POLÍTICAS PUBLICAS
POLÍTICAS PÚBLICAS SÃO AS IDEIAS E PROGRAMAS QUE UM
GOVERNO USA PARA TENTAR MELHORAR A VIDA DE SEUS
CIDADÃOS. UMA POLÍTICA PÚBLICA PODE ABORDAR VÁRIOS TEMAS
DE INTERESSE DA SOCIEDADE, ATÉ REGRAS ADMINISTRATIVAS
ESTABELECIDAS POR BUROCRATAS NO PODER EXECUTIVO, OU
MESMO SIMPLES DIRETRIZES EMITIDAS EM NÍVEL LOCAL.
O CICLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
ESTE CICLO ENVOLVE CINCO ESTÁGIOS, QUE SÃO: (1)
CONSTRUÇÃO DE AGENDA; (2) FORMULAÇÃO DA POLÍTICA; (3)
PROCESSO DECISÓRIO; (4) IMPLEMENTAÇÃO; (5) AVALIAÇÃO.
As políticas públicas são uma resposta do Estado às necessidades do
coletivo que, por meio do desenvolvimento de ações e programas,
objetivam o bem-comum e a diminuição da desigualdade social. O seu
processo requer etapas, que vão desde a identificação das demandas
da sociedade até o monitoramento de sua aplicação para atestar a
efetividade.
Além disso, apresentam inúmeros objetivos e características distintas,
podendo ser construídas como políticas públicas distributivas,
redistributivas, regulatórias e constitutivas.
Esses programas e ações precisam ser estruturados de maneira
funcional e sequencial para tornar possível a organização do projeto,
sendo dividido em cinco fases:
Primeira fase: formação da agenda
Antes de iniciar qualquer processo, é preciso decidir o que é prioritário
para o poder público. Esta fase é caracterizada pelo planejamento, que
consiste em perceber os problemas existentes que merecem maior
atenção. São analisados nessa fase: a existência de dados que
mostram a condição de determinada situação, a emergência e os
recursos disponíveis.
O reconhecimento dos problemas que precisam ser solucionados de
imediato ganha espaço na agenda governamental. Entretanto, nem
tudo que está na agenda será solucionado imediatamente. Saiba que o
planejamento é flexível e que a viabilização de projetos depende de
alguns fatores. São esses:
1. Avaliação do custo-benefício;
2. Estudo do cenário local e suas necessidades;
3. Recursos disponíveis;
4. A urgência que o problema pode tomar por uma provável
mobilização social;
5. Necessidade política.
Segunda fase: formulação da política
Nesse momento, define-se o objetivo, todos os programas e linhas de
ações que deverão ser desenvolvidas. Uma vez que essa etapa é
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concluída, inicia-se o processo de avaliação de causas e possíveis
alternativas para solucionar ou, ao menos, minimizar o problema
apresentado.
Portanto, é caracterizada pelo detalhamento das alternativas já
definidas. São organizadas as ideias, direcionados os recursos e
recolhidas opiniões de especialistas para estabelecer os objetivos e
resultados que deverão ser alcançados.
Terceira fase: processo de tomada de decisão
Com todas as alternativas avaliadas, é definido qual será o curso de
ação adotado. São definidos os recursos e o prazo da ação da política.
Quarta fase: implementação da política
É o momento em que o planejamento e a escolha são transformados
em atos. É quando se parte para a prática. O planejamento ligado é
transformado em ação.
Quinta fase: avaliação
Esse passo é muito importante para analisar os resultados e os
impactos obtidos. Deve ser realizada em todos os ciclos, contribuindo
para o sucesso da ação. Além de ser uma fonte de aprendizado para a
produção de melhores resultados.
Nela se controla e supervisiona a realização da política, o que
possibilita a correção de possíveis falhas. É incluído também a análise
do desempenho e dos resultados do projeto. Dependendo do nível de
sucesso, o poder público delibera se é necessário reiniciar o ciclo das
políticas públicas com as alterações cabíveis, ou se simplesmente o
projeto é mantido e continua a ser executado.
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E
CIDADANIA
Ao estudar a organização fundamental do Estado, a democracia
precisa ser analisada com muita atenção, visto que a República
Federativa do Brasil adota o regime político Democrático que, por sua
vez, traduz-se em soberania popular e governo da maioria.
Trata-se de um regime político em que o povo participa de forma direta
ou indireta nas decisões políticas fundamentais do Estado, sendo
assim, o governo é do povo para o povo, instituindo a coisa pública.
O conceito de definição para democracia se deve a Abraham
Lincoln (16º presidente dos Estados Unidos), que expressou da
seguinte forma: “o governo do povo, pelo povo e para o povo”.
Segundo Duverger, o regime político caracteriza-se como um conjunto
de instituições políticas e sociais que, direcionam o país em
determinada época, devendo abordar os seguintes problemas
fundamentais relativos à:
• a) autoridade dos governantes e sua obediência;
• b) escolha dos governantes;
• c) estrutura dos governantes;
• d) limitação dos governantes, e, o que envolve toda a
problemática constitucional.
Na visão de José Afonso da Silva, “Democracia é conceito histórico.
Não sendo por si um valor-fim, mas um meio e instrumento de
realização de valores essenciais de convivência humana, que se
traduzem basicamente nos direitos fundamentais do homem.”
A tarefa fundamental do Estado Democrático de Direito consiste em
superar as desigualdades sociais e regionais e instaurar um regime
democrático que realize a justiça social.
De acordo com Dirley da Cunha Júnior, “O Estado Democrático se
assenta no pilar da soberania popular, pois a base do conceito de
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Democracia está ligada à noção de governo do povo, pelo povo e para
o povo.”
Por tanto, o Estado Democrático se assenta no pilar da soberania
popular, pois a base do conceito de Democracia está ligada ao poder
de cada membro da sociedade estatal, encarregados de escolher os
seus representantes no governo por meio do sufrágio universal (direito
de votar e ser votado) e pelo voto direto, secreto e igualitário
(instrumento do exercício do direito de sufrágio). Governo do povo
significa que este é fonte e titular do poder (todo poder emana do povo),
de conformidade com princípio da soberania popular que é, pelo visto,
o princípio da soberania popular que é o princípio fundamental de todo
regime democrático.
A Constituição Federal de 1988 consagra a Soberania Popular como
Princípio Fundamental, como previsto no parágrafo único do art. 1º,
que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou indiretamente, nos termos desta
Constituição”.
Assim, para que a democracia se estabeleça, é necessário o respeito
à pluralidade, à transparência e à rotatividade.
Existem várias formas de exercício da democracia em que o povo
participa do poder.
Democracia direta é aquele em que o povo exerce, por si, os poderes
governamentais, fazendo leis, administrando e julgando (ex: iniciativa
popular, ação popular etc.).
Democracia indireta ou representativa é aquela na qual o povo,
fonte primária do poder, não exerce diretamente as decisões políticas
do Estado, outorga as funções de governo aos seus representantes.
Ou seja, os cidadãos escolhem a melhor pessoa de acordo com as
suas necessidades para governar alguma instância política.
Democracia semidireta (participativa) é a junção da democracia
representativa com alguns institutos de participação direta do povo nas
funções de governo.
A atuação do povo não é exclusiva, pois age em conjunto com os
representantes eleitos, que vão discutir, elaborar ou aprovar a lei.
Conforme a Constituição de 1988:
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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal
e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos
termos da lei, mediante:
I - plebiscito (consulta prévia acerca de determinada questão política);
II - referendo (consulta popular realizada posteriormente destinada a
obter do povo alguma alteração legislativa já aprovada ou programa já
adotado);
III - iniciativa popular (é prerrogativa atribuída ao povo de
diretamente apresentar projetos de lei ao Poder Legislativo).
É no regime de democracia representativa que se desenvolvem a
cidadania e as questões da representatividade. A teoria adotada é a
semidireta ou participativa.
CIDADANIA
O conceito está ligado à capacidade do homem de exercer seus
direitos, tanto na política, participando do exercício político de forma
livre e consciente, quanto socialmente.
Podemos dizer que, cidadania é muito mais que votar e ser votado,
sendo titular de direitos políticos, pois visa qualificar todas as pessoas
como titulares de direitos frente ao Estado, reconhecendo o indivíduo
como parte integrante e indissociável da sociedade.
Com isso, o cidadão, portanto, é o nacional vinculado ao Estado que
exerce os direitos políticos e civis, sujeito de direitos e deveres perante
o Estado.
Segundo Miguel Reale, “a cidadania e a dignidade da pessoa humana
são valores que devem ser interpretados conjugadamente,
assegurando ao cidadão um campo específico de direitos e obrigações,
sem prejuízo da igualdade que deva existir”.
Para que isto ocorra é preciso, no entanto, que os homens tenham
conhecimento a fim de que não sejam iludidos ou ludibriados e isto
pressupõe que eles sejam formalmente iguais, bem como tenham
recebido educação que os capacite para as tomadas de decisões, por
isso pode-se afirmar que o princípio da igualdade é um princípio da
própria democracia.
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A cidadania expressa-se pelo voto, pela escolha que fazem os
cidadãos, ou seja, é destes a responsabilidade de manter a
democracia participativa.
Não há como se falar em democracia e nem mesmo em cidadania sem
tratar da ética, posto ter essa o papel de nortear o comportamento tanto
dos governantes, quanto dos governados, de forma que os primeiros
exerçam a função pública que lhes foi atribuída pelo voto de maneira
adequada e proba. A ética ainda determina os valores necessários
para o bom desempenho das funções, de forma a possibilitar aos
cidadãos exercer juízo de valor acerca dos atos praticados pelos
governantes, podendo verificar se esses agem em prol do bem comum,
defendendo o interesse da coletividade ou não.
Os cidadãos também devem agir com ética de sorte que devem estar
conscientes de seus deveres e cumpri-los de maneira justa e correta.
Conforme Perla Muller, cidadão é o indivíduo que, dentro de um Estado,
goza de direitos (civis e políticos) e desempenha deveres (civis e
políticos).
Conceitos básicos:
Povo é o conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidos pelo
vínculo da nacionalidade.
População é a quantidade de pessoas que residem no Estado,
nacionais, estrangeiros ou apátridas.
Cidadão é a pessoa vinculada ao Estado, com direitos e obrigações
na esfera civil e política, podendo votar e ser votado, sendo parte
integrante da sociedade. Consiste na participação política do indivíduo
nos negócios do Estado, com a capacidade de votar e ser votado. Ou
seja, é o indivíduo vinculado ao Estado, com direitos e obrigações.
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ÉTICA E INTEGRIDADE
Integridade, em termos gerais, refere-se à qualidade de ser íntegro,
honesto e coerente em todas as ações e decisões. É um princípio
moral e ético que implica a adesão a um conjunto de valores e normas,
mantendo a honestidade, a sinceridade e a honestidade em todas as
situações.
Integridade pública refere-se ao conceito de honestidade, ética,
transparência e responsabilidade nas atividades, decisões e
comportamentos dos servidores públicos e dos órgãos
governamentais. É uma qualidade essencial para garantir a confiança
e o respeito da população em relação ao governo e suas instituições.
A integridade pública implica que os servidores públicos atuem de
acordo com os mais altos padrões éticos, colocando o interesse
público acima de interesses pessoais ou partidários. Isso inclui a
prestação de contas, a honestidade no uso dos recursos públicos, a
transparência nas ações e decisões, e a adesão estrita às leis e
regulamentos.
A integridade é fundamental para a construção de relacionamentos
saudáveis, seja em nível pessoal ou profissional. Ela contribui para a
confiança mútua entre as pessoas e é uma base sólida para uma
sociedade bem estruturada. Quando alguém é conhecido por sua
integridade, geralmente é admirado e respeitado pelos outros.
São esses alguns dos princípios da integridade pública:
1. Responsabilidade: Os servidores públicos devem assumir a
responsabilidade por suas ações e decisões, e serem
responsabilizados por quaisquer irregularidades ou abusos de
poder.
2. Transparência: As ações do governo devem ser transparentes e
acessíveis ao público, garantindo que as informações importantes
estejam disponíveis e compreensíveis.
3. Imparcialidade: Os servidores públicos devem agir de forma
imparcial e justa, sem favorecer indivíduos ou grupos em
detrimento de outros.
4. Legalidade: Todas as ações do governo devem estar em
conformidade com a lei e os regulamentos aplicáveis.
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5. Combate à corrupção: A integridade pública envolve o combate
ativo à corrupção e à má conduta, garantindo que os recursos
públicos sejam utilizados de forma a beneficiar a sociedade como
um todo.
A promoção da integridade pública é fundamental para uma
governança eficaz e para o funcionamento adequado de um sistema
democrático. Quando a integridade pública é valorizada e praticada,
aumenta a confiança da população nas instituições governamentais e
fortalece a capacidade do governo de atender às necessidades e
demandas da sociedade de forma justa e responsável.
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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE
Diversidade é qualidade do que é diverso, um conjunto variado de
coisas ou pessoas que integram um todo. A importância da
diversidade está intrínseca em nosso dia a dia. É na multiplicidade
que encontramos oportunidades de aprendizagem e da prática de
habilidades diferenciadas: empatia, inteligência emocional e
compreensão.
O brasileiro experimenta a diversidade em sua rotina diariamente.
Nossa população é etnicamente diversa à custa de muito sofrimento:
dizimação de povos indígenas, colonização dos portugueses,
escravidão e imigração europeia e asiática.
Todos esses fatos históricos contribuíram para a criação de um
sincretismo religioso e cultural pelo qual deveríamos nos orgulhar.
Porém, infelizmente, nossa dívida social fomenta a indiferença, o
preconceito, o racismo e até a xenofobia.
Neste artigo, ressaltamos a importância da diversidade e os motivos
pelos quais precisamos combater as mazelas que assolam a
convivência harmônica entre os povos integrantes da nossa
sociedade. Vamos lá?
A diversidade está em todos os espaços?
Conforme dito anteriormente, o Brasil é um país miscigenado com
costumes, hábitos, culinária e crenças diversas que atestam a riqueza
do povo.
Entretanto, a diversidade da cultura brasileira também evidencia o
que há de pior no ser humano, sentimentos baseados na falta de
empatia e compreensão, mazelas sociais, elitismo e preconceito.
Grande parcela da população desconhece os elementos culturais que
integram as vivências de um povo. Essa falta de conhecimento inibe a
ressignificação da diversidade como um fator que agrega valor, e não
como mais uma forma de apartar pessoas do convívio coletivo.
Na Antropologia, alguns pensadores já tentaram formular teorias para
justificar o injustificável: a elevação de alguns povos, classificados
como superiores, em detrimento de etnias consideradas inferiores em
função do seu fenótipo ou de suas manifestações culturais.
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A subjugação pela qualidade de estar fora do “comum” foi explicada,
por exemplo, pelo darwinismo social, teoria combatida posteriormente
pelo estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
Felizmente, hoje a multiplicidade é mais evidente do que antes.
Diferentes etnias ocupam lugares que em um contexto histórico seria
impossível: em âmbito corporativo e político, nos sistemas de
comunicação e afins.
Entretanto, essa presença é insignificante se compararmos à situação
ideal e, por isso, precisamos ressaltar diariamente a importância da
diversidade em nossa sociedade.
Afinal, qual a importância da diversidade?
Veja a seguir, a importância da diversidade para a nossa evolução
como sociedade.
Representatividade
A representatividade étnica e cultural em um contexto social, seja no
local de trabalho, seja na política ou televisão, é um fator
imprescindível para combater o medo que muitos de nós sentimos do
novo.
Quando crianças, recebemos imposições limitantes que muitas vezes
ensinam de forma errada o que podemos ser ou fazer. Com a
representatividade e o reconhecimento de que as diferenças
engrandecem, as pessoas são encorajadas a lutar para ocupar o seu
lugar de direito.
Criatividade
Conviver com culturas diferentes é um aprendizado constante e único,
que exige adaptação, respeito e compreensão. O ato também favorece
a criatividade e o “pensar fora da caixa”, uma vez que mantemos
contato constante com novas perspectivas de um mesmo elemento.
Inclusão
Compreender, aceitar e valorizar as diferenças é parte do processo de
inclusão. A inclusão é possível em um ambiente múltiplo, baseado na
convivência entre pessoas de diferentes condições, pensamentos e
características.
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Inovação
A multiplicidade das equipes também favorece a inovação. Times de
trabalho diversificados tendem a criar uma visão mais abrangente,
da mesma forma como acontece com a criatividade. Várias
perspectivas de um todo permitem um brainstorming cultural, que
viabiliza o surgimento de novas ideias.
Em ambientes engessados e pouco diversos, dificilmente essas ideias
seriam consideradas, visto que nossas experiências individuais
moldam nossas perspectivas. Como cada pessoa tem uma vivência
única, baseada em uma bagagem cultural, interpretações e decisões,
isso contribui para demonstrar a importância da diversidade no
trabalho.
A diversidade está em nosso cotidiano em todos os espaços. Isso
significa vivenciar tradições, aprender novas habilidades, ter uma
visão mais ampla e menos egoísta de nós mesmos para edificação
de uma sociedade mais justa.
Essa é a importância da diversidade: proporcionar a oportunidade de
reforçar o nosso desenvolvimento como sociedade. Evidentemente,
vivemos em um mundo formado por etnias com suas especificidades,
mas todos com os mesmos direitos e deveres, baseados em uma
condição única de Ser Humano.
Agora que você sabe a importância da diversidade em nossa
sociedade, que tal compartilhar este artigo em suas redes sociais?
Assim, é possível ajudar outras pessoas a compreenderem a
necessidade da valorização das diferenças.
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ADMINISTRAÇÃO PUBLICA FEDERAL
A categoria Administração Pública compreende os órgãos públicos, as
autarquias e as fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Quais são os conceitos de Administração Pública?
A administração pública, por seu turno, “pode ser definida
objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado
desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e
subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos
quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.”
O acelerado desenvolvimento econômico, político e social impõe uma
nova dinâmica social, uma constante alteração na realidade e nos
interesses da população.
As opções postas à disposição do corpo social em todos os campos do
conhecimento se multiplicam vertiginosamente, trazendo aumento da
complexidade que realça ainda de forma mais significativa a
desigualdade entre as pessoas.
A multiplicidade de opções faz com que as expectativas pessoais
sejam as mais diversas, de sorte que a eclosão de constantes conflitos
de interesses no seio social se torna inevitável, posto que cada ser
humano nutre suas expectativas e mantém ideais próprios: dada a
grande quantidade de comportamentos possíveis, invariavelmente
colidentes, a interação pessoal exige um acordo seletivo,
contingencial, como instrumento de pacificação.
A intervenção do Estado, assim, mostra-se imprescindível para a
implementação dos mecanismos capazes de ensejar a pacificação,
com base em seu poder de editar e aplicar normas de cunho geral e
abstrato – o que se legitima pela certeza disseminada na sociedade de
que uma decisão presumivelmente harmonizadora surgirá.
O Estado, incumbido de tal desiderato, não pode ser um ente abstrato
– senão uma realidade física e estruturada, sendo a sua concepção
indispensável para a existência de qualquer agrupamento social.
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E, de tal personificação, surge a própria estrutura estatal, que abarca,
as respectivas funções, assim como dispõe acerca dos meios
necessários para que a prefalada pacificação venha a ser obtida.
Mercê de tais premissas, surge o conceito de patrimônio público,
assim como de sua administração, dos quais doravante cuidaremos de
tratar.
•
1. Patrimônio público
•
2. Conceito de administração pública
•
3. Princípios de regência da administração pública
•
4. Mecanismos de controle da administração pública
•
4.1. Controle interno
•
4.2. Controle pelo Legislativo
•
4.3. Controle judicial
•
5. Tutela penal da administração pública
1. Patrimônio público
Patrimônio público “é o complexo de bens e direitos de valor
econômico, artístico, estético, histórico e turístico da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Municípios, de autarquias, de empresas
públicas, de sociedades de economia mista, de fundações instituídas
pelo Poder público, de empresas incorporadas, de empresas com
participação do erário e de entidades subvencionadas pelos cofres
públicos.”1
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Como podemos observar do conceito doutrinário, o patrimônio público
não está jungido tão somente a valores de ordem econômica e
patrimonial, abrangendo, de igual forma, bens de importância e
interesse social – componentes do patrimônio cultural brasileiro – que
estejam sob domínio de alguma das pessoas acima citadas.
De outra banda, ao contrário do que ocorre com o meio ambiente (tido
pela Constituição Federal como bem de uso comum do povo), o
conceito de patrimônio público traduz autêntico sentido de
propriedade, de domínio sobre o bem ou o valor por parte do Poder
Público ou de órgãos ou entidades a ele diretamente ligados, por ele
controlados ou subvencionados.
Assim, enquanto o meio ambiente possui a natureza de autêntico bem
difuso, consistindo em verdadeiro direito social inalienável e
indeclinável – desvinculado, pois, do conceito de propriedade por parte
da Administração –, o vínculo dominial é de essência para que
determinado bem ou direito possa ser considerado componente do
patrimônio público.
O fato, no entanto, não obsta que determinados bens e valores
ambientais integrem o patrimônio público, como ocorre, à guisa de
exemplo, com áreas em que instituídas unidades de conservação da
natureza, como os parques nacionais.
Nessa ordem de ideias, enquanto sujeito não apenas a deveres
prestacionais advindos diretamente da Constituição Federal, como,
também, enquanto titular do domínio de bens jurídicos das mais
diversas matizes, indispensável que o Poder Público ganhe
estruturação e envergadura que lhe permitam exercer da forma mais
eficaz possível a sua faina de atividades, assim como zelar pela
preservação de seu patrimônio, o qual serve, em última ratio, à própria
sociedade.
Daí a indispensabilidade da Administração Pública, cujos conceito e
delineamento cuidaremos abaixo de abordar.
2. Conceito de administração pública
O poder de um Estado, atributo de sua soberania, é uno e indivisível.
Não obstante, o poder se manifesta por funções, exercidas por órgãos
distintos, sem que de tal decorra quebra do princípio da unicidade.
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Com efeito, “a edição de uma lei, de um ato administrativo ou de uma
sentença, embora produto de distintas funções, emana de um único
polo irradiador do poder: o Estado.”2
A divisão do exercício do poder em funções mostra-se essencial tendo
em vista que “não se pode garantir validade aos direitos humanos em
Estado que não esteja estruturado a partir de uma separação dos
poderes. Essa partição é desenhada de forma que nenhum poder
possa, de per si ou conjuntamente, erradicar qualquer desses direitos,
a não ser pela violação da ordem constitucional.”3
Assim, temos o Executivo (incumbido da administração das coisas do
Estado), o Legislativo (que edita normas de conteúdo geral e
observância obrigatória, visando a regular e ordenar a vida em
sociedade) e o Judiciário (a quem incumbe compor litígios surgidos na
aplicação e interpretação das normas jurídicas).
Pese a divisão clássica, é sabido que ela não se mostra estanque,
exercendo cada qual dos Poderes, ainda que em menor grau e de
forma subsidiária, funções essencialmente de alçada dos demais.
Tendo em vista a finalidade do presente trabalho, incumbe tratarmos
da função administrativa do Estado, que, como é cediço, compete
precipuamente ao Executivo, sem embargo de também ser exercida
pelos demais Poderes, nos temas de alçada própria, em homenagem
à harmonia e independência que entre eles devem reinar.
Surge, daí, a necessidade de definirmos administração pública.
Administrar “compreende planejar e executar.”4
A administração pública, por seu turno, “pode ser definida
objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado
desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e
subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos
quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.”5
Nessa cepa, percebe-se que o conceito de administração pública não
pode ser jungido exclusivamente ao poder de gestão das coisas do
Estado – ou de mero planejamento e execução, consoante o singelo
conceito de administração acima traçado –, vez que indissociáveis de
tal premissa as finalidades que animam a conduta de todo o servidor
público, na acepção mais ampla do termo, consubstanciadas no
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atendimento dos anseios sociais, por intermédio do cumprimento das
obrigações prestacionais advindas do ordenamento jurídico,
notadamente das normas constitucionais assecuratórias dos Direitos
Fundamentais.
Em síntese, o acréscimo do vocábulo público à palavra administração
importa no direcionamento da atividade gerencial, que passa a estar
relacionada a determinada finalidade, previamente traçada pelo
legislador e vocacionada ao atendimento dos interesses sociais.
3. Princípios de regência da administração pública
Incumbido de gerir a vida em sociedade e o patrimônio comum, à
evidência que o administrador público sujeita-se a regras bastante
rígidas, delimitadas pela própria Constituição Federal, por leis e
regulamentos.
Mencionadas regras estão consubstanciadas em princípios que regem
a administração da coisa pública, dentre os quais se destacam aqueles
trazidos pelo art. 37, caput, da Constituição Federal: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Impende ressaltar que além dos princípios acima citados diversos
outros há a reger a conduta do administrador público, arrolados nos
incisos do próprio art. 37 e em dispositivos esparsos da Magna Carta.
Dentre esses podemos citar, a título de exemplo, a proporcionalidade,
a finalidade, a razoabilidade e a boa-fé.
Não nos perdendo das finalidades do presente trabalho, no entanto,
passemos à análise dos princípios trazidos pelo caput do art. 37.
O princípio da legalidade, traçado em termos genéricos já pelo art. 5º,
II, da Constituição Federal, é autoexplicativo.
Consiste mencionado princípio na sujeição de todos os exercentes de
cargos públicos aos mandamentos legais, que traçam os limites de sua
atuação.
Nessa linha, “o princípio da legalidade impõe a submissão da atividade
administrativa à lei, de tal sorte que seus atos só se legitimam na
medida de sua conformidade com comandos legais”.6
Em outras palavras, vige em sede de administração pública o princípio
de que ao gestor somente é possível fazer o que a lei expressamente
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autoriza, não sendo lícita a atuação que dela se afaste, ainda que
inexistente norma jurídica de conteúdo proibitivo.
Assim, “a função dos atos da Administração é a realização das
disposições legais, não lhe sendo possível, portanto, a inovação do
ordenamento jurídico, mas tão só a concretização de presságios
genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo exercente da função
legislativa”.7
Passemos à análise do princípio da impessoalidade, o qual é corolário
lógico do art. 5º, caput, da Constituição Federal, que afiança a
igualdade de todos perante a lei.
Consiste a impessoalidade no exercício da administração pública
destinado à obtenção do bem comum, sem favorecimentos de ordem
pessoal.
A administração pública tem por objetivo reger a vida em sociedade.
Assim, os poderes e comandos dela advindos não podem ter
destinatário certo e definido, que não o corpo social a quem lhe
incumbe servir.
Nessa senda, impõe-se o dever de isenção do agente público, que,
enquanto representante da administração — em nome de quem se
manifesta —, não pode agir influenciado por sentimentos pessoais em
relação aos administrados.
O princípio da moralidade, a seu tempo, consiste na lisura no trato das
coisas do Estado, com o escopo de inibir que a Administração se
conduza perante o administrado com astúcia ou malícia, buscando
alcançar finalidades diversas do bem comum, ainda que sob a égide
de autorização legislativa.
A moralidade “constitui verdadeiro superprincípio informador dos
demais (ou um princípio dos princípios), não se podendo reduzi-lo a
mero integrante do princípio da legalidade”, nos dizeres de Wallace
Paiva Martins Júnior.8
Com efeito, não basta o ato administrativo estar pautado na lei para
que seja considerado válido e indene a impugnações: os motivos
ensejadores de sua elaboração devem também ser analisados, tendo
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em vista os propósitos do agente ao editá-lo, os quais devem se
amoldar ao bem comum.
Assim,
“exsurge a moralidade administrativa como precedente lógico de toda
conduta administrativa, vinculada ou discricionária, derivando também
às atividades legislativas e jurisdicionais, consistindo no assentamento
de que o Estado define o desempenho da função administrativa
segundo uma ordem ética acordada com os valores sociais
prevalentes e voltada à realização de seus fins, tendo como elementos
a honestidade, a boa-fé e a lealdade e visando a uma boa
administração”.9
Destarte, o princípio da moralidade impõe ao administrador público
não apenas o dever de agir dentro dos limites traçados pela legislação,
como também o de fazê-lo sempre de boa-fé, afastado o intuito de
ludibriar ou induzir em erro ao administrado.
Tratemos do princípio da publicidade.
Os atos praticados pelo administrador público devem revestir-se de
transparência, de modo que a sociedade possa saber como estão
sendo geridos seus interesses comuns.
Nessa senda, emanando o poder do povo, em nome de quem ele é
exercido nos termos do art. 1º, parágrafo único, da Constituição
Federal “não pode haver ocultamento aos administrados dos assuntos
que a todos interessam, e muito menos em relação aos sujeitos
individualmente afetados por alguma medida”.10
Como ensinam Pazzaglini Filho, Rosa e Fazzio Júnior, “é graças à
publicidade dos atos administrativos que se podem estabelecer
mecanismos de controle da gestão pública. Neste sentido, o princípio
da publicidade funciona como princípio fiscal da observância dos
demais”.11
Finalmente, o princípio da eficiência.
Inserido no caput do art. 37 pela Emenda Constitucional nº 19, o
princípio “tem partes com as normas da ‘boa administração’, indicando
que a Administração Pública, em todos os seus setores, deve
concretizar atividade administrativa predisposta à extração do maior
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número possível de efeitos positivos ao administrado. Deve sopesar
relação de custo-benefício, buscar a otimização de recursos, em suma,
tem por obrigação dotar da maior eficácia possível todas as ações do
Estado”.12
4. Mecanismos de controle da administração pública
4.1. Controle interno
O controle dos atos praticados pela administração pública se
desenvolve em diferentes searas.
Temos, de início, o controle administrativo, interno, que decorre do
poder de autotutela e que consiste “no poder de fiscalização que a
Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria
atuação, sob os aspectos da legalidade e mérito, por iniciativa própria
ou mediante provocação”.13
Desta forma, a administração pública tem sempre o poder de rever os
próprios atos, mesmo de ofício, exercendo sobre eles constante
fiscalização, de sorte a respeitar os princípios que a norteiam.
Outrossim, como mecanismos de controle interno vale destacar os
denominados códigos de ética da administração, que descrevem
deveres dos servidores públicos no exercício de suas funções.
4.2. Controle pelo Legislativo
O controle da administração também é feito pelas demais funções
inerentes ao Poder que emana do Estado.
Assim é que ao Poder Legislativo incumbe realizar o controle político e
financeiro da administração pública, fazendo-o por intermédio de
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – de instalação facultativa –
e do Tribunal de Contas.
Controle político é aquele que aprecia decisão administrativa, inclusive
no que respeita a seu mérito, consubstanciado na conveniência e
oportunidade da respectiva edição.
O controle financeiro, orçamentário e fiscal é aquele realizado pelo
Tribunal de Contas, o qual se encontra disciplinado nos arts. 70 a 75
da Constituição Federal.
Cumpre asseverar que as contas públicas estão sempre sujeitas a
controle e fiscalização por parte do Tribunal de Contas, que deverá
21
apresentar o resultado de seu trabalho, a final, para análise e
aprovação por parte do Poder Legislativo.
4.3. Controle judicial
O controle da administração pública poderá ser feito, de igual sorte,
pelo próprio Poder Judiciário, a teor do disposto no art. 5º, XXXV, da
Constituição Federal, que trata da inafastabilidade do controle
jurisdicional sobre qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito.
Impende ressaltar que – ao reverso do legislativo – o controle judicial
não é imperativo, vez que depende de provocação para ser exercido,
em face do princípio da inércia da jurisdição.
Havendo provocação, no entanto, não pode o Judiciário furtar-se a
exercer o controle sobre o ato administrativo.
De se ressaltar que o controle a ser exercido pelo Judiciário não
abarca apenas aspectos externos do ato administrativo,
consubstanciados na legitimidade de quem os edita e em sua
legalidade, devendo alcançar, de igual sorte, seu próprio mérito.
Isso porque a discricionariedade que rege a atividade do administrador
público consiste na liberdade de agir conferida pela própria lei, tendo
por norte o interesse público – e não comportamento absolutamente
livre.
Com efeito, atos discricionários são aqueles “que a Administração
pratica com certa margem de liberdade de avaliação ou decisão
segundo critérios de conveniência e oportunidade formulados por ela
mesma, ainda que adstrita à lei reguladora da expedição deles”.14
Impende destacar que “não há ato propriamente discricionário, mas
apenas discricionariedade por ocasião da prática de certos atos”, pois
“nenhum ato é totalmente discricionário, dado que, conforme afirma a
doutrina prevalente, será sempre vinculado com relação ao fim e à
competência pelo menos”. A finalidade do ato “é sempre e
obrigatoriamente um interesse público”.15
Nesse aspecto, “a actividade administrativa é execução da lei e o
princípio da legalidade da administração, materialmente entendido,
exige que o fim ou os fins da lei sejam não apenas limite mas também
medida da discricionariedade”.16
22
A discricionariedade concede ao governante uma esfera limitada de
liberdade, dentro da qual poderá agir ao seu alvedrio, a fim de atingir o
melhor resultado possível – ou seja, aproximar-se o quanto mais da
efetivação dos interesses da sociedade.
Logo, o Judiciário pode e deve controlar o conteúdo dos atos advindos
da administração pública, com o escopo de conferir a sua adequação
aos interesses sociais e de verificar a observância do próprio princípio
da moralidade.
Finalmente, cumpre consignar que o controle judicial difuso dos atos
da administração pública é feito por intermédio de dois sistemas
processuais: as ações civil pública e popular.17
5. Tutela penal da administração pública
Cediço que o Direito Penal constitui a última ratio, devendo ser
utilizado como instrumento de reserva, destinado ao resguardo dos
bens jurídicos que se mostrem os mais relevantes em termos sociais e
que dependam de um grau de proteção superior àquele propiciado por
ordens sancionatórias de menor gravidade dentro do ordenamento
jurídico, tais como a administrativa e a civil.
A seu tempo, a abrangência do conceito de Administração Pública, a
relevância dos interesses que lhe incumbe gerir e os objetivos por ela
perseguidos, voltados à consecução dos direitos sociais e individuais,
invariavelmente de índole fundamental, não apenas reclamam como
impõem a atuação do Direito Penal para o resguardo de seus valores.
Nessa linha, o Código Penal destinou os seus arts. 312 a 359-H para o
resguardo da Administração Pública, tratando dos crimes praticados
por funcionário público contra a administração em geral (os
denominados crimes funcionais próprios), daqueles cometidos por
particulares contra a Administração Pública (inclusive a estrangeira),
dos crimes contra a administração da Justiça e contra as finanças
públicas.
O conceito de Administração Pública que iluminou o legislador penal
mostra-se extremamente amplo, nos moldes daquele que acima
cuidamos de traçar, abarcando “a atividade funcional do Estado em
todos os setores em que se exerce o poder público (com exceção da
atividade política)”.18
23
Em tal sentido, “a fim de atingir os resultados a que se destina, o
Estado estabelece normas a respeito de sua própria organização,
regula as suas relações com os indivíduos e as havidas entre estes, e
executa essas normas, promovendo o que elas visam, protegendo-as
e zelando para que sejam obedecidas”.19
Assim, o conceito adotado pelo Código Penal culmina por abarcar não
apenas a função executiva, mas também a legislativa e a judiciária,
protegendo, dessarte, todos os meios de que dispõe o Estado para a
consecução de suas finalidades constitucionais.
24
FINANÇAS PUBLICAS
Dá-se o nome de finanças ao estudo da circulação do dinheiro. Este
ramo da economia trata de analisar a obtenção, a gestão e
a administração de fundos. Já, o adjectivo público/pública diz respeito
ao que é comum a toda a sociedade ou ao que é do conhecimento geral.
As finanças públicas são compostas pelas políticas que instrumentam o
gasto público e os impostos. É desta relação que irá depender a
estabilidade econômica do país e a sua entrada em défice ou excedente.
É também comum o uso de termos como “finanças governamentais” ou
também “economia pública”.
O Estado é o responsável pelas finanças públicas. O principal objectivo
estatal através das finanças públicas é o fomento da plena ocupação e
o controlo da demanda agregada.
O Estado intervém portanto nas finanças através da variação da
despesa pública e dos impostos. A despesa pública é o investimento
que realiza o Estado em vários projetos de interesse social. Para poder
concretizar os investimentos, isto é, manter a despesa pública, as
autoridades devem assegurar-se de arrecadar impostos, os quais são
pagos por todos os cidadãos e pelas empresas de uma nação.
A despesa pública, por outro lado, pode funcionar como estímulo (ou
incentivo) do consumo. O Estado está em condições de criar postos de
trabalho (empregos), conferindo assim salários às pessoas e dinheiro
para despender/consumir.
25
Assim, podemos resumir as finanças públicas como compreendendo a
captação de recursos, a gestão deles e o uso (gasto) desses recursos
com o objetivo de suprir as necessidades da população e do Estado.
Há quem defenda que o Estado deve cuidar da economia gastando o
mínimo possível, ou seja, dando prioridades para o que é urgente,
regulando o gasto. E também há aqueles que são a favor de que o
Estado deve gastar o que for necessário para conseguir atender ao que
o público precisa, ou seja, as necessidades básicas e também que o
que não fora atendido pelo setor privado.
Regra geral, os impostos estão associados aos rendimentos das
pessoas: quanto maiores os rendimentos, mais elevados são os
impostos a pagar. Há ainda impostos que são considerados recessivos,
que afetam da mesma forma a população com menores rendimentos
como as classes altas.
Quando o governo tem o objetivo de fazer ajustes no seu nível de gasto,
então é feito o uso de um instrumento conhecido como “política fiscal”.
Na realidade, a política fiscal não se trata apenas de um instrumento,
mas sim de um conjunto de ações do governo para ajustar esses níveis
de gasto.
Basicamente, essas ações se resumem a duas coisas feitas pelo
governo: a realização de cortes das despesas ou o aumento delas
(objetivando a manutenção dos serviços do setor público) e o aumento
ou a diminuição dos impostos.
E em muitos países essa política é essencial para a distribuição de
renda. No caso do Brasil, comumente se tributa quem ganha mais e
26
aqueles que ganham menos acabam recebendo de forma direta ou
indireta alguma transferência. Essa prática, inclusive, é motivo de
muitas discussões.
27
REDAÇÃO DISCURSIVA
Uma redação discursiva é um tipo de texto com objetivo de convencer
o leitor sobre uma determinada ideia ou opinião. Ela utiliza recursos
retóricos, como a persuasão, a argumentação e a contra-
argumentação, para apresentar uma tese e defendê-la de forma
coerente e coesa.
Na questão discursiva o candidato deverá produzir um parágrafo, com
base no solicitado pela questão, com extensão mínima de oito linhas,
efetivamente escritas, e máxima de dez linhas, que estabeleça
relações de causa e conseqüência, comparação e contraste, oposição
e comparação, citação, explicação, conclusão, exemplificação, análise,
justificativa e outras modalidades, primando pela coerência e pela
coesão. normas de registro formal culto da língua.
As questões não costumam ser muito complexas e cobram mais a
capacidade de interpretar textos e de produzir uma resposta. Neste
tipo de produção textual avalia-se a capacidade de expressão na
modalidade escrita e o uso das própria. Procura-se saber se o
estudante é capaz de processar informações.Se o candidato entender
bem o que foi perguntado e souber elaborar a resposta, ele vai ter um
bom desempenho.
EXEMPLO:
TEMA:TELECOMUNICAÇÕES
A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) foi a segunda
reguladora a ser criada no país e a primeira a ser instalada. Ela foi
concebida para viabilizar o atual modelo de telecomunicações
brasileiras, sendo dotada de inovadora personalidade institucional.A
composição de sua direção favorece a transparência, a tomada de
decisões de seus membros e evita personalismos. Já as suas
características permitem dar respostas rápidas a questões
28
operacionais, estruturais e administrativas, sendo as suas atividades
apoiadas nos princípios da universalização e da competição.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.
O PAPEL DA ANATEL NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
natureza jurídica da ANATEL;
características da natureza jurídica da ANATEL;
pelo menos três atribuições da ANATEL
"A natureza jurídica da Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL) é de uma autarquia em regime especial. Sendo a natureza
jurídica da Agência classificada dessa forma, a ANATEL possui
algumas características que diferem de autarquias comuns: autonomia
administrativa e financeira e ausência de hierarquia em relação ao
Ministério ao qual ela está vinculada (no caso da ANATEL, ao
Ministério das Comunicações). Essas características permitem à
Agência maior autonomia para que ela possa agir com mais eficiência
e eficácia no setor que ela regula (Setor de Telecomunicações), dando
respostas rápidas a questões operacionais, estruturais e
administrativas.Dentre algumas atribuições da ANATEL, encontram-se
a delegação de serviços de telecomunicações (concessão, permissão
e autorização) a empresas que queiram atuar no setor; aplicações de
sanções para as que estejam delegadas a oferecer serviços públicos e
manter políticas para criar maior competitividade no mercado de
telecomunicações." (Rogério Araujo)
29
Outros exemplos:
Tema:A Educação tem sido prioridade nas discussões políticas bem
como na sociedade como um todo.As escolas de ensino médio não
sabem o que fazer com a diversidade de seus alunos.O dilema mais
grave fica em preparar o aluno para o trabalho ou para um curso
superior,objetivos estes que competem seriamente.Redija um texto
discursivo expondo seu ponto de vista com argumentos coerentes.
"A educação e seus problemas são um dos temas mais discutidos em
um todo.Sabe-se que a maioria das escolas de Ensino Médio
enfrentam uma divergência.Estas Instituições de ensino precisam
escolher entre facilitar o ingresso em curso superior ou preparar seus
alunos para o mercado de trabalho.É fato que aquelas que optam por
metas acadêmicas obtém, melhores resultados.Exemplo disso,é a
EEEFM Prof.João Bento da Costa,localizada na capital do estado de
Rondônia,Porto Velho.Reconhecida estadualmente,quiçá
nacionalmente,pelo projeto “Terceirão” a escola busca familiarizar os
estudantes do terceiro ano com o dia a dia acadêmico.Isso ocasiona
uma maior comodidade ao ingressar em uma Universidade.Além
disso,há uma equipe de professores que tem sua carga horária
aumentada para poder ministrar aulas em plenos finais de semana e
feriados.Com isso.é visto uma elevação nos índices de aprendizado e
um número maior de estudantes que ingressaram em uma
faculdade.Tal método de ensino deveria ser aplicado nas demais
escolas de ensino médio.Se aplicado,os resultados poderiam
satisfazer o que tanto se busca quando se fala em educação:
qualidade de ensino para todos."
TEMA: As pesquisas com células troncos embrionárias encontram-se
30
proibidas no Brasil sob o argumento de que vão contra dois princípios
constitucionais: o de que a vida é inviolável e o que garante a
dignidade da pessoa.A Lei brasileira de Biossegurança aprovada em
2005 pelo Congresso Nacional – que autoriza o uso em pesquisas de
embriões congelados há mais de três anos – está em discussão no
STF(Superior Tribunal Federal),o qual deverá dar seu parecer final nos
próximos dias.Redija um texto discursivo argumentativo,posicionando-
se de forma coerente.
"As pesquisas com células-tronco embrionárias estampa as páginas de
revistas e jornais num momento oportuno,em que se discute,no STF o
direito ou não à pesquisa e ao uso dessa tecnologia no
Brasil.Podemos afirmar que a Lei de Biossegurança em questão não
fere os princípios constitucionais pois a constituição protege o
nascituro e a pessoa,isto é,a criança que aguarda o nascimento no
ventre da mãe,ou seja,ao adquirir a personalidade jurídica,segundo o
código civil.No entanto essas pesquisas causam polêmica,visto que a
liberação no Brasil vai de encontro aos princípios religiosos da Igreja
Católica que alegam vida na célula embrionária, mas devemos levar
em conta que esses embriões permaneceriam congelados
indefinidamente ou seriam jogados ao lixo devido ao tempo de
congelamento e ao fato dos pais não se dispuserem a fazer a
implantação.Então porque não libera-los para pesquisas,visto que isso
nos permitirá acompanhar os países de primeiro mundo na busca
incansável da cura de doenças degenerativas.Sabe-se que outras
pesquisas com células adultas vêm sendo testadas mas nada que
possa atingir a todos os tecidos do corpo como se pretende com as
células embrionárias que a curto,médio ou longo prazo poderão
resultar em grandes benefícios a um maior número de pessoas."
TEMA: Thomas Malthus previu no séc.XVIII que no futuro não haveria
comida em quantidade suficiente para todos.O aumento do consumo
na China,Índia e no Brasil provocaram nos últimos tempos uma
mudança do padrão de consumo suficiente para uma alteração
significativa na economia global. Comente através de um texto
31
discursivo as causas que levaram a esse aumento de consumo e as
possíveis soluções.
“No século XVIII Thomas Malthus previu que no futuro não haveria
comida suficiente para todos,mas o que se viu desde então,foi um
avanço na produção incentivada pela segunda Revolução
Industrial.Novas técnicas de produção e novos produtos foram criados
derrubando a previsão de Malthus.No entanto,agora,em plena era
tecnológica,com a revolução científica essa previsão pode vir a ser
realidade,pois presenciamos nas últimas semanas de abril 2008 o
início de uma crise mundial dos alimentos,ocasionada em partes pelo
aumento da população e de seu poder aquisitivo e também pela
produção de determinados alimentos estarem em baixa.Por isso a
principal medida a ser adotada seria incentivar a produção de
alimentos no campo e buscar novas tecnologias de produção já que
impedir a população de consumir e de ascender de padrão social é
crime contra os Direitos Humanos.”
Obs.: A folha de texto definitivo não poderá conter rasuras e será o
único documento válido para a correção da prova discursiva.
Redação
Prova discursiva realizada no dia 21/07/2001
REDAÇÃO
"Sorria! Você está sendo filmado."
Com ou sem aviso, com ou sem o consentimento daqueles cuja
imagem está sendo filmada, aparatos tecnológicos de vigilância
32
espionam, cada vez mais, a vida dos cidadãos nos grandes centros
urbanos.
De acordo com dados apresentados pela revista Veja, de 30 de maio
de 2001, em matéria intitulada "Estão de olho em Você", só em São
Paulo, existem 125.000 câmeras de vídeo espalhadas por
restaurantes, bares, academias de ginástica, lojas, shoppings,
supermercados, portarias de edifícios, ruas e avenidas.
Estariam os benefícios oferecidos por esse "olho invisível" que
acompanha e registra todos os movimentos dos cidadãos protegendo
ou ameaçando a privacidade, a individualidade do homem moderno?
Reflita sobre essa questão e redija um texto em prosa, dissertativo ou
argumentativo, sobre o assunto proposto. O texto deve ser coerente,
bem fundamentado e conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Dê um título criativo ao seu texto, que deverá apresentar cerca de 25
linhas.
Eis aí o que é redação ou prova discursiva
Com certeza a sua Prova é que será discursiva Veja porque
Prova Discursiva de Redação, consistindo de uma proposta de
produção de texto em prosa, em modalidade e limites solicitados
acerca do tema escolhido a critério da Banca Examinadora. A Prova
Discursiva de Redação destina-se a avaliar a capacidade de o
candidato expor com clareza, concisão, precisão, coerência e
objetividade o(s) assunto (s) proposto (s). Levará, ainda, em conta a
capacidade de organização do texto, de análise e síntese dos fatos e
idéias examinados e, ainda, a correção gramatical com que foi
redigida. No Caderno de Questões estarão definidas as quantidades
máxima e mínima de linhas para a Prova Discursiva de Redação.
33
Uma redação discursiva é o mesmo que uma dissertação. Esta
tipologia textual é uma exposição de pontos de vista. Partindo de
premissas observadas ou consideradas e baseada no raciocínio, em
leituras e na vivência do autor de uma dissertação procura apresentar
sua tese e suas conclusões. è utilizado em trabalhos acadêmicos,
discursos políticos, etc.
Da criatividade à boa argumentação,tudo que NÃO pode faltar num
texto
Como fazer um bom título? Há regra para argumentar com
consistência? O que fazer quando se tem dúvidas gramaticais? Em
grande parte dos vestibulares, a redação é parte importante da nota
final obtida no exame. Por essa razão, mesmo quem gosta de escrever
pode se sentir inseguro na hora de passar suas idéias para o papel.
Embora não exista fórmula do texto perfeito, algumas dicas podem ser
valiosas para ajudar tanto os vestibulandos a se dar bem nesta
avaliação, quanto aqueles que precisam se aperfeiçoar.
Antes de mais nada, usar a criatividade é fundamental. Para alcançar
este objetivo, o estudante deve se preocupar em ler bastante e de tudo
um pouco. "O candidato deve conhecer sobre temas variados. A leitura
é essencial neste processo. Obras clássicas, jornais, revistas, livros
contemporâneos e até gibis auxiliam na aprendizagem de assuntos
diferentes e no enriquecimento do vocabulário, o que,
conseqüentemente, enriquece o texto.
Na opinião de Chociay, deixar a preguiça de lado e trabalhar em cima
de textos é outra dica preciosa. "Tão importante quanto a leitura é a
prática da escrita. Somente com o treino é que o estudante consegue
melhorar seu texto", opina. Ele aconselha o estudante a fazer mais
redações do que o número pedido pelas escolas ou cursinhos. "O
candidato deve se forçar a escrever sobre temas variados e pedir para
34
alguém corrigir ou ler seu texto. Mesmo quem tem talento, se não
praticar, fará uma redação ruim", opina o autor.
A coordenadora da prova de redação do vestibular da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), Meirélen Salviano Almeida,
acrescenta que o aluno deve estar atento à objetividade do texto. "O
estudante precisa seguir os padrões da norma culta e apresentar as
idéias desenvolvidas de forma clara. Enrolar só dificulta o bom
desenvolvimento dos argumentos e o aluno pode comprometer sua
nota", afirma.
Segundo Meirélen, a redação avalia a capacidade do estudante de se
expressar de forma acadêmica. Por esse motivo, a universidade é
rígida em seu processo de avaliação. "A redação é fundamental em
qualquer área do conhecimento, não apenas para os cursos de
Humanas", explica.
O diretor acadêmico do vestibular da UNESP, Fernando Dagnoni
Prado, complementa que a dissertação é a forma de comunicação
usada durante todo o curso de graduação. Daí a importância de testar,
já no vestibular, a capacidade de articulação de idéias do candidato
por meio da dissertação. "Jargões e 'narizes de cera' devem ser
evitados. Esses recursos só ocupam espaço e não acrescentam nada
ao texto", afirma.
Fuja dos erros!
Na dúvida sobre como escrever, não arrisque levar textos prontos para
copiar. Segundo Chociay, há casos em que o aluno leva um texto
padrão para copiar a estrutura dentro de outro tema e perde
completamente o foco da argumentação. "Se o candidato sempre tiver
um texto pronto, ele fatalmente irá usar sua estrutura e correrá o risco
35
de se desviar do tema a ser abordado", diz
O título é outro ponto de dúvidas e onde muitos alunos pecam na
redação. Afinal, é obrigatório ou não fazer o título? Há vestibulares em
que ele não é obrigatório. A prova da Unicamp, por exemplo, quando
não cita a obrigatoriedade do título no enunciado do exame, não
desconta pontos do estudante. "Se o título não é pedido no enunciado
da prova, é uma opção do candidato colocá-lo. Isso não vai tirar
pontos do aluno", explica Meirélen.
Chociay, por sua vez, aconselha o candidato a usar título mesmo
quando ele não for obrigatório. "O título resume a idéia a ser
trabalhada no texto e estimula a curiosidade do leitor", afirma. Por ser
uma peça chave do texto, Chociay acredita que o título deve ser muito
bem escolhido, não pode ser óbvio. "O título precisa chamar a
atenção. Usar um título genérico é o mesmo que um convite para que
a banca não se interesse pelo texto," opina ele.
Por fim, revisão é fundamental. Para os especialistas, não há dúvida
de que erros gramaticais na versão final de uma redação
comprometem o sucesso. Chociay recomenda ao candidato fazer um
rascunho da redação e só depois de muita revisão entregar a versão
final do texto. "Há espaço para isso no material dado no dia do
vestibular e também há tempo para passar o texto a limpo. Na revisão,
o aluno encontra erros gramaticais que devem ser corrigidos. Por isso,
o candidato deve fazer o rascunho, ler, reler, passar a limpo e ler
novamente. Assim ele pode consertar todos os erros que deixou para
trás", diz.
Dicas para arrasar na redação
"Um dos piores erros que os candidatos podem cometer em uma prova
de redação é a extrema preocupação com a forma, com a gramática.
O importante é que ele opine sobre o tema", explica a coordenadora
36
da banca de avaliação de redações da PUC-RS (Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Marisa Magnus Smith.
Já faz tempo que o segredo de escrever uma boa redação deixou de
ser o fato de não errar a gramática. Na opinião de especialistas, acima
de tudo, uma boa redação de vestibular - que nada mais é do que um
teste para averiguar a capacidade do estudante em opinar e refletir -
deve conter argumentação bem colocada e bem fundamentada.
Para se sair bem em sua "defesa", os especialistas dizem que os
candidatos não devem ficar "em cima do muro" (ora a favor, ora contra
o tema), tampouco comprar opiniões do senso-comum. Se o candidato
não estiver certo do que está dizendo e não expuser razões para
pensar daquela forma o texto fica vazio. "O texto tem que ter
posicionamento, se for exclusivamente informativo não é bom. Aliás,
não dá nem para começar a escrever um texto se não tiver uma
opinião. Um texto sem opinião não existe", reforça o professor de
redação do Cursinho Anglo, Maurício Soares Filho.
Para entender melhor por que os especialistas defendem essa idéia é
fácil: imagine que as drogas acabaram de ser legalizadas pelo
governo. Segundo os especialistas, se as pessoas abrem o jornal e
procuram um artigo sobre a questão e encontram um texto sem
nenhuma argumentação ou opinião, elas não refletirão, além de chato
de ler. Para eles, aquilo que o leitor espera de um articulista é o
mesmo que um examinador de vestibular espera de um futuro
universitário (especialmente se for de universidade pública): opinião e
reflexão.
De acordo com Soares Filho, para seu texto causar impacto, porém, a
opinião deve estar muito clara. Por isso, a construção da redação deve
valorizar seus argumentos. A ordem é apostar na organização da
estrutura textual para não perder o fio da meada. "Organizar as
informações é o segredo para fazer que a opinião apareça",
complementa Soares Filho.
Treinando um texto nota 10
37
Se a intenção é obter destaque por meio de uma boa argumentação, o
que fazer para se preparar? Ler, ler, ler e escrever, escrever e
escrever. "O hábito da leitura ajuda a desenvolver a escrita. Além
disso, com a prática da redação, alguns padrões de textualidade são
mais facilmente assimilados do que pelo professor a falar em sala de
aula", enfatiza Marisa.
Para Soares Filho, a prova de redação é 50% leitura e 50% escrita.
"Uma é conseqüência da outra. O primeiro passo para ter sucesso é
ler o tema com muita atenção e, em seguida, posicionar sua opinião
para definir o que será defendido".
Uma boa dica é ler editoriais, crônicas, artigos e textos assinados que
emitam opinião sobre o tema que é retratado. Com isso, é possível
criar uma bagagem de como e em que momentos é pertinente
evidenciar as opiniões pessoais.
MODELOS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS
FAÇA A REDAÇÃO DA QUESTÃO QUE SEGUE E, DEPOIS,
COMPARE SEUS RESULTADOS COM UM MODELO DE REDAÇÃO
QUE APRESENTAMOS, EM CONTINUAÇÃO, NO FINAL DESTA
PÁGINA.
Questão da Prova Discursiva - Redação, do concurso ALESP, agente
legislativo de serviços técnicos e administrativos, organizado pela
FCC:
PROVA DISCURSIVA - REDAÇÃO
38
1. Leia atentamente o texto seguinte.
Numa sociedade marcada por desigualdades, como a brasileira, o ato
de votar é o momento em que todos são realmente iguais, ao exercer
seu direito de cidadania. Há que considerar, no entanto, a
contrapartida dos deveres.
Cidadão consciente é aquele que, capaz de exercer seus direitos,
cumpre também com seus deveres.
2. Redija um texto dissertativo, com argumentos, a respeito da
afirmação em negrito.
3. Sua dissertação deverá ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas,
considerando-se letra de tamanho regular.
_______________________________
A SEGUIR EM ITÁLICO, NOSSO MODELO DE REDAÇÃO PARA A
QUESTÃO DISCURSIVA APRESENTADA ACIMA.
DIREITOS E DEVERES
Votar é um ato que coloca os cidadãos em um mesmo nível. As
diferenças desfazem-se pelo exercício da cidadania no dia das
eleições, e esse evento nos propõe uma singela reflexão. A
conscientização política pressupõe duplo reconhecimento: um, da
capacidade de exercer direitos; o outro, do cumprimento de
obrigações.
O cumprimento dos deveres de cidadania pode dar-se de dois modos:
pela coerção do estado ou deliberadamente. O modo que aqui se
39
focaliza é pela maneira deliberada, pela espontaneidade, é evidente. E
isso, convenhamos, só poderia ocorrer como fruto da conscientização.
De um direito podemos até abrir mão, pois, na maioria das vezes, isso
ocorre, exclusivamente, em prejuízo de quem assim o decide. Já, na
esfera das obrigações, a desistência não é um instituto legítimo. Os
direitos, em sua quase totalidade, são passíveis de opção de quem os
exerce. Possibilidade esta que jamais ocorre com as obrigações. Estas
devem ser cumpridas de um modo ou de outro, conforme tratamos
acima.
A consciência do cumprimento de seus deveres é o maior indício de
maturidade política do civilmente capaz, uma vez que a realização
deliberada dos atos de obrigação é o passaporte do cidadão para a
vida em comunidade.
MODELOS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS
Aqui, você encontra mais um modelo de redação para concurso!
FAÇA A REDAÇÃO DA QUESTÃO QUE SEGUE E, DEPOIS,
COMPARE SEUS RESULTADOS COM UM MODELO DE REDAÇÃO
QUE APRESENTAMOS, EM CONTINUAÇÃO, NO FINAL DESTA
PÁGINA.
Questão da Prova Discursiva - Redação, do concurso TRE/MT,
analista judiciário, área administrativa, organizado pela UnB/CESPE:
PROVA DISCURSIVA
Nesta prova, faça o que se pede, usando o espaço para rascunho
40
indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a
FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local
apropriado, pois não serão avaliados fragmentos de texto escritos em
locais indevidos.
Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas
disponibilizadas será desconsiderado.
Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da
primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer
assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado.
Uma das características das organizações bem-sucedidas é a
comunicação constante entre as chefias e os colaboradores, que
conversam sobre as atividades desenvolvidas, dando feedback
oportuno sobre o desempenho dos seus colaboradores. Por essa
perspectiva, os empregados que são apontados pela avaliação de
desempenho como diferenciados sentem-se como verdadeiros
colaboradores no desempenho da empresa. Ao longo da evolução dos
métodos de gestão, diversas técnicas e métodos de avaliação têm sido
adotados visando dar transparência e efetividade a esse processo.
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente
motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.
41
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: O MÉTODO ESCALA GRÁFICA
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
- conceito e principais objetivos da avaliação de desempenho;
- características do método de avaliação de desempenho denominado
escala gráfica;
- vantagens e desvantagens do método escala gráfica.
A SEGUIR EM ITÁLICO, NOSSO MODELO DE REDAÇÃO PARA A
QUESTÃO DISCURSIVA APRESENTADA ACIMA.
O MÉTODO ESCALA GRÁFICA
Uma das qualidades das organizações bem-sucedidas é a
comunicação frequente entre os vários níveis hierárquicos que a
compõe, objetivando a discussão de suas atividades meio e fim,
obtendo o feedback, em tempo, do desempenho de seus empregados.
Observa-se que os empregados que se distinguem num processo de
avaliação funcional conscientizam-se como autênticos colaboradores
da organização.
Inúmeros métodos foram implantados com o objetivo de obter a melhor
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forma de coleta de dados de avaliação funcional, porém o que mais
destacou-se foi o “método escala gráfica”. Este método,
indiscutivelmente, é o mais utilizado. A pesar da aparente simplicidade,
sua aplicação exige a neutralização da subjetividade e do pré-
julgamento do avaliador. O método em questão conceitua-se pela
dupla entrada de dados: nas linhas, estão os fatores (por exemplo:
relacionamento, interesse no serviço, pontualidade etc); e nas colunas,
estão os graus de avaliação desses fatores (por exemplo: pouco,
suficiente, ótimo etc)
Os objetivos principais são a medição do potencial humano da
organização, os indicativos para as eventuais correções de suas
distorções e o aumento da produtividade.
Suas características mais evidenciadas são a sua adaptação a
qualquer tipo de organização e a sua fácil assimilação.
As principais vantagens residem no rápido entendimento de seu
funcionamento; o método permite tanto a visão geral como a análise
pormenorizada ou individual; não requer muito trabalho e preparação
do avaliador. Por outro lado, as desvantagens que mais se ressaltaram
são a falta de flexibilidade ao avaliador; a virtual sujeição à
subjetividade; tendência de se tornar rotina viciosa.
Mesmo possuindo algumas imperfeições, conclui-se que o método
Escala Gráfica ainda é a forma de avaliação que mais se aproxima da
realidade das organizações.
MODELOS DE REDAÇÃO PARA CONCURSOS
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FAÇA A REDAÇÃO DA QUESTÃO QUE SEGUE E, DEPOIS,
COMPARE SEUS RESULTADOS COM UM MODELO DE REDAÇÃO
QUE APRESENTAMOS, EM CONTINUAÇÃO, NO FINAL DESTA
PÁGINA.
Questão da Prova Discursiva - Redação, do concurso TRE/AL, analista
judiciário, área administrativa, organizado pela FCC:
Discorra fundamentalmente sobre a filiação partidária.
A SEGUIR EM ITÁLICO, NOSSO MODELO DE REDAÇÃO PARA A
QUESTÃO DISCURSIVA APRESENTADA ACIMA.
.A Bandeira da Conveniência
De que lado ficar nas próximas eleições? A filiação, salvo para
medalhões com ingerência na cúpula do partido, parece ser uma mera
questão de oportunidade, que determina a duração do vínculo político
de um indivíduo em uma agremiação político-partidária. Os princípios
constantes do estatuto do partido perdem para o jogo de interesses
suspeitos quando o assunto é orientar o afiliado aspirante a um cargo
político ou, então, a sua reeleição.
Infelizmente hoje em dia, já é algo perfeitamente “normal”, porém
ainda intrigante, as freqüentes mudanças de filiação partidária. É claro
que isso, em regra, só pode ocorrer até um ano antes do pleito.
Mesmo assim, essa movimentação migratória nos indica a
inconsistência ideológica dos partidos, cujos estatutos e programas
dão-nos a ideia de que não possuem uma linha de princípios para
servir como norte a seus filiados, no tocante a uma carreira política.
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Espera-se que, num futuro não muito distante, depois de um
providencial e necessário processo de conscientização, possa surgir
uma nova cultura de filiação partidária, em que a permanência e
fidelidade sejam a regra e não a exceção. Isso fortalecerá a bandeira
do partido cuja importância deve pesar mais que a projeção do nome
de seus filiados.
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EIXO TEMÁTICO 1 – GESTÃO GOVERNAMENTAL E GOVERNANÇA
PÚBLICA: ESTRATÉGIA, PESSOAS, PROJETOS E PROCESSOS
EIXO TEMÁTICO 2 – GESTÃO GOVERNAMENTAL E GOVERNANÇA
PÚBLICA: RISCOS, INOVAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, LOGÍSTICA e
PATRIMÔNIO
EIXO TEMÁTICO 3 – POLÍTICAS PÚBLICAS E NOÇÕES DE
ESTATÍSTICA
EIXO TEMÁTICO 4 – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA, CONTABILIDADE PÚBLICA E COMPRAS NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EIXO TEMÁTICO 5 – COMUNICAÇÃO, GESTÃO DOCUMENTAL,
TRANSPARÊNCIA E PROTEÇÃO DE DADOS
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