TCC Monografia - Pedagogia Gestao
TCC Monografia - Pedagogia Gestao
ARRAIAS – TO
Abril de 2019
KEILA FRANCISCA BRAGA
ARRAIAS – TO
Abril de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR DOUTOR
SÉRGIO JACINTHO LEONOR
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ARRAIAS – TO
Abril de 2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR DOUTOR
SÉRGIO JACINTHO LEONOR- ARRAIAS
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ARRAIAS – TO
Abril de 2019
Dedico este Trabalho primeiramente a Deus, por ser meu refúgio nos momentos de
angustia e tristeza e por ser o meu guia em todas as horas, aos meus familiares, ao meu pai
Vilmar (In memoriam), a minha mãe Marli e as minhas irmãs Keliane, Kenia, e Karoline,
pelo incentivo que me deram para que eu não desistisse do meu objetivo, ao meu esposo
Emerson que sempre me apoiou em todos os momentos de tristeza e dificuldade e que nunca
mediu esforços para que eu pudesse chegar até aqui, as minhas filhas Raphaella e Alice, pela
paciência, quando tive que deixa-las para correr atrás do meu sonho.
“O que prevemos raramente ocorre; o que menos esperamos geralmente acontece.”
(Benjamin Disraeli)
RESUMO
This study aimed to analyze the perspectives and challenges of managing full-time education
and its implications in the actions of managers of the Sunflower State School of Combined-
TO, thus considering the importance of school management in the Democratic sphere,
Participatory. This study was founded by theorists who embroidered on the theme presenting,
such as: Paro (2001), Ferreira (2003), Bastos (2002), Barros (2002), Luck (2001), Davis
(2002), Dourado (2003). The methodology approached is a qualitative research, with case
study and application of a questionnaire directed to the pedagogical coordinator, manager,
parents and students. With This, it was found that the challenges range from infrastructure to
low investments to improve the quality of education.
1. INTRODUÇÃO 12
2. CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE A GESTÃO ESCOLAR 15
2.1 Gestão Democrática e Participativa 23
2.2 A implantação da Escola de Tempo Integral 25
3. METODOLOGIA 27
3.1 Caracterização da pesquisa 27
3.2 Participantes da pesquisa 28
3.3 Procedimentos e instrumentos 29
4. APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS RESULTADOS 30
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
APÊNDICES 41
ANEXO 46
12
1. INTRODUÇÃO
Este estudo traz como abordagem a gestão da educação em escola de tempo integral.
Objetiva analisar as concepções e práticas de escola de tempo integral e sua implicação nas
ações dos gestores e se a mesma pode ser considerada uma escola de gestão democrática,
onde se tenha autonomia e liberdade de ação.
Nos últimos anos, além dos desafios de gerir a sala de aula, há também um universo
maior que é administrar o todo da escola, ou seja, gerir pessoas requer habilidades e
conhecimento.
Diante deste contexto faz-se necessário refletir sobre a gestão em escolas de tempo
integral, e o papel do Gestor Escolar frente aos desafios na opinião da equipe gestora, além de
compreender como são geridos os espaços da escola. Neste sentido, levando em conta o papel
da gestão numa perspectiva democrática, participativa para o alcance de resultados através da
integração das pessoas que atuam na escola, buscamos investigar as perspectivas e desafios
na Gestão da Escola Estadual Girassol de Tempo Integral.
Indagamos como hipótese, o papel do gestor acerca dos desafios em gerir a educação
em tempo integral na Escola Estadual Girassol, tendo em vista a ampliação da jornada escolar
para tempo integral.
O presente trabalho tem como objetivo problematizar o modelo a respeito da educação
integral em tempo integral, considerando os conceitos que vão de encontro a uma educação
realmente integral, alguns questionamentos a esse respeito devem ser levados em conta, tais
como se os recursos financeiros públicos são suficientes para atender as necessidades da
escola e como os mesmos são distribuídos, bem como, se os membros participantes da equipe
gestora têm conhecimento da forma que esses recursos são utilizados, e discutir o papel do
gestor frente a esses desafios. Este objeto de pesquisa visa fomentar também a reflexão sobre
educação em tempo integral, ou seja, de que a educação integral não trata-se apenas no
aumento de permanência do educando na Instituição Escolar, bem como, analisar seus
conceitos, o contexto histórico, os desafios e possibilidades. Buscou-se também, verificar
como se estabelece o papel de um gestor escolar frente aos desafios de uma educação em
tempo integral, identificando como procede na busca de melhorias do mesmo.
O objetivo principal deste estudo foi investigar os desafios do processo de gestão
administrativa e pedagógica de uma escola de ensino fundamental de tempo integral. Em
específicos buscou-se compreender a política, bem como legislação educacional que subjaz ao
modelo de Escola de Tempo Integral; identificar as principais demandas da Escola de tempo
13
Integral; analisar os desafios, perspectivas e mudanças de uma escola que teve que adotar o
modelo de Escola de tempo Integral.
A relevância deste estudo dar-se pela importância da gestão escolar, e tratando-se de
Escola de Tempo Integral, necessita de amplo conhecimento do gestor e principalmente, que o
trabalho em equipe, seja uma marca presente, haja vista as demandas dos discentes, pois
convivem um período maior na escola. Partindo dessas suposições, um Gestor Escolar atuante
em uma escola de tempo integral está empenhado com uma educação de qualidade que
requeira uma prática democrática e participativa, efetivamente a transformação social
acontecerá, por meio de uma proposta igualitária e de qualidade, realizada através da
formação integral do educando.
A Escola de Tempo integral, não é mais uma utopia, é uma realidade fundamentada na
necessidade de melhoria de qualidade do ensino e da aprendizagem, pois algumas realidades
que presenciamos na educação em um todo é que o rendimento e qualidade de aprendizado
dos alunos andam baixos, onde a escola de tempo integral poderá somar há esta realidade,
gradativamente, com a oferta de ensino qualificado e universal. Mais uma vez, o Plano
Nacional de Educação com vigência até 2024, traz no seu bojo metas que apontam para a
ampliação do modelo de escola de tempo Integral, como isso se faz necessário, também um
paradigma de gestão que atenda às exigências desse modelo de escola.
O (PNE), Plano Nacional de Educação (2014-2024) apresenta metas importantes que
poderão mudar o cenário da gestão e da qualidade da mesma no atendimento aos discentes,
pois tanto a formação dos gestores quanto as formas de escolha dos mesmos baseiam-se em
atender as demandas de um modelo de escola ainda em processo de implantação e adaptação.
A meta 19 do PNE visa garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a efetivação da gestão democrática na
educação básica e superior pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos
órgãos dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de acesso às funções de
direção que conjuguem mérito e desempenho à participação das comunidades escolar e
acadêmica, observado a autonomia federativa e das universidades.
Portanto, para entender o modelo e gestão de Escola de Tempo Integral, assim como a
necessidade de formação de gestores que atendam bem a referida escola, as características do
publico alvo, ou seja, alunos impulsionam a adquirir experiências diversas e crescimento.
Diante aos objetivos desta pesquisa e também as questões aqui tratadas, este estudo
está estruturado em quatro capítulos e este ainda se subdivide em seções, além da introdução e
das considerações finais. Na introdução buscou-se fazer um aparato de todo conteúdo
14
interesses e sim por exigência da própria escola ou das secretarias da Educação, prova disso é
que estas mandam até cartilhas com modelos de organizações estudantis.
A escola através dos recursos tecnológicos e do trabalho dos gestores precisa cumprir
o seu papel social de desenvolver projetos junto às comunidades, necessita também ir até a
comunidade levar a informação e formação de lideranças que busquem a melhoria para a
mesma. É fundamental que a direção supere o enfoque de administração e construa o de
gestão, marcado por transformações onde o gestor precisa ter uma visão ampla, de modo a
proporcionar que todos participem da organização escolar de forma interativa, onde todos
possam se sentir responsáveis pelos resultados sejam eles negativos ou positivos, ou seja, o
gestor deve promover a redefinição das responsabilidades que devem estar centradas no todo,
independentemente das funções diferenciadas. É fundamental que o gestor promova ações
com uma visão de continuidade, uma vez que a educação é um processo longo e contínuo. A
escola de hoje necessita de ações coletivas onde possam se desenvolver o espírito de equipe e
de cumplicidade no processo educacional.
É preciso entender a educação ou a gestão escolar como algo que está imbuído num
conjunto maior do sistema educacional, e que a coletividade e o debate não sejam apenas
internos na escola, mas que ultrapassem os muros para que sejam fortificados e edificados
como processo de mudança.
Bastos (2002), afirma que [...] não há democratização possível, ou gestão
democrática da educação ao lado de estruturas administrativas burocratizadas e,
consequentemente, centralizadas e verticalizada. Dessa forma considera- se, que o gestor que
exerce seu cargo com liderança este alcança de fato um ambiente de qualidade na escola.
Na escola, é necessário entender alguns direcionamentos apontados por Barros (2002),
quando ele diz que há dois grupos que defendem tais propostas. Um grupo que ele chama de
Civil Democrática, a serviço da construção da cidadania e outro que ele caracteriza de
Produtivista, a serviço do mercado globalizado.
Nesse sentido, o autor sugere que o debate sobre gestão democrática não pode ser
desvinculado da divisão que atravessa o debate nacional de educação, ou seja, é necessário
que a luta por uma escola democrática não seja apenas isolada, mas que haja um estreitamento
entre a própria escola e as suas representações. Para isso, Barros (2002), aponta dois desafios
aos sujeitos: quem representa as entidades dos trabalhadores, e como conseguir a participação
de um maior número de pessoas nele.
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de escola, para isso, é preciso que se mude também o perfil de seus dirigentes. De forma que o
modelo de diretor ou gestor da escola atual vai além de administrar recursos ou tomar
decisões de forma isolada ou impensada.
Nos dias atuais, a escola carece de pessoas formadas e bem preparadas para atender a
certas demandas de conhecimento ao aluno e à comunidade em geral, pois a escola precisa ter
essa relação de comprometimento com a comunidade na qual está inserida.
Para ser um bom gestor, Luck, (2007), em uma palestra realizada em Palmas-
Tocantins, aponta dois grupos de competências. O primeiro, ela chama de competências
básicas ou mega-habilidades: liderança, comunicação, planejamento, organização, capacitação
em serviço, monitoramento e avaliação. São, pois, competências necessárias para que um
gestor possa desenvolver um bom trabalho, e, portanto, se tornam condições indispensáveis e,
de modo hierárquico, uma puxa a outra. Se o gestor é líder, ele procura manter a comunicação
em seu grupo, consequentemente, planeja, organiza, estuda sempre, monitora a realização das
ações e avalia para ter certeza dos resultados.
O segundo grupo de competências, Luck chama de competências gerenciais, as quais
ela assim apresenta: explorar significados, considerar alternativas, construir hipóteses,
formular problemas, fazer associações, discriminar, fazer inferências e generalizações e, por
fim, estabelecer alternativas promissoras de ação. Este segundo grupo de competências está
voltado para as habilidades de investigação ou tomada de decisões, ou seja, o gestor é, acima
de tudo, um gerente de situações novas, é um estudioso capaz de direcionar e interpretar cada
tomada de decisão dentro de um grupo.
Nessa mesma perspectiva, Davis (2002, p.89-90), também aponta como competência
do gestor a capacidade de ter uma visão global da situação escolar e que saiba aonde quer
chegar, saiba incentivar o grupo a pensar, tenha a capacidade para mobilizar o trabalho
coletivo, articular o processo de elaboração e desenvolvimento do Projeto Pedagógico da
escola. O gestor é aquele que conduz o grupo, que propõe atividades instigantes e
provocadoras, atividades que sejam viáveis para transmitir confiança. O gestor precisa acionar
e utilizar todos os conhecimentos e habilidades, assim como persistir para despertar o
interesse e a vontade de todos.
No parágrafo acima, é possível perceber através dos verbos e da sequência de frases,
uma variedade de competências de um gestor escolar. Talvez esse seja o maior desafio de um
diretor, somar tantas competências e habilidades e colocá-las em prática dentro da escola. Por
fim, Davis (2002, p.90) sinaliza que o gestor precisa desencadear um processo de mobilização
que faça as „coisas‟ acontecerem, bem como identificar parceiros e colaboradores.
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e qualidades sólidas para que a escola obtenha objetivos educacionais e condições de trabalho,
ambos pronunciados com os empenhos das classes trabalhadoras. De acordo com Paro (2002),
“[...] isso não acontecerá nunca”, por consentimento impensado dos grupos no poder. Essa
autonomia só se dará como aquisição das classes trabalhadoras.
O gestor escolar precisa construir alianças, parcerias, no sentido de promover, de fato,
um trabalho coletivo na escola. O gestor escolar necessita também ser um grande
comunicador, que possa promover o diálogo entre os diferentes setores da escola em torno de
um só objetivo: a qualidade dos serviços prestados. O gestor coloca em ação a organização
das decisões e coordena os trabalhos para que sejam executados com êxito. Ele assume uma
postura de observador, captando e retendo acontecimentos, palavras e ideias a serem
revertidas para o uso e controle do universo escolar. É seu dever e direito cobrar, tomar
decisões, descobrir e incentivar as habilidades e criatividades dos funcionários para construir
o processo político-pedagógico e os seus aspectos legais.
Dessa forma, a posição do gestor é estratégica no quadro das relações de poder, pois
ele deve assegurar as condições e os meios para manter um ambiente de trabalho adepto a
conseguimento dos objetivos sugeridos, requerendo a articulação entre a escola e a
comunidade.
A partir das discussões acerca do gestor, também é fundamental abordar o conceito de
gestão. Segundo Luck (2009, p. 24 apud Abreu, 2017, p.89), a gestão escolar significa:
[...] o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas
educacionais públicas para a implementação de seu projeto políticopedagógico e
compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem
e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no
âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de
decisões conjunta e efetivação de resultados) e auto-controle (acompanhamento e
avaliação com retorno de informações).
A partir desse ponto de vista a escola, como uma organização social restrita na sua
atuação educativa, pela diversidade das forças que competem ao movimento das instituições,
e como consequência a necessidade de recompô-las como um organismo flexível e atento,
provida de um sistema de um modelo de instituições dispostas a expandir um raio de ações.
O aprendizado democrático consiste na capacidade de discutir, elaborar e aceitar
regras coletivamente, assim como a capacidade de superar obstáculos e discordâncias, por
meio do diálogo, para a construção de propósitos comuns. No ambiente escolar não é
diferente, pois há também a desigualdade e o conflito de interesses. Uma gestão democrática
participativa do ensino público busca, pelo diálogo e pela participação das pessoas, a criação
de um projeto pedagógico com base em formas colegiadas e conceitos de uma convivência
democrática.
Nos dias atuais, tem tido uma grande preocupação em relação aos processos de
escolha de diretores escolares municipais e estaduais brasileiros, o que vem incentivando um
constante questionamento sobre o papel do governante escolar na elaboração de uma gestão
democrática da escola pública, afirma Gadotti (1995). No cenário atual, a gestão democrática
é compreendida como ação determinante dos vários segmentos da comunidade escolar, ou
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seja, onde professores, alunos e funcionários em geral possam ser agentes na organização, na
formação e avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola,
enfim, no processo decisório da escola.
Nesse sentido pode- se afirmar que, a gestão democrática, como sendo o método em
que se criam exigências e se coloquem as direções necessárias para que os componentes de
um conjunto, não apenas tomem parte, de forma satisfatória e persistente de suas decisões
mais extraordinárias.
A participação estabelece uma forma expressiva de, ao requerer maior aproximação
entre os componentes da escola, diminuir diferenças entre eles. Deste modo, a participação
está situada na investigação de formas de requerer a gestão mais democrática, a fim de
promover a gestão de uma união mais social.
Gestão participativa faz parte de um padrão de gestão disponível para os gestores que
almejam potencializar as capacidades atuais nas pessoas que integram esses arranjos. Nota-se
que para a eficaz aplicação da gestão participativa, é imprescindível uma direção ativa, e bem
estruturada. O líder exerce uma função extraordinária no que tange os co-participantes,
sobretudo, em assuntos acerca de motivação, gratificações, colocações, remunerações, etc.
Sendo assim, a gestão participativa aproxima as pessoas que compõem a disposição
como o fator basilar para o evento dos desígnios organizacionais. Alinham-se as práticas
particulares, ligados aos objetivos organizacionais, e provoca uma maior produtividade e
exultação pelo cargo particular sobre a produção e contentamento pela responsabilidade geral
sobre a produção e seu emprego.
Percebe-se que a gestão por capacidades é muito aceita ao se tratar do modelo de
gestão participativa, por dominar princípios essenciais à complexidade do ser humano e suas
aptidões, podendo melhor situar-se as colocações e a aceitação das capacidades
imprescindíveis para aplicabilidade da gestão participativa.
De caráter bastante simples e abreviado, a gestão participativa na escola é uma
parceria entre a instituição e a comunidade onde ela está inserida. Alunos, famílias,
professores, e funcionários colaboram e opinam abertamente nos procedimentos de gestão da
escola, de maneira inclusiva e democrática. Esse é um processo em que todos têm voz e visam
ao mesmo objetivo: a formação cidadã dos alunos. Entretanto, alcançar de maneira plena a
gestão participativa na escola não é uma tarefa simples, que acontece do dia para a noite.
É imprescindível a implicação de todos, sobretudo da direção da escola, para que os
procedimentos que permitem que esse padrão de gestão funcione, consistam e sejam
devidamente praticados, e os desafios inerentes a ele sejam suplantados.
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3. METODOLOGIA
Esta pesquisa ora apresentada foi realizada na Escola Estadual Girassol de tempo
integral, em Combinado, localizada no sudeste do estado do Tocantins, com estudo de caso
em campo e levantamento de dados. Esta unidade escolar foi escolhida para este estudo, após
realização de um estágio supervisionado, no período de setembro de 2017, cujas obras estão
relacionadas com o papel do gestor escolar frente aos desafios de uma educação em tempo
integral.
Assim nasceu a indagação sobre a gestão na escola de T.I de combinado - TO, onde a
observação durante o estágio supervisionado possibilitou um conhecimento prévio sobre a
realidade do campo pesquisado, diante disso optou-se por fazer uma pesquisa mais
estruturada, onde buscou- se um planejamento que compreendesse a realidade entre a teoria e
a prática desta seguinte pesquisa. Assim diante do exposto os elementos utilizados para a
operacionalização desta pesquisa foram à definição dos objetivos e a etapa de coleta e análise
de dados. Com esta preocupação realizamos esta pesquisa com o objetivo de analisar os
problemas e perspectivas que aqui se apresentam.
[…] têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas
pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
D- No ano de 2012.
CP- Em 2012 várias escolas receberam a proposta de ter um ensino de tempo integral
e para isso elas precisavam organizar algumas reivindicações básicas. A primeira delas era
realizar assembleias com a comunidade interna e externa para apresentar a proposta de
ensino e saber a aceitação do mesmo. Houve várias dúvidas e angustia sobre a mudança e
mesmo o prédio não ser adequado para atender os alunos em regime de tempo integral.
Nessa assembleia foi colhida assinaturas dos pais dando um parecer positivo sobre o ensino
ser de tempo integral.
As falas dos gestores comprovam que as dúvidas e angústia das ações sugeridas
possa[sic] ter ocorrido pela falta de informação dos documentos ou pelas dificuldades que se
apresentam no contexto onde a escola está inserida, como a ausência de infraestrutura para
levar os alunos a esses espaços. Além da infraestrutura deficitária, segundo a coordenadora
pedagógica outro problema ocorrido na implantação da ETI foi a proposta de aceitação da
comunidade (pais). A CP explica ainda, que hoje a aceitação é bem melhor perante as
mudanças que vem acontecendo.
Moll (Apud, Amorim, 2012) aponta que essa forma de organização busca caminhos
para atingir o desenvolvimento do educando.
CP- As expectativas eram muitas. A primeira delas era poder atender aos alunos mais
carentes e que precisam de um tempo maior na escola. Outro fator que encantava a equipe
foi às disciplinas da parte diversificada que envolvia a dança, o teatro e a música. Sonhamos
também com formações continuadas para apoiar a equipe.
Na concepção de Coelho (2004) Apud Dalri (2013), a educação integral oferecida pela
ETI deve priorizar a formação, mais do que a informação e as novas tecnologias:
[...] é importante destacar que tempo integral na escola pressupõe, em nossa visão, a
adoção de uma concepção de educação integral: com o tempo escolar ampliado, é
possível pensar em uma educação que englobe formação e informação; que
compreenda outras atividades- não apenas pedagógicas- para a construção da
cidadania participe e responsável. (COELHO, 2004, p.4).
CP- A escola passou a ser regime de tempo integral em 2012, mas demorou quase 06
meses para conseguir atender os alunos realmente de forma integral. Primeiro veio a
frustração da equipe não passar por uma formação sobre as demandas desse regime.
Segundo, não tivemos muito apoio da regional de ensino, por eles também não ter a
preparação necessária, pois a nossa escola foi a primeira que passou a atender em regime de
tempo integral nessa região. Tivemos rejeição de alguns pais em não querer que seus filhos
ficassem na escola o dia todo. A escola também não recebeu a reforma do prédio como foi
proposto pela SEDUC e tudo teve que ser adaptado pela própria equipe. E em relação aos
recursos para as despesas diárias permaneceram os mesmos complicando muito a gestão da
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escola. Só teve alterações na verba da alimentação escolar. Mas hoje já houve mudanças e a
escola recebe um valor suficiente para suas despesas básicas.
Segundo Dourado, Oliveira e Santos (2007, p.11 apud Dalri, 2013) “é fundamental
que todos os profissionais da escola, juntamente com pais e alunos, tenham participação ativa
no processo de construção de uma educação de qualidade social”.
Dessa forma o conselho (Colegiado), deve abranger representação de toda a
comunidade escolar, isto compreende um colegiado formado por pais, alunos e de todas as
pessoas ligadas a escola que se fazem representar das decisões das principais ações da escola.
Ainda conforme Dourado, Oliveira e Santos (2007, p.11) apud Dalri,( 2013):
Diante do exposto notamos que são muitas as questões que provocam grandes desafios
para a construção de uma escola de tempo integral de qualidade, é notório nas falas dos
gestores, quando estes apontam a rejeição de pais, a falta de apoio e também a falta de
estrutura prevista na implantação de escola de regime normal para regime integral.
No que se referem às informações dos gestores, os mesmos coadunam com os autores
as dificuldades e os desacertos, mas também a demonstração na vontade de acertar, de ser
eficazes e também de serem ouvidos e atendidos nas suas necessidades.
Perguntamos aos educadores, quais são os desafios em gerir uma escola de tempo
integral, haja vista as demandas do alunado que convive um período maior na escola? E em
relação ao currículo da Escola em tempo integral, qual o diferencial comparado com a escola
em regime parcial? Foram-nos apresentadas as respostas seguintes:
CP- acredito que temos muitos desafios; o primeiro deles é a falta de FORMAÇÂO
para toda a equipe em relação a disciplinas da parte diversificada. Outro desafio é a quadra
não ter uma cobertura dificultando as atividades físicas e de lazer no decorrer do dia; um
fator que atrapalha também é a falta de climatização nas salas de aulas. Um fator que ajuda
muito é a escola ter um pátio enorme com grama e muitas árvores facilitando várias
atividades. Em relação ao currículo percebemos que com mais aulas das disciplinas há um
melhor rendimento dos alunos e também valorizamos muito o teatro, a dança e a música, pois
isso se torna o diferencial em nossa escola. Realizamos vários Sarau, de língua inglesa,
portuguesa, gincanas de matemática e arte, trabalhamos com disciplina de ELETIVA no 6º
33
ano, onde o professor desenvolve o projeto escolhido pelos alunos. O currículo também tem
disciplina de OPTATIVAS que abre campos para trabalhos diversificados e atrativos aos
alunos.
No que tange às respostas dos gestores, os mesmos citam as escolas de tempo integral
um desafio, e para isso é preciso uma preparação que atenda e considere as diferenças,
atividades e disciplinas oferecidas aos discentes, isso também envolve a parte diversificada do
currículo. Os mesmos ainda destacam o compromisso com a construção do conhecimento.
Perguntamos se há diálogo e opiniões democráticas na equipe, e obtivemos uma
unanimidade nas respostas apresentadas.
Todos os envolvidos responderam que sim. E existe ainda o Conselho que participa da
gestão administrativa e financeira da escola. Tem como objetivo envolver os diferentes
segmentos na conservação dos equipamentos e prédios, na proposição e na prática escolar,
visando o acompanhamento dos trabalhos escolares, além de oferecer apoio à aprendizagem
dos educandos.
Quanto a Infraestrutura, identificamos as informações abaixo:
De acordo com a resposta dos gestores e análise do PPP observado, todos os espaços
físicos da escola necessitam com urgência de reforma, ampliação, visita de um engenheiro
elétrico e hidráulico para análise e correção da instalação elétrica e hidráulica da U.E que são
precárias; mobiliário adequado para a sala da biblioteca e dos professores. A quadra
descoberta da escola necessita de uma cobertura para realização de atividades esportivas e
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culturais, inclusive as aulas de treinamento. A escola por ser de tempo integral requer espaços
adequados, que atenda a demanda apresentada.
Logo buscamos verificar qual a avaliação dos colaboradores sobre o espaço físico da
escola, e coeso com o que foi respondido na questão anterior, chegamos a este resultado:
( ) Bom (x) Ruim ( ) Péssimo
CP- atender os alunos de forma integral não e fácil, principalmente quando faltam
alguns itens básicos como livros de literatura e a quadra coberta para a prática de esportes.
Mas contamos coma dedicação e o compromisso de uma equipe de trabalho que faz sempre o
melhor pelos nossos alunos sendo essa escola referência no município. Uma escola que
mostra qualidade na aprendizagem e também nas atividades culturais. E tenho certeza que se
tivéssemos formações, uma estrutura adequada à qualidade seria ainda bem melhor.
Foi questionado também se costumam ir à escola? Se sim quantas vezes por ano?
“Por ser uma escola muito boa, também para acompanhar meu filho e trabalhar em
parceria ajudando o professor.”
Já foi convidado para dar sugestões sobre alguma questão na escola de sua Filha/Filho?
Assim, nota-se uma satisfação dos pais, participantes deste estudo, diante da mudança
da escola parcial para o tempo integral, e sobre as estruturas da mesma.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa se propôs com a finalidade de investigar o modo como cada um dos
sujeitos envolvidos entende a realidade da referida escola, oferecendo subsídios que pudessem
descrever e compreender a construção, ou não, dos mecanismos de gestão escolar. O objetivo
geral da pesquisa realizada foi investigar os desafios do processo de gestão administrativa e
pedagógica de uma escola de ensino fundamental de tempo integral, com base no estudo da
pesquisa. A Escola Estadual Girassol de Combinado ainda tem muitas metas a desempenhar
para se tornar realmente uma escola de tempo integral. Ainda é preciso fazer melhoras no
espaço físico e habilitar os recursos humanos.
Identificamos, por meio da análise, pouca clareza dos gestores escolares sobre as
percepções de educação integral que guiam suas práticas, ainda assim, essas práticas de gestão
participativas apresentaram avanços como a construção do Projeto Político-pedagógico, a
participação do conselho escolar e a ampliação da participação de pais e da comunidade, mas
os alunos ainda são excluídos do projeto e das decisões da gestão escolar. A pesquisa
corrobora, ainda, com a necessidade de se estabelecer o debate nos espaços escolares sobre a
educação integral e as práticas de gestão democráticas.
A Educação Integral exige mais do que obrigações e comprometimentos, atribui-se
principalmente projeto pedagógico; formação de seus administradores; infraestrutura e meios
para sua implantação. Ela será o resultado desses atributos de partida e daquilo que for criado
e construído em cada escola, em cada rede de ensino, com a participação dos educadores,
educandos e das comunidades que podem e devem contribuir para ampliar os tempos e os
ambientes de formação de crianças e adolescentes na perspectiva de que o acesso à educação
pública seja finalizado pelos métodos continuados de aprendizagem. Contudo a meta dessa
pesquisa foi realizada com a finalidade de alcançando-se o objetivo desta pesquisa de
identificar as mudanças que ocorreram com a implantação da escola integral no município de
Combinado da Escola Estadual Girassol de Combinado e os desafios da equipe gestora em
gerir esse espaço que ainda necessita de melhorias.
Ainda que existam estudos a respeito da gestão de Escola de tempo Integral (ETI), a
seguinte investigação pode contribuir para o crescimento da escola, na medida em que esses
dados forem localizados este também possa ser multiplicado. O diretor/gestor que desenvolve
uma tarefa verdadeiramente democrática e determina funções e responsabilidades para pais,
professores, funcionários alunos e comunidade este além de construir uma equipe/grupo
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. LDB 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: MEC, 1996.
BASTOS, João Batista. Gestão democrática/ João Batista Bastos (org.) – Rio de Janeiro:
DP&A: SEPE, 3ª edição, 2002.
DALRI, Marisa Xavier Coutrim. Gestão da Escola de Tempo Integral: O caso de uma
escola publica de ensino fundamental do município de Americana. Dissertação de
Mestrado, 2013.
FLICK, Uwe. Introdução a pesquisa qualitativa/ Uwe Flick; tradução Joice Elias Costa.3.
ed- Porto Alegre: Artmed,2009.
GIL, Antônio Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social – 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola. Teoria e Prática. 5. ed., Goiânia,
Alternativa, 2001.
LUCK, Eloísa, A Gestão Participativa na Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. Série:
Cadernos de Gestão.
PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar: introdução crítica. 10. ed – São Paulo.
Cortez, 2001.
APÊNDICES
42
Apêndice I:
QUESTIONÁRIO - PROFESSOR/SERVIDOR
PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA GESTÃO DA ESCOLAR DE TEMPO INTEGRAL
ACADÊMICO: KEILA FRANCISCA BRAGA
ORIENTADOR: MAURÍCIO REIS SOUSA DO NASCIMENTO
COORIENTADOR: HUGO JUNIO FERREIRA DE SOUSA
Identificação:
Nome (opcional): Idade: Sexo:
Formação: Tempo de formação: Função/Cargo:
Tempo de atuação na Educação: Tempo de atuação na Educação Integral:
Dados da Escola:
Nome:
1- Em que ano a escola adotou o modelo de tempo integral? Quando foi adotado o modelo
de escola em tempo integral, houve algum tipo consulta à comunidade escolar (interna e
externa)? Se sim relate como foi esse processo?
3- Quais foram as dificuldades, perspectivas e mudanças de escola que teve que adotar o
modelo de Escola de tempo Integral? Os recursos são suficientes? Tem recursos a mais pelo
fato de ser integral?
4- Quais são os desafios em gerir uma escola de tempo integral, haja vista as demandas do
alunado que convive um período maior na escola? Em relação ao currículo da Escola em
tempo integral qual o diferencial comparado com a escola em regime parcial?
( ) banheiros M e F (adaptados)
( ) refeitório
( ) quadra coberta
( ) biblioteca
( ) LABIN
( ) Outros
8- Você acha que os alunos são atendidos em suas necessidades cotidianas (pedagógico
suporte de material, livros, biblioteca, esporte)? 9) Espaços de participação de que a
escola dispõe:
( ) grêmio estudantil
( ) conselho escolar
( ) associação de apoio
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Apêndice II:
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COLABORADORES, SOBRE GESTÃO
ESCOLAR EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
QUESTIONÁRIO - PAIS
PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA GESTÃO ESCOLAR DE TEMPO INTEGRAL
ACADÊMICO: KEILA FRANCISCA BRAGA
ORIENTADOR: MAURÍCIO REIS SOUSA DO NASCIMENTO
COORIENTADOR: HUGO JUNIO FERREIRA DE SOUSA
1) Há quanto tempo seu filho (a) estuda nesta escola de Tempo Integral?
6) Já foi convidado para dar sugestões sobre alguma questão na escola de sua filha/filho?
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Apêndice II:
QUESTIONÁRIO - ALUNOS
PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA GESTÃO DA ESCOLAR DE TEMPO INTEGRAL
ACADÊMICO: KEILA FRANCISCA BRAGA
ORIENTADOR: MAURÍCIO REIS SOUSA DO NASCIMENTO
COORIENTADOR: HUGO JUNIO FERREIRA DE SOUSA
Para Alunos:
Nome (opcional): Série _ Idade: Sexo:
ANEXO
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Anexo I