LITERATURA
CONTEMPORÂNEA
BRASILEIRA
O QUE É LITERATURA
CONTEMPORÂNEA?
A literatura contemporânea é a que vivenciamos
atualmente. Começou após o encerramento do pós-
modernismo, por volta da metade do século XX.
A transição de uma escola literária para outra se dá por
meio de mudanças no cotidiano de determinada época.
Acontecimentos que envolvem a sociedade em geral, e até
mesmo a política, fazem com que os movimentos artísticos
mudem, com aspectos característicos de cada período
.
Sendo assim, podemos afirmar que a literatura
contemporânea brasileira é um reflexo dos acontecimentos
do momento: o desenvolvimento industrial e tecnológico
acentuado e a crise nos meios político e social.
CONTEXTO HISTÓRICO
A literatura contemporânea é influenciada pelo contexto histórico. Nos
anos 60, houve um período de euforia política e econômica no Brasil
sob o governo de Juscelino Kubitscheck, que se refletiu em diversos
movimentos artísticos. No entanto, o golpe militar interrompeu essa
euforia, instaurando censura e medo. Os movimentos artísticos tiveram
que encontrar maneiras criativas de se expressar durante a ditadura. A
Lei da Anistia nos anos 70 permitiu o retorno dos exilados, trazendo de
volta o otimismo, e a ditadura militar terminou em 1985 com o
movimento Diretas Já!
CARACTERÍSTICAS DA
LITERATURA CONTEMPORÂNEA
Nas últimas décadas, a multiplicidade é um ponto marcante da cultura brasileira. Podemos
dizer, que a literatura contemporânea brasileira é um apanhado de diversas escolas literárias
anteriores. Sendo assim, as características dela são:
quebra do limite entre a arte erudita e a popular;
intertextualidade: quando há o diálogo com outras obras que o autor presume que
sejam conhecidas;
ecletismo: mistura de estilos, contemplando gostos diversificados;
vários modos de narrativas;
preocupação com o presente, sem planejamento para o futuro;
temas do cotidiano;
engajamento social;
técnicas novas de arte e escrita;
elaboração de contos e crônicas;
obras reduzidas (minicontos, mini crônicas, etc).
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA
LITERATURA BRASILEIRA
Tendências ou estilos literários são padrões de escrita, ou outra manifestação de arte, que
caracterizam uma escola.
As tendências contemporâneas da literatura brasileira são divididas em duas linhas. A
primeira é a tradicional, que conta com autores e características pós-modernistas
reformuladas. Como exemplo temos as vertentes do romantismo:
regionalista;
intimista;
urbano-social;
político;
memorialista;
experimentais e metalinguísticos.
A segunda é a alternativa, com autores que, de fato, queriam romper com o tradicional,
lançando novas maneiras e estilos de expressar a sua arte. O destaque fica para a poesia,
em que os sentimentos oprimidos pela ditadura ganham espaço.
Concretismo
É um tipo de poesia que não tem forma, nem versos definidos, diferentemente
do lirismo. Ele pode ser lido de qualquer direção. Embora tenha surgido antes,
ganhou visibilidade após a Exposição Nacional da Arte Concreta de São
Paulo na década de 1950.
Poema processo
Em 1964, dois autores — Décio Pignatari e o Luiz Ângelo Pinto — criaram o
poema semiótico ou código, dando início a esse estilo, que geralmente é
visual. O Poema Processo tem semelhança com o dadaísmo — movimento
artístico e literário considerado o mais radical da Vanguarda Europeia. Seus
principais representantes são Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo
de Campos.
Poesia social
Os versos da Poesia Social saem do padrão da concreta e da lírica, impondo temas de
interesse social, como a Guerra Fria e o Neocapitalismo. Após o golpe militar, ela é
considerada um estilo de resistência, junto com outras expressões culturais.
Poesia marginal
A poesia marginal vai na contramão da cultura do Brasil na época da ditadura militar.
Ela tinha o objetivo de expressar toda a violência diária sofrida pelos opositores ao
regime, e ir contra o conservadorismo da sociedade. Suas características marcantes são
a ironia, o sarcasmo, as gírias e o humor.
AUTORES DA LITERATURA
CONTEMPORÂNEA
Ariano Suassuna Chacal
Antônio Callado Arnaldo Antunes
Adélia Prado Nelson Rodrigues
Cacaso Marcelo Rubens Paiva
Caio Fernando Abreu Djamila Ribeiro
Cora Coralina Conceição Evaristo
Lya Luft Lygia Fagundes Telles
Murilo Rubião Carolina Maria de Jesus
Paulo Leminski Clarice Lispector
Ferreira Gullar Rubem Braga
Agosto 1964
Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo Digo adeus à ilusão
num ônibus Estrada de Ferro-Leblon. mas não ao mundo. Mas não à vida,
Volto do trabalho, a noite em meio, meu reduto e meu reino.
fatigado de mentiras. Do salário injusto,
da punição injusta,
O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud, da humilhação, da tortura,
relógio de lilases, concretismo, do horror,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus, retiramos algo e com ele construímos um artefato
que a vida um poema
eu compro à vista aos donos do mundo. uma bandeira.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar. Ferreira Gullar
OBRIGADA