CPDC I 2° Grupo
CPDC I 2° Grupo
FACULDADE DE DIREITO
Discentes:
Alberaldo Mosse Ngulele
Alexandra Dário Muchongo
Alya Marlene Tembe Mate
Daúdo Abel Estêvão
Dinalvia Vilanculos
Edyvânia Fernanda Maholela Mananze
Egídio Hericlénio Mateus Simango
Renato A. Ginama
Samuel Francisco
Telma Gaspar Machava
Discentes:
Alberaldo Mosse Ngulele
Alexandra Dário Muchanga
Alya Marlene Tembe Mate
Daúdo Abel Estêvão
Dinalvia Vilanculos
Edyvânia Fernanda Maholela Mananze
Egídio Hericlénio Mateus Simango
Renato A. Ginama
Samuel Francisco Chamusse
Telma Gaspar Machava
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
1.1. Objectivos do trabalho..................................................................................................3
1.2. Metodologia..................................................................................................................4
2. TEORIAS SOBRE A ORIGEM E FORMAÇÃO DO ESTADO.......................................5
2.1. O Estado.......................................................................................................................5
2.2. Breve evolução do conceito de Estado.........................................................................6
2.3. Teorias sobre a origem do Estado................................................................................7
2.3.1. Teoria naturalista...................................................................................................7
2.4. Formação do Estado...................................................................................................10
2.4.1. Platão: o rei-filósofo............................................................................................11
3. EVOLUÇÃO HISTÓTICA DO ESTADO........................................................................16
3.1. Estado Antigo.............................................................................................................16
3.2. O Estado Judeu (Israel)..............................................................................................18
3.3. Factores influenciadores para a evolução do Estado..................................................19
3.4. Estado Romano...........................................................................................................19
3.5. Estado Contemporâneo...............................................................................................19
3.6. Estado Medieval.........................................................................................................19
4. TEORIAS SOBRE A ORIGEM E FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO................20
4.1. Origem do Estado Moderno.......................................................................................20
4.2. Formação do Estado Moderno....................................................................................22
4.3. Características do Estado Moderno............................................................................23
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................26
6. RELATÓRIO FINAL DO TRABALHO..........................................................................27
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................28
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa tratar as teorias sobre a origem e formação do Estado, a
evolução histórica do Estado e as teorias sobre a origem e formação do Estado Moderno.
O grupo pretende desenvolver estes temas de modo que haja mais subsídios no
conhecimento sobre os mesmos, não só para o grupo como para a turma no geral.
1.2. Metodologia
A metodologia de pesquisa da elaboração deste trabalho circunscreveu-se dentro dos
métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica, fazendo-se uma revisão bibliográfica sobre os
assuntos pertinentes ao tema.
2. TEORIAS SOBRE A ORIGEM E FORMAÇÃO DO ESTADO
A parte seguinte do trabalho foi elaborada por: Edyvânia Fernanda Maholela Mananze
2.1. O Estado
Antes de se abordar sobre as teorias de origem do Estado, é imprescindível falar do
Estado. Em geral, o Estado é considerado como uma sociedade politicamente organizada. No
entanto, vários autores definem o Estado de diversas formas e usando diversas perspectivas.
Darcy Azambuja1 diz que o Estado é uma sociedade cuja base territorial é dividida em
governantes e governados.
Os objectivos do Estado são a ordem e defesa social e para atingir essa finalidade, que
pode ser resumida em bem público, o Estado emprega diversos meios que variam conforme as
épocas, os povos, costumes e a cultura.
Para realizar o bem público, o Estado tem autoridade e dispõe de poder, cuja
manifestação correcta é a força.
No seu livro, o mesmo ainda apresenta três elementos como essências do Estado: a
população, um governo independente e um território.
Dalmo de Abreu Dalari2, apresenta que a denominação Estado, aparece pela primeira
vez na obra "o príncipe" de Nicolau Maquiavel, escrito em 1513.
Com auxílio dos estudos de Hellinek, o autor estabeleceu a distinção entre fins
objectivos e subjectivos do Estado:
No que diz respeito a definição do Estado, Dalari afirma ser impossível encontrar um
conceito do Estado que satisfaça todas as correntes doutrinárias, mas que o mesmo
desenvolveu o seu conceito de Estado em função de elementos primordiais. Neste caso, o
1
AZAMBUJA, Darcy, Teoria geral do Estado, 2.ª edição, Editora Globo, São Paulo, p. 4.
2
DALARI, Dalmo de Abreu, Elementos de Teoria Geral do Estado, 2.ª edição, atualizada, Editora Saraiva, p.
22.
5
Estado seria a ordem jurídica e soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado
em determinado território.
Sahid Maluf define o Estado como uma organização, destinada a manter pela
aplicação do Direito, as condições universais de ordem social.3
O mesmo afirma que deve ser feita uma distinção entre o Estado e o Direito.
Só no século XVI é que o termo Estado vai entrando na terminologia política dos
povos orientais.
3
MALUF, Sahid (2019) Teoria Geral do Estado, 35.ª edição, Editora Saraiva, p. 1.
4
AZAMBUJA, Daniel (2008) Teoria Geral do Estado, 4ª edição, Sâo Paulo: Globo, p. 23.
6
2.3. Teorias sobre a origem do Estado
Diversas teorias foram criadas na tentativa de explicar a origem do Estado, mas duas
delas se destacam:
teoria naturalista;
teoria contratualista.
Dalmo de Abreu Dalari, apresenta mais teorias, mas agora no tocante das causas
determinantes do aparecimento do Estado, que são:
A parte seguinte do trabalho foi elaborada por: Alya Marlene Tembe Mate
5
Ibidem, p. 109.
6
DALARI, Dalmo de Abreu (2013) Elementos de Teoria Geral do Estado, 3ª edição, São Paulo: Saraiva.
7
a) Origem familiar - baseia-se nas tradições e mitos das civilizações antigas e
dividem-se em duas correntes: a teoria patriarcal e a teoria matriarcal.
a teoria patriarcal busca sustentar que o poder político é derivado de um
núcleo familiar onde a autoridade suprema resida na figura do ascendente
varão mais velho.
a teoria matriarcal foi defendida por Durkheim. Fundamenta-se no facto de
que a genitora representa a autoridade mais relevante de uma organização
familiar primitiva.
b) Origem violenta - é também denominado teoria da força ou teoria da conquista.
Essa teoria baseou-se na ideia de que um grupo mais forte dominou os mais fracos,
submetendo a uma organização dos vencedores e os vencidos. Segundo Darcy
Azambuja7, o Estado é uma organização imposta pelo vencedor para manter a
dominação do vencido.
c) Origem econômica - considera que a reunião do sujeito em torno de um aparato
de poder organizado ocorre por motivos econômicos. Essa teoria destaca que o
Estado proporciona a divisão do trabalho e a integração de diversas actividades de
interesse. Alguns autores como Marx e Engels, vão ao extremo dessa teoria para
explicar as razões pelas quais o Estado autoriza tantas desigualdades: na origem
econômica, ele institucionalizou a propriedade privada, o acúmulo de patrimônio, a
divisão de classe e, por consequência, a luta entre elas. Sobre esse tema confira a
crítica de Darcy Azambuja:
7
AZAMBUJA, Daniel (2008) Teoria Geral do Estado, 4ª edição, Sâo Paulo: Globo.
8
Ibidem, p. 108.
8
2.3.2. Teoria contratualista
9
DE MORAIS, José Luís Bolzan; STRECK, Lenio Luiz (2010) Ciência Política e Teoria do Estado, 7ª edição,
Porto Alegre: Livraria do Advogado.
10
Ibidem.
11
APPIO, Eduardo (2005) Teoria Geral do Estado e da Constituição, Curitiba: Juruá.
9
Rousseau afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança
seriam preservados através do contrato social. Quando ocorre a incursão no estado civil, não
há uma abdicação da liberdade, mas sim uma entrega dela para toda a comunidade. O
indivíduo mantém sua condição de liberdade e igualdade. Trata-se de uma concepção na qual
cada um renuncia os seus interesses particulares em detrimento da coletividade. Verifique:
12
ROUSSEAU, Jean-Jacques (2017) Contrato Social, Petrópolis, Editora Vozes, p. 24.
10
produtores – responsáveis pela produção econômica, como os artesãos e
agricultores, criadores de animais etc. Esse grupo corresponderia à
alma concupiscente;
guardiães – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Esse grupo
corresponderia à alma irascível;
governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Esse grupo corresponderia
à alma racional.
Assim como o indivíduo deve alcançar o equilíbrio entre as três almas, a justiça
na pólis se dará pelo equilíbrio das funções executadas por cada grupo social. Além disso,
Platão entende que esse equilíbrio no indivíduo deve ser alcançado pela educação e que a
alma racional deve preponderar. Também a organização da pólis deve seguir essa concepção.
Os indivíduos então deveriam ter igual acesso à educação para que o processo definisse quem
executaria qual função, conforme suas aptidões.
Aristóteles acredita que a formação da sociedade é natural. Para ele o ser humano é um
animal político, pois necessita estar entre semelhantes para sobreviver. Como faz parte da
natureza humana, a sociedade deve ser guiada pelo mesmo fim que define o ser humano, o
bem. Assim, a política se constituí numa relação de complementaridade com a ética, já que as
duas buscam o bem, seja do indivíduo ou do grupo social. O grupo tem, inclusive, precedência
sobre o sujeito já que este não é autossuficiente, enquanto a sociedade não se dissolve por
causa da ausência de um indivíduo.
Assim, constituída por um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser
organizada conforme essa mesma natureza humana. O que deve guiar, então, a organização de
uma sociedade? A busca de determinado bem, correspondente aos anseios dos indivíduos que
a organizam.
11
dos humanos, excluindo a religião, a ética e outras esferas da vida da discussão sobre a
disputa de poder. Para ele, política não é buscar o bem comum, mas conquistar e manter o
poder. Assim um líder deveria, por exemplo, ter seu próprio exército, em vez de confiar em
mercenários, que sempre fogem depois de receber seu pagamento. Ele deveria, também, se
informar sobre os costumes dos povos que habitam os territórios conquistados. O príncipe
precisaria tomar todo cuidado com os nobres e poderosos que pudessem vir a se tornar seus
rivais. E não deveria vacilar quando fosse necessário cometer violências e crueldades contra
seus inimigos.
2.4.4. Contratualistas
Para Thomas Hobbes, a vida no estado de natureza seria violenta, pobre e curta.
Assim, haveria uma guerra de todos contra todos. Nessa situação, disse Hobbes, o medo
levaria as pessoas a fundar o Estado. Nesse momento, elas abririam mão de sua liberdade e
concordariam em obedecer ao Estado. Em contrapartida, o Estado deveria garantir a paz e a
lei, para que as pessoas, sem medo de serem atacadas a qualquer momento, pudessem
trabalhar e prosperar.
John Locke tinha uma visão bem mais otimista sobre o estado da natureza. Nele as
pessoas seriam livres e já teriam direito à propriedade do que produzissem. Mas, se o estado
de natureza não era tão abominável como Hobbes imaginava, por que as pessoas fundariam o
Estado?
Bem, porque muitas vezes surgiriam conflitos sobre quem teria direito a quê. E
ninguém é bom juiz de si mesmo. Dessa forma, seria preciso fundar o Estado para que ele
12
fosse o juiz nesses casos. O Estado, para Locke, não poderia julgar do jeito que quisesse.
Quando as pessoas fundaram o Estado, elas já tinham direito à liberdade e à propriedade.
Assim, se o Estado ameaçasse sua liberdade ou sua propriedade, qualquer um teria o direito de
se rebelar contra ele.
Para Rousseau, o estado de natureza era ainda melhor do que na concepção de Locke.
O humano seria livre e feliz com o pouco que possuísse. Entretanto, o convívio o levaria a se
importar cada vez mais com a opinião alheia e a tentar ser melhor que seus semelhantes. O
golpe final contra a igualdade viria com a invenção da propriedade, pois seria necessário
criar o Estado e as leis para protegê-la.
No estado civil, o humano sacrifica sua liberdade natural, mas alcança a liberdade do
cidadão. A única forma de preservar a liberdade após o surgimento do Estado seria se todos
aceitassem entregar seus direitos uns aos outros (e não ao governante). Nesse contexto, a
liberdade é conquistada pela participação política, principalmente na elaboração das leis. O
Estado só seria legítimo se suas leis fossem criadas pela vontade geral, que é a vontade do
conjunto dos cidadãos que visa ao bem comum. Se cada um pensar somente em si mesmo ao
escrever as leis, o Estado funcionará mal, e aos poucos todos perderão sua liberdade.
Hegel entende o indivíduo sem o Estado como uma abstração. Criticando a abordagem
liberal de Locke e Rousseau, ele afirma que não é possível a existência do indivíduo antes da
sociedade, isso porque o humano é um ser social que só encontra seu sentido no Estado. Esse
Estado, por sua vez, não é um aglomerado de indivíduos nem é formado por um grande
acordo entre os membros de um grupo.
13
Marx e Engels acreditam que a sociedade humana dita primitiva era isenta de classes e
Estados. Nessas sociedades as funções de decisão ou administrativas eram compartilhadas
entre os integrantes do grupo. Mas, em algum momento, a função de organizar a administrar
se tornou exclusiva de um grupo. Aí surgiu o Estado. Esse fenômeno ocorreu ao mesmo
tempo em que as desigualdades de classe e os conflitos entre explorados e exploradores
surgiram. O Estado surge então como um apaziguador dos conflitos, evitando a dissolução da
sociedade.
Esse Estado parece muito com o Estado liberal. Acontece que esse Estado foi criado
no conflito e, por isso, acabou sempre representando a classe mais poderosa dessa tensão. Ele
sempre é usado para controlar a classe dominada e não para mitigar os conflitos. Assim, para
Marx e Engels, o Estado é um instrumento da dominação de classe. No capitalismo
ele objetiva proteger a propriedade privada, contrariando os interesses dos que nada têm. Isso
significa dizer que a formação do Estado tem relação direta com as condições e estruturas
materiais do seu momento histórico. Além disso, é preciso ressaltar que o Estado é criado para
dirimir as tensões que surgem apenas porque vivemos em uma vida civil
de caráter antissocial. Marx e Engels se afastam dos outros pensadores sobre a origem do
Estado por compreender que ele não visa o objetivo de resolver os conflitos sociais, mas
controlar a classe produtora de riquezas para que a ordem social não se dissolva. O Estado é
resultado da forma antissocial que vivemos e só poderia deixar de existir com a abolição das
classes sociais. Por isso, o Estado falha em suas pretensões universalistas, pois nasce da
desigualdade e mantém a desigualdade.
Segundo Dalmo De Albreu Dallari13, a criação do Estado por formação deriva, isto é, a
partir dos Estados pre-existentes, e o processo mais comum actualmente, havendo por tal
motivo um interesse prático, bem maior nesse estudo, bem como a possiblidade de
presenciarmos a ocorrência de muitos fenômenos ilustrativos das teorias.
Existem dois processos típicos opostos, ambos igualmente usados na actualidade, que
dão a formação do Estado, nomeadamente:
de fracionamento;
união dos Estados.
13
DALARI, Dalmo de Abreu, Elementos de Teoria Geral do Estado, 3ª edição, São Paulo: Saraiva, 2013.
14
Tem se o fracionamento quando uma parte do território de um Estado se desmembra e
passa a construir um novo Estado. Este processo foi seguido para os territórios coloniais,
ainda existentes nesse século, na maioria localizada em África, passassem a condição de
unidades independentes e adquirissem o estatuto de Estados. Assim pode-se dizer que, com a
conquista da independência por via pacífica ou violenta, ocorreu o desmembramento e a
consequente criação de novos Estados por uma forma derivada.
Segundo Jorge Bacelar Gouveia, Estado bem como da sua estrutura, sendo certo que é
nele que se concentra, nos dias de hoje, o principal modo de organização política e social. Diz
também que o Estado nem sempre existiu nem sequer se pode ter a certeza de que o Estado
seja uma realidade imutável ou eterna, pois não é mera verdade que se tem mantido estável na
sua essência, apesar das modificações sensíveis que tem vindo a conhecer ao longo das
diferentes épocas históricas que tem atravessado, assim como das convenções que o têm
acompanhado.
Seja como for, o Estado de hoje, herdado da idade contemporânea, é ainda um modelo
de organização que satisfaz os interesses dos cidadãos, comparada com outros modos de
organização que têm surgido, a um ritmo cada vez mais veloz. Segundo Prof. Jorge Bacelar
Gouveia, "Estado" seria estrutura juridicamente personalizada que num território exercendo
15
um poder político soberano em nome de uma comunidade de cidadãos que ao mesmo se
vincula.
14
MALUF, Sahid (2006) Teoria Geral do Estado, 26ª edição, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva, p. 1.
15
Ibidem, p. 91.
16
anteriormente outras civilizações, mas não existiam doutrinas políticas, mas sim a única forma
de governo que era a monarquia absoluta, exercida em nomes dos deuses.16
Os impérios orientais tinham traços em comum, um exemplo é maneira em que eram
formados e mantidos pela força das armas, devido às constantes guerras. Não tinham uma
base física, ora os territórios aumentavam ora diminuíam em decorrência dos resultados das
conquistas, portanto, eram instáveis.17
Pelas mesmas razões, não eram Estados nacionais, uma vez que era formado por povos
de diferentes raças, ou seja, eram agrupamentos humanos heterogéneos.18
Havia confusão entre família, poder, comércio e religião, ainda não organizados com
muita clareza. O povo também era formado, na verdade, por uma mistura heterogênea de
povos, tendo em vista que era composto por conquistados, escravos de guerra, comerciantes,
viajantes, etc., alterando-se ainda conforme novos territórios eram conquistados ou perdidos.
Esta falta de identidade cultural, religiosa, ideológica e, por vezes, linguística não permitia
que a sociedade se desenvolvesse no sentido unitário, organizado.
3.1.1. Características fundamentais do Estado Antigo
Segundo Dalmo de Abreu Dallari19, as características fundamentais do Estado desse
período são: a natureza unitária e a religiosidade.
quanto à primeira, verifica-se que o Estado Antigo não possuía qualquer
subdivisão interna, territorial ou funcional, corria uma confusão de diferentes
sectores dentro do mesmo Estado. A ideia da natureza unitária é permanente,
persistindo durante toda a evolução política da Antiguidade;
quanto à presença do factor religioso, a influência predominante foi religiosa,
afirmando-se a autoridade dos governantes e as normas de comportamento
individual e colectivo como expressões da vontade de um poder divino.
As monarquias orientais eram todas de feitio teocrático, ou seja, o monarca era
absoluto, sendo equivalente ao poder divino.
3.1.2. Contribuições do Estados Antigos
Houve grandes contribuições dos antigos impérios orientes, como:
código de Hamurabi, da Babilônia, onde se encontram princípios da ordem
social e que foram as fontes luminosas para a legislação moderna;
16
Ibidem, p. 93.
17
Ibidem, p. 94.
18
Ibidem.
19
DALARI, Dalmo de Abreu (1998), Elementos de Teoria Geral do Estado, 2.ª edição, actualizada, Editora
Saraiva, p. 26.
17
além disso, formaram as grandes religiões como o budismo, o cristianismo e o
islamismo.20
20
MALUF, Sahid (2006) Teoria Geral do Estado, 26ª edição, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva, p. 94-95.
21
Ibidem, p. 95.
22
Ibidem.
23
Ibidem, p. 95-96.
18
Estado não se confunde com governo, o Estado é estruturado política, social e
juridicamente ocupando um território definido onde a lei máxima é a constituição escrita, a
evolução do Estado ocorre paralelamente à evolução da sociedade.
A figura do Estado tinha natureza unitária, não possuía qualquer subdivisão interna,
territorial ou funcional. Ocorria uma confusão de diferentes sectores dentro do mesmo Estado,
não tinha características de baixa complexidade, não havendo polos bem definidos de poder e
controle.
19
O Estado Medieval emergiu culminantemente na Europa Ocidental, através do
declínio do Império Romano, que ao passo dividiu-se em reinos, quando o comércio
praticamente desapareceu das relações sociais e trouxe a agricultura como principal atividade
econômica.
Este Estado representa uma fase bem longa e difícil de definir: era instável e
heterogêneo, composto centralmente de eventos como o cristianismo colocado no ápice de
influência e poder, as invasões bárbaras, e o feudalismo como organização da sociedade.
20
4.1. Origem do Estado Moderno
Segundo Fernando Loureiro Bastos24, o Estado Moderno surgiu nos séculos XIII-XIV,
nas diversas partes da Europa, com a crise do sistema político medieval. Segundo Jean Bodin,
a soberania é a base do Estado Moderno.
centralização do poder;
emancipação política em relação ao Papa e ao imperador;
imediatividade ou a ligação directa entre o estado e o indivíduo;
poder centrado no rei.
24
BASTOS, Fernando Loureiro (1999) Ciência Política – guia de estudo, Faculdade de Direito, UEM/Livraria
Universitária, Maputo, Moçambique.
21
O Estado Moderno surge com a transição da idade média para a idade moderna. O
Estado Moderno transformou a organização política do mundo inteiro. No caso do Brasil, o
Estado Moderno fez-se sentir no período pós-independência, resultando na constituição de
1988. O Estado Moderno na contemporaneidade, enfrentou os desafios da globalização e
movimentos de descentralização.
4.2.1.2. República
O poder é exercido por representantes eleitos pelo povo. A república pode ser
presidencialista, quando o presidente é o chefe de Estado e de governo, ou parlamentarista,
25
SUNDFELD, Carlos (2019) Teoria Geral do Estado, 7.ª edição, Malheiros Editores, p. 10.
22
quando o chefe de governo é o primeiro-ministro, indicado pelo parlamento.
23
A parte seguinte do trabalho foi elaborado por: Egídio Hericlénio Mateus
Simango
Assim, isto foi contribuindo para a procura da unidade, que teria por consequência um
novo tipo de Estado, caracterizado por um poder soberano, que será o Estado Moderno.27
24
carisma;
existência contínua do poder mesmo após a mudança de governantes;
o poder deve-se submeter ao fim último que é o bem comum e não a fins
que não tem em conta os cidadãos;
criação de órgãos jurídicos tendo em conta à vontade colectiva.
c) Autonomia – o Estado possui suas metas próprias como assegurar a integração,
orientação e a segurança da sociedade, na qual a sua actuação para atingir os
mesmos é justificada.
d) Coercibilidade – que pode ser o uso exclusivo da força fundado na justiça. Assim,
o Estado deve:
assegurar a justiça entre as pessoas e os grupos;
usar a força exclusivamente fundamentando-se pela justiça.
e) Peculiar sedentariedade – significa a não-deslocação e a fixação de um certo
território que se traduz em:
a comunidade e o poder político concentrando-se num território. Segundo
Salif Maluf: “O Estado Moderno é rigorosamente territorial, afirma
Queiroz Lima. Esse elemento físico (…) é indispensável à configuração do
Estado”.29
f) A secularização ou laicidade – a comunidade não se baseará em religião, quer
dizer, o poder político não terá fins religiosos e os sacerdotes não serão
caracterizados pelo poder político.30
g) A concepção do poder em termos de soberania – sendo que é um poder
independente, que possui uma autoridade suprema dentro do seu território e não
depende completamente dos outros Estados mas sim coexiste e tem uma relação
com os mesmos.
H)
29
MALUF, Sahid (2019) Teoria Geral do Estado, 35.ª edição, Editora Saraiva, p. 25.
30
Fernando Loureiro Bastos, Ciência Política – guião de estudo, Associação Académica da Faculdade Direito
Lisboa, Lisboa, 1999, p. 123.
25
5. CONCLUSÃO
O Estado no geral pode ser definido como uma sociedade politicamente organizada,
que tem elementos como: o território, o povo, o poder político e a soberania. Existem diversas
teorias criadas para explicar a origem do Estado mas duas delas se destacam: a teoria
naturalista e a teoria contratualista.
Segundo Dalmo de Abreu Dalari, a criação do Estado por formação deriva, isto é, a
partir dos Estados pré-existentes. Esta formação é verificada através de dois processos típicos
e opostos: o processo de fracionamento e processo de união dos Estados.
Os Estados mais antigos que a história relata foram os grandes impérios que se
formaram no oriente a 3000 a.C.
26
6. RELATÓRIO FINAL DO TRABALHO
O presente trabalho foi formado por 10 membros. Para a execução do trabalho,
começamos por criar subgrupos, de modo que, o tema sobre Teorias sobre a origem e
formação do Estado, esteve encarregue ao subgrupo 1; Evolução histórica do Estado esteve
encarregue ao subgrupo 2 e por fim, Teorias sobre a origem e formação do Estado
Moderno ficou encarregue ao subgrupo 3.
A introdução do trabalho foi feita por Egídio Simango, a conclusão foi feita por
Edyvânia Mananze e o trabalho foi compilado por Egídio Simango. O grupo se organizou de
forma eficiente e contou com uma variedade de habilidades e contribuições.
27
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APPIO, Eduardo, Teoria Geral do Estado e da Constituição, Curitiba: Juruá, 2005.
AZAMBUJA, Darcy, Teoria geral do Estado, 2.ª edição, Editora Globo, São Paulo.
AZAMBUJA, Darcy, Teoria geral do Estado, 4.ª edição, São Paulo: Globo.
AZAMBUJA, Darcy, Introdução à Ciência Política, 2.º edição, São Paulo: Globo, 2008.
BARRATA, Oscar Soares, estados políticos e sociais, Volume XVI, Lisboa, 1988.
COTTA, Maurizio, Democracia, partidos e elites políticas, (colecção estudos políticos) livros
horizontes, 2008.
DALARI, Dalmo de Abreu, Elementos de Teoria Geral do Estado, 2.ª edição, atualizada,
Editora Saraiva, 1998.
DALARI, Dalmo de Abreu, Elementos de Teoria Geral do Estado, 3.ª edição, São Paulo:
Saraiva, 2013.
DE MORAIS, José Luís Bolzan; STRECK, Lenio Luz, Ciência Política e Teoria do Estado,
7.ª edição, Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
MALUF, Salid, Teoria Geral do Estado, 26ª edição, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva,
2006.
MALUF, Sahid, Teoria Geral do Estado, 35.ª edição, Editora Saraiva, 2019.
28
MURTEIRA, Mário, Lições de economia política e desenvolvimento, 1.ª edição, revista e
actualizada.
SOARES, Mário Lúcio Quintão, Teoria do estado: Introdução, 2.ª edição, Belo Horizonte,
2004.
SUNDFELD, Carlos, Teoria Geral do Estado, 7.ª edição, Malheiro Editores, 2019.
Mundo Educação, Estado Moderno, in
https://mundoeducação.uol.com.br/historiageral/estado-moderno.htm, acedido no dia
13.04.2024.
29