Introdução
A primeira revolução industrial teve como marca a máquina a vapor,
mobilizando a mecanização da produção com o uso da água e energia a
vapor. Já a segunda revolução industrial introduziu a produção em
massa com a ajuda da energia elétrica, que foi um grande avanço.
Depois veio a revolução digital e o uso de aparelhos e dispositivos
eletrônicos, bem como a tecnologia da informação para automatizar
ainda mais a produção industrial.
"A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento
tecnológico que teve início na Inglaterra a partir da segunda metade do
século XVIII e que se espalhou pelo mundo, causando grandes
transformações. Ela garantiu o surgimento da indústria e consolidou o
processo de formação do capitalismo.
Essa revolução foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da
segunda metade do século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo a essa
nação pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em
1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James
Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a
Revolução Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780.
Acesse também: Revolução Francesa — acontecimento também do séc.
XVIII que foi um marco na história da humanidade.
A Revolução Industrial
A Inglaterra foi a nação pioneira no desenvolvimento industrial e
tecnológico no mundo.
Por meio da Revolução Industrial, o capitalismo consolidou-se como
sistema econômico vigente.
O desenvolvimento da máquina a vapor é considerado como o ponto de
partida da Revolução Industrial.
Causou profundas transformações no modo de produção e também nas
relações entre patrão e trabalhador.
Durante o auge da Revolução Industrial, os trabalhadores ingleses
recebiam salários baixíssimos e eram obrigados a suportar uma longa
jornada de trabalho.
A intensa exploração do trabalho do proletário fez com que os
trabalhadores se organizassem em sindicatos.
Dois movimentos de trabalhadores foram muito importantes no século
XIX: o ludismo e o cartismo.
A Revolução Industrial aconteceu de maneira pioneira na Inglaterra por
uma junção de fatores, que englobam as grandes reservas de carvão do
país, os cercamentos, o excedente de capital existente no país etc.
As transformações econômicas, sociais e tecnológicas proporcionadas
pela Revolução Industrial dividem-se em fases, segundo os avanços
produtivos, no campo científico e em diversas outras áreas do setor
econômico e industrial.
Pode-se dividir a Revolução Industrial em: Primeira Revolução
Industrial, Segunda Revolução Industrial e Terceira Revolução Industrial.
Diversas foram as consequências da Revolução Industrial. Houve
aumento da produtividade, mudança nas relações de trabalho,
alterações no modo de vida e padrões de consumo da sociedade;
alterou-se a relação entre o homem e a natureza, houve avanços em
diversos campos do conhecimento, entre outras mudanças.
Revolução Industrial
Causas da Revolução Industrial e o pioneirismo inglês
A Revolução Industrial despontou pioneiramente, na segunda metade
do século XVIII, na Inglaterra e gradativamente foi espalhando-se pela
Europa e, em seguida, para todo o mundo. Mas por que
necessariamente isso ocorreu na Inglaterra? A resposta para isso é
encontrada um pouco no acaso e um pouco na própria história inglesa.
Primeiramente, é importante estabelecer que o desenvolvimento
tecnológico e industrial na Inglaterra foi possível porque a burguesia se
estabeleceu como classe e garantiu o desenvolvimento da economia
inglesa na direção do capitalismo. Isso aconteceu no século XVII, com a
Revolução Gloriosa.
A Revolução Gloriosa aconteceu em 1688 e consolidou o fim da
monarquia absolutista na Inglaterra (que já vinha enfraquecida desde a
Revolução Puritana, na década de 1640). Com isso, a Inglaterra
transformou-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na
qual o poder do rei não estava acima do Parlamento nem da
Constituição — no caso da Inglaterra, da Declaração de Direitos (Bill of
Rights).
Assim, a burguesia conseguiu consolidar-se enquanto classe e governar
de maneira a atender aos seus interesses econômicos. Um
acontecimento fundamental para o desenvolvimento do comércio
inglês ocorreu entre as duas revoluções do século XVII citadas acima.
Em 1651, Oliver Cromwell decretou os Atos de Navegação, lei que
determinava que mercadorias compradas ou vendidas pela Inglaterra
somente seriam transportadas por embarcações inglesas.
Essa lei foi fundamental, pois protegeu o comércio, enfraqueceu a
concorrência dos ingleses e garantiu que os navios ingleses
controlassem as rotas comerciais marítimas. Isso enriqueceu a
burguesia inglesa e permitiu-lhes acumular capital. Esse capital foi
utilizado no desenvolvimento de máquinas e na instalação das
indústrias.
Mas não bastava somente excedente de capital para garantir o
desenvolvimento industrial. Eram necessários trabalhadores, e a
Inglaterra do século XVIII tinha mão de obra excedente. Isso está
relacionado com os cercamentos que aconteciam na Inglaterra e que se
intensificaram a partir do século XVII.
Os cercamentos aconteciam por força da Lei dos Cercamentos
(Enclosure Acts), lei inglesa que permitia que as terras comuns fossem
cercadas e transformadas em pasto. As terras comuns eram parte do
sistema feudal, que estipulava determinadas áreas para serem
ocupadas e cultivadas pelos camponeses.
Com os cercamentos, os camponeses que habitavam essas terras foram
expulsos, e as terras foram transformadas em pasto para a criação de
ovelhas. A criação de ovelhas era o que fornecia a lã utilizada em larga
escala na produção têxtil do país. Os camponeses expulsos de suas
terras e sem ter para onde ir mudaram-se para as grandes cidades.
Sem nenhum tipo de qualificação, esses camponeses se viram
obrigados a trabalhar nos únicos locais que forneciam empregos — as
indústrias. Assim, as indústrias que se desenvolviam na Inglaterra
tinham mão de obra excedente. Isso garantia aos patrões poder de
barganha, pois poderiam forçar os trabalhadores a aceitarem salários
de fome por uma jornada diária exaustiva.
A adesão dos trabalhadores às indústrias ocorreu de maneira massiva
também por uma lei inglesa que proibia às pessoas a “vadiagem”.
Assim, pessoas que fossem pegas vagando pelas ruas sem emprego
poderiam ser punidas com castigos físicos e até mesmo com a morte,
caso fossem reincidentes.
Por último, destaca-se que o acaso e o fortuito também contribuíram
para que a Inglaterra despontasse pioneiramente. O desenvolvimento
das máquinas e das indústrias apenas ocorreu porque a Inglaterra tinha
grandes reservas dos dois materiais essenciais para isso: o carvão e o
ferro. Com reservas de carvão e ferro abundantes, a Inglaterra pôde
desenvolver sua indústria desenfreadamente.
Fases da Revolução Industrial
A Revolução Industrial corresponde às modificações econômicas e
tecnológicas que consolidaram o sistema capitalista e permitiram o
surgimento de novas formas de organização da sociedade. As
transformações tecnológicas, econômicas e sociais vividas na Europa
Ocidental, inicialmente limitadas à Inglaterra, em meados do século
XVIII, tiveram diversos desdobramentos, os quais podemos chamar de
fases. Essas fases correspondem ao processo evolutivo das tecnologias
desenvolvidas e as consequentes mudanças socioeconômicas. São elas:
1° Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial refere-se ao processo de evolução
tecnológica vivido a partir do século XVIII na Europa Ocidental, entre
1760 e 1850, estabelecendo uma nova relação entre a sociedade e o
meio e possibilitando a existência de novas formas de produção que
transformaram o setor industrial, dando início a um novo padrão de
consumo. Essa fase é marcada especialmente pela.
Primeira Revolução Industrial.
A produção modificou-se, diminuindo o tempo e aumentando a
produtividade; as invenções possibilitaram o melhor escoamento de
matérias-primas, bem como de consumidores, e também favoreceram a
distribuição dos bens produzidos. Para saber mais sobre essa fase,
clique aqui.
2°) Segunda Revolução Industrial
O petróleo passou a ser utilizado na Segunda Revolução Industrial como
fonte de energia para o motor à combustão.
A Segunda Revolução Industrial refere-se ao período entre a segunda
metade do século XIX e meados do século XX, tendo seu fim durante a
Segunda Guerra Mundial. A industrialização avançou os limites
geográficos da Europa Ocidental, espalhando-se por países como
Estados Unidos, Japão e demais países da Europa.
Compreende a fase de avanços tecnológicos ainda maiores que os
vivenciados na primeira fase, bem como o aperfeiçoamento de
tecnologias já existentes. O mundo pôde vivenciar diversas novas
criações, que aumentaram ainda mais a produtividade e,
consequentemente, os lucros das indústrias. Houve nesse período,
também, grande incentivo às pesquisas, especialmente no campo da
medicina.
As principais invenções dessa fase estão associadas ao uso do petróleo
como fonte de energia, utilizado na nova invenção: o motor à
combustão. A eletricidade, que antes era utilizada apenas para
desenvolvimento de pesquisas em laboratórios, nesse período começou
a ser usada para o funcionamento de motores, com destaque para os
motores elétricos e à explosão. O ferro, que antes era largamente
utilizado, passou a ser substituído pelo aço. Para saber mais sobre a
Segunda Revolução Industrial, clique aqui.
3°) A Terceira Revolução Industrial ficou conhecida como Revolução
Tecnocientífica, especialmente pelo desenvolvimento da robótica.
A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução
Tecnocientífica, iniciou-se na metade do século XX, após a Segunda
Guerra Mundial. Essa fase representa uma revolução não só no setor
industrial, visto que passou a relacionar o desenvolvimento tecnológico
voltado ao processo produtivo também ao avanço científico, deixando
de limitar-se apenas a alguns países e espalhando-se por todo o mundo.
As transformações possibilitadas pelos avanços tecnocientíficos são
vivenciadas até os dias atuais, e cada nova descoberta representa um
novo patamar alcançado dentro dessa fase da revolução, consolidando
o que ficou conhecido como capitalismo financeiro. A introdução da
biotecnologia, robótica, avanços na área da genética, telecomunicações,
eletrônica, transporte, entre outras áreas, transformaram não só a
produção, como também as relações sociais, o modo de vida da
sociedade e o espaço geográfico.
Todo esse desenvolvimento proporcionado pelos avanços obtidos nas
diversas áreas científicas se relacionam ao que chamamos de
globalização: tudo converge para a diminuição do tempo e das
distâncias, ligando pessoas, lugares, transmitindo informações
instantaneamente, superando, então, os desafios e obstáculos que
permeiam a localização geográfica, as diferenças culturais, físicas e
sociais. Para saber mais sobre a Terceira Revolução Industrial, clique
aqui.
O trabalhador na Revolução Industrial
A Revolução Industrial também gerou grandes transformações no modo
de produção de mercadorias. Antes do surgimento da indústria, a
produção acontecia pelo modo de produção manufatureiro, isto é, um
modo de produção manual que utilizava a capacidade artesanal
daquele que produzia. Assim, a manufatura foi substituída pela
maquinofatura.
Com a maquinofatura, não era mais necessária a utilização de vários
trabalhadores especializados para produzir uma mercadoria, pois uma
pessoa manuseando as máquinas conseguiria fazer todo o processo
sozinha. Com isso, o salário do trabalhador despencou, uma vez que
não eram mais necessários funcionários com habilidades manuais.
Isso é evidenciado pela estatística trazida por Eric Hobsbawm que
mostra como o salário do trabalhador inglês caiu com o surgimento da
indústria. O exemplo levantado foi Bolton, cidade no oeste da
Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33 xelins, mas em 1815, o
valor pago havia caído para 14 xelins, e entre 1829 e 1834, esse salário
havia despencado para quase seis xelins.|2| Percebemos aqui uma
queda brusca no salário, e esse se processo deu em toda a Inglaterra.
Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com
uma carga de trabalho extenuante. Nas indústrias inglesas do período
da Revolução Industrial, a jornada diária de trabalho costumava ser de
até 16 horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os
trabalhadores que não aguentassem a jornada eram sumariamente
substituídos por outros.
Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores, e
constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era
quando os trabalhadores tinham seus dedos presos nas máquinas, e
muitos os perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por problemas
de saúde poderiam ser demitidos e não receberiam seu salário. Só
eram pagos os funcionários que trabalhavam efetivamente.
Essa situação degradante fez com que os trabalhadores se mobilizassem
pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à criação das
organizações de trabalhadores (mais conhecidas no Brasil como
sindicatos), chamadas na Inglaterra de trade unions. Os trabalhadores
exigiam melhorias salariais e redução na jornada de trabalho.
Representação de uma revolta de trabalhadores do século XIX, no
contexto da Revolução Industrial.
Cartismo e ludismo
Dois grandes movimentos de trabalhadores que surgiram dessas
organizações foram o ludismo e o cartismo.
O ludismo teve atuação destacada no período entre 1811 e 1816, e sua
estratégia consistia em invadir as fábricas e destruir as máquinas. Isso
acontecia porque os adeptos do ludismo afirmavam que as máquinas
estavam roubando os empregos dos homens e, portanto, deveriam ser
destruídas.
O movimento cartista, por sua vez, surgiu na década de 1830 e lutava
por direitos trabalhistas e políticos para a classe de trabalhadores da
Inglaterra. Uma das principais exigências dos cartistas era o sufrágio
universal masculino, isto é, o direito de que todos os homens pudessem
votar. Os cartistas também exigiam que sua classe tivesse
representatividade no Parlamento inglês.
A mobilização de trabalhadores resultou em algumas melhorias ao
longo do século XIX. A pressão exercida pelos trabalhadores dava-se,
principalmente, por meio de greve. Uma das melhorias mais sensíveis
conquistadas pelos trabalhadores foi a redução da jornada de trabalho
para dez horas diárias.
A mobilização de trabalhadores enquanto classe, ou seja, pobres
(proletários), não foi um fenômeno que surgiu especificamente por
causa da Revolução Industrial. Nas palavras de Eric Hobsbawm, o
enfrentamento dos patrões pelos trabalhadores aconteceu porque a
Revolução Francesa deu-lhes confiança para isso, enquanto “a
Revolução Industrial trouxe a necessidade de mobilização permanente”.
Consequências da Revolução Industrial
De modo geral, a Revolução Industrial transformou não só o setor
econômico e industrial, como também as relações sociais, as relações
entre o homem e a natureza, provocando alterações no modo de vida
das pessoas, nos padrões de consumo e no meio ambiente. Cada fase
da revolução representou diferentes transformações e consequências
mediante os avanços obtidos em cada período.
A Primeira Revolução Industrial representou uma nova organização no
modo capitalista. Nesse período houve um aumento significativo de
indústrias, bem como o aumento da produtividade (produção em
menor tempo). O homem, ao ser substituído pela máquina, saiu da
zona rural para ir para as cidades em busca de novas oportunidades,
dando início ao processo de urbanização.
Esse processo culminou no crescimento desenfreado das cidades, na
marginalização de boa parte da população, bem como em problemas de
ordem social, como miséria, violência, fome. Nessa fase, também, a
sociedade organizou-se em dois polos: de um lado, a burguesia, e do
outro, o proletariado.
A Segunda Revolução Industrial teve como principais consequências,
mediante o maior avanço tecnológico, o aumento da produção em
massa em bem menos tempo, consequentemente o aumento do
comércio e modificação nos padrões de consumo. Muitos países
passaram a se industrializar, especialmente os mais ricos, dominando
economicamente, então, diversos outros (expansão territorial e
exploração de matéria-prima).
O avanço nos transportes possibilitou maior e melhor escoamento de
mercadorias e trânsito de pessoas. Surgiram as grandes cidades e, com
elas, também problemas como superpopulação, aumento das doenças,
desemprego, aumento da mão de obra barata e novas relações de
trabalho.
A Terceira Revolução Industrial e a nova integração entre ciência,
tecnologia e produção possibilitaram avanços na medicina; a invenção
de robôs capazes de fazer um trabalho extremamente minucioso e
preciso; avanços na área da genética, trazendo novas técnicas que
melhoraram a qualidade de vida das pessoas; diminuição das distâncias
entre os povos e a maior difusão de notícias e informações por meio de
novos meios de comunicação; consolidação do capitalismo financeiro; e
aumento do número de empresas multinacionais.
E não menos importante, essas transformações possibilitadas pela
Revolução Industrial como um todo transformaram o modo como o
homem se relaciona com o meio. A apropriação dos recursos naturais
para viabilizar as produções e os avanços tecnocientíficos têm causado
grande impacto ambiental.
Atualmente, as alterações provocadas no meio ambiente têm sido
amplamente discutidas pelas comunidades internacionais, órgãos e
entidades, que expressam a importância de mudar o modelo de
desenvolvimento econômico que explora os recursos naturais sem
pensar nas gerações futuras.
Fonte:
|1| HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções 1789-1848. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 59."
O trabalhador na Revolução Industrial
A Revolução Industrial também gerou grandes transformações no
modo de produção de mercadorias. Antes do surgimento da
indústria, a produção acontecia pelo modo de produção
manufatureiro, isto é, um modo de produção manual que utilizava a
capacidade artesanal daquele que produzia. Assim, a manufatura foi
substituída pela maquinofatura.
Com a maquinofatura, não era mais necessária a utilização de vários
trabalhadores especializados para produzir uma mercadoria, pois uma
pessoa manuseando as máquinas conseguiria fazer todo o processo
sozinha. Com isso, o salário do trabalhador despencou, uma vez que
não eram mais necessários funcionários com habilidades manuais.
Isso é evidenciado pela estatística trazida por Eric Hobsbawm que
mostra como o salário do trabalhador inglês caiu com o surgimento
da indústria. O exemplo levantado foi Bolton, cidade no oeste da
Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33 xelins, mas em 1815,
o valor pago havia caído para 14 xelins, e entre 1829 e 1834, esse
salário havia despencado para quase seis xelins.|2| Percebemos aqui
uma queda brusca no salário, e esse se processo deu em toda a
Inglaterra.
Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com
uma carga de trabalho extenuante. Nas indústrias inglesas do período
da Revolução Industrial, a jornada diária de trabalho costumava ser
de até 16 horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os
trabalhadores que não aguentassem a jornada eram sumariamente
substituídos por outros.
Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores, e
constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era
quando os trabalhadores tinham seus dedos presos nas máquinas, e
muitos os perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por
problemas de saúde poderiam ser demitidos e não receberiam seu
salário. Só eram pagos os funcionários que trabalhavam
efetivamente.
Essa situação degradante fez com que os trabalhadores se
mobilizassem pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à criação
das organizações de trabalhadores (mais conhecidas no Brasil como
sindicatos), chamadas na Inglaterra de trade unions. Os
trabalhadores exigiam melhorias salariais e redução na jornada de
trabalho."
"século XIX, no contexto da Revolução Industrial."
Existe alienação industrial no dias atuais?
R: Para "Karl Marx" - " “alienação da classe trabalhadora” é o mesmo
que falar sobre a “burrice do operariado”."
Quem foi Karl Marx?
R: Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, ativista político alemão, um
dos fundadores do socialismo científico e da Sociologia.
Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial foi a continuação do processo de
revolução na indústria, por meio da melhoria de técnicas, da criação
de máquinas e de novos meios de produção.
Causas
A Segunda Revolução Industrial teve como principais causas
fatores relacionados às Revoluções Burguesas, como a Revolução
Francesa e a Revolução Inglesa, ocorridas entre os anos de 1640 e
1850.
Essas revoluções estavam pautadas no pensamento liberal e foram
influenciadas também pelo iluminismo, sendo responsáveis pelo
desenvolvimento das relações capitalistas de produção e também
pela dominação social nesse período. A burguesia era a classe
dominante em diversos países, apesar de subordinada à Igreja e à
monarquia.
As Revoluções Burguesas foram responsáveis pelo fim do Antigo
Regime e também pelo fortalecimento do capitalismo, o que
acabou possibilitando o desenvolvimento industrial. Houve, nesse
momento, um grande avanço tecnológico, a instalação de novas
indústrias e a ampliação da produção.
O capitalismo financeiro surge durante a Segunda Revolução
Industrial, devido à instalação de grandes empresas que passaram
a monopolizar os setores industriais e de mercado. O capitalismo
passa então a uma nova fase, assim como passa a representar esse
período da Revolução Industrial."
"As consequências da Segunda Revolução Industrial podem ser vistas
tanto na economia quanto na sociedade. O desenvolvimento
tecnológico propiciou a produção em massa e uma nova forma de
organização do trabalho, dando origem a novas relações entre os
empregadores e empregados. Com o monopólio das grandes
empresas, que, sozinhas, dominavam o mercado, houve concentração
do capital e desvalorização da mão de obra.
Houve a substituição do ferro pelo aço, que passou então a ter um
papel fundamental nas indústrias. O aço passou a ser utilizado nas
ferrovias, na indústria naval e na fabricação de armamentos, por
exemplo.
Ultrapassou os países do continente europeu. Esse período
representou um intenso avanço tecnológico que modificou a
produção industrial, provocando mudanças no setor econômico,
financeiro e social.
A fim de facilitar o entendimento sobre o que significou a Revolução
Industrial e seus desdobramentos, diz-se que houve fases, as quais
corresponderam aos avanços e aprimoramentos tecnológicos que
resultaram em inovações e maior desenvolvimento industrial nos
países. Para conferir um panorama completo da Revolução Industrial,
sugerimos a leitura deste texto: Revolução Industrial.
→ Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial teve início no século XVIII e
durou até meados do século XIX. Essa fase limitou-se à Inglaterra
e foi marcada especialmente pela acelerada transformação vivida
no setor produtivo. Os marcos da primeira Revolução Industrial
foram: o uso do carvão como fonte de energia e surgimento da
máquina a vapor e da locomotiva. Para saber mais sobre o
assunto, clique aqui: Primeira Revolução Industrial
→ Terceira Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial iniciou-se a partir de 1945, após o
fim da Segunda Guerra Mundial. Essa fase também é chamada de
Revolução Técnico-científica. Nesse período, houve um avanço
tecnológico até então nunca vivenciado. O aprimoramento de
técnicas abrangeu não só o processo produtivo mas também
alcançou o campo científico. Destacaram-se a robótica, a genética,
as telecomunicações, dentre outros elementos representativos do
período. Para saber mais sobre o assunto, clique aqui: Terceira
Revolução Industrial.