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Hidrogeologia Do Sistema Aquífero de Quarteira

Este documento descreve as características hidrológicas e hidroquímicas do Sistema Aquífero de Quarteira no Algarve, Portugal. O aquífero é suportado por rochas carbonáticas do Mioceno e do Jurássico Superior e é intensamente explorado para abastecimento e irrigação através de várias captações. Os testes de bombeamento mostraram alta transmissividade variando entre 2700-4000 m2/dia.

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Hidrogeologia Do Sistema Aquífero de Quarteira

Este documento descreve as características hidrológicas e hidroquímicas do Sistema Aquífero de Quarteira no Algarve, Portugal. O aquífero é suportado por rochas carbonáticas do Mioceno e do Jurássico Superior e é intensamente explorado para abastecimento e irrigação através de várias captações. Os testes de bombeamento mostraram alta transmissividade variando entre 2700-4000 m2/dia.

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Hidrogeologia do sistema aquífero de Quarteira (Algarve)

Article · January 1992

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Almeida, C. e M. Lourenço da Silva (1992)

Hidrogeologia do sistema aquífero de Quarteira


(Algarve)

Geolis, revista da Secção de Geologia Ec. e Aplicada, vol.


VI(1, 2), p. 61-79.
Geolis, Vol. VI, Fasc. 1 e 2 (1992) 61-79

HIDROGEOLOGIA DO SISTEMA AQUÍFERO DE QUARTEIRA


(ALGARVE)
Almeida, C.*, Silva, M. Lourenço*
*Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências de Lisboa

RESUMO
Neste trabalho são descritas as características hidráulicas e hidrogeoquímicas do Sistema
Aquífero de Quarteira, bem como o seu enquadramento geológico, geometria e funcionamento.
O suporte litológico do Sistema é constituído, fundamentalmente, pelos biocalcarenitos da
Formação Carbonatada Lagos-Portimão (Miocénico) e calcários, calcários dolomíticos e dolomitos
do Jurássico Superior. As formações permeáveis encontram-se, em parte, cobertas por depósitos
detríticos pliocénicos e quaternários com espessura variável que pode ultrapassar nalguns locais os
40 m.
O Sistema aquífero é intensamente explorado para abastecimento e regadio e nele estão
implantadas numerosas captações que exploram caudais que chegam a atingir os 80 L/s (média =
12 L/s). A transmissividade, obtida por ensaios de bombeamento, tem uma distribuição log-normal
com média de 2700 m2/dia e máximo de 4000 m2/dia.
Do ponto de vista hidroquímico predomina a sequência aniónica rHCO3>rCl>rSO4 e as
sequências catiónicas rCa>rMg>rNa, na zona de recarga, e rCa>rNa>rMg a sul e oeste do sistema.
Pontualmente, observam-se teores muito baixos de sulfatos o que parece ser de atribuír à redução
dos mesmos.

ABSTRACT
Hydraulic and hydrochemical characteristics of the Aquifer System of Quarteira, as well as its
geological framework and flow regime are described.
The water bearing formations of the aquifer system are mainly the Formação Carbonatada
Lagos-Portimão, (Miocene) and limestones, dolomitic limestones and dolostones, Upper Jurassic in
age. The permeable formations are, in part, covered by Pliocene and Quaternary detrital deposits,
with irregular thickness, being in some places 40m thick.
The aquifer system is intensively exploited both for public supply and. irrigation. In some of
the numerous wells, discharge are up to 80 L/s (mean = 12 L/s).
Transmissivity determined through pump tests has log normal distribution with the mean of
2700 m2/day and maximum of 4000m2/day.
From the hydrochemical point of view the anionic sequence rHCO3>rCl>rSO4 and the
cationic sequences rCa>rMg>rNa, in the recharge area, and rCa>rNa>rMg south and west of the
system are the predominant ones. Locally the water has very low content in sulfate wich seems to
be caused by sulfate reduction.

-61-
Introdução

A região de Quarteira, compreendida entre a ribeira do mesmo nome a oeste e Quatro-Estradas


a leste, com uma área aproximada de 40 km2 (fig. 1) era, até início da década de 60, uma zona onde
além da actividade piscatória, predominava a agricultura de sequeiro. A partir de então o turismo e a
agricultura de regadio tornaram-se as actividades económicas mais importantes, o que obrigou,
necessariamente, a uma maior procura de águas subterrâneas.
O abastecimento público de água a Quarteira é feito a partir de captações instaladas nas
imediações, 3 das quais estão localizadas perto da estrada que liga Quarteira a Quatro-Estradas e 2
situadas a oeste da vila, perto do complexo turístico de Vilamoura. Estes furos, que atingem
profundidades compreendidas entre 80 e 210 m e produzem caudais entre 13 e 35 L/s, foram
construídos nas décadas de 60 e 70 excepto um que foi construído já na década de 80. No complexo
turístico de Vilamoura foram contruídas a partir de 1965 várias captações, situadas entre a Quinta
de Quarteira a Oeste e a vila de Quarteira a leste, com profundidades que variam entre 36 e 123 m,
produzindo caudais que oscilam entre 50 e 95 L/s.
O objectivo deste trabalho consiste em descrever as características do sistema aquífero que
forma o suporte principal das captações referidas atrás, constituído, fundamentalmente, por
biocalcarenitos miocénicos e por calcários, calcários dolomíticos e dolomitos do Jurássico superior
que se estendem desde a Ribeira de Quarteira para leste até à Ribeira de Carcavai.

Fig. 1 - Localização da área estudada

Trabalhos anteriores

A geologia do Algarve Central, onde se insere a área acima referida, é razoavelmente


conhecida. Choffat (1887), Pratsch (1958), Riché (1962), Parant (1963), Rocha (1976), Marques
(1983), Rey (1983), Berthou et al. (1983), Manuppella et al. (1984), Manuppella et al. (1987),
Correia (1989), Rocha et al. (1989) deram contribuições importantes para o conhecimento das
linebreak

-62-
formações mesozóicas enquadrantes dos calcários miocénicos e dos depósitos plio-quaternários e
quaternários que afloram na referida região. As formações terciárias foram estudadas por Romariz
et al. (1979), Antunes et al. (1981), Antunes (1983), Antunes et al. (1983) e Pais (1982). Os
depósitos plio-quaternários foram estudados por Silva (1988).
As transformações na actividade económica da área incentivaram a realização de alguns
estudos hidrogeológicos. Paradela & Zbyszewski (1971) referem as principais características
hidráulicas e hidroquímicas das captações de Quarteira e Vilamoura. Costa et al. (1983) elaboraram
a carta hidrogeológica da orla algarvia. Almeida (1985) descreve os principais aspectos
relacionados com a variação dos parâmetros hidráulicos e hidroquímicos esboçando um balanço
hídrico para a região. Posteriormente Silva (1988) e Silva e Almeida (1988) investigaram o estado
de equilíbrio das águas em relação à calcite, dolomite e gesso.

Enquadramento geológico regional e estratigrafia

A área estudada está situada no Algarve Central e é limitada a Oeste pela Ribeira de Quarteira
e a leste por uma linha NE-SW que passa entre a estrada que liga Quarteira a Quatro-Estradas e a
Ribeira de Carcavai, constituindo uma faixa litoral limitada a Sul pelo Oceano Atlântico e a Norte,
aproximadamente, pela via férrea. Faz parte da unidade geotectónica designada Orla Meridional ou
Algarvia e pertence, em grande parte, à unidade geomorfológica da Beira Mar ou Baixo Algarve.
A formação que serve de substrato impermeável ao sistema aquífero descrito neste trabalho é
designada por Calcários margosos e margas do Peral. Esta formação é constituída por calcários
margosos alternando com margas. Os calcários contêm pequenos grãos de quartzo, glauconite e
fragmentos linhitosos. Aflora a sul de Loulé e numa área que se extende desde Maritenda até
Cabeço da Câmara formando uma estreita faixa de alinhamento E-W. A espessura total é de cerca
de 100 m. Na região de Albufeira aflora uma formação que Marques (1983) designou por Margas e
calcários margosos de Albufeira e que considerou como equivalente lateral da formação em
epígrafe. É constituída por alternância de calcários arenosos e/ou margosos compactos, de côr
amarelada e acinzentada e por margas azul acinzentadas. Afloram entre Cotovio e Boliqueime, onde
são atravessados pela Ribeira de Quarteira.
A formação anterior segue-se uma sequência espessa, de natureza essencialmente calcária e
dolomítica, que designamos por "Calcários, calcários dolomíticos e dolomitos de Sta. Bárbara de
Nexe e do Escarpão" (Kimeridgiano médio - Portlandiano) e que engloba várias formações que
apresentam um comportamento hidrogeológico semelhante. Essa sequência é constituída, de baixo
para cima, por calcários compactos, calcários com coraliários, espongiários, crinóides, etc., por
vezes siliciosos (Calcários recifais da Ribeira de Quarteira, Calcários da Jordana), calcários
dolomíticos e dolomitos rosados ou amarelados, por vezes sacaróides (Calcários dolomíticos e
dolomitos de Sta. Bárbara de Nexe), calcários compactos cremes em bancos médios, com níveis de
Nerineas e, na base, com oncólitos abundantes (Calcários com Alveosepta jacardi do Escarpão),
calcários compactos, cremes e cinzentos, por vezes com laminacões, e níveis interclásticos em
bancos médios a espessos (Calcários com Vaginella striata e Clipeina jurassica do Escarpão),
calcários compactos cremes, em bancos médios com algumas intercalações margosas (Calcários de
transição do Escarpão), calcários compactos, cremes, em bancos médios, com intercalações
calciclásticas frequentes e, na base, com passagens oolíticas (Calcários com Anchispirocyclina
lusitanica), calcários oolíticos calciclásticas, areníticos, amarelos e rosados (calcários oolíticos com
Trocholina).
Os Calcários, calcários dolomíticos e dolomitos de Sta. Bárbara de Nexe e do Escarpão
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-63-
possuem uma espessura da ordem dos 700 metros e formam a ossatura de relevos importantes como
o Cabeço da Câmara. Afloram numa vasta extensão, desde o planalto do Escarpão, a oeste da área
estudada, até Loulé e Almansil. Contactam com as margas e calcários arenosos de Albufeira, na
vertente da Ribeira de Quarteira, no Moinho do Cotovio e em Boliqueime e com os Calcários
margosos e margas do Peral, Calcários da Jordana e Calcários hidráulicos entre Loulé e Quatro
Estradas.
As formações cretácicas têm representação escassa na área estudada. O afloramento com
orientação NE-SW que se estende desde a proximidade de Quatro-Estradas até Fonte Santa, foi
considerado por nós como limite leste do sistema hidrogeológico de Quarteira. O referido
afloramento é constituído por depósitos detríticos e por calcários margosos e margas.
A Formação Carbonatada de Lagos-Portimão (Burdigaliano-Aquitaniano) de natureza
essencialmente carbonatada, é constituída por biocalcarenitos amarelados, com moldes abundantes
de lamelibrânquios, equinídeos, etc., calcários arenosos e arenitos. Aflora em pequenos retalhos
isolados na Quinta de Quarteira, a sul da estação dos caminhos de ferro de Boliqueime. A esta
unidade seguem-se os Calcários de Galvanas (Langhiano-Serravaliano), formados por
biocalcarenitos grosseiros com seixos rolados de quartzo que afloram junto da Ribeira de Carcavai,
a leste de Quarteira e no Cerro do Moinho a sul de Loulé. O topo do Miocénico forma uma
superfície pouco irregular com fraco declive para sul (fig. 2).
A sequência miocénica aumenta de espessura para sul, chegando a atingir a espessura total de
cerca de 180 m na vila de Quarteira, formando uma estrutura sub-horizontal, com inclinação na
direcção S-SSE, por vezes diaclasada e carsificada. A fig. 3 reproduz, em. diagrama isométrico, a
estrutura e enquadramento do Miocénico na região de Quarteira obtidos a partir da interpretação de
relatórios de sondagens, cujos locais estão indicados na fig. 4.
As formações miocénicas, na área estudada, contactam a norte com a formação do Peral
(Margas e calcários margosos de Albufeira) e com os calcários do Escarpão e dolomitos de Sta.
Bárbara de Nexe e do Escarpão. A leste contacta com com as formações cretácicas, como já foi
referido.
As formações miocénicas encontram-se cobertas por depósitos detríticos, formados por
arenitos argilosos avermelhados e alaranjados, com leitos de seixos (Areias de Faro-Quarteira), de
idade plistocénica (Manuppella et al., 1987), possuindo uma espessura que atinge os 49 metros (fig.
4).
A estes sobrepõem-se, por vezes, depósitos holocénicos de terraços e aluviões com camadas de
cascalheira que atingem a espessura de 15 metros, na Várzea de Quarteira.
Nas imediações de Boliqueime afloram terrenos detríticos, de fácies fluvial ou límnica,
constituídos por arenitos e siltitos, com leitos conglomeráticos, de cor geralmente acastanhada,
semelhante dos depósitos do Cretácico. Colheitas efectuadas nestes depósitos forneceram
ostracodos tendo sido identificados Ilyocyprina cf. bradi SARS 1890, acompanhado de valvas
larvares de Candonia sp. O conjunto corresponde a fácies de água doce, provavalmente com fraco
hidrodinamismo, tendo como idade provável Miocénico superior, ou mais recente (Guernet, C.,
1981, informação particular).
O sistema aquífero descrito neste trabalho é constituído, fundamentalmente, por duas unidades
litostratigráficas - a Formação Carbonatada Lagos-Portimão (Miocénico) e os Calcários, calcários
dolomíticos e dolomitos de Sta. Bárbara de Nexe e do Escarpão (Jurássico superior).

-64-
Fig. 2 - Cotas do tecto do Miocénico na área de Quarteira

Tectónica

Para leste da Ribeira de Quarteira o Miocénico carbonatado tem estrutura tabular, inclinando
ligeiramente para S-SSE, assentando discordantemente sobre terrenos cretácicos e jurássicos.
A sedimentação miocénica foi fortemente condicionada por movimentos verticais como o
comprovam as importantes variações de espessura que exibe. Assim, nas imediações de Quarteira,
chega a atingir os 180 metros, enquanto que para Oeste da ribeira com o mesmo nome não
ultrapassa os 80 metros. A subsidência daquele sector parece prosseguir até à actualidade.
A tectónica dos terrenos enqudrantes do Miocénico é condicionada pela existência de duas
flexuras, uma de direcção WSW-ENE, passando por Sagres, Algoz e prolongando-se na direcção
E-W até Vila Real de Santo António e outra ao longo duma linha que passa por Albufeira, Guilhim
e Luz de Tavira (Ribeiro et al., 1979).

-65-
Fig. 3 – Diagrama isométrico do Miocénico entre a Ribeira de Quarteira e Vale do Lobo

-66-
Ao contrário do que sucede na região de Quarteira, junto da segunda flexura o miocénico
apresenta uma estrutura mais complexa, afectado por uma actividade que prossegue até à
actualidade (Ribeiro et al., 1984). Aspectos dessa actividade podem ser referenciados em Poço de
Boliqueime, onde se observam dobras e cavalgamentos afectando as rochas detríticas, de idade
miocénica ou mais recente, referidas anteriormente.

Fig. 4 - Localização de sondagens e espessura das Areias de Faro-Quarteira

As falhas visíveis na Orla Algarvia, como por exemplo as de Quarteira e de Carcavai, têm
predominantemente orientação próxima da direcção NE-SW, isto é são subparalelas ao acidente de
S. Marcos e NW-SE, ou seja aproximadamente perpendicular à anterior, sendo as falhas do
primeiro tipo mais numerosas e mais importantes. Estas duas direcções correspondem às dos
desligamentos tardi-hercínicos da Península (Arthaud et al., 1975, Ribeiro et al., 1979). Existem
também várias falhas com direcção E-W que cortam as formações do Jurássico Superior, um pouco
a Norte da linha férrea. Segundo Manuppella et al., (op. cit.) estas falhas, durante o Mesozóico
devem ter-se comportado, em geral, como flexuras e durante a orogenia bética passaram a jogar em
compressão dando lugar a cavalgamentos ou falhas inversas.

-67-
O controlo estrutural da rede de drenagem do Algarve foi tratado por diversos autores,
nomeadamente por Gouveia (1938), Feio et al., (1949) e Feio, (1951), mostrando o terreno que as
fracturas orientam localmente grande número de ribeiras ou troços delas.
A partir de observações de campo e de fotografia aérea efectuadas por Grillot & Almeida
(1982) nos terrenos do Algarve Central, com vista à definição da densidade e orientação dos
principais sistemas de fracturas, foi possível concluir que as direcções submeridianas N10E e Nl0W
são dominantes nos afloramentos jurássicos e cretácicos e importantes no pliocénico. As direcções
NNE-SSW, E-W e NW-SE estão normalmente bem representadas nas formações meso-cenozoicas.
Há ainda a assinalar no Algarve Central a existência de estruturas diapíricas onde é injectado o
complexo evaporítico hetangiano. Este aflora por exemplo no Anticlinal de Albufeira e na Ribeira
das Lavadeiras ou acumula-se em grandes massas a profundidades variáveis (Loulé, Campina de
Faro e Moncarapacho) (Victor et al., 1978).

Hidrologia e climatologia

A área estudada está em grande parte implantada na bacia hidrográfica da Ribeira de Quarteira.
Esta tem uma área aproximada de 416 km2 e a precipitação média anual, obtida da série de dados
hidrológicos de 1950/1979, é de 700mm. A Ribeira de Quarteira é efluente no seu troço terminal, a
sul da Ponte do Barão. O extremo oriental da área está implantada na bacia hidrográfica da Ribeira
de Carcavai.
Na área estudada está implantada a estação meteorológica de Quarteira e, rodeando esta,
existem as de Paderne, Loulé e Faro. O limite sul é, como já foi referido, o mar.
O Quadro I apresenta valores médios anuais de precipitação, temperatura e evapotranspiração
real calculada pelo método de Turc, obtidos a partir da série de dados climáticos de 1954/1983
daquelas estações.

QUADRO I

Valores de parâmetros climáticos da área estudada e da região circundante, obtidos a partir de dados
de estações meteorológicas (EM) e postos udométricos (PU)

Nº Nome Tipo T ºC Precipitação EVP real


430 Faro (Aeroporto) E.M. 17.3 490 436
433 Loulé P.U. 16.2 684 517
433A Paderne* P.U. 16.8 630 515
433B Quarteira** E.M. 16.8 437 430

* Só regista dados desde 1959/60. ** Extinta em 1974

O período seco na área de influência de cada estação foi determinado a partir da construção do
diagrama termo-pluviométrico de Gaussen. Verifica-se que o mesmo tem a duração de cerca de 6
meses (Abril a Setembro) na área de influência das estações de Quarteira e de Faro e de cerca de 5
meses (Maio a Setembro) nas restantes.

-68-
Hidrogeologia

1. Comportamento hidrogeológico das formações

A avaliação das características hidrogeológicas das formações que ocorrem na região de


Quarteira permite elaborar uma coluna hidrostratigráfica (Quadro II) onde se tem, da base para o
topo:
- calcários margosos e margas do Peral (Margas e calcários arenosos de Albufeira) - pouco
permeáveis. Formações exploradas em geral por poços, para pequenos abastecimentos domésticos.
A zona saturada corresponde à parte superior descomprimida pelo que acompanha a topografia.
- calcários, calcários dolomíticos e dolomitos de Sta. Bárbara de Nexe e do Escarpão -
aquífero. Apresenta boas características hidráulicas, sobretudo nos terrenos mais dolomitizados. A
parte superior da série é menos permeável.
- formações cretácicas - pouco permeáveis. Os arenitos são explorados localmente por poços e
furos que têm, em geral, pequena produtividade. Os calcários margosos e margas também são
explorados por poços de produtividade menor do que a dos arenitos, aproveitando a zona superficial
descomprimida. Grande parte destas captações seca no verão.
Formação carbonatada Lagos-Portimão, calcários de Galvanas - aquíferos. Estas formações,
juntamente com os calcários e dolomitos do Escarpão, constituem o suporte principal dos sistema
aquífero estudado neste trabalho. Nele estão implantadas numerosas captações usadas para
abastecimento urbano e regadio.
Areias de Faro-Quarteira, terraços e aluviões - moderadamente permeáveis a pouco
permeáveis. As várias formações detríticas que cobrem grande parte das formações anteriormente
referidas, apresentam permeabilidade reduzida, actuando como aquitardos ou aquicludos.
Verifica-se, portanto, que as formações consideradas como aquíferos (calcários e dolomitos do
Escarpão, Formação carbonatada Lagos-Portimão e calcários de Galvanas) são constituídas, em
grande parte, por rochas carbonatadas, carsificadas. As duas últimas formações referidas, assentam,
localmente, sobre camadas detríticas ou margo-calcárias, cretácicas, pouco permeáveis, que
constituem uma barreira hidráulica que as isolam dos calcários jurássicos. No entanto, a maior parte
do limite norte e NW das formações miocénicas parece assentar directamente sobre aqueles,
funcionando o todo como um sistema único.
Esta afirmação baseia-se na observação dos testemunhos de sondagens para captação de água
para o complexo turístico de Vilamoura (furos JK-3, JK-4, JK-5, JK-6 e JK-10) situadas entre
Quinta de Quarteira e Aldeia do Golfe-Vilamoura e indicadas nas fig. 3 e 4.

Produtividade e parâmetros hidráulicos

Com base em dados de sondagens para captação de água, foi possível elaborar um esboço que
mostra a profundidade média a que se intersectam as camadas produtivas (fig. 5).
Pode observar-se que no sector a leste de Poço de Boliqueime as camadas produtivas, nos
calcários jurássicos, se situam entre as cotas -20 e +10, enquanto que nos calcários miocénicos
linebreak

-69-
Quadro II

Idade Formação Litologia Litologia Hidrogeologia


dominante
Plio-Plistocénico Areias de Faro-Quarteira Arenitos grosseiros argilosos e alanranjados com leitos
Detrititos Aquitardo
de seixos
Serravaliano-Langhiano Calcários de Galvanas Biocalcarenitos grosseiros com seixos rolados de Calcários
quartzo
Burdigaliano-Aquitaniano Formação carbonatada de Biocalcarenitos, arenitos e calcários areníticos e Aquífero
Lagos-Portimão
Biocalca-
renitos
Aptiano Margas e Calcários margosos - Margas amarelas e verdes intercaladas com calcário Calcários
de S. João da Venda amarelo
margosos
- Calcários amarelo oolítico calciclástico, calcário
cinzento com intercalações margosas e margas amarelas e Aquitardo
e verdes Margas

Berriasiano-Barremiano Arenitos de Troto Conglomerados siliciosos, arenitos finos e grosseiros e Detrititos


argilas de cores violáceas, verdes e rosadas
Calcários com Calcários cremes, em bancos médios com intercalações
calciclásticas frequentes e na base com passagens
Anchispirocyclina lusitanica oolíticas.
Portlandiano Calcários de transição Calcários compactos cremes, em bancos médios com Calcários
algumas intercalações argilosas

Kimeridgiano superior
Calcários com Calcários compactos, cremes a cinzentos em bancos
médios a espessos
Vaginella striata e Calcários
Clypeina jurassica dolomíticos Aquífero
Calcários com Alveosepta Calcários compactos, cremes em bancos médios com
jaccardi do Escarpão níveis ricos em Nerinea e na base com oncólitos
e
Calcários dolomíticos e Calcários dolomíticos e dolomitos rosados ou
dolomitos de Sta Bárbara de amarelados por vezes sacaróides
Nexe dolomitos
Kimeridgiano médio Calcários recifais da Calcários compactos com coraliários, espongiários,
crinóides, etc., por vezes silicificados
Ribeira de Quarteira (calcários
da Jordana)

Margas e calcários Alternância de calcários arenosos e/ou margosos Calcários


ompactos e margas azul-acinzentadas.
arenosos de Albufeira margosos
Oxfordiano- Alternância de calcários margosos compactos e margas Substrato
Calcários margosos e margas e
Kimeridgiano superior Calcários compactos um pouco margosos por vezes impermeável
do Peral margas
betuminosos, em bancos médios a finos.
Calcários hidráulicos de Loulé

-70-
estão a profundidades maiores. Tanto num, como noutro caso, os dados sugerem uma estrutura
bastante tranquila com as camadas quase horizontais, mergulhando muito ligeiramente para sul.
Note-se, no entanto, que se verifica na maioria dos casos a presença de vários níveis
produtivos, o que se deve quer a variações verticais na permeabilidade, quer à existência de
camadas impermeáveis, ou pouco permeáveis, separando os diversos níveis produtivos, como é
paradigma do miocénico carbonatado, podendo a espessura total captada ultrapassar, em certos
casos, os 100m, ou podendo mesmo atingir os 180m em Quarteira. Por outro lado, a espessura
captada nos calcários do jurássico superior é sempre inferior, situando-se muitas vezes à volta de
20m.

Fig. 5 - Esboço indicativo da profundidade média a que se intersectam as camadas produtivas

Os dados relativos aos caudais produzidos por 128 captações, com extremos de 0 L/s e 80 L/s,
forneceram as seguintes estatísticas: média = 12.1 L/s; mediana = 12 L/s, desvio padrão = 9.2 L/s e
coeficiente de variação = 75.8%. A distribuição por classes de frequência está representada na
fig. 6.
A caracterização hidráulica foi obtida a partir da interpretação de ensaios de bombeamento na
captação camarária JK-3 e a partir de dados referentes a 25 captações situadas quer em calcários
jurássicos quer em formações miocénicas. Como em relação a estas existem dados de caudais de
extracção, rebaixamentos e tempos, foi usado o método de Ogden (1965) para cálculo de
transmissividades, admitindo um coeficiente de armazenamento de 10-4.
O valor da transmissividade obtido a partir de observações feitas na própria captação pode, em
linebreak

-71-
muitos casos, situar-se abaixo do real. Com efeito, o rebaixamento que se verifica numa captação é
dado pela expressão (Rorabaugh, 1953): s = BQ +CQn, sendo B uma constante característica do
aquífero, para um tempo fixo, C e n constantes características da captação. Na maioria dos casos n
toma o valor 2 ou próximo (Jacob, 1947). O termo CQn corresponde ao rebaixamento adicional que
se verifica numa captação devido a perdas de carga que resultam de vários factores (Custodio e
Llamas, 1976).

Fig. 6 - Distribuição dos valores de caudal de captações. Intervalo de classe 4 L/s

No ensaio de bombeamento efectuado na captação JK-3 fizeram-se as observações na captação


JK-4, situada a 170m. O ensaio foi interpretado pelo programa SENSITHEIS, (Almeida, 1981), que
forneceu os seguintes valores: T = 981m2/dia e S = 1.8×10-4 (fig 7).

Fig. 7 - Curva do ensaio realizado na captação JK-3 de Quarteira

-72-
A partir da interpretação de um ensaio de recuperação efectuado na captação JK-1 foi obtida a
transmissividade de 1250m2/dia (Almeida, 1985).
Conjugando os valores de transmissividade obtidos pelos métodos referidos anteriormente,
obtiveram-se os seguintes parâmetros estatísticos, obtidos a partir de 32 dados: média, 2700m2/dia;
mediana, 868m2/dia; desvio padrão 5790m2/dia. A distribuição dos valores de transmissividade é a
que está representada na fig. 8.
Os valores disponíveis são insuficientes para tentar esboçar uma distribuição espacial. No
entanto parece desenhar-se as seguintes tendências:
-A área compreendida entre Poço de Boliqueime e Campina de Baixo possui, em geral, valores
de transmissividade situados muito abaixo da mediana;
-Na área situada a Norte da Estrada Nacional Portimão-Faro, entre Maritenda e Quatro
Estradas, também se verifica uma tendência para valores de transmissividade menores do que a
mediana, embora menos afastados do que no caso anterior;
-Exceptuando as áreas referidas, não parece haver diferenças acentuadas entre os valores de
transmissividade nos calcários do Malm e nos calcários miocénicos.

Fig. 8 - Distribuição dos valores de transmissividade. Intervalo de classe 200 m2/dia

Hidroquímica

A caracterização hidroquímica do sistema baseou-se, fundamentalmente, em campanhas de


amostragem efectuadas entre 1978 e 1986
O cálcio e o magnésio apresentam uma distribuição de valores bastante simétrica e com
dispersão moderada enquanto que o sódio e potássio apresentam uma dispersão mais elevada e
assimetria positiva.
O anião dominante é, na maioria dos casos, o bicarbonato, cujos valores observados variam
entre 293 e 534 mg/L. A distribuição dos valores deste anião é bastante simétrica e com dispersão
moderada, o que o distingue dos restantes (sulfato, nitrato e cloreto) que apresentam uma assimetria
positiva e dispersão elevada. Essas características deverão resultar da mistura de dois grupos com
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características diferentes. As estatísticas principais e extremos dos parâmetros analizados constam
do Quadro III.

QUADRO III
Extremos e estatísticas principais de parâmetros hidroquímicos

Mínimo Máximo Média Mediana Desv. padrão Coef. variação

Ca2+ 86 172 124 125 18.2 14.7


Mg2+ 12.7 64 38 38 13.2 34.4
Na+ 24 495 138 137 102.4 74.1
K+ 0.8 8.4 2.6 2.4 1.8 71.5
HCO 3- 293 534 439 439 45.6 10.4
SO 24- 0 135 37 29 33.2 90.3
Cl- 30 757 215 210 154.8 72.1
NO 3- 0.9 42 14 11 10.5 76.9

A distribuição espacial dos catiões analisados apresenta algumas características comuns.


Podem-se considerar dois sectores. O primeiro situa-se, aproximadamente, a sul da estrada
Portimão-Faro e a oeste de uma linha, cuja localização não pode ser feita com rigor, por falta de
pontos de amostragem, mas que deverá passar, aproximadamente, pelos v.g. Pinhal (P) e Vargem de
Mão (VM). O segundo sector situa-se a norte e leste dos referidos limites.
O primeiro sector é caracterizado por possuir maiores concentrações, aumentando estas no
sentido SW. No segundo sector a mineralização aumenta também no mesmo sentido mas o aumento
é, em geral, mais lento. No interior deste sector assinala-se a presença de uma anomalia circunscrita
(cerca de 1 km a norte de Fonte Santa) na qual todos os catiões sofrem um aumento considerável.
No que diz respeito à distribuição espacial dos valores, também o bicarbonato mostra tendência
oposta ao sulfato e cloreto. De facto, os valores mais elevados do primeiro situam-se no sector norte
e leste, diminuindo no sentido SW. O nitrato apresenta uma distribuição relativamente
independente, situando-se os valores mais elevados numa faixa situada a norte do v. g. Pinhal e que
se estende até à estrada nacional Portimão-Faro.
A presença dos sectores atrás assinalados pode ser reconhecida num mapa de fácies
hidrogeoquímicas (fig. 9). Assim, o sector norte e leste é caracterizado por águas do tipo 5fC3. Este
tipo corresponde a águas próprias de aquíferos carbonatados (bicarbonatadas cálcicas) em que o
enriquecimento em outros iões é pouco pronunciado. A característica mais vincada desta zona é o
teor elevado em bicarbonato, geralmente superior a 490 mg/L e o teor extremamente baixo de
sulfato o que poderá indiciar processos de redução deste ião.
Confinando com este sector, segue-se um outro com águas do tipo 5eC3 e 5bC3, no interior do
qual se assinala uma zona circunscrita com águas dos tipos 2bC3 e 2bC4. Finalmente, a faixa mais
próxima do litoral é ocupada por águas do tipo 2bC3 e 5eC3.
A distribuição, agora esboçada, assim como a que foi referida a propósito de alguns iões,
sugere a existência de um fluxo subterrâneo dirigido para SW e proveniente da região de Campina
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de Baixo (CB). A conexão deverá dar-se na região de Quatro-Estradas (QE) pois é nesse sector que
se observa o prolongamento para SW das características hidroquímicas verificadas mais a norte.
A mineralização elevada que se verifica nas restantes áreas pode ser explicada pela progressiva
concentração de sais segundo o sentido do fluxo e a lixiviação de massas com concentração elevada
de evaporitos, seguida de difusão, como é sugerido pela presença de zonas mais ou menos
circunscritas com mineralizações anormalmente elevadas, por ex. 1 km a norte de Fonte Santa (FS),
junto à Ribeira de Quarteira, etc.

Fig. 9 - Distribuição das fácies hidroquímicas na ária estudada.


(1) 5fC3 (2) 5eC3 e 5bC3 (3) 2bC3

Funcionamento

A rede piezométrica é formada por 17 pontos de água, furos e poços com furo(s). A partir deles
foram determinados os níveis piezométricos em Abril e Outubro de 1983 e em Abril e Outubro de
1984. A fig. 10 representa o mapa potenciométrico possível, com referência a Abril de 1984, do
aquífero miocénico.
Verifica-se que o sentido geral do fluxo se processa para sul. O potencial hidráulico neste
aquífero, referido àquelas datas, ultrapassa os 8 metros e o gradiente oscila entre 5 × 10-3 a 2 × 10-3.
Os potenciais junto margem esquerda da Ribeira de Quarteira eram mais altos 4 a 5 metros do que
na margem oposta.

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Em traços gerais, o sistema aquífero estudado recebe recarga directa, sobretudo importante no
sector norte, possuindo um número reduzido de pontos de descarga natural com caudal fraco ou
nulo durante parte do ano hidrológico (Fonte Santa e exsurgências no leito da Ribeira de Quarteira).

Fig. 10 - Localização dos pontos de água onde foram medidos níveis piezométricos
e sentidos de fluxo na área de Quarteira (Abril de 1984)

É provável a existência de algum fluxo subterrâneo a W para o Aquífero de Albufeira, embora


o ressalto de que se observa nas superfícies piezométricos respectivas aponte para a presença de
uma barreira de permeabilidade baixa (Almeida e Silva, 1990).
Por outro lado, tanto os dados de piezometria, embora escassos, como os da hidroquímica,
apontam para uma conexão hidráulica entre o Sistema de Quarteira e o aquífero situado entre
Boliqueime-Campina de Baixo. Esta última região é caracterizada pela grande extensão da área de
recarga e a inexistência de pontos de descarga naturais visíveis.
A separação entre estas duas unidades é feita pelo alinhamento de relevos, de direcção WNW,
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Pedra de Água-Cabeço da Câmara. Estes relevos correspondem a dobras anticlinais, falhadas, cujo
núcleo é constituído pela Formação do Peral. A presença desta formação constitui, certamente; uma
barreira, pelo menos parcial, à circulação para sul.
Como já foi referido anteriormente, grande parte do Sistema de Quarteira encontra-se coberto
por depósitos detríticos de idade variada. A permeabilidade vertical destes depósitos é, em geral,
baixa, ou nalguns casos nula, como acontece com os depósitos argilo-arenosos na Quinta de S.
Romão (Quarteira).
A permeabilidade das areias pliocénicas e dos terraços da Ribeira de Quarteira é, certamente,
baixa. Assim, a recarga desta unidade não deve ultrapassar, em média, cerca. de 10% da
precipitação, de acordo com cálculos de evapotranspiração.
É provável que a faixa situada entre a estrada nacional Faro-Portimão e a linha de relevos
Pedra de Água - Cabeço da Câmara, coberta irregularmente por terra rossa, receba uma recarga
substancialmente superior àquele valor.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Dr. L. Freitas da D.G.R.N. as informações de campo que gentilmente


cedeu.

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