento, reduz custos e possibilita uma colaboração mais eficiente entre as equipes
envolvidas no projeto, resultando em produtos mais inovadores, funcionais e alinhados às
expectativas dos usuários.
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 39

A imagem mostra uma pessoa utilizando o celular e visualizando elementos de um protótipo.

Ao construir um protótipo funcional, os criadores geralmente priorizam as principais características


e funcionalidades do produto final, deixando de lado detalhes estéticos ou recursos secundários menos
importantes. Isso permite que eles testem a viabilidade técnica e a usabilidade do conceito, evitando
investimentos significativos de tempo e recursos em estágios iniciais do desenvolvimento.

MÍNIMO PRODUTO VIÁVEL (MVP)

Mínimo Produto Viável (MVP, do inglês “Minimum Viable Product”) é um conceito amplamente utilizado
no desenvolvimento de produtos e serviços. Trata-se de uma estratégia que visa lançar no mercado um
produto ou serviço com o mínimo de recursos necessários para atender às necessidades básicas dos
clientes. O objetivo é testar e validar a ideia principal do produto de forma rápida e econômica, antes de
investir tempo e recursos consideráveis no desenvolvimento completo.
Desse modo, um MVP caracteriza- se por ser uma versão simplificada do produto ou serviço, contendo
apenas as funcionalidades essenciais para cumprir seu propósito central. Ele é projetado para fornecer uma
solução viável o suficiente para resolver um problema específico do cliente e obter opiniões e, com base
nesses feedbacks, os desenvolvedores podem realizar aprimoramentos contínuos, refinando o produto
com base nas necessidades e preferências reais dos usuários.
No momento de desenvolver um Mínimo Produto Viável, existem algumas ferramentas que podem
auxiliar nesse processo. Tudo irá depender do objetivo e etapa de criação que esteja.
a) Trello: é uma ferramenta de gerenciamento de projetos baseada em quadros. É uma maneira
simples e eficaz de organizar e acompanhar as tarefas relacionadas ao desenvolvimento do seu
MVP. Você pode criar listas de tarefas, atribuir prazos e acompanhar o progresso de cada etapa.
40 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

b) Canva: caracteriza- se por ser uma ferramenta criação que permite elaborar protótipos e designs
simples para o seu MVP. Ele possui uma interface intuitiva e oferece muitas possibilidades de
modelos e elementos gráficos que podem ajudar a criar uma apresentação visual do produto.
c) Google Forms: é um recurso gratuito para criação de questionários e formulários online. É uma
ótima opção para coletar feedback e opiniões dos usuários sobre o seu MVP e obter relatório das
respostas. Você pode criar perguntas personalizadas e analisar os resultados posteriormente.

Agora vamos analisar um exemplo de como funciona o princípio de construção do MVP na figura a
seguir.

A figura mostra um exemplo de representação do conceito de Mínimo Produto Viável, ou MVP.

A imagem ilustra a abordagem do MVP, que consiste em lançar um produto mínimo, nesse caso, um
meio de locomoção, que seja viável e possua funcionalidades essenciais, a fim de obter opiniões dos
usuários e realizar atualizações com base nesses aprendizados, até chegar a um produto mais completo e
refinado.
Através da figura, há a representação de uma sequência visual que mostra uma pessoa ao lado de
diferentes elementos e meios de transporte. Inicialmente uma roda, que representa a ideia básica ou o
núcleo da solução proposta. Em seguida, ao lado de uma patinete, que simboliza uma versão simplificada
e funcional do produto. A sequência continua com uma bicicleta, uma moto e, por fim, um carro, que
representam renovações subsequentes do produto, adicionando gradualmente mais recursos e
complexidade.
Em linhas gerais, o conceito de MVP é comumente associado ao desenvolvimento ágil de programas
e ao movimento das startups (empresas em fase de desenvolvimento), mas também pode ser aplicado a
projetos em diferentes setores e contextos. Assim como outros tipos de protótipos, já abordados ao longo
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 41

dos nossos estudos, ele promove uma abordagem dinâmica e orientada por feedback, ajudando a reduzir
riscos e aumentar as chances de sucesso ao desenvolver novos produtos ou serviços.

Uma startup é caracterizada como empresa ou instituição humana que se constrói


nos mais diversos ramos e que surge espontaneamente na condição de extrema in-
certeza, tendo em sua essência a inovação para criar produtos e serviços os quais
pretendem revolucionar o mercado. (RIES apud SOUZA e TORRES, 2016).

É importante lembrar que o processo de escolha para representação de um protótipo envolve uma
decisão estratégica no desenvolvimento de produtos. Visto que cada tipo tem características distintas que
atendem a diferentes propósitos e fases do projeto. Eles permitem a análise de conceitos bem como a
validação de ideias de forma rápida e mais próxima da realidade.
A partir dos conhecimentos abordados em nossa aula, iniciamos com a análise da definição de protótipo
sujo, que pode ser útil no estágio inicial, ajudando a identificar falhas e refinar o conceito básico. O protótipo
funcional, por sua vez, busca simular o funcionamento real do produto, incorporando características e
interações mais próximas da versão final. É ideal para testar a usabilidade, a ergonomia e a eficiência do
produto.
Já o protótipo digital oferece a vantagem de ser desenvolvido em ambiente virtual, permitindo a
criação de representações dinâmicas e interativas a partir da simulação de experiências de usuário. É útil
para testar a interação e a navegabilidade. Por fim, o Mínimo Produto Viável (MVP) é um protótipo que tem
como objetivo apresentar apenas as funcionalidades essenciais do produto, viabilizando o lançamento no
mercado para obter feedback dos usuários e validar a demanda antes de investir recursos adicionais.

O filme “Pequena Grande Vida” ocorre em um futuro próximo, onde cientistas des-
cobrem uma maneira de encolher as pessoas como uma solução para os problemas
ambientais e superpopulação. Durante a jornada, Paul, o ator principal se envolve em
um projeto de desenvolvimento de protótipos para criar casas miniaturizadas mais
eficientes e sustentáveis, mostrando como ideias inovadoras podem transformar a
forma como vivemos.
42 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra bonecos que representam pessoas em miniaturas.

Além dos tipos de protótipos que estudamos, existem tantos outros com propósitos próprios
e diferentes níveis de complexidade. Portanto, ao avaliar escolha de qual modelo usar lembre-se de
analisar a etapa do projeto, os objetivos específicos bem como os recursos disponíveis para cada proposta.

Vamos relembrar o nosso problematizando? Qual técnica, Fernanda poderá utilizar como proposta
para ajudar a sua equipe na apresentação do protótipo?
Considerando as informações fornecidas a melhor solução a ser utilizada pela equipe seria o protótipo
sujo. Este tipo de representação inicial do produto final, aumenta a eficiência do desenvolvimento levando
a uma experiência mais satisfatória para os usuários e outras pessoas envolvidas no processo de construção.
Vamos ver como terminou a história do nosso contexto?
Ao pesquisar sobre a variedade de tipos de protótipos, e considerando as instruções compartilhadas
por Miguel, a técnica Fernanda concluiu que a melhor solução a ser utilizada pela equipe seria o protótipo
sujo, pois ajudará na criatividade pelo grupo, na construção mais rápida, com materiais simples e de baixo
custo.
2 CONHECENDO TÉCNICAS E TIPOS DE PROTÓTIPOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS 43

A imagem mostra Fernanda olhando para o computador, enquanto uma colaboradora diz: “Com isso, será possível demonstrar as funcionalidades e características
essenciais da ideia da nossa proposta”.

TORRES, N. N. DE J.; SOUZA, C. R. B. DE. Uma Revisão da Literatura sobre Ecossistemas de Startups
de Tecnologia. Disponível em: <https://sol.sbc.org.br/index.php/sbsi/article/view/5986/5884>. Acesso
em: 13 jul. 2022.
3
Provas de conceito: métodos,
técnicas e ferramentas
O coordenador Miguel estava em uma viagem a trabalho, porém precisava realizar algumas ações
na construção do projeto. Uma delas era definir a estratégia mais adequada para apresentar a prova de
conceito do protótipo que estão desenvolvendo na reunião semanal com os gestores, com o intuito de
realizar novas análises voltadas para a ideia do protótipo e coletar feedbacks de melhoria.

A imagem mostra Miguel em um aeroporto pensando: “Preciso pedir ajuda ou não vamos conseguir apresentar o nosso protótipo”.

Como Miguel não chegaria a tempo para pensar em algo com calma, ele ligou para Fernanda solicitando
apoio para que a técnica pesquisasse um procedimento que representasse de forma mais concreta o
conceito do protótipo. Assim, poderiam sair de um contexto mais abstrato para representar algo mais
próximo da realidade, contribuindo, portanto, para uma melhor compreensão por parte do gerente Solano,
dos gestores e das demais pessoas envolvidas.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 47

A imagem mostra Miguel conversando com Fernanda em uma chamada telefônica. Fernanda, então, diz: “Pode contar comigo! Vou apresentar uma estratégia assim
que você voltar!”.

Qual estratégia Fernanda poderá selecionar para representar de forma mais concreta a ideia do
protótipo a partir da prova de conceito?

Antes de iniciar o estudo, é fundamental compreender os assuntos que serão abordados. Para facilitar
essa compreensão, veja a organização dessa aula na imagem a seguir:  
48 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

A imagem apresenta os tópicos que serão estudados na aula.

Vamos lá? Bons estudos!

DEFINIÇÃO E BENEFÍCIOS DAS PROVAS DE CONCEITO

Provas de conceito (Proof of Concept — PoC) são testes e demonstrações realizados durante a fase inicial
de um projeto para verificar a viabilidade técnica, operacional e financeira de uma ideia ou conceito. Elas
são projetadas para verificar se uma determinada solução, tecnologia, processo ou abordagem é viável
antes de prosseguir com um investimento completo no desenvolvimento do projeto.
A relação entre protótipos de inovação e provas de conceito está na aplicação prática. Em outras
palavras, uma PoC pode ser incorporada em um protótipo como um elemento central ou parte da sua
implementação, focando na validação de aspectos técnicos, ao passo que um protótipo de inovação,
enquanto modelo ou representação concreta de uma ideia ou conceito inovador, abrange uma visão mais
ampla, incluindo a experiência do usuário, design, funcionalidades e aspectos práticos.
Vamos refletir sobre a seguinte situação: imagine que você está interessado em explorar um novo
hobby ou uma nova atividade para lazer, como tocar um instrumento musical. Antes de se comprometer
totalmente com aulas, equipamentos e tempo de prática, você pode realizar uma prova de conceito para
avaliar sua afinidade com a atividade. Vejamos como isso poderá ocorrer na prática.

Inicialmente, assim como em um projeto, é importante explorar diferentes opções antes de se


comprometer com algo. Essa atitude pode auxiliar até mesmo na definição do seu objetivo. Desse modo,
você pode pesquisar e identificar diversos instrumentos musicais que despertam seu interesse, como
violão, teclado ou bateria.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 49

A imagem mostra diferentes instrumentos musicais como violão, bateria e teclado.

Mas antes de investir em um instrumento, é possível buscar oportunidades para realizar testes gratuitos
ou alugar um equipamento por um curto período. Essa é uma forma de verificar se você se adapta à
atividade, se sente confortável com o instrumento escolhido e se possui alguma aptidão natural.
Nesse sentido, você pode buscar a orientação de um professor ou músico experiente para obter
feedback sobre seu progresso e identificar eventuais dificuldades. Isso é muito importante para entender
se você está progredindo e se sente motivado a continuar.

A imagem mostra uma pessoa observando outra tocando um teclado musical.

Durante a prova de conceito, uma versão simplificada do projeto é construída ou implementada para
testar as principais funcionalidades, recursos ou premissas do projeto. Essas demonstrações geralmente
50 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

são conduzidas em escala menor, com menor complexidade e menor investimento de tempo e recursos
do que um projeto completo exigiria.
As provas de conceito têm diversos benefícios, como:
a) Avaliar a viabilidade técnica: permitem testar a funcionalidade e o desempenho de uma
solução em condições reais ou simuladas, identificando possíveis problemas técnicos e avaliando
a adequação da abordagem adotada;
b) Identificar riscos: ajudam a identificar e mitigar riscos potenciais antes de iniciar o
desenvolvimento completo do projeto, reduzindo a possibilidade de falhas caras e demoradas
no futuro;
c) Tomar decisões informadas: fornecem dados e informações concretas para auxiliar na tomada
de decisões estratégicas relacionadas ao projeto, como a escolha entre diferentes tecnologias ou
abordagens;
d) Obter apoio financeiro: uma prova de conceito bem-sucedida pode ajudar a angariar
financiamento e apoio adicional para o projeto, demonstrando sua viabilidade e potencial
impacto positivo;
e) Engajar partes interessadas: as provas de conceito podem ser usadas para envolver as partes
interessadas, como clientes, investidores ou usuários finais, obtendo feedback valioso e validando
a proposta de valor do projeto.
No contexto da construção de um projeto, como já abordado em nossa aula, uma prova de conceito
pode envolver a construção de um protótipo, testes de materiais, simulações computacionais, entre outros
métodos que permitam verificar a viabilidade da solução proposta antes de se comprometer com um
investimento completo.

A imagem mostra uma pessoa analisando ícones em um celular e os mesmos elementos representados em um papel.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 51

É importante destacar que uma prova de conceito não é o projeto final em si, mas sim um estágio de
validação inicial que visa reduzir riscos e fornecer informações relevantes para a tomada de decisões sobre
a continuidade e o escopo do projeto. Para tanto, precisam ser considerados alguns pontos fundamentais
para a sua execução.

ASPECTOS IMPORTANTES DA PROVA DE CONCEITO

A realização de provas de conceito (PoC) é muito importante no desenvolvimento de protótipos ou na


introdução de novas soluções. Basicamente, é uma forma de testar se algo pode funcionar na prática, com
base na sua concepção teórica. A seguir, vamos conferir algumas práticas fundamentais relacionadas às
principais etapas da prova de conceito.

ETAPA DE PLANEJAMENTO

Através do planejamento detalhado, é possível definir claramente os objetivos específicos da PoC,


desenhar a estrutura do experimento, identificar os recursos necessários — sejam eles financeiros,
tecnológicos ou humanos — e estabelecer critérios de avaliação. Além disso, uma preparação prévia
permite antecipar desafios e elaborar estratégias para diminuir os riscos no processo de execução. Por isso,
é importante:
a) Definir objetivos: comece definindo claramente os objetivos da prova. Identifique o que você
deseja demonstrar, os resultados que espera obter e os critérios para avaliar o sucesso da prova.
b) Estabelecer requisitos: determine os requisitos técnicos e operacionais necessários para realizar
a experiência conceitual. Isso inclui recursos, equipamentos, tecnologias e pessoal necessário
para executar o teste.
c) Desenvolver plano de ação: crie um plano detalhado que inclua as etapas necessárias para a
realização da prova de conceito. Identifique os marcos importantes, atribua responsabilidades,
defina um cronograma e aloque os recursos necessários.
d) Identificar participantes: determine quem será responsável pela execução da prova de
conceito. Isso pode incluir membros da equipe interna, especialistas externos ou parceiros de
negócios relevantes. Certifique-se de que as pessoas adequadas estejam envolvidas para garantir
o sucesso da prova.
e) Preparar o ambiente: verifique se você possui um ambiente adequado para realizar a prova
de conceito. Isso pode envolver contextos virtuais, como a configuração de hardware e software
específicos, ou cenários reais envolvendo a disponibilidade de recursos e infraestrutura
necessários.

Em resumo, um planejamento adequado constitui-se como uma estrutura que sustenta todo o processo
da PoC, garantindo sua relevância e contribuindo para a tomada de decisões de forma estratégica.
52 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

A imagem mostra uma pessoa manuseando alguns cubos de madeira que estão empilhados com imagens desenhadas, como, por exemplo, pessoas, lupa para
análise, ajustes, gráficos etc.

Estudaremos a seguir a fase de execução e seus passos.

ETAPA DE EXECUÇÃO

Essa fase caracteriza-se como o momento em que a teoria e os objetivos planejados são testados e
observados na prática, permitindo uma análise transparente das atividades por todas as pessoas envolvidas
no processo, promovendo uma compreensão compartilhada do progresso e dos desafios enfrentados.
Logo, é fundamental a:
a) Descrição dos testes: informe os testes específicos que estão sendo executados para validar
o conceito. Isso pode incluir testes de funcionalidade, desempenho, segurança, entre outros,
dependendo do objetivo da PoC.
b) Avaliação contínua: descreva como a avaliação contínua dos resultados está sendo realizada ao
longo da execução da PoC. Isso pode envolver análise de métricas, comparação com critérios de
sucesso e ajustes conforme necessário.
c) Registro detalhado: assegure-se de manter um registro detalhado de todas as atividades
realizadas durante a execução, incluindo datas, ações tomadas e resultados observados.
d) Aprendizados e insights: anote quaisquer aprendizados, insights ou descobertas importantes
que ocorram durante a execução da PoC. Isso pode incluir observações sobre o comportamento
do sistema, otimizações possíveis ou novas oportunidades.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 53

De maneira geral, a etapa de execução é o ponto de ligação entre o planejamento teórico e os resultados
concretos, sendo essencial para verificar a viabilidade e o potencial real de um conceito e fornecendo
informações valiosas para a estruturação dos próximos passos.

A imagem mostra pessoas observando um protótipo no celular e realizando anotações.

Estudaremos a seguir a fase de avaliação e os pontos a serem definidos para sua análise.

ETAPA DE AVALIAÇÃO E ANÁLISE

A fase de avaliação e análise de resultados assume um papel de extrema importância dentro de uma
prova de conceito, uma vez que é nesse estágio que a viabilidade e a eficácia são minuciosamente avaliadas.
Portanto, é fundamental considerar os seguintes pontos:
a) Definir critérios de avaliação: estabeleça princípios para avaliar o desempenho da prova de
conceito. Defina os critérios que determinarão se os resultados são bem-sucedidos ou não. Isso
ajudará a avaliar objetivamente os resultados obtidos.
b) Documentar a prova de conceito: siga o plano de ação e execute a prova de conceito conforme
planejado. Documente cuidadosamente todos os processos, resultados, problemas encontrados
e lições aprendidas durante a realização da prova.
c) Analisar resultados: após a conclusão da prova de conceito, analise os resultados de acordo
com as métricas e critérios estabelecidos. É importante aprender com eles, independentemente
de serem positivos ou negativos. Além disso, avalie se a ideia ou solução testada é viável, eficaz e
atende aos objetivos definidos.
54 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

d) Tomar decisões: com base na análise dos resultados, tome decisões informadas sobre os próximos
passos a serem seguidos. Isso pode envolver a iteração e melhoria da solução, a adaptação de
planos futuros ou a implementação em larga escala, se os resultados forem positivos.
Ao conduzir uma observação detalhada dos resultados obtidos durante a prova de conceito, torna-
se possível verificar se o experimento está alinhado com os objetivos e requisitos traçados na etapa
de planejamento e se existem pontos de melhoria. Sendo assim, essa avaliação oferece percepções
importantes para fundamentar decisões estratégicas e informar ações futuras.

A imagem mostra uma pessoa utilizando um computador e analisando um documento.

Lembre-se de que as provas de conceito são projetadas para explorar ideias e testar soluções em um
ambiente controlado. É uma etapa importante para validar conceitos e reduzir riscos antes de implementar
algo em grande escala. Portanto, um planejamento adequado, execução cuidadosa e análise aprofundada
são fundamentais para obter os insights necessários e tomar decisões embasadas.

REPRESENTAÇÕES DA PROVA DE CONCEITO

Ao realizar provas de conceito, torna-se fundamental utilizar técnicas que permitam visualizar
e comunicar de forma clara e concreta as ideias e objetivos de um produto ou serviço que está em
desenvolvimento. Isso ocorre porque, ao ilustrar o funcionamento e a aparência do produto ou sistema em
questão, é possível contribuir para a compreensão das partes interessadas, que podem identificar possíveis
problemas, fazer ajustes e aprimorar o conceito antes da implementação. Vamos verificar a seguir alguns
exemplos de representações.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 55

a) Prototipagem física: trata-se de uma abordagem na qual um modelo tangível do projeto é criado
para visualizar e testar suas características físicas e funcionais. Por meio da seleção adequada de
materiais, a prototipagem física permite uma melhor compreensão do projeto, identificação de
problemas e iteração para aprimoramentos. Além disso, testes de usabilidade com o protótipo
físico e a documentação de todo o processo são essenciais para validar a ideia, melhorar o design
e facilitar a comunicação com as partes interessadas.

A imagem mostra pessoas analisando o protótipo físico de um carro.

b) Storyboard: caracteriza-se como uma sequência visual de ilustrações ou imagens que representam
a narrativa ou o fluxo de um projeto. Trata-se de um tipo de representação comumente utilizado
em projetos audiovisuais, como filmes e animações, mas também pode ser aplicado a projetos
não tecnológicos. Um storyboard pode ajudar a contar uma história ou demonstrar a sequência
de eventos do projeto de forma clara e concisa. Ele permite que as pessoas visualizem o fluxo
de trabalho, as interações entre as partes e até mesmo a experiência do usuário, ajudando a
identificar possíveis problemas ou melhorias.
56 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

A imagem mostra o storyboard dos elementos de um celular.

c) Maquete: corresponde a uma representação física em escala reduzida do projeto ou produto


final. Embora seja frequentemente associada a projetos de arquitetura, uma maquete pode ser
usada em diversos contextos para visualizar e demonstrar um conceito. Ela permite que as pessoas
tenham uma ideia tangível do projeto, observem sua forma, tamanho e possíveis interações com
o ambiente. Construir uma maquete pode ajudar a comunicar o design e a funcionalidade do
projeto, além de proporcionar uma experiência mais palpável para as partes interessadas.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 57

A imagem mostra uma pessoa segurando a maquete de uma casa.

d) Mapas conceituais e fluxogramas: essas ferramentas podem ser fundamentais para ajudar na
ilustração, comunicação e estruturação de ideias, processos ou sistemas de forma clara e objetiva.
Ambas podem ser utilizadas para definir e explorar conceitos complexos, especialmente em
ambientes técnicos ou de negócios.
Os mapas conceituais são representações gráficas de relações entre diferentes conceitos ou
elementos. Eles ajudam a organizar e visualizar o conhecimento, mostrando como as ideias estão
interconectadas. Já o fluxograma utiliza uma variedade de formas geométricas, setas e símbolos
para ilustrar de maneira clara e ordenada as etapas envolvidas em determinado processo, suas
interações, as decisões a serem tomadas e o fluxo de informações ao longo do caminho.

A imagem mostra a representação de um mapa conceitual e um fluxograma.

Se o projeto envolver processos ou conceitos complexos, a criação de mapas conceituais ou fluxogramas


pode ajudar a visualizar e comunicar de forma clara e organizada o fluxo de trabalho, as interações entre
as partes e os possíveis desafios. Eles podem ser criados manualmente ou com o auxílio de softwares de
criação de diagramas.
Essas representações são apenas sugestões e devem ser adaptadas ao contexto do seu projeto. A
escolha dos recursos mais adequados dependerá do tipo de solução que se deseja criar, dos objetivos e do
público-alvo envolvido.

FERRAMENTAS PARA ACOMPANHAMENTO

Imagine uma fábrica que produz componentes eletrônicos de alta tecnologia. Nessa indústria, a equipe
de produção prioriza a excelência do processo produtivo e o cumprimento de prazos diante da grande
demanda do mercado. Para isso, o grupo precisa estar alinhado quanto às atividades executadas, planejar
entregas, ter acesso ao funcionamento das máquinas a partir do compartilhamento de informações, entre
outras atividades. Dessa forma, garantindo o atendimento de solicitações e a identificação de problemas
de forma rápida para agir de maneira preventiva ou tomar medidas corretivas.
58 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

Assim como nesse contexto, ao falarmos sobre recursos para acompanhamento das atividades para
provas de conceito, temos como exemplo duas principais ferramentas, conhecidas também como
metodologias ágeis: o Scrum e o Kanban. A seguir, vamos analisar cada uma delas.

SCRUM

O Scrum é uma ferramenta ágil utilizada no desenvolvimento de projetos. Ela foi originalmente criada
para gerenciar e organizar o trabalho de equipes de maneira colaborativa e dinâmica, além de melhorar
a comunicação em equipes de desenvolvimento de software, mas tem sido amplamente adotada em
diversas áreas além da tecnologia.
Por conta dessas e outras características, o Scrum torna-se um recurso muito popular para gerenciamento
de projetos, visto que divide o trabalho em etapas menores tornando-as mais gerenciáveis. Para tanto,
existem alguns elementos e métodos fundamentais que o compõem e contribuem para o processo de
acompanhamento.
a) Product backlog: refere-se a uma lista de todas as funcionalidades, além das tarefas e melhorias
que precisam ser realizadas no projeto. Essa lista é criada pelo Product Owner, que é uma pessoa
responsável por definir as prioridades e requisitos do projeto.
b) Sprint: corresponde a um período fixo de tempo, geralmente de uma a quatro semanas, em
que a equipe trabalha nas tarefas selecionadas durante o planejamento. Durante esse tempo, a
equipe realiza reuniões diárias de acompanhamento, chamadas de Daily Scrum, para compartilhar
o progresso, discutir desafios e alinhar o trabalho.
c) Sprint planning: nesta etapa, o grupo de trabalho, que pode ser chamado de equipe Scrum, se
reúne para planejar o próximo sprint, ou o período de realização das atividades, e ajustar o plano,
se necessário. Eles selecionam as tarefas mais importantes, que já foram listadas inicialmente,
para trabalhar durante o sprint. Sendo assim, a equipe define o que pode ser realizado em cada
reunião com base em sua capacidade e disponibilidade.
d) Sprint review: no final do sprint ou no período de execução das atividades planejadas, a equipe
Scrum realiza uma reunião de revisão, chamada de Sprint Review, que se caracteriza por uma
revisão de tudo que foi realizado. Nessa reunião, a equipe demonstra o trabalho concluído
durante o sprint e recebe feedback das demais pessoas envolvidas no projeto, como clientes e
usuários. Essa interação é importante para verificar se as expectativas estão sendo atendidas.
e) Retrospectiva do sprint: após o Sprint Review, a equipe realiza uma retrospectiva do sprint.
Nessa reunião, os membros da equipe refletem sobre o que deu certo, o que pode ser melhorado
e identificam ações para tornar o próximo ciclo de trabalho mais eficiente e produtivo.

Os elementos do Scrum são essenciais para promover a colaboração, a agilidade e a eficiência em


projetos. Eles fornecem uma estrutura que facilita a comunicação, a adaptação frente às mudanças e a
entrega contínua de valor no processo de desenvolvimento de um protótipo, produto ou serviço.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 59

Você percebeu quantos termos em inglês são utilizados nessa ferramenta? Isso se dá pelo fato de
o Scrum ter sua origem nos Estados Unidos, na década de 1990. Entretanto, desde então, ele tem sido
amplamente adotado em diversos países ao redor do mundo.

A imagem mostra uma pessoa analisando as etapas do Scrum.

A relação entre o Scrum e as provas de conceito pode ocorrer em diferentes momentos durante o ciclo
de vida de um projeto. Por exemplo, durante sua fase de planejamento, uma equipe pode identificar
a necessidade de realizar uma prova de conceito para validar a abordagem técnica ou a viabilidade de
determinadas funcionalidades. Essa experiência pode ajudar o grupo a entender melhor os desafios e os
riscos associados ao desenvolvimento do produto.
A adaptabilidade e a iteração contínua do Scrum permitem que as equipes experimentem e validem
ideias de forma incremental, garantindo que o produto final atenda aos requisitos e seja viável do ponto
de vista técnico.

O Manifesto Ágil é um documento que estabelece os valores e princípios fundamen-


tais das metodologias ágeis. Ele foi criado em 2001 por um grupo de desenvolvedo-
res e profissionais de software que buscavam uma abordagem mais flexível e eficaz
para o desenvolvimento de projetos. (Manifesto for Agile Software Development)
60 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

O manifesto enfatiza a priorização de indivíduos e interações sobre processos e ferramentas, a


colaboração com o cliente em vez de negociação de contratos rígidos, e a capacidade de resposta
a mudanças em vez de seguir um plano detalhado. Esses valores e princípios têm sido amplamente
adotados em diversas metodologias ágeis, como o Scrum e o Kanban, que têm transformado a maneira
como projetos são gerenciados.

KANBAN

Esse recurso utiliza uma metodologia de gestão visual que tem como objetivo melhorar a eficiência e
o fluxo de trabalho. Originalmente, foi desenvolvido para otimizar os processos de fabricação, mas agora
é amplamente utilizado em diversos contextos, como empresarial, educacional e tecnológico. Como uma
de suas características principais, o Kanban utiliza quadros visuais e cartões para representar tarefas e o
fluxo de trabalho, permitindo que as equipes tenham uma visão clara das atividades em andamento, do
progresso e das restrições.
A relação entre essa ferramenta e as provas de conceito ocorre quando as equipes usam o Kanban
como uma estrutura para gerenciar o fluxo de trabalho de suas provas de conceito, visto que ela fornece
uma maneira visual de representar as etapas, desde a identificação da ideia até a conclusão do teste. Dessa
forma, as equipes podem criar colunas no quadro Kanban para representar cada etapa, como “Para fazer”,
“Em desenvolvimento” e “Concluído”. Os cartões Kanban são usados para representar as provas de conceito
individuais e podem ser movidos entre as colunas à medida que avançam no processo.

A imagem mostra uma pessoa ao lado de um quadro com post-its organizados em colunas com os títulos: para fazer, em desenvolvimento e concluído.

Essa abordagem ajuda as equipes no acompanhamento do progresso das provas de conceito, na


identificação dos gargalos e restrições, e na organização adequada do trabalho. Além disso, também
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 61

facilita a colaboração entre membros da equipe, pois todos têm acesso visual às informações atualizadas
sobre o status das provas de conceito.

Vamos analisar através do vídeo um exemplo prático para aplicação do


Scrum e do Kanban, escaneando esse QR Code, ao lado, com seu smar-
tphone.
Importante: o vídeo é imprescindível para a construção do seu conhe-
cimento, portanto, assista-o com atenção e faça as anotações necessá-
rias.

VÍDEO - UC24AULA03_VID1 (1) – aguardando link


A partir do vídeo, foi representada uma situação do cotidiano sobre a aplicação do Scrum e do
Kanban. Percebeu como eles podem ser aplicados em diferentes contextos? Nesse caso, até mesmo para
planejamento de estudos. Por serem ferramentas flexíveis, elas contribuem para o trabalho em equipe,
permitindo a colaboração, a entrega incremental e a adaptação contínua.

Vamos relembrar o nosso problematizando? Qual estratégia Fernanda poderá selecionar para
representar de forma mais concreta a ideia do protótipo a partir da prova de conceito?
Selecionar métodos, técnicas e ferramentas adequadas para representar de forma clara uma prova de
conceito contribui para uma comunicação mais acessível da ideia, valida a viabilidade do conceito, engaja
as pessoas interessadas no projeto e direciona recursos de maneira eficiente, permitindo avaliações de
forma mais embasada.
Nesse sentido, ao pesquisar algumas estratégias para apresentação da prova de conceito, priorizando
uma representação mais concreta do protótipo, Fernanda pôde indicar o uso da prototipagem física, pois
ela permite uma avaliação prática da solução que estão construindo para o projeto.
Vamos ver como terminou a história do nosso contexto?
Após retornar de viagem, Fernanda apresentou o resultado da pesquisa a Miguel, que gostou da
proposta sugerida pela técnica. Sendo assim, eles seguiram para a etapa de “mão na massa” com a equipe
e começaram a elaborar uma prototipagem física para compartilhar a prova de conceito do protótipo.
62 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES  

A imagem mostra Miguel ao lado de Fernanda. Fernanda está desenhando um esboço, que seria uma representação do protótipo físico, enquanto Miguel observa.
Nesse contexto, Miguel diz: “Este protótipo nos atende perfeitamente! Foi uma escolha acertada. Muito bem, Fernanda!”.

Princípios por trás do Manifesto Ágil. Disponível em: <http://agilemanifesto.org/iso/ptbr/principles.


html>. Acesso em: 20 jun. 2023.
3 PROVAS DE CONCEITO: MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 63
4 Testes de funcionalidades:
ferramentas, métodos e técni-
cas
Miguel teve um problema de saúde e teve que ser afastada das atividades da empresa. Ao avisar a
Solano, ele falou de como estava animado com o empenho da equipe para o desenvolvimento do protótipo
de otimização das atividades. O coordenador apresentou a proposta do protótipo para Solano, que ficou
entusiasmado com a contribuição do projeto criado para a empresa. Solano, então, recomendou que ele
designasse alguém da equipe para analisar a ideia na prática.

A imagem mostra Miguel falando em uma videoconferência com Solano. Nesse contexto, Miguel, que aparenta estar doente, fala: “Fernanda pode ficar no meu lugar!
Ela é a pessoa que melhor conhece o processo!”.

Solano, então, falou com Fernanda que Miguel indicou seu nome para dar continuidade ao processo
da equipe e relacionar as atividades a serem feitas durante o teste de funcionalidade, a fim de garantir
que nenhuma etapa fosse desconsiderada. Assim, ele pediu à técnica que estudasse um procedimento
para o acompanhamento das atividades do teste de funcionalidade do protótipo, levando em conta a
importância de executar e analisar todas as ações planejadas.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 67

A imagem mostra Solano falando com Fernanda em uma videoconferência. Então, Fernanda diz: “Pode contar comigo!”.

Compreendendo o contexto, qual é a solução mais adequada para garantir a execução das atividades
no teste de funcionalidade do protótipo?

Antes de iniciar o estudo, é fundamental compreender os assuntos que serão abordados. Para facilitar
essa compreensão, veja a organização dessa aula na imagem a seguir:  
68 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem apresenta os tópicos que serão estudados na aula.

Vamos lá? Bons estudos!

TESTES: DEFINIÇÃO E RELAÇÃO COM PROTÓTIPOS PARA PROJETOS DE INOVAÇÃO

Imagine que você recebeu a missão de criar um quebra-cabeça e, para iniciar o processo de criação,
deverá escolher uma imagem atrativa, determinar o seu nível de complexidade e, a partir disso, definir o
número de peças que irão compor o jogo.
À medida que você avança no processo de desenvolvimento, é fundamental garantir que o quebracabeça
seja funcional e proporcione uma experiência agradável para os usuários. Você precisa conferir se todas
as peças se encaixam corretamente, se há elementos extras ou faltantes e se a dificuldade está adequada
para o público-alvo.
Nesse ponto, você percebe que é importante testar a funcionalidade da criação antes de colocá-la no
mercado. Sendo assim, você convida um grupo de estudantes, que são apaixonados por quebra-cabeças,
para ajudar nessa etapa. Desse modo, cada pessoa recebe um protótipo do jogo para que eles o montem
e forneçam feedback sobre a experiência.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 69

A imagem mostra pessoas montando um quebra-cabeça.

Durante o processo de teste, os estudantes podem encontrar alguns problemas. Por exemplo, algumas
peças podem não se encaixar adequadamente, e algumas pessoas podem ter mais dificuldade do que
outras para montar o quebra-cabeça. Além disso, pode ter alguém que descubra que há peças faltando em
seu conjunto ou que há uma outra funcionalidade que não estava prevista. Nesse contexto, os feedbacks
dos estudantes são fundamentais para identificar falhas e fazer ajustes antes de lançar o produto final no
mercado.
A partir do exemplo mencionado, pode-se definir testes de funcionalidade como um conjunto de
procedimentos utilizados para avaliar se um objeto, sistema ou processo executa suas funções conforme
o previsto e atende aos requisitos estabelecidos. O objetivo fundamental deles é garantir que algo
desempenhe suas tarefas de maneira adequada e consistente, identificando possíveis falhas ou erros
relacionados ao desempenho esperado.
Embora seja comumente associado ao teste de aplicativos e sistemas de software (programas), o
conceito de teste de funcionalidade pode ser aplicado a uma ampla variedade de produtos e sistemas
em diferentes contextos. Ou seja, independentemente do tipo de protótipo escolhido, seja ele ligado a
um produto ou serviço que será criado, os testes de funcionalidade são parte integrante do processo de
desenvolvimento de um produto ou sistema. Eles envolvem a avaliação das funcionalidades e dos recursos
do protótipo para verificar se eles estão operando corretamente e atendendo aos objetivos e requisitos
estabelecidos.
70 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra a representação do processo de desenvolvimento de um dispositivo móvel, com pessoas idealizando, configurando e organizando ícones de um
celular.

Quando se inicia um projeto de inovação, por exemplo, há ideias e conceitos novos envolvidos, porém
de uma maneira mais subjetiva e abstrata. Nesse sentido, os protótipos podem ser criados para visualizar
e comunicar os conceitos e funções de forma mais concreta a partir dos testes de funcionalidade. Dessa
forma, os testes possuem como foco principal a garantia de que o protótipo esteja funcionando conforme
o esperado, identificando eventuais problemas, falhas ou deficiências em seu desempenho. Esses testes
são geralmente realizados em um ambiente controlado, no qual os usuários e as condições reais de uso
podem ser simulados de forma mais precisa.
Agora que já vimos o conceito de teste de funcionalidade e um exemplo de aplicação, vamos conhecer
sobre a importância do seu planejamento. Afinal, a estruturação prévia de um teste pode contribuir para
a realização de melhorias significativas em um produto, auxiliando no seu sucesso e no atendimento das
expectativas dos usuários.

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA A REALIZAÇÃO DE TESTES DE FUNCIONALIDADES

Reflita sobre a seguinte situação: você é um estudante que está se preparando para fazer uma
apresentação importante na escola. Antes de começar a preparar o conteúdo, você faz um planejamento
cuidadoso. Isso envolve pesquisar o tema, organizar as informações, definir os tópicos que serão abordados
e criar um cronograma para realizar cada etapa. Esse gerenciamento poderá trazer mais segurança e
preparação para a execução da atividade.
Nesse sentido, pode-se considerar que a importância do planejamento no contexto apresentado
é equivalente ao teste de funcionalidade no desenvolvimento de um protótipo. Isso ocorre porque, ao
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 71

planejar a apresentação, você está se assegurando de que terá todo o conteúdo necessário para transmitir
sua mensagem de forma clara e coerente.

A imagem mostra itens como caderno, caneta e post-its com os dias da semana.

Da mesma forma, no teste de funcionalidade, o planejamento ajuda a garantir que todas as informações
importantes do protótipo serão avaliadas de maneira organizada e hábil. Sendo assim, ele pode ser dividido
em algumas etapas.
Vamos analisar cada uma delas.
a) Definir objetivos: a definição de objetivos permite que a equipe de teste concentre seus esforços
na identificação das principais áreas a serem testadas. Desse modo, é possível contribuir para a
comunicação e o alinhamento entre os membros da equipe de teste e outras partes interessadas
no projeto, pois todos têm uma compreensão comum das metas a serem alcançadas, o que facilita
a colaboração, a tomada de decisões e o entendimento geral do progresso dos testes.
72 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra algumas pessoas segurando um papel e outras carregando engrenagens para montar uma bússola. Dentro desse objeto, está escrito “Visão de
equipe”.

Para a definição dos objetivos, podem ser realizadas algumas perguntas norteadoras como: o que
você deseja aprender ou validar com o protótipo? Quais são as funcionalidades mais importantes
que precisam ser testadas?
b) Recrutar participantes: a escolha de participantes é de extrema importância para o planejamento
de testes de funcionalidades de um protótipo. Ao selecionar pessoas que possam representar o
público-alvo do produto final, é possível identificar problemas que podem passar despercebidos
pela equipe de desenvolvimento, como dificuldades na navegação, funcionalidades confusas ou
outros obstáculos que comprometam a usabilidade e a experiência do usuário.

A imagem mostra uma pessoa desenhando um círculo vermelho ao redor de um grupo de indivíduos.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 73

Nesse processo, é importante incluir pessoas com diferentes perspectivas e experiências. A


diversidade nos testes permite identificar problemas e necessidades específicas de diferentes
grupos de usuários. As descobertas ao longo do processo podem ser valiosas para aprimorar o
protótipo antes de sua implementação final.
c) Preparar materiais para o teste: a preparação de materiais permite que sejam identificados os
recursos necessários para executar os testes. Isso pode incluir dispositivos, programas e ambientes
de teste específicos. Ao realizar esse planejamento com antecedência, é possível garantir que
todos os recursos necessários estejam disponíveis quando os testes forem realizados, evitando
atrasos e interrupções desnecessárias. Nesse contexto, podem ser pensados alguns materiais,
como roteiro de teste, que inclua instruções claras para os participantes, e qualquer instrumento
de apoio necessário, como questionários, folhas de anotações ou protótipos impressos.

A imagem mostra pessoas manuseando materiais de um protótipo.

Em resumo, selecionar os materiais para testes de prototipagem é essencial para identificar problemas
precocemente, validar a usabilidade, bem como a viabilidade de uma ideia. Essa ação ajuda a garantir que
o produto final atenda às necessidades dos usuários e seja produzido de forma eficiente.

No vídeo a seguir, vamos analisar alguns pontos relacionados à impor-


tância de reavaliar a viabilidade de um protótipo. . Para tanto, escaneie
esse QR Code, ao lado, com seu smartphone.
Importante: o vídeo é imprescindível para a construção do seu conhe-
cimento, portanto, assista-o com atenção e faça as anotações necessá-
rias.

VÍDEO - UC24AULA04_VID1 (2) – aguardando link


Através do vídeo, foi demonstrado como a reavaliação da viabilidade do protótipo auxilia a identificar
problemas de forma precoce, permitindo que a equipe tome decisões mais fundamentadas sobre como
avançar com o projeto.
74 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

Além disso, nesse processo de análise, é fundamental considerar cenários de uso, visto que eles
fornecem um guia importante para determinar como o protótipo se comporta em diferentes situações e
como suas funcionalidades estão alinhadas com as expectativas dos usuários.
Ao simular situações reais, por exemplo, é possível verificar se as funcionalidades estão operando
corretamente e se são intuitivas para os usuários.
Ao longo do mapeamento dos casos de uso, é possível coletar feedbacks dos participantes durante os
testes e observar suas interações. Com isso, podem ser levantadas informações importantes sobre o que
funciona bem, o que precisa ser ajustado e quais funcionalidades podem ser aprimoradas.

A imagem mostra uma pessoa testando um protótipo enquanto outras observam e realizam anotações.

Diante dessas informações, uma dica importante é realizar um planejamento cuidadoso para identificar
falhas, inconsistências ou deficiências nas funcionalidades, minimizando os riscos e aumentando a
eficiência dos testes, contribuindo assim para a construção de um protótipo mais sólido e confiável antes
de sua implementação final.
Agora que já vimos o conceito e outros aspectos relacionados a testes de funcionalidade, vamos
conhecer um pouco sobre as ferramentas que podem auxiliar no processo de realização dos testes.

FERRAMENTAS PARA TESTES DE FUNCIONALIDADE: A ESCOLHA DA TÉCNICA E DO MÉTODO


MAIS ADEQUADOS

A seleção de uma ferramenta adequada para a utilização nos testes envolve uma relação muito
importante entre método e técnica. O método refere-se à abordagem geral adotada para realizar o teste,
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 75

enquanto a técnica se relaciona com as estratégias e os procedimentos específicos utilizados para executar
o teste. A seleção das ferramentas apropriadas depende tanto do método quanto da técnica escolhidos.
Vamos analisar um contexto prático? Imagine que você está se preparando para uma prova importante
e precisa organizar uma melhor forma para estudar e adquirir conhecimentos sobre o assunto que será
abordado. Nesse caso, o método seria a abordagem geral que você irá escolher para estudar, enquanto
a técnica está relacionada às estratégias e recursos específicos que você utiliza durante seus estudos. É
muito importante lembrar que a escolha adequada das técnicas depende do método que você adota.

A imagem mostra uma pessoa realizando anotações em um caderno sob uma mesa com alguns objetos, como notebook, celular e plantas.

Por exemplo, se você escolhe o método de revisão bibliográfica, que envolve pesquisa, seleção e análise
crítica de fontes de estudos importantes sobre o conteúdo a ser estudado, é possível utilizar técnicas como
fazer resumos, criar mapas mentais e resolver exercícios práticos relacionados ao assunto. Essas técnicas
específicas se encaixam no método de revisão bibliográfica, pois ajudam a consolidar o conhecimento e
identificar áreas que precisam de maior atenção.
Por outro lado, se você opta pelo método de aprendizado ativo, que envolve a participação ativa e
prática durante o estudo, você pode utilizar técnicas como discussões em grupo, estudos de caso e
atividades práticas. Essas estratégias estão alinhadas com o método de aprendizado ativo, pois incentivam
a interação e a aplicação prática do conhecimento.
Assim como na escolha das ferramentas adequadas para o teste de funcionalidade em um projeto, a
seleção cuidadosa das técnicas de estudo com base no método adotado contribui para um aprendizado
mais eficiente e eficaz. Cada método tem suas próprias técnicas recomendadas, e explorar essa relação
entre método e técnica pode ajudar no melhor desempenho de atividades em diferentes contextos.
Embora a maioria dos instrumentos de teste de funcionalidades esteja relacionada à tecnologia e ao
desenvolvimento de software ou programas, também existem algumas ferramentas mais genéricas que
podem ser aplicadas a projetos e que não envolvem tecnologia. Aqui estão alguns exemplos:
76 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

PLANILHAS

Ferramentas de planilhas, como o Microsoft Excel ou o Google Sheets, podem ser usadas para criar casos
de teste, registrar resultados e acompanhar o progresso dos testes. Vamos analisar algumas possibilidades
de aplicação.
a) Criação de casos de teste: você pode usar uma planilha para criar casos de teste detalhados
para cada funcionalidade a ser testada. Cada caso pode incluir uma descrição da funcionalidade,
os passos necessários para testá-la, e os requisitos que precisam ser atendidos. Dessa forma, é
possível garantir que todas as etapas sejam adequadamente verificadas e documentadas a partir
dos testes executados.
b) Registro de resultados: à medida que você executa os testes, pode registrar os resultados em
uma planilha. Isso pode incluir informações sobre a funcionalidade, se ela foi testada com sucesso,
se ocorreram erros ou problemas, além de qualquer observação relevante. Registrar os resultados
de forma estruturada permite uma análise posterior e facilita a identificação de padrões ou
problemas recorrentes.
c) Acompanhamento do progresso: a planilha também pode ser usada para acompanhar o
progresso dos testes. Você pode adicionar colunas para marcar os testes que foram concluídos,
indicar aqueles que estão em andamento e identificar os que ainda precisam ser realizados. Isso
ajuda a ter uma visão geral do status dos testes e a garantir que todas as funcionalidades sejam
avaliadas.
d) Análise de dados: com os resultados registrados em uma planilha, você pode realizar análises
e avaliações mais aprofundadas. Nesse sentido, é possível identificar as funcionalidades que
falharam em diferentes testes, por exemplo, verificar se há padrões de erro, calcular taxas de
sucesso para cada funcionalidade ou até mesmo gerar gráficos para visualizar o desempenho dos
testes.
e) Compartilhamento e colaboração: as planilhas também facilitam o compartilhamento e a
colaboração entre membros da equipe, pois todos podem acessar a mesma planilha, atualizar os
resultados dos testes e adicionar comentários. Isso promove a comunicação eficaz e o trabalho
em equipe.

Ao criar planilhas para diferentes projetos, considere a ideia de criar modelos padronizados que possam
ser reutilizados ou adaptadas, economizando tempo e esforço.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 77

A imagem mostra um computador com uma planilha projetada.

Em resumo, o uso de planilhas em testes de funcionalidades de projetos pode ser uma forma eficiente
e acessível de organizar e registrar o processo do teste, registrar os resultados e acompanhar o progresso,
permitindo análises posteriores para identificar áreas de melhoria.

DOCUMENTAÇÃO

A documentação detalhada do projeto, como especificações de requisitos ou manuais de usuário,


pode servir como uma ferramenta importante para garantir que todas as funcionalidades estejam sendo
testadas adequadamente. Para exemplificar, existem o Microsoft Word e o Google Docs, que podem ser
utilizados para criação, edição e gerenciamento de texto. Vamos analisar algumas de suas utilizações no
contexto de testes de funcionalidades:
a) Especificações de requisitos: ao utilizar a documentação para essa finalidade, é possível
descrever de forma detalhada as funcionalidades e características que o protótipo deve ter. Isso
pode envolver a definição das principais funcionalidades, fluxos de trabalho e qualquer outra
informação relevante.
b) Manuais de usuário: os manuais de usuário são documentos que descrevem as características
de um produto, neste caso, referindo-se ao protótipo, bem como ao seu modo de uso e as suas
recomendações. Ou seja, eles fornecem orientações sobre como realizar tarefas específicas,
reduzindo possíveis confusões ou erros de uso.
c) Registros de decisões e alterações: essas anotações podem servir como um registro das
decisões tomadas ao longo do projeto e das alterações realizadas. Isso inclui informações sobre
mudanças realizadas ao longo do processo de testes, decisões de design e qualquer outro elemento
78 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

importante. Manter um registro documentado dessas decisões e alterações é importante para


acompanhar o histórico do projeto e manter todos os envolvidos atualizados.
d) Comunicação e compartilhamento: a documentação facilita a comunicação entre os membros
da equipe, fornecedores e outros interessados no projeto. Ela pode ser compartilhada de forma
eletrônica ou impressa e servir como uma referência centralizada para garantir que todos tenham
acesso às informações necessárias.

Ao executar os testes de funcionalidade, se várias pessoas estiverem contribuindo para a construção da


documentação, aproveite os recursos de revisão e comentários para facilitar a colaboração e o feedback.

A imagem mostra a representação da documentação de um protótipo com diferentes elementos gráficos.

De forma geral, a utilização da documentação no processo de testes de funcionalidade de um protótipo


possibilita a organização de informações, ajudando a alinhar as expectativas, manter um registro das
decisões tomadas e facilitar a colaboração entre os envolvidos no projeto.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 79

CHECKLISTS

Criar checklists, ou lista de tarefas, é uma forma simples, porém eficaz, de garantir que todas as
funcionalidades sejam testadas e de acompanhar o progresso dos testes. Ao elaborar essas listas, é
importante utilizar uma linguagem clara e objetiva, com frases curtas e diretas. Existem alguns aplicativos
e sites que auxiliam no acompanhamento e gerenciamento de tarefas, como, por exemplo, o Trello e o
Google Keep. Vamos analisar na prática como é possível utilizar essa ferramenta.
a) Definição dos itens do protótipo: antes de iniciar os testes, é importante criar um checklist
que cubra todas as funcionalidades e aspectos relevantes do protótipo. Essa relação pode ser
elaborada com base nas especificações de requisitos, nas metas do projeto e nas expectativas dos
usuários. Cada item listado pode representar uma funcionalidade específica ou um aspecto a ser
testado, por exemplo.
b) Organização das etapas de teste: a partir dessa estrutura, é possível agrupar itens de forma
sistematizada, organizando categorias ou fluxos de trabalho relacionados. Isso ajuda a manter a
ordem e a orientação durante os testes, facilitando a identificação e o acompanhamento dos itens
testados.
c) Marcação dos itens testados: conforme os testes são realizados, você pode marcar cada item
do checklist para indicar o que foi testado com sucesso, se ocorreram problemas ou sinalizar o
que ainda não foi testado. Essa marcação pode ser feita de forma simples, como em uma caixa de
seleção que somente será marcada quando o teste for concluído.
d) Acompanhamento do progresso: à medida que os testes são realizados e marcados em um
checklist, é possível ter uma visão clara do que já foi testado e do que ainda precisa ser analisado.
Isso ajuda a garantir que todas as funções do protótipo sejam adequadamente verificadas.
e) Revisão e validação: após concluir os testes e marcar todos os itens do checklist, é recomendável
realizar uma revisão geral para garantir que nada tenha sido deixado de fora. Essa verificação
é importante para validar se todos os aspectos foram testados e se as funcionalidades estão
atuando conforme o esperado.

Ao usar o checklist, busque utilizar algumas nomenclaturas para marcar o status de cada tarefa, como,
por exemplo: passou, falhou, pendente e não aplicável. Isso ajuda a rastrear rapidamente os resultados dos
testes.
80 PROTOTIPAGEM DE NEGÓCIOS INOVADORES

A imagem mostra diferentes elementos sobre uma mesa, como modelo de checklist, celular e caderno.

Em resumo, o uso de uma lista para acompanhamento durante os testes de funcionalidade de


um protótipo ajuda a fornecer uma abordagem organizada, garantindo que todas as atividades sejam
executadas. Isso ajuda a reduzir o risco de esquecer algum aspecto importante e aumenta a eficiência do
processo de teste.
Lembre-se que, ao escolher uma ferramenta, é importante entender claramente os requisitos do
projeto, as tecnologias utilizadas, bem como as suas limitações. Isso ajudará a selecionar um recurso que
seja compatível com o ambiente e as necessidades específicas do teste do protótipo em questão.

Vamos relembrar o nosso problematizando? Compreendendo o contexto, qual é a solução mais


adequada para garantir a execução das atividades no teste de funcionalidade do protótipo?
A técnica Fernanda, ao realizar algumas pesquisas e análises, decidiu usar o checklist para ajudar no
acompanhamento das atividades. Essa estratégia pode contribuir para a identificação de possíveis
problemas e imperfeições antes do lançamento final.
Vamos ver como terminou a história do nosso contexto?
Quando Fernanda apresentou a solução para o acompanhamento das atividades, Miguel e Solano
concordaram que este seria um recurso importante para acompanhar todo o processo de testes das
funções do protótipo, contribuindo para a organização da equipe e o cumprimento das entregas. Helena
disse que escolheu o checklist, pois no teste de funcionalidade ele garante que todas as partes do protótipo
sejam testadas e funcionem como desejamos.
4 TESTES DE FUNCIONALIDADES: FERRAMENTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS 81

A imagem mostra Solano e Fernanda conversando com Miguel em uma videoconferência. Então, Solano diz: “Miguel, você tinha razão! Fernanda foi a pessoa certa
para o trabalho!”. Miguel, por sua vez, responde: “Eu sei! Ela é ótima!”.
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUPERIOR – SUEPS

Felipe Esteves Morgado


Superintendente de Educação Profissional e Superior

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Anna Christina Theodora Aun de Azevedo Nascimento


Cyro Visgueiro Maciel
Laíse Caldeira Pedroso
Décio Campos da Silva
Coordenação Geral do Desenvolvimento de Recursos Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenação do Desenvolvimento dos Cursos a Distância no Departamento Regional

André Luiz Lima da Costa


Coordenação Técnica do Projeto

Bruna Fernandes da Silva


Elaboração

Claudia de Matos Santos


Revisão Técnica

Monique Ramos Quintanilha


Design Educacional e Revisão Final

Egberto Guimarães Seixas


Revisão Ortográfica, Gramatical e Normalização

Thalita Rafaela Gomes da Hora


Identidade Visual

Thiago Ribeiro Costa dos Santos


Vinicius Vidal da Cruz
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens
Bruno Reilisson Santos Bastos
Igor Mota de Albergaria
Lucas Ribeiro dos Santos
Ronaldo Cerqueira dos Santos
Produção Audiovisual

Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação

Unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais - ITED - SENAI DR BA


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