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Eiacap IV Parte #2

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5.

SISMICIDADE E TECTÓNICA
5.1 Sismicidade
A actividade sísmica em Portugal Continental resulta da sua proximidade geográfica à
fronteira entre as placas tectónicas Euro-Asiática e Africana, numa faixa que se estende
desde Gibraltar até ao arquipélago dos Açores.

A Carta de Isossistas de Intensidades Máximas de Portugal Continental, do Instituto de


Meteorologia, apresentada na Figura IV.7, foi elaborada em função das intensidades
sísmicas máximas com que foram sentidos no Continente todos os sismos, quer
históricos, quer actuais.
Figura IV.7 – Carta de Isossistas de Intensidades Máximas de Portugal Continental
VII

VII

VI

VII

SIMBOLOGIA:

- ZONA DO PROJECTO

- ZONA DE INTENSIDADE V
IX - ZONA DE INTENSIDADE VI
- ZONA DE INTENSIDADE VII
VIII
- ZONA DE INTENSIDADE VIII
- ZONA DE INTENSIDADE IX
- ZONA DE INTENSIDADE X

VII
SIMBOLOGIA:

- ZONA DO PROJECTO

- ZONA DE INTENSIDADE V

VIII - ZONA DE INTENSIDADE VI


- ZONA DE INTENSIDADE VII
- ZONA DE INTENSIDADE VIII
IX - ZONA DE INTENSIDADE IX
- ZONA DE INTENSIDADE X
X

Fonte: Instituto de Meteorologia

Os sismos que se fazem sentir com maior intensidade em Portugal Continental têm os
seus epicentros situados no Oceano Atlântico, com excepção do terramoto de Benavente
de 1909 e de alguns sismos nas regiões de Évora e Beja, pelo que os sismos de grau VII
e superiores na Escala de Mercalli Modificada se situam predominantemente na região
litoral ocidental, a Sul do Porto, e ao longo da costa algarvia.

A área de análise, de acordo com a Carta de Isossistas apresentada, situa-se numa zona
de intensidade sísmica de grau VII na Escala de Mercalli Modificada, com efeitos do
tipo Muito Forte, que originam alguns danos materiais nas construções, variáveis em
função do tipo de alvenaria utilizada, provoca pequenos desmoronamentos e
abatimentos ao longo das margens de areia e cascalho e danos nos diques de betão
armado para irrigação.

Estudo de Impacte Ambiental da Central Termoeléctrica a Biomassa – Relatório


IV-51
Os efeitos do grande sismo de 1909, com epicentro em Benavente, fizeram-se sentir no
concelho da Figueira da Foz e envolvente, tendo sido registadas as seguintes
intensidades, na escala de Mercalli (Rocha et al., 1981):

− Figueira da Foz e Buarcos ..........graus IV e V;


− Montemor-o-Velho.....................grau VI-VII.

Relativamente à acção dos sismos, o RSA - Regulamento de Segurança e Acções para


Estruturas de Edifícios e Pontes (Decreto-Lei n.º 235/83, de 31 de Maio) divide o
território continental português em quatro zonas sísmicas, que por ordem decrescente de
sismicidade são designadas por A, B, C e D (Figura IV.8).

Figura IV.8 – Zonamento Sísmico de Portugal Continental (RSAEEP)

Os valores característicos das acções dos sismos – coeficiente de sismicidade (α) – são
quantificados em função da zona em que se situa a estrutura e da natureza dos terrenos a
mobilizar. O coeficiente de sismicidade assume os valores de 1,0, 0,7, 0,5 e 0,3 nas
zonas sísmicas A, B, C e D, respectivamente.

O projecto em apreço irá localizar-se na zona sísmica C, em que o coeficiente de


sismicidade (α = 0,5) correspondente a um efeito moderado.

Estudo de Impacte Ambiental da Central Termoeléctrica a Biomassa – Relatório


IV-52
5.2 Tectónica
Do ponto de vista geo-estrutural, a área em estudo situa-se entre duas zonas sinclinal,
com orientação NW-SE, constituídas pelo sinclinal do Louriçal, Diapiro de Monte Real,
sinclinal da Ervedeira e Diapiro da Ervedeira. Mais a Norte, surge o anticlinal complexo
Buarcos-Verride, disposto em arco e falhado no flanco NE, com abatimento do bordo
NE e levantamento do flanco SW.

No local da instalação não se detectam falhas ou dobras, identificando-se, a Oeste, uma


falha provável com tipo de movimentação desconhecida (Fig. IV.9).

5.3 Síntese
Figueira da Foz localiza-se numa zona sísmica C, onde já foram sentidos efeitos
sísmicos de grau IV e V da escala de Mercalli Modificada. Segundo o RSA –
Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes, o local de
intervenção situa-se na zona sísmica C, em que o coeficiente de sismicidade α = 0,5
corresponde a uma classe de sismicidade moderada.

Em termos de tectónica, não se detectam falhas ou dobras no local de implantação do


projecto, identificando-se, a Oeste, uma falha provável com tipo de movimentação
desconhecida.

6. SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO


6.1 Caracterização Regional
A caracterização do tipo de solos ocorrentes na área de implantação do Projecto foi
efectuada com base na cartografia publicada pela Direcção-Geral de Agricultura e
Desenvolvimento Rural, designadamente a Carta Complementar de Solos e a Carta
Complementar de Capacidade de Uso do Solo (n.ºs 248-A e 249), bem como na
informação geológica disponível e na avaliação efectuada in situ.

As unidades pedológicas presentes na região envolvente do local de intervenção


apresentam uma grande diversidade, resultante, fundamentalmente, dos factores
geológicos que lhe estiveram na origem.

Os principais solos ocorrentes na margem direita do rio Mondego são os seguintes


(Cardoso et al, 1971):

− Cambissolos cálcicos;
− Cambissolos êutricos, ocupando a orla fluvial e associados às formações
sedimentares e aluvionares;
− Fluviossolos êutricos, associados a fluvissolos calcários resultantes dos processos
de deposição aluvionar;
− Algumas manchas de aluviossolos gleizados.

Estudo de Impacte Ambiental da Central Termoeléctrica a Biomassa – Relatório


IV-53
DO MONDEGO

CENTRAL TERMOELÉCTRICA A BIOMASSA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL


FIGURA IV.9 - CARTA NEO-TECTÓNICA
FONTE: Carta Neotectónica de Portugal, Direcção Geral de Geologia e Minas, 1988 ESC.: 400 000
Na margem esquerda do rio Mondego, os principais solos presentes são os seguintes
(Cardoso et al, 1971):

− Podzóis órticos associados a Regossolos êutricos, ocupando a orla marítima, numa


faixa de cerca de 5 km, associados às formações dunares Holocénicas;
− Podzóis órticos associados a cambissolos êutricos, ocupando a faixa mais interior.

6.2 Caracterização Local


No Quadro IV.3 esquematiza-se a organização das unidades pedológicas ocorrentes na
área directa de intervenção e sua envolvente, de acordo com a Classificação de Solos de
Portugal (Cardoso, 1974), e na Figura IV.10 apresenta-se o extracto da Carta de Solos
correspondente.

Quadro IV.3 – Unidades pedológicas ocorrentes na área directa de intervenção e sua envolvente
Ordem Sub-Ordem Grupo (Família) Subgrupo
- - - • Área Social
intervenção
directa de
Área

Regossolos Regossolos Psamíticos • Rg - Regossolos Psamíticos, Normais, não


Solos Incipientes
Psamíticos não húmidos húmidos

Regossolos Regossolos Psamíticos • Rgc - Regossolos Psamíticos, Para-


Solos Incipientes
Psamíticos húmidos cultivados hidromórficos, húmidos, cultivados
Solos Hidromórficos, Cal - Para-Aluviossolos (ou Para-
Área envolvente


Solos Para-Aluviossolos (ou
Sem Horizonte Coluviossolos), de aluviões ou coluviais de
Hidromórficos Para-Coluviossolos)
Eluvial textura ligeira
Solos Podzóis (Não
Podzóis Não • Pz - Podzóis (Não Hidromórficos) Com
Podzolizados Hidromórficos) Com
Hidromórficos Surraipa de areias ou arenitos (Pz)
Surraipa
Podzóis Podzóis Hidromórficos • PZh - Podzóis Hidromórficos Com Surraipa:
Hidromórficos Com Surraipa: - de areias ou arenitos

De acordo com a Carta de Solos, verifica-se que os elementos de projecto como a


caldeira a biomassa e o turbogerador (ambos em edifícios existentes), bem como o novo
edifício da subestação estão localizados na categoria “Área Social”, correspondente a
solos intervencionados e associados a actividades de cariz urbano-industrial.

Já os restantes elementos de projecto, como a preparação e armazenagem de biomassa e


o posto de seccionamento, estão localizados em Solos Incipientes, pertencentes à
família dos Regossolos Psamíticos. Como foi referido anteriormente, a situação actual é
diversa da que reporta a referida Carta de Solos, encontrando-se o terreno actualmente
terraplenado, compactado e parcialmente pavimentado.

Por seu lado, na envolvente directa do local do Projecto estão representadas, considerando
os níveis taxonómicos superiores, três Ordens da Classificação de Solos de Portugal
(Cardoso, 1974): Solos Incipientes, Solos Hidromórficos e Solos Podzolizados, a que
correspondem 5 famílias, como seguidamente se descreve.

Estudo de Impacte Ambiental da Central Termoeléctrica a Biomassa – Relatório


IV-55

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