#Aula 01
#Aula 01
1) Inquérito Policial
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2) Questões Comentadas - Inquérito Policial - Cebraspe 46
Natureza e características
Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inquérito Policial, para, a partir daí, estudarmos
os demais pontos. Podemos defini-lo como:
Assim, por Polícia Judiciária podemos entender a Polícia responsável por apurar fatos criminosos
e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, houve o crime e quem o praticou
(materialidade e autoria). A Polícia Judiciária é representada, no Brasil, pela Polícia Civil e pela
Polícia Federal.
A Polícia Militar, por sua vez, não tem precípua função investigatória, mas apenas função
administrativa (Polícia administrativa), de caráter ostensivo, ou seja, sua função é agir na
prevenção de crimes, não na sua apuração!
Nos termos do art. 4° do CPP:
Porém, é bom ressaltar: embora o IP seja instaurado e conduzido pela Polícia Judiciária (Polícia
Civil, Polícia Feral, etc.), isso não significa que tais polícias façam parte do Poder Judiciário ou
que o IP seja um processo judicial. Não! O IP tem natureza de procedimento administrativo, e
não de processo judicial, como veremos adiante.
O inquérito policial possui algumas características, atreladas à sua natureza. São elas:
a) Administrativo
O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui nítido
caráter administrativo. O Inquérito Policial não é fase do processo! Cuidado! O IP é
pré-processual!
O IP é instaurado e conduzido por um órgão da administração pública não dotado de poder
jurisdicional (poder de dizer o Direito), que é a autoridade policial, integrante da Polícia
Judiciária.
Trata-se de um procedimento de investigação criminal conduzido pela polícia, com vistas à
elucidação de fato criminoso supostamente ocorrido.
1
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 – Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. – 28. ed.
ver. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2006.
Daí porque eventual irregularidade ocorrida durante a investigação não gera nulidade do
processo. 2
b) Inquisitorialidade
A inquisitorialidade do Inquérito decorre de sua natureza pré-processual3. No Processo temos
autor (MP ou vítima), acusado e Juiz. No Inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem
acusado. O Juiz existe, mas ele não conduz o IP, quem conduz o IP é a autoridade policial
(Delegado). No Inquérito Policial, por ser inquisitivo, não há direito ao contraditório pleno nem à
ampla defesa4.
Como dissemos, no IP não há acusação alguma. Há apenas um procedimento administrativo
destinado a reunir informações para subsidiar um ato (oferecimento de denúncia ou queixa). Não
há, portanto, acusado, mas investigado ou indiciado (conforme o andamento do IP).5
Em razão desta ausência de contraditório pleno, o valor probatório das provas obtidas no IP é
muito pequeno, servindo apenas para angariar elementos de convicção ao titular da ação penal
(o MP ou o ofendido, a depender do tipo de crime) para que este ofereça a denúncia ou queixa.
c) Oficiosidade
Em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve
instaurar o Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um delito desta natureza.
Quando o crime for de ação penal pública incondicionada (regra), portanto, a instauração do IP
poderá ser realizada pela autoridade policial independentemente de provocação de quem quer
seja. Na verdade, o IP deverá ser instaurado neste caso (princípio da oficiosidade, que veremos
adiante).
É claro que, se o MP já dispuser dos elementos necessários ao ajuizamento da ação penal, o IP
não precisa ser iniciado, podendo ser dispensada pelo MP a sua instauração (art. 39, §5º do CPP).
2
Este é o entendimento do STJ, no sentido de que eventuais nulidades ocorridas durante a investigação não
contaminam a ação penal, notadamente quando não há prejuízo algum para a defesa (STJ - AgRg no HC
235840/SP).
3
Para entendermos, devemos fazer a distinção entre sistema acusatório e sistema inquisitivo.
O sistema acusatório é aquele no qual há dialética, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte rebate as
teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatório é multilateral.
Já o sistema inquisitivo é unilateral. Não há acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No sistema
inquisitivo não há acusação propriamente dita.
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso não significa que o indiciado não possua direitos, como o de ser
acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora não possua o Direito Constitucional ao
Contraditório e à ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas algumas diligências. Entretanto, a
realização destas não é obrigatória pela autoridade policial.
5
Entretanto, CUIDADO:
O STJ possui decisões concedendo Habeas Corpus para determinar à autoridade policial que atenda a
determinados pedidos de diligências;
O exame de corpo de delito não pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
O que o inciso I do art. 5º quer dizer é que a autoridade policial tem o poder-dever de
instaurá-lo, de ofício, no caso de crimes desta natureza (O que determinará a instauração, ou não,
será a existência de indícios mínimos da infração penal e a eventual utilidade do IP).
Mas, isso não ocorrerá em todos os casos. Em se tratando de infração de menor potencial
ofensivo, não haverá, a princípio, instauração de inquérito policial, cabendo à autoridade policial
a lavratura do TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), que é uma peça informativa,
contendo a dinâmica dos fatos, os envolvidos, etc.
Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo as contravenções penais (todas) e os
crimes cuja pena máxima não exceda 02 anos, nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95 (Lei dos
Juizados especiais criminais).
ATENÇÃO! Em se tratando de crime ou contravenção praticado no âmbito da violência
doméstica e familiar contra a mulher, não serão aplicáveis as disposições da Lei 9.099/95, de
forma que não será lavrado TCO, devendo a autoridade policial proceder à instauração do
inquérito policial, desde que preenchidos os requisitos para tanto.
d) Oficialidade
O IP é conduzido por um órgão oficial do Estado, qual seja, a Polícia Judiciária, através da
autoridade policial.
Ainda que estejamos diante de um crime de ação penal de iniciativa privada (ex.: crime de dano
simples, praticado contra um particular), a atividade de investigação criminal realizada por meio
do inquérito policial incumbirá ao Estado, por meio da Polícia Judiciária. Ou seja, mesmo nos
crimes em que se confere à vítima a titularidade do direito de ajuizar a ação penal, o inquérito
policial será instaurado, conduzido e presidido por órgão oficial do Estado.
e) Procedimento escrito
Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que
forem orais (como depoimento de testemunhas, interrogatório do indiciado, etc.):
Essa regra encerra outra característica do IP, citada por alguns autores, que é a da formalidade.
f) Indisponibilidade
Uma vez instaurado o IP, não pode a autoridade policial arquivá-lo:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Assim, quem instaura, conduz e preside o IP não possui poderes para DISPOR do inquérito, ou
seja, para mandar arquivar os autos do IP. JAMAIS.
Frise-se que, atualmente, o CPP estabelece o arquivamento direto pelo MP, sem participação do
Judiciário. Todavia, a nova redação do art. 28 do CPP está suspensa pelo STF (liminar concedida
em ADI), de forma que o regramento antigo ainda é o aplicável, na prática (MP promove pelo
arquivamento e o Judiciário arquiva).
Seja como for, o arquivamento do IP não é conferido à autoridade policial, ainda que haja
evidente hipótese de arquivamento (ex.: atipicidade, extinção da punibilidade, etc.).
g) Dispensabilidade
O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, é perfeitamente possível que a ação penal seja
ajuizada sem que tenha havido inquérito policial anteriormente. Dado seu caráter informativo
(busca reunir informações), caso o titular da ação penal já possua todos os elementos necessários
ao oferecimento da ação penal, o Inquérito será dispensável. Um dos artigos que fundamenta
isto é o art. 39, § 5° do CPP6.
EXEMPLO: Ministério Público instaura um inquérito CIVIL para apurar suposta prática de ato de
improbidade administrativa. Todavia, no curso das investigações do inquérito CIVIL, o MP
concluir ter havido, também, prática de crime. Entendendo que os elementos ali obtidos são
suficientes, o MP pode, perfeitamente, oferecer denúncia com base em tais elementos,
dispensando a instauração do inquérito policial.
h) Discricionariedade
A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera, sem
necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido7. Essa discricionariedade não se confunde
com arbitrariedade, não podendo o Delegado (que é quem preside o IP) determinar diligências
meramente com a finalidade de perseguir o investigado, ou para prejudicá-lo.
A finalidade da diligência deve ser sempre o interesse público, materializado no objetivo do
Inquérito, que é reunir elementos de autoria e materialidade do delito. Ademais, a
discricionariedade não está relacionada à instauração (ou não) do IP. Quanto à instauração,
havendo elementos para tanto, o IP deve ser instaurado. A discricionariedade se refere à
condução das investigações.
6
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que
o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
7
A propósito da condução do IP pela autoridade policial, é importante destacar que estas devem atuar com
imparcialidade, apesar de não se tratar de um processo judicial. Tanto o é que devem se declarar suspeitas quando
houver situação que prejudique sua necessária imparcialidade:
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Como se vê, apesar de não haver possibilidade de arguição de suspeição da autoridade policial, esta tem o dever de
se declarar suspeita quando ocorrer motivo legal que gere suspeição.
i) Sigilo
O IP é sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero
procedimento investigatório, não havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a
qualquer do povo.8
Todavia, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus
advogados), motivo Pelo qual foi editada a súmula vinculante 14:
SÚMULA VINCULANTE 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
Assim, a autoridade policial não pode negar ao defensor do investigado o acesso aos elementos
de convicção que já constem nos autos do inquérito policial.
Todavia, o defensor não terá acesso às diligências investigatórias ainda pendentes (não iniciadas
ou ainda em curso), cuja ciência pela defesa possa gerar prejuízo à investigação (ex.:
interceptação telefônica do investigado, ainda em curso).
Caso tenha sido decretado segredo de Justiça (grau de sigilo ainda maior) em relação ao
inquérito como um todo ou a algumas peças específicas (ex.: quebra de sigilo bancário, fiscal,
etc.), o advogado do investigado precisará apresentar procuração para ter acesso a tais
elementos.
A própria súmula vinculante 14 já menciona que tal acesso deve se dar “no interesse do
representado”. Ora, de início, só há representação quando há mandato, e a procuração é o
instrumento de mandato, o que confere poderes ao advogado para agir em nome de alguém, no
caso, em nome do investigado.
A partir daí, firmou-se o entendimento de que o acesso aos autos do inquérito policial pelo
advogado, a princípio, independe de procuração. Todavia, nas hipóteses em que seja decretado
o sigilo do inquérito policial (sigilo de grau superior ao inerente a qualquer inquérito policial,
popularmente conhecido como “segredo de justiça”), passa a ser exigida a procuração para que
o advogado tenha acesso aos autos do inquérito policial, até pelo que dispõe o art. 7º, XIV do
EOAB:
8
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
Art. 7º (...) § 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar
procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído
pela Lei nº 13.245, de 2016)
As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser instaurado variam de acordo com a natureza
da Ação Penal para a qual ele pretende angariar informações. A ação penal pode ser pública
incondicionada, condicionada ou ação penal privada.
Mas, e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. Como deve proceder o Delegado, já que
a Constituição permite a manifestação do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada
“disque-denúncia”, muito utilizada nos dias de hoje. A solução encontrada pela Doutrina e pela
Jurisprudência para conciliar o interesse público na investigação com a proibição de
manifestações apócrifas (anônimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar ciência de fato
definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá instaurar o IP de imediato, mas
determinar que seja verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do
crime, instaurar o IP.9
9
(...) Admite-se a denúncia anônima como instrumento de deflagração de diligências, pela autoridade policial, para
apurar a veracidade das informações nela veiculadas, conforme jurisprudências do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS
28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA,
julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012)
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede a
deflagração da persecução penal pela chamada ‘denúncia anônima’, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min.
Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010 – Informativo 755 do STF).
11.1.2 Requisição do MP
O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do MP. Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado, não podendo ele se recusar
a cumpri-la, pois requisitar é sinônimo de exigir com base na Lei. Contudo, o Delegado pode se
recusar10 a instaurar o IP quando a requisição:
ATENÇÃO! É bem verdade que o STF suspendeu a eficácia do art. 3º-A do CPP
(e outros), motivo pelo qual o dispositivo ainda não é aplicável, embora previsto
no texto do CPP. Todavia, já é um indicativo da posição do legislador quanto às
restrições impostas ao Juiz na fase pré-processual.
Porém, em provas cuja literalidade do CPP seja o único conhecimento exigido para a resposta da
questão, recomenda-se entender como “correta” a assertiva/alternativa que mencione que o IP
pode ser instaurado por requisição da autoridade judiciária.
A denúncia anônima só pode ensejar a instauração do IP, excepcionalmente, quando se constituir como o próprio
corpo de delito (ex.: carta na qual há materialização do crime de ameaça, etc.).
10
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112
11
Neste último caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instauração solicitando que sejam
fornecidos os elementos mínimos para a instauração do IP.
11.1.3 Requerimento da vítima ou de seu representante legal
Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição. Por isso, a Doutrina entende que
nessa hipótese o Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a
análise dos fatos, entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e,
portanto, deixar de instaurar o IP.
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos.
Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° do CPP:
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o Chefe de Polícia. Vejamos:
Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao Delegado e ao
membro do MP. Caso não seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo Juiz ou Promotor e
àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP:
Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data
em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP:
Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal.
Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa
18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. Inclusive,
o verbete sumular n° 594 do STF se coaduna com este entendimento.
E se o autor do fato for o próprio representante legal? Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP12,
por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de representação:
11.2.2 Requisição do MP
Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser instaurado mediante
requisição do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
Ou seja, nada impede que a vítima ofereça representação perante o Ministério Público
(possibilidade prevista expressamente no art. 39 do CPP) e este, de posse da representação,
envie ao Delegado de Polícia requisição de instauração do Inquérito Policial.
11.2.3 Auto de Prisão em Flagrante
Também é possível a instauração de IP com fundamento no auto de prisão em flagrante,
dependendo, também, da existência de representação do ofendido. Caso o ofendido não exerça
esse direito dentro do prazo de 24h contados do momento da prisão, é obrigatória a soltura do
preso, mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro do prazo de 06
meses.
12
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por
curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo
penal.
11.2.4 Requisição do Ministro da Justiça
Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b do CP), crimes contra a honra cometidos contra o
Presidente da República ou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art.
145, § único do CP) e alguns outros.
Trata-se de requisição não dirigida ao Delegado, mas ao membro do MP! Entretanto, apesar do
nome requisição, se o membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento da
ação penal, não estará obrigado a promovê-la.
Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo
decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o requerimento para a
instauração do IP, nos termos do art. 31 do CPP:
Este requerimento também está sujeito ao prazo decadencial de seis meses, previsto no art. 38
do CPP, bem como deve atender aos requisitos previstos no art. 5°, § 1° do CPP, sempre que
possível.
11.3.2 Auto de Prisão em Flagrante
Também segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública condicionada, devendo o
ofendido manifestar seu interesse na instauração do IP dentro do prazo de 24h contados a partir
da prisão, findo o qual, sem que haja manifestação da vítima nesse sentido, ser o autor do fato
liberado.
Logo, dependerá de requerimento da vítima, de seu representante legal ou, em caso de morte
ou declaração judicial de ausência, dos seus sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão).
1.4 Fluxograma
ATENÇÃO! Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de
função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para
instaurar o IP (posição do STF, aplicável aos casos de foro por prerrogativa de função no STF).
Qual Tribunal? O Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente
praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos
crimes comuns praticados por deputados federais). Este é o entendimento adotado pelo STF,
mas há decisões do STJ em sentido contrário, motivo pelo qual deve-se ter atenção ao comando
da questão na hora da prova13.
Tramitação do IP
Já vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos estudar agora como se
desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).
13
STF - Inq. 2.411. Há decisões, no âmbito do STJ, em sentido contrário, o que indica uma provável alteração de
entendimento num futuro próximo.
1.5 Diligências Investigatórias
Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas pela autoridade policial. Estas
diligências estão previstas no art. 6° do CPP:
Alguns cuidados devem ser tomados quando da realização destas diligências, como a
observância das regras processuais de apreensão de coisas, bem como as regras constitucionais
sobre inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5°,
LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogatório do investigado, as normas referentes ao
interrogatório judicial (arts. 185 a 196 do CPP), no que for cabível.
Percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução
simulada. Essa reprodução é vedada quando contrariar a moralidade ou a ordem pública (no caso
de um estupro, por exemplo). O investigado não está obrigado a participar desta diligência, pois
não é obrigado a produzir prova contra si.
Importante, ainda, destacar o interrogatório do imputado em sede policial. Primeiramente,
deve-se aplicar, no que couber, o disposto a respeito do interrogatório em sede judicial. Além
disso, entende-se que não é indispensável a presença de defesa técnica no interrogatório em
sede policial, sendo suficiente que a autoridade policial assegure ao imputado o direito de se
fazer representar por advogado ou defensor público.
Ademais, o indiciado, em seu interrogatório em sede policial, tem direito ao silêncio, exatamente
como ocorre no interrogatório judicial. O direito ao silêncio engloba, ainda, o direito de ser
informado (antes do interrogatório) de que possui o direito ao silêncio, ou seja, conhecido como
“direito de advertência”. Caso o delegado de polícia proceda ao interrogatório em sede policial
sem informar ao indiciado seu direito ao silêncio isso irá configurar hipótese de nulidade relativa
do ato (tese nº 13 da edição 69 da Jurisprudência em teses do STJ).
Caso haja confissão por parte do imputado, deve o respectivo termo de confissão ser assinado
por duas testemunhas que tenham ouvido a leitura do termo.
Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados
ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos14. São eles:
14
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade
de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
⇒ Sequestro ou cárcere privado
⇒ Tráfico de pessoas
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Além disso, em se tratando de crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do MP ou a
autoridade policial poderão requisitar, mediante autorização judicial15, às empresas prestadoras
de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados
(meios técnicos) que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como
sinais, informações e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:
⇒ Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior
a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores será necessária ordem
judicial
Nesses crimes (relacionados ao tráfico de pessoas) o IP deverá ser instaurado em até 72h, a
contar do registro de ocorrência policial (informação da ocorrência do crime à autoridade, o
chamado “B.O.”).
De forma esquematizada:
15
Embora seja necessária a prévia autorização judicial, caso o Juiz não se manifeste em até 12h, a autoridade (MP ou
autoridade policial) poderá requisitar diretamente, sem a autorização judicial. Nesse caso, deverá comunicar tal fato
ao Juiz, imediatamente.
11.5.1 Requerimento de diligências pelo indiciado e pelo ofendido
O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realização de quaisquer diligências
(inclusive o indiciado também pode), mas ficará a critério da Autoridade Policial deferi-las ou
não.
Vejamos a redação do art. 14 do CPP:
Como se vê, o delegado não está obrigado a realizar as diligências requeridas (solicitadas) pela
vítima ou pelo indiciado, exatamente pela discricionariedade que possui quanto à condução da
atividade investigatória. Todavia, é importante destacar que o delegado, ao indeferir os
requerimentos formulados, deverá fazê-lo de forma fundamentada, ou seja, explicando os
motivos pelos quais entende que a diligência requerida é desnecessária ou incabível.
Contudo, com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório quando estivermos diante
de crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro, etc.), não podendo o Delegado deixar de
determinar esta diligência. Nos termos dos arts. 158 e 184 do CPP:
Art. 5º (...)
VIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
16
incluídos pela Lei 13.964/19, mas com vigência somente a partir de 30.05.2021, por se tratar de uma das partes
que foi originalmente vetada, mas cujo veto foi derrubado pelo Congresso Nacional, de forma que o Presidente da
República realizou a promulgação somente em 30.04.2021, com vacatio legis de 30 dias.
Contudo, percebam que a CF/88 veda a identificação criminal do civilmente identificado “salvo
nas hipóteses previstas em lei”. Quais são estas exceções?
A Lei que regulamenta a matéria, atualmente, é a Lei 12.037/09. Vejamos o que diz seu art. 3º:
Assim, em qualquer destes casos, poderá ser realizada a identificação criminal. Contudo, ainda
que haja necessidade de se proceder a este tipo vexatório de identificação, não se pode
proceder de forma a deixar constrangida a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado)
tomar as precauções necessárias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado.
11.5.4 Nomeação de curador ao indiciado
O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu interrogatório:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial.
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no que tange à alteração desta idade para
18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código
Civil em 2002.
Assim, atualmente este artigo está sem utilidade, pois não há possibilidade de termos um
indiciado que é civilmente menor (eis que a maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no
mesmo momento, aos 18 anos), diferentemente do que ocorria quando da edição do CPP, já que
naquela época a maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21
anos. Assim, era possível haver um indiciado que era penalmente maior, mas civilmente menor de
idade.
Forma de tramitação
Durante muito tempo houve uma divergência feroz na Doutrina e na Jurisprudência acerca do
direito do advogado de acesso aos autos do IP, principalmente porque o acesso aos autos do IP,
em muitos casos, acabaria por retirar completamente a eficácia de alguma medida preventiva a
ser tomada pela autoridade.
Visando a sanar essa controvérsia, o STF editou a súmula vinculante n° 14, que possui a seguinte
redação:
Súmula vinculante nº 14
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
⇒ Sim, o IP é sigiloso
17
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
⇒ Não, o IP não é sigiloso em relação ao advogado do indiciado, que deve ter livre acesso
aos autos do IP, no que se refere aos elementos que já tenham sido juntados a ele.18
É óbvio, portanto, que se há um pedido de prisão temporária, por exemplo, esse mandado de
prisão, que será cumprido em breve, não deverá ser juntado aos autos, sob pena de o advogado
ter acesso a ele antes de efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da mesma.
Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade (ou não) da presença do defensor
(Advogado ou Defensor Público) no Interrogatório Policial.
É pacífico que a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por
força do que dispõe o art. 185, §1° do CPP19.
Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se refere ao interrogatório em sede
policial. Vejamos o que diz o art. 6° do CPP:
Vejam que o inciso que trata do interrogatório em sede policial determina a aplicação das regras
do inquérito judicial, NO QUE FOR APLICÁVEL. A questão é: Exige-se, ou não, a presença do
advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser alertado sobre seu direito à
presença de advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a presença do advogado, o
interrogatório policial é válido. Assim, a regra é: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu
advogado presente no ato de seu interrogatório policial. Caso isso não ocorra (a POSSIBILIDADE
de ter o advogado presente), haverá nulidade neste interrogatório em sede policial.
Contudo, mais uma polêmica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou alguns dispositivos do Estatuto
da OAB, passou a prever, ainda, que é direito do defensor “assistir a seus clientes investigados
durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente”.
18
Não às diligências que ainda estejam em curso.
19
Art. 185 (...)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido,
desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a
presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
A pergunta que fica é: a presença do advogado passou a ser considerada INDISPENSÁVEL
também no interrogatório policial? Ainda não temos posicionamento dos Tribunais sobre isso,
pois é muito recente. Mas há duas correntes:
❖ 1º CORRENTE - O advogado, agora, é indispensável durante o IP.
❖ 2º CORRENTE - A Lei não criou essa obrigatoriedade. O que a Lei criou foi, na verdade,
um DEVER para o advogado que tenha sido devidamente constituído pelo indiciado (dever de
assisti-lo, sob pena de nulidade). Caso o indiciado deseje não constituir advogado, não haveria
obrigatoriedade.
Prevalece a segunda correta.
Frise-se, porém, que o art. 14-A do CPP, incluído pela Lei 13.964/19 (chamado “pacote
anticrime”), passou a estabelecer a obrigatoriedade de defesa técnica durante a investigação
contra agentes de segurança pública por atos relativos ao uso de força letal no exercício da
função.
A incomunicabilidade consiste em deixar o preso sem contato algum com o mundo exterior, seja
com a família, seja com seu advogado.
A despeito de o art. 21 do CPP ainda estar formalmente em vigor, a Doutrina é PACÍFICA (há um
ou outro entendimento isolado em sentido contrário) ao entender que tal previsão NÃO foi
recepcionada pela CF/88, por duas razões:
⇒ A CF/88 prevê que é direito do preso o contato com a família e com seu advogado
⇒ A CF/88, em seu art. 136, §3º, IV, estabelece ser vedada a incomunicabilidade do preso
durante o estado de defesa. Ora, se nem mesmo durante o estado de defesa (situação na qual há
a flexibilização das garantias individuais) é possível decretar a incomunicabilidade do preso, com
muito mais razão isso não é possível em situação normal.
1.7 Indiciamento
O indiciamento é o ato por meio do qual a autoridade policial, de forma fundamentada,
“direciona” a investigação, ou seja, a autoridade policial centraliza as investigações em apenas
um ou alguns dos suspeitos, indicando-os como os prováveis autores da infração penal, bem
como apontando fundamentadamente os elementos de materialidade e autoria. Assim:
Vejam, portanto, que a autoridade policial começa investigando algumas pessoas (suspeitas), mas
no decorrer das investigações vai descartando algumas, até indiciar uma ou alguma delas. É claro
que nem sempre isso vai acontecer, ou seja, é possível que só haja um suspeito e ele seja
indiciado, ou, é possível ainda que haja vários suspeitos e todos sem indiciados, etc.
O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial, sendo apenas um ato
mediante o qual a autoridade policial passa a direcionar as investigações sobre determinada ou
determinadas pessoas.
O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial20, nos termos do art. 2º, §6º da Lei
12.830/13:
Art. 2º (...)
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Ainda que tal previsão legal não existisse, tal conclusão poderia ser extraída da própria lógica do
IP: ora, se é a autoridade policial quem instaura, preside e conduz o IP, naturalmente é a
autoridade policial quem tem atribuição para o ato de indiciamento.
20
Se a pessoa a ser indiciada possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial
dependerá do Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente praticado pela pessoa
detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados
federais) (STF – Inq. 2.411). Todavia, há decisões, no âmbito do STJ, em sentido contrário, o que indica uma provável
alteração de entendimento num futuro próximo.
Conclusão do inquérito policial
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará
autos ao juiz competente.
Caso o Delegado não consiga elucidar o fato no prazo previsto, deverá assim mesmo encaminhar
os autos do IP ao Juiz, solicitando prorrogação do prazo. Caso o indiciado esteja solto, o Juiz
pode deferir a prorrogação do prazo, sucessivas vezes. Caso o indiciado esteja preso, o novo art.
3º-B, §2º do CPP (com eficácia suspensa pelo STF – ADI 6298) estabelece que o prazo pode ser
prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dias. Vejamos:
Art. 3-B (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
Como se vê, essa possibilidade de prorrogação do IP em caso de indiciado preso só pode se dar
uma única vez e mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público.
Caso, após o término da prorrogação, a investigação não tiver sido ainda concluída, a prisão será
imediatamente relaxada.
ATENÇÃO! O STF deferiu liminar na ADI 6298 para suspender a eficácia deste e
de outros dispositivos incluídos pela Lei 13.964/19. Assim, por ora, esta previsão
de prorrogação no caso de indiciado preso ainda não é aplicável, embora
prevista no texto do CPP.
Estes prazos (10 dias e 30 dias) são a regra prevista no CPP. Entretanto, existem exceções
previstas em outras leis21:
⇒ Crimes de competência da Justiça Federal – 15 dias para indiciado preso (prorrogável por
até 15 dias) e 30 dias para indiciado solto.
⇒ Crimes da lei de Drogas – 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado solto.
Podem ser duplicados em ambos os casos.
21
Importante ressaltar que, caso se trate de crime hediondo ou equiparado, e tenha sido decretada a prisão
temporária, o IP deverá ser concluído no prazo máximo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, que é o prazo
máximo da prisão temporária em relação a tais delitos.
⇒ Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para indiciado preso quanto para
indiciado solto.
⇒ Crimes militares (Inquérito Policial Militar) – 20 dias para indiciado preso e 40 dias para
indiciado solto (pode ser prorrogado por mais 20 dias).
O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado solto, embora exista um
limite previsto no CPP, a violação a este limite não teria qualquer repercussão, pois não traria
prejuízos ao indiciado, sendo considerado como prazo impróprio. Vejamos:
1.8 Arquivamento do IP
Caso entenda que não é o caso de oferecer denúncia, o membro do MP requererá o
arquivamento do IP, em petição fundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o
Juiz discorde, remeterá os autos do IP ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça), que decidirá se
mantém ou não a posição de arquivamento. O Juiz está obrigado a acatar a decisão do PGJ
(Chefe do MP).22
Ou seja, o arquivamento do IP é um ato complexo: promoção de arquivamento pelo MP e
homologação pelo Judiciário.
Mas, em se tratando de crime de ação penal privada, o que se faz? Depois de concluído o IP,
nesta hipótese, os autos são remetidos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo
decadencial (para oferecimento da queixa), aguardando manifestação do ofendido. Essa é a
previsão do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
A Doutrina criou a figura do arquivamento implícito. Embora não tenha previsão legal, o
arquivamento implícito, como o nome diz, é deduzido pelas circunstâncias. Ocorreria em duas
hipóteses:
⇒ Quando o membro do MP viesse ajuizar a denúncia apenas em relação a alguns fatos
investigados, silenciando quanto a outros
⇒ Quando o membro do MP viesse ajuizar a denúncia apenas em relação a alguns
investigados, silenciando quanto a outros
22
Como regra geral, essa decisão judicial é irrecorrível. Existe, todavia, hipótese excepcional de “recurso de ofício”
no caso de arquivamento de IP relativo a crime contra a economia popular, na forma do art. 7º da Lei 1.521/51.
Neste caso, o Juiz, ao arquivar o IP, deverá remeter os autos do IP ao Tribunal.
Nesses casos, como o MP teria sido omisso em relação a determinados fatos ou a determinados
indiciados, parte da Doutrina sustenta ter havido um arquivamento implícito em relação a estes.
No entanto, o STF vem rechaçando a sua aplicação em decisões recentes, afirmando que não
existe “arquivamento implícito”: “(...) O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do
arquivamento implícito de inquérito policial. ” (HC - 104356, informativo 605 do STF).
Outros pontos merecem destaque:
A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÃO, pois o CPP admite que a
autoridade policial proceda a novas diligências investigatórias, se de OUTRAS PROVAS tiver
notícia.
Isso significa que, uma vez arquivado o IP, teremos uma espécie de “coisa julgada secundum
eventum probationis”, ou seja, a decisão fará “coisa julgada” em relação àquelas provas. Assim,
não poderá o MP ajuizar a ação penal posteriormente com base NOS MESMOS ELEMENTOS DE
PROVA, nem se admite a reativação da investigação.
O STF, inclusive, possui um verbete de súmula neste sentido:
Entretanto, apesar de o arquivamento do IP, a princípio, não fazer coisa julgada material, existem
EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o arquivamento do IP irá produzir “coisa julgada material”
(não será possível retomar as investigações). Vejamos:
⇒ ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO – Neste caso, há entendimento PACÍFICO
no sentido de que não é mais possível reativar, futuramente, as investigações. Isso é
absolutamente lógico, já que não faz o menor sentido permitir a retomada das investigações
quando já houve arquivamento (devidamente homologado pela instância revisora) pela
ATIPICIDADE da conduta (irrelevância penal do fato)23.
Para fins de prova, acredito ser mais prudente, hoje, ficar com o entendimento do STF: só haveria
coisa julgada material (impedindo a retomada futura das investigações) nos casos de
arquivamento do IP com base na atipicidade da conduta ou no caso de extinção da punibilidade.
Apenas em caso de questão que peça especificamente o entendimento do STJ é que se deve
ampliar tais possibilidades.
23
STF - Inq 3114/PR
24
O STJ possui decisão recente no sentido de que faz coisa julgada MATERIAL:
(...) A par da atipicidade da conduta e da presença de causa extintiva da punibilidade, o arquivamento de inquérito
policial lastreado em circunstância excludente de ilicitude também produz coisa julgada material.
2. Levando-se em consideração que o arquivamento com base na atipicidade do fato faz coisa julgada formal e
material, a decisão que arquiva o inquérito por considerar a conduta lícita também o faz, isso porque nas duas
situações não existe crime e há manifestação a respeito da matéria de mérito.
3. A mera qualificação diversa do crime, que permanece essencialmente o mesmo, não constitui fato ensejador da
denúncia após o primeiro arquivamento.
(RHC 46.666/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe 28/04/2015)
1.9 Arquivamento do Inquérito Policial – regramento atual (de acordo
com a nova redação dada pela Lei 13.964/19) - Suspenso pelo STF – ADI
6298
ATENÇÃO! O STF suspendeu temporariamente a nova redação do art. 28 do CPP, até o
julgamento definitivo da ADI 6298. Este tópico serve apenas para comparação entre o
regramento antigo, mas atualmente aplicável, e aquele regramento que passará a ser aplicável
num futuro breve (eis que provavelmente, no mérito, não será considerado inconstitucional o
novo regramento).
A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) modificou profundamente diversos pontos do
processo penal brasileiro, dentre eles o procedimento para arquivamento do inquérito policial.
No regramento antigo, não sendo caso de ajuizamento de denúncia, cabia ao Ministério Público
promover pelo arquivamento do IP, ou seja, requerer o arquivamento do IP. Cabia ao Juiz, a seu
turno, homologar o arquivamento. Caso o Juiz não concordasse, deveria enviar os autos ao Chefe
do MP (a quem cabia dar a palavra final). Vejamos a redação ANTIGA do art. 28 do CPP:
Vejam, portanto, que a despeito de ter mudado a sistemática, continua havendo um controle da
decisão de arquivamento. Cabe, agora, ao próprio membro do MP (após ordenar o arquivamento
e realizar as comunicações legais) encaminhar os autos do procedimento para a instância revisora
(um órgão superior do MP, geralmente chamado de “Câmara de Coordenação e Revisão”).
Vale frisar que a revisão do arquivamento pode se dar, ainda, por requerimento expresso da
vítima ou do seu representante legal (no prazo de 30 dias a contar do recebimento da
comunicação de arquivamento):
O direito processual penal brasileiro adota, como regra, o sistema do livre convencimento
motivado ou persuasão racional no que tange à valoração da prova pelo Juiz. Ou seja, o Juiz é
livre para apreciar e valorar as provas produzidas no processo, conferindo a cada uma delas o
peso que entender que merecem, não estando obrigado a conferir maior peso a esta ou aquela
prova.
Assim, por exemplo, a confissão não é uma prova “superior” às demais. O Juiz pode, inclusive,
entender que a confissão não tem valor algum em determinado caso, podendo absolver o
acusado mesmo em caso de confissão, se entender que as demais provas dos autos apontam a
inocência do réu confesso.
Mas, o Juiz pode levar em conta os elementos de prova colhidos na fase de investigação para
fundamentar sua decisão?
Sim, o Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz
NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP. Nos
termos do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Vejam, portanto, que esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
● O Magistrado deve fundamentar suas decisões;
● As provas devem constar dos autos do processo;
● As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim, as
provas exclusivamente produzidas na fase de investigação (ex.: Inquérito Policial) não podem, por
si sós, fundamentar a decisão do Juiz, à exceção das provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem
produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão
ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório
judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da
realização destas diligências.
Poder de investigação do MP
25
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p. 331.
26
REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 30/05/2012
No entanto, essa discussão já não existe mais. Atualmente o entendimento pacificado é no
sentido de que o MP tem, sim, poderes investigatórios, já que a Polícia Judiciária não detém o
monopólio constitucional dessa tarefa.
O fundamento adotado para se entender que o MP possui poderes investigatórios reside na
Doutrina de origem norte-americana denominada “teoria dos poderes implícitos” (caso Mc
CulloCh vs. Maryland – 1819). Essa teoria estabelece que “quem pode o mais, pode o menos”,
ou seja, se a Constituição atribui determinada atividade a um órgão ou Instituição, significa dizer
que ela também concede a esse órgão ou Instituição todos os meios necessários para a
realização dessa atribuição.
No caso específico do MP, como a Constituição outorga ao MP a titularidade da ação penal
pública, sendo este um “poder expresso” pela CF/88, devemos entender o poder de investigar
como um poder implicitamente conferido ao MP (“teoria dos poderes implícitos”).
Porém, apesar de possuir poderes investigatórios, entende-se que o MP, caso pretenda
investigar, deverá fazê-lo por meios próprios, instaurando o chamado “PIC” (Procedimento
investigatório criminal). O MP não pode instaurar, conduzir ou presidir o inquérito policial, pois
este é um procedimento de investigação exclusivo da polícia, conduzido pela autoridade policial.
Resumidamente:
● MP pode investigar (por meio de procedimentos próprios de investigação)
● MP não pode instaurar e presidir inquérito policial
Assim, o MP pode investigar por meio de seus PICs (Procedimentos investigatórios criminais),
mas não pode instaurar, conduzir e presidir o IP.
Apenas para finalizar, é importante destacar que existem muitas críticas à interpretação de que o
MP poderia investigar. Elas se fundamentam, basicamente, na compreensão de que, além de não
haver previsão legal expressa, isso violaria o sistema acusatório, já que poderia manchar a
necessária imparcialidade do MP (o MP deve ser imparcial). O exercício de atividade
investigatória por aquele que irá futuramente ajuizar a ação penal (no caso, o MP) poderia fazer
com que o procedimento investigatório viesse a focar apenas nos indícios e provas relativos à
acusação, sem apurar circunstâncias relacionadas ao fato e que fossem benéficas ao investigado.
SÚMULAS PERTINENTES
Súmulas vinculantes
Súmula Vinculante 14: Garante ao defensor do indiciado, na defesa dos interesses deste, o
acesso aos elementos de prova já documentos nos autos do IP, e que digam respeito ao direito
de defesa:
Súmulas do STF
Súmula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da ação penal quando houve
arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas provas, em consonância com o art. 18
do CPP.
Súmulas do STJ
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
STJ - HC 304.274/RJ – O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado
solto, é possível a prorrogação do prazo para conclusão do IP, por se tratar de prazo impróprio:
STJ - RESP 998.249/RS – O STJ, seguindo o entendimento do STF, decidiu que o MP tem
legitimidade para investigar:
(...) 5. Além disso, cumpre colocar que a legitimidade do Ministério Público para
a colheita de elementos probatórios essenciais à formação de sua opinio delicti
decorre de expressa previsão constitucional, oportunamente regulamentada pela
Lei Complementar n.º 75/1993 (art. 129, incisos VI e VIII, da Constituição da
República, e art. 8.º, incisos V e VII, da LC n.º 75/1993).
Precedentes.
6. A Polícia Judiciária não possui o monopólio da investigação criminal,
possuindo o Ministério Público legitimidade para determinar diligências
investigatórias. Inteligência da Lei Complementar n.º 75/93 e do art. 4.º,
parágrafo único, do Código de Processo Penal. Precedentes.
(...)
9. Recurso parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido.
Prejudicada a arguição de nulidade, por se tratar de reiteração de pedido.
(REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
22/05/2012, DJe 30/05/2012)
STJ - INQ 967/DF – O STJ, seguindo a linha do STF, entendeu que, nos casos de competência
originária do STF ou do STJ, não se aplica o disposto no art. 28 do CPP, pois quem atua perante
o STJ ou o STF é o próprio PGR ou um Subprocurador-Geral da República por delegação do
PGR, de maneira que não seria cabível reapreciação do pedido de arquivamento pelo próprio
PGR:
O inquérito policial é atividade investigatória realizada por órgãos oficiais, não podendo ficar a
cargo do particular, ainda que a titularidade do exercício da ação penal pelo crime investigado
seja atribuída ao ofendido.
Considerando-se as características do inquérito policial, é correto afirmar que o texto anterior
discorre sobre
A) o procedimento escrito do inquérito policial.
B) a indisponibilidade do inquérito policial.
C) a oficiosidade do inquérito policial.
D) a oficialidade do inquérito policial.
E) a dispensabilidade do inquérito policial.
COMENTÁRIOS
GABARITO: Letra D
02. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
O inquérito policial, consoante o princípio da oficialidade, poderá ser instaurado apenas de ofício
pela autoridade policial ou mediante requisição do Ministério Público.
COMENTÁRIOS
Item errado. O princípio da oficialidade estabelece que o inquérito policial é conduzido por
órgão oficial do Estado, que é a Polícia Judiciária, através da autoridade policial, não podendo
ficar a cargo do particular, ainda que se trate de crime de ação penal privada.
Ademais, o IP não pode ser instaurado APENAS de ofício pelo delegado ou mediante requisição
do MP, havendo outras formas de instauração (ex.: requerimento da vítima).
GABARITO: ERRADA
03. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
Com base em denúncia anônima de fato criminoso, a autoridade policial pode,
independentemente de apuração prévia, instaurar inquérito policial com fundamento exclusivo
naquela informação anônima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a “denúncia” (o termo certo é delatio criminis inqualificada) anônima, embora
seja admitida no nosso ordenamento jurídico, não é suficiente para, por si só, gerar a
instauração de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, de forma a apurar
a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso, proceder à instauração do IP.
GABARITO: ERRADA
04. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
A autoridade policial que preside o inquérito policial para apurar crime de ação penal pública
pode, fundamentadamente, decidir sobre a conveniência e(ou) oportunidade de diligências
requisitadas pelo Ministério Público.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois quanto às diligências requisitadas pelo MP a autoridade policial não possui
juízo de oportunidade e conveniência quanto à sua realização ou não, devendo realizá-las, salvo
se a requisição for ilegal.
GABARITO: ERRADA
05. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o indiciado (assim como o ofendido) pode requerer ao delegado a realização
de qualquer diligência, que será realizada, ou não, a critério da autoridade policial, nos termos
do art. 14 do CPP:
06. (CESPE/2022/DPE-RO/ANALISTA)
Inquérito policial arquivado pelo Ministério Público por ausência de elementos suficientes de
informação importa
A) coisa julgada material.
B) ilegitimidade ad causam.
C) ilegitimidade ad processum.
D) ausência de justa causa processual em sentido estrito.
E) prescrição da pretensão punitiva estatal.
COMENTÁRIOS
Uma vez arquivado o inquérito policial arquivado por ausência de elementos suficientes de
informação importa, ou seja, por falta de base para a denúncia, há apenas ausência de justa
causa processual em sentido estrito. Isso significa que faltam elementos de convicção para o
oferecimento da denúncia, de forma que será possível o desarquivamento posterior do IP, caso
surja notícia da existência de prova nova:
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
GABARITO: Letra D
07. (CESPE/2022/DPE-RO/OFICIAL)
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o inquérito policial possui como característica a dispensabilidade,
ou seja, o IP é dispensável ao oferecimento da denúncia, de forma que o MP pode oferecer
denúncia mesmo que não tenha havido inquérito policial anteriormente, desde que, é claro, o
MP possua os elementos de convicção suficientes para tanto.
B) ERRADA: Item errado, pois é perfeitamente possível a instauração do IP em crime de ação
penal pública condicionada, mas, nesse caso, será necessária a representação da vítima para que
seja possível instaurar o IP, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois o delegado JAMAIS poderá arquivar o inquérito policial, nos
termos do art. 17 do CPP.
D) CORRETA: Item correto, pois o inquérito policial, de fato, é um procedimento administrativo
(não tem caráter judicial ou jurisdicional), sigiloso (art. 20 do CPP), que reúne informações para
subsidiar a ação penal.
E) ERRADA: Item errado, pois, em se tratando de crimes de ação penal privada, o inquérito
policial somente poderá ser instaurado se houver requerimento de quem tenha qualidade para
ajuizar a queixa-crime (vítima, seu representante legal ou, em caso de morte, seus sucessores
legalmente previstos, na forma do art. 31 do CPP).
GABARITO: Letra D
08. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
O investigado deve ter acesso a todos os elementos já documentados nos autos do inquérito
policial, ressalvadas as diligências em andamento cuja eficácia dependa do sigilo.
COMENTÁRIOS
Contudo, é importante ressaltar que o defensor não terá acesso aos elementos de prova que
ainda não tenham sido documentados nos autos do IP, como é o caso de uma interceptação
telefônica ainda em curso e que não foi juntada ao IP (para não prejudicar a eficácia da medida).
Assim, o indiciado (e, obviamente, seu defensor) terá acesso a todos os elementos de convicção
constantes nos autos do IP, não tendo acesso, apenas, àquelas diligências ainda em curso ou que
ainda serão realizadas, e cujo sigilo seja necessário para o sucesso da diligência.
GABARITO: CORRETA
Item correto, pois o indiciado (assim como o ofendido) pode requerer ao delegado a realização
de qualquer diligência, que será realizada, ou não, a critério da autoridade policial, nos termos
do art. 14 do CPP:
GABARITO: CORRETA
Joacir foi preso em flagrante pela prática de determinado crime. A pena prevista para tal crime é
um a quatro anos de reclusão. Ele negou a autoria do crime e acusou a vítima de ter forjado a
situação de flagrância.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Caso fique comprovado que a vítima
forjou o flagrante de Joacir, o delegado poderá arquivar o inquérito policial.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o delegado JAMAIS poderá arquivar o inquérito policial, nos termos do art. 17
do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
GABARITO: ERRADA
Odete filmou Januário, empresário famoso, em conversa com um político. Segundo Odete, no
encontro filmado, Januário estaria oferecendo dinheiro ao político local em troca de vantagens
indevidas em determinado processo licitatório. Sete dias após o ocorrido, ela veiculou o vídeo
em suas mídias sociais. O vídeo alcançou alta projeção nos noticiários. Diante da repercussão, o
político negou a propina e Januário apresentou-se espontaneamente em uma delegacia,
acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir, a respeito do tema de
inquérito policial.
Ainda que o eventual crime cometido por Januário e pelo referido político seja de ação penal
pública incondicionada, a instauração do inquérito policial depende de notícia crime, fundada em
documentação oficial, como um boletim de ocorrência, não sendo possível sua instauração
apenas com base na divulgação de fato criminoso pela mídia.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada, a instauração
do IP será realizada de ofício pela autoridade policial, assim que tomar conhecimento da
ocorrência do crime, nos termos do art. 5º, I do CPP:
GABARITO: ERRADA
Odete filmou Januário, empresário famoso, em conversa com um político. Segundo Odete, no
encontro filmado, Januário estaria oferecendo dinheiro ao político local em troca de vantagens
indevidas em determinado processo licitatório. Sete dias após o ocorrido, ela veiculou o vídeo
em suas mídias sociais. O vídeo alcançou alta projeção nos noticiários. Diante da repercussão, o
político negou a propina e Januário apresentou-se espontaneamente em uma delegacia,
acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir, a respeito do tema de
inquérito policial.
Durante o inquérito policial, dada sua natureza administrativa e inquisitorial, não se garantem o
contraditório e a ampla defesa, razão por que o advogado de Januário não poderá requisitar
diligências ou propor perguntas ao delegado.
COMENTÁRIOS
Item errado. O defensor do indiciado não possui atividade meramente passiva no curso do
inquérito, ou seja, não é mero espectador, podendo atuar ativamente e contribuir na obtenção
de elementos de convicção, seja requerendo a realização de diligências (a expressão “requisitar”
diligências, usada na questão, não é a mais adequada), bem como formulando perguntas durante
as oitivas, etc.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Pela leitura do art. 155 do CPP, podemos concluir que os elementos de convicção produzidos no
curso do inquérito policial possuem valor probante relativo, ou seja, podem ser utilizados pelo
Juiz para fundamentar sua sentença condenatória, mas não podem ser utilizados exclusivamente
tais elementos, eis que não produzidos sob o crivo do contraditório pleno.
Posto isso, a questão diz que “os elementos informativos do inquérito podem servir como
fundamentação em decreto condenatório no processo penal”. Isso está certo. A questão não
está dizendo que o Juiz poderá utilizar APENAS estes elementos, o que estaria errado. Está
dizendo que o Juiz pode usar tais elementos como fundamentação. E pode.
Porém, dada a enxurrada de recursos, a Banca optou por anular a questão, por entender que a
redação da questão é dúbia.
GABARITO: ANULADA
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, nestes crimes, o IP só poderá ser instaurado se houver requerimento de quem
tenha qualidade para ajuizar a ação penal privada (a vítima, seu representante legal ou seus
sucessores), na forma do art. 5º, §5º do CPP:
GABARITO: CORRETA
Acerca dos meios de provas, suas espécies, classificação e valoração, julgue o item a seguir.
Para a instauração de inquérito policial, bastam indícios suficientes da existência do crime, sendo
dispensável, nesse primeiro momento, prova da materialidade do delito ou de sua autoria.
COMENTÁRIOS
Item correto. O inquérito policial é procedimento de investigação criminal que visa a angariar
elementos de convicção para que a ação penal possa ser ajuizada. Tais elementos formam o que
se chama de “justa causa”: prova da materialidade (prova da existência do crime) e indícios
suficientes de autoria.
Porém, para se instaurar o inquérito policial, evidentemente, não se pode exigir isso, exatamente
porque estes elementos serão obtidos durante a investigação. Para se instaurar o IP basta que o
delegado possua indícios de que tenha havido o crime.
GABARITO: CORRETA
Tales foi preso em flagrante em um parque de Fortaleza pela prática do crime de estupro, tendo
sido reconhecido pela vítima, Marta, com a qual não possuía relação anterior. Há indícios de que
Tales tenha praticado outros crimes sexuais, tendo sido também reconhecido por outras vítimas.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A investigação policial não pode ser instaurada de ofício pelo delegado, sendo necessário que
Marta represente formalmente contra Tales.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de estupro, atualmente, é crime de ação penal pública incondicionada,
de forma que o delegado, tomando conhecimento da ocorrência do crime, deverá (pelo princípio
da oficiosidade) instaurar o inquérito policial de ofício, ou seja, sem provocação:
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item errado, pois estando o indiciado solto o IP deverá ser concluído no prazo de 30 dias,
conforme art. 10 do CPP.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o IP é dispensável para o ajuizamento da ação penal, o que significa que a
ação penal poderá ser VALIDAMENTE ajuizada mesmo sem um IP prévio, desde que o titular da
ação penal já possua os elementos necessários ao ajuizamento da ação penal (prova da
materialidade e indícios suficientes de autoria).
GABARITO: CORRETA
Jaime foi preso em flagrante por ter furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à
delegacia, Jaime, em depoimento ao delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que
era o autor do furto. Na audiência de custódia, o Ministério Público requereu a conversão da
prisão em flagrante em prisão preventiva, sob o argumento da gravidade abstrata do delito
praticado. No entanto, após ouvir a defesa, o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento
de que não estava presente o requisito legal da atualidade do flagrante, em razão do lapso
temporal de dois meses entre a consumação do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova
diligência no inquérito policial instaurado pelo delegado para apurar o caso, Jaime, já em
liberdade, retratou-se da confissão, alegando que havia pegado a bicicleta de Abel como forma
de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido, Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou,
ainda, que registrou boletim de ocorrência do furto da bicicleta em retaliação à conduta de
Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competente arquivou o inquérito policial a requerimento de
membro do Ministério Público, por atipicidade material da conduta, sob o fundamento de ter
havido entendimento mútuo e pacífico entre Jaime e Abel acerca da questão, nos termos do
relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
A decisão de arquivamento do inquérito por atipicidade impede que Jaime seja denunciado
posteriormente pela mesma conduta, ainda que sobrevenham novos elementos de informação.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o arquivamento com base na atipicidade do fato faz coisa julgada material,
impedindo a retomada futura das investigações, conforme entendimento do STF e do STJ.
GABARITO: CORRETA
Item errado, pois o IP é dispensável para o ajuizamento da ação penal, o que significa que a ação
penal poderá ser VALIDAMENTE ajuizada mesmo sem um IP prévio, desde que o titular da ação
penal já possua os elementos necessários ao ajuizamento da ação penal (prova da materialidade
e indícios suficientes de autoria).
GABARITO: ERRADA
Não poderá haver restrição de acesso, com base em sigilo, ao defensor do investigado, que deve
ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados no IP, no que diga respeito ao
exercício do direito de defesa.
COMENTÁRIOS
Contudo, é importante ressaltar que o defensor não terá acesso aos elementos de prova que
ainda não tenham sido documentados nos autos do IP, como é o caso de uma interceptação
telefônica ainda em curso e que não foi juntada ao IP (para não prejudicar a eficácia da medida).
GABARITO: CORRETA
A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos de IP, salvo na hipótese
de manifesta atipicidade da conduta investigada.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar os autos do IP. Não
existe a exceção que a questão apresenta.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o MP, a despeito de poder investigar (entendimento pacífico do STF), deverá
fazê-lo por meios próprios (através de procedimentos internos, instaurados no âmbito do próprio
MP, os chamados PICs). O MP não pode instaurar nem conduzir o inquérito policial.
GABARITO: ERRADA
24. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA) Em relação a inquérito policial, ação penal e
competência, julgue o próximo item, de acordo com o entendimento da doutrina majoritária e
dos tribunais superiores.
É de seis meses o prazo para que o ministro da Justiça requeira a instauração de inquérito policial
em crime de ação penal pública condicionada. Findo esse prazo, opera-se a decadência do
direito de ação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois não há prazo decadencial para que o Ministro da Justiça encaminhe requisição
de instauração do IP nos crimes de ação penal pública condicionada à requisição do MJ.
GABARITO: Errada
25. (CESPE – 2018 – PC-SE – DELEGADO) No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é
inquisitiva, não se faz necessária a aplicação plena do princípio do contraditório, conforme a
jurisprudência dominante.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois não há, no inquérito policial, a observância do contraditório pleno, como há no
processo penal, eis que se trata de um procedimento de caráter inquisitorial.
GABARITO: Correta
26. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Em cada item seguinte, é apresentada
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à competência para
requerer o arquivamento de autos de IP e às consequências da promoção desse tipo de
arquivamento.
Relatado o IP, sob a tese de atipicidade penal do fato, o MP requereu o arquivamento dos autos,
o que foi determinado pelo competente juízo, em acolhimento à tese do MP. Nessa situação, o
arquivamento dos autos nos termos do requerimento do MP impede a reabertura das
investigações pela autoridade policial.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a jurisprudência se posiciona no sentido de que o arquivamento, neste caso,
faz coisa julgada material, impedindo a retomada futura das investigações, ainda que haja o
surgimento de novas provas.
GABARITO: Correta
27. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) João integra uma organização criminosa
que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, cigarros de origem
estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o prazo para conclusão do IP, neste caso, será de 15 dias, e não de 10 dias, na
forma do art. 66 da Lei 5.010/66:
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando
o indiciado estiver prêso, podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a
pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo Juiz
a que competir o conhecimento do processo.
GABARITO: Errada
28. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Depois de adquirir um revólver calibre 38,
que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em
desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido
à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
COMENTÁRIOS
GABARITO: Correta
29. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) A respeito do
inquérito policial, julgue o item seguinte.
Contudo, é importante ressaltar que o defensor não terá acesso aos elementos de prova que
ainda não tenham sido documentados nos autos do IP, como é o caso de uma interceptação
telefônica ainda em curso e que não foi juntada ao IP (para não prejudicar a eficácia da medida).
30. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) A respeito do
inquérito policial, julgue o item seguinte.
A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício nos crimes cuja ação penal seja
de iniciativa privada.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois nestes crimes o IP só poderá ser instaurado se houver requerimento de quem
tenha qualidade para ajuizar a ação penal privada (a vítima, seu representante legal ou seus
sucessores), na forma do art. 5º, §5º do CPP.
31. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO) Após a instauração de inquérito policial para
apurar a prática de crime de corrupção passiva em concurso com o de organização criminosa, o
promotor de justiça requereu o arquivamento do ato processual por insuficiência de provas,
pedido que foi deferido pelo juízo. Contra essa decisão não houve a interposição de recursos.
Nessa situação,
a) mesmo com o arquivamento do inquérito policial, a ação penal poderá ser proposta, desde
que seja instruída com provas novas.
b) em razão do arquivamento, a ação penal só poderá ser proposta como ação penal privada
subsidiária da pública.
c) o arquivamento do inquérito policial gerou a perempção, que provoca a inadmissibilidade da
ação penal devido à extinção da punibilidade provocada.
d) em razão da coisa julgada material feita com o trânsito em julgado da decisão que deferiu o
arquivamento do inquérito, é inadmissível a propositura de ação penal.
e) outro promotor de justiça, com entendimento contrário ao daquele que requereu o
arquivamento, poderá requerer o desarquivamento do inquérito e propor ação penal
independentemente da existência de novas provas.
COMENTÁRIOS
Neste caso, como o arquivamento foi fundamentado na ausência de provas, é perfeitamente
possível que, futuramente, sejam retomadas as investigações, desde que haja notícia de prova
nova, na forma do art. 18 do CPP. Igualmente, é possível que futuramente seja ajuizada a ação
penal (súmula 524 do STF), desde que instruída com provas novas.
GABARITO: LETRA A.
32. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO) Uma autoridade policial determinou a instauração
de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de homicídio. Entretanto, realizadas
as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em razão da prescrição.
Nessa situação,
a) é cabível recurso em sentido estrito com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas
somente após a decisão que recebe a denúncia.
b) não há instrumento processual capaz de trancar o inquérito policial.
c) poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial.
d) poderá ser impetrado mandado de segurança contra o ato da autoridade policial para trancar
o inquérito policial.
e) é cabível recurso de apelação com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente em
caso de sentença penal condenatória.
COMENTÁRIOS
Neste caso, temos um manifesto constrangimento ilegal ao indiciado, vez que continua a
tramitar, contra este, um inquérito policial relativo a um crime que já prescreveu, ou seja, já está
extinta a punibilidade.
Isto posto, é possível que o indiciado se valha de Habeas Corpus para obter o TRANCAMENTO
(encerramento forçado ou encerramento anômalo) do inquérito policial.
b) ERRADA: Item errado, pois existe hipótese excepcional de “recurso de ofício” no caso de
arquivamento de IP relativo a crime contra a economia popular, na forma do art. 7º da Lei
1.521/51.
d) ERRADA: Item errado, pois o IP é um procedimento dispensável, de forma que a ação penal
pode ser ajuizada mesmo sem que tenha havido um IP previamente.
e) ERRADA: Item errado, pois o indiciamento é ato privativo da autoridade policial, não cabendo
ao MP participar de tal ato.
34. (CESPE – 2018 – PC-MA – PERITO CRIMINAL) A respeito do inquérito policial, assinale a
opção correta.
a) O inquérito policial poderá ser iniciado apenas com base em denúncia anônima que indique a
ocorrência do fato criminoso e a sua provável autoria, ainda que sem a verificação prévia da
procedência das informações.
b) Contra o despacho da autoridade policial que indeferir a instauração do inquérito policial a
requerimento do ofendido caberá reclamação ao Ministério Público.
c) Sendo o inquérito policial a base da denúncia, o Ministério Público não poderá alterar a
classificação do crime definida pela autoridade policial.
d) O inquérito policial pode ser definido como um procedimento administrativo pré-processual
destinado à apuração das infrações penais e da sua autoria.
e) Por ser instrumento de informação pré-processual, o inquérito policial é imprescindível ao
oferecimento da denúncia.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a “denúncia” (o termo certo é delatio criminis inqualificada)
anônima, embora seja admitida no nosso ordenamento jurídico, não é suficiente para, por si só,
gerar a instauração de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, de forma a apurar
a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso, proceder à instauração do IP.
c) ERRADA: Item errado, pois o titular da ação penal é o MP, que não fica vinculado à tipificação
dada ao crime pela autoridade policial.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL, já que sua finalidade é angariar prova da
materialidade e indícios da autoria do delito. Se o titular da ação penal já dispõe destes
elementos, o IP não precisa ser instaurado.
35. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Apenas no caso em que o investigado
estiver preso preventivamente, o inquérito policial deverá se encerrar em até dez dias, contados
a partir do dia subsequente à execução da ordem de prisão.
COMENTÁRIOS
Item errado, por duas razões: 1) a prisão não precisa ser, necessariamente, a prisão preventiva.
Pode ser, por exemplo, prisão temporária ou em flagrante; 2) o prazo de 10 dias, por ser um
prazo material, é contado a partir do PRÓPRIO dia da prisão.
36. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Mesmo depois de a autoridade judiciária
ter ordenado o arquivamento do inquérito policial por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas diligências.
COMENTÁRIOS
O arquivamento do IP por falta de base para a denúncia não faz coisa julgada material, podendo
a autoridade policial proceder a novas diligências. Todavia, isso só poderá ocorrer caso a
autoridade policial tenha notícia de PROVA NOVA, na forma do art. 18 do CPP.
Entendo eu, portanto, que a afirmativa não pode ser considerada correta, por estar incompleta.
Todavia, o CESPE entendeu que a afirmativa está CORRETA.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a jurisprudência se posiciona no sentido de que o arquivamento, neste caso,
faz coisa julgada material, impedindo a retomada futura das investigações, ainda que haja o
surgimento de novas provas.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois apesar de não haver, no IP, a necessidade de garantia dos postulados da ampla
defesa e do contraditório, o indiciado tem o direito de estar representado por advogado que,
inclusive, deverá ter acesso amplo aos elementos de prova já documentados nos autos (o que
não inclui diligências ainda em curso), conforme súmula vinculante 14.
39. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
Antes de instaurar o inquérito policial, a autoridade policial deverá averiguar a procedência das
informações contidas no documento apresentado por Antônio.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 5º, §3º do CPP, que exige uma
verificação prévia da procedência das informações.
40. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
No caso apresentado, cabe ao delegado de polícia presidir o inquérito policial.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois cabe, de fato, à autoridade policial presidir o inquérito policial. A autoridade
policial é quem instaura, preside e conduz o IP.
41. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
O inquérito policial é instrumento utilizado pelo Estado para colher informações quanto à autoria
e à materialidade da infração penal.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, de fato, o inquérito policial é o instrumento de que se vale o Estado para
angariar elementos de convicção acerca da materialidade (prova da existência da infração penal)
e da autoria da infração penal (indícios suficientes de autoria), de forma a subsidiar o ajuizamento
da ação penal.
COMENTÁRIOS
Nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito policial poderá ser iniciado de ofício
ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou, ainda, a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, nos termos do art. 5º
do CPP.
COMENTÁRIOS
À época, o item estava errado, pois o membro do MP deveria requerer ao Juiz o arquivamento
do IP.
COMENTÁRIOS
A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas NUNCA poderá mandar arquivar autos
de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
45. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Sendo o crime de ação
penal privada, o arquivamento do inquérito policial depende de decisão do juiz, após pedido do
Ministério Público.
COMENTÁRIOS
46. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) O inquérito pode ser
arquivado pela autoridade policial se ela verificar ter havido a extinção da punibilidade do
indiciado.
COMENTÁRIOS
A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas NUNCA poderá mandar arquivar autos
de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, nos termos do art.18 do CPP, arquivado o IP por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial somente poderá proceder a novas pesquisas se tiver notícia de
PROVAS NOVAS.
A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas NUNCA poderá mandar arquivar autos
de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
COMENTÁRIOS
50. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) A atividade investigatória de crimes não
é exclusiva da polícia judiciária, podendo ser eventualmente presidida por outras autoridades,
conforme dispuser a lei especial.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a polícia não detém o monopólio da atividade investigativa, conforme
entendimento do STF. Um exemplo clássico disso é a possibilidade de o MP investigar, através de
mecanismos próprios de investigação (procedimentos internos do MP).
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL, já que sua finalidade é angariar prova da materialidade e
indícios da autoria do delito. Se o titular da ação penal já dispõe destes elementos, o IP não
precisa ser instaurado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL, já que sua finalidade é angariar prova da materialidade e
indícios da autoria do delito. Se o titular da ação penal já dispõe destes elementos, o IP não
precisa ser instaurado. Além disso, não há garantia do contraditório e da ampla defesa no IP, eis
que se trata de procedimento pré-processual não acusatório.
53. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) Uma vez arquivado o IP por decisão
judicial, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se tiver notícia de uma nova
prova.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, nos termos do art.18 do CPP, arquivado o IP por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial somente poderá proceder a novas pesquisas se tiver notícia de
PROVAS NOVAS.
54. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O ofendido e o indiciado não poderão
requerer diligências no curso do IP.
COMENTÁRIOS
Tanto o ofendido quanto o indiciado poderão requerer diligências, que serão realizadas ou não a
critério da autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP.
55. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O IP, peça informativa do processo,
oferece o suporte probatório mínimo para a denúncia e, por isso, é indispensável à propositura
da ação penal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL, já que sua finalidade é angariar prova da materialidade e
indícios da autoria do delito. Se o titular da ação penal já dispõe destes elementos, o IP não
precisa ser instaurado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o IP só pode ser presidido pela autoridade policial. Caso o MP pretenda
investigar diretamente o fato, deverá fazê-lo por intermédio de procedimentos próprios de
investigação.
57. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) A notitia criminis é denominada direta
quando a própria vítima provoca a atuação da polícia judiciária, comunicando a ocorrência de
fato delituoso diretamente à autoridade policial.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso temos a chamada “notitia criminis indireta”. A “notitia criminis”
direta ocorre quando a própria autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso,
diretamente, sem que alguém tenha levado ao seu conhecimento.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o indiciamento é o ato por meio do qual a autoridade policial especifica as
investigações, direcionando a persecução penal para um ou alguns indivíduos.
59. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O prazo legal para o encerramento
do IP é relevante independentemente de o indiciado estar solto ou preso, visto que a superação
dos prazos de investigação tem o efeito de encerrar a persecução penal na esfera policial.
COMENTÁRIOS
O prazo para a conclusão do IP, no caso de estar o indiciado preso, é de 10 dias, contado o prazo
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão. No caso de indiciado solto o prazo é de 30
dias, a contar da Portaria de instauração do IP, nos termos do art. 10 do CPP.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, neste caso, será cabível recurso ao chefe de polícia, nos termos do art. 5º, §2º
do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
61. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) Por substanciar ato próprio da fase
inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela autoridade policial, após o
oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a quo.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o indiciamento é ato inerente à investigação, ou seja, à fase pré-processual.
62. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) O acesso aos autos do inquérito
policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os documentos da
investigação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a autoridade policial poderá negar ao defensor o acesso aos elementos de
prova AINDA NÃO DOCUMENTADOS nos autos do IP, nos termos da Súmula Vinculante nº 14
do STF:
Súmula vinculante 14
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
COMENTÁRIOS
O item está correto. A “denúncia” (o termo certo é delatio criminis inqualificada) anônima,
embora seja admitida no nosso ordenamento jurídico, não é suficiente para, por si só, gerar a
instauração de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, de forma a apurar
a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso, proceder à instauração do IP.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, arquivado o inquérito policial com base na ausência de justa causa (falta de
elementos de prova para o ajuizamento da ação), a ação penal só poderá ser instaurada com
base em novas provas, nos termos do art. 18 do CPP e súmula 524 do STF.
Assim, vemos que tal decisão de arquivamento não faz coisa julgada material.
65. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) De acordo com a Lei de Drogas,
estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito
policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as
investigações.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no caso de crimes da Lei de Drogas os prazos para a conclusão do IP são de 30
dias, em caso de indiciado preso, e 90 dias, em caso de indiciado solto, nos termos do art. 51 da
Lei 11.343/06. Tais prazos podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, a pedido
justificado da autoridade policial, nos termos do § único do referido artigo.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, após a liberação pelos peritos, a autoridade policial deverá apreender os
objetos que tiverem relação com o fato, nos termos do art. 6º, II do CPP.
67. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) O IP,
um procedimento administrativo preparatório que tem por finalidade apurar os indícios de
autoria e materialidade, é indispensável para o início da ação penal pelo Ministério Público.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL, já que sua finalidade é angariar prova da materialidade e
indícios da autoria do delito. Se o titular da ação penal já dispõe destes elementos, o IP não
precisa ser instaurado.
COMENTÁRIOS
69. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Por
ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao início da ação penal, não há previsão legal de
se observarem os princípios do contraditório e da ampla defesa nessa fase investigativa.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois no IP não há garantia do contraditório e da ampla defesa no IP, eis que se trata
de procedimento pré-processual não acusatório.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas NUNCA poderá
mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
71. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Nos
crimes de ação penal privada, a autoridade policial pode instaurar o IP de ofício.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso, é necessário que haja requerimento da vítima nesse sentido, ou
qualquer manifestação da vítima que demonstre, inequivocamente, sua intenção em ver iniciada
a persecução penal, nos termos do art. 5º, §5º do CPP.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o ofendido (ou seu representante legal) e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, mas sua realização fica a critério da autoridade policial, nos termos do art. 14
do CPP.
73. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Uma
vez que o juiz tenha ordenado o arquivamento do IP, este não poderá ser desarquivado pela
autoridade policial para novas investigações, ainda que haja notícias de novas provas.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em se tratando de arquivamento por falta de provas (falta de base para a
denúncia), poderá haver o desarquivamento dos autos do IP, desde que haja notícia de prova
nova, nos termos do art. 18 do CPP.
74. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Após
terminado o IP, a autoridade deverá fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviar
os autos ao Ministério Público (MP), para que este proceda ao oferecimento de denúncia.
COMENTÁRIOS
Item errado, primeiramente, de acordo com a literalidade do CPP, a autoridade policial remeterá
os autos ao Juiz, não ao MP, nos termos do art. 10, §1º do CPP. Em segundo lugar, o
oferecimento, ou não, da denúncia, fica a critério do MP, de acordo com a avaliação acerca da
existência de prova da materialidade e indícios de autoria.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, como regra geral, o IP deve terminar em 10 dias, nos termos do art. 10 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
76. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Paulo e João
foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e
celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve
acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa.
COMENTÁRIOS
O item está correto. O MP não está obrigado a aguardar o IP para oferecer a denúncia, podendo
apresentá-la, desde já, caso possua os elementos de prova necessários.
77. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados durante a realização do
inquérito policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.
COMENTÁRIOS
O item está correto. Primeiro porque no IP não se exige contraditório e ampla defesa. Em
segundo lugar, os vícios do IP não maculam a ação penal, conforme entendimento doutrinário e
jurisprudencial dominante. Vejamos o entendimento do STJ:
78. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de culpa do agente, poderá ser
anotado em atestado de antecedentes criminais. A partir do indiciamento, poderá ser divulgado
o andamento das investigações, com a identificação do provável autor do fato.
COMENTÁRIOS
O item está errado. O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial,
sendo apenas um ato mediante o qual a autoridade policial passa a direcionar as investigações
sobre determinada ou determinadas pessoas.
79. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não
ocorreu.
COMENTÁRIOS
O item está ABSOLUTAMENTE ERRADO! A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar
autos de inquérito policial, nos termos do art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Cabe ao delegado de polícia dirigir a investigação e, se for o caso, arquivar o inquérito policial.
COMENTÁRIOS
Item errado! Gravem isso: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de
inquérito policial. Vejamos o art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
81. (CESPE - 2014 - PGE-BA – PROCURADOR) Acerca das provas, das sentenças e dos
princípios do direito processual penal, julgue os itens a seguir.
De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz requisitar novas diligências probatórias
caso o MP tenha-se manifestado pelo arquivamento do feito.
COMENTÁRIOS
O item está correto. Se o MP requerer o arquivamento do inquérito policial, o Juiz, caso não
concorde com o pedido de arquivamento, deverá proceder na forma do art. 28 do CPP (remeter
ao chefe do MP), com a redação antiga:
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,
requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará
remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz
obrigado a atender.
82. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) Uma autoridade policial instaurou inquérito policial
de ofício para a apuração de crime de ação penal pública. Depois de concluído o inquérito, os
autos foram remetidos ao juiz competente e, em seguida, ao Ministério Público. O promotor de
justiça requereu a devolução do inquérito à autoridade policial para a realização de novas
diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, o que foi deferido pelo juiz. De posse
novamente dos autos, a autoridade policial entendeu que não havia mais nenhuma diligência a
ser feita e determinou o arquivamento dos autos de inquérito.
COMENTÁRIOS
A única autoridade que agiu incorretamente foi a autoridade policial, pois ela NUNCA poderá
mandar arquivar os autos do IP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
O pedido do MP também foi correto (art. 16), bem como a decisão do Juiz, a pedido do MP
(com base no mesmo art. 16).
83. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) No que diz respeito ao inquérito policial, assinale a
opção correta.
A) Se tratando de crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial poderá ser
iniciado de ofício pela autoridade policial sem a representação do ofendido, necessária apenas
para dar início à ação penal.
B) Tratando-se de crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado mediante
requisição do Ministério Público ou da autoridade judiciária.
C) O indiciado pode requerer à autoridade policial qualquer diligência que julgue necessária.
D) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18 anos de idade.
E) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício
pela autoridade policial.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A representação é necessária para a própria instauração o IP, nos termos do art. 5,
§4º do CPP.
B) ERRADA: Neste caso o IP somente poderá ser instaurado a requerimento de quem tenha
qualidade para ajuizar a ação penal (ofendido, seu procurador ou seus sucessores legalmente
habilitados para tal), na forma do art. 5º, §5º do CPP.
C) CORRETA: Esta é uma das faculdades do indiciado, muito embora o deferimento da diligência
fique a critério da autoridade policial:
D) ERRADA: O item está errado, pois os menores de 18 anos não podem ser indiciados já que
são inimputáveis, logo, não praticam crime, devendo responder perante as normas do ECA.
E) ERRADA: Esta é uma das formas possíveis, mas não a única. Poderá ser instaurado, ainda, por
requisição do MP ou do Juiz, bem como a requerimento do ofendido.
84. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ação penal e da
competência, julgue os próximos itens.
COMENTÁRIOS
A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial, nos termos do
art. 17 do CP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
COMENTÁRIOS
A redistribuição de inquérito policial em curso é permitida pela Lei, que exige alguns requisitos.
Vejamos o que diz o art. 1º, §4º da Lei 12.830/13:
COMENTÁRIOS
Item correto. O assistente de acusação não é admitido fora do processo, ou seja, nem antes nem
depois. Assim, não se admite a intervenção do assistente de acusação durante o IP, nem durante
a execução penal. Vejamos:
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente
do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,
qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença
e receberá a causa no estado em que se achar.
Assim, percebemos que só se admite o assistente de acusação durante o curso das ações penais
públicas (nunca antes, nem depois).
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a autoridade policial somente pode arbitrar a fiança em relação aos crimes cuja
pena máxima não seja superior a 04 anos de privação da liberdade. Vejamos:
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro)
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
COMENTÁRIOS
O delegado de polícia NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial, nos termos
do art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
COMENTÁRIOS
Contudo, como se pode ver, o defensor não terá acesso aos elementos de prova que ainda não
tenham sido documentados nos autos do IP, como é o caso de uma interceptação telefônica
ainda em curso e que não foi juntada ao IP (para não prejudicar a eficácia da medida).
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a literalidade do CPP, em seu art. 6º, VII e VI:
91. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o Ministério Público
pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização
de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo
pericial do local arrombado.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o próprio CPP admite tal possibilidade, nos termos de seu 16:
92. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível
a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia
indiciar Marcos como o autor do delito.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial, nos termos do art.
2º, §6º da Lei 12.830/13:
93. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o prazo legal para que
o delegado de polícia termine o inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de
dez dias, se preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da
portaria de instauração.
COMENTÁRIOS
O prazo, neste caso, é de 30 dias, em caso de indiciado solto e 10 dias no caso de indiciado
preso. Contudo, neste último caso, o prazo começa a correr da data da efetivação da prisão, nos
termos do art. 10 do CPP:
94. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O Ministério Público pode
oferecer a denúncia ainda que não disponha do inquérito relatado pela autoridade policial.
COMENTÁRIOS
O item está correto, pois o Inquérito Policial é uma peça que visa à colheita de elementos de
convicção para o ajuizamento da ação penal por seu titular (nas ações penais públicas, o MP).
Caso o titular da ação penal já disponha dos elementos necessários (prova da materialidade e
indícios de autoria), poderá ajuizar a ação penal mesmo sem a conclusão do IP.
COMENTÁRIOS
O item está errado por dois motivos. Primeiro porque a Constituição Federal de 1988 não
recepcionou o art. 21 do CPP, que trata da incomunicabilidade do preso. Segundo porque,
ainda que tivesse recepcionado, o CPP não conferiu ao delegado tal competência, mas ao Juiz.
Vejamos:
96. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Acerca do inquérito policial, julgue os
itens seguintes.
O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada
obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos
informativos colhidos na investigação.
COMENTÁRIOS
O item está correto. O IP possui valor probatório reduzido por uma razão: Ele não possui
contraditório nem ampla defesa (embora isso venha sendo paulatinamente mitigado pela
adoção de alguns entendimentos). Em razão disso, não se pode atribuir às provas nele colhidas
o mesmo valor que se atribui às provas colhidas no processo (este sim com contraditório e
ampla defesa).
Por outro lado, nada impede que o Juiz absolva o acusado tendo como provas apenas aquelas
produzidas no IP, já que, neste caso, não há qualquer prejuízo ao acusado.
COMENTÁRIOS
O item está errado. O erro se refere ao fato de que nem sempre a autoridade policial deverá
instaurar inquérito quando receber comunicação de prática de infrações penais, por duas
razões: a) Pode ser que a autoridade policial não verifique a existência de indícios mínimos de
infração penal; b) Pode ser que se trate de ação penal privada ou ação penal pública
condicionada à representação, e nestes casos a manifestação da vítima é indispensável à
abertura do IP (art. 5º, §§4º e 5º do CPP).
98. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Acerca do inquérito policial, julgue os
itens seguintes.
COMENTÁRIOS
O item está correto. Nos termos do art. 16, os autos do IP somente poderão retornar à
autoridade policial no caso de ser necessária a realização de alguma outra diligência. Vejamos:
O relatório do IP não é uma diligência, mas uma simples peça descritiva na qual são elencados
os atos praticados no bojo do IP. Sua ausência constitui mera irregularidade.
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial
instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e
sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de
influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton,
então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar
ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações
telefônicas.
O delegado de polícia não poderia ter determinado a instauração de inquérito policial
exclusivamente com base na denúncia anônima recebida.
COMENTÁRIOS
O item está correto. A “denúncia” (o termo certo é delatio criminis inqualificada) anônima,
embora seja admitida no nosso ordenamento jurídico, não é suficiente para, por si só, gerar a
instauração de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investigação preliminar, de forma a apurar
a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso, proceder à instauração do IP.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o STF solidificou entendimento no sentido de que a autoridade policial, de
fato, necessita de prévia autorização para a instauração de inquérito policial contra pessoas
detentoras de foro por prerrogativa de função. Todavia, a autorização deve ser dada pelo
Tribunal competente para o processo e julgamento da futura ação penal, no caso dos deputados
federais, o STF.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
101. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Fábio, delegado, tendo
recebido denúncia anônima na qual seus subordinados eram acusados de participar de esquema
criminoso relacionado ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, instaurou, de imediato,
inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos, que,
devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela polícia militar.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o delegado não agiu corretamente, já que o STF possui sólido entendimento
no sentido de que o inquérito policial não pode ser instaurado com base exclusivamente em
delação apócrifa (denúncia anônima, também chamada de delatio criminis inqualificada). Nestes
casos, a autoridade policial deve proceder à realização de diligências preliminares, com vistas a
apurar a procedência das informações e, se for o caso, instaurar o IP.
01. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
O inquérito policial é atividade investigatória realizada por órgãos oficiais, não podendo ficar a
cargo do particular, ainda que a titularidade do exercício da ação penal pelo crime investigado
seja atribuída ao ofendido.
Considerando-se as características do inquérito policial, é correto afirmar que o texto anterior
discorre sobre
A) o procedimento escrito do inquérito policial.
B) a indisponibilidade do inquérito policial.
C) a oficiosidade do inquérito policial.
D) a oficialidade do inquérito policial.
E) a dispensabilidade do inquérito policial.
02. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
O inquérito policial, consoante o princípio da oficialidade, poderá ser instaurado apenas de ofício
pela autoridade policial ou mediante requisição do Ministério Público.
03. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
Com base em denúncia anônima de fato criminoso, a autoridade policial pode,
independentemente de apuração prévia, instaurar inquérito policial com fundamento exclusivo
naquela informação anônima.
04. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
A autoridade policial que preside o inquérito policial para apurar crime de ação penal pública
pode, fundamentadamente, decidir sobre a conveniência e(ou) oportunidade de diligências
requisitadas pelo Ministério Público.
05. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
Não se permite ao indiciado qualquer tipo de intervenção probatória durante o inquérito
policial.
06. (CESPE/2022/DPE-RO/ANALISTA)
Inquérito policial arquivado pelo Ministério Público por ausência de elementos suficientes de
informação importa
A) coisa julgada material.
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B) ilegitimidade ad causam.
C) ilegitimidade ad processum.
D) ausência de justa causa processual em sentido estrito.
E) prescrição da pretensão punitiva estatal.
07. (CESPE/2022/DPE-RO/OFICIAL)
Com relação ao inquérito policial, assinale a opção correta.
A) É indispensável sua instauração e conclusão com indiciamento para o oferecimento da
denúncia.
B) Não é admitida sua instauração em crime de ação penal pública condicionada a
representação.
C) O delegado pode arquivar o inquérito policial quando não identificar o autor da infração
penal.
D) O inquérito policial é um procedimento administrativo sigiloso que reúne informações para
subsidiar a ação penal.
E) A instauração do inquérito policial, de ofício, pelo delegado é obrigatória em se tratando de
crimes de ação penal privada.
08. (CESPE/2022/PCERJ/DELEGADO)
O investigado deve ter acesso a todos os elementos já documentados nos autos do inquérito
policial, ressalvadas as diligências em andamento cuja eficácia dependa do sigilo.
09. (CESPE / 2021 / PCAL)
Acerca do inquérito policial, julgue o item subsequente.
Pode a autoridade policial deferir ou indeferir pedido de prova feito pelo indiciado ou pelo
ofendido no inquérito.
10. (CESPE / 2021 / PCAL)
Joacir foi preso em flagrante pela prática de determinado crime. A pena prevista para tal crime é
um a quatro anos de reclusão. Ele negou a autoria do crime e acusou a vítima de ter forjado a
situação de flagrância.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Caso fique comprovado que a vítima
forjou o flagrante de Joacir, o delegado poderá arquivar o inquérito policial.
11. (CESPE / 2021 / PCAL)
Odete filmou Januário, empresário famoso, em conversa com um político. Segundo Odete, no
encontro filmado, Januário estaria oferecendo dinheiro ao político local em troca de vantagens
indevidas em determinado processo licitatório. Sete dias após o ocorrido, ela veiculou o vídeo
em suas mídias sociais. O vídeo alcançou alta projeção nos noticiários. Diante da repercussão, o
político negou a propina e Januário apresentou-se espontaneamente em uma delegacia,
acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir, a respeito do tema de
inquérito policial.
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Ainda que o eventual crime cometido por Januário e pelo referido político seja de ação penal
pública incondicionada, a instauração do inquérito policial depende de notícia crime, fundada em
documentação oficial, como um boletim de ocorrência, não sendo possível sua instauração
apenas com base na divulgação de fato criminoso pela mídia.
12. (CESPE / 2021 / PCAL)
Odete filmou Januário, empresário famoso, em conversa com um político. Segundo Odete, no
encontro filmado, Januário estaria oferecendo dinheiro ao político local em troca de vantagens
indevidas em determinado processo licitatório. Sete dias após o ocorrido, ela veiculou o vídeo
em suas mídias sociais. O vídeo alcançou alta projeção nos noticiários. Diante da repercussão, o
político negou a propina e Januário apresentou-se espontaneamente em uma delegacia,
acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos.
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir, a respeito do tema de
inquérito policial.
Durante o inquérito policial, dada sua natureza administrativa e inquisitorial, não se garantem o
contraditório e a ampla defesa, razão por que o advogado de Januário não poderá requisitar
diligências ou propor perguntas ao delegado.
13. (CESPE / 2021 / PCDF)
Acerca da aplicação das normas processuais penais, julgue o item subsequente.
Os elementos informativos do inquérito podem servir como fundamentação em decreto
condenatório no processo penal, ainda que não confirmados pelo contraditório judicial.
14. (CESPE / 2021 / DEPEN)
Julgue o item a seguir, relativos a direito processual penal.
Para a instauração de inquérito de ação penal privada, é imprescindível o requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la.
15. (CESPE / 2020/ PCSE)
Acerca dos meios de provas, suas espécies, classificação e valoração, julgue o item a seguir.
Para a instauração de inquérito policial, bastam indícios suficientes da existência do crime, sendo
dispensável, nesse primeiro momento, prova da materialidade do delito ou de sua autoria.
16. (CESPE / 2020/ MPCE)
Tales foi preso em flagrante em um parque de Fortaleza pela prática do crime de estupro, tendo
sido reconhecido pela vítima, Marta, com a qual não possuía relação anterior. Há indícios de que
Tales tenha praticado outros crimes sexuais, tendo sido também reconhecido por outras vítimas.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A investigação policial não pode ser instaurada de ofício pelo delegado, sendo necessário que
Marta represente formalmente contra Tales.
17. (CESPE – 2019 – TJAM – ANALISTA)
Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação
de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária.
A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte.
3
Como Lúcio está solto, o inquérito policial não terá prazo para ser concluído.
18. (CESPE – 2019 – TJAM – ASSISTENTE)
A respeito de ação penal e do disposto na Lei de Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei n.º
9.099/1995), julgue o item seguinte.
O inquérito policial é dispensável para a promoção da ação penal desde que a denúncia esteja
minimamente consubstanciada nos elementos exigidos em lei.
19. (CESPE – 2019 – TJAM – ANALISTA)
Jaime foi preso em flagrante por ter furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzido à
delegacia, Jaime, em depoimento ao delegado, no auto de prisão em flagrante, confessou que
era o autor do furto. Na audiência de custódia, o Ministério Público requereu a conversão da
prisão em flagrante em prisão preventiva, sob o argumento da gravidade abstrata do delito
praticado. No entanto, após ouvir a defesa, o juiz relaxou a prisão em flagrante, com fundamento
de que não estava presente o requisito legal da atualidade do flagrante, em razão do lapso
temporal de dois meses entre a consumação do crime e a prisão do autor. Dias depois, em nova
diligência no inquérito policial instaurado pelo delegado para apurar o caso, Jaime, já em
liberdade, retratou-se da confissão, alegando que havia pegado a bicicleta de Abel como forma
de pagamento de uma dívida. Ao ser ouvido, Abel confirmou a narrativa de Jaime e afirmou,
ainda, que registrou boletim de ocorrência do furto da bicicleta em retaliação à conduta de
Jaime, seu credor. Por fim, o juiz competente arquivou o inquérito policial a requerimento de
membro do Ministério Público, por atipicidade material da conduta, sob o fundamento de ter
havido entendimento mútuo e pacífico entre Jaime e Abel acerca da questão, nos termos do
relatório final produzido pelo delegado.
A respeito da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir.
A decisão de arquivamento do inquérito por atipicidade impede que Jaime seja denunciado
posteriormente pela mesma conduta, ainda que sobrevenham novos elementos de informação.
20. (CESPE – 2019 – TJ-SC – JUIZ/ADAPTADA)
O IP, por consistir em procedimento indispensável à formação da opinio delicti, deverá
acompanhar a denúncia ou a queixa criminal.
21. (CESPE – 2019 – TJ-SC – JUIZ/ADAPTADA)
Não poderá haver restrição de acesso, com base em sigilo, ao defensor do investigado, que deve
ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados no IP, no que diga respeito ao
exercício do direito de defesa.
22. (CESPE – 2019 – TJ-SC – JUIZ/ADAPTADA)
A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos de IP, salvo na hipótese
de manifesta atipicidade da conduta investigada.
23. (CESPE – 2019 – MPE-PI – PROMOTOR/ADAPTADA)
O Ministério Público, em razão de seu poder investigatório, pode instaurar procedimento
investigatório, realizar diligências e, ainda, presidir inquérito policial.
24. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA) Em relação a inquérito policial, ação penal e
competência, julgue o próximo item, de acordo com o entendimento da doutrina majoritária e
dos tribunais superiores.
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É de seis meses o prazo para que o ministro da Justiça requeira a instauração de inquérito policial
em crime de ação penal pública condicionada. Findo esse prazo, opera-se a decadência do
direito de ação.
25. (CESPE – 2018 – PC-SE – DELEGADO) No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é
inquisitiva, não se faz necessária a aplicação plena do princípio do contraditório, conforme a
jurisprudência dominante.
26. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Em cada item seguinte, é apresentada
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à competência para
requerer o arquivamento de autos de IP e às consequências da promoção desse tipo de
arquivamento.
Relatado o IP, sob a tese de atipicidade penal do fato, o MP requereu o arquivamento dos autos,
o que foi determinado pelo competente juízo, em acolhimento à tese do MP. Nessa situação, o
arquivamento dos autos nos termos do requerimento do MP impede a reabertura das
investigações pela autoridade policial.
27. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) João integra uma organização criminosa
que, além de contrabandear e armazenar, vende, clandestinamente, cigarros de origem
estrangeira nas ruas de determinada cidade brasileira.
A partir dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
Caso haja indício de transnacionalidade no crime de contrabando praticado, a competência para
apurar e julgar o delito é da justiça federal e, se João estiver preso, a Polícia Federal deverá
concluir o inquérito em até dez dias.
28. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Depois de adquirir um revólver calibre 38,
que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em
desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido
à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa, cuja finalidade é
obter informações a respeito da autoria e da materialidade do delito.
29. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) A respeito do
inquérito policial, julgue o item seguinte.
É vedado à autoridade policial negar ao defensor do investigado o acesso a documentos e
outros elementos de prova constantes dos autos de inquérito policial.
30. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) A respeito do
inquérito policial, julgue o item seguinte.
A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício nos crimes cuja ação penal seja
de iniciativa privada.
31. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO) Após a instauração de inquérito policial para
apurar a prática de crime de corrupção passiva em concurso com o de organização criminosa, o
promotor de justiça requereu o arquivamento do ato processual por insuficiência de provas,
pedido que foi deferido pelo juízo. Contra essa decisão não houve a interposição de recursos.
Nessa situação,
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a) mesmo com o arquivamento do inquérito policial, a ação penal poderá ser proposta, desde
que seja instruída com provas novas.
b) em razão do arquivamento, a ação penal só poderá ser proposta como ação penal privada
subsidiária da pública.
c) o arquivamento do inquérito policial gerou a perempção, que provoca a inadmissibilidade da
ação penal devido à extinção da punibilidade provocada.
d) em razão da coisa julgada material feita com o trânsito em julgado da decisão que deferiu o
arquivamento do inquérito, é inadmissível a propositura de ação penal.
e) outro promotor de justiça, com entendimento contrário ao daquele que requereu o
arquivamento, poderá requerer o desarquivamento do inquérito e propor ação penal
independentemente da existência de novas provas.
32. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO) Uma autoridade policial determinou a instauração
de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de homicídio. Entretanto, realizadas
as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em razão da prescrição.
Nessa situação,
a) é cabível recurso em sentido estrito com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas
somente após a decisão que recebe a denúncia.
b) não há instrumento processual capaz de trancar o inquérito policial.
c) poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial.
d) poderá ser impetrado mandado de segurança contra o ato da autoridade policial para trancar
o inquérito policial.
e) é cabível recurso de apelação com o objetivo de trancar o inquérito policial, mas somente em
caso de sentença penal condenatória.
33. (CESPE – 2018 – PC-MA – INVESTIGADOR) A respeito do inquérito policial, assinale a
opção correta.
a) No Brasil, a jurisprudência é pacífica quanto a acolher o arquivamento do inquérito policial de
forma implícita.
b) No ordenamento nacional, não há previsão de recurso de ofício contra ato de arquivamento de
inquérito policial.
c) Em caso de atipicidade da conduta, é possível o trancamento do inquérito policial via habeas
corpus.
d) O inquérito policial é parte necessária da ação penal.
e) O indiciamento pode ser realizado por membro do Ministério Público, mesmo sem a
participação de autoridade policial.
34. (CESPE – 2018 – PC-MA – PERITO CRIMINAL) A respeito do inquérito policial, assinale a
opção correta.
a) O inquérito policial poderá ser iniciado apenas com base em denúncia anônima que indique a
ocorrência do fato criminoso e a sua provável autoria, ainda que sem a verificação prévia da
procedência das informações.
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b) Contra o despacho da autoridade policial que indeferir a instauração do inquérito policial a
requerimento do ofendido caberá reclamação ao Ministério Público.
c) Sendo o inquérito policial a base da denúncia, o Ministério Público não poderá alterar a
classificação do crime definida pela autoridade policial.
d) O inquérito policial pode ser definido como um procedimento administrativo pré-processual
destinado à apuração das infrações penais e da sua autoria.
e) Por ser instrumento de informação pré-processual, o inquérito policial é imprescindível ao
oferecimento da denúncia.
35. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Apenas no caso em que o investigado
estiver preso preventivamente, o inquérito policial deverá se encerrar em até dez dias, contados
a partir do dia subsequente à execução da ordem de prisão.
36. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Mesmo depois de a autoridade judiciária
ter ordenado o arquivamento do inquérito policial por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas diligências.
37. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA) O arquivamento do inquérito policial
determinado por autoridade judiciária competente, a pedido do Ministério Público, com
fundamento na atipicidade da conduta, por fazer coisa julgada material, obsta seu
desarquivamento em razão do surgimento de novas provas.
38. (CESPE – 2017 – TRF1 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Apesar de se tratar de procedimento
inquisitorial no qual não se possa exigir a plena observância do contraditório e da ampla defesa,
a assistência por advogado no curso do inquérito policial é direito do investigado, inclusive com
amplo acesso aos elementos de prova já documentados que digam respeito ao direito de
defesa.
39. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
Antes de instaurar o inquérito policial, a autoridade policial deverá averiguar a procedência das
informações contidas no documento apresentado por Antônio.
40. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
No caso apresentado, cabe ao delegado de polícia presidir o inquérito policial.
41. (CESPE – 2017 – PM-AL – SOLDADO) Antônio, depois de presenciar um homicídio que
ocorreu próximo de sua residência, foi à delegacia de polícia mais próxima e comunicou o crime
à autoridade policial, por escrito.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue o item a
seguir.
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O inquérito policial é instrumento utilizado pelo Estado para colher informações quanto à autoria
e à materialidade da infração penal.
42. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA - ADAPTADA) Tratando-se de crimes de
ação penal pública, o inquérito policial será iniciado de ofício pelo delegado, por requisição do
Ministério Público ou por requerimento do ofendido ou de quem o represente.
43. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Membro do Ministério
Público ordenará o arquivamento do inquérito policial se verificar que o fato investigado é
atípico.
44. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Cabe à autoridade policial
ordenar o arquivamento quando a requisição de instauração recebida não fornecer o mínimo
indispensável para se proceder à investigação.
45. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Sendo o crime de ação
penal privada, o arquivamento do inquérito policial depende de decisão do juiz, após pedido do
Ministério Público.
46. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) O inquérito pode ser
arquivado pela autoridade policial se ela verificar ter havido a extinção da punibilidade do
indiciado.
47. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ADAPTADA) Sendo o arquivamento
ordenado em razão da ausência de elementos para basear a denúncia, a autoridade policial
poderá empreender novas investigações se receber notícia de novas provas.
48. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O delegado de polícia, se estiver
convencido da ausência de elementos suficientes para imputar autoria a determinada pessoa,
deverá mandar arquivar o IP, podendo desarquivá-lo se surgir prova nova.
49. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O IP é presidido pelo delegado de
polícia sob a supervisão direta do MP, que poderá intervir a qualquer tempo para determinar a
realização de perícias ou diligências.
50. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) A atividade investigatória de crimes não
é exclusiva da polícia judiciária, podendo ser eventualmente presidida por outras autoridades,
conforme dispuser a lei especial.
51. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O IP é indispensável para o
oferecimento da denúncia; o promotor de justiça não poderá denunciar o réu sem esse
procedimento investigatório prévio.
52. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O IP é peça indispensável à propositura
da ação penal pública incondicionada, sob pena de nulidade, e deve assegurar as garantias
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
53. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) Uma vez arquivado o IP por decisão
judicial, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se tiver notícia de uma nova
prova.
54. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O ofendido e o indiciado não poderão
requerer diligências no curso do IP.
55. (CESPE – 2016 - PC/GO – AGENTE - ADAPTADA) O IP, peça informativa do processo,
oferece o suporte probatório mínimo para a denúncia e, por isso, é indispensável à propositura
da ação penal.
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56. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O IP, em razão da complexidade ou
gravidade do delito a ser apurado, poderá ser presidido por representante do MP, mediante
prévia determinação judicial nesse sentido.
57. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) A notitia criminis é denominada direta
quando a própria vítima provoca a atuação da polícia judiciária, comunicando a ocorrência de
fato delituoso diretamente à autoridade policial.
58. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O indiciamento é ato próprio da
autoridade policial a ser adotado na fase inquisitorial.
59. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O prazo legal para o encerramento
do IP é relevante independentemente de o indiciado estar solto ou preso, visto que a superação
dos prazos de investigação tem o efeito de encerrar a persecução penal na esfera policial.
60. (CESPE – 2016 - PC/GO – ESCRIVÃO - ADAPTADA) Do despacho da autoridade policial
que indeferir requerimento de abertura de IP feito pelo ofendido ou seu representante legal é
cabível, como único remédio jurídico, recurso ao juiz criminal da comarca onde, em tese, ocorreu
o fato delituoso.
61. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) Por substanciar ato próprio da fase
inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela autoridade policial, após o
oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a quo.
62. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) O acesso aos autos do inquérito
policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os documentos da
investigação.
63. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) Em consonância com o dispositivo
constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial
com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo
de delito.
64. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) O arquivamento de inquérito policial
mediante promoção do MP por ausência de provas impede a reabertura das investigações: a
decisão que homologa o arquivamento faz coisa julgada material.
65. (CESPE – 2016 - PC/PE– DELEGADO - ADAPTADA) De acordo com a Lei de Drogas,
estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito
policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as
investigações.
66. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA)
Concluída a perícia do local do crime, o delegado deve restituir ao respectivo proprietário os
instrumentos do crime e os demais objetos apreendidos.
67. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) O IP,
um procedimento administrativo preparatório que tem por finalidade apurar os indícios de
autoria e materialidade, é indispensável para o início da ação penal pelo Ministério Público.
68. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Em
razão do interesse da sociedade pelo esclarecimento dos fatos criminosos, as investigações
policiais são sempre públicas.
69. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Por
ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao início da ação penal, não há previsão legal de
se observarem os princípios do contraditório e da ampla defesa nessa fase investigativa.
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70. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) O
relatório de IP que concluir pela ausência de justa causa para o prosseguimento das
investigações deverá ser arquivado pelo delegado.
71. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Nos
crimes de ação penal privada, a autoridade policial pode instaurar o IP de ofício.
72. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA)
Durante o curso do IP, o indiciado poderá requerer qualquer diligência, mas realizá-la ou não
ficará a critério da autoridade.
73. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Uma
vez que o juiz tenha ordenado o arquivamento do IP, este não poderá ser desarquivado pela
autoridade policial para novas investigações, ainda que haja notícias de novas provas.
74. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) Após
terminado o IP, a autoridade deverá fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviar
os autos ao Ministério Público (MP), para que este proceda ao oferecimento de denúncia.
75. (CESPE – 2016 - PC/PE – POLÍCIA CIENTÍFICA – DIVERSOS CARGOS - ADAPTADA) O IP
deve terminar em trinta dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante.
76. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Paulo e João
foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e
celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve
acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela polícia
legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia.
77. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados durante a realização do
inquérito policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.
78. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de culpa do agente, poderá ser
anotado em atestado de antecedentes criminais. A partir do indiciamento, poderá ser divulgado
o andamento das investigações, com a identificação do provável autor do fato.
79. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere
ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não
ocorreu.
80. (CESPE - 2014 - CBM-CE - PRIMEIRO-TENENTE) No que se refere a princípios do direito
processual penal, garantias do réu e inquérito policial, julgue os itens a seguir.
Cabe ao delegado de polícia dirigir a investigação e, se for o caso, arquivar o inquérito policial.
81. (CESPE - 2014 - PGE-BA – PROCURADOR) Acerca das provas, das sentenças e dos
princípios do direito processual penal, julgue os itens a seguir.
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De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz requisitar novas diligências probatórias
caso o MP tenha-se manifestado pelo arquivamento do feito.
82. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) Uma autoridade policial instaurou inquérito policial
de ofício para a apuração de crime de ação penal pública. Depois de concluído o inquérito, os
autos foram remetidos ao juiz competente e, em seguida, ao Ministério Público. O promotor de
justiça requereu a devolução do inquérito à autoridade policial para a realização de novas
diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, o que foi deferido pelo juiz. De posse
novamente dos autos, a autoridade policial entendeu que não havia mais nenhuma diligência a
ser feita e determinou o arquivamento dos autos de inquérito.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
A) O Ministério Público agiu incorretamente, já que deveria ter oferecido a denúncia de imediato,
após a conclusão do inquérito pela autoridade policial.
B) A autoridade policial agiu incorretamente, haja vista que não pode instaurar inquérito policial
de ofício para apuração de crime de ação penal pública.
C) A autoridade policial agiu corretamente ao arquivar o inquérito policial, uma vez que não havia
mais nenhuma diligência a ser realizada.
D) O juiz agiu incorretamente, visto que não poderia ter deferido a devolução do inquérito já
concluído à autoridade policial.
E) A autoridade policial agiu incorretamente, dado que não poderia ter determinado o
arquivamento do inquérito policial.
83. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) No que diz respeito ao inquérito policial, assinale a
opção correta.
A) Se tratando de crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial poderá ser
iniciado de ofício pela autoridade policial sem a representação do ofendido, necessária apenas
para dar início à ação penal.
B) Tratando-se de crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado mediante
requisição do Ministério Público ou da autoridade judiciária.
C) O indiciado pode requerer à autoridade policial qualquer diligência que julgue necessária.
D) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18 anos de idade.
E) Nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício
pela autoridade policial.
84. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Acerca do inquérito policial, da ação penal e da
competência, julgue os próximos itens.
Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração penal, a existência de
excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o
arquivamento do inquérito policial.
85. (CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE ADMINISTRATIVO) A respeito da
investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, julgue o item abaixo.
Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar conhecimento de um ilícito penal
federal, instaure inquérito policial para a apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no curso
do procedimento, o seu superior hierárquico, alegando motivo de interesse público, redistribua o
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inquérito a outro delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em desacordo
com a legislação, que veda expressamente a redistribuição de inquéritos policiais em curso.
86. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) A interveniência do assistente de acusação
não é permitida no curso do inquérito policial ou da execução penal.
87. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) No curso da tramitação do
inquérito policial, o delegado de polícia, nos crimes em que a pena máxima cominada não
extrapole oito anos de reclusão, poderá conceder liberdade provisória, independentemente de
fiança.
88. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) No curso da tramitação do
inquérito policial, o delegado de polícia, quando verificada a inexistência de indícios de autoria,
deverá arquivar os autos do inquérito policial.
89. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) É direito do defensor, no
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova, inclusive interceptações
telefônicas em curso e não documentadas no bojo dos autos da investigação.
90. (CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Logo que tiver conhecimento da prática
de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias
que se mostrarem necessárias e proceder a acareações.
91. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o Ministério Público
pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização
de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo
pericial do local arrombado.
92. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível
a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia
indiciar Marcos como o autor do delito.
93. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Após a realização
de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela
autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o prazo legal para que
o delegado de polícia termine o inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de
dez dias, se preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da
portaria de instauração.
94. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O Ministério Público pode
oferecer a denúncia ainda que não disponha do inquérito relatado pela autoridade policial.
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95. (CESPE – 2013 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) O delegado de polícia, mediante
despacho nos autos do inquérito policial, poderá determinar a incomunicabilidade do indiciado
sempre que o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o permitir.
96. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Acerca do inquérito policial, julgue os
itens seguintes.
O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada
obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos
informativos colhidos na investigação.
97. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Acerca do inquérito policial, julgue os
itens seguintes.
O princípio que rege a atividade da polícia judiciária impõe a obrigatoriedade de investigar o
fato e a sua autoria, o que resulta na imperatividade da autoridade policial de instaurar inquérito
policial em todos os casos em que receber comunicação da prática de infrações penais. A
ausência de instauração do procedimento investigativo policial enseja a responsabilidade da
autoridade e dos demais agentes envolvidos, nos termos da legislação de regência, vez que
resultará em arquivamento indireto de peça informativa.
98. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO) Acerca do inquérito policial, julgue os
itens seguintes.
A conclusão do inquérito policial é precedida de relatório final, no qual é descrito todo o
procedimento adotado no curso da investigação para esclarecer a autoria e a materialidade. A
ausência desse relatório e de indiciamento formal do investigado não resulta em prejuízos para
persecução penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério Público determinar o retorno da
investigação à autoridade para concretizá-los, já que constitui mera irregularidade funcional a ser
apurada na esfera disciplinar.
99. (CESPE – 2013 – PC/BA – DELEGADO) Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia
anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias,
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação.
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial
instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e
sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de
influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton,
então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar
ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações
telefônicas.
O delegado de polícia não poderia ter determinado a instauração de inquérito policial
exclusivamente com base na denúncia anônima recebida.
100. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Um delegado da Polícia
Federal instaurou inquérito policial, mediante portaria, para investigar a conduta de deputado
federal suspeito da prática de crimes contra a administração pública. Intimado para oitiva nos
13
autos, o parlamentar impetrou habeas corpus contra o ato da autoridade policial, sob o
argumento de usurpação de competência originária do STF. Nessa situação hipotética, assiste
razão ao impetrante, visto que, para a instauração do procedimento policial, é necessário que a
autoridade policial obtenha prévia autorização da Câmara dos Deputados ou do STF.
101. (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) Fábio, delegado, tendo
recebido denúncia anônima na qual seus subordinados eram acusados de participar de esquema
criminoso relacionado ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, instaurou, de imediato,
inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos, que,
devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela polícia militar.
No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das comunicações
telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda de integrantes das Forças
Armadas para praticar os delitos, utilizando aviões da Aeronáutica para o envio da substância
entorpecente para o exterior.
O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por diversas vezes, o período de
interceptação. Com a denúncia na justiça federal, as informações colhidas na intercepção foram
reproduzidas em CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos
investigados transcritas nos autos.
Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às interceptações telefônicas, julgue
os itens a seguir:
Ao instaurar imediatamente inquérito policial e requerer as interceptações telefônicas para
averiguar as acusações contra seus comandados, o delegado em questão agiu corretamente, em
obediência ao princípio da moralidade administrativa.
GABARITO
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1. LETRA D
2. ERRADA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. LETRA D
7. LETRA D
8. CORRETA
9. CORRETA
10. ERRADA
11. ERRADA
12. ERRADA
13. ANULADA
14. CORRETA
15. CORRETA
16. ERRADA
17. ERRADA
18. CORRETA
19. CORRETA
20. ERRADA
21. CORRETA
22. ERRADA
23. ERRADA
24. ERRADA
25. CORRETA
26. CORRETA
27. ERRADA
28. CORRETA
29. CORRETA
30. ERRADA
31. ALTERNATIVA A
15
32. ALTERNATIVA C
33. ALTERNATIVA C
34. ALTERNATIVA D
35. ERRADA
36. CORRETA
37. CORRETA
38. CORRETA
39. CORRETA
40. CORRETA
41. CORRETA
42. CORRETA
43. DESATUALIZADA – SEM RESPOSTA
44. ERRADA
45. ERRADA
46. ERRADA
47. CORRETA
48. ERRADA
49. ERRADA
50. CORRETA
51. ERRADA
52. ERRADA
53. CORRETA
54. ERRADA
55. ERRADA
56. ERRADA
57. ERRADA
58. CORRETA
59. ERRADA
60. ERRADA
61. ERRADA
62. ERRADA
16
63. CORRETA
64. ERRADA
65. ERRADA
66. ERRADA
67. ERRADA
68. ERRADA
69. CORRETA
70. ERRADA
71. ERRADA
72. CORRETA
73. ERRADA
74. ERRADA
75. ERRADA
76. CORRETA
77. CORRETA
78. ERRADA
79. ERRADA
80. ERRADA
81. CORRETA
82. ALTERNATIVA E
83. ALTERNATIVA C
84. ERRADA
85. ERRADA
86. CORRETA
87. ERRADA
88. ERRADA
89. ERRADA
90. CORRETA
91. CORRETA
92. CORRETA
93. ERRADA
17
94. CORRETA
95. ERRADA
96. CORRETA
97. ERRADA
98. CORRETA
99. CORRETA
100. ERRADA
101. ERRADA
18