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Portas Lógicas e
Álgebra Booleana

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Apresentação 

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Conceitos de Lógica Digital

Como você já sabe, um computador digital é uma máquina projetada para
armazenar e manipular informações representadas apenas por algarismos ou
dígitos que só podem assumir dois valores: 0 e 1.

Internamente, o computador é constituído de componentes eletrônicos,

como resistores , capacitores  e transistores . Os transistores são
componentes de circuitos eletrônicos que precisam armazenar sinais binários e
realizar certos tipos de operações entre eles. Esses circuitos, denominados
circuitos digitais, são formados de pequenos elementos capazes de manipular
apenas grandezas binárias. Esses pequenos elementos são chamados de portas
(gates) lógicas. Circuitos que contém portas lógicas são chamados de circuitos
lógicos.

Uma porta lógica (gate) é, portanto, um elemento de hardware que recebe

um ou mais sinais de entrada e produz um sinal de saída, cujo valor é
dependente do tipo de regra lógica estabelecida para a referida porta.

Portanto, um computador é constituído por uma infinidade de circuitos lógicos,

convenientemente distribuídos e organizados, de modo que alguns servirão de

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armazenamento de valores, outros permitirão e controlarão o fluxo de sinais entre

os componentes, outros, ainda, serão utilizados para realizar operações
matemáticas.

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Conteúdo 
Portas e Operações Lógicas
Há diversos tipos bem definidos de portas lógicas, cada uma delas capaz de
implementar uma operação ou função lógica específica. Uma operação lógica é
realizada sobre um ou mais valores lógicos e produz um certo resultado (que
também PE um valor lógico) conforme a regra definida para a operação lógica em
questão.

A operação lógica produz um resultado que pode assumir somente dois valores: 0
e 1. Na álgebra booleana , esses valores assumem as representações de FALSO
(F = bit 0) ou VERDADEIRO (V = bit 1). Portanto, se as variáveis de entrada só
podem assumir os valores F (falso) e V (verdadeiro), assim como os resultados
também, então, é possível definir todos os possíveis valores de resultado de uma
dada operação lógica, conforme as combinações possíveis de valores de entrada.
Essas possibilidades são representadas em um conjunto denominado tabela-
verdade. Uma tabela verdade possui tantas linhas de informação quantas são as
possíveis combinações de valores de entrada.

Cada operação lógica possui, portanto, um nome, um símbolo matemático e um

símbolo gráfico. Esses elementos estão representados na figura 1 a seguir.

Figura 1 – Símbolos matemático e Gráfico da porta lógica.

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Vejamos, a seguir, cada uma dessas operações, com as suas respectivas tabelas-
verdade.

Operação Lógica NOT - Inversor

A porta lógica NOT também pode ser chamada de inversor ou função
complemento. Ela irá inverter o estado da entrada. Se você entrar o valor "0" em um
circuito inversor, você obterá, na saída o valor "1", e vice-versa.

Tabela Verdade:

Entrada Saída

A Y=A

0 1

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Entrada Saída

1 0

Operação Lógica AND

Uma porta lógica AND realiza uma operação lógica "E". Ela possui pelo menos
duas entradas (podendo possuir várias entradas). Se A e B são suas entradas, na
saída teremos o resultado de A x B (também representado como A · B). A porta
AND produz um resultado verdade (V=1) na saída se e somente se todas as
entradas forem verdade.

Tabela Verdade:

Entrada Entrada Saída

A B Y=A•B

0 0 0

0 1 0

1 0 0

1 1 1

Operação Lógica OR
A porta lógica OR realiza uma operação lógica "OU". Ela possui pelo menos duas
entradas (podendo possuir várias entradas). Por isso, se A e B são suas entradas,
na saída teremos o resultado de A + B. A porta OR é definida para produzir um
resultado verdade (V=1) na sua saída, se pelo menos uma entrada for verdade.

Tabela Verdade:

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Entrada Entrada Saída

A B Y = A+B

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 1

Operação Lógica NAND (NOT AND)

Esta porta nada mais é do que uma porta AND com um inversor acoplado. Por
isso, sua saída é o oposto da AND. A porta lógica NAND é definida como o inversor
da porta lógica AND.

Tabela Verdade:

Entrada Entrada Saída

A B Y = A•B

0 0 1

0 1 1

1 0 1

1 1 0

Atenção: deve-se observar que o valor encontrado em A • B não é o mesmo

encontrado em A • B.

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Operação Lógica NOR (NOT OR)

NOR é uma porta OR com um inversor acoplado. Por isso, sua saída é o oposto da
porta OR. Assim como a porta NAND, a porta OR é o complemento ou inverso da
porta OR.

Tabela Verdade:

Entrada Entrada Saída

A B Y = A+B

0 0 1

0 1 0

1 0 0

1 1 0

Operação Lógica XOR (EXCLUSIVE OR)

XOR é a abreviação do termo EXCLUSIVE OR e pode ser considerada um caso
particular da função OR. A porta lógica XOR compara dois valores e se eles forem
diferentes a saída será "1". Portanto, a saída será verdade se exclusivamente uma
ou outra entrada for verdade. Isso se aplica, é claro, se houver apenas duas
entradas. Portanto, o termo "exclusivamente" é crucial! Ambas as entradas não
podem ser verdade, e esta é a diferença para os resultados da porta OR.
Portanto, a saída de uma operação XOR será verdade se os valores de suas
entradas forem diferentes e será falsa se os valores de suas entradas forem
iguais.

Tabela Verdade:

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Entrada Entrada Saída

A B Y=A + B

0 0 0

0 1 1

1 0 1

1 1 0

Expressões Lógicas e Álgebra Booleana

Uma expressão lógica é representada por variáveis lógicas e por símbolos
representativos de operações lógicas. Por exemplo:

F=X+Y•Z

Nesse caso, lembre-se que F é uma função lógica e, como tal, somente poderá
receber valores 0 ou 1 (VERDADEIRO ou FALSO), dependendo das operações
definidas na expressão lógica. Esse resultado pode ser obtido através de uma
tabela-verdade. Vejamos então a representação da expressão lógica, do diagrama
lógico e da tabela verdade da função F, considerando todas as combinações de
entradas possíveis.

a. Expressão lógica da função F

F=X+Y•Z

b. Diagrama lógico da função F

Figura 2 – Diagrama lógico da função F.

c. Tabela verdade da função F

Entrada Saída

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X Y Z F

0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1

Você deve estar se perguntando como achamos os valores possíveis de F. Isso foi
feito através do cálculo com expressões lógicas. Representaremos a sequência de
cálculos a seguir, para que você acompanhe todos os passos.

1º passo: possibilidades de X, Y e Z.

X Y Z

0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1

2º passo: Inclusão de Y

Entrada

X Y Y Z

0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1

3º passo: avaliação de Y • Z

X Y Z Y Y•Z

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0 0 0 1 0
0 0 1 1 1
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 1 0
1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 1 0 0

4º passo: avaliação de X+Y•Z

X Y Z Y Y•Z X+Y•Z

0 0 0 1 0 0
0 0 1 1 1 1
0 1 0 0 0 0
0 1 1 0 0 0
1 0 0 1 0 1
1 0 1 1 1 1
1 1 0 0 0 1
1 1 1 0 0 1

Inicialmente, veja que a tabela deve ter 8 entradas, pois são 3 as variáveis, que
possuem 2 possibilidades, cada uma delas (0 e 1). Portanto: 23=8. Como Y é
invertido, criamos outra coluna com o valor de Y. Como desejamos obter o valor de
Y • Z, então, devemos acrescentar outra coluna para esse resultado. Finalmente,
completamos o cálculo incluindo a coluna com o resultado de X + Y • Z para cada
uma das 8 possibilidades de entrada.

Importante 

É muito importante lembrar o seguinte: a prioridade de cálculo de uma

operação AND é maior do que a de uma operação OR (semelhante ao que
temos em aritmética comum, onde a multiplicação tem prioridade sobre a
adição).

Vejamos outro exemplo!

Seja A = 1; B = 0; C = 1; D = 1. Calcular X = A + B • C + D.

De acordo com as prioridades que você já conhece, o valor de X será obtido

através dos seguintes passos:

1. Realizar a operação AND (maior prioridade e, em seguida, realizar a

inversão).

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2. Realizar a operação OR (as operações OR e XOR possuem a mesma

prioridade, portanto devemos optar pela que estiver mais a esquerda).
3. Realizar a operação XOR.

Então, vamos lá!

1. B • C = 0 • 1 = 0 = 1 (vamos considerar este resultado como R1). Teremos,

então: A + R1 + D
2. A + 1 = 1 + 1 = 1 (vamos considerar este resultado como R2). Teremos,
então: R2 + D
3. 1 + 1 = 0 (Portanto, 0 este é o valor de X).

Também podemos realizar operações lógicas com palavras de dados, ou seja, com
múltiplos bits. Vejamos!

Seja A=1001; B=0010; C=1110; D=1111. Calcular o valor de X na seguinte

expressão: X = A + (B • C + D) + (B + D).

Seguiremos o mesmo método, inclusive considerando as prioridades nas

operações. Porém, agora com um grupo de quatro bits.

1. Efetuar B • C = R1

B C B•C (R1)

0 1 0
0 1 0
1 1 1
0 0 0

2. Efetuar R1 = R2

R1 R1 (R2)

0 1
0 1
1 0
0 1

3. Efetuar R2 + D

R2 D R2+D (R3)

1 1 1
1 1 1
0 1 1
1 1 1

4. Efetuar B + D.

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Então, primeiro acharemos D

D D (R4)

1 0
1 0
1 0
1 0

Depois, efetuaremos B + R4

B R3 B+R4 (R5)

0 0 0
0 0 0
1 0 1
0 0 0

5. Agora, efetuaremos A + R3

A R3 A+R3 (R6)

1 1 0
0 1 1
0 1 1
1 1 0

2. Efetuar R6+R5

R6 R5 R6+R5 = X

0 0 0
1 0 1
1 1 1
0 0 0

Portanto, X = 0110.

Para uma melhor compreensão e também para que você acompanhe todos os
passos dessa operação, vamos apresentar em forma de expressão lógica o que foi
realizado.

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X=A + (B • C + D) + (B + D)
X=A + (R1 + D) + (B + D)
X=A + (R2 + D) + (B + D)
X=A + R3 + (B + R4)
X = A + R3 + R5
X = R6 + R5

Álgebra Booleana
Álgebra Booleana é uma área da matemática que trata das regras e dos elementos
lógicos.

O nome "booleana" é uma retribuição da comunidade científica ao

matemático inglês George Boole (1815 – 1864), que desenvolveu uma
análise matemática sobre a Lógica.

Na tabela abaixo, veja algumas regras básicas da Álgebra Booleana.

1. X+0=X 12. X•Y=Y•X

2. X+1=1 13. X + (Y + Z) = ( X + Y ) + Z
3. X+X=1 14. X • (Y • Z) = (X • Y) • Z
4. X+X=X 15. X • (Y + Z) = X • Y + X • Z
5. X•0=0 16. X+X•Z=X
6. X•1=X 17. X • (X + Y) = X
7. X•X=X 18. (X + Y) • (X + Z) = X + Y • Z
8. X•X=0 19. X+X•Y=X+Y
9. X=X 20. X•Y+Y•Z+Y•Z=X•Y+Z
10. X+Y=Y+X 21. (X + Y) = X • Y
11. X + X=0 22. (X • Y) = X + Y

Vejamos alguns exemplos!

Na regra 1: se X = 0; então: 0 + 0 = 0 = X;

se X = 1; então: 1 + 0 = 1 = X.

Na regra 6: se X = 0; então: 0 • 1 = 0 = X;

se X = 1; então: 1 • 1 = 1 = X.

Na regra 8: se X = 0; então: 0 • 0 = 0 • 1 = 0;

se X = 1; então 1 • 1 = 1 • 0 = 0.

As regras 10 e 12 são conhecidas como lei da comutatividade, significando que a

ordem das parcelas não afeta o resultado da operação. A regra 11 é importante em
função da utilização do circuito lógico XOR como zerador de valores de
registradores, testador de igualdade entre palavras e outras aplicações (o

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resultado de um XOR é sempre igual a 1 para valores diferentes e igual a 0 para

valores iguais).

As regras 13 e 14 constituem a lei da associatividade, tanto para a operação lógica

OR como para a operação lógica AND, indicando que o resultado não se altera se a
operação desejada for efetuada entre o segundo e o terceiro operandos e depois
com o primeiro operando, ou se for efetuada entre o primeiro e o segundo
operando para, em seguida, operar como o terceiro.

A regra 15 representa a lei da distributividade, estabelecendo que o produto (AND)

de um operando por um polinômio (parcelas internas usando a operação OR) é
igual à soma (OR) do produto do referido operando como cada elemento do
polinômio.

As regras 21 e 22 constituem o Teorema de Morgan, que preceitua que a

expressão NOT X • NOT Y pode ser substituído por uma simples porta NOR; e que a
expressão NOT X + NOT Y pode ser substituída por uma porta NAND.

As regras 16, 17, 18, 19 e 20 podem ser obtidas de regras anteriores.

Uma das mais vantajosas consequências do emprego da álgebra booleana está

justamente na utilização de suas regras para simplificar as expressões lógicas que
definem a função de um determinado dispositivo digital. Essas facilitam o
entendimento do dispositivo e contribuem para a redução dos custos de
fabricação dos dispositivos, em função da redução de componentes eletrônicos
utilizados.

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Na Prática 

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"Prezado(a) estudante,

Esta seção é composta por atividades que objetivam

consolidar a sua aprendizagem quanto aos conteúdos
estudados e discutidos. Caso alguma dessas
atividades seja avaliativa, seu (sua) professor (a)
indicará no Plano de Ensino e lhe orientará quanto aos
critérios e formas de apresentação e de envio."

Bom Trabalho!


Atividade 1 

Vimos como as regras da Álgebra Booleana são importantes, pois nos

ajudam a conseguir componentes lógicos mais resumidos. Vejamos um
exemplo!

Simplificar a operação: X = A • B • C + A • B • C + A • B • C + A • B • C

Agora, é com você!

a. Na aula sobre álgebra booleana, percebemos como a observação de

regras básicas podem simplificar os circuitos lógicos. Quando isso é
levado em conta pelo arquiteto, isso acarreta em menor custo e
menor aquecimento do hardware, entre outros benefícios.
Demonstre como a regra 16 pode ser obtida a partir das regras
anteriores.
b. Agora, demonstre como a regra 17 pode ser obtida das regras
anteriores.
c. Demonstre como a regra 18 pode ser obtida a partir das regras
anteriores.
d. Demonstre como a regra 19 pode ser obtida a partir das regras
anteriores.

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Saiba Mais 

Para ampliar seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo a(s)
sugestão(ões) do professor:

Lógica booleana?  Leia este texto e saiba um pouco mais sobre

esta lógica e como ela funciona".

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Referências 

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