RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. JUSTIFICATIVA
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 ASPECTOS GERAIS
A construção civil está presente desde o surgimento da humanidade,
participando ativamente das evoluções humanas, de forma a interferir diretamente no
meio social e ambiental das civilizações. À medida que o ser humano evoluiu, a
construção civil esteve direta e indiretamente interligada à sua evolução. Com o passar
do tempo o homem descobriu técnicas e ferramentas para sua melhor sobrevivência.
Técnicas essas que eram aperfeiçoadas à medida que a necessidade de melhoria de
condições de vida aumentasse. (PERES, 2015).
A indústria da construção, está ligada ao ciclo natural do planeta, por
consumir grande parte de seus recursos naturais, (NAVES, 2014), é uma área que gera
diversos benefícios para a sociedade, contribuindo com o desenvolvimento social e
econômico do país. (LAURUCCIA, 2014). No entanto, ela é uma das causadoras de
grandes impactos ambientais ao planeta, evidenciadas ao longo das etapas de sua cadeia
produtiva. (QUEIROZ, 2016).
Com o desenvolvimento econômico crescendo em ritmo acelerado nas
grandes cidades, a indústria da construção civil se tornou um importante elemento, para
o crescimento econômico e social do país, sendo uma das fontes geradoras de renda. No
entanto, com a grande demanda da indústria da construção, surgiram as alterações nos
aspectos ambientais do planeta, sendo os resíduos sólidos um dos maiores causadores de
impactos ambientais. (SOUSA et al., 2014).
A construção civil, no cenário atual, é de fato, considerada uma das maiores
geradoras de resíduos sólidos, incluindo entulhos, madeira, metal, vidro, concreto, entre
outros. Esses resíduos podem causar impactos negativos ao meio ambiente, incluindo a
poluição do solo e da água, bem como a degradação visual das áreas afetadas.
(NAGALLI, 2022).
Os resíduos de construção e demolição (RCD), também conhecidos como
entulho ou resíduos de construção civil, são um problema significativo no Brasil, assim
como em muitos outros países. Esses entulhos provêm de diversas atividades de
engenharia, como construção, reforma, demolição e até mesmo da manutenção de
estruturas. No Brasil, a geração de RCD é extremamente alta, resultando em milhares de
toneladas produzidas diariamente. Infelizmente, muitas vezes esses resíduos são
depositados de forma convencional e clandestina. Isso ocorre por diversas razões, entre
elas estão a falta de conscientização e custo-benefício. (CUNHA, 2023).
Neste sentido, a construção civil deve ser pensada de modo a adequar-se ao
desenvolvimento sustentável, que se destaca pelo equilíbrio entre os desenvolvimentos
ambiental, social e econômico. De forma a implantar práticas e estabelecer normas que
visam a preservação do planeta, para que assim, possa usar seus recursos sem causar
danos ambientais.
A gestão sustentável dos resíduos de construção é fundamental para reduzir
o impacto ambiental dessa indústria e promover a utilização responsável dos recursos
naturais. Para desenvolver uma metodologia eficaz que promova a sustentabilidade na
gestão dos resíduos de construção, é importante considerar alguns critérios, como
identificação e segregação adequada, classificação dos resíduos de construção de acordo
com a sua composição, tamanho e potencial de reutilização/reciclagem.
Estabelecimento de áreas específicas de armazenamento para diferentes tipos de
resíduos. (NAVES, 2014).
4.2 PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
De acordo com a resolução CONAMA 307/2002, Resíduos da Construção
Civil (RCC) são definidos como restos de materiais gerados durante a realização das
construções como reformas, reparos, demolições de obras e restos produzidos durante a
preparação e escavação de terrenos (concreto, rochas, tijolos, argamassa, gesso, vidro,
metais entre outros materiais). (CONAMA, 2002).
Os resíduos produzidos pela Construção e Demolição (RCD) são chamados
popularmente de entulho (Figura 1). Possuem estado sólido, com diversas características
físicas que variam de acordo com seu processo gerador, diferenciando desde grãos até
dimensões irregulares. (LAURUCCIA, 2014).
Figura 1: Entulhos produzidos pela construção e demolição em Janaúba - MG.
Fonte: Próprio autor
Materiais resultantes de construções, manutenção e demolições, são
originados desde etapas desenvolvidas na fase industrial, como mineração, refino de
materiais e transformações; a entulho gerados pelo descarte inadequado. Os resíduos
possuem composições diversificadas, podendo ser compostos a partir de materiais de
cerâmica, vidros, concreto, argamassa, plástico, rochas naturais, asfalto, madeira, aço e
outros metais, gesso, cimento, entre outros. (LAURUCCIA, 2014).
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpezas Públicas e
Resíduos Especiais – ABRELPE, no Brasil durante o ano 2020 e sobre influência direta
da COVID-19 foram produzidos cerca de 82,5 milhões de toneladas de Resíduos
Sólidos Urbanos (RSU) ou aproximadamente 225.965 mil toneladas por dia,
(ABRELPE, 2021), sendo que desse montante cerca de 45 milhões de toneladas, foram
provenientes de RCD, resíduos esse que compõe de 10 a 30% do total de entulho
depositados em aterros sanitários, reduzindo assim, o tempo de vida útil desses locais.
Existem três locais onde esses entulhos podem ser colocados, sendo eles o lixão, o
aterro controlado e o aterro sanitário. (GLÓRIA; RIBEIRO JÚNIOR; SOUSA, 2020).
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portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/
bibli_servicos_produtos/BibliotecaDigital/BibDigitalLivros/TodosOsLivros/Pesquisa-
setorial-ABRECON-2020.pdf
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NBR
10.004, esses resíduos produzidos pela construção e demolição são classificados com
base no potencial de risco a saúde pública e meio ambiente. (GLÓRIA; RIBEIRO
JÚNIOR; SOUSA, 2020). Esses resíduos geralmente são considerados inertes (não
sofrem transformações na sua composição e relevo, ficando inalterados por muito
tempo). (LAURUCCIA, 2014).
Resíduos de construção e demolição ficam depositados durante muito tempo
na natureza, fato esse, que se agrava a cada ano, devido à quantidade de entulho
produzido anualmente no país. Geralmente são depositados de forma ilegal, seja por
conta da falta ou da inexistência de fiscalização dos órgãos responsáveis, e/ou devido à
irresponsabilidade dos geradores no manejo e deposição dos resíduos no ambiente.
(LAURUCCIA, 2014).
Essa disposição de forma inadequada pode causar diversas consequências ao
ambiente, como obstrução de córregos, enchentes e vias públicas; multiplicação de
agentes transmissores de doenças; destruição das áreas de manancial e de proteção
permanente; assoreamento de rios e córregos; bloqueio nos sistemas de drenagem; além
de destruição visual da paisagem urbana. (LAURUCCIA, 2014).
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RCC
A destinação dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) é crucial para
minimizar os impactos ambientais e promover a sustentabilidade na indústria da
construção civil. Nesse contexto, os resíduos são divididos por diferentes tipos de
classes de acordo com a Tabela 1: classe A (resíduos recicláveis, na forma de
agregados), os da classe B (recicláveis, para outras finalidades), os da classe C
(recicláveis, porém sem tecnologias economicamente viáveis) e por fim, a classe D (são
os resíduos perigosos). (SILVA; SANTOS; ARAÚJO, 2017). Sendo de
responsabilidade do gerador a separação para correto destino dos resíduos. (CONAMA,
2002).
Tabela 1 – Classificação dos RCD em classe e definição.
Classe Definição
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados.
A I. de construção, demolição, reformas e reparos de
pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive
solos provenientes de terraplanagem;
II. De construção, demolição, reformas e reparos de
edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas,
placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
III. De processo de fabricação e/ou demolição de peças
pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.)
produzidas nos canteiros de obras;
São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais
B como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e
outros;
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que
C permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os
produtos oriundos do gesso;
São os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou
D aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e
reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.
Fonte: CONAMA 307 (2002).
Os resíduos da classe A, são gerados na construção civil (argamassa, areia,
cerâmica e brita) em maior quantidade em relação as demais classes, pois são resultados
de materiais usados em grande porcentagem no canteiro de obras, tornando assim esses
resíduos com possibilidade maior de reciclagem e reutilização na forma de agregado.
(SILVA; SANTOS; ARAÚJO, 2017).
2.3 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RCC
2.4 IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELOS RCC
2.5 LEGISLAÇÕES E NORMAS
2.6 GESTÃO RCC
2.7 RECICLAGEM DOS RCC
A construção civil é uma das atividades mais importantes para o
desenvolvimento social e econômico da humanidade, mas, apesar disso, é uma das
maiores impactantes ambientais, seja pelo consumo exagerado de matéria prima,
modificação de grandes áreas ou pela grande produção de resíduos. O grande desafio
para o setor é tentar unir o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, de
forma que resulte no desenvolvimento sustentável. (CRUZ; ANDRADE; CRUZ, 2016).
Os conflitos relacionados a gestão e ao gerenciamento inadequado dos
resíduos sólidos, estão crescendo diretamente com a conscientização da sociedade pelas
questões ambientais. (SCHALCH et al., 2002). Desse modo a indústria da construção
tem desenvolvido formas com base no cenário atual do planeta, como a técnica da
reciclagem por exemplo. (GLÓRIA; RIBEIRO JÚNIOR; SOUSA, 2020).
A reciclagem é uma técnica que deve ser vista como uma das ações que
fazem parte do conjunto de atividades integradas no gerenciamento de resíduos e que
contribui ativamente para a sustentabilidade do planeta. Estabelecer uma ligação
cuidadosa e de forma clara com a comunidade é fundamental para o andamento do
programa de coleta seletiva, para a destinação correta dos RCC. (SCHALCH et al.,
2002).
5. MATERIAIS E METÓDOS
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESÍDUOS ESPECIAIS – ABRELPE. PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
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em: 19 set. 2023.
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e 469/2015. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
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