COMPLEXO ESCOLAR PRIVADO MEGONET
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO Iº CICLO
NAMORO PRECOCE
Ano Lectivo: 2023/2024
I
COMPLEXO ESCOLAR PRIVADO MEGONET
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO Iº CICLO
NAMORO PRECOCE
Grupo nº 02
Sala nº 05
Turma: ET
Turno: Tarde
INTEGRANTES DO GRUPO
Nº Nome dos Integrantes Classificação
Aristóteles Manuel
Cristina Pereira
Delfino Baptista
Fátima Augusto
Fernanda Augusto
Luciano Mateus
Sofia João
ORIENTADOR
_______________________
Ano Lectivo: 2023/2024
II
ASSINATURAS DA MESA DE JURADOS
1º Vogal : ________________________________________________________;
2º Vogal : ________________________________________________________;
3º Vogal : ________________________________________________________;
4º Vogal:_________________________________________________________;
III
AGRADECIMENTOS
A elaboração deste trabalho não teria sido possível sem o envolvimento, empenho e
estímulo de diversas entidades.
Por essa razão, vimos, em primeiro lugar, agradecer a Deus pelo fôlego de vida, pela
saúde e por ter nos protegido e permitido que chegássemos até ao dia de hoje.
Agradecemos, em segundo, aos nossos encarregados de educação, por todo o apoio
financeiro e moral que têm dado na nossa formação. Agradecemos também a todos os membros
da direcção do MEGONET, instituição esta que tem sido durante todo este tempo a nossa
segunda casa e o nosso templo do saber social, moral e ciêntífico.
Agradecemos em alta estima ao nosso professor e mentor António Hebo, por nos
lapidar e munir de conhecimentos para a apresentação que hoje se efectiva.
E, finalmente, agradecemos ao Leopoldino Mateus, pelo seu contributo na pesquisa e
organização do nosso trabalho. Aos nossos colegas, amigos e todos aqueles que de uma ou de
outra forma contribuiram para a concretização deste trabalho.
À todos, Gratidão!
IV
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, eles que têm sido os maiores
impulsionadores e responsáveis da nossa formação acadêmica apoiando incansávelmente no
nosso desenvolvimento enquanto seres sociais e perspectivando sempre o melhor para nós.
Este trabalho é dedicado também aos nossos mestres; os nossos professores, pois, são
os responsáveis pelo nosso crescimento intelectual nas mais diversas áreas do saber, trazendo
em nós o discernimento e estimulando o raciocínio lógico.
V
INDICE
Assinaturas da mesa de jurados ............................................................................................... iii
Agradecimentos ..................................................................................................................... iv
Dedicatória ............................................................................................................................. v
Introdução............................................................................................................................... 1
Enquadramento teórico .......................................................................................................... 2
Conceito ................................................................................................................................. 2
Historial .................................................................................................................................. 2
Consequências do namoro precoce ........................................................................................ 4
Razões que levam ao namoro precoce; .................................................................................. 5
Violência nas relações de namoro .......................................................................................... 8
Tipos de violência .................................................................................................................. 9
Violência física ....................................................................................................................... 9
Violência psicológica ............................................................................................................. 9
Violência sexual ................................................................................................................... 10
Argumentos a favor: ............................................................................................................. 12
Desenvolvimento emocional ................................................................................................ 12
Socialização saudável ........................................................................................................... 12
Autoconhecimento ............................................................................................................... 12
Apoio emocional .................................................................................................................. 12
Argumentos contra ............................................................................................................... 12
Risco emocional ................................................................................................................... 12
Pressão social ....................................................................................................................... 13
Impacto na identidade .......................................................................................................... 13
Conclusão ............................................................................................................................. 14
Referências bibliográficas .................................................................................................... 15
VI
INTRODUÇÃO
O namoro precoce, caracterizado pelo envolvimento romântico entre adolescentes em
idades mais jovens, é um fenômeno que tem despertado considerável interesse e preocupação
na sociedade contemporânea. Esta forma de relacionamento muitas vezes surge durante os anos
formativos da adolescência, quando os jovens estão apenas começando a compreender as
complexidades do amor, da intimidade e da auto-identidade.
Neste estágio da vida, os adolescentes estão experimentando uma série de mudanças
emocionais, físicas e sociais, e o namoro precoce pode desempenhar um papel significativo
nesse processo. No entanto, há uma série de questões e desafios associados a essa prática que
merecem atenção.
1
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Conceito
Namoro é uma instituição de relacionamento interpessoal não moderna, que tem como
função a concretização do sentimental e/ou ato sexual entre duas, ou mais, pessoas em troca de
conhecimentos e uma vivência com um grau de comprometimento inferior à do matrimônio.
Historial
A grande maioria utiliza o namoro como pré-condição para o estabelecimento de
um noivado ou casamento, definido este último ato antropologicamente como o
vínculo romântico estabelecido entre duas pessoas mediante o
reconhecimento governamental, religioso e social.
O termo namoro precoce se refere ao entendimento e interpretação do que é um
namoro iniciado em uma idade considerada jovem ou prematura. Envolve compreender os
aspectos emocionais, sociais e psicológicos desse tipo de relacionamento.
O namoro precoce funciona como uma análise e reflexão sobre os impactos e
consequências de iniciar um relacionamento amoroso em uma idade jovem. Explora os
desafios, benefícios e responsabilidades envolvidos nesse tipo de namoro.
Um dos maiores motivos de divergência entre pais e filhos na adolescência, hoje, são
os relacionamentos amorosos. Agora com um agravante que causa ainda mais conflitos: a
precocidade com que esses namoros começam.
Quem já viveu três ou mais décadas sabe bem que hoje os casais se formam com cada
vez menos idade e com isso vem a iniciação da vida sexual, outra grande preocupação para os
pais.
De acordo com a psicóloga especialista em infância e adolescência Rose Caldas, 50
anos de idade, sendo 26 de profissão, passar por essa fase não é uma tarefa fácil.
A receita para o sucesso é o diálogo. Os pais devem se manter próximos dos filhos,
sempre orientando sobre namoro e sexo. Quanto maior o vínculo de amizade com eles, mais
fácil será lidar com esse tipo de questão.
2
Para Rose, não existe uma idade certa para o adolescente ser liberado para namorar,
pois, na realidade, o ingrediente necessário para o namoro ser saudável é a maturidade. Prova
disso é que existem pessoas com mais de 30 anos que não prosperam em seus relacionamentos
e, paralelo, jovens com 14 anos que desfrutam de um romance duradouro.
Se o filho está decidido a namorar, apesar dos pais terem exposto sua opinião
contrária, o melhor a fazer é tentar se aproximar do escolhido para conhecer e saber como
agirem. Proibir é sempre pior, explica.
Já quanto a liberação do sexo dentro de casa, a psicóloga garante que os pais devem
agir de acordo com seus princípios e se não se sentem confortáveis não devem aceitar essa
situação, mesmo sob o risco de parecerem ultrapassados.
Por um lado, o namoro precoce pode oferecer aos jovens a oportunidade de explorar
e entender suas próprias emoções, aprender a se comunicar de maneira eficaz e desenvolver
habilidades interpessoais importantes. Além disso, pode proporcionar-lhes um senso de
pertencimento e intimidade emocional.
Por outro lado, o namoro precoce também pode trazer consigo uma série de desafios
e preocupações. Os adolescentes podem enfrentar pressões sociais e expectativas irrealistas
sobre relacionamentos românticos, que podem afetar negativamente sua autoestima e bem-
estar emocional. Além disso, o namoro precoce pode distrair os jovens de suas
responsabilidades acadêmicas e sociais, e em alguns casos, pode até mesmo levar a
comportamentos de risco, como gravidez precoce ou envolvimento em relacionamentos
abusivos.
Portanto, é importante que pais, educadores e a sociedade em geral estejam atentos ao
namoro precoce e forneçam aos adolescentes o apoio e a orientação necessários para navegar
por esses desafios de maneira saudável e responsável. Isso inclui promover uma comunicação
aberta e honesta sobre relacionamentos, fornecer educação sexual abrangente e incentivar o
desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão e autoestima. Ao fazer isso, podemos
ajudar os adolescentes a desenvolver relacionamentos saudáveis e significativos, enquanto
navegam pelo caminho tumultuado da adolescência.
3
CONSEQUÊNCIAS DO NAMORO PRECOCE
O namoro precoce pode ter uma série de consequências, tanto positivas quanto
negativas, que podem impactar o desenvolvimento emocional, social e acadêmico dos
adolescentes. Aqui estão algumas das consequências comuns do namoro precoce:
Impacto na saúde emocional: Relacionamentos românticos precoces podem levar a
uma montanha-russa emocional para os adolescentes, aumentando o estresse, a ansiedade e até
mesmo a depressão, especialmente se o relacionamento não for saudável ou se terminar de
forma dolorosa.
Distração acadêmica: O envolvimento em relacionamentos românticos pode distrair
os adolescentes de suas responsabilidades acadêmicas, levando a uma queda no desempenho
escolar e comprometendo suas metas educacionais.
Pressão social e expectativas irrealistas: Os adolescentes podem sentir pressão para
se ajustar às expectativas da sociedade sobre como devem se comportar em um relacionamento
romântico, o que pode levar a comportamentos prejudiciais ou a assumir papéis que não são
adequados para sua idade ou maturidade emocional.
Risco de comportamentos de risco: O namoro precoce pode aumentar a
probabilidade de os adolescentes se envolverem em comportamentos de risco, como sexo
desprotegido, uso de drogas e álcool, ou até mesmo violência no relacionamento.
Isolamento social: Em alguns casos, o namoro precoce pode levar os adolescentes a
se afastarem de amigos e familiares, concentrando-se exclusivamente no relacionamento
romântico e negligenciando outras relações importantes.
Impacto no desenvolvimento pessoal: Relacionamentos românticos precoces podem
influenciar a forma como os adolescentes desenvolvem sua identidade pessoal, autoestima e
habilidades de comunicação e resolução de conflitos.
Possíveis consequências a longo prazo: O namoro precoce pode moldar as
expectativas e os padrões de relacionamento dos adolescentes, afetando seus relacionamentos
futuros e contribuindo para padrões de relacionamento disfuncionais ou não saudáveis na vida
adulta.
4
Gravidez precoce: A gravidez precoce envolve muito mais do que problemas físicos,
pois há também problemas emocionais, sociais, entre outros.
Caso haja uma gravidez, no caso da menina, naquele momento a menina pára de
estudar, porque terá receio dos colegas ou os pais decidirão que ela vai no seu marido (por
exemplo em Angola dependendo muito de família, há família que quando o jovem engravida
uma rapariga os familiares da moça, decidem entregar a moça para o jovem a assumir); No
caso do jovem, há jovem que é obrigado a deixar de estudar e procurar trabalho para sustentar
a família que ele criou, mesmo ainda não chegando na idade própria. Imaginem só se por
exemplo o menino tiver 15 anos de idade, com esta idade não é permitido trabalhar, e o encargo
desce para os pais, agora o pai vai sustentar outro pai.
Assim eles deixam de estudar deixando o estudo que lhes levaria longe, por uma
diversão que se tornou um problema, embora podem ter outras oportunidades de estudar, mais
ja não será a mesma que tinham.
É importante reconhecer que nem todas as consequências do namoro precoce são
necessariamente negativas, e muitos adolescentes podem ter experiências positivas e
construtivas em relacionamentos românticos precoces. No entanto, é essencial estar ciente dos
desafios potenciais e oferecer apoio e orientação aos adolescentes enquanto eles navegam por
essa fase de suas vidas.
RAZÕES QUE LEVAM AO NAMORO PRECOCE
A difícil condição social de algumas famílias, a falta de educação sexual, curiosidade,
influência das telenovelas, foram apontados como alguns dos factores que levam os
adolescentes a iniciarem a actividade sexual precoce. Tudo começa no namoro precoce, na
escola, na comunidade, nas festas, divertimentos nocturnos. A idade vai entre os 11 e os 18
anos.
Em declarações ao Jornal de Angola, a psicóloga Domingas Tabo argumenta que a
situação social e económica enfrentada por muitas famílias influencia que algumas meninas se
deixem assediar, manipular e começar a namorar cedo. Algumas meninas vivem comparando
a vida que levam com a das amigas cujos os familiares têm um pouco mais de possibilidades,
desde alimentação, vestuário e outras mordomias exibidas pelos filhos.
5
O Senhor fez-nos atraentes uns para os outros para atender a um grande propósito.
Contudo, essa mesma atração torna-se um barril de pólvora a menos que seja mantida sob
controle. Ela é encantadora quando a usamos da maneira correta, mas é fatal se fugir ao nosso
controle.
É por isso que a Igreja opõe-se ao namoro precoce. Essa regra não tem o intuito de
prejudicá-los de modo algum. Ela visa a ajudá-los e o fará, caso a observem.
O namoro firme entre pessoas de pouca idade costuma acabar em tragédia. Há estudos
que mostram que quanto mais tempo um menino e menina namoram, maior é a probabilidade
de fazerem coisas que não deveriam.
Na adolescência o corpo passa por uma série de mudanças físicas e instrapsíquicas
(que ocorrem na mente e psique). Entre elas inclui os relacionamentos afetivos. Os pais devem
aprender a lidar com esta situação em casa com seus filhos.
- Com os relacionamentos aprendemos a conhecer os outros e a nós mesmo. Emoções
desconhecidas florescem, sensações diferentes brotam e todo o corpo fervilha com um prazer
novo que parece dar vida nova a quem está apaixonado - comenta o psicólogo especialista em
relacionamento Silmar Coelho.
Viver a adolescência é dar início a fase adulta, pois as responsabilidades com os
estudos ficam mais densas, além do compromisso e das pressões com o primeiro trabalho.
Namorar é um aprendizado, o qual fará parte do nosso amadurecimento, responsabilidade,
respeito a si mesmo e com o outro.
- O grande problema é o namoro inconsequente, sem compromisso, egoísta, que se
aproveita do outro a seu bel-prazer, sem importar-se com o que o outro sente. Alguns querem
os privilégios da vida adulta sem as responsabilidades que ela exige. Nas responsabilidades
querem continuar crianças. Então há desequilíbrio, gravidez indesejada, crianças feridas e
abandonadas, mágoas e feridas que incomodam por toda a vida - afirma Coelho.
As confissões e as dúvidas que surgirem podem e nada melhor que sejam dialogadas
com os nossos pais, pessoas em quem confiamos e temos certeza que nos querem somente o
bem.
6
- Os filhos precisam entender que os pais não estão contra o namoro, mas a favor dos
filhos. Muitas vezes, os pais se enxergam nos filhos e lembrando-se das dores e decepções
amorosas, das consequências de atos frívolos e impensados, querem proteger os filhos a todo
custo, sem dizer o porquê que são tão exigentes e vigilantes. Pais que protegem e se importam
são pais que amam e querem o melhor para os filhos, mesmo quando o zelo ao extremo passa
do ponto da proteção para a prisão - dialoga Coelho.
Viver e relacionar-se são constantes exercícios práticos dia a dia, pois rimos e
choramos a cada conquista e a cada passo torto.
- Temos que beber o cálice da vida com tudo o que ele tem dentro, sejam esses goles
doces ou amargos; só assim teremos a possibilidade de encontrar o verdadeiro amor e desfrutar
de uma vida que tenha sentido e felicidade - finaliza Coelho.~
O namoro precoce pode surgir de uma variedade de razões, muitas das quais são
influenciadas pela interação complexa de fatores sociais, culturais, emocionais e individuais.
Algumas das razões comuns que levam ao namoro precoce incluem:
Pressão dos pares: Os adolescentes muitas vezes sentem pressão para se envolver
em relacionamentos românticos porque veem seus amigos ou colegas de escola em
relacionamentos e desejam se encaixar ou serem aceites pelo grupo.
Curiosidade e experimentação: A adolescência é um período de descoberta e
exploração, e muitos jovens iniciam relacionamentos românticos como parte desse processo de
autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Influência da mídia e da cultura popular: A mídia, incluindo filmes, programas
de TV e redes sociais, frequentemente retrata o romance como uma parte essencial da
experiência adolescente, o que pode influenciar os jovens a buscar relacionamentos românticos
precocemente.
Necessidade de afeto e intimidade: Os adolescentes podem buscar relacionamentos
românticos como uma forma de encontrar apoio emocional, afeto e intimidade, especialmente
se estiverem passando por momentos difíceis em suas vidas familiares ou sociais.
7
Exploração da identidade sexual e de gênero: Para alguns adolescentes, o namoro
precoce pode ser uma maneira de explorar e entender sua identidade sexual e de gênero, bem
como suas preferências e interesses românticos.
Pressões familiares ou culturais: Em algumas culturas ou famílias, há expectativas
de que os adolescentes comecem a namorar em uma idade jovem, seja por tradição, normas
culturais ou para promover a continuidade das relações familiares.
Impulso hormonal e biológico: As mudanças hormonais e biológicas durante a
adolescência podem aumentar o interesse e a motivação para buscar relacionamentos
românticos.
É importante reconhecer que esses motivos podem variar de pessoa para pessoa e
que o namoro precoce pode ser uma experiência positiva para alguns adolescentes, desde que
seja saudável, consensual e baseado no respeito mútuo. No entanto, também é crucial estar
ciente dos possíveis desafios e impactos negativos associados ao namoro precoce e oferecer
apoio e orientação adequados aos jovens enquanto eles navegam por essa fase de suas vidas.
VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE NAMORO
A violência nas relações amorosas é um dos tipos de violência mais usual na sociedade
(Wolfe, Wekerle & Scott, 1997). Especificamente no que concerne à violência no namoro,
Makepeace (1981, ref. por Ehlert, 2007), apontado na literatura como a primeira grande
referência no que toca ao estudo desta problemática, verificou que a prevalência de violência
entre namorados era muito semelhante à verificada no contexto conjugal. Mais recentemente,
Callahan, Tolman e Sanders (2003) salientam que a violência no namoro é um problema de
índole social, sobre o qual a atenção de investigadores e técnicos tem vindo progressivamente
a aumentar nos últimos anos.
Contudo, para Swart, Seedat, Stevens e Ricardo (2002), esta atenção ainda não é
suficiente. Como a violência nas relações amorosas pode ser vivenciada desde o início da fase
da adolescência até à idade adulta dos indivíduos (Lavoie, Robitaille & Hébert, 2000, ref. por
Caridade & Machado, 2006), actualmente existe uma maior preocupação com as faixas etárias
mais novas como, por exemplo, os estudantes do ensino secundário e superior (Caridade &
Machado, 2006).
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TIPOS DE VIOLÊNCIA
Violência física
A violência física pode ser definida como qualquer abuso físico praticado contra o(a)
companheiro(a) amoroso(a) ou a ameaça do uso da violência por pelo menos um dos membros
da relação amorosa (Sugarman & Hotaling, 1989, ref. por Simonelli, Mullis, Elliott & Pierce,
2002). Este tipo de violência caracteriza-se por todas as acções que causam ferimentos ou dores
no outro, tais como, dar pontapés, empurrar, bater ou dar beliscões. (Washington State Office
of the Attorney Genereal, 2007, ref. por Ehlert, 2007).
No entanto, nos estudos de Outlaw (2009) e Renninson e Welchans (2000, ref. por
Paiva & Figueiredo, 2003) o género feminino destacou-se como sendo o mais vitimado no que
se refere à violência física. Noutros estudos (Jezl et al., 1996; Stets & Henderson, 1991,
O’Keefe, 1997, ref. por Halpern et al., 2001) o sexo masculino demonstra ser tão ou mais vítima
que o sexo feminino. Na investigação de Haberyan e Kibler (2008), com 511 estudantes
universitários, não se verificaram diferenças significativas entre os sexos.
Violência psicológica
A violência emocional, por vezes, também denominada na literatura como violência
não física ou psicológica, abarca comportamentos verbais e não-verbais coercivos (Murphy &
O´Leary, 1989, ref. por Simonelli, Mullis, Elliott & Pierce, 2002). Para Miller (1995, ref. por
Outlaw, 2009), a violência emocional traduz-se em todos os comentários e acções realizados
com a intenção de a vítima se sentir desvalorizada e desrespeitada.
Os insultos, acusações, chamar nomes ou envergonhar a pessoa publicamente, bater
com a porta ou destruir objectos são exemplos de violência emocional (Murphy & O´Leary,
1989, ref. por Simonelli et al., 2002; Miller, 1995, ref. por Outlaw, 2009).
9
Em relação à prevalência da violência emocional nas relações amorosas de
adolescentes e jovens, por exemplo, Holt e Espelage (2005) constataram no seu estudo 20 que
64% dos estudantes negros do ensino básico e secundário tinham sido vítimas de violência
emocional por parte das namoradas e Jackson et al. (2000) averiguaram que 79% dos
participantes na sua investigação foram vítimas de pelo menos uma situação de violência
emocional nas suas relações amorosas. Outlaw (2009) apurou que aproximadamente 15% dos
806 participantes revelaram ter sido vítimas de pelo menos um acto de violência emocional na
intimidade.
No que se refere à associação entre a violência emocional e o género, no estudo de
Outlaw (2009), não se encontraram diferenças significativas entre os géneros, mas na
investigação de Jackson et al. (2000), o sexo feminino (81.5%) destacou-se como sendo mais
vítima de violência emocional no namoro do que o sexo masculino (76.3%).
Violência sexual
A violência sexual pode ser compreendida como o uso de variados comportamentos,
entre os quais, a insistência, ameaças, uso da força física, persuasão e/ou abuso de álcool ou
drogas com o intuito de coagir o/a companheiro/a a ter relações sexuais contra a sua vontade
(Koss, 1988, ref. por Paiva & Figueiredo, 2003; Straus, Hamby, Boney-McCoy & Sugarman,
1996; Basile & Saltzman, 2002).
E, de acordo com o Washington State Office of the Attorney Genereal (2007, ref. por
Ehlert, 2007), a violência sexual caracteriza-se por todos os actos de índole sexual, sejam eles
implícitos ou explícitos, que provocam desconforto no outro.
É ainda de salientar que os actos de violência sexual usualmente são perpetrados por
alguém conhecido da vítima, sendo que, na maioria dos casos, os agressores são os
companheiros amorosos (Gross, Winslett, Roberts & Gohm, 2006, ref. por Caridade &
Machado, 2008; Himelein, 1995; Muram, Hostetler, Jones & Speck, 1995).
É difícil falar de namoro na atualidade, onde os jovens têm adquirido conceitos de
“ficar”. Ao contrário do que pensam, em seu verdadeiro significado, ficar é o mesmo que
permanecer, estar por um grande período.
10
Desde o início da adolescência, por volta dos dez ou onze anos de idade, jovens tem
tido a atitude de beijar sem compromisso, sem ter obrigação de assumir um relacionamento
com a pessoa que beijou.
Nessa brincadeira dos nossos dias, o que tem acontecido é que os adolescentes
perderam os limites com suas atitudes, chegando a beijar várias pessoas numa mesma festa,
num mesmo passeio. Quem beija mais leva vantagem, um absurdo!
De certa forma, um namoro ou compromisso sério na idade mais jovem pode
comprometer outras áreas do desenvolvimento, como os estudos, pois ao estar apaixonados
tendem a querer ficar juntos, se falarem por mais tempo ao telefone ou internet, esquecendo-se
que estes são objetos de uso da família, levando a desentendimentos entre pais e filhos ou brigas
entre irmãos.
Os pais devem conversar muito com os pré-adolescentes, a fim de estabelecer limites
quanto a esses aspectos. Controlar as saídas para festas, passeios em shoppings, cinemas, visitas
à casa dos amigos podem ser boas alternativas, mas é bom lembrar que o lazer deve fazer parte
de suas vidas. Não dá para viver sozinho, sem uma turma de amigos para conversar e se divertir.
Se os pais são mais abertos, o namoro pode acontecer mais cedo, se forem mais
reservados e exigentes poderão impor uma idade para que isso aconteça. Mas a paixão acontece
de forma natural e proibir uma aproximação pode levar a namoros escondidos, o que não traz
vantagem nenhuma.
É melhor resolver a situação à base do diálogo e da amizade, pois assim, os filhos não
perdem a proximidade com os pais, mas compartilham com os mesmos suas emoções e suas
dúvidas sobre relacionamentos amorosos, pois sentem-se seguros e com liberdade para expor
seus sentimentos e idéias.
Falar de sexualidade é importante, sem esconder informações, pois dessa forma, num
jogo aberto, os pais demonstram segurança e credibilidade nos filhos, podendo sugerir que
ainda são muito jovens para iniciar uma vida sexual. Além disso, é importante discutir sobre
doenças sexualmente transmissíveis, gravidez e métodos contraceptivos, como forma de alertá-
los de possíveis problemas que podem aparecer com a sexualidade.
Tentar proibir os namoros pode ser uma atitude que afaste os filhos ou que estes façam
coisas escondidas. O melhor mesmo é primar pela amizade e pela confiança na família, essa
será a maior conquista.
11
O namoro precoce, que geralmente ocorre na adolescência, pode ser um tema
controverso com argumentos tanto a favor quanto contra. Aqui estão alguns argumentos
comuns sobre o namoro precoce:
Argumentos a favor:
Desenvolvimento emocional
O namoro precoce pode ajudar os adolescentes a desenvolver habilidades emocionais,
como empatia, comunicação e resolução de conflitos. Eles aprendem a lidar com uma variedade
de emoções e situações, o que pode ser útil no futuro.
Socialização saudável
O namoro precoce pode proporcionar aos adolescentes uma oportunidade de praticar
habilidades sociais e aprender sobre relacionamentos íntimos de maneira saudável e segura.
Autoconhecimento
Estar em um relacionamento precoce pode ajudar os adolescentes a entender melhor
a si mesmos, suas preferências e limites em relacionamentos românticos.
Apoio emocional
Ter um parceiro pode fornecer apoio emocional durante um período crucial de
desenvolvimento. Isso pode ajudar os adolescentes a lidar com o estresse e as pressões da
adolescência.
Argumentos contra:
Distração acadêmica
O namoro precoce pode distrair os adolescentes de suas responsabilidades
acadêmicas e compromissos extracurriculares, o que pode afetar negativamente seu
desempenho escolar.
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Risco emocional
Relacionamentos precoces podem ser emocionalmente intensos e instáveis, o que
pode levar a decepções, corações partidos e problemas de saúde mental, como ansiedade e
depressão.
Pressão social
Os adolescentes podem sentir pressão social para namorar cedo, mesmo que não
estejam prontos emocionalmente. Isso pode levar a escolhas precipitadas e relacionamentos
não saudáveis.
Impacto na identidade
Namorar muito cedo pode dificultar o desenvolvimento da identidade individual dos
adolescentes, pois podem basear sua autoestima e valor pessoal no relacionamento, em vez de
em suas próprias realizações e qualidades.
13
CONCLUSÃO
Então, adiante concluímos que o perigo dos relacionamentos é a superficialidade. A
avalanche de informações que os jovens têm muitas vezes acaba banalizando o amor e o sexo
e aí está a maior preocupação dos pais: até onde é benéfico o namoro que o filho está querendo.
Por isso é importante manterem-se próximos para, conhecendo a maturidade e o sentimento do
adolescente, saberem como vão conduzir essa etapa.
Porém, quanto antes iniciarem as conversas sobre relacionamentos e sexualidade
melhor serão os resultados. Ainda na pré-adolescência, por volta dos 10 anos de idade, os pais
podem começar a fazer as primeiras orientações, assim quando surgir a necessidade de ter um
relacionamento o filho já vai saber como agir.
Em última análise, a maneira como o namoro precoce é percebido depende das
circunstâncias individuais de cada adolescente e dos recursos disponíveis para apoiá-los em
sua jornada de crescimento e desenvolvimento.
14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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15