Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Engenharia Elétrica – FEN
Departamento de Engenharia Elétrica – DEE
LABORATÓRIO DE CIRCUITOS – II
Turma 2
Julia de Oliveira Feitosa
Bárbara Donald
Tamires da Silva Rodrigues
Variação da Impedância Com a Frequência
Experiência 2
Prof. Gustavo Martins
Data da experiência: 04/04/2024
Data da entrega: 11/04/2024
Rio de Janeiro
2024
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Materiais e métodos
2.1 Materiais Utilizados
2.2 Procedimentos teóricos
3. Resultados
4. Discussão de Resultados
5. Conclusões
6. Referências bibliográficas
7. Anexos
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1. INTRODUÇÃO
Os indutores e capacitores são componentes passivos que não exibem comportamento
linear devido ao armazenamento de energia. Ao analisar esses componentes em regime
permanente senoidal, a abordagem mais eficaz para obter informações desses circuitos é através
da transformação de seus equivalentes em impedâncias.
Dessa forma, é necessário utilizar as fórmulas de transformação de impedâncias
capacitivas e indutivas, visto que a impedância resistiva permanece inalterada. Essas relações são
demonstradas abaixo:
𝑍𝑐 = 1/𝑗ωC e 𝑍𝑙 = 𝑗ω𝐿
Ao observar o comportamento de um circuito RLC série em regime permanente senoidal,
percebe-se que, ao alterar a frequência do circuito (ω), as saídas irão variar, visto que a
impedância será modificada.
Um ponto bastante importante ao falar desses circuitos em regime permanente senoidal
RLC em série é a frequência de ressonância ωr. Essa frequência, quando igualada à frequência
natural de oscilação do sistema, faz com que as impedâncias capacitiva e indutiva se anulem,
restando apenas a impedância resistiva atuando nesse circuito.
A frequência de ressonância ωr pode ser calculada por:
ω𝑟 = 1/ 𝐿𝐶
Sendo L a indutância do indutor e C a capacitância do capacitor.
Deste modo, este experimento tem como objetivo analisar as mudanças das tensões de
saída em um circuito RLC série em regime permanente senoidal a partir da mudança da
frequência de ressonância ωr.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais Utilizados
1. Osciloscópio digital de dois canais;
2. Gerador de sinais;
3. 1 década resistiva;
4. 1 caixa de capacitância;
5. 1 bobina U+I com um indutor de 1000 espiras.
2.2 Procedimentos Teóricos
1. Montar o circuito da Figura 1, colocando a tensão de entrada v(t) com amplitude de 5V e
a saída vr(t) no osciloscópio;
Figura 1: Circuito RLC em regime permanente senoidal em série.
Fonte: Experiência 2 – Variação da Impedância com a Frequência.
2. Medir o valor da tensão vr(t) e a sua defasagem, usando os cursores do osciloscópio, em
relação à tensão de entrada do circuito de acordo com seis configurações de frequência:
25% ωr, 50% ωr, 75% ωr, 100% ωr, 150% ωr e 200% ωr;
3. Calcular de forma indireta a corrente e a impedância para cada uma das frequências
utilizadas a partir dos valores de tensão obtidos;
4. Repetir os passos 1, 2 e 3 para o capacitor do circuito.
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3. RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados referentes aos cálculos analíticos, à
programação e os resultados analíticos relacionados a cada frequência utilizada.
3.1 Resultados Analíticos
Figura 2: Cálculo referente à frequência angular de ressonância do circuito RLC
Fonte: Preparatório Tamires Rodrigues.
Figura 3: Cálculos referentes às impedâncias para cada frequência angular.
Fonte: Preparatório Tamires Rodrigues
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Figura 4: Cálculos referentes à corrente e tensões do circuito RLC.
Fonte: Preparatório Tamires Rodrigues
Tabela 1: Resultados.
Fonte: Preparatório Tamires Rodrigues
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3.2 Resultados da Programação
import math as mt
import cmath as cmt
# Parametros
v = 5 + 0j
wo =10**4 * x
R = 1000 + 0j
C = 0.01 * 10 **(-6)
XC = 0 - (1j/(wo * C))
L = 1
XL = complex(0,wo)
# Cálculo da impedância total
REQ = R + XC + XL
# Transformar para polar
REQ_polar = cmt.polar(REQ)
# Saídas restantes
I = v / REQ
Vo = I * R
VC = I * XC
VL = I * XL
I_polar = cmt.polar(I)
Vo_polar = cmt.polar(Vo)
VC_polar = cmt.polar(VC)
VL_polar = cmt.polar(VL)
print(f'Frequência Angular = {wo} rad/s ({x*100}%)\n')
print(f'VR = {round(Vo_polar[0], 3)} <{round(mt.degrees(Vo_polar[1]), 3)}°
V\n')
print(f'I = {round(I_polar[0], 4) * 1000} <{round(mt.degrees(I_polar[1]),
3)}° mA\n')
print(f'VC = {round(VC_polar[0], 3)} <{round(mt.degrees(VC_polar[1]), 3)}°
V\n')
print(f'VL = {round(VL_polar[0], 3)} <{round(mt.degrees(VL_polar[1]), 3)}°
V\n')
print(f'Z = {round(REQ_polar[0], 3)} <{round(mt.degrees(REQ_polar[1]),
3)}° \n')
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Frequência Angular = 2000.0 rad/s (20.0%)
VR = 0.104 <88.807° V
I = 0.1 <88.807° mA
VC = 5.207 <-1.193° V
VL = 0.208 <178.807° V
Z = 48010.416 <-88.807°
Frequência Angular = 5000.0 rad/s (50.0%)
VR = 0.333 <86.186° V
I = 0.3 <86.186° mA
VC = 6.652 <-3.814° V
VL = 1.663 <176.186° V
Z = 15033.296 <-86.186°
Frequência Angular = 7500.0 rad/s (75.0%)
VR = 0.845 <80.272° V
I = 0.8 <80.272° mA
VC = 11.264 <-9.728° V
VL = 6.336 <170.272° V
Z = 5918.427 <-80.272°
Frequência Angular = 10000 rad/s (100.0%)
VR = 5.0 <0.0° V
I = 5.0 <0.0° mA
VC = 50.0 <-90.0° V
VL = 50.0 <90.0° V
Z = 1000.0 <0.0°
Frequência Angular = 15000.0 rad/s (75.0%)
VR = 0.596 <-83.157° V
I = 0.6 <-83.157° mA
VC = 3.972 <-173.157° V
VL = 8.936 <6.843° V
Z = 8393.119 <83.157°
Frequência Angular = 20000 rad/s (200.0%)
VR = 0.333 <-86.186° V
I = 0.3 <-86.186° mA
VC = 1.663 <-176.186° V
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VL = 6.652 <3.814° V
Z = 15033.296 <86.186°
Os Gráficos 1 e 2 plotados em Excel mostram, respectivamente, como a
impedância e o ângulo de fase de um circuito variam com a frequência.
Gráfico 1- Módulo da Impedância X Frequência
Gráfico 2 - Ângulo de Fase da Impedância X Frequência
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3.3 Resultados Experimentais
As figuras abaixo apresentam os dados obtidos em bancada, onde pode-se analisar
a tensão de entrada (em amarelo) e tensão de saída no resistor e no capacitor (em azul)
para cada percentual de frequência de ressonância.
● 20% de Wr
Figura 5: Osciloscópio com saída Vr para 20% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 6: Osciloscópio com saída Vc para 20% Wr
Fonte: Os Autores.
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● 50% de Wr
Figura 7: Osciloscópio com saída Vr para 50% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 8: Osciloscópio com saída Vc para 50% Wr
Fonte: Os Autores.
10
● 75% de Wr
Figura 9: Osciloscópio com saída Vr para 75% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 10: Osciloscópio com saída Vc para 75% Wr
Fonte: Os Autores.
11
● 100% de Wr
Figura 11: Osciloscópio com saída Vr para 100% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 12: Osciloscópio com saída Vc para 100% Wr
Fonte: Os Autores.
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● 150% de Wr
Figura 13: Osciloscópio com saída Vr para 150% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 14: Osciloscópio com saída Vc para 150% Wr
Fonte: Os Autores.
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● 200% de Wr
Figura 15: Osciloscópio com saída Vr para 200% Wr
Fonte: Os Autores.
Figura 16: Osciloscópio com saída Vc para 200% Wr
Fonte: Os Autores.
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4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Nesta seção serão realizados comentários acerca dos resultados obtidos durante essa
experiência. As tabelas 1, 2 e 3 a seguir exibem os resultados de Vr, Vc, I e a impedância
equivalente obtidos em bancada , analiticamente respectivamente.
Tabela 1 - Resultados de bancada.
Tabela 2 - Resultados analíticos.
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Ao analisar os dados das tabelas, nota-se que à medida que a frequência aumenta, a fase
das tensões Vr e Vc diminui. Isso se deve à relação direta entre a frequência e a impedância dos
capacitores e indutores. O indutor tem sua impedância aumentada de forma proporcional à
frequência, enquanto a relação com a impedância capacitiva é inversa, resultando em sua
diminuição.
Consequentemente, o circuito adquire uma característica mais indutiva conforme a
frequência aumenta. Sabe-se que a fase da tensão em indutores está atrasada em relação à sua
corrente, logo, o incremento desse caráter indutivo provoca um atraso maior na tensão resultante,
ocasionando a redução da fase.
Essa observação também explica por que as fases das impedâncias são inicialmente
negativas, indicando um caráter predominantemente capacitivo. No entanto, quando a frequência
atinge 100% de ωr, a fase tende a se aproximar de zero, assumindo um caráter resistivo. À
medida que as frequências aumentam ainda mais, a fase da impedância se torna positiva,
evidenciando um comportamento predominantemente indutivo.
A amplitude das tensões e correntes aumenta até atingir 100% da frequência de
ressonância angular devido à minimização da impedância do circuito, e após passar esse ponto, a
amplitude começa a diminuir devido ao aumento da impedância causada pelo efeito dominante
da reatância indutiva.
No ponto de ressonância, a resistência ao fluxo da corrente é a menor possível, então a
corrente atinge o seu valor máximo.
Ao passar a frequência de ressonância, a situação se inverte. A resistência ao fluxo de
corrente começa a aumentar novamente. Isso acontece porque o indutor começa a ter uma maior
influência. Em altas frequências, o indutor resiste mais às mudanças de corrente, aumentando a
impedância e fazendo com que a corrente e a amplitude da tensão diminuam.
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5. CONCLUSÕES
Ao analisar os resultados obtidos, pode-se concluir que a variação da frequência em um
circuito contendo capacitores e indutores causam variações na fase das tensões e nas
características do circuito. A relação direta entre a frequência e a impedância desses elementos é
o que explica essa situação. À medida que a frequência aumenta, a impedância do indutor
aumenta enquanto a do capacitor diminui. Esse aumento de influência indutiva resulta em um
atraso maior na fase das tensões, levando a uma diminuição geral na fase.
Além disso, observou-se que quando a frequência wr é igualada à frequência natural de
oscilação do sistema, as impedâncias capacitiva e indutiva se anulam, restando apenas a
impedância resistiva atuando nesse circuito. Nessa experiência, não foi possível visualizar esse
processo, visto que o indutor estava envolvido em um núcleo de ferro que impossibilitou o
defasamento completo e, também causou alterações nos resultados obtidos em bancada,
proporcionando desvios maiores em relação aos dados obtidos analiticamente.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● Depto. de Engenharia Elétrica UERJ - Circuitos Elétricos 2 (Experiência 2 – Variação da
Impedância com a Frequência).
7. ANEXOS
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