R. J. Lewis - 01 Borden
R. J. Lewis - 01 Borden
Tradução: Equipe 05
Pré-Revisão: Equipe 05
Revisão Inicial: Faby
Revisão Final: Aline e Gi
Leitura Final: Eliza
BORDEN
Marcus Borden sempre foi usado para o poder e o controle. Depois de uma vida
cheia de crimes em um bairro ruim, Borden deixa sua cidade natal, para voltar
quatro anos depois, misteriosamente rico e irreconhecível, e com uma mulher
em sua mente.
Como uma mulher ferozmente independente, Emma Warne sabe tudo sobre uma
vida dura. Tendo mantido a si mesma por quase toda a sua vida, a última coisa
que ela espera é ser empurrada para o mundo do infame criminoso Marcus
Borden, o homem perigoso que toda a cidade tem medo e odeia. Mas quanto mais
ela o afasta, mais ele volta, tomando conta de sua vida e despindo-a de seu
controle no qual ela se agarra desesperadamente.
Parte Um: Marcus e Kate
Um
Kate
Engraçado o que acontece quando você sabe que está indo para sua morte.
Eu parei de lutar por uma saída há horas atrás, quando a esperança em que
tinha agarrado acabou por desaparecer no vazio. Comecei a aceitar meu
destino. Eles iam me matar. Não sei como, mas neste momento não me importava.
Agora estava apenas olhando para o chão, sem ver nada, somente
preto. Escuridão em todos os lugares. Senti-me resignada a este preto. Queria que
isso me levasse e me consumisse para que eu parasse de rezar por luz.
Parei de pensar sobre o meu pai e como ele iria lidar com a perda de sua única
filha. Parei de pensar na minha mãe, e como seus sonhos de mim andando pelo
corredor, vestida de branco, morreriam ausentes. Parei de pensar em meus amigos,
os falsos e os verdadeiros, e sabia que eles chorariam, mas seguiriam em frente. Eu
parei de pensar em meus alunos, e como suas mentes jovens poderiam lutar para
compreender a ausência de sua professora.
Eu cochilei dentro e fora, a tristeza pesada em meu peito. Minhas mãos ficaram
dormentes e minha boca ficou seca e me perguntava se tinha sido deixada aqui para
morrer.
Recuei para o canto do porão enquanto ele lentamente entrou, dando passos
medidos em minha direção. Eu não podia ver suas feições, não com o gorro que ele
estava usando. Nada sobre ele falava de sua identidade, mas eu podia sentir um
calafrio no ar, podia sentir a sua loucura, e ficou confirmado quando ele puxou uma
faca do bolso. Perdi todo o ar dos meus pulmões.
- Eu não vou te machucar... Ainda. - ele me disse, com a voz baixa e dura. Ele
não soava monstruoso como era. Ele parecia jovem, na verdade.
Eu senti arrepios correndo pela minha espinha quando ele invadiu o meu
espaço, agarrando as minhas mãos. Eu balancei dura, segurando um gemido antes
de sentir minhas mãos saírem livremente.
Ele riu e parecia artificial. - O juiz? Não, não é sobre o seu pai, mas você já sabe
disso. Você sabe do que se trata. Diga-o. -
- Marcus.
Por uma fração de segundo, meu olhar saltou para a porta do porão aberta.
- Não, - o ouvi dizer. - Não há nenhuma maneira de sair disto. Nem sequer se
iluda em pensar que pode escapar. Ninguém vai ouvir seus gritos, estamos isolados
e meu irmão só vai caçá-la como esporte, se você pensar em correr. Ele é caçador,
você sabe, e ele é muito bom no que faz.
Meus ombros caíram. Lágrimas caíram dos meus olhos, esse sentimento sem
esperança puxando minhas entranhas, dividindo o meu espírito em partes. Nunca
me senti tão vulnerável na minha vida.
- Trata-se de um resgate, então? - Eu tremia, sabendo que não, antes mesmo que
tivesse perguntado. - Porque se for, Marcus vai lhe dar o que você quiser. Eu sei que
ele vai.
- Tenho certeza de que ele me daria a porra do universo por você, - respondeu
ele. - Mas não. Isto não é um resgate. -
Engoli em seco.
- Eu estou aqui para matar algum tempo, para descobrir um pouco mais sobre o
misterioso Marcus Borden e a privilegiada professora por quem ele voltou.
- Se isso é sobre onde ele esteve nos últimos quatro anos, eu não sei nada sobre
isso. Não sei onde ele conseguiu o dinheiro. Eu não sei de nada.
- Bem, eu tenho certeza que não, - ele respondeu, secamente. Ele sabia que eu
estava mentindo. - Mas não é sobre isso. Não damos a mínima para isso. -
- Eu me pergunto por que uma mulher rica e bonita como você se envolveu com
um pedaço de merda como ele em primeiro lugar. -
- Bem, não agora, não mais, mas ele foi uma vez, não foi? Antes dele se limpar,
antes de voltar para você, ele era apenas mais um bandido. Caiu por suas
linhas1? Será que ele prometeu-lhe o mundo? -
- Não. -
Apertei os olhos para ele. - Você não conseguiria entender. Você não pode
explicar nossa relação com palavras. Foi tudo sentimentos, desde o início. -
Ele deu de ombros. - Isso é bom. Comece desde o início. Onde você encontrou o
cara? -
- Não. - eu murmurei.
Eu certamente não o fiz. Não há muito tempo. Não até que ele se foi, mesmo.
1
Cocaína em pó, geralmente inalado.
- Eu tinha dezenove anos... - comecei, e de repente todos os momentos com ele,
os bons, os maus... Tudo...
A primeira vez que encontrei oficialmente Marcus Borden foi há cinco anos,
numa festa da faculdade que minha amiga me convidou. Era muito longe de onde
eu morava, em um bairro ao qual eu não pertencia, e rodeado por pessoas mais
duras do que eu era.
Um homem indomável, que tinha estado com várias meninas na minha escola,
e elas não tinham medo de deixar saberem sobre ele, cantando seus elogios sobre o
homem com a boca mágica que era capaz das coisas mais perversas.
Ele era o homem que eu muitas vezes admirava de longe e nunca poderia
admitir em voz alta.
2
Boêmio, turbulento.
3
Artístico, criativo.
Onde quer que fosse, parecia que ele estava sempre lá. Ele conhecia todo
mundo, e todo mundo o conhecia.
Parei alguns passos atrás dele e olhei ao redor do quintal. Havia falatórios em
todos os lugares. Pessoas rindo, gritando, chamando para mais shots sobre a grande
música alta. Olhei para a minha amiga Sophie, conversando com um cara quente ao
lado da piscina, e tinha certeza que ela iria para casa com ele, e lembrei-me de suas
palavras antes de chegarmos aqui.
- Se solte, - ela disse. - Faça alguma coisa louca por uma vez! Aprenda a se
divertir. Encontre um cara quente neste lugar e transe! -
Merda.
Virei-me.
Isso era uma loucura! Eu não era aquela garota que obliterava a cautela e
saltava para a cama sem passar pelos normais quinze a vinte encontros. Eu não me
misturo com caras como ele. Eu era da classe alta, droga! E chata. Tão malditamente
chata. Não poderia me soltar. Não poderia mesmo mudar minha rotina diária sem
ter um ataque de ansiedade.
- Não vá. -
Sua voz, dura e lisa, rompeu os meus pensamentos em guerra, levou-os fora
como ondas recuando da costa. Virei-me, ainda dura, ainda covarde e sentindo-me
fora da minha profundidade e encontrei seu olhar. Sua cabeça estava virada em
minha direção, sua boca puxando para cima em um sorriso enquanto seus olhos
dançavam ao longo do meu rosto e corpo.
- Você fez todo o caminho até aqui, - acrescentou ele com sua voz cheia de
confiança. - Não adianta voltar agora. -
Minto.
Era possível que o fascínio por ele fosse forte e eu era apenas uma idiota
ingênua buscando uma emoção. Apenas um pingo de algo proibido. Por uma noite,
nada mais.
- Então o que você tinha em mente quando veio até aqui, linda? - Ele de repente
perguntou, com seus olhos azuis brilhantes nos meus. - Procurando por algumas
coisas boas? -
- Não. -
- Eu estou... Eu vim aqui para falar com você. - Não usá-lo para obter algumas
drogas.
Ele olhou para mim por vários momentos, e não conseguia ler sua
expressão. Fiquei mais desconfortável a cada segundo, perguntando se ele estava à
beira de me rejeitar. Deus eu pareço desesperada?
- Kate. - respondi.
Ele balançou a cabeça lentamente, seus olhos parecendo pensativos. - Kate, - ele
repetiu como se estivesse provando-o na sua língua. - Eu vi você por perto, você
sabe. -
- Sério?
- Sim. -
- Você não pode estar falando sério. Você vira cabeças, mas aposto que você já
sabia disso. -
Balancei a cabeça, lutando para manter meus olhos fixos nos dele. - Eu não
notei. -
Ele riu ironicamente. - Bem, você faz. Você tem a minha cabeça girando desde o
segundo que chegou aqui, e todas às vezes antes que via você andando pelo
campus, em suas minúsculas saias e longo cabelo loiro, e não a merda platinada que
as meninas colocam, mas a porra de um real cabelo loiro. -
- Eu sou Marcus. - então ele disse calmamente, seus olhos se movendo ao longo
do meu rosto.
- Sim. -
Ele parecia um pouco satisfeito por isso, talvez apenas tão satisfeito quanto eu. -
Quantos anos você tem? -
- Dezenove. -
- Sim. -
- Sim. -
Ele lambeu seu lábio inferior pensativamente e olhou de volta para a casa. –
Então, o que está fazendo aqui, Kate? Você está obviamente fora do seu elemento, e
posso identificar suas amigas a partir de uma milha de distância. Vocês meninas
estão aqui à procura de algum tipo de emoção? -
- Sim. - quase sussurrei, engolindo meus nervos. Ser confiante era uma causa
perdida. Eu nunca iria conseguir. Em vez disso, deixei minha vulnerabilidade vir à
tona. Era como se ele tivesse esse poder sobre mim.
Ele inclinou a cabeça para o lado, pensativo. - Por que eu lhe interesso?
Ele parecia ainda mais sério após minhas palavras idiotas. Silenciosamente, ele
perguntou: - E que tipo de emoção você está procurando exatamente?
Eu congelei completamente. Meu coração parou, mesmo para uma batida. Meus
olhos se arregalaram quando olhei de volta para ele.
Eu não respondi. Era óbvio. Minha experiência era limitada, com certeza. Eu
nunca tinha me envolvido sem amarras antes.
Ele olhou para baixo e seus olhos suavizaram. - Não, - ele respondeu
suavemente. - Nem um pouco. Eu só quero que você saiba o que está pedindo.
Ele parecia estar se divertindo, correndo o dedo ao longo de seu lábio inferior,
enquanto olhava para mim. - Por uma garota como você, eu iria comer lâminas de
barbear apenas para ter um toque. Mas isso não significa que eu deveria. É claro que
você está fora de sua zona de conforto aqui. O que acontece quando eu levá-la para
minha casa e você perceber o que estamos prestes a fazer e as consequências disso?
- Que consequências?
- Você é o tipo rica, Kate. Posso vê-lo em todos os sentidos como você se
comporta. Posso vê-lo em sua roupa, nas joias que usa, mesmo no shampoo que
você usa para ter o cabelo fodidamente sexy. Provavelmente, de uma respeitável
família com um pai e uma supermãe virtuosos. O que eles vão pensar de você? O
que alguém iria pensar de você nesse círculo, se for para casa comigo esta noite?
- Diga-me.
Seu rosto mudou. Ele não estava olhando para mim como um divertimento de
passagem, que eu ficaria assustada quando chegasse a hora. Não, ele estava olhando
para mim como se estivesse com fome por um gosto, e a tensão que surgiu era
incrivelmente satisfatória.
- Venha aqui, - ele exigiu em voz baixa, apontando para eu chegar mais perto.
Eu lutei para manter minha compostura, mas dentro, o meu coração estava
trovejando no meu peito e eu estava formigando em todos os lugares. Movi-me para
ele e ele estabeleceu uma mão na minha cintura, me inclinando sobre as pernas de
modo que estava montada nele. Eu estava quase sem respirar, de frente para ele
enquanto ele olhou para mim com ambas as mãos tocando levemente minhas
coxas. Manteve-se manso, mas a posição era muito longe disso. Na verdade, era a
coisa mais íntima que eu já tinha feito com um cara, sentada em seu colo, encarando-
o quando levamos um ao outro, ignorando completamente o ruído e a multidão de
pessoas. Gostaria de saber como isso era possível. Eu tinha feito sexo com dois caras,
tinha sido beijada e abraçada, mas por alguma razão, isso superou tudo.
Mas esse era Marcus Borden. Gostaria de ter aprendido mais rápido, que eu
nunca senti o mesmo calor com outro homem.
Sentei-me assim por um tempo e nós não falamos muito. Apenas as pequenas
perguntas que ele fez sobre música e filmes, qualquer coisa para preencher o
silêncio, mas nem mesmo o silêncio me incomodou. Nós estávamos na nossa própria
pequena bolha, e não demorou muito para me sentir completamente confortável em
seu abraço, como se fosse onde eu pertencia.
- Ainda bem? - Ele me perguntou quando suas mãos percorreram minhas coxas
um pouco. - Não estamos empurrando os limites?
- Você é muito linda, sabe disso? - Ele murmurou, mais para si mesmo do que
para mim. Não parecia que ele estava tentando me bajular, não mesmo. Ele parecia
genuinamente admirado com a minha beleza, e ali mesmo, eu derreti em seu aperto,
sorrindo brilhantemente enquanto ele sorriu de volta, pensativo.
Senti tudo sentada sobre ele assim. Senti a dor profunda entre as minhas
pernas, senti minha luxúria exposta na parte superior de seu corpo, o senti às vezes,
endurecendo embaixo de mim, enquanto seus olhos viajavam ao redor do meu
corpo, levando-me apenas tanto quanto eu a ele.
Então, depois de uma quantidade incerta de tempo que passou, ele lentamente
se levantou e começou a me colocar para baixo. Ele manteve o contato quando fez
isso, e eu senti meu ápice roçando contra seu estômago e virilha, o prazer
aparecendo quando ele fez isso. Ele me tinha em pé e eu estava tonta quando o
assisti pegar sua camiseta branca que estava pendurada sobre a cadeira de plástico.
- Não.
Então ele estendeu a mão para mim. Meu coração batia dentro do meu peito
enquanto eu olhava para ele e em seguida, para as tatuagens serpenteando seu
braço. Oh, Deus, isso está realmente acontecendo? Parei de pensar e tomei sua mão
com a minha, seu calor tão deliciosamente bom contra a minha pele. Ele me puxou
para mais perto e escovou as mechas loiras de meu cabelo para fora do meu rosto e
atrás da minha orelha.
- Eu vou dar-lhe emoção, - ele sussurrou baixo para mim. - E vai ser bom. Eu
vou cuidar de você e ter certeza disso.
Sua voz soou tão certa e essa confiança era sexy como o inferno em um homem.
Instantaneamente, eu acreditei nele.
Dois
Marcus
Se alguém lhe dissesse que ele iria transar esta noite, ele teria tentado não
parecer uma porra de um sem-teto, especialmente para uma menina dos padrões de
Kate. Ele teria procurado o seu melhor, ou pelo menos, o melhor que ele podia
pagar com o pouco que tinha.
Por que a menina queria, em primeiro lugar era desconcertante para ele, mas
ele não estava disposto a questionar os deuses por este presente. Ele ia se aventurar
por esse buraco do coelho com os braços abertos.
Com uma mão envolta na dela, ele abriu a porta de seu apartamento minúsculo
com a outra e levou-a na escuridão. Ele bateu no interruptor de luz da sua sala de
estar, mas a lâmpada estalou.
- Luzes apagadas. - É claro que estava, porra. Inferno, talvez isso fosse uma
coisa boa. Ela não iria ver o sofá surrado em toda a sua glória maltrapilha, ou as
caixas de sobras de pizza de ontem em sua mesa de café lascada.
Mentiroso do caralho.
Ele se mudou para este lugar há seis meses, e seu quarto consistia de muito
pouco. Obrigado, pobreza, sua pequena merda.
- Então nós vamos ter que fazer acontecer. - ela disse, com sua voz tremendo
um pouco no final.
Ele se virou para ela e colocou seu braço em volta da cintura, trazendo-a mais
perto a sua frente, até que seus seios estavam pressionados contra ele. Ele a sentiu
tremer quando delicadamente moveu os fios de seu belo cabelo loiro do seu
rosto. Parecia que ela queria isso. Ela não deu a mínima para a sua casa, e isso o
aqueceu um pouco. Ele se inclinou e beijou suavemente ao longo de sua mandíbula,
logo abaixo da orelha.
- Eu não vou pressioná-la para qualquer coisa, - ele sussurrou, sentindo como
ela estava nervosa. - Faça o que estiver confortável.
Ele retomou seus beijos leves antes de chegar a sua boca. Ela tinha belos lábios
finos, batom suave e vermelho. Ele nunca olharia para outra boca de lábios
vermelhos novamente sem pensar nela.
Ela torceu debaixo dele, suas mãos se movendo em todos os lugares, para cima
e para baixo em suas costas, apertando seu tríceps grosso. Ele resistiu em percorrer
seu corpo com as mãos. Era necessário para manter seu controle, não ia colocar tudo
para fora a maneira como seu corpo a queria desesperadamente. Ele sempre tinha
estado assim no sexo. Ele queria foder duro, queria sentir aquele coquetel de dor e
prazer se unindo. Mas ele não poderia fazer isso. Aquelas eram apenas fantasias não
sendo realizadas, e isso não importava muito agora. Não quando ele estava beijando
a merda da mulher mais sexy que já tinha conhecido, e o torceu distante com seu
desejo estranho por ele.
- Por favor, me toque. - ela implorou, levantando seus quadris para cima para
que pudesse esfregar sua boceta contra a dureza em seus jeans. - Por favor, Marcus.
Ele gemeu. Deus, ele amou seu nome em sua língua. Adorava ouvi-la dizer isso.
Ele abriu suas pernas amplamente e então ele estava grato por este sofá. Pode
ter sido uma merda, mas era a porra de um mamute4. Com os cotovelos apoiados ao
longo de cada lado dela, ele usou apenas sua boca para tocá-la. Ele a beijou tão
profundamente, que estavam sem fôlego quando finalmente se afastou. Ele seguiu
para baixo de seu corpo, beijando seu pescoço e lambendo sobre os mamilos rijos
através de sua camisa fina. Ela parecia mais sensível lá, então ele lambeu e mordeu
levemente, fazendo-a sacudir debaixo dele. Ela estava respirando rápido, ele podia
ouvir seu batimento cardíaco enquanto descia, beijando sobre suas roupas,
deixando-a ainda mais selvagem.
Ele puxou sua calcinha para baixo de suas pernas longas, e foda-se, elas eram
longas por milhas. Ele jogou no chão e voltou para a pele macia entre as pernas. Ele
estava duro, muito duro, porra, quando ele levemente passou a língua ao longo de
sua boceta úmida. Ela resistiu debaixo dele, suas mãos voando direto para o seu
cabelo curto, e ele desejou ali mesmo, que ela cavasse suas unhas francesinhas em
seu couro cabeludo e provasse a ele como exasperada ela estava. Porra me
machuque. Ele implorou internamente. Ela arranhou com necessidade ao invés, e ele
forçou seus quadris para baixo no lugar e chupou seu clitóris.
4
No contexto a autora quer dizer que o sofá é enorme, gigantesco e ela associa a um mamute.
Foda-se, mas tinha passado um tempo desde que ele esteve com uma
mulher. Ele estava preocupado que gozaria logo ali em suas calças e como diabos ele
iria viver com essa vergonha?
Ela estava ofegante pelo tempo que ele veio à tona. De joelhos, ele rapidamente
tirou o cinto, ele não podia esperar mais um minuto e tirou um preservativo do
bolso. Ela olhou com fome em seus movimentos, olhando com a boca aberta quando
ele empurrou sua calça jeans e cueca fora antes de passar para trás, sobre ela.
- Só para você saber, eu sou perfurado, baby. - ele disse então, apontando para o
pau.
Ele lhe mostrou o frênulo perfurado um pouco abaixo da cabeça do seu pau. O
queixo dela caiu. Para sua surpresa, ela parecia absolutamente horrorizada.
- Se for isso que você quer, - ele respondeu, lutando contra a ligeira decepção
que sentiu com a resposta dela. Isso normalmente é de outra maneira. - É para
aumentar o seu prazer.
Ela hesitante olhou de volta para o seu comprimento, debatendo sobre isso por
um momento antes de sussurrar,
- Você pode tirá-lo? Eu só... Eu não sei. Estou com um pouco de medo de me
cortar, ou algo assim.
Ele mordeu a língua e balançou a cabeça. - Vou tirá-lo por você, baby.
Ele saiu do sofá e foi até a janela, onde o luar ofereceu-lhe uma melhor visão e
cuidadosamente removeu seu piercing. Foi uma vergonha do caralho, também. As
meninas geralmente explodem com a sensação dele, e ele teria gostado de ter visto
essa mesma reação em Kate.
Ele deslizou o preservativo e voltou, e até lá, ela tinha as pernas fechadas e
estava preocupada à procura dele. Ele parou e olhou para seu rosto, as sobrancelhas
se unindo.
- Você está bem? - Ele disse, se perguntando se o maldito piercing a fez broxar
completamente.
- Eu não o incomodei, não é?- Ela perguntou. - Sobre retirá-lo, quero dizer.
Ele sorriu para ela e balançou a cabeça. - De jeito nenhum, linda. Eu só vou ter
que trabalhar um pouco mais duro para você gritar.
Ele não precisou da luz para saber que ela estava corando. Ela lhe deu um
sorriso tímido e suas pernas abriram. Ele mudou-se para trás, sobre ela, e beijou
suavemente aqueles lábios vermelhos, deixando suas mãos vaguearem em seu
corpo, levando-as aos seios, até que ela estava arqueando sob seu controle e
gemendo.
- Você é fodidamente sexy, sabe disso? - Ele murmurou contra sua boca,
olhando para ela. - É como se você saísse dos meus sonhos, com a porra dos seus
pequenos lábios vermelhos e seus grandes seios. - O que eu vou fazer se sua vagina
for muito apertada? Vou morrer, de verdade.
Ela sorriu para ele novamente, com os olhos concupiscentes pedindo-lhe para
levá-la, e ele apenas abriu as pernas dela. Esfregou sua vagina lentamente,
estudando sua reação antes de aliviar-se dentro dela.
Sim, ela era apertada. Porra, mais apertada do que uma luva, meu Deus.
Ele congelou, levando-se em uma onda de prazer, quase sem respirar, mal
pensando, apenas sentindo. Sim, ele está sentindo quando se move para trás e estoca
novamente, fazendo-a saltar e gemer alto. Descansando os cotovelos em ambos os
lados de sua cabeça, ele entrava e saía com golpes lentos e deliberados. Era difícil.
Foda-se, era difícil não se deixar ir e bater seu pau.
- Arranhe minha espinha com essas unhas sensuais, baby. - ele disse a ela entre
cada impulso.
Ela ficou lá, seu corpo nu quente pressionado contra o seu. Sua cabeça
repousava sobre o peito, e ela traçou as tatuagens sobre seu abdômen, suspirando
levemente de vez em quando. Ele se sentiu pacífico e eufórico, ainda nas nuvens de
sua liberação sexual e ainda na companhia de uma mulher que parecia muito com o
que a garota dos seus sonhos seria.
- Você traz um monte de meninas para casa assim? - De repente, ela perguntou
a ele.
Ela ficou tensa. - Oh, meu Deus, não. Sinto muito. Eu acho... Eu geralmente não
faço isso. Na verdade, eu nunca o fiz, e eu sei que não é da minha conta, mas estava
apenas curiosa se eu sou... Você sabe, se eu sou apenas mais uma dessas meninas.
- Não, você não é. - ele respondeu simplesmente, e pela primeira vez, foi
incrivelmente verdadeiro.
Ele não queria se abrir, principalmente porque nunca revisitou seu passado. O
que está feito está feito, depois de tudo. Mas as mulheres eram diferentes, ele
supôs. Talvez não fosse muito fácil para elas enterrarem seus encontros sexuais da
maneira que os homens faziam. Eram criaturas sentimentais. Não queriam saber que
seriam esquecidas. Elas queriam um lugar na alma de um homem da maneira como
as estrelas tinham um lugar nos céus.
Kate não pressionou por mais respostas, e quando os minutos se passaram, ele
apertou-a gentilmente e disse:
Ele sentiu seu sorriso contra seu peito. - O que você quer saber?
- Quais são os seus hobbies? O que você está estudando? Qual é a sua vida?
Ela riu levemente. - Bem, as pessoas pensam dessa forma, quando vou falar
sobre arte. Veja, o problema é que acho que vejo a beleza em todas as coisas, e tento
recriar isso.
Marcus franziu a testa para o jeito que ela corou. - Estou curioso para saber por
que você vai direto desvalorizar seu trabalho.
Ela riu novamente. - Ele é um micromanager 6 , e ele quer meu bem, eu sei
disso. Mas ele também é um juiz e é assustador como o inferno para a maioria das
pessoas. Enfim, sou uma espécie de desastre agora. Eu realmente não sei o que estou
fazendo. Eu tive um monte de aulas de Ciências biológicas, mas não é nada que faça
o meu coração acelerar.
- Sim, - ela sussurrou desanimada. - Você está certo. A vida é dura. Quer dizer,
eu sei que tenho mais do que a maioria, mas ainda é difícil tentar fazer outra pessoa
feliz e perder-se no processo. De qualquer forma, eu não vou toda filosófica sobre
você ou qualquer coisa.
- Eu gosto disso.
Isso só a fez aproximar-se dele, e ele podia se ver ouvindo-a falar assim todo o
tempo, embora fosse bobagem sequer pensar nisso.
- Deixe-me saber um pouco sobre você, - disse ela então. - Eu quero saber. Eu
sempre quis saber.
Ele levantou alguns de seus longos fios de seda, deixando-os correr entre os
dedos enquanto pensava no que dizer. Havia mesmo uma maneira de responder
positivamente isso?
- Não há nada realmente para saber, - ele se estabeleceu com a voz baixa. - Eu
sou apenas um cara normal, do outro lado dos trilhos.
Ela não precisa ouvir sobre seu pai abusivo e sua mãe indiferente. Ou o fato de
que ele tinha sido expulso de sua casa aos quinze anos com nada além de uma
mochila e um saco de M&Ms. Ou que a pobreza o tinha voltado para a
criminalidade das ruas apenas para que ele pudesse esfregar alguns tostões em
conjunto para uma refeição quente. Agora, sua vida tinha sido dura, mas ele não se
importava muito em explorar em voz alta para uma garota que provavelmente
nunca compreenderia, e ele esperava que ela nunca precisasse.
Ela não forçou uma resposta melhor e ele apreciou isso. Kate parecia respeitar
limites, e foda-se, ele queria que ela os quebrasse em vez disso. Ela mudou de
assunto e ele ouviu sua doce voz, oferecendo respostas apenas para ouvi-la
falar. Eles falaram pelo que pareceram horas, e em seguida suas palavras sumiram e
ela adormeceu em seus braços.
Três
Marcus
Ele respirou fundo e olhou em volta em busca de um relógio. - Que horas são?
- Quase cinco.
Porra era muito cedo. - Vou levá-la daqui a pouco, baby. Que tal você se deitar
comigo por um tempo primeiro e vamos pegar um pouco de café da manhã, uma
vez que estivermos fora?
- O que aconteceu com não se importar esta noite?- Ele respondeu de ânimo leve.
Ela não sorriu em troca. Em vez disso, seus nervos cresceram. - Eu posso apenas
pegar um ônibus, ou algo assim. Eu não vou fazer você se levantar, isso não é justo
da minha parte, e é tão cedo...
Ele olhou para ela por um momento, levando em conta quão fodida ela parecia,
e ele sorriu. - Você acha que eu seria um idiota? Que a expulsaria ou algo assim?
Ela encolheu os ombros, mordendo o lábio inferior. - Eu não sabia o que
esperar, para ser honesta. Eu nunca fiz isso antes.
- Não faça isso de novo. - ele disse imediatamente. Não sabia por que ele disse
isso, também. A menina poderia fazer o que diabos ela quisesse, mas porra, ele sabia
que ela valia muito mais que apenas uma foda de uma noite.
- Eu acho que tenho sorte. - Sua boca se espalhou em um largo sorriso quando
ela disse isso e ele sentiu aquele sorriso gravar nele. Seu peito agitado por sua beleza
crua. Ele se levantou e tentou sacudir para longe a sua intensa atração por ela. Ela o
queria por uma noite, e ele sentiu-se estranhamente usado pela primeira vez, e não
era todo aquele grande sentimento.
Evitando seu olhar, ele agarrou as chaves da mesa e disse: - Vamos levar sua
bundinha bonita para casa.
Kate não virou o rosto durante o passeio de 40 minutos até seu prédio. Aqueles
olhos verdes eram penetrantes, e ela amou a queimadura que sentiu quando olhou
para ele.
Divertido, ele assistiu ela rabiscar o que ele sabia que seria seu número.
- Eu sei que você provavelmente vê muito isso, - ela disse em voz baixa,
evitando seus olhos e de repente ansiosa para sair de lá. - Mas... Você sabe, eu tive
uma grande noite e tudo, e... Se você alguma vez quiser ligar, ou qualquer coisa,
ou... - ela fez uma pausa e seu rosto ficou vermelho quando estendeu o pedaço de
papel.
Ele pegou o papel da mão dela. - Claro que sim.
Ela lhe lançou um sorriso rápido. - Ok, bem, boa noite, ou... Bom dia na
verdade, e eu vou vê-lo logo, ou falar com você em breve, ou isso é você...
Ela parou e olhou para ele, o olhar esperançoso cortando suas entranhas como
uma lâmina afiada. Ele nunca tinha recebido esse olhar antes. Tinha recebido os
números de telefone no passado, mas foi de passagem e sem muito cuidado. Kate
tinha feito isso como se estivesse ansiosa por mais dele. Talvez não seja apenas uma
noite só, então. Talvez ela estivesse seriamente interessada. E foda, ele estava
interessado também. Ele gostava muito daquele olhar. Gostou da sensação de calor
que deu em suas entranhas vazias.
Sem pensar, ele se inclinou e gentilmente pegou seu rosto em sua mão e apertou
a boca contra seus lábios. Imediatamente a mão dela subiu em seu peito e
pescoço. Ela o beijou de volta com uma intensidade que não esperava,
aprofundando quando ela abriu a boca para ele. Ela gemeu baixinho enquanto ele
passou a língua contra a dela, e Deus, ele transaria com ela de novo, aqui e agora, se
pudesse.
Ele se afastou em vez disso, seu sangue estava em chamas e seus olhos estavam
arregalados. Foda-se, ele amava o gosto dela. Ela olhou para ele, com desejo
aparente.
- Agora entre. - ele disse a ela, lutando para firmar sua voz.
Viu-a abrir a porta e sair do carro. Ela estava um pouco instável e ele sorriu
para o efeito óbvio que tinha sobre ela. Ele continuou olhando até que seu corpo alto
e magro desapareceu no prédio, parando uma vez para olhar para ele, aquele olhar
de encantamento ainda adornando seu rosto.
Marcus teve que recolher seus pensamentos quando ela estava fora de
vista. Seu coração batia forte em seu peito. Ele gostava da garota. Tinha gostado dela
a primeira vez que foi discretamente vender o produto em seu campus. Ele a tinha
visto correndo de um prédio para o outro com seus livros pressionados contra o
peito, e ele sorriu, mesmo depois, para sua beleza corada. Você só sabia que ela era
uma menina doce do caralho, e ele estava certo. Ela era.
Ele nunca tinha falado com uma garota por muito tempo antes. Ela queria ser
abraçada, queria ser tocada e cuidada, como se ela tivesse sido privada disso por
toda a sua vida. Mas ele sabia que ela não tinha. Uma garota como ela tinha a devida
atenção e amor que ela merecia, enquanto as crianças como ele tivessem isso uma
vez e depois eram negligenciadas e deixadas para se defenderem sozinhas.
Ele desapareceria dos pensamentos de Kate em poucos dias, quando ela voltar
ao seu sofá desagradável em seu apartamento desagradável. Ela perceberá que
poderia ter mais do que isso, e ele seria uma memória esquecida, talvez aflore
vergonha ao longo dos anos. Ele assentiu para si mesmo com o pensamento,
imaginando que ela provavelmente acabaria com um advogado que seu pai
aprovaria. Ela se tornaria uma mulher de carreira em um relacionamento poderoso,
então ela compraria uma casa e teria um par de crianças e nunca saberia dele
novamente.
Marcus esperou impacientemente para a luz ficar verde. Seu joelho subia e
descia quando seu olhar permaneceu na menina. Quando ela virou uma esquina
fora de vista, ele sentiu uma sensação de frio descer pela espinha. O cara no capuz
começou a virar a esquina também, pegando o ritmo antes de desaparecer de vista.
Merda.
Merda.
As ruas ainda estavam desertas. Não era nem 6 da manhã. Típico de seu bairro
ainda estar dormindo. Bando de desempregados bastardos intencionalmente
drogados, como ele.
No segundo que mudou, ele pressionou o pedal e seu sedan acelerou pela rua,
virando na mesma esquina que a menina virou. Ele agarrou o volante com força,
sem saber o que ele iria encontrar.
Sem pensar, ele abriu o porta-luvas e tirou seu canivete. Ele o mantinha no caso
de algum idiota tentar levar o carro dele, mas com Kate perto na noite passada, ele
não quis levar qualquer arma no caso dela perceber e ficar assustada. Ele saiu do
carro correndo quando entrou e correu para o beco em que estavam. Ele abrandou
apenas quando se aproximou e espiou com a cabeça na escuridão.
- Isso não tem que ser uma luta. Basta parar de se mover e vamos terminar.
Mas a menina não iria parar de se mover. Ela debateu seu corpo ao redor e
então o homem de repente uivou de dor. Sua mão caiu de sua boca, sacudindo-o na
dor da mordida que ela lhe dera.
- Sua puta! - Ele rosnou, batendo o rosto contra a parede de tijolos. Ela gritou,
mas manteve a luta. - Puta do caralho!
A raiva inundou Marcus enquanto ele se mexia, abrindo a faca. Foi um borrão
rápido de eventos. Ele agarrou o homem pelo capuz e puxou-o para trás,
empurrando seu peso longe da menina. O homem ainda estava segurando seu
cabelo e como ele foi empurrado para trás, ela caiu com ele, caindo sobre seu
corpo. Ela lutou para se libertar, e então Marcus se ajoelhou e colocou a faca na
garganta do homem, fazendo-o endurecer completamente.
Ele era apenas um insignificante homem em comparação com Marcus, mas ele
teria facilmente tomado a pequena menina para baixo, e exercendo controle sobre
uma mulher indefesa, o que enlouqueceu Marcus. Ele puxou o homem até seus pés
facilmente e tomou seu cabelo mutilado em seu aperto. O homem lutou, mas ele foi
dominado quando Marcus trouxe para o mesmo local que ele esmagou o rosto da
menina contra.
- Você gosta de ferir garotas? - Marcus perguntou. - Bem, eu gosto de machucar
pedaços de merda como você.
O homem soltou um grito antes de seu rosto ser esmagado na parede, pintando
o tijolo com sangue vermelho e carne. Em vez de parar, Marcus fez isso de novo,
com mais força do que antes, e era sempre nestes momentos, quando ele ia contra
outro homem, ele sentia um zumbido ao contrário de qualquer outra coisa. Era uma
mistura de raiva e adrenalina fundidos num só, e ele se sentia invencível. Nada
poderia distraí-lo. Ele precisava desse zumbido como sua próxima respiração, e era
intoxicante o jeito que fluía através de sua corrente sanguínea, tornando nebuloso
como em um sonho.
Após essa segunda batida, o corpo do homem ficou mole e Marcus o deixou
ir. Inconsciente, ele caiu no chão. O zumbido rapidamente morreu em Marcus logo
depois. Ele passou por cima dele e viu a menina, olhando para o corpo mutilado
com os olhos vazios. Ele parou ali mesmo, enquanto a observava. Ela era uma
menina impressionante. Muito pequena com cabelo preto e olhos escuros. Quando
ele viu o sangue em seu rosto, se aproximou dela lentamente.
Ela olhou para longe do corpo e para ele. - Claro que eu estou bem, - ela
respondeu com raiva. - Que coisa estúpida para se perguntar.
Sua mandíbula quase caiu de surpresa. Que porra é essa? - Não venha com
atitude, menina. Eu só salvei você.
Escovando o cabelo fora do seu rosto, ela se virou e correu para fora de lá. Ele a
seguiu de imediato, mal acreditando no que estava ouvindo. Aqui, ele pensou que
ela estaria repleta de trauma sobre o ataque, e ainda assim ela foi embora sem se
deter por ele!
- Você está tendo algum tipo de reação pós-traumática que vai ao sentido
oposto, ou algo assim?- Ele perguntou a ela. - Você está em negação que estava
prestes a ser estuprada?
Ela ignorou-o quando pegou sua mochila do chão. Ela a pegou do jeito errado e
seus conteúdos caíram para fora do compartimento descompactado, aterrissando
em uma pilha espalhada pelo chão. Ela amaldiçoou e se abaixou, pegando suas
coisas apressadamente.
Marcus ajoelhou-se também, agarrando algumas coisas das quais ela com raiva
puxou de seu aperto.
Ela parou e fez uma careta para ele. Ele ficou tenso com o sangue que estava
literalmente cobrindo metade do rosto. Ela parecia quase sinistra e bela... Linda pra
caralho.
Ele estava muito sem palavras para responder, e seus lábios involuntariamente
se encolheram para cima, apreciando sua atitude. Ele se forçou a desviar o olhar de
seus olhos assombrados quando pegou sua carteira aberta. Ele viu uma carteira de
estudante, viu a escola que ela ia e rapidamente esqueceu o nome, e em seguida viu
o dela.
- Emma Warne, - ele murmurou. - Quatorze anos de idade. Que porra é essa
que você tem feito por toda a noite, gata de rua?
- Nenhum dos seus negócios. - foi sua resposta quando ela pegou a carteira de
seu lado e enfiou-a na sua bolsa.
Nenhuma resposta.
- Como eu disse, - Ela disse entre dentes. - Eu não preciso de sua ajuda.
Nunca teria suspeitado que a menina estivesse armada, Marcus olhou para ela
com admiração.
- Mesmo com essa lâmina, você precisaria de ajuda. - ele gentilmente disse a ela,
sondando o rosto, perguntando quem diabos essa garota era.
Ela nem sequer olhou para ele mais uma vez antes de levantar a mochila e jogar
sobre os ombros, aquela lâmina ainda em seu aperto. Viu-a girar e acelerar pela
calçada, praticamente correndo, seu cabelo uma onda negra à luz da madrugada.
- Emma Warne. - ele sussurrou para si mesmo por uma razão que não entendia.
Ela seria a primeira e única pessoa que Marcus Borden já se perguntou sobre.
Ele retirou o número de Kate meia dúzia de vezes por dia durante a
semana. Debateu muito sobre chamá-la. Ele pode marcar mais uma vez, e pode até
ser melhor do que a primeira, mas qual era o ponto de tudo isso?
Ela era o tipo de garota que ele poderia perigosamente se conectar, e a última
coisa que ele precisava era se apegar a alguém. Especialmente quando ele estava
envolvido com alguns caras realmente ruins. Foda-se, eles podem encontrar suas
fraquezas e machucá-lo, e se ele tiver uma garota que se importe, ela seria sua
fraqueza e ela se machucaria também.
Após a centésima vez olhando para o número dela, Marcus se irritou e amassou
o papel, jogando-o no lixo mais próximo a caminho de casa do jantar que tinha
consumido.
Não havia nenhuma maneira do caralho. Ela era boa demais para ele.
Ela pertencia ao mundo dela, e ele pertencia ao seu.
Quatro
Kate
Nove dias e não tinha escutado nada dele. Eu nem sequer o vi ao redor.
Pensei que encontros de uma noite eram apenas entalhes na cabeceira da cama,
um momento no tempo que passa e você nunca fala sobre novamente. Mas eu
estava fazendo o oposto. Estava obcecada e lambendo as feridas inflamadas da
rejeição. Por que ele iria prometer que ligaria e depois não ligar?
Eu tinha ido toda a bunny boiler 7 . Todos os dias eu pensei sobre a nossa
conversa juntos, quão genuíno, quão bom ele parecia, quão bem ele tinha tomado
conta de mim. Quanto mais obcecada, mais chateada eu ficava. E então, para minha
vergonha, encontrei-me tomando a longa viagem para o seu apartamento, uma
tarde. Eu tinha perdido completamente a minha mente, e até mesmo pensando
nisso, no presente, trancada dentro deste porão, senti-me envergonhada por essa
decisão. Eu não sei o que deu em mim, mas eu estava desesperada por Marcus
Borden. Ele fazia coisas com as mulheres que não se pode realmente explicar, sem
soar como uma tola atordoada.
Eu hesitei. Que diabos está fazendo aqui, Kate? Isso era errado. Ele era apenas um
estranho, e fiz um péssimo julgamento pensando que esse cara mantinha suas
promessas, ou mesmo que ele tivesse tido uma genuína noite. Deus, eu era apenas
uma tola. Eu me senti tão ingênua e estúpida.
Ele deu alguns passos mais perto de mim, seus cortantes olhos azuis em mim. -
Eu não entendo. Você veio aqui por mim, certo?
- Eu estava de saída.
- Não, - ele diz, seu rosto duro amolecendo. - Fale comigo, Kate. Não corra.
Ele não se moveu nem respondeu por vários momentos, e eu tinha certeza que
estava toda vermelha. Ele provavelmente pensou que eu estava louca.
- Olhe para mim. - ele disse de repente, sua voz baixa e solene. Quando me
recusei, ele se aproximou de mim, bloqueando a minha visão com o seu corpo. -
Olhe para mim, Kate. - ele repetiu.
Lentamente, eu olhei para ele, e à luz do sol brilhante, o rosto lindo recordou-
me exatamente por que eu estava aqui em primeiro lugar.
- Eu não liguei para seu próprio bem. - explicou ele com cuidado. - Você é o sol,
baby, e eu sou a porra da escuridão. Viemos de realidades completamente
diferentes, e você merece um maldito inferno de muito mais do que eu.
Meu peito se apertou quando eu respondi: - Mas isso não é você quem decide.
Ele me estudou por alguns momentos, levando cada polegada de mim. Minhas
unhas bem cuidadas, meu cabelo liso, loiro e arrumado, meu vestido caro e
maquiagem perfeitamente aplicada. De repente, senti que deveria ter me arrumado
menos. A verdade era que fiz tudo para impressioná-lo, e agora sinto como se
estivesse fazendo o oposto.
Ele olhou a nossa volta, e quando ele pegou o meu carro no lado da estrada,
franziu a testa.
- Não é um bom lugar para estacionar um carro como esse. - ele murmurou.
- Deixe-me mostrar uma coisa. - ele então me disse, voltando-se para mim.
- Ok.
Ele pegou minha mão, o que era um bom sinal em meu livro, e me levou até seu
apartamento. Enquanto ele parecia em conflito, com a testa franzida, o rosto
solene. Quando chegamos lá, ele separou nossas mãos e destrancou a porta.
- Dê uma olhada. - disse ele. - Estou aqui por seis meses, e é isso que eu sou.
Fiz o que ele pediu e dei uma olhada em torno de seu apartamento. Meus saltos
foram adornos contra as tábuas do piso, quando peguei a sala de estar e o sofá, em
que ele me deu a melhor experiência sexual. Certamente ele viu dias melhores. Na
verdade, toda a sala estava cheia de móveis de baixa qualidade e uma caixa
borbulhante para uma TV que não tinha visto pessoalmente em mais de uma
década.
Eu fiz.
Seu quarto tinha uma cama de casal, desfeita, e um balcão castanho claro
pequeno empilhado com porcaria. A cozinha tinha pratos empilhados na pia, e até
mesmo os armários tinham o amarelado de idade. E comecei a entender o que ele
estava tentando fazer.
- Então, você está sem dinheiro, - eu murmurei, voltando-me para ele, de ânimo
leve acrescentando: - E você é um pouco bagunçado.
- Sair? - Ele riu levemente. - Você não conhece o meu mundo, linda. Eu não
cresci com as mesmas oportunidades que você. Cresci em torno deste veneno e eu
tive que fazer o que podia. Este trabalho é fodido e ruim, mas ele está me dando
mais dinheiro do que se eu ficasse lá fora, trabalhando algumas horas para ganhar
tostões. Isto é o mundo, no final. Você mal sobrevive e então você tem que trabalhar.
Você luta, e luta duro, até o dia em que morrer. Não há nenhum caminho mais
fácil. Nenhuma ajuda ao virar a esquina, nenhum pai para pegar os pedaços de seus
erros, e é simples porque é assim. Ninguém dá a mínima para você aqui. É você
contra o mundo, e isso é a minha vida, Kate. É malditamente feia, e eu não vou
colorir seu mundo perfeito com essa feiura.
Considerei por alguns momentos. Continuando a olhar em torno de seu
apartamento, eu o entendia perfeitamente, mas não estava realmente me
preocupando com isso também. Eu gostava de Marcus, e o resto era o ruído de
fundo.
- Você não vai colorir meu mundo com feiura,- Então disse, olhando para ele. -
Temos uma boa conexão. Você me fez sentir coisas que nunca senti antes, e eu quero
me divertir com você. Eu quero que você me toque do jeito que fez naquela
noite. Isso é tudo que eu quero. É tudo o que eu queria quando te dei meu
número. Não tem que ser sério. Eu não estou procurando me envolver em tudo que
você faz ou em tudo que é feio.
Ele desviou o olhar, um olhar fugaz de decepção no rosto. - Então você me quer
para fins sexuais.
Eu poderia dizer que ele estava rachando, especialmente quando seus olhos
viajaram o meu comprimento. Logo, este vício seria executado em ambos os
sentidos. Ele teria fome de mim o tempo todo, tentaria dar-me mais e eu iria afastá-
lo, despreparada para aceitar todos os lados dele.
Coloquei minha bolsa no chão, movi-me para ele. Ele me olhou com cuidado
quando fui, com este olhar vulnerável em seus olhos. Eu parei na frente dele e
minhas mãos percorreram até seu peito duro. Seus braços caíram para os lados
quando fiz isso, e ele fechou os olhos por um instante, como se saboreando o meu
toque. Ele queria ser cuidado, eu podia sentir isso tão fortemente nele. Seja qual for
o trauma que ele sofreu quando criança o deixou secretamente necessitado,
implorando para ser amado, enquanto carregava a sua fachada difícil. Talvez dentro
da alma de um jovem rugoso, existisse um bolso intacto de afeto à espera de ser
mostrado. Era uma espécie de tragédia, pensar em quantas pessoas fecharam-se do
mundo, por causa de uma educação de merda que não tinham nenhum controle
sobre.
- Diga sim. - sussurrei para ele, salientando meu lado tímido. Eu queria ser
confiante com ele. Precisava ser para fazer isso funcionar.
Ele abriu os olhos e olhou para mim, dando-me borboletas na barriga com
aquele olhar. - Sim, - ele sussurrou de volta. - Porra eu quero você. Eu queria no
segundo em que vi você, mas eu também não fantasio. Eu só quero ter certeza que
você sabe o que está fazendo. Isso é tudo.
Meu peito apertou. Sorri para ele e acariciei o lado de seu rosto. - Eu tenho
certeza. - disse a ele.
Não foi um segundo mais tarde, antes que ele batesse a boca na minha. Seus
lábios foram feitos para mim, juro. Eu me senti em chamas, ansiando por mais de
seu toque.
Ele me pegou em seus braços fortes e estáveis e me levou de volta para seu
sofá. Com este olhar de desespero, ele removeu todos os itens de vestuário do meu
corpo, me tratou com delicadeza. Beijou-me em todos os lugares, saboreando cada
polegada de minha pele e eu gozei contra sua língua doce, antes que ele me tomasse
novamente.
E me desfiz.
Sem esforço, ele levou muito pouco tempo para roubar meu coração.
Cinco
Kate
Olhei para ele e para a faca que estava preguiçosamente pendurada em suas
mãos.
- Com vocês dois, obviamente. Que porra mais eu poderia estar falando?
- Não, ele não vai. Quando seu corpo estiver apodrecendo na parte inferior do
New River Raven, ele vai estar tão consumido em sua morte, que nunca vai pensar
em nos encontrar.
O homem era um louco e eu estava certa então, mais do que já tinha estado
certa sobre qualquer outra coisa, eu realmente estava indo para minha morte. Não
havia palavras para descrever o horror daquilo, mas havia também algo
estranhamente calmo sobre isso. Eu estava fazendo as pazes comigo mesma,
perdoando todos os erros que eu cometi, deixando de lado os problemas que
drasticamente agora pareciam tão insignificantes.
Ele olhou para mim por um minuto sólido e os segundos arrastaram com
inquietação.
- Você quer ir direto ao ponto, então? - Ele perguntou de repente. - Você quer
que eu arranque seu coração agora em vez de mais tarde?
Olhei para a faca, tremendo como uma folha com o pensamento dele furando-a
no meu peito.
- Eu não entendo por que você está fazendo isso. - gritei de frustração, meus
dentes batendo. - Eu sou uma boa pessoa! Não prejudiquei ninguém. Não fiz nada
para merecer isso.
- Quanto tempo você ficou com ele? - Ele continuou, ignorando completamente
as minhas palavras. - Se ele lhe deixou quatro anos atrás, o que significa que ele teve
um ano com você. Não é mesmo?
- Não, e sim. Era... Tudo. Às vezes eu estava em seu lugar, outras vezes ele
estava no meu.
- Sim.
Nada me emocionou mais, exceto a sensação dele e o que ele poderia fazer para
o meu corpo. Ou que eu poderia me abrir com ele e dizer-lhe cada pequena coisa e
ele nunca iria me julgar como os outros fariam.
- Eu vou ligar esta noite, - ele prometeu, correndo os dedos pelo meu cabelo
com este olhar de adoração. - Eu não vou fazer você esperar, linda.
- Claro que eu segui você. - ele respondeu com raiva. - Você é minha única filha,
a minha menina. Achou que eu só ia sentar enquanto você sofre nas aulas e nos
evita? Sua mãe vai ficar devastada, Kate. Você me colocou em uma posição
terrível. Você fez isso para mim de propósito?
- Não.
- Ele é bom, pai, eu não iria passar o tempo com alguém, se não fosse uma boa
pessoa...
- Eu o verifiquei, Kate. Ele não é uma boa pessoa. Ele tem estado dentro e fora
de problemas desde que tinha quinze anos. Olha onde ele mora, olha o que ele faz,
pense no que você está dizendo antes de dizer a mim que ele é uma boa pessoa.
Não era justo. Qualquer um pode olhar através de sua vida e pintá-lo como
uma pessoa terrível, mas havia muito mais de Marcus do que isso. Ele só não foi
justo.
Eu não respondi. Estava sem palavras. Eu tinha sido pega em flagrante, não há
maneira de esconder ou tentar adoçar a situação. Eu senti como se tivesse feito a
caminhada da vergonha na frente do meu pai enlouquecido, e eu estava mortificada
e envergonhada, mas, o mais importante, eu estava decepcionada comigo
mesma. Não era por causa da minha desonestidade, também, mas por não ser mais
cuidadosa, quando mais unida e grudada estava com Marcus.
Uma batida interrompeu-o, e eu congelei ao som. Havia apenas uma pessoa que
poderia estar na porta agora. Merda.
- Seu filho da puta! - Ele gritou, apontando o dedo para Marcus. - Fique longe
da minha filha! Está me escutando?
Marcus deu um passo para trás, olhando entre eu e ele com um olhar vazio em
seu rosto.
- Você é um merda de nada! - Meu pai continuou, e eu fiz uma careta e pedi
para ele parar. - Eu sei tudo sobre você! Sei que você é um buraco negro e não é bom
para a minha filha. Está escutando? Você vai deixá-la sozinha!
- Você esqueceu sua carteira. - ele então disse em voz baixa, e antes que
pudesse continuar, meu pai rasgou-a fora de sua mão.
- Saia, - ele exigiu. - Você fique em volta da minha filha mais uma vez e está
morto. Terei a polícia em você e vai ser afastado de tudo que faz naquele lado. Está
me entendendo?
Marcus não respondeu a ele. Ele era bom em manter suas emoções escondidas,
e eu preferia vê-lo com raiva em vez de parecer como um vazio na nossa frente.
O dia inteiro foi um inferno. Minha mãe agiu como se eu tivesse cometido
assassinato, soluçando no meu apartamento, ameaçando me levar de volta para casa
para que ela pudesse “me mostrar o caminho novamente”. Papai não foi para o
golfe até à tarde, depois que ele passou três horas me dando uma palestra de como
estávamos indo corrigir isso, antes que as pessoas em nosso círculo social
descobrissem que eu estava com um “criminoso”.
Foi desastroso.
Com os braços cruzados, Marcus não se moveu para mim uma vez. Ele apenas
ficou lá, esperando, o rosto sem emoção olhando para o meu, preocupado. Os
rapazes em torno dele se separaram apenas o suficiente para eu me deslocar dentro
de seu círculo e parar na frente dele. Marcus olhou para eles, e com esse olhar único,
eles se separaram por completo, dando-nos espaço para falar. Eu estava uma pilha
de nervos, perguntando como eu mesma poderia começar a pedir desculpas pelo
comportamento horrível do meu pai e de alguma forma consertar-nos ao mesmo
tempo.
- Eu queria falar com você sobre esta manhã, - eu respondi. - Você disse que iria
ligar, e depois de todo incidente com meu pai, você não fez.
- Eu imaginei que seu velho estaria monitorando seu telefone, e eu não queria
que você tivesse mais problemas do que já tinha.
- Ele não estava monitorando o meu telefone, e não me importo sobre estar em
apuros se isso significa estar com você.
- Kate, - ele sussurrou, e sua voz parecia aflita. - Eu não quero você se
esgueirando mais comigo...
- Eu não sou bom para você. Eu sou a porra de um parafuso solto, e mesmo se
eu quisesse que você não se escondesse, eu teria que ser o único a fazê-lo. Com o
meu trabalho e a quantidade de problemas que estou me metendo, não é seguro
para você estar ao redor, especialmente agora. Pelo amor de Deus, já é tarde e essas
pessoas que você vê em torno de nós aqui não são tão tolerantes como as pessoas
com dinheiro. Você tem sorte de me encontrar aqui.
Ele me cortou apenas depois com um beijo duro. Ele agarrou meu cabelo com
força enquanto me levou, e eu senti como se precisasse que eu dissesse isso. Ele
precisava saber que era amado. Querido Deus, nesse momento eu me perguntava
tanto sobre os horrores que ele passou para se sentir dessa maneira. Quando a boca
se afastou de mim, ele manteve a sua testa pressionada contra a minha, olhando
para mim com olhos tristes.
Sua mão caiu instantaneamente e ele deu um passo para trás de mim, rasgado e
miserável. Eu não poderia entender por que. Ele deveria ter desejado isso também.
- Eu não sei o que fazer, - ele então disse, balançando a cabeça. - Você merece
mais, e eu estaria roubando de você, se você deixasse tudo para trás.
- Eu não posso acreditar que é assim que você vai se sentir a longo prazo,
baby. Eu já vi isso antes. Você vai começar a ressentir-se...
- Não é justo dizer isso. Você só está especulando. Pode ser o oposto total. Eu
poderia amar estar mais com você, e não vale a pena o risco?
Ele exalou, passando a mão pelo cabelo. - Eu queria que fosse assim tão
fácil. Estou em um monte de merda agora. Você já esteve em um ponto cego, onde
eu tenho mantido você. Há muita coisa que você não sabe, e você estar aqui agora
não é uma boa ideia. Você precisa ir. Você precisa sair daqui antes que alguém
decida dizer algo para você.
- O que, as drogas? - Eu assobiei, sentindo raiva por ele escolher lidar com isso
do que voltar para casa comigo. Ele não me ouviu dois segundos atrás? Eu só disse a
ele que o amava, e que não era fácil de fazer qualquer um. Seu rosto escureceu
quando ele olhou em torno de nós, e então me agarrou pelo braço e começou a me
arrastar de volta para o carro.
- É mais do que isso, - ele trincou na minha orelha. - É que você é a porra da
minha fraqueza, e você estando aqui na frente de todos, revela isso. Você precisa
entrar em seu carro e nunca mais voltar a este lugar novamente.
- Você é importante!
- Estou falando de suas aulas, seus amigos, sua família, tudo o que existia antes
de mim.
- Talvez eu vá ser bom o suficiente para você um dia. Foda-se, eu faria qualquer
coisa para isso acontecer, mas isso não está em minhas cartas, Kate. Isso não pode
acontecer agora. Você tem que ir, e deixar de ter um perdedor como eu arrastando-a
para baixo. Seu pai te ama. Ele está fazendo isso para protegê-la.
- Eu sei, e talvez eu mereça isso por minhas escolhas pobres. O ponto é que ele
não está sendo mal-intencionado. Ele está sendo carinhoso, e porra, Kate, se há
alguma coisa na vida que você tem de importante, é o amor da sua família. Eu não
tive isso, e você precisa dele.
- Não.
Eu olhei para ele e subi de volta para o meu carro. Com minhas mãos apertando
o volante, eu dirigi para fora de lá, observando sua forma no espelho retrovisor
quanto mais me distanciava, menor ele ficava.
Estiquei durante semanas, liguei para ele sem descanso e recebi nada do outro
lado.
Foi somente após a terceira semana que eu ouvi falar sobre ele sair da cidade.
- Você deve ter mudado, - disse o homem, divertido. - Isso poderia ter sido o
fim de vocês. Você poderia ter vivido sua vida e toda essa coisa - você e eu, aqui e
agora, não teria acontecido.
- Você acha que ele te amou? - Ele então perguntou. - Você esvaziou o seu
coração, e ele nunca disse de volta.
Suspirei.
- Você acha que foi por isso que ele deixou a cidade?
- Eu não posso ter certeza, mas... Eu sempre me perguntei sobre isso. Sempre
me perguntei o que se passava em sua cabeça na noite em que ele foi embora.
E neste porão, com o tempo terminando, eu sabia que nunca iria obter a
resposta a essa uma pergunta.
- Você desafiou seu pai, porém, não é? - Ele arrancou. - É por isso que você se
tornou uma professora.
- Sim.
Eu não iria dizer a ele como íntimo Marcus foi para mim. O quanto ele lutou
por mim quando ele voltou. Quão diferente ele estava em todos os sentidos, mas
ainda me dando partes do seu antigo eu, que eu sabia que espreitava dentro dele.
Lembrei-me de tomar o meu passeio matinal pelo parque, fora do meu
apartamento, alguns dias depois de ler o jornal. Lembrei-me da forma como o ar
mudou quando eu parei nos jardins. Eu sabia, antes mesmo que ele se mostrasse,
que ele estava lá. E ele estava vestido em um terno, olhando notavelmente
irreconhecível. Ele tinha olhado para mim com seu coração em sua manga,
hipnotizado pela minha visão.
Deixei escapar um leve suspiro e senti meu corpo lentamente fechando. Eu não
iria dar a este homem mais momentos. Eles eram meus e ele não poderia tê-los.
- Sim, - eu respirei fundo, mais corajosa do que já tinha sido antes na minha
vida. - Estou.
Pensei no amor cru que eu tinha por ele, quando o homem se aproximou de
mim.
Ela está no rio, Sr. Borden. Deixei-a em uma única peça, que é mais do que você
merece. Considere isso, a próxima vez que você tiver uma mulher por perto. Caia
fora do nosso território. Estas são as nossas ruas. Não as suas.
Ele virou o rosto para ele e seu coração entrou em colapso em seu peito. Seus
olhos estavam abertos, mas não havia nada lá. Ele balançou a cabeça em negação e
acariciou sua bochecha.
- Acorde, - ele suplicou. - Acorde. Não faça isso comigo. Não... Porra não faz
isso comigo! Não, não, não.
Ele soltou um grito gutural, sugando o ar em seus pulmões, enquanto tentava
aceitar o que tinha acontecido, o que ele estava olhando, o que estava tocando.
- Porra, eu te amo, - ele deixou escapar, sentindo a dor de uma facada em seu
peito. - Eu te amo, porra, e eu nunca te disse. Eu nunca te disse porra. Nunca...
Seu polegar percorreu o rosto sem vida, sobre os lábios finos, e foda-se eles
ainda estavam vermelhos, mesmo na morte. Seus dedos flutuavam através dos fios
de seu longo cabelo loiro, e ele agarrou um punhado, sugando mais ar quando seu
mundo girou em torno dele.
Não. Não.
Tremendo, ele nadou de volta para a praia com ela e levou-a para um ponto no
chão arenoso. Seu corpo era um terremoto, o rosto empalideceu com a visão da
mulher pela qual voltou. A mulher que lhe tinha dado propósito quando ele estava
perdido e sem esperança. Ele abriu a boca, mas sua voz estava presa dentro de seus
pulmões. Seus olhos encheram, mas as lágrimas não caíram.
Ele caiu sobre ela, enterrando seu rosto na curva suave de seu ombro. Esse foi o
momento em que as cores em seu mundo diminuíram. Ele rasgou-se longe para
olhar para o rosto dela e viu nada além de preto e cinza em todos os
lugares. Cavando os dedos na terra arenosa, a dor aguda em seu peito era
acompanhada por uma raiva que fez seu sangue correr frio como a morte.
O mudou.
O que restava de Marcus morreu naquele dia, à beira do rio, com Kate
Davenoth.
Parte Dois: Borden e Emma
Mas Marcus Borden era muito mais jovem do que eu esperava. Ele parecia estar
em seus trinta anos. Seu cabelo castanho era maior do que nas imagens anteriores
que eu tinha visto, ondulado um pouco na nuca e sobre a testa. Seu rosto era em
forma de coração, e ele tinha lábios cheios, nariz forte e reto e altas maçãs do
rosto. Eu teria pensado em características bonitas, bem como gritava menino bonito,
mas isso era a última coisa que ele era. A maneira calculada que ele se movia e com
olhos frios como aqueles, ele gritava predador em seu lugar.
Por que diabos eu estou aqui? Uma noite concordo em sair e isso é o que acontece...
Três de seus homens estavam ao redor dele e uma alta ruiva esbelta, em um
vestido vermelho, pendurada ao seu lado. Ela estava olhando para mim, diversão
rabiscou em seus traços suaves em minha situação. Eu imediatamente odiei a cadela.
As paredes estavam vibrando por causa da música que rugia fora da sala, em
volta do clube, afogando o resto de suas palavras. Ou talvez essa tenha sido a causa
da escalada do meu coração em meu ouvido, batendo com a audiência,
desenfreadamente sobre a surdez. Seja qual for. Isso não importa, não é? O fato era
que eu não conseguia ouvir merda sem esforço.
Ainda olhando para o que estava na pasta na frente dele, ele disse: - O que você
viu no beco, senhorita...? - Sua voz era baixa e suave, mas tinha uma espinha dorsal
de autoridade nela. Ele pareceu quase aborrecido, como se isso fosse ainda outro
inconveniente.
- Ele perguntou pelo caralho do seu nome, puta. - Hawke rosnou, cavando suas
unhas mais profundamente em meu braço.
Meu coração pegou na forma que Hawke olhou para mim. Engoli em seco e
soltei, - Emma Warne. Esse é o meu nome.
Borden instantaneamente olhou para mim. - Emma Warne? - Ele repetiu, uma
nota de surpresa em sua voz.
Minha testa franziu com a reação daquele estranho, perante o aperto de Hawke
mais uma vez em aviso. - S-sim. - eu disse rapidamente.
Borden apenas olhou para mim por um longo momento, e o silêncio era
estranho como merda. Eu tipo queria desaparecer na inexistência com o olhar em
seus olhos, todo duro e curioso. Então, antes que eu pudesse perguntar sobre aquele
olhar, seu rosto suavizou e ele voltou ao normal.
Borden me olhou com cuidado, vagando meu corpo de cima para baixo. Não foi
calorosamente. Apenas clínico. - Você checou o sutiã, para ver se ela está
escondendo... Lâminas de qualquer tipo?
A segunda mão de Hawke atirou até meu peito, eu pulei para trás. - Não! - Eu
assobiei. - Eu tenho um canivete no meu sutiã. Vou pegá-lo eu mesma.
Ele olhou para Borden para ver se estava bem, e Borden assentiu. Todos os
olhos estavam em mim quando enfiei minha mão pelo meu top, buscando a lâmina
escondida sob meu peito. Puxei-a para fora, e meus seios estavam praticamente em
exposição antes de eu fixá-los de volta no lugar. Meu rosto estava vermelho
flamejante quando eu, relutantemente, entreguei a Hawke meu canivete. Não que eu
lamente ou qualquer coisa. Eu tinha uma dúzia de outros no meu apartamento. Ele
pegou e colocou-o sobre a mesa antes de voltar para ficar ao meu lado.
Silêncio novamente.
Borden parecia que estava deliberando, lançando um rápido olhar para a arma,
a cada poucos segundos.
- Não.
- Então o que você estava fazendo lá fora sozinha, em um beco, tarde da noite?
Estranho como simples perguntas que você teria facilmente respondido antes,
tornam-se difíceis e claramente impossíveis de colocar em palavras, quando o medo
toma conta de você. Eu gaguejei, piscando várias vezes, tentando montar uma linha
antes de Hawke xingar em voz alta. - Foda-se, ela vai mentir, Borden, - disse ele. -
Ela não pode colocar duas palavras juntas...
A boca de Borden formou uma carranca com minha explosão. Foda-se. Ele
fechou a maleta e a definiu para baixo sobre a mesa, inclinando-se um pouco para
me estudar.
Olhar fixamente em seu rosto era difícil, mas eu senti que não tinha outra
escolha. Ele estava solícito a mim com aqueles olhos hipnóticos; não havia nenhuma
maneira que eu poderia escapar deles. Então ele olhou por cima do meu ombro, e
apenas o simples ato levou Hawke a me empurrar mais perto de Borden, até que
minhas pernas estavam tocando a mesa de aço, e eu estava apenas a centímetros
dele.
Mais perto dele do que nunca, os olhos dançavam em volta do rosto. Eu podia
sentir cada parte de mim tensa, perplexa por um momento, com a beleza gritante do
homem encarnado, e depois pega em uma onda de trepidação quando me lembrei
de quem eu estava realmente olhando.
Um homem mau.
Um homem perigoso.
Independentemente da maneira como ele parecia, ele era frio e mau, e eu era
apenas um cordeiro levado para o abate.
- Você está mantendo-se bastante bem, Senhorita Warne. - observou ele,
passando por cima de cada polegada do meu rosto e corpo como se respondesse
algo para ele. - Você não tem bebido.
- Eu não bebo.
- Eu não bebo. - repeti rapidamente, antes que todos eles começassem a duvidar
de mim. - Eu-eu não bebo há anos.
- Ela está mentindo entre dentes, - a ruiva lançou-se em voz alta. - Olhe para
ela. Ela está gaguejando e tremendo...
- Se eu quisesse sua opinião, teria pedido. - A voz de Borden não tinha mudado,
mas o seu rosto brilhou de raiva quando olhou para ela. Merda, aquele olhar era
diferente de tudo que eu já tinha visto antes.
Parecia que ninguém se sentia seguro em torno deste homem, não importa
quem eles fossem.
- Há quanto tempo você está aqui? - Ele então perguntou, voltando-se para
olhar para mim.
- Não.
- Um amigo meu.
Brevemente, ele disse, - Eu recomendo que a próxima vez que você sair tarde da
noite e se pendurar em torno de becos, Senhorita Warne, que você venha com um
homem em seu braço. Estar sozinha, como agora, faz você vulnerável e facilmente
aproveitada. A última coisa que precisamos é de uma trilha que leva ao meu clube,
porque você foi burra o suficiente para entrar em alguns problemas com um
canivete, você não teria encontrado tempo para cavar entre os seus seios para a
proteção.
- E você também me disse que seu amigo não tem um par de bolas balançando,
não é mesmo?
Fechei minha boca, lutando contra a vontade de dizer a ele que eu era uma
mulher adulta e podia fazer o inferno que eu queria, mas, sim, isso não estava
acontecendo. Não quando eu estava de pé no meio de uma caverna do dragão,
pronta para ser devorada se piscasse errado.
Mordi o lábio inferior, retendo os palavrões ansiosos para sair. Eu tinha certeza
que era o medo impedindo de assumir.
- Então, para onde você está indo agora? - Ele perguntou asperamente.
- Para o meu amigo? - Eu não tinha ideia se era a resposta que ele queria.
- Errado. Você está indo para casa. Não é mesmo? - Seu rosto escureceu quando
ele me olhou.
- Eu... Eu não sei onde... Eu não... - Eu comecei a gaguejar, olhando para o meu
vestido preto e meus braços nus, perguntando onde diabos eu o coloquei antes de
me lembrar de que nunca sequer o trouxe.
Por vários momentos, ele me viu tropeçar, antes de virar para o idiota do meu
lado.
- Bom. Dê o fora.
Hawke me conduziu mais ou menos para fora da sala. Minha cabeça girava e eu
mal podia manter as minhas pernas para cima. Meus joelhos se dobraram, mas
Hawke me manteve na posição vertical. Mesmo que nós estivéssemos indo para
longe do perigo, eu sabia que estava tendo um ataque de pânico. Minha visão estava
embaçada e irregular. Olhei para os meus pés movendo-se de forma desigual sobre
o solo. Eu estava praticamente sendo arrastada por este homem. Eu ouvi vozes altas
e música de fundo, antes que o ar frio do outono batesse no meu corpo. Antes que
eu pudesse processar qualquer coisa, eu estava na parte de trás de um carro em
movimento.
Eu tinha meus braços em volta do meu estômago, enjoando todo o caminho até
lá. Quando chegamos ao alto prédio de apartamentos, Hawke me passou pelo grupo
de homens que normalmente vadiavam em torno do complexo durante a noite. Ele
não disse uma palavra. Ele ficou onde estava atrás de mim, me observando
atentamente destravar a porta de vidro com a chave pendurada no meu colar.
Limpei a boca com as costas da minha mão e quase me arrastei para o meu
pequeno apartamento, usando as paredes como apoio. Eram três portas a partir do
elevador e parecia a caminhada da minha vida. Eu podia ouvir o barulho de
televisão normal ao lado e os gritos de um casal em frente a mim. Normalmente eu
estaria irritada com isso, mas os congratulei pela primeira vez. Eles me trouxeram
de volta para a familiaridade de meu mundo, em vez do que eu tinha acabado de
sair.
Eu não tinha certeza sobre o que mais eu estava pensando: Marcus Borden, ou o
homem que estava sendo estrangulado no beco.
Sete
BORDEN
Com a testa pressionada contra o vidro, Borden olhou para fora da janela do
chão ao teto de sua cobertura, com vista para o New River Raven. Ele bateu sua
arma contra o vidro enquanto observava o balanço da água. Se ele olhasse fixamente
o suficiente, ele começaria a sentir o movimento dela também. Dor disparou através
dele enquanto ele tentou imaginar um corpo na escuridão das águas, flutuando com
a corrente, oscilando apenas como ele estava.
Ele colocava-se através desta tortura frequentemente. Era a única coisa que
realmente lhe dava algum sentimento em tudo. Seu mundo tornou-se preto e cinza,
mas a dor era como um tom de vermelho, de vez em quando. Isto lhe deu dor, e
com a dor havia o sentimento de ser humano.
E essa foi a última coisa que ele sentia mais. Humano, é isso. Sua vida agora
funcionava no poder, controle, e negócios que há muito perderam seu apelo. A
adrenalina que lhe energizava antes se afastou para a inexistência. Ele era um vazio,
desempenhando um papel que já não estava interessado em jogar. Ele estava
sofrendo do jeito que um homem que não conseguia sentir nada de positivo poderia
sofrer. O vazio era uma maldição, karma o tinha atingido há cinco anos e a cadela
permaneceu desde então. E porque Borden não tinha nada a perder, ele não deu a
mínima se a cadela ganhasse no final.
Ele afastou-se da janela e deixou a arma de volta na mesa de café no lounge. Ela
ficou ao lado da maleta aberta, e Borden olhou inalterado para o seu conteúdo, para
as notas de cem dólares que tomavam cada polegada de seu interior.
Insensível.
Insensível.
Insensível.
E, no entanto, apesar de tudo isso, sua mente voltou para uma coisa.
Emma Warne.
Como era possível que esta havia sido a mesma garota que ele resgatou naquele
beco nove anos atrás? Ela parecia exatamente como ela. Não, ela era ela. O pequeno
gato de rua com o canivete. Ele se lembrava daquela garota como uma imagem
dentro de sua mente, e de vez em quando ele revisitava aquela memória, pensando
em seus cabelos profundamente negros e olhos assombrados.
Ela não o reconheceu, e por que ela faria? Estava escuro, e ele era como a noite e
o dia, o homem que ele se tornou, em seguida, tanto física como mentalmente. A
morte faz isso, apesar de tudo. Quando ela lhe atingia, mudava partes de você para
sempre.
- Emma Warne. - ele sussurrou em voz alta, provando o nome em sua língua.
Hawke passou seu endereço para ele, ele sabia que a pobre moça não tinha
nada que estar neste lado da cidade. Ela mal olhou a região, de qualquer maneira.
- Ela mal conseguia andar, - Borden tinha respondido em troca. - Ela não teria
feito muito. Qualquer um poderia ter se aproveitado dela por conta própria,
especialmente depois que nós removemos o canivete.
- Quem diabos se importa? Desejaria realmente que alguém cuidasse dela antes
de nós. Não há nenhuma maneira que ela vai ficar em silêncio sobre isso, Borden. E
nós já temos pressão suficiente enquanto isto está com a porra dos motociclistas em
nosso caso do maldito porto. Uma abertura de boca e os policiais vão foder o nosso
lugar mais uma vez. Inferno, talvez eu devesse voltar e cuidar dela.
- Sem perguntas.
Hawke exalou e deixou isso para depois, sem dúvida, confuso como o inferno.
E agora Borden estava aqui, quase sorrindo ao lembrar-se do olhar no rosto
dela, quando ele a interrogou. Havia uma linha sob a superfície, uma escuridão em
seus olhos, e ele sabia que ela havia lutado com cada fibra do seu ser para suprimi-
la.
Menina sábia.
Uma batida soou, movendo-o de seus pensamentos. Ele fechou a pasta e foi
para a porta da frente. Abrindo-a, ele ficou cara a cara com uma bela morena
vestindo um minivestido branco. Ele a olhou de cima a baixo, desaprovação clara
como o dia em seu rosto. Outra acompanhante.
- Que porra você quer? - Ele latiu para ela, embora já soubesse.
Foda-se, a menina era muito magra. Ele inclinou a cabeça e checou seus quadris
inexistentes, imaginando como alguém poderia pensar que era apropriado dar-lhe
de presente uma vara de picolé. Ele estava acostumado com acompanhantes
parecidas com esta. Os rapazes eram implacáveis em seu esforço para ter suas bolas
enterradas em uma menina. Mas Borden estava entediado delas. Entediado da falsa
aparência de necessidade em seus olhos, da maneira como elas gritavam em êxtase
quando ele as fodia, ou tentou fazê-lo há muito tempo, sabendo certamente que era
tudo uma merda de fachada para ter suas necessidades de drogas atendidas depois
que faziam.
- Deixe-me lhe dar um bom tempo. - continuou ela, tentando convencê-lo com
outra batida de cílios.
Ela poderia tentar, mas ele já sabia que ela iria falhar.
Sempre sonhou passeando sobre aquele rio, mas em seus pesadelos, a água era
vermelha e tinha sabor de sangue.
Kate estava sempre flutuando à distância, seu cabelo loiro balançando em todas
as direções.
E sempre, não importava o quão duro e rápido ele nadava, nunca chegava a ela.
Ela continuava se afastando nas águas vermelhas, em um rio que nunca parecia ter
fim, e ele se esgotava, nadando até não poder mover-se em tudo, até que seus
membros doíam e sua visão ficava turva.
E ele sempre sentia aquela dor como de faca, uma tristeza que enrolava em
torno de seu coração e apertava até que não havia nada lá. Era debilitante essa
tristeza, e ela o engoliu por inteiro.
Acordar era geralmente a parte mais difícil, porque ele acordava sem sentir
absolutamente nada.
Oito
Emma
Por que me deixariam ir, eu me perguntava. Claro, eu não vi nada, mas ele
nunca me perguntou o que eu ouvi. E se ele tivesse perguntado, eu teria
respondido? Eu não sei o que teria acontecido comigo se tivesse dito a ele aquele
pedaço de informação.
Aqueles eram criminosos, criminosos muito perigosos. Não o tipo que você
quer ter problemas ou mesmo sentar-se ao lado em um evento de caridade. Você
não poderia sorrir para eles. Você não poderia olhar para eles. Você não poderia
fazer uma maldita coisa sem o risco de ser um alvo, e ainda de alguma forma eu
consegui escapar deles. E não somente eles por dizer, mas o rei deles.
No entanto, apesar das longas listas de empresas que possuía, era no porto
onde ele controlava as remessas para dentro e fora de New Raven. Essa era a sua
maior conquista. Chefe Borden era o pão e a manteiga, aquele com as conexões,
aquele chamando os tiros. Após suspeitas que ele traficava drogas, os policiais
tentaram chegar nele muitas vezes nos últimos anos, e você sempre ouviu falar sobre
isso nos jornais, mas ele era considerado intocável. Nunca houve um pingo de
provas contra ele. Não importava quantos mandados com motivos razoáveis para
investigá-lo eram conduzidos, eles nunca encontraram nada.
Eu via seu rosto nos jornais de vez em quando, mas eu nunca havia estado tão
próxima a ele como na noite passada. Uma pobre garota como eu não tinha lugar
em sua parte da cidade. Eu me sentia grosseiramente fora de lugar em Owls
também. Lara, uma amiga de longa data, havia se casado com um homem rico e se
mudou para uma cobertura no coração de um dos bairros mais ricos da cidade. Ela
foi que me arrastou para lá. Ela era a única que me convenceu de que eu precisava
de uma pausa de todas as horas que estava trabalhando no restaurante, que eu
precisava limpar a minha cabeça e desfrutar de alguma música alta e boa
companhia.
Lembro-me da brisa fresca que senti quando saí para o ar livre, amando a
sensação de espaço e tranquilidade. Eu tinha dado talvez quatro passos, quando a
porta se abriu novamente, e ouvi o grito de um homem e outro ameaçando matá-lo.
Assustada, eu me escondi atrás da última das quatro caixas fixas ao longo da
parede. Estava escuro como breu e não havia nenhuma maneira que eu poderia
chegar para ajudar sem ser notada. Eu não tentei dar uma olhada no que estava
acontecendo. Eu estava com muito medo de ser pega. Eu cresci em um bairro
violento e sabia que há coisas que uma mulher não deve se envolver, e um homem
sendo atacado por uma dupla de homens enquanto você estava desarmada era uma
dessas coisas.
- Leve-a para Borden, Hawke. - disse outra voz de alguém próximo. - Ela viu
tudo.
Eu balancei a cabeça para a lembrança, tentando atraí-la para fora dos meus
pensamentos. Eu estava viva. Eu estava bem. Por que pensar mais nisso? Eu tinha
sobrevivido a merda ruim na minha vida curta, este era apenas mais um desses
momentos.
Uma batida forte rasgou o silêncio, e eu pulei, chicoteando meus olhos abertos.
Meu corpo estremeceu e meu coração acelerou em meu peito.
Merda.
Sem um olho mágico, eu não tinha como saber quem era. Tomei algumas
respirações profundas tentando acalmar os nervos e abri a porta. Alívio
acompanhou-me com a visão de um alto policial em pé no corredor. Ele era um
homem jovem, de cabelos castanhos e com olhos preocupados. Alívio
imediatamente transformou-se em confusão. O que é isso?
- Isso eu entendo, mas sei também que é bastante incomum para o Sr. Borden
enviar alguém pra casa a menos que algo acontecesse. Tivemos algumas queixas
graves no passado, e sabemos que a última coisa que eles podem ser é seguros. O
morador disse que eles não tinham certeza de que o homem seguiu você ou não, e o
apartamento tem estado em silêncio desde então.
Eu podia ver meu ser interior agora, rasgando os cabelos em frustração com o
meu silêncio. Senti aquele lado me empurrando para trazer a verdade à tona, mas
eu o suprimi.
- Nada aconteceu, - eu disse a ele com firmeza. - Eu o conheci ontem à noite e
ele decidiu me mandar para casa depois de saber que eu não tinha transporte para
voltar. Se alguma coisa, ele estava sendo... Amável.
- Amável? - repetiu o oficial, olhando para mim com ceticismo por um longo
momento, estudando meu rosto.
Seu profundo olhar fixo acabou de adicionar mais para os nervos do que estava
sentindo. A última coisa que eu queria era problemas.
- Então você está completamente bem? Nada aconteceu? - Ele perguntou, e era
quase doloroso de ouvir o nível de preocupação em sua voz.
Ele olhou para mim. - Apenas querendo ter certeza que é tudo.
Ele suspirou em derrota. - Tudo certo, bem, tenha um bom dia então. Se você
se lembrar de alguma coisa ou souber de qualquer coisa, não hesite em nos contatar
imediatamente.
- Ok. Obrigada.
Fechei a porta rapidamente, prendendo a respiração por alguns
segundos. Assim que eu ouvi seus passos desaparecendo até o elevador, eu cai no
chão, de alívio. Oh, graças a Deus. Então eu me perguntava quem na terra me viu na
noite passada e decidiu chamar a polícia para verificar o meu bem-estar. Essa pessoa
poderia ter vindo a mim se estava tão preocupada. Eu não conseguia pensar em uma
pessoa, apesar de tudo. Eu não conhecia ninguém no prédio e eles certamente não
fizeram nenhum esforço em me conhecer nos últimos dois anos em que vivo aqui.
Fora esse mistério, o resto do dia foi sem complicações. Fora da minha
geladeira estéril, forcei três azeitonas recheadas na minha garganta e fiz um
desagradável sanduíche de queijo que eu só pude terminar a metade. Eu tive
tremores várias vezes e passei muito tempo olhando para fora da janela do meu
quarto, meio que esperando que um dos homens de Borden estivesse lá me
observando. Nunca houve, e eu me convenci de que estava ficando paranoica.
Mas quando isso vinha de Marcus fodido Borden, havia tal coisa como
paranoia?
- Bem, cuide de si mesma. Não deixe que ninguém ande por cima de você.
Especialmente um homem. Você é dona de si mesma.
- Eu não vou, - prometi a ela. - Não se preocupe comigo. Diga-me o que mais
eu vou comer.
Ela continuou deixando-me saber de todas as comidas que ela tinha feito ou iria
fazer para mim. Ela não podia suportar a ideia de me ver passando fome. Ela sabia
muito bem que meu trabalho não estava pagando bem o suficiente para me fornecer
um estômago totalmente cheio todos os dias. Apesar de ela ter pouco dinheiro, ela
derramou tudo o que podia em mim. Isso foi sempre reconhecido, e eu não sabia o
que faria sem ela. Amanhã eu sabia que iria ser um dia ainda mais agitado. Levaria
mais de uma hora para pegar dois ônibus do trabalho, mas eu sentia falta dela e me
sentia culpada por fazê-la esperar.
- Última vez que eu falo com você. - eu murmurei sob a minha respiração,
balançando a cabeça com raiva para a imagem do sorriso em seu rosto.
Blythe: Desculpe não ter retornado para você. Eu tive seeeeeeexo noite
passada. O homem era um Adônis. Tinha um pacote de seis. Era bastante
assustador, como o tipo mafioso assustador, mas OMG, a seca acabou e valeu a
pena. Como foi sua noite fora?! Fale-me as fofocas e por favooooor me diga que
você teve sorte também. xoxo
Eu: Parabéns por conseguir =D. Pelo menos a sorte sorriu para uma de nós na
noite passada!!!
Blythe: Você não soa como seu normal. Você está bem?
Eu: Esplêndida.
Blythe: ???
Eu: Lara furou comigo. Usou-me como uma maneira de sair da casa.
Blythe: Cadela.
Eu: Definitivamente.
Blythe: Bem, eu nunca usaria você, baby. Se eu vir o seu rosto, vou enfiar um
garfo no olho dela para você está bem?
Eu: Doce. Certifique-se que seja em ambos os olhos embora, apenas no caso
dela ser uma putinha resiliente. Eu estou indo para a cama agora. Vejo você amanhã
no paraíso <3
Eu vi seus lábios.
Vi seus olhos.
E nesse caso, quão difícil é limpar o seu histórico da web? Ou até mesmo limpar
o seu maldito teclado quando você havia terminado? Havia coisas tão velhas lá que
eu tinha certeza de que poderia rivalizar com a era dos dinossauros. Fodidamente
nojento.
Foi só depois do almoço que percebemos que havia um feriado escolar e que era
por isso que tínhamos visto tantas crianças e pais chegando. Nós geralmente
atendemos muito bem os regulares, e eles eram pacientes conosco quando o lugar
pegava o ritmo. A comida era padrão, nada especial, e o ambiente era acolhedor o
suficiente. Era um bom local de trabalho por enquanto, especialmente tendo uma
grande equipe para trabalhar.
- Você está excepcionalmente bonita hoje. - disse um cliente regular, John, com
um largo sorriso em seu velho rosto enrugado depois que eu parei para obter o seu
pedido.
- Existe algum homem sortudo que já a tirou dos seus pés, querida?
Eu suspirei, tentando ser paciente com a rodada de perguntas hoje. Ele
normalmente fazia as mesmas uma e outra vez, e eu me perguntei se ele sequer
percebia isso.
- Claro. - respondeu ele, com os olhos olhando para cima e para baixo do meu
corpo. John era um bastardo velho decadente, e você não pode passar a vida como
garçonete sem esbarrar em um desses pelo menos uma vez. Com minha grande
sorte,ele tinha que ser um regular. - Vergonha, tanta vergonha. Você sabe, se você
precisar de uma boa lubrificação, - ele piscou. - Eu estou aqui para você.
Afastei-me dele e meu sorriso caiu imediatamente. Que porra foi essa? Um
sessentão acabou de se oferecer para me lubrificar?
Ela encolheu-se. - Ele se ofereceu para amanteigar seus bolos como fez comigo
na semana passada?
- Bem, ele se ofereceu para me lubrificar, e isto foi após uma piscadela
assustadora.
Nós acenamos para ela. Isto era o habitual. Tessa tomava a primeira pausa
entre nós. Ela estava em seus quarenta e poucos anos, e surpreendentemente era
mais rápida do que Blythe e eu juntas. Fora do trabalho, ela tinha um interminável
fornecimento de drama em sua vida, sendo uma mãe solteira com uma fila de
namorados de merda. Apesar de tudo isso, porém, ela ainda era uma romântica e
eu a invejava por isso.
Blythe, por outro lado, era a faladora. Apenas um ano mais velha do que eu,
com vinte e quatro, ela parecia ter vinte e tinha um corpo incrivelmente atlético de
matar e um lindo rosto saudável. Levou apenas algumas piadas sujas dela e nos
ligamos muito rapidamente e nos tornamos melhores amigas.
- Você vai ter que encher-me sobre Lara, a cadela. - Blythe me disse quando
passamos uma pela outra.
Eu a deixei ter o segundo intervalo quando Tessa voltou, mas nesta altura, o
restaurante havia finalmente acalmado imensamente e as mesas não estavam
lotadas.
- Você precisa de uma carona esta noite? - Tessa perguntou depois que todas as
suas refeições foram servidas.
- Eu estou indo para a vovó, - eu respondi. - Vou ter que pegar o ônibus.
- Sim.
- Bem, se sua agenda mudar, eu estou mais do que feliz em deixá-la. Eu irei
nesta direção de novo e mais regularmente agora. Eu voltei com Dan.
- Sim, eu sei certo? - Ela abriu um grande sorriso, seu rosto ficando rosa claro.
Seu cabelo vermelho falso recordou-me da mulher ruiva da outra noite, e um flash
de pânico percorreu a minha espinha. - Ele está pedindo outra chance e eu admito
que sinto falta dele também.
Ela falou sobre isso por uns bons cinco minutos antes de Blythe finalmente
retornar. Eu fui para a cozinha onde Pat, o cozinheiro, tinha me deixado um muffin
de mirtilo recém-assado em uma das mesas.
Pat voltou com um sorriso tímido. - É claro, Emma. Qualquer coisa para você.
Assim, uh, deixe-me saber se Blythe quiser alguma coisa também, ok?
Não havia nada para olhar, exceto a vista da próxima porta da loja de roupas,
onde alguns grafites foram recém-rabiscados. Notei uma legenda que não tinha
estado lá antes, escrito em terrível caligrafia, que dizia: "Somente os peixes mortos
nadam com a corrente".
De repente, uma mão se estabeleceu no meu ombro. Eu quase pulei e olhei para
cima, apenas para encontrar uma desnorteada Blythe.
- Quem?
Blythe parecia muito desconfortável. - É... Esse cara Borden. Você sabe
o Borden. Todo mundo está muito abalado no momento.
- Merda. - amaldiçoei.
Ele não acredita em você. Ele sabe que você ouviu alguma coisa. Você está feita.
- Eu posso dizer-lhe que você não está aqui, Emma. - disse Blythe por trás de
mim, pegando minha inquietação. - Você lhe deve algum dinheiro ou algo
assim? Devo chamar a polícia? Esses caras são perigosos. Ele é perigoso.
- Não. Está bem. Eu vou lidar com isso. Está bem. Estou bem... É... - eu parei
de falar e tentei me acalmar.
- O que está acontecendo? - De repente, ela exigiu, segurando meu braço. Sua
voz ficou séria enquanto ela disse: - Por favor, me diga que você não fodeu com
alguma coisa. Por favor. Você tem que me dizer Emma. Você tem que confiar em
mim.
- Não! Não comece quaisquer problemas, Blythe! Eu tenho isso sob controle e,
além disso, o que no inferno Denny vai fazer? Ele se cagaria se soubesse que Borden
está aqui.
Ela franziu o cenho para mim, a suspeita em seus olhos. - Bem, o que diabos
você fez, Emma?
- Nada de ruim.
- Nada de bom também pelo que isso parece. O que está acontecendo? Parece
que você está prestes a ir para seu funeral, e com alguém como Borden esperando lá
fora, eu estou inclinada a pensar que na verdade é uma possibilidade.
Eu não respondi. Em vez disso, deixei-a assim, em toda a sua confusão. Eu não
quero deixar Borden esperando. Eu andei de volta e tomei pequenos passos para
frente, esperando a figura dele entrar à vista. Enquanto eu caminhava para fora da
cozinha, peguei meu bloco e uma caneta por reflexo, como se talvez em alguma terra
dos doces no universo alternativo, ele estivesse aqui apenas para pedir algo, como
um café ou um sanduíche ou um milk-shake ou... Foda-se, nenhum universo
alternativo permitiria que isso acontecesse.
Encontrei-o sentado sozinho em uma das cabines contra a janela de entrada. Ele
estava casualmente posicionado, vestindo calça jeans escura e uma camisa de manga
comprida preta que realçou sua amplitude. Borden era fodidamente enorme.
Ele estava olhando para fora da janela, girando um isqueiro de prata zippo em
suas mãos quando me aproximei da mesa. Eu podia sentir os olhos dos outros na
lanchonete observando nosso caminho. Como se me sentindo, porque ele com
certeza não podia me ouvir, de tão silenciosa que eu estava, ele voltou seu olhar
para mim. Esperou pacientemente por eu chegar perto. Eu estava a poucos passos
dele, incapaz de esconder o meu choque. Que diabos ele estava fazendo
aqui? Hesitante, eu abri minha boca para dizer alguma coisa, mas ele chegou antes
de mim.
Fiz o que me foi dito e olhei para a mesa para evitar seus olhos penetrantes.
- Tendo um bom dia? - Sua voz era tão desprovida de emoção, era quase
robótica.
- Você não tem que tomar a via cordial, - eu respondi claramente. - Eu sei que
você não dá a mínima.
- Agora eu acho que é importante para nós começarmos uma discussão aberta e
honesta em relação àquela noite, e podemos começar com você olhando para mim.
Fiz o que me foi dito, só porque eu sabia do que ele era capaz e ele me
assustava, muito. Com a luz do sol derramando pela janela e enquadrando-o do jeito
que fez, ele era um irresistível colírio para os olhos, e eu entendi naquele momento
porque as mulheres caíam sobre ele, independentemente de tudo o que ele era.
Parece que ele tinha o poder de disfarçar os lados mais sombrios, das pessoas.
- Assim está melhor. - disse ele com um único gesto de aprovação. - Então,
ultimamente estive debatendo suas palavras da outra noite para mim, e eu tenho
algumas discrepâncias e gostaria de chegar ao fundo disso. Vou fazer-lhe várias
perguntas, Emma, e você vai respondê-las com sinceridade.
Foi a minha vez de acenar com a cabeça.
- Bom.
Ele embolsou o isqueiro e endireitou-se de modo que ele estava de frente para
mim totalmente. Então ele dobrou suas grandes mãos sobre a mesa. Eu tinha uma
coisa com as mãos. Não podia suportar um homem com mãos suaves e cuidadas.
Meu olhar fixo intencionalmente permanecia em seus longos dedos, encontrando
calosidades que eu sabia que ele tinha. Não havia anéis ou relógios sobre ele. Ele era
incrivelmente simples, e uma pequena parte de mim sentiu-se particularmente
intrigada com isso.
- O que você viu na outra noite? - Ele perguntou, focando minha atenção de
volta para ele. Seus olhos percorriam tudo sobre o meu rosto. - Continue olhando
para mim enquanto você responde Emma.
Esta era uma tarefa difícil de fazer, considerando que eu normalmente tinha
olhos errantes quando eu mentia. Eu os mantive firmemente nele, embora, e decidi
que não era o momento de deixar o meu medo controlar minhas palavras.
Agora esta era a pergunta que eu mais temia. Abri minha boca para responder,
mas depois a fechei quando descobri que meus olhos estavam vagando. Olhei para
trás dele e sabia que ele percebeu. Seus olhos penetrantes percorriam meu rosto, me
confundindo por um momento quando ele distraidamente passou a língua ao longo
de seu carnudo lábio inferior. Wow, ele tinha particularmente lábios agradáveis.
- Nada. - eu finalmente disse, olhando para longe daquela boca que parecia
estar exigindo atenção. Eu não poderia dizer-lhe a verdade, não quando eu sabia o
que isso poderia significar se fizesse.
Ele era um homem impossível de se ler. Ele olhou para mim mais duro a cada
segundo, como se me dando mais uma oportunidade de me corrigir, e então ele
concordou.
- Bom. - disse ele, mas sua voz não era tão severa como antes. - Eu estou
esperando que você tenha dito isso ao oficial que foi ao seu apartamento pela
manhã.
E assim, eu senti a parede que eu tinha colocado, quebrar. Meus ombros caíram
em descrédito. Eu estava sendo observada...
- Eu não lhe disse nada, - eu disse rapidamente. - Nada. Ele disse que alguém
tinha chamado para perguntar sobre o meu bem-estar. Ele disse que viu o seu
homem.
- Baixe a voz.
Fechei minha boca e olhei ao nosso redor. Eu podia ver Blythe em pé, no meio
da sala, com um olhar de preocupação. Todo mundo estava olhando também.
Quando Borden seguiu meu olhar, eles rapidamente viraram-se e retomaram suas
conversas, mas elas estavam longe de ser tão altas quanto antes, e eu sabia que eles
ainda estavam tentando ouvir.
Ele varreu o restaurante mais uma vez, certificando-se de que ninguém estava
olhando para nós. Ocorreu-me o quão fora de lugar nós parecíamos. Eu era uma
garçonete lutando para ganhar a porra toda de uma hora e ele era, possivelmente, o
homem mais rico de New Raven.
Ah, e ele era um criminoso cruel! Sim, não vamos esquecer este pedaço
importante de informação, vamos?
Eu caminhei, mas meu cérebro estava correndo. Rostos olharam para nós, e
Borden estalou. - Olhem para a porra da sua comida.
Eles fizeram.
Blythe me lançou uma expressão de dor, e eu apenas balancei a cabeça para ela.
Eu não preciso dela atraindo sua atenção. Tessa vigorosamente a fez virar,
sussurrando em seu ouvido. Tudo o que ela disse fez Blythe dar um relutante
aceno.
Denny hesitou por um momento, olhando entre nós, mas ele fez o que lhe foi
dito. Só então eu olhei para Borden, me perguntando o quão longe seu poder se
estendia. Quando Denny saiu determinado a não encontrar o olhar de Borden,
Borden fechou a porta e se virou para mim. Até então, eu estava tomando passos
para trás, movendo-me em direção à mesa, e parando quando ela bateu nas costas
das minhas pernas.
Gemidos. Luz, e gemidos soando, o som de carne contra a carne, e uma menina
gritando.
Fiz um gesto para o computador atrás de mim. - Ele... Ele assiste coisas.
Ele fez uma pausa e olhou ao redor da sala, como se fosse de repente necessário
assimilar nossos arredores. Suas narinas em desgosto, e sim, era vulgar aqui. Você
poderia dizer que era o pequeno santuário de Denny, com seus cartazes de mulheres
nuas para cima e imagens do ensino médio de um milhão de anos atrás quando ele
era parte da equipe de futebol.
Eu repeti o que disse antes. - Eu não disse nada, Sr. Borden. Para o policial,
quero dizer. Eu não disse uma palavra.
- Eu sei que você não disse nada. - ele me disse, movendo-se lentamente em
minha direção, enquanto ele nivelou comigo um profundo olhar. - O que eu estou
mais preocupado, Senhorita Warne, é você abrindo sua boca quando o que
aconteceu eventualmente bater algum botão moral dentro de você e você sentir que
tem a responsabilidade de dizer alguma coisa.
Eu zombei. - Se você soubesse alguma coisa sobre mim, saberia que não vai
acontecer.
Provavelmente não.
Ele inclinou a cabeça para o lado e seus lábios tremeram. - Eu estou aqui para
dizer-lhe que posso fazer um pouco mais do que apenas intimidar, Senhorita Warne.
Eu posso fazer praticamente qualquer coisa que eu quiser.
Bem, ali estava ele demonstrando seu poder sobre mim, e eu senti um arrastar
de raiva por sua arrogância.
- Qualquer coisa. - ele passou a dizer, seus olhos percorrendo cada parte de
mim, enviando o meu ritmo cardíaco à fadiga e ao mesmo tempo fazendo a minha
pele ruborizar com a intensidade de seu olhar. - E você sabe o que quero dizer sobre
qualquer coisa, não sabe Senhorita Warne?
Agarrei a borda da mesa atrás de mim com as duas mãos e com força, enquanto
respondi: - Eu sei que você está me ameaçando.
Ele lambeu os lábios novamente. Aqueles malditos lábios da desgraça que fez o
meu próprio formigar. - Eu estou simplesmente declarando os fatos, boneca. Toda
ação tem uma reação igual ou oposta.
Pisquei. Será que o imbecil apenas citou para mim uma das três leis de
Newton?
Inclinei a cabeça para ele e senti meu corpo tremer sob o peso de seu olhar.
Ceder, ou não ceder? Essa era a pergunta.
Silêncio.
Meu Deus, o que eu disse? A verdade era que suas palavras tinham atingido
um nervo. Não havia nada que eu odiasse mais do que alguém inserir sua
autoridade sobre mim. Alguém que me fazia sentir presa e degradada, como
escória, que podia ser mandada ao redor a qualquer hora que ele quisesse, e você
sabe o quê? Eu estava sendo observada o suficiente pelos últimos dois anos de
trabalho neste lixo de lugar, sendo mandada por um pau que achava que eu não era
nada. Mas ser passiva no trabalho era uma necessidade. Eu precisava da renda e eu
precisava de um trabalho, e não importava o que era.
Mas isso não era o meu trabalho. Este era um homem que queria o controle me
assustando, e eu certamente não fui criada para tomar este tipo de abuso. Marcus
Borden ou não, isso era inaceitável, e, é certo que estava matando o pouco orgulho
que eu tinha deixado.
- Você acha que eu teria saído pela porta se soubesse o que ia acontecer? - Eu
perguntei a ele. - Você sabe quão iludida eu teria que ser para falar sobre isso
também? Estou bem ciente do que você é capaz de fazer, mas você está colocando
mal sua culpa, e seria sensato se nós dois apenas parássemos e esquecêssemos o que
aconteceu, ou o que pensamos que aconteceu na outra noite.
Se ele tivesse escolhido para falar ali mesmo, eu não tenho a certeza se eu o teria
ouvido acima dos sons das batidas do meu próprio coração sussurrando nos meus
ouvidos. Minhas unhas dolorosamente escavadas na madeira da mesa, enquanto
meu coração quase saía pelo meu peito.
- Você é uma pequena gatinha. Você acha que é má, mas você é fodidamente
adorável em vez disso.
Agora eu olhei e ele avançou ainda mais, até que senti seu corpo pressionando
contra o meu. Eu tentei não reagir à sensação de algo duro e longo contra o meu
estômago. Francamente, era tão inesperado, que meu cérebro simplesmente não
podia calcular, mas meu corpo... Bem, minha pele corada e meu coração batendo
ainda mais duro, e ainda assim, ele se aproximava.
- Deixe-me ir. - eu sussurrei para ele, lutando com força contra as estranhas
vibrações em minha barriga.
- Por quê? - ele perguntou em voz baixa, aqueles olhos azuis escavando os
meus. - Você está excitada, não está? Eu posso ver em seu rosto. Você está toda
vermelha e ofegante.
Ele estava delirante. Eu não estava excitada. Pelo menos... A parte lógica de
mim não estava. No entanto, o meu corpo... Bem, meu fodido corpo estava reagindo
como um animal, todo instinto e sem pensamento racional.
- Talvez possamos corrigir isso de alguma outra forma. - ele murmurou sua
respiração quente na minha boca, sua outra mão lentamente percorrendo meu
quadril e para cima da minha cintura. Eu tentei não pensar sobre quão quente e boa
a sua mão parecia, ou quão fraca uma parte de mim queria ser, a fim de aceitar isso.
Assim que seus dedos escovaram contra o meu peito, algo em mim estalou.
Irritada, eu levantei a minha mão e dei um tapa em seu rosto.
Duro.
O som foi alto, como um chicote, e isso fez meus malditos ouvidos
estourarem. Era uma espécie de rescaldo de uma bomba explodindo. Aquilo tocando
no ar, o choque do que tinha acontecido, a sensação confusa de estar fora do seu
corpo, em vez de dentro.
E então, puro terror. Oh, merda. Merda, merda, merda. Que merda que eu fiz?
Suas mãos imediatamente caíram, e ele deu um passo para trás, os olhos
arregalados, a boca aberta. Suas bochechas ficaram vermelhas, e seu rosto era uma
mistura de raiva e francamente... Outra coisa. Algo... Delicioso e primitivo e...
Sem aviso, de repente ele envolveu sua mão ao redor do meu pescoço e me
puxou duramente para frente, batendo a boca contra a minha. Eu congelei na
sensação de seus lábios surpreendentemente suaves, forçando-me a separar os
meus, do seu grande corpo quente envolvendo o meu, do jeito que meu coração
batia animadamente no meu peito. Ele apertou-se contra mim, aquela furiosa ereção
mais espessa do que antes, enviando mais vibrações para dentro da minha barriga,
viajando para mais baixo e mais baixo, excitando lugares proibidos. Sentia como
carvões queimando lentamente ardendo dentro de mim, e era tão estranhamente
erótico, eu me afundei em seu abraço e separei meus lábios, acolhendo a sua língua
enquanto ele acariciava a minha. Eu tremia, respirando com dificuldade em sua
boca. Ele tinha um gosto bom. Extraordinariamente bom para um monstro.
Sem reserva, a outra mão deslizou pelas minhas costas, agarrando minha bunda
e me mantendo firmemente no lugar contra ele. Sem pedir a minha permissão, ele
agia como se tivesse o direito de me tocar do jeito que ele queria. Ele era um filho da
puta arrogante, sabendo que eu teria obrigado depois de me reduzir a uma poça de
faíscas, prontas para detonar em seu comando.
Quer dizer, o que poderia ser dito? Tipo, Ei, por que você me beijou depois de eu te
dar um tapa? Por que eu desfrutei também? Espere um minuto, uma questão mais
importante: por que você gostou? Por favor, me ilumine, e talvez possamos voltar a fazer o
que estávamos fazendo, tapas e toques e línguas e tudo!
Sim, não. Emma com tesão precisava ficar calma e trancada em sua gaiola. A
coisinha da sacanagem. Que vergonha para ela.
Ele limpou a garganta, acalmando-se. - Considere-nos ainda, agora. - ele disse
com sua voz perigosamente baixa.
Ele não esperou por mim para responder. Ele abruptamente se virou e saiu,
sem se preocupar em dizer adeus, porque que tipo de cara como ele diz adeus,
afinal?
Quando ele estava fora de vista eu escovei meus dedos sobre meus lábios, e os
sentia mais cheios do que antes. Eu deixei sair uma longa respiração, e a tensão
lentamente deixando meu corpo. Ainda sentia como se ele estivesse me tocando em
todos os lugares, e eu tentei duro ignorar a estranha atração em cada pedaço do meu
estômago. Foda-se, sua boca tinha estado na minha. Aqueles lábios de fodida
destruição me beijaram e ele tinha sido ligado por aquele tapa, mas... Mas qual a
causa, exatamente?
Somente os peixes mortos nadam com a corrente, li uma e outra vez enquanto meu
coração trovejava dentro do peito.
Dez
Borden
Não, realmente, ele precisava saber. Ele só tinha a intenção de chegar ao fundo
do por que ela nunca abriu a boca para a polícia, algo que tinha dado a ele uma nova
marca de emoção sobre o que soube.
Amável, ela disse ao oficial que ele tinha sido para ela.
Amável.
Sim, porra, tão amável como um leão é para uma gazela, depois de derrubá-la e
afundar seus dentes em seu pescoço.
Depois que ele saiu da lanchonete parou abruptamente, várias lojas depois.
Será que ele... Que ele acabou de deixar uma pessoa falar com ele assim? E ele
deu... Ele apenas deu um fodido beijo na pessoa depois que ela lhe deu um tapa?
O choque só se intensificou.
Ele olhou para o vago esboço do negócio terrível, que ele não podia sequer
imaginar fazendo dinheiro em tudo. O cheiro transformou suas entranhas malditas
em carne picada.
Ele lambeu os lábios, e ainda a saboreava. A menina abusa dele e ele a beija por
isso. E não apenas a beija, mas porra, a estraga também. Como diabos isso faz algum
sentido? E por que caralho isso o fez ainda mais quente?
Uma mulher acaba de trazê-lo para baixo a seus joelhos, Marcus. Bem desse jeito.
Era como se a raiva tivesse sido injetada em suas veias. Ela corria desenfreada
por todo o corpo. Sempre a raiva, sempre a incapacidade de lutar contra isso,
sabendo que era completamente a única saída. Isso o fez querer voltar lá, agarrá-la
pelo seu minúsculo braço e exigir um pedido de desculpas.
Não.
Não.
Ele queria atacar, pegá-la pela porra dos cabelos, dobrar aquele pedaço de
bunda na desagradável mesa de merda e fodê-la duro e profundo, apenas para
chamá-lo mais ainda.
Ela estava aterrorizada com ele! Viu o jeito que ela sacudiu, a maneira como
seus olhos castanhos claros desviaram o olhar dele, e ainda... E ainda assim ela falou
com ele sem impedimentos! E aquele beijo tinha sido devolvido assim vivamente,
tão ferozmente, ele sabia que ela tinha sido despojada de todos os seus sentidos,
assim como ele tinha sido. E apenas a memória do que aconteceu minutos atrás,
instantaneamente, limpou a raiva e a substituiu com... Uma estranha agitação. Como
uma merda de droga, como uma espécie de corrida!
- Que porra você está olhando? - Borden latiu para um pedestre aleatório que
tinha abrandado para olhar ele.
Seus olhos se arregalaram e ele fugiu. Sim, essa era a reação que Borden estava
acostumado. Não ser repreendido por uma menina, de não mais da metade do seu
tamanho, com os mais tristes olhos, e pele cremosa e a boquinha determinada...
Ela foi tão, porra, difícil agora, como quando ela tinha quatorze anos e o
intrigou infernalmente muito para ignorar.
- Hawke, - ele disse. - Eu tenho uma missão para você. Emma Warne. Quero
saber cada porra de coisa sobre ela. Qual escola ela frequentou, quem são seus
amigos, quem ela está fodendo, inferno, todos que ela já fodeu antes. Tudo.
Sem esperar por uma resposta, ele desligou e colocou o telefone de volta no
bolso. Ele sabia que estava sendo impulsivo, mas era uma emoção
acolhedora. Quebrou o vazio maçante do seu dia. Ele não tinha cruzado com alguém
tão resistente em um milênio.
- Que porra você está olhando? - Ele soltou novamente em outro conjunto de
olhos horrorizados.
Ainda atordoada, eu fui à casa da vovó por volta das sete da noite. A luz da
varanda estava acesa para mim, algo que ela costumava fazer toda noite que eu
chegava tarde, enquanto vivia com ela. Era uma casa de dois quartos, térrea,
apertada para nós duas, mas boa o suficiente para ela. A casa tinha mais de sessenta
anos de idade e vovó havia se mudado para ela depois que ela tomou a minha
guarda quando eu tinha sete anos de idade. Isso foi há dezesseis anos e me lembro
claramente: a confusão, a emoção, as perguntas que ela tinha delicadamente
respondido na sequência dos acontecimentos que ocorreram após a prisão de minha
mãe.
Uma coisa que eu amei sobre a casa foi que vovó nunca fez quaisquer
alterações. Toda vez que eu caminhei através da porta era como caminhar para trás
em minha infância, e ela tentou arduamente dar-me uma boa.
Eu sempre levava uma chave reserva comigo. Quando eu entrei, tudo estava
quieto e escuro. Chamei e ouvi um ronco abafado da sala de estar. Ela estava
dormindo na poltrona com um álbum de fotos aberto no colo. Seu cabelo branco e
comprido caia sobre partes do seu rosto envelhecido. Fiquei por um tempo
admirando-a e amando-a, mas com a realização agridoce de que ela só ia ficar mais
velha. Ela estava no início dos seus setenta anos e estava começando realmente a
parecer isso hoje em dia.
- Oh, você veio! - Ela exclamou, colocando para baixo o álbum de fotos para me
dar um abraço.
- Claro que eu vim. Senti sua falta. - eu disse, devolvendo o abraço com força.
Eu balancei a cabeça, mas não era tão fácil. Eu sabia que estava ficando muito
confortável no restaurante e ocupei meu tempo à procura de algo mais, mas havia
contas que precisavam ser pagas e eu estava sempre tão quebrada. Eu tinha que
começar a me empenhar mais para encontrar outra coisa.
- Claro que você sempre pode casar com alguém rico. - acrescentou, rindo para
mim.
- Bem, o tempo está passando, querida. Você está correndo contra o tempo.
- Eu tenho vinte e três anos, vovó! As pessoas se casam em seus quarenta anos o
tempo todo! Estamos no século vinte e um, não sabe? Nós não temos que casar aos
quinze anos mais.
É verdade. Vovó se casou aos quinze anos. Ela foi casada com meu avô durante
trinta e cinco anos, quando ele teve um ataque cardíaco súbito e foi tirado
dela. Infelizmente, eu nunca o conheci. Ela nunca quis casar de novo, nem ela
procurou outro parceiro desde então.
- Bem, falando dessas coisas, - ela começou, evitando meu olhar. - Você não está
realmente vendo ninguém, está?
- Então, eu não estou tentando bisbilhotar, mas não estou certa se você foi ver
um médico e então tomar conta de seus pedaços femininos. Pílulas
anticoncepcionais e tudo isso, eu quero dizer. Não que eu esteja forçando-a a admitir
qualquer uma dessas coisas, se você está desconfortável.
- Certo.
- Não.
- Bom... muito bom. E saiba que eu estou lá para você, não importa o quê. -
Então ela me lançou seu sorriso doce que foi direto ao meu coração.
- Eu sei. - eu quase sussurrei, olhando para ela quando engoli em seco afastando
o nó na garganta. Esta mulher me amou com tudo dentro dela, e eu me perguntava
como eu poderia merecer.
- De qualquer forma, estou feliz porque tenho meus olhos em um homem para
você.
Apesar do par de dias ferrado que eu tive, eu ri pela primeira vez. Deixe isso
para vovó tentar o jogo casamenteiro. Novamente.
Eu ri ainda mais forte. - Ah, então ele é o seu médico? Ele é velho o suficiente
para ser meu pai?
- Ele é muito jovem, na verdade. Eu gostaria que você levasse isso mais a sério. -
Ela me deu aquele olhar “caia na real criança", que eu era mais do que familiarizada.
- Então, o que faz você pensar que um médico estará interessado em uma
pequena garçonete pobre como eu? Será que a donzela em perigo é atraente? É isso
que tem seus motores acelerando? Espero que não, porque ele vai ficar surpreso
comigo.
Agora ela estava entrando no lado sério. Ela apertou os lábios e ergueu as
sobrancelhas deixando o olhar “caia na real, criança", esta vez mais proeminente
agora.
- Ele não se preocupa com isso, - ela respondeu. - Eu lhe mostrei algumas de
suas fotos.
- Você o quê? - Meu queixo caiu. Ela sempre tentou esta coisa casamenteira, mas
nunca tinha ido a essa extensão antes. - O que quer dizer com você mostrou-lhe as
minhas fotos?
- Você quer dizer, as que estou vestindo suspensórios, vovó? Com meu enorme
cabelo afro encaracolado? Eu tinha dezesseis anos naquelas fotos. Agora temos um
médico esperando uma ninfeta, tudo graças a você.
- Oh, cale-se, Emma. Essas são recentes, do último Natal. Você é tão
insuportável às vezes, sabe disso? Realmente agora, ele é um bom homem e eu estou
apta para discernir as pessoas. Eu já combinei com ele no próximo fim de
semana. Ele disse que gostaria de levá-la para jantar, mas eu preciso confirmar antes
que ele registre as reservas.
Esta era uma armadilha, eu percebi. Não me admira que ela estivesse tão
impaciente para me ver. Eu sabia que ela tinha boas intenções, embora. Ela não tinha
um osso ruim em seu corpo. Eu só iria concordar com isso porque iria torná-la feliz,
e eu senti que não estava fazendo o suficiente em sua vida desde que estive por
minha conta.
- Eu não quero saber quanto tempo você o importunou a concordar, mas tudo
bem.
Ela brilhava instantaneamente. Eu poderia dizer que ela estava surpresa com a
minha resposta. Ela deve ter pensado que iria demorar um pouco mais para me
convencer. - Eu vou deixar você saber os detalhes quando eu deixá-lo saber.
- Posso saber como ele se parece, pelo menos? Você tem uma foto dele? Você
sabe, eu não estaria surpresa se você tivesse. Você provavelmente pegou uma ali
mesmo, na frente dele. Você é uma stalker.
- Bom. - Ela olhou para mim um pouco mais, me examinando com seu olhar
atento. - Você disse que saiu com Lara, de qualquer forma. Eu não me esqueci sobre
isso. Como foi?
Dei de ombros. - Eu não acho que vou vê-la novamente a qualquer momento
em breve.
- Onde você foi? - Ela perguntou, parecendo casual, mas eu sabia pelo seu
tom. Ela estava pescando informações.
- Hum... ao Owls.
- O clube?
- Sim.
Ela não se impressionou, franzindo os lábios e tudo. - Eu ouvi muito sobre esse
lugar. Sei que há um monte de pessoas suspeitas que vão lá. Marcus Borden é o
dono, não é?
Foda-se, eu não estaria dizendo a ela sobre aquele beijo nunca, nunca, nunca.
- Talvez. - eu corrigi, para sua consternação. - Você não disse que não devemos
julgar um livro pela capa?
Ela levantou uma sobrancelha cética. - Borden não tem nenhum disfarce. Ele é
cruel.
Eu não respondi.
Por que diabos eu estava defendendo o babaca, afinal? Ele veio ao meu local de
trabalho, enlouquecido, com o propósito de intimidar-me ao silêncio, o que eu já
estava feliz em fazer. Então ele me beijou depois que eu o feri, ligou-nos de novo e
saiu abruptamente! Eu me senti assim tão confusa, que tinha garantida uma dor de
cabeça só de pensar nisso.
Não há palavras pra descrever como me senti triste por colocá-la nisso. Esses
foram meus anos negros. Eu tinha estado em um buraco de depressão, depois que
minha mãe tirou a sua vida na prisão. Eu passei muito do meu tempo escapando de
casa... Procurando algo lá fora, nas ruas, e nunca encontrei.
- Foi um momento difícil para todas nós, - vovó disse, estendendo a mão para
mim para afagar minha mão. - Mas, nós fizemos isso. Estou feliz que nada aconteceu
com você.
Evitei seu rosto doce com isso. Ela não precisa saber a quantidade de vezes que
eu tinha estado em situações perigosas. A idiota burra que eu era, pensando que
poderia lutar contra o mundo com o meu ódio.
A névoa séria eventualmente mudou, graças a Deus. Pouco tempo depois ela se
cansou. Eu a coloquei na cama quando ela me pediu para dormir no quarto de
hóspedes.
- Não é.
Deixei-a para dormir e comecei a guardar a comida que ela tinha posto ao lado
da minha bolsa. O cheiro me fez sentir fome novamente. Ela assou os alimentos mais
saborosos. Deixe isso para ela cumprir o papel de avó para um chá. Era uma pena,
sua filha não seguir seus passos, mas eu não queria pensar em minha mãe, ou o fato
de que ela tinha sido uma droga em assar e cozinhar, e em praticamente tudo em
sua vida.
Depois, fiz uma rápida arrumação na casa. Lavei os pratos e arrumei cada
quarto, esperando que amanhã ela tivesse um bom dia de descanso em vez de fazer
as tarefas.
Eu temia ir para este encontro às cegas que ela tinha organizado. Eu não tinha
tido um relacionamento em mais de um ano, mesmo que fosse de curta duração e
altamente esquecível. Enquanto a solidão tinha me deprimido no começo, eu
aprendi a não depender de um homem para me fazer sentir bem comigo mesma. Eu
particularmente não tenho tempo na minha vida para me preocupar em fazer algum
outro cara feliz ,quando eu mal podia pagar um vale de uma semana de
mantimentos.
Quando eu estava arrumando a casa, vi seu antigo laptop, que tinha comprado
anos atrás e o liguei. Eu não podia esperar até que chegasse em casa para saltar no
meu, então sentei na frente da mesa da cozinha e decidi procurar o médico. A clínica
em que ele trabalhava imediatamente apareceu e eu consegui ver um tiro do rosto
dele em sua página de perfil. Ele parecia jovem, com cabelo negro e um rosto
comprido. Ele era um homem atraente, e admito que me senti menos apreensiva
sobre conhecê-lo.
Me senti culpada de digitar o nome de Marcus Borden. Eu nem sequer tive que
escrever New Raven no motor de busca para descobrir que ele estava nos resultados
de busca. Havia um monte de fotos dele e ele parecia exatamente como no confronto
de hoje: severo, sem emoção e pouco convidativo. Mesmo muito antes que ele
fizesse a sua fortuna, ele parecia um bandido de rua; vazaram fotos dele em seus
vinte e poucos anos, algumas sem camisa. Tatuagens intrincadas cobriam a parte
superior do corpo magro, subindo por cada braço. Ele era quase irreconhecível, se
não fosse aqueles olhos penetrantes. Bastardo limpou bem sua imagem, embora o
aspecto tatuado não aparecesse.
Em cada evento social, como uma festa ou bailes de caridade de New Raven,
nunca havia uma mulher ao seu lado, mas ele estava vestido para impressionar,
nítido e limpo em seus ternos cinza claro ou azuis. Mordi meu lábio, retratando as
fotos antigas dele misturadas a essas, sabendo muito bem que debaixo desses ternos
tinha um corpo tatuado. E uma besta.
O foco principal da maioria dos artigos era no seu antigo amor, que foi
encontrada assassinada e flutuando no New Raven River. Foi interessante porque
ninguém tinha acusado Borden de cometer o crime horrível, mas sim provocado
uma longa série de atividades criminosas depois. Eles disseram que era a vingança
que os dois principais suspeitos do assassinato (que ocorreu de serem irmãos) foram
encontrados mortos, os seus corpos quase queimados a uma curta distância do
rio. Mas eles nunca puderam trazer à tona a evidência de que foi ele quem cometeu
o crime. Ele tinha um álibi sempre que precisava de um. Ele tinha conhecimento e
poder além da liga de advogados quando precisava deles. Ele era como todos
disseram... Intocável.
Ughhhhhhhhhh!
Sexta-feira chegou e vovó tinha passado a notícia sobre conhecer Joel no New
Raven Square, no norte da cidade. Não era de admirar, que, naturalmente um
médico como ele poderia dar ao luxo de viver em torno de lá. Ele disse que estaria
em frente ao restaurante Bay Bistrô, um lugar elegante, de muito luxo que eu nunca
tinha ido antes, por razões óbvias.
Eu não estava ansiosa para isso. Eu meio que só queria que terminasse, porque
não havia maneira que eu estava interessada em ter um
relacionamento. Especialmente quando na última semana eu tinha, culposamente,
ficado obcecada sobre Borden, parte de mim esperando que ele voltasse ao
restaurante para concretizar o beijo.
Eu lutava para encontrar algo para vestir. Minha melhor roupa era o vestido
preto sem alças que eu tinha usado no clube no fim de semana anterior. Isso poderia
ser muito revelador para um primeiro encontro. Encontrei um casual vestido
vermelho de mangas curtas com um longo v no pescoço. Ele definitivamente me
dava curvas em todos os lugares certos, o que era uma coisa difícil de alcançar
ultimamente quando tudo que eu jantava era quase nada e nada no meu guarda-
roupa abraçava a minha figura da maneira que costumava.
Ele olhou para mim e seus olhos me percorreram imediatamente de cima para
baixo por um curto momento como se ele estivesse verificando o produto.
Eu balancei a cabeça, surpresa com sua voz estridente que não era muito viril.
Descontraído, ele se afastou da parede e se moveu para mim. Ele não era
enorme, ou qualquer coisa, mas ele era alto e muito simpático (o que me ajudou a
esquecer da coisa da voz). Moveu-se para um abraço, surpreendendo-me com um
beijo suave na bochecha. Uau, isso foi rápido.
- Estou feliz que você veio. - ele disse suavemente. - Eu estava preocupado que
você não viria. Nós estamos correndo um pouco por causa de seu atraso. Devemos
entrar.
- Eu não tenho certeza se quero saber quanto você teve que pagar
então. Também a julgar pelo preço dessas refeições, estou um pouco sem palavras.
- Relaxe, - disse ele suavemente em uma piscadela com ambos os olhos. - Você
escolhe o que quer e peça-o, Emma. Estou mais do que feliz em gastar uma fortuna,
se isso significa estar perto de alguém tão bonita como você.
Eu deveria ter corado, mas... Bem, eu não fiz. A verdade era que eu estava
cautelosa. Como muitos homens tinham tentado falar suave comigo antes, e como
muitos deles fizeram isso com uma única missão para entrar entre as minhas pernas.
- Sua avó estava me dizendo que você estava estudando negócios em um ponto.
- ele então disse, trabalhando o seu caminho para uma conversa.
- New Raven tem estado em baixa. Eu acho que vai continuar por um tempo
antes que os trabalhos comecem a se aproximar das pessoas. Você sabe, eu poderia
vê-la em algum lugar de trabalho como este. Pense nas dicas.
Eu quase ri. - Ah, é? Eu acho que vivo longe demais no momento. Mas seria
muito legal.
Mais silêncio.
Seus olhos estavam presos ao meu rosto e foi um pouco desconcertante ser
olhada tão descaradamente. No entanto, apesar disso, eu senti que havia outro par
de olhos em mim. Olhei ao redor do restaurante, convencida de que eu estava sendo
excessivamente paranoica, pensando que aqueles olhos pertenciam a um homem
que eu estava reconhecidamente gastando meu tempo procurando online.
Muito tempo.
Tipo, muito.
Nós conversamos por um tempo mais longo. Ele me disse que tinha sido
requerido para dois trabalhos, um como um médico da prisão e o outro na clínica da
avó. Claro, ele tem o outro trabalho, com que ele não estava totalmente satisfeito.
- A prisão de New Raven é muito famosa por seus prisioneiros violentos, então
eu não estaria muito chateada com a falta disso. - o consolei.
Ele deu de ombros. - Sim, mas a experiência tem sido grande. Você sabe que
você pode dirigir até lá se quisesse. No meio do nada, aquele lugar. Você ouviu
sobre o homem que escapou de lá há quatro anos?
Hum.
Bem... Isso era uma coisa estranha para falar, e era um pouco assustador como
ele estava animado sobre isso. Meus níveis de não atração tomaram um, ainda
maior, mergulho de cabeça, especialmente quando vi o brilho em seus olhos sobre a
visita. As coisas estavam indo relativamente suportáveis também. Agora eu estava
jantando com um médico que tinha um fetiche estranho por prisões e parecia que ele
tinha inalado balões de hélio. Poderiam esses olhos brilharem mais intensamente
agora?
Uma garçonete apareceu mais uma vez, perguntando como estávamos indo e
Joel solicitou outro refil do seu vinho e ela foi embora. Fiquei olhando para a minha
comida, esperando que ele encontrasse outra coisa para falar.
- Sim.
Silêncio.
- Desculpe? Isso é o que você tem a dizer? Como porra é difícil derramar um
copo de vinho, mulher? Você tem dois pés esquerdos? Isso é ridículo!
Quando ela se aproximou dele para ajudá-lo a secar, ele rosnou para ela e tirou
o guardanapo de sua mão. Mais uma vez, dispensando suas desculpas ele continuou
com seu discurso.
- Você sabe o quão cara é esta camisa? Ou essas calças? Tem a menor porra de
pista? Eu não sou feito de dinheiro!
A garçonete encolheu para trás, seu corpo esguio estremecendo com sua súbita
raiva. Eu estava confusa por um momento, olhando entre eles como um cervo nos
faróis olha antes do eventual choque.
- Está tudo bem, - Imediatamente eu disse a ela com um olhar macio antes de
olhar de volta para Joel. - Foi um erro, Joel...
Joel deu-lhe um olhar gelado. - Eu não me importo se ele não vai gostar. Eu
sou o cliente. Eu sou o único a pagar esta refeição. Não é meu problema se você está
incomodando. Basta buscá-lo.
- Eu não estou sendo razoável, - ele me disse, pegando minha irritação. - Mas
tudo na vida custa dinheiro, Emma. Ela não deve fugir com algo parecido com isto
porque ela cometeu um erro.
Eu levantei uma sobrancelha. - O que você está esperando que aconteça agora?
- Espero ser compensado. Espero não ter de pagar por esta refeição, também. Eu
espero que ela vá ser tratada em conformidade.
Ele nem sequer me reconheceu quando parou na mesa, seu olhar focado em
Joel.
- Eu não estou falando com você, boneca, - Borden respondeu, apontando para
Joel. - Eu estou falando com o médico aqui.
Os olhos de Borden não viajaram para sua camisa. Ele os manteve firmemente
dirigidos para o rosto de Joel, em vez disso disse entre dentes. - Explique.
Joel fez uma pausa, claramente pego de surpresa com a pergunta. Era bastante
óbvio o que ele queria, mas supunha que ele não tinha previsto ter que dizê-lo. - Eu
gostaria de alguma compensação, pelo menos. Era uma camisa de quatrocentos
dólares, Sr. Borden.
Borden olhou para Joel por vários momentos. Então, ele puxou uma carteira do
bolso e abriu-a. Minha boca caiu novamente em choque quando Borden tirou
lentamente uma nota de cem dólares depois outra, o tempo todo nivelado com Joel
com um olhar que me fez lembrar o quão intimidante ele era no clube e no
restaurante. Ele era assustador. Foda-se, ele poderia ser o homem mais assustador a
nunca enfeitar a minha vida. Assim por que diabos aquilo fez minhas entranhas
ficarem quentes? Por que de repente a sensação de medo era tão excitante?
Eu quase pulei quando Hawke de repente surgiu por trás de Joel. Eu estava tão
consumida em Borden, que não tinha percebido que nós estávamos cercados por
homens de Borden. Hawke tomou-o pelo braço e o empurrou para cima a seus pés,
forçando-o firme. Nem um segundo passou antes que seu paletó fosse
violentamente puxado para fora e os botões da camisa de Joel saíssem
voando. Hawke levou alguns segundos antes que ela estivesse completamente fora e
a jogou languidamente no chão a seus pés.
- Ela derramou vinho em você e em troca você a tratou como merda, - Borden
retrucou, suas narinas estavam dilatadas. - Ela é minha funcionária, um trunfo para
o meu negócio, e você andou sobre esse recurso. Portanto, você andou em cima de
mim.
O rosto de Joel avermelhou quando ele ficou ali por alguns instantes, em nada
além da calça do terno e a camiseta interior por cima. Ele pegou o olhar de todos os
clientes em torno de nós, e sua face ficou mais vermelha.
- Joel, - sussurrei para ele com urgência, inclinando-me sobre a mesa. - Apenas
se desculpe.
Eu estremeci e fechei os olhos. Meu Deus, o que diabos ele tinha feito? Ele
estava tinha um desejo de morte?
Joel não respondeu. Eu podia ver que estava começando a despontar sobre ele o
quanto estava fodido. Ele olhou para os homens em volta novamente, desta vez
parecendo com mais medo a cada minuto.
- Eu sou louco, é isso que você está dizendo? - Perguntou Borden, aqueles olhos
queimando buracos através do homem.
No momento em que eles estavam fora, Borden atirou Joel sem esforço sobre o
pavimento. Ele aterrissou com um grande baque do seu lado, grunhindo de dor
quando sua carne raspou contra a calçada. Mas em vez de deixá-lo, Borden se
aproximou dele novamente.
Ele abaixou-se, pegou Joel e o colocou de volta em seus pés. O médico estava
muito atordoado para saber o que estava acontecendo.
Sem se importar com quem ele era, eu freneticamente agarrei-o pelo braço e me
coloquei entre ele e Joel. Borden foi para mover-se por mim, mas eu me forcei em
seu caminho, pedindo-lhe para parar.
O rosto de Joel era uma confusão sangrenta depois de apenas um soco e Borden
estaria indo para outro golpe. Que eu não podia permitir que acontecesse.
- Deixe-o em paz. - disse a ele, e sem pensar, eu agarrei seu rosto com as duas
mãos, tentando desviá-lo para mim.
- Olhe para mim! - Eu disse com raiva, movendo o meu rosto para que tivesse
apenas algumas polegadas longe do seu. Ele não tinha escolha, senão olhar para
mim agora.
Os olhos azuis de Borden cintilaram para mim por um momento, então para
Joel no chão, e então para mim novamente.
Era evidente que ele não estava esperando isso. Seus olhos selvagens olharam
por cima do meu rosto por um momento longo e ele balançou a cabeça um pouco,
como se ele estivesse sendo despertado de um sonho.
- Deixe-o em paz. - disse, mantendo contato visual para que ele não perdesse as
estribeiras novamente.
- Deixe-o em paz, Borden. Ele é um idiota, eu sei. Ele estava sendo horrível e a
garçonete não mereceu isso, mas está feito agora. Basta deixá-lo sozinho. Inferno,
vamos falar sobre isso. Só você e eu. Nós vamos resolver o problema. E-Eu posso
falar com ele e vamos resolver o problema, mas só... Não o machuque. Ok? Você já
fez o suficiente.
Ele não se moveu pelo que pareceu uma eternidade. Seu olhar viajou para a
minha boca, atrasando-se lá por vários segundos. De repente, ele se afastou de Joel e
eu trouxe as minhas mãos para baixo agora que tinha a sua total atenção. Seus olhos
nunca se afastaram dos meus e levou tudo de mim para não desviar o olhar. Ele era
intimidante pra caralho, era antinatural. Se eu tivesse um pingo de racionalidade, eu
estaria tremendo em meus calcanhares.
Ele se afastou de mim e casualmente pegou o paletó do chão. Ele voltou para o
restaurante sem sequer olhar em minha direção, seu corpo relaxado e não
afetado. Eu olhei em volta e vi pelo menos algumas dezenas de pessoas aglomeradas
na calçada em torno de nós, encarando-me com expressões perplexas. Sim, eles
provavelmente estavam pensando a mesma coisa que eu estava: O que diabos foi
aquilo?
- Você quer ir para o hospital? - Perguntei a Joel. - Você pode me ouvir? Devo
levá-lo a sala de emergência?
- Não. - Joel conseguiu dizer, mal abrindo os olhos. - Casa. Leve-me para casa.
Antes que eu pudesse responder, sombras caíram sobre nós. Eu olhei para dois
homens, um deles era Hawke, e observei quando eles se abaixaram e pegaram Joel
fora do chão.
- O que você está fazendo? - Perguntei. - Coloque-o para baixo!
- Vamos cuidar dele daqui em diante, - Hawke estalou. - Você vá para dentro.
Ela voltou para o restaurante e eu apenas balancei a cabeça para mim mesma. O
que aconteceu com a minha ininterrupta vida tranquila? Eu senti como se estivesse
numa realidade diferente.
De repente a conversa sobre a prisão assustadora de Joel não parecia tão ruim.
Treze
Emma
Eu senti pavor absoluto quando a garçonete me levou à sua mesa em uma área
discreta no segundo andar. Falaram-me para esperar a uma curta distância de onde
Borden já estava sentado. Ele estava casualmente olhando para seu telefone celular
quando conversava com um homem do outro lado da mesa. Ele não parecia tão
afetado. Será que não se importava que ele simplesmente socou um homem e fez
uma cena enorme?
Eu entendi que Joel provavelmente merecia ser tratado como merda pelo que
fez, mas ser despojado de sua camisa e socado? Aquilo era demais. Um simples "dê
o fora do meu restaurante" teria sido suficiente.
O homem que estava jantando com Borden parecia que estava fazendo mais do
que falar, e Borden respondia em frases curtas que eu mal podia ouvir.
- Isso iria beneficiá-lo muito, Sr. Borden. - ele disse com firmeza.
- Eu discordo.
- Eu já tenho dinheiro.
- Eu discordo.
- Se eu não pude ser convencido até agora, é pouco provável que você possa
fazer qualquer coisa.
- Eu não estou com fome. - respondi calmamente, agora evitando seus olhos. Eu
mantive o meu olhar preso no guardanapo na mesa a minha frente.
O ouvi mudar de posição em sua cadeira. - Você mal comeu sua comida. Você é
pobre. Você é magra. Obviamente está com fome.
- Minha exibição ao ar livre não foi tão atroz como poderia ter sido, se você não
me parasse.
Olhei rapidamente para ele, respondendo bruscamente. - Joel não merecia ser
socado assim, Sr. Borden.
Enquanto isso era perturbador, depois da minha conversa com Joel eu não
estava tão surpresa.
- Okay. - eu sussurrei para mim mesma, olhando para longe e de volta para o
guardanapo. O brilho intenso não me intimidou, mais importante ainda, seduziu-
me.
O silêncio encheu o espaço entre nós por alguns minutos. Fiquei pensando
sobre o quanto eu queria sair daqui e estar em casa. Eu nunca viria neste lado da
cidade novamente. Inferno, duvidava que eu deixasse meu apartamento pelos
próximos seis meses, além de ir para o trabalho.
Ele era estranho, mas agora olhei para ele com desconfiança.
- Onde mais eu vou encontrá-la agora? - Ele perguntou. - No lugar que eu tomar
café da manhã? No meu trabalho? Eu prefiro que você me diga agora para evitar
surpresas futuras.
Eu levantei uma sobrancelha em minha confusão. - O que você está falando?
Oh, inferno. Ele pensou que eu era uma policial? - Eu diria que você é muito
paranoico. Novamente.
Ele se mexeu na cadeira novamente e uma pequena risada soou fora de sua
garganta. Eu não poderia conter outro vislumbre em sua direção. Seus olhos azuis
oceano ainda estavam fixos em mim, e ele parecia estar se divertindo, e essas
diversões o faziam parecer enganosamente amigável.
Ele tinha genes notáveis no departamento dos olhares. Era uma pena que fosse
um psicopata. Eu tinha que me lembrar disso uma e outra vez. Fiquei imaginando o
que aconteceu com o homem das velhas fotos. O que o transformou no cara
assustador de frente para mim agora?
- Você quer me revistar? Estou usando nada mais do que um patético pequeno
vestido, que posso lhe assegurar não tem espaço vazio para acomodar um fio.
Eu quis olhar para ele com firmeza agora. Era importante que ele soubesse que
era ofensiva essa ideia patética e paranoica dele. Mas quando vi o brilho malicioso
em seus olhos e o sorriso nos cantos de seus lábios, eu estava nada menos do que
enfurecida.
Ele não era apenas assustador agora, ele também era um completo idiota.
- Existe uma razão especial para que me queira na sua mesa, Sr. Borden, ou eu
sou apenas o seu entretenimento para esta noite? - perguntei secamente.
Ele se inclinou para frente, seu grande corpo ocupando toda a minha visão
enquanto suas grandes mãos se entrelaçam. Seu rosto estava a meio caminho sobre a
mesa e ele me bebeu com aquele olhar como se tivesse sido privado da minha visão.
Em voz baixa, ele disse com voz rouca. - Se você fosse meu entretenimento para
hoje à noite, sairia mancando para fora da aqui, e não seria o tipo de surra que você
está pensando.
Minha respiração atenuou com sua declaração seca, dita de forma blasé, e
minhas bochechas se aqueceram, e não por bajulação, mas apenas por puro
choque! Enquanto uma minúscula, pouco a pouco, despercebida e indiferente parte
de mim se perguntou o que essas atividades consistiam exatamente, eu me
concentrei em meu ultraje.
Seu sorriso se intensificou quando ele olhou para os meus lábios. - Vamos ver,
Srta Warne.
Era um desafio?
Ele inclinou a cabeça para o lado, olhando meu rosto como se estivesse
tentando descobrir alguma coisa. Eu estava muito ocupada tentando controlar os
nervos de transformar-me em um rápido terremoto. Eu já tinha cavado minhas
unhas demasiadamente profundas em minha pele, cerrando os punhos debaixo da
mesa para parar de tremer.
- Você sempre foi dura, não é? - Ele perguntou do nada. - Desde criança até
agora, você tem a pele grossa. Eu gosto disso sobre você. Faz valer a pena ter você
por perto.
Eu pisquei surpresa. - Se isso me trouxe de volta para sua mesa, não vejo como
isso é uma coisa boa.
Ele riu novamente. - Eu não vou te machucar se é com isso que você está
preocupada.
- Só vai me ameaçar?
- Por que eu iria ameaçá-la, quando você é tão boa em me estapear por
isso? Essa foi certamente uma primeira vez para mim, Srta. Warne.
Ele tinha a sombra de um sorriso em seus lábios. - Por que você não olha para
mim?
- Você é intimidante.
- Eu gosto de seu desafio. - disse ele ainda mais baixo, com a voz de sexo
retornando.
Eu espremi minhas sobrancelhas juntas. O que ele quis dizer com isso?
- O que você fez com Joel, - eu comecei, procurando em seu rosto por qualquer
tipo de emoção. - Você não gostou fazê-lo? É isso que você está dizendo?
- Porque o que?
- Por que... - Fiz uma pausa, já entendendo o fundamento do que ele estava
dizendo. - Eu estava com medo.
- E agora que você sabe que eu não faço mal as mulheres, você estará correndo
para um?
- Não.
- Por quê?
Ele balançou a cabeça. - Certo. Uma vez que o medo fica sob a pele e se instala
dentro de seus ossos, não é algo que você pode desligar durante a noite. Você
aprendeu sobre o medo pelos rumores espalhados pela cidade, mas você
experimentou na noite em que encontrou os meus homens batendo em um homem
que me devia dinheiro. Eu possuo você agora.
- Sim. É como eu controlo todos. É a razão pela qual eu estou no topo. Você vai
fazer o que eu digo por causa do seu medo.
- E é isso que está acontecendo? Você vai me obrigar a fazer algo que não quero
fazer? - Foda-se, ele queria o meu corpo? Pode ser por isso que ele estava fazendo
tudo isso, eu percebi.
Ele franziu a testa, irritado. - Eu não fodo mulheres a força, se é a isso que você
está se referindo. Eu não preciso, também. Tenho o suficiente atirando-se para mim,
e o corpo é apenas um corpo no final do dia. Desculpe desapontá-la.
Meus ombros caíram em alívio, mas eu ainda olhei para sua observação
egoísta. - Eu não estou desapontada, Sr. Borden.
- Claro que você está. Depois de sua exibição no escritório de seu chefe, eu estou
inclinado a pensar que você faria qualquer coisa por mais.
- Não minta. Uma parte de você está curiosa sobre mim, gata de rua. Uma parte
de você quer saber.
- Saber o quê?
- Como é ser fodida por mim. Porque se um beijo meu é tão bom, imagine o
resto. Eu ainda estou surpreso pela rapidez com que você se derreteu para mim,
como manteiga. Doce manteiga derretida. Transando gostoso, se estou sendo
honesto.
Todo o meu corpo aquecido em embaraço. Levou tudo de mim para murmurar
de forma convincente. - Eu não estou curiosa para saber como você é em tudo, e
acho que você já analisou um pouco demais isso.
Uma mentira flagrante, porra, e ele sabia disso também. Eu me senti como um
livro aberto. Era impossível para ele saber quantas horas eu tinha desperdiçado nas
últimas noites procurando sobre ele, a leitura através desses rumores, olhando para
fotos dele e aqueles lábios, tentando descobrir o mistério que era Marcus
Borden. Ainda aqui, agora, era como se ele soubesse de tudo.
Num segundo eu tinha muito medo de fazer contato visual com ele, e agora eu
não podia me afastar dessas íris azuis, mesmo se tentasse. Ele me bebeu com um
olhar cativante, que eu estava tentando riscar sob a superfície do meu ser. Por que a
minha mente e corpo de repente vibram com a indiferença e o interesse por esse
homem? Era tão fácil racionalizar quão louco ele era quando eu estava sozinha, mas
aqui, com ele tão perto de mim, ele era tão hipnotizante. Senti-me atraída,
provavelmente, como todas as mulheres indefesas antes de mim, vulnerável e
pronta para explorá-lo.
- Você está apaixonada por mim, - afirmou lentamente. - Eu posso ver isso nos
seus olhos. Você cobiça algo novo, diferente. Talvez eu seja mesmo.
Engoli em seco, disposta a reconhecer a sua declaração. - Por que estou aqui, Sr.
Borden? Basta cortar a perseguição.
- Diferente como?
- Eu vou estar no meu caminho em poucos minutos. - disse ele antes de desligar
e olhar de volta para mim. - Eu apenas irei direto ao assunto sobre nossa entrevista
de emprego, Srta. Warne.
- Eu não expressei merda nenhuma. Eu não sei do que diabos você está falando
agora.
- Você está feliz por viver na pobreza? De alguma forma, eu acho isso
improvável, e de qualquer maneira está feito. Você vai tomar a posição, ou você vai
acabar desempregada, o que eu sei que você não quer ser. Isso significa rastejar de
volta para a pequena casa da sua avó, colocando pressão sobre aquela coisa frágil,
depois que ela pensou que você estava fazendo tão bem por conta própria. Seria
uma vergonha, não é?
- Por quê?
- Porque eu posso.
Fiz uma pausa, tentando entender este homem. - Por que eu?
Senti uma emoção quente bater em minha barriga, e meu sexo apertou. Foda-se,
ele estava ficando em mim. Eu não poderia trabalhar ao lado dele. Isso era loucura, e
muito pouco saudável para a Emma excitada, que já estava tentando fazer uma fuga
da jaula em que eu a tranquei.
Ele se inclinou para frente, lambendo seu lábio inferior, enquanto olhava para a
minha boca. - Isso foi antes de eu chupar a sua língua.
Diversão cintilou naqueles olhos quando ele pegou meu estado. Em seguida,
levantou-se em seus pés e meu corpo ficou tenso com o movimento. Ele estava
saindo? Será que ele me levaria com ele? Eu diria não a este homem perigoso?
- Onde você está indo? - Eu perguntei a ele, e eu parecia uma idiota necessitada.
Ele sorriu para mim. - Por mais que eu desfrute da sua companhia, tenho
alguns negócios com problemas para contornar. Desfrute de seu prato, gata de
rua. Eu adicionei vieiras extras para você.
Deixei escapar uma respiração instável, odiando a decepção que senti tanto por
ele me deixar, como de mim mesma, por humanizar o idiota.
Que porra havia de errado comigo? Como eu poderia estar sentindo duas
emoções opostas ao mesmo maldito tempo?
Eu esperava que ele apenas saísse, e eu estava desesperada por isso para que
pudesse me acalmar e limpar meus pensamentos. Mas apenas fiquei lá por mais
alguns segundos. Eu consegui olhar para ele, balançando na minha confusão, e
ainda sentindo uma emoção que não conseguia identificar. Com os olhos focados
nos meus, ele colocou a mão no bolso e tirou algo. Eu estava muito ocupada olhando
para ele para saber o que era, até que o frio objeto tocou meu peito, e eu saltei, ainda
imóvel, com a sensação familiar de meu canivete.
Eu não me movi quando ele sensualmente o arrastou entre meus seios, sua
língua presa entre seus dentes, antes de fixá-lo em meu sutiã. Em seguida, ele se
inclinou e senti o roçar de seu polegar em meus lábios. Ele acariciou-o levemente,
carinhosamente, e minha respiração reduziu e meu coração disparou. Ele tinha, sem
esforço, acabado de me reduzir a uma poça mais uma vez, porque esse é o efeito que
ele tinha sobre as mulheres, incluindo a mim: um osso duro de roer. Mais uma vez,
eu me afoguei naqueles olhos, que pareciam muito mais humanos do que eu jamais
testemunhei nele antes.
Então sua mão caiu, e a tensão quebrou quando ele se virou e saiu de lá. Eu o vi,
enquanto o meu corpo pulsava com um desejo que eu não estava familiarizada. De
cabeça erguida, costas retas, pernas se movendo com fluidez, ele confiantemente
andava como se fosse o dono da terra por onde ele andava...
Tirei minhas roupas no banheiro e olhei para o pequeno espelho sobre a pia. Eu
violentamente esfreguei o batom vermelho fora de meus lábios, dizendo-me que eu
estava tentando remover o toque dele para fora de mim. Só que o meu corpo estava
dizendo o contrário.
Não se atreva a sentir nada por aquele homem. Isso é doentio. É errado. Olha o que ele
fez com Joel.
Mas ele disse que tinha uma maldita reputação para manter. Isso significava o
que exatamente? Que era tudo um show?
Além disso, ele disse que Joel era todo o tipo de fodido. Talvez tenha sido uma
bênção disfarçada?
Ele disse que eu era diferente. O que me faz diferente exatamente? Meu
estômago se retorceu em vergonha quando eu senti o pico de prazer correr pela
minha espinha. A verdade é que eu gostava de ouvir que era diferente, e eu me odiei
por isso também.
Pretensioso.
Arrogante.
Violento.
Irado.
Além disso, ele exigiu que eu trabalhasse para ele. Maldito. Ninguém me diz o
que fazer maldição!
Entrei no chuveiro e fiz com que a água fosse escaldante. E grosseiramente lavei
meu corpo cru, tentando apagar a noite fora de mim e, mais importante, o fascínio
doente que estava desenvolvendo por Borden. Que era estúpido. Lavar meu corpo
exterior não ia mudar o que eu sentia por dentro.
Quando meu rosto formigou com a lembrança do que ele fez, eu com raiva,
esfreguei minha boca novamente em um vão esforço de me livrar da sensação de
seu toque em meus lábios.
Catorze
Borden
Sentado em sua mesa, Borden folheou o arquivo mais recente que Hawke tinha
lhe fornecido naquela manhã.
Idade: 23 anos
Ela foi para a South Central High School. Estudante do quadro de honra,
embora com longa história de evasão escolar.
Mãe: Marianne Warne, morte por suicídio, na Penitenciária Feminina, dez anos
atrás.
Bem, merda, não era uma história Fdp9 típica de New Raven. No entanto, a
menina não parecia danificada no mínimo. Ela é um osso duro de roer. Borden
pensava.
Ele folheou mais páginas, contente quando descobriu sua lista de namorados
embaraçosamente curta: três parceiros conhecidos, nenhum relacionamento de
longo prazo, último relacionamento terminou há mais de um ano e durou quatro
meses.
9
Fdp – filho da puta.
No controle de natalidade há oito anos. Tinha a prescrição ocasional para
pílulas para dormir. Longa história de ansiedade.
Uma batida soou, e, em seguida, a porta de seu escritório foi aberta, sem a sua
permissão, o que significava que era Hawke, o único homem que Borden confiava
com sua vida. Ele olhou para cima quando Hawke se sentou em sua frente.
- Bom.
Agora que o médico estava fora do quadro, não precisaria se preocupar com um
quarto namorado, embora soubesse que a probabilidade seria muito baixa de
qualquer maneira. A verdade é que esse cara era simplesmente um velho
fodido. Bastardo decadente realmente assustador. Seus interesses eram de uma
variedade muito perturbadora e removê-lo do cenário de qualquer mulher de New
Raven era uma boa ação feita por Borden.
- Temos que discutir algumas coisas. - Hawke disse então, capturando sua
atenção. - Os motociclistas não vão desaparecer tão cedo. Hector quer vê-lo o mais
rapidamente possível.
Que diabos era isso sobre ela exatamente? Seu desafio? Seu comportamento
seco estava ofuscando seu medo? Ele não podia identificá-lo exatamente, mas ela era
irresistível a cada minuto livre de seu tempo.
- Os temos respirando bem no nosso pescoço, Borden. Se a merda ficar feia, eles
vão ter a ideia errada, e então estaremos fodidos por algo que não conseguimos
fazer. Agora estive pensando sobre isso, e realmente acredito na promessa que eles
usarão o porto em algum momento abaixo da estrada, quando o calor,
eventualmente, arrefecer, então eles poderão recuar.
- Eles não estão usando o meu porto para contrabandear suas drogas. Como um
ex-viciado em drogas, não lido com drogas.
- Mas você tecnicamente não está lidando com as drogas, Borden. Eles estão.
- Independentemente disso, o segundo que você deixá-los uma vez, eles virão
em torno com não, porra, pare, exigindo mais remessas no meu porto, e isso é
quando nós vamos realmente nos foder, porque é apenas uma questão de tempo
antes que a polícia chegue a eles. Você precisa pensar sobre o futuro em vez do
agora, Hawke.
- Eu estou pensando no futuro, - Hawke respondeu com raiva. - É você que está
distraído ultimamente!
- Você está, e não estou tentando ser um tranca foda aqui, mas um pedaço de
boceta em um momento como esse é a última coisa que precisamos agora,
porra. Agora não vou tentar dizer-lhe o que fazer, mas vou dar-lhe alguns
conselhos. Obtenha uma escolta, foda seus miolos, e livre sua mente daquela
garçonete. Livre-se dela antes que ela assuma seu cérebro.
Borden nivelou Hawke com um olhar desagradável, e foi então que Hawke
percebeu a verdade.
Borden cerrou os dentes. Ele estava certo. Borden, porra, odiava quando ele
estava certo. Ele teria seguido esse conselho em qualquer outro momento, mas essa
menina... Ela estava seriamente fodendo com sua cabeça.
Será que ele precisava apenas ter a sua porra nela antes de ficar aborrecido?
Sim, era provavelmente isso. Ele só estava intrigado, e toda a curiosidade que já
teve diminuiu com o tempo. Isso também faria.
Talvez você deva apenas fode-la e acabar logo com isso. Ela não iria lutar contra
isso. Ela não lutou naquele escritório nojento e desagradável.
Borden fez uma careta com o pensamento. Se ele pegá-la, ela provavelmente o
desapontaria, e então seu fascínio estranho iria se dissipar. Não, ele precisava
saborear a menina sem realmente enfiar seu pau dentro dela.
Sentindo-se chateado consigo mesmo por se deixar levar, ele levantou a mão
para parar Hawke de sair.
- Tudo bem, - ele disse. - eu vou ver a porra dos motociclistas, e vamos começar
a suavizar essa pequena coisa maldita.
- Mas isso não significa que vou negociar merda com eles, Hawke. Eu não me
importo sobre sua experiência, não mexo com motociclistas.
O silêncio desagradável.
- Ele está com raiva de você, - Tessa sussurrou em meu ouvido quando fiz meu
caminho para a sala de volta, para pendurar o meu casaco e bolsa. - Disse que ele
queria que você fosse vê-lo quando chegasse aqui.
- Sente-se. - ele me disse, tentando o seu melhor para entrar em seu modo de
patrão, exceto que ele era seriamente o homem menos intimidante que já andou
nesta terra. - E enquanto você se senta, quero que olhe para mim, por favor, Emma,
porque estamos indo ter uma conversa muito séria.
Uma das coisas que Denny, o pau, amava era nos dar ordens. Isso o
emocionava por nenhum fim. Suprimindo tremores, sentei-me rigidamente na
cadeira suja e olhei para ele do outro lado da mesa.
- Bem, evidente que nem todo mundo, Emma, ou caso contrário, não teria
recebido queixas, teria?
Eu lutei para não rolar meus olhos. Deus, ele era um PAU.
Eu congelei. - O quê?
- Pat põe de lado um muffin para mim todas as manhãs, porque ele quer, não
porque está sendo obrigado por mim.
Denny apenas balançou a cabeça. - Com base nas numerosas queixas em relação
a sua irritante relação por seus bolinhos não pagos, não posso negar a sua validade.
Eu senti arrepios de raiva correr pelos meus braços e pernas. Com tudo dentro
de mim, reuni calma. - Ok, tudo bem então. Não vou comer um muffin nos
intervalos da manhã, já que é de repente um crime.
Outra cerrada os dentes. - Tudo bem, você pode descontar um pouco do meu
salário desta semana para compensar sua perda de lucro. Temos resolvido isso
agora?
- A maior queixa que recebi em relação a você é a sua falta de modéstia ao redor
aqui.
- Eu não aprecio você tentando pegar os homens que estão colocando dinheiro
no meu bolso, Emma.
- Jesus Cristo, Emma, pare de culpar um velho senil por seus crimes. E Blythe
nunca se envolveria promiscuamente com um senhor mais velho. Esse homem não
poderia mesmo levantá-lo se estivesse no meio da maior orgia de modelos do
mundo! - Agora ele parecia indignado comigo, como se eu fosse seriamente nojenta
por sugerir que John tinha uma mente decadente.
- Agora, não posso me dar ao luxo de afastar quaisquer mais negócios do que
você já fez Emma. Estamos pisando em ovos aqui com o que isso é, e mais um
avanço sexual explícito de você para mais um dos meus pobres clientes e vítimas,
pode me danificar permanentemente. Tenho medo que tenha que deixá-la ir, com
efeito imediato.
- Exatamente.
Fingindo parecer ocupado, ele começou a mexer com alguns papéis soltos sobre
a mesa, como se já me dispensando. - Sinto muito por ser de repente...
- Isso não é nem mesmo de repente! Isso é como imediatamente sem aviso...
- Eu entendo a sua raiva, Emma, mas o que está feito está feito. Agora, se você
me desculpar, tenho alguns assuntos muito importantes para resolver.
Ele ficou tenso e olhou para mim. - Desculpe-me? Eu possuo este negócio.
- Sim, e você se senta atrás de sua mesa e masturba-se durante todo o dia,
enquanto nós estamos arrebentando nossos traseiros lá fora! - Levantei-me com meu
corpo tremendo com a adrenalina, e soube imediatamente que isso estava realmente
acontecendo. - Você é o pior chefe com quem já trabalhei Denny, e você é um
mentiroso também, porque não fiz nada para merecer isso. Você é covarde, então
não é nenhuma surpresa que está seguindo as ordens de Borden para se livrar de
mim.
Zangada demais para responder, lhe dei o dedo do meio e sai de lá, fervilhando
no meu caminho para a sala dos fundos, passando pelas meninas e a cozinha. Blythe
me seguiu não perguntando o que tinha acontecido. Provavelmente todos ouviram a
nossa conversa. Eu me senti tão humilhada, como se talvez eles acreditassem em seu
lixo. Eu provavelmente parecia uma senil faminta e petulante que roubava bolos da
cozinha.
- Você está bem, Emma? - Pat me perguntou por detrás do balcão da cozinha
quando começou a montar sua estação. - Eu podia ouvir os gritos vindos do
escritório.
Eu olhei para ele. - Você contou ao pau que tenho mandado você me dar
bolinhos no meu intervalo?
- Bem, isso é o que ele está dizendo. - Eu virei para Blythe. - E, aparentemente,
eu estou tentando pegar os clientes, especialmente John, que estou assediando
sexualmente.
- Exatamente!
- Eu fui demitida, - respondi com minha voz embargada. - O que é bom, o que
seja. Vou arranjar outro emprego. - Em uma cidade onde os empregos são difíceis
como porra de encontrar.
Pat amaldiçoou e Blythe engasgou. Eles me disseram quão injusto era isso, quão
pouco sentido fazia. Mordi a língua, recusando-me a deixá-los saber que faz todo o
sentido para mim. Abri minha carteira para tirar meu dinheiro do ônibus,
balançando na minha raiva. Se Denny fosse um homem, ele teria pelo menos
reconhecido a verdade, que era tudo Borden. Ele nunca teria me despedido sobre
essas coisas, de qualquer maneira. Teria esperado até o maldito restaurante estar
incendiado antes de pensar em demissão de uma pessoa. Nós todos estamos juntos
há dois anos quando ele começou a operar o negócio, levando nossas coisas todos os
dias.
Deixar a sala de jantar foi como fazer a caminhada da vergonha. Todos pararam
para me olhar, mesmo os primeiros clientes que tinham acabado de entrar pela
porta, como se já soubessem. Eu mantive meus olhos atraídos para o chão, piscando
a dor atrás dos meus olhos.
Pela primeira vez não sabia o que fazer, ou aonde ir, como salvar minha
vida. Tanto de mim neste lugar. Ele tinha sido a minha rede de segurança. Eu mal
fiz isso, com certeza, mas era melhor do que isso: completamente sem emprego,
completamente falida, com não mais do que quinze dólares em minha carteira, não,
não, eram onze dólares na verdade.
- Foda-se! - Eu xinguei.
O desespero é uma coisa muito cruel, eu percebi, quando fiquei filosófica logo
depois. Faz você perigosamente ciente do precipício em que está
pendurada. Pendurada sobre a borda, olhando para baixo em um buraco negro,
enquanto tudo dentro de você estava lutando contra o inevitável.
Nah, para ser mais específica, me senti exatamente como um fracasso. Aqui, era
suposto eu ser uma menina grande. Deixei a casa da minha avó, pronta para
perseguir um bom trabalho, sentindo-me como uma coisa pequena independente,
forte, decidida contra o mundo, como se estivesse indo levá-la como uma paixão
tempestuosa que era inigualável.
Ha.
Hahaha.
Sim, certo.
As pessoas não percebem que eles não são sempre os únicos atrás de conseguir
seus sonhos, todo mundo está de pé no caminho.
Suspirei.
Eu seria uma zeladora, se tivesse que fazer. Inferno, seria uma stripper se
tivesse que ser. Qualquer coisa para me tirar de ter que rastejar de volta para a
minha avó e implorar por dinheiro. Não que teria que pedir, lembre-se, ela me daria
sua roupa do corpo. Mas esse era o problema. Eu não queria que ela desse.
Quando fiz contato visual, ele levantou a mão e acenou. Eu congelei, parte de
mim cautelosa, a outra parte completamente consciente de que ele foi enviado por
Borden. Engolindo em seco, hesitante fiz o meu caminho.
Mustache Man10 sorriu, alegremente. - Eu estou aqui para discutir o seu cargo
de trabalho e que o Sr. Borden espera você na quarta-feira de manhã.
- Quarta-feira?
- Sim, você tem o dia de folga amanhã para ficar pronta. Estou designado para
ser o seu motorista, então você não precisa mais se preocupar com o transporte
público. Se você me deixar entrar em seu apartamento, posso pegar o arquivo da
minha mochila e ressaltar as suas responsabilidades...
- Ele vai fazer isso de novo se eu encontrar outro emprego, não vai? -
Interrompi, tristemente.
10
Homem bigode.
Ele fez uma pausa e, em seguida, assentiu solenemente. - Sim, Emma, ele o fará.
- Merda.
- Eu sei que isso parece fora do comum para você, e, francamente, ele nunca fez
isso antes, então também estou perdido. Mas é uma boa posição e com uma ótima
remuneração. - ele me consolou. – O Sr. Borden tem sido muito generoso.
Mustache Man assentiu. - Sim, mas... Pelo menos você não está em sua lista de
merda, Emma, e acredite que suas listas de merda são um lugar perigoso para estar.
- Ele encolheu-se por um momento antes de limpar a garganta. - Agora, que tal
entrarmos, ou podemos caminhar para um café, em qualquer lugar com um pouco
de privacidade para que eu possa aprofundar sobre isso.
Quão baixo alguém teria que estar por uma simples posição de contabilidade?
Bem, merda.
Minucioso era o eufemismo do século. Borden era um maldito Nazi com todas as
suas regras. Eu atravessei os papéis em admiração. Havia instruções explícitas sobre
o que poderia ou não usar, e listas de coisas que não estava autorizada a trazer para
o escritório, especificamente minha bolsa que me deixou perplexa.
- Será que ele acha que vou contrabandear um lançador de foguetes na minha
bolsa ou algo assim? - Eu murmurei defensivamente.
- Mas, olhe, vou dar-lhe uma palavra sobre deixá-la entrar. Nós não tivemos
mulheres em seu escritório antes, então talvez ele vá ser mais brando com você.
- Certo.
- Isso é... Três vezes o que faço em uma semana agora. - sussurrei.
Fiz uma careta. Eu era o tipo de pessoa que não se contentava com nada menos
do que a verdade, e apenas abraçar não funcionava para mim.
- Eu vou ver coisas ruins? - quis saber naquele momento. - É por isso que estou
sendo paga tão bem?
Olhei para ele imparcialmente. - Vamos lá, não aja assim. Você sabe do que
estou falando. Drogas e morte e partes de corpos mutilados.
Mustache Man riu... E riu. - Não, - ele conseguiu dizer. - Você não vai ver
drogas e morte e partes de corpos mutilados. Sr. Borden é muito profissional.
Quando tudo foi dito e feito, andei com Mustache Man até a Mercedes preta
estacionada em frente ao meu prédio.
- Eles ficam lá o tempo todo. - disse a ele com um encolher de ombros. - Eles são
inofensivos.
Olhei para eles com mais cuidado, todos os cinco deles, fumando seus cigarros,
enquanto nos estudavam com cuidado.
- Eles provavelmente estão mais preocupados com você. - eu disse a ele. -
Conduzir uma Mercedes nova por aqui faz as cabeças girarem.
Mustache Man franziu a testa, e ele pareceu tão diferente do homem amigável
de dois minutos atrás. Ele era um homem grande, mas não parecia particularmente
ameaçador, mas o olhar que tinha agora era horripilante.
- Vou circundar a vizinhança por um tempo, - disse ele. - Só para ter certeza que
eles não estão fazendo nada ruim. Não posso ter a menina do Sr. Borden
prejudicada no meu horário.
Uma sensação estranha tomou conta de mim. É isso que ele pensou que eu era?
- Eu não sou a garota do Borden, - disse séria. - Não estaria trabalhando para ele
se tivesse uma escolha.
Ele apenas sorriu. - Tudo bem então. Eu ouço você. Agora, virei buscá-la às sete
da manhã. Tente não se atrasar.
Ele abriu a porta do carro e estava prestes a sair quando parou e voltou-se para
mim.
- Ah, e Emma, - ele acrescentou como se lembrasse. - quando você estiver perto
do Sr. Borden, não o chame pelo seu primeiro nome. Já aconteceu algumas vezes ao
redor no local de trabalho e... Você viu quando o Sr. Borden está com raiva.
Ele balançou a cabeça, olhou para os homens, e subiu de volta para seu
carro. Quando ele foi embora, dei a volta e fiz o meu caminho para dentro.
Passei duas noites após a leitura da papelada, no caso de ter perdido alguma
coisa, como assinar minha vida fora. Junto com isso, olhei pra ele online
novamente. Ele se tornou um pouco de um vício, e tinha certeza que eu tinha
esgotado todos os sites na internet. Decidi sobre um caminho diferente,
simultaneamente pesquisando sua antiga paixão.
Kate Davenoth.
Ela realmente era um espanto. Toda cabelos loiros e magníficos olhos verdes e
pernas longas que iam por quilômetros. Ela tinha essa doçura sobre ela também,
esses olhos suaves e sorriso inocente. Passei um tempo tentando imaginar uma
garota como ela com um homem duro como Borden. Como isso mesmo
aconteceu? Ele não era tão intimidante na época como era agora?
Eu vi uma foto de seu pai. Artigos sobre ele e seu ódio em direção a Borden
antes de sair e ser movido para longe da cidade.
Por alguma razão, isso me gelou até os ossos, mais do que qualquer outra coisa.
Quando chegou a quarta de manhã, corri para ficar pronta. Tinha terminado
quando ouvi uma batida expectante na minha porta. Era Mustache Man. Segui-o
para o carro. Nós não dissemos nada durante o trajeto até o Owls. Ele me levou para
o clube e me deixou na frente do escritório de Borden. Eu estava resignada com a
situação, cansada depois da última noite, e desconfortável com a minha roupa. Eu
estava usando uma incrivelmente apertada saia lápis, uma das poucas que tinha,
com uma camisa branca de escritório de seda de segunda mão que tinha comprado
há alguns anos atrás, quando era mais pesada.
Não me sentia bem. Depois de desejar um trabalho melhor por tanto tempo, de
repente desejei que estivesse de volta no meu uniforme de garçonete no restaurante
com as meninas. Isso era seguro, isso aqui era novo e diferente e não tinha percebido
até agora quão despreparada para isso eu estava.
Um dos homens músculos de Borden abriu a porta e me fez sinal para entrar.
Ele realmente quis dizer isso, no sentido literal, quando disse que eu estaria
trabalhando ao lado dele. Nós íamos estar lado a lado.
Merda.
Fiz uma careta no meu caminho para a mesa. Borden Valentão não estava aqui
ainda. Afastei minha cadeira de escritório que estava na que sabia que seria minha
mesa (era limpa de tudo em comparação com a sua), e deixei-me cair na frente do
meu computador de trabalho. Olhei para a tela em branco por minutos a fio,
esperando meu mestre mostrar-se e dar-me as minhas ordens.
Só por isso, Emma. Para o que ele quer, jogue pelas suas regras e espere por ele ficar
doente de você.
Eu não era estúpida. Ele estava se divertindo ao brincar comigo. Tinha certeza
que ele ia tentar jogar com as minhas emoções, continuando a ameaçar o meu futuro
emprego e falta de moradia e mostrar-me, no entanto, que ele gostava de provar seu
domínio. Isso é tudo o que isso é? Ele apenas esperava que alguém lhe pertencesse e
atormentava-o para alimentar algum tipo de fetiche sádico seu?
Independentemente da razão pela qual ele estava fazendo isso, Borden não
estava procurando fazer-me mal fisicamente. Eu era apenas o entretenimento,
alguém que tinha respondido rudemente para ele inúmeras vezes e escapou da
punição. Certamente ele estaria entediado comigo mais rápido se eu resistir a fazer
tudo isso.
Muito bem, eu decidi. Gostaria de jogar o seu jogo. Ele não era perigoso para
mim. Talvez para outros. Mas não para mim.
A porta se abriu, e olhei para cima, sobre a tela em branco e observei-o entrar.
Bastardo estúpido.
Maldito valentão.
Por que esse valentão tem que parecer tão bom pra caralho, também?
Eu olhei para ele, meu vilão, vestido com um terno listrado adaptado, com o
cabelo penteado para trás, até mesmo um relógio que parecia caro em seu
pulso. Nada como o simplório de antes. Ele estava movendo algo em sua boca.
Seus olhos encontraram os meus e o filho da puta sorriu para mim. Eu não reagi
em absoluto à presunção em seu comportamento enquanto ele caminhava ao redor
da mesa e sentava-se na cadeira ao meu lado. Todos os meus sentidos estavam em
alerta, todos os pelos do meu corpo em pé. Será que ele me tocou de imediato? Ou
aqueceu-me em primeiro lugar?
Ele olhou para mim por alguns instantes. - Eu só disse que eu, porra, despedi
ela, então é claro que precisava de um contador.
Mordi duramente minha língua e olhei para a caneta sobre a mesa. Eu seria
forte o suficiente para esfaqueá-lo no pescoço? Será que ele mesmo morreria? O mais
provável é que ele ia ficar chateado com o buraco e seria indiferente comigo.
Eu endureci. O bastardo sabia o meu nome do meio. Relaxe Emma, ele está
fazendo isso para te chatear.
Ele olhou de perto a minha reação, o mesmo sorriso presunçoso nos lábios.
- Eu não gosto da sua blusa, - então disse, examinando o meu corpo de cima e
para baixo. - Parece uma tenda em você, e sua saia é um pouco pequena. Eu pensei
que deixei claro na minha papelada quão importante é estar apresentável
aqui. Tenha tempo para comprar, sim?
- Bom.
Meu queixo caiu. Eu poderia ter gritado. Minha necessidade sexual por ele? Oh,
lhe mostrarei a minha necessidade sexual com meu calcanhar no seu fodido traseiro.
- Você... Você acha que estou babando em cima de você agora? - Perguntei
incrédula.
- Não vamos jogar a carta de negação, Lynne. Você está obviamente quente e
incomodada. Talvez você deva cuidar de suas necessidades antes de chegar ao
trabalho, apenas para que eu não precise me sentir como um pedaço de carne em
torno de você.
Meu rosto ardeu ainda mais, e ele observou a cor intensificar com outro sorriso
no rosto.
Que idiota. Eu o odiava. Realmente, realmente o odiava, e o que ele fazia para
os meus sentidos. Meu corpo era um idiota de merda, porque apesar de quão
ridículo ele parecia, era uma espécie de certo também.
Com raiva rasguei minha blusa, e os botões voaram do tecido. Joguei-a no chão
e rasguei minha saia logo depois. Uma vez que ela estava fora, passei cinco minutos
tentando destruí-la. Quando a saia não rasgou, ofeguei pelo esforço e joguei-a em
algum lugar também.
Em vez de brincar com minhas emoções, como previ que faria, ele
simplesmente me disse o que precisava ser feito, mostrou-me como começar, e
depois me deixou sozinha. Completamente me deixou sozinha para fazer tudo, e
sempre que falou comigo, falou profissionalmente sem uma pitada do sensual
Borden de antes.
Enquanto isso, o pau sentou ao meu lado e fez uma rodada de chamadas sobre
questões profissionais. Quando terminou, ele deixou o clube para missões
comerciais e não voltou até o meio-dia, bem antes de eu estar feita para o dia.
- Os rapazes disseram que você não saiu para o almoço. - disse ele, tomando o
assento enquanto folheava uma pasta em suas mãos.
Olhei para ele e esperei pela parte final da piada, o que ele nunca fez. Será que
ele me trouxe seriamente um sanduíche porque perdi o almoço? Ou haveria algum
outro motivo por trás desse cruel suposto gesto inocente?
Depois que terminei, arrumei as minhas coisas e esperei por Mustache Man me
levar para casa. Enquanto esperei, Borden não tinha olhado para mim uma vez. Ele
estava muito imerso na pasta preta em suas mãos.
Vendo-o sentado lá todo o normal e concentrado e... normal era estranho. Muito
estranho.
- Antes de sair, anote o seu número de telefone celular para mim, boneca. - de
repente ele ordenou.
Um homem como ele, no controle de tudo, já não teria? Decidi que não iria
discutir com ele, no entanto. Talvez seja isso que ele queria. Simplesmente escrevi o
meu número e deslizei-o sobre a mesa na frente dele. Ele pegou o papel e colocou-o
sobre a sua pasta aberta.
Nenhuma resposta.
Oh, eu estava indo matá-lo. Olhei para ele enquanto ainda estava concentrado
no conteúdo de sua pasta.
Ele não respondeu, mas os cantos de seus lábios apenas torceram um pouco.
Parei no meio do passo e virei-me para ele. - Adeus, Sr. Borden. - praticamente
cuspi.
Ainda olhando para baixo, ele disse casualmente. - Venha até aqui, Lynne.
Com um suspiro pesado, fiz o meu caminho até ele e parei ao lado de sua mesa.
Dei um passo mais perto até que estava um pé de distância da cadeira. Olhei
para o seu perfil perfeito e ampliei os lábios que voltaram a aumentar. Era uma pena
que alguém tão bonito fosse tão imbecil.
Tudo em mim ficou tenso. Rangi os dentes, enquanto sua ordem correu pela
minha mente tentando encontrar rapidamente formas para sair dessa. Se me
aproximasse mais dele eu temia que lhe arranhasse os olhos.
Silêncio, silêncio... Veio a pequena voz da lógica na minha cabeça. Ele quer uma
reação. Não lhe dê uma.
Se você quiser descontar a exigência no final do dia, de beijar seu rosto (que não
poderia inteiramente fazer), ele se manteve profissional entre nós. Quase todas as
manhãs, ele estava fora do escritório, e quando estava no escritório, estava fazendo
telefonemas. Nada sobre o que ele fez dizia ilegal, tudo era comum e negócios
relacionados. Sua reputação como um bandido era claramente exagerada, isso ou ele
era apenas muito bom em esconder isso.
Naquele fim de semana deixei vovó saber sobre a notícia do meu novo trabalho.
Sim, só que a sorte chama-se Borden, e não tinha certeza de que merecia o
trabalho. Não era como se tivesse me candidatado a ele e tivesse meus dedos
cruzados.
Ainda assim.
Ele estava pagando minhas contas. Podia pagar mantimentos e meu estômago
estava cheio. Por isso, não importa como acabei com o trabalho, a verdade era que
valia a pena tê-lo. Eu poderia suportar Borden, porque, mesmo que ele às vezes
fosse tão chato que eu queria esmagar sua cabeça em um bloco de gelo, ele também
era tolerável.
E não era como se estivesse em um quarto com um ogro feio também. Eu,
superficialmente, aproveitei a sua boa aparência e aliviei a irritação mais vezes do
que poderia contar.
Em seguida, a terceira.
Em seguida, a quarta.
Até o beijo no final do dia era um gesto robótico que fiz sem pensar ou me
importar. E ouso dizer que parei de prender a respiração quando meus lábios
tocavam seu rosto, porque seu cheiro era agradável e não ameaçador.
- Eu não suporto o cheiro dessa merda, - ele uma vez disse, apontando para o
copo plástico de café na minha mesa. - É a porra de um grão, você sabe disso?
- Você vai reclamar sobre ele cada vez que estiver aqui com a minha xícara de
café?
Eu sabia que ele ficava geralmente feliz depois de um treino, porque tinha
vindo para o escritório na manhã com uma potência extra em seu passo, de banho
tomado e com a sua bolsa de ginástica por cima do ombro. Em uma ocasião especial,
entrei no escritório de manhã dez minutos mais cedo e encontrei-o mudando sua
camisa de treino, atrás de sua mesa, para um suéter de manga comprida. Pouco
depois de trocar, se virou para mim, observando-me entrar, e seus olhos azuis
pareciam vivos. Quase tive um ataque do coração com o quão grande ele
era. Tatuagens preenchiam quase cada parte de seu torso musculoso. Ele parecia um
boxeador maldito.
- Vê algo que você gosta? - Foi a primeira coisa que ele perguntou
descaradamente.
Eu olhei para ele, com o rosto vermelho e mortificado, e corri para a minha
mesa.
- Isso não seria muito profissional, não é Sr. Borden? - Eu respondi friamente.
Ele riu, e me encolhi com a forma e quão obviamente atraída estava por
ele. Desnecessário dizer, que foi a última vez que apareci mais cedo.
Eu sabia que ele só usava ternos em dias que fazia acordos fora do escritório, e
outro local que frequentava mais era o porto para olhar sobre os livros. Ele gostava
de ler as notícias em seu computador. Ele me comprou um sanduíche para o almoço
nos dias em que estava fora do escritório e nunca me perguntou o que eu queria,
porque ele já sabia, e eu odiava como havia me tornado expectante dessas entregas
dele, ou o fato de que gostei.
Eu sabia muitas coisas, mas a que me pegou mais foi saber que mesmo quando
ele estava fora do escritório, não importa o quão ocupado ele poderia estar, ele
voltaria mesmo minutos antes da hora em que era devido eu sair e sentava em sua
mesa e esperava o seu beijo de despedida. Ele iria me assistir, por vezes, quando não
achava que eu sabia, e seu olhar era tão penetrante, que pensei que eu pudesse
sentir fisicamente o calor do mesmo.
Era um sentimento estranho saber que estava sendo vigiada e fingir que não o
fazia. Às vezes meu coração espremia e meu estômago revirava, mas não com
raiva. Era como uma agitação disparada em minhas veias que, de alguma forma, era
fascinante o suficiente para ser observada por alguém como ele.
Sim, ele era um criminoso. Sim, ele era um caso raivoso lunático. Sim, ele fazia
minha pele arrepiar quando pensava sobre os rumores das pessoas sobre ele. Mas
estar perto dele era uma coisa totalmente diferente, eu descobri. Com os beijos
esperados no final do dia, e seu olhar atento, e a irritante conversa que às vezes ele
teria comigo, a combinação de tudo isso solidificou minha comodidade em sua
presença.
- Mas como é trabalhar para Borden? Ele não é assustador como o inferno?
Eu sorri recordando. - Ele fica além de assustador como o inferno quando ele
quer ser. Mas ele também é... Normal.
Deixei escapar um suspiro. - Louco Blythe. O homem faz tanto dinheiro sozinho
no Owls. Eu checo livros para as outras empresas, e é inacreditável. O homem
deveria escrever um livro sobre o giro de lucro.
- Sim, sempre. É aí que ele se baseia. Owls foi o seu primeiro local de trabalho,
então imagino que é onde ele se sente mais confortável para trabalhar.
- Isso é loucura. Eu não posso acreditar que você está trabalhando para ele.
- Nem eu.
Ela ficou em silêncio por um momento, e então disse com grande curiosidade. -
Então você está como... confortável em torno dele?
- Confortável o suficiente para que você pedisse a ele alguns passes VIP?
- Basta perguntar! Isso é tudo que estou dizendo. Peça. Ouço que a área VIP fica
louca em seu clube, e uma vez que você está toda relaxada com ele, talvez ele nos
dê.
Eu bati um dedo contra o queixo, pensando. - O que quer dizer com 'nós'?
- Você está, obviamente, vindo comigo. Eu sinto sua falta. Não diga que não
quer. Não vai acontecer.
Mas me sentia bem com a ideia. Talvez fosse porque conhecia o clube por
dentro e por fora. Eu conhecia as pessoas e conhecia Borden, que era a coisa mais
importante de tudo, e era familiar para mim.
- Eu conheço um cara quente, - ela cantou. - E você amará totalmente ele. Ele é
tão engraçado e quente. Eu mencionei isso já?
- Tudo bem, - eu disse antes que meu cérebro pudesse me parar com a sua
besteira lógica, porque os cérebros eram superestimados. - Eu vou deixar você saber
a resposta do imbecil amanhã.
Quão bem isso iria era dependente do humor em que ele estivesse.
*
- Que porra você está olhando, boneca?
Sua voz me assustou e pulei na minha cadeira que girou em sua direção.
Ele olhou para suas mãos e depois para mim. - Eu tenho todos os meus
dedos. Sem lepra aqui. Então, por que porra você está me olhando tanto?
Senti-me dura como uma vara. Abri a boca e depois a fechei novamente.
Claro que estava confortável em torno dele, mas isso só aconteceu porque
tínhamos caído em uma rotina. Nós não falamos tanto assim. Eu o conhecia
principalmente através da observação, e não através da comunicação, e essas eram
duas coisas muito diferentes.
Ele piscou e, em seguida, olhou para mim como se eu fosse uma idiota. - O quê?
Depois de alguns momentos espreitei para ele. Ele ainda estava olhando para
mim. Olhando fixamente com as sobrancelhas franzidas e sua boca entreaberta. Um
olhar "que porra" ainda acompanhava seu rosto.
- Você tem algo preso na sua bunda, Lynne? - Ele perguntou com toda a
seriedade.
Lambi meus lábios e fiz uma pausa. Porque agora seus olhos estavam em meus
lábios e seu rosto ficou estranho. Ele virou-se por um segundo e, em seguida, de
volta para mim. E meus lábios.
Fora de mim de nervosismo, fui lambendo os meus lábios mais uma vez...
- Pare de lamber seus lábios agora. - Seus olhos escurecidos com suas palavras.
Meu peito se apertou com a tensão em sua voz enquanto ele considerava minha
boca como se fosse a coisa mais interessante que ele já tinha visto.
- Minha amiga quer vir para o clube hoje à noite. - eu soltei sem pensar, caso
contrário, estaríamos aqui o dia todo.
- Ela... Nós queremos saber se poderíamos ter alguns passes VIP... - Limpei a
garganta e desajeitadamente passei a mão pelo meu cabelo. Então espalhei meu
cabelo para que ele o bloqueasse de ver meu perfil.
Ele ficou em silêncio por um minuto. Literalmente foi um minuto. Não como
uma forma exagerada de um minuto, quando as pessoas dizem que eles tomaram
um minuto... Eu realmente olhei para o relógio e vi que marcou um inteiro maldito
minuto.
- Eu não vou morder você, pelo amor de Deus, - disse ele, exasperado. - Olhe
para mim agora.
Girei minha cadeira para ele novamente e lentamente olhei-o. Ele estava
vestindo roupas casuais hoje: camisa cinza, calça preta, sem relógio, sem cabelo
escorregadio, apenas o normal Sr. Borden com seu cabelo despenteado. Eu gostava
dele dessa maneira, porque geralmente estava descontraído quando vinha trabalhar
vestido casualmente. Ele ainda fazia meu coração pular, mais do que quando ele me
beijou, e só de pensar sobre isso me fazia pensar por que ele nunca fez isso
novamente.
- Venha aqui.
Meu rosto aqueceu, e tentei agir normal, na verdade, eu fiz, mas sabia que
estava falhando miseravelmente.
- Você realmente quer esses passes VIP? - Ele perguntou em voz baixa.
Ele trouxe sua caneta para o seu rosto pensativo e bateu-a contra o canto da
boca.
- Dois beijos em vez de um. - ele finalmente disse. - Um de cada lado. Agora.
Era só isso? Ha! Ganho. Bicando-o na bochecha cinco vezes por semana era um
ritual e impessoal. Eu nem sequer hesitei em fazê-lo mais, não importava o quão
pouco profissional era.
Eu fui para o lado dele e inclinei-me para seu rosto. Seus olhos seguiram os
meus quando me abaixei e ele não fez isso. Ele nunca me viu beijar. Ele estava
geralmente concentrado em outra coisa, nunca em mim.
Virei-me rapidamente e corri para trás em minha cadeira. Mantive meu rosto
virado para que ele não pudesse ver quão fora de classe eu estava.
- Todas mulheres?
Silêncio.
- Diga a Graeme que você quer seus nomes na lista. - ele então disse, sem
rodeios. - Tantas pessoas quanto você quiser.
De minha visão periférica, o assisti voltar aos seus documentos, uma carranca
profunda em seu rosto como se estivesse insatisfeito com alguma coisa, e eu sabia o
que esse algo era. Eu estava muito em negação para reconhecer que tínhamos
desenvolvido uma amizade. Sua companhia era a norma para mim. Ao vê-lo todos
os dias no trabalho era uma garantia. Ele tinha se tornado uma parte vital da minha
vida se eu gostasse de admitir ou não.
Como era minha culpa que eu não sabia que o nome do Mustache Man era
Graeme? Não era como se estivéssemos na base do primeiro nome. Nossa união não
foi preenchida com ele dizendo 'Ei, eu a segui porque um louco, porra lunático me paga
para isso. Eu tenho esse bigode realmente distinguível, não é? Oh, e chamo-me Graeme!'
Mas eu disse a Graeme, ainda estou o chamando de Mustache Man, e lhe dei os
nomes após Blythe me mandar uma mensagem com eles.
Uma vez em casa me arrumei com o melhor de minhas habilidades. Desde que
estava fazendo mais neste trabalho, tinha espaço no meu orçamento para
roupas. Comprei algumas roupas de escritório no início, para apaziguar o Sr.
Borden, em seguida, um vestido aqui e ali. O único que escolhi era um minivestido
branco sem mangas que mostrava um monte de perna, mas encobria os peitos
apenas o certo. Eu paguei sessenta dólares por ele. Para uma menina pobre, sessenta
dólares em um minivestido era equivalente a possuir a tiara da rainha Elizabeth.
Eu não tinha nenhuma intenção de beber ou conversar com esse cara sobre
quem Blythe tinha falado. Enquanto tinha sido mais de um ano desde que tinha
fodido, e às vezes estava arranhando as paredes como uma gata no cio, tinha bom
senso suficiente para não pular na cama com qualquer um.
Não podia acreditar quão contente eu estava! Tudo se sentia diferente para mim
ultimamente. A falta de estresse, as preocupações com as finanças fazia-me sentir
como se os grilhões da pobreza houvessem sido arrancados de mim. enquanto ainda
tinha o orçamento para as necessidades e as contas, não estava nem perto de onde
tinha estado antes de Borden forçadamente me recrutar.
Quem sabia que algo brilhante viria nesse tempo escuro da minha vida?
Depois de desligar as luzes e colocar meus sapatos brancos, corri para fora do
apartamento, esperando que isso não terminasse hoje à noite com um homem
asfixiado em um beco.
Dezoito
Borden
Emma não parecia como uma menina que festejava. Na verdade, eu sabia que
ela era uma eremita em seu pequeno apartamento, onde sentava em seu sofá a noite
toda e só assistia programas estúpidos.
Mas não.
Hoje à noite, a pequena Srta. Emma Lynne Warne queria festa na sala VIP, com
um cara que sentou perigosamente perto dela e estava observando seus peitos mais
do que o seu rosto.
Borden cerrou os dentes e fungou. Que seja. Se isso é o que ela queria fazer,
então, era a sua porra de escolha.
Ele estava com raiva. Sempre essa raiva que ele não podia esfriar. Tinha sido
um tempo desde que ele tinha encontrado uma liberação para isso. Ninguém pisaria
no pé de Borden! E estava realmente começando a irritá-lo. O que havia de errado
com esta cidade? Era tão difícil para alguém apenas agitar o ninho e tirá-lo deste
tédio perpétuo?
Borden estava seguindo o Sr. Titty-Eyes11 para o banheiro por que... Porque ele
estava entediado! Isto é tudo.
- Você gosta daquela garota com quem você está sentado? - Perguntou Borden
com um sorriso simpático em seu rosto (não havia tal coisa como um sorriso
simpático no rosto de Borden, mas Titty-Eyes não precisava saber isso).
Cristo, este era o tipo de cara por quem Emma se interessava? Alto, corpo
magro, com cabelo gelificado em direções ridículas e... Eram jeans skinny nesse filho
da puta? Um homem... Um homem em jeans skinny?
Não, ela não estava porra. - Sim? Puta merda. Ela é atraente, não é?
11
Ele o chama de Titty-Eyes porque ele estava olhando para os peitos dela em vez do rosto. Significa: Olhos nas Tetas.
- Porra, ela é mesmo. Eu vou destruir essa boceta.
Borden ficou tenso. Oh, seria tão fácil arrastar esse filho da puta a uma sala e
bater esses jeans skinny fora dele.
- Bem, isso é foda fantástico para você, cara. - Borden sorriu enquanto Titty-
Eyes foi passar por ele. - Exceto, - acrescentou, estendendo o braço, de repente
parando o cara. - que a garota atraente, a boceta que você quer destruir... É minha.
Oh, essa era a sua parte favorita de ser quem ele era. O encolhimento dos
ombros, o alargamento dos olhos, a oscilação dos joelhos e o tremor dos lábios,
esse era o resultado comum de ficar frente a frente com ele.
- E mesmo que ela não fosse minha, você teria simplesmente olhado para ela
como uma foda para esta noite?
Ele continuou a sacudir a cabeça. - Não, não! Eu não teria feito qualquer coisa.
Titty-Eyes fez imediatamente o que foi dito, tirando uma carteira e chaves do
carro. Borden pegou ambos dele, colocando as chaves no balcão antes de abrir sua
carteira de couro preta, que tinha crânios nela.
- Não planejando transar com ela esta noite, Jake? - Borden perguntou irritado.
- N-Não!
- Por que você tem luvas de pau em sua carteira, pequeno homem?
- Oh, cara, não tinha ideia. Eu juro. Juro por, porra, Deus, Sr. Borden! Eu não
tinha ideia! Por favor! Por favor, não me machuque! Por favor!
Emma
Suspirei.
Enquanto não desfrutava tanto da companhia Jake, era melhor do que estar
sozinha. Porque estar sozinha para os caras significava dar-lhe atenção que você não
queria.
- Bem... Você poderia se soltar se bebesse. Você está um pouco tensa, querida.
Em seguida, ela desapareceu com seu cara, e de repente toda a coisa do clube
não era muito mais divertida. Talvez fosse porque eu era a única sóbria lá. Havia
muito barulho, muita tagarelice, e apesar de estarmos em uma sala VIP elegante,
havia muitas pessoas.
- Minhas intenções eram foder seus miolos e sinto muito por meus pensamentos
decadentes, - ele disse de repente, e as palavras soavam mecânicas. - Estou indo para
casa sem você porque sou um idiota sujo em jeans skinny.
Mas o que...
Meu queixo caiu no chão. Não podia mover-me por uma eternidade. Isso foi
aleatório e... E estranho. Percebi que suas intenções não eram nobres, mas por que
sair e dizer isso? Pressionei meus lábios e balancei a cabeça em
desgosto. Homens! Quero dizer, ele não se importava como eu iria chegar em casa
esta noite? No mínimo, não o incomodou que fiquei por minha conta?
Inacreditável.
A voz familiar me puxou para fora dos meus pensamentos fodidos e olhei para
Borden passivamente. De onde diabos ele saiu?
Ele ficou na frente da mesa com as mãos nos bolsos de suas calças. Usava uma
camisa branca de botões, em cima de seus grandes braços fortes, e tive que me
lembrar de olhar para o rosto e longe de seus músculos. O cara era um tanque de
sangue.
Ele ficou ali por alguns segundos, debatendo o que ofereci, e eu estava perto de
me sentir boba, até que ele deslizou no assento ao meu lado. Seus ombros escovaram
contra o meu e seu cheiro único me envolveu. Ele vagamente olhava ao redor da
sala e vi como as cores das luzes de espectro lavaram sobre o rosto. Observei seu
perfil perfeito, do jeito que ele lambeu o fundo do lábio, e como o movimento de sua
cabeça fez um pouco de seu cabelo castanho cair uns centímetros sobre sua testa.
Marcus Borden, Emma. Esse é o fodido Marcus Borden. Não algum cara quente
aleatório.
Ele puxou esse isqueiro Zippo novamente e circulou em uma de suas mãos.
- Então, eu estou sentado, - disse ele, piscando os olhos azuis para mim. - E
agora?
- Sim.
Ele concordou, e, felizmente, ele não pressionou por mais informações. Fiquei
muito grata com isso. Falar sobre isso teria sido um assassino sério.
- Onde estão seus amigos? Você disse que estava vindo com um grupo.
- Blythe decolou com um cara, e o cara com quem estava sentada apenas...
Deixou-me. - Eu ainda estava chocada e confusa com a saída abrupta de Jake.
- Deixou você? - Borden ergueu as sobrancelhas. - Por que diabos ele faria isso?
- Não, - eu admiti com um sorriso tímido. - mas ele era uma companhia e não
sou boa em torno de multidões.
Por que estava dizendo isso a Borden, eu não tinha ideia. Mas ele estava
fazendo aquela coisa normal novamente e não iria ser um idiota intimidante que
exibia seu poder ao redor. Realmente gostei deste lado dele. Fez-me acreditar que
ele era tão intelectual como me permiti acreditar. Borden era um mistério, e eu
estava certa que ele queria permanecer assim para todos ao seu redor. Ele queria
distância e ainda assim parecia perdê-la quando estava perto de mim. Não fazia
sentido para mim por que ele não iria apenas me afastar, me demitir, e deixar-me
viver minha própria vida se eu estava trazendo esse lado dele.
Eu vejo as cores quando estou perto de você. Essas palavras passaram por mim
novamente, como elas às vezes, muitas vezes fizeram, e ficaria feliz em pedir-lhe
para explicar isso para mim. Mas desde que estou no escritório, todos esses lados
lascivos que ele tinha, na sua maior parte, desapareceram.
Ele moveu os olhos sobre cada centímetro do meu rosto e, em seguida, desviou
o olhar.
- Você está linda esta noite. - ele disse de repente, quase demasiado baixo.
Eu tentei conter minha surpresa com o seu elogio. Ele nunca tinha me
elogiado. Era sempre algum tipo de crítica. Como vermelho não combina comigo, ou
como minha camisa de escritório era folgada, e apenas na semana passada, ele
disse "O que há com esse clipe de penas em seu cabelo? Parece ridículo. Você é um
pássaro? Você não é um pássaro do caralho. Tire-o." Quando tirei meu clipe de cabelo,
ele jogou no lixo e balançou a cabeça como se eu tivesse perdido a cabeça.
- Bem, esse pequeno lenço branco combina com você. - ele respondeu, olhando
para o meu vestido com demasiada concentração.
- Lenço?
Eu ri levemente.
Mordi o fundo do lábio para não sorrir como uma idiota. - Por que apenas uma
vez por semana e não todos os dias se você gosta tanto?
- Porque eu só posso lidar com uma pequena amostra de você. Você mostra
mais e vou exigir o bolo inteiro, porra.
- Todo o bolo?
Eu balancei a cabeça.
- Eu sei Borden.
Antes que respondesse, senti seus dedos escovarem contra mim e olhei para o
lado da minha coxa nua onde sua mão estava. Meu coração acelerou com esse gesto
aleatório. O Borden casual se foi há muito tempo, e ele estava de volta em sua
viagem de poder.
Mas tem sido tanto tempo desde que ele me tocou, e tinha pensado nisso todos
os dias, quase ansiando por isso. O barulho em torno de nós já não me
incomodava. Eu estava muito envolvida na presença deste homem que não via
ninguém além de nós, muito atenta aos dedos formigando na minha pele, dando-me
arrepios. Meu coração estava indo a um milhão de quilômetros por hora e só sabia
que nada de bom ia vir disso.
- Você sempre pensa sobre o nosso beijo? - Suas palavras quebraram através dos
meus pensamentos como um acidente. - sempre pensa em como é bom sentir?
Eu pressionei meus lábios com força, sem saber o quanto queria admitir.
- Às vezes.
- Como você acha que teria sido Emma? Quando você sonha sobre isso, estou
indo para baixo em você? Lambendo sua vagina antes de empurrar o meu pau
dentro de você? Ou já vou abrindo suas pernas amplas em uma mesa e
mergulhando dentro de sua boceta molhada, com seus braços ao redor do meu
pescoço?
Santa foda.
Fui privada de oxigênio. Olhei em seus olhos, cada centímetro de mim tão
quente quando essas imagens inundaram minha mente, quando ele as falou.
Ele correu os dentes sobre o seu lábio lentamente. - Direto ao ponto. Eu gosto
disso, Emma.
- Você tinha a intenção de foder essa noite? - Ele então perguntou. - É por isso
que você usou este vestido?
Ele estava muito sério com essa pergunta. Senti-me contorcer e depois me odiei
por permitir ele ter esse efeito sobre mim! Não era justo. Por que não estava
devolvendo o favor? O homem tinha um ponto óbvio suave por mim, e se ele estava
indo para irritar-me propositadamente, então por que não fazer o mesmo?
- Tem sido tanto tempo, que você está tão desesperada para transar com um
homem desengonçado e magro em um jeans skinny?
Oh, Deus.
Foi ele. Ele foi responsável por assustar Jake para longe.
Seus dedos deixaram abruptamente a minha perna. Agora ele estava com
raiva.
- Sim.
- Não. Você acha que é difícil ficar longe de seus músculos? Mustache Man é
uma droga no que faz...
De repente, ele segurou meu queixo e forçou meu rosto para olhar para ele. Seu
aperto era duro, mas não doloroso. Olhei em seus olhos tempestuosos. O exterior
passivo que ele tinha tentado com tanta força conter estava quebrado, e ele estava
fervendo. Todo o meu corpo tornou-se vivo e adrenalina passou por mim
novamente. Eu estava mortificada de mim mesma por sentir-me... animada.
- Você nunca minta para mim de novo, - ele rosnou. - Não havia ninguém na
semana passada, e não havia ninguém nas semanas antes disso. Tem sido um tempo
muito longo desde que você foi tocada por outro homem, assim pare de me
sacanear, Emma. Sou eu, e só eu.
Ele se inclinou para frente até que seu nariz estava quase tocando o meu. Seus
olhos olharam profundamente nos meus e meu coração apertou dolorosamente
quando ele suavemente acrescentou: - E ninguém vai tocar você também. Você
entendeu?
- Está tudo bem, - eu protestei com um aceno de cabeça. - Vou ligar para
Graeme...
- Isso não foi uma oferta do caralho, Emma. Estou dizendo a você que estou te
levando para casa. Levante-se e vamos embora.
Sua voz era dura e aquele brilho assustador sombreava seus olhos enquanto me
esperava responder. Eventualmente assenti. Ele não pararia até que conseguisse o
que queria.
Felizmente, ele manteve a distância à medida que se arrastou para fora de lá.
Foi a minha primeira vez em uma Ferrari. Tentei não agir tão animada, mas
estava arrebentando pelas costuras internas. Senti-me um pouco estranha, porque a
unidade de apartamentos havia estado silenciosa. Fugi com os meus pensamentos,
sentindo coisas que não deveria. Tipo segura. Essa era à última coisa que este
homem estava dando-me e me deixava irritada.
Eu não tentei não olhar para ele, mas era como com a vovó. Só tinha que
rudemente encarar. Eu estava imune às suas punições, então não me preocupava em
ser pega de boca aberta. Ele me pegou olhando o tempo todo. Após cerca da sexta
vez suas sobrancelhas subiram em exasperação.
- Gueto, hein?
Pensei por um momento. Era uma área um pouco infeliz, vou dar isso a ele. Um
monte de gangues se escondia lá e eles não eram muito bem-vindos também. Eles
não tinham me incomodado pessoalmente, e eram mais afiliados com trocas de
drogas do que as meninas, por isso não era tão ruim assim.
Bem, isso foi uma escavação clara para ele. Nada como ser outra pessoa pobre com
um chip em seu ombro, Emma!
- Eu não era até muito mais tarde na vida. - ele me corrigiu. - Eu tive o meu
quinhão de pobreza antes de sair da cidade. Já estive em lugares que fazem seu
apartamento parecer como um sonho.
- Eu nunca soube disso, - eu disse. - Quero dizer, ninguém nunca disse nada
sobre isso.
- Oh.
- Longe daqui.
- Foi assustador?
Ele ficou um pouco tenso, disparando seus pensamentos por trás de seus
olhos. - Sim, - ele verdadeiramente respondeu. - Foi.
Merda.
Saímos e fomos para as portas de entrada do prédio. Ele tinha a mão envolta na
minha cintura, como se me marcasse na frente dos homens. Eles ouviram os nossos
passos e se viraram para olhar para nós. Seus olhos vagaram sobre o meu corpo e
assobiaram baixinho. Eu corei e mantive meus olhos atraídos para o pavimento. Eles
não disseram nada, mas peguei Borden olhando para eles.
Abri a porta e entrei. Ele seguiu-me muito de perto por trás. No elevador, ele
olhou para as paredes e teto em desgosto puro e cheio de grafites.
- Isso é apenas triste, - ele murmurou. - Quanto você está pagando o aluguel
todos os meses por este buraco?
- Vamos apenas dizer que a maior parte do meu salário antes de você me
contratar. - eu respondi incapaz de esconder meu sorriso.
Nós chegamos ao meu andar e fomos até o meu apartamento. Parei na minha
porta e estava prestes a dizer alguma coisa quando a porta ao lado entrou em
erupção, gritaria e a televisão rugiram do outro lado. Ele olhou na direção que o
barulho estava vindo.
Eu sorri. - Nada de errado com um pouco de ruído branco, certo?
Ele ficou imóvel na minha frente, como se estivesse à espera de outra coisa.
Ele olhou nos meus olhos e, em seguida, sobre a minha cabeça e no meu
apartamento. Levou-me apenas um segundo para perceber quais eram suas
intenções.
- Você pode ir agora. - eu disse, não tendo certeza de que outra maneira poderia
espantá-lo embora.
Oh, caramba.
- Então porque você não tem o controle da situação, você sente como se pudesse
me empurrar e tentar persuadir-me a deixá-lo entrar em minha privacidade? E não
se atreva a me ameaçar, também, porque você já esgotou cada coisa maldita com que
pudesse me ameaçar...
Quando não respondi, ele se inclinou para frente, chegando ao meu nível,
apoiando as mãos contra cada lado da porta de modo que ele estava um passo longe
do meu rosto atordoado.
- Eu não estive com uma mulher há bastante tempo. Estou limpo como um
apito, e tenho um monte de dinheiro. Algumas grandes notas na minha mão aqui se
você quiser. Não estou pedindo por qualquer outra coisa. Podemos mantê-lo
estritamente profissional. Não tenho um problema em dar-lhe dinheiro em troca
de...
- Você está louco? - Interrompi duramente. Eu queria gritar com ele, mas mordi
a língua. - Eu não sou uma prostituta!
- Você está jogando o dinheiro na minha cara assim você pode dormir comigo?
- Eu preferia comer fezes de ratos a aceitar pagamento para jogar fora a minha
dignidade com um homem horrível como você.
- Vá embora, Borden.
Meu último pensamento foi: oh foda, antes que ele desse um passo para frente e
esmagasse seus lábios contra os meus.
Dezenove
Emma
Eu nunca tinha sido beijada assim antes. Nem mesmo na última vez com ele em
relação a isso. Ainda era considerado beijo quando se sente como se estivesse sendo
devorada?
Ele tinha gosto de menta e frutas e tudo do sexo masculino. Senti sua parte
inferior do corpo empurrando contra a minha, prendendo-me nele, e o cume duro
em suas calças contra o meu estômago.
Aquelas mãos moveram-se pelo meu corpo, levemente sobre meus seios e, em
seguida, duramente em torno de meus quadris, espremendo-os antes de viajar
abaixo, nas minhas coxas. Todo o tempo, ele me beijou e mal se separou para
respirar. Sua língua se chocou com a minha e seus dentes mordiscaram meu lábio
inferior. Eu respirei erraticamente abrindo em sua boca enquanto suas mãos
puxaram meu vestido mais acima nas minhas coxas. Senti o ar frio na minha pele
exposta e, em seguida, suas mãos quentes na parte de trás das minhas coxas.
Ele lambeu os lábios e me olhou através dos olhos encapuzados. Ele apertou
mais difícil em mim de novo, fechei os olhos brevemente e soltei um gemido. Oh,
tinha sido há tanto tempo. Tão. Droga. Por muito tempo desde que senti o calor de
outro homem.
Mas isso não era apenas outro homem. Ele era um predador que gritava força e
poder e de bom grado me rendi à sensação dele. Ele respirou duramente contra
mim, lambendo seu caminho ao longo da minha mandíbula antes de se afastar
novamente.
Confusa, abri meus olhos e examinei seu rosto. Em uma nuvem de luxúria, não
conseguia entender o que isso significava. Ele estava ofegante contra mim, me
segurando sem esforço, e olhando para mim como se estivesse em necessidade
desesperada de algo.
Sob a luz fraca vi sua bochecha corar, e, de repente, ocorreu-me o que ele
queria.
Não, não, não. Isso seria um assassino sério de libido. Não queria dar um tapa
nele! Bem, quero dizer, queria esbofeteá-lo, mas não por razões de prazer e não neste
exato segundo. Minha hesitação era óbvia. Ele se inclinou e lambeu os lábios de
novo e apressadamente tentei beijá-lo, a necessidade de sentir mais dele, mas ele se
afastou antes de meus lábios encontrarem os seus.
Eu lhe dei um tapa. Mais duro do que antes. O mesmo olhar perplexo cruzou
seu rosto. Sua ereção intensificou contra mim e eu estava... Confusa, e excitada como
o inferno, mas tão confusa.
Eu vi seu rosto corar ainda mais e seu peito arfava para cima e para baixo mais
rápido. Ele estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Ele envolveu sua
mão ao redor do meu cabelo novamente, puxando-o rudemente contra o meu couro
cabeludo antes de mergulhar de volta na minha boca. Eu balancei em sua aderência
com a necessidade de fricção contra a minha pélvis, e ele me apaziguou com uma
moagem grosseira. Eu envolvi um braço em volta do seu pescoço para mantê-lo
mais perto de mim.
- Você gosta de uma vida difícil, não é? - Ele murmurou, sugando meu lábio.
- Não? - Ele sussurrou antes de puxar meu cabelo novamente, tirando outro
silvo e um gemido. - Seu corpo diz o contrário.
Puxando meu cabelo, ele inclinou a cabeça para cima para que a boca tivesse
livre acesso a minha garganta. Ele sugou ao longo da minha pele e um pouco
duramente, fazendo-me suspirar e gemer novamente. Meus dedos cavaram em sua
volta, e ele gemeu e mordeu-me mais difícil antes de lamber as marcas.
Ele moeu em mim outra vez, e então eu estava com tanto maldito tesão, que
meu corpo inteiro estava tenso e minhas pernas dolorosamente enroladas em torno
de seus quadris.
- Estou trabalhando para isso. - ele respondeu, levemente esfregando sua ereção
contra mim.
Eu balancei, e com uma mão agarrei suas costas, rasgando a pele e cavando
nele, e com a outra, eu puxava seu cabelo, tentando forçá-lo a mover a boca para a
minha. Quando ele finalmente cedeu, eu não perdi tempo antes de atingi-lo no rosto
novamente. Ele rosnou, e seus olhos sensuais me procurando mais do que antes,
quando me beijou, possuindo minha boca, capturando a minha língua até que
nossos lábios estavam moldados em conjunto.
Éramos uma bola de suor quando ele finalmente decidiu empurrar-me fora da
parede e se mover para trás. Sua mão agarrou na parte de trás do meu vestido,
rapidamente puxando o zíper para baixo, enquanto eu trabalhava meu caminho
através dos botões de sua camisa, tirando-a dele.
- Porra, sim. - ele resmungou, com as mãos trabalhando seu caminho até as
minhas pernas, enquanto olhava para o meu corpo seminu esparramado diante
dele. Ele estava de pé na beira da cama, queimando minha pele com seu olhar,
parecendo confuso com seu cabelo despenteado e seu torso nu. Eu balancei
agradavelmente com a forma como ele olhou para mim, a mesma excitação aquecida
no rosto como se isso fosse inteiramente novo para ele.
E talvez fosse. Talvez Borden nunca tivesse sido atingido antes e eu gostei. O
que quer que fosse a razão, eu estava satisfeita porque seu pênis estava duro e cheio,
lutando contra suas calças. Eu o queria fora. Eu queria ver o quão grande ele era. Eu
queria saber como o sentiria completo dentro de mim. Não queria nada mais do que
ter prazer. Era uma necessidade egoísta que tornou ainda mais emocionante porque
estava vindo dele, um homem perigoso que estava me tratando como se eu não
fosse feita de maldito vidro.
Ele se inclinou sobre mim sem subir na cama, e descansou um braço ao lado da
minha cabeça. Ele capturou meu lábio inferior com a boca, sugando mais duro do
que antes. Contorci-me debaixo dele quando o soltou e trabalhou sua boca pelo meu
corpo. Ele não era suave sobre isso. Levemente mordeu minha garganta e abaixo, a
clavícula, deixando para trás formigamentos com o ar frio. Ele agarrou meus seios
através do sutiã e apertou enquanto continuava sua caminhada pelo meu estômago
e meu osso pélvico. Em seguida, ele se afastou e agarrou minha mão, me puxando
para cima a fim de que eu estivesse em pé na frente dele.
- Saia fora disso. - ele murmurou, olhando para cada centímetro de mim. -
Agora fique de joelhos e desafivele meu cinto.
Eu estava com um tesão do inferno, é claro que queria que ele me fodesse.
- Sim.
Então fui para baixo em meus joelhos e avancei meu caminho em direção a ele,
olhando para o tronco maciço, em seus músculos rígidos ondulantes e tatuagens
antes de encontrar seus olhos pesados. Ele parecia delicioso.
Cautelosamente, eu soltei o cinto e abri o zíper dele, e então parei e olhei-o. Ele
não disse uma palavra, como se me deixando decidir se queria ir mais longe. E é
claro que eu queria. Este homem tinha um ego sem fim e admito, queria ver o seu
pacote.
Puxei para baixo sua cueca e seu pau saltou livre. Calor correu através de mim
no visual.
- Você é perfurado.
Naquele momento, eu realmente amei sua boca vulgar. Minha língua saiu e
avidamente lambeu a cabeça de seu eixo. Ele fechou os olhos e inalou
acentuadamente, um olhar de prazer aquecendo suas feições. Nunca o tinha visto
com aquele olhar antes. Ele geralmente era ambos, pensativo e solene, nunca
exposto assim. Senti meu interior apertar justo quando a minha necessidade
disparou.
O que eu apreciei.
Oh, meu Deus. Meus olhos estavam rolando para o fundo da minha cabeça, eu
estava tão molhada e pronta. Senti-o inclinar-se em cima de mim, sua respiração
fazendo cócegas no meu ouvido. Sua voz quebrou o silêncio tenso.
- Você sabe quão dolorida vai estar de manhã? Você vai se lembrar de que já
estive aqui. Você está indo ficar dolorida e lembrar o quão profundo meu pau foi
enterrado dentro de você.
Puta merda.
A sensação era boa, mas era esmagadora demais. Tentei afastar, mas mantive
Borden comigo ainda quando ele aliviou, dentro e fora, mais rapidamente com cada
impulso. A amante tranquila que eu sempre tinha sido desintegrou-se em uma
nuvem de fumaça. Agora eu estava ansiosamente tentando afastar-me quando cada
impulso para dentro me fez gemer de prazer e dor.
O termo foda tinha tomado uma nova definição para mim. Isso era cru, primal e
todo venenoso quando se tratava de sexo. Não havia nenhuma conexão
íntima. Apenas as batidas de seu pênis dentro de mim e meu corpo traindo-me com
a sensação disso, apesar de saber que não era normal. Parei afastando-me quando
senti o pico de algo bom vindo. E cada vez que ele chegou mais perto, ele puxava
completamente fora de mim e me mantinha a espera por segundos a fio, até que o
sentimento morresse e eu gritasse em frustração.
- Não... - eu soluçava.
Meus joelhos doeram, minhas costas estavam apertadas com a tensão, e assim
por diante ele passou, movendo-se dentro e fora de mim. Ele me puniu com o ritmo
áspero de fricção do seu piercing contra o que eu sabia que era o meu ponto G. Eram
como ondas batendo contra mim, e não havia nada que pudesse fazer, além de
montá-la.
Era tão bom.
Eu fechei os olhos e gritei, mordendo seu dedo e fazendo-o gemer junto comigo,
quando a onda de êxtase explodiu através de mim. Senti vagamente o gosto de
cobre na minha língua enquanto o mordi.
Ele empurrou mais duro dentro de mim, esse dedo indicador reunindo os
outros em torno de minha garganta. Momentos mais tarde, ele se acalmou, xingando
no ar pouco antes de gozar. Eu senti seu pau estremecer dentro de mim. Seu rosto
caiu para a parte de trás da minha cabeça enquanto cavalgava a sua própria onda.
- Puta merda, - ele xingou, E seu corpo tremeu em cima de mim. - Foda santa.
Senti alguns outros empurrões de seu pênis antes dele sair de mim e desabar ao
meu lado. Finalmente capaz de me mover, descansei no meu lado, de frente para ele
e vi seu peito ir para cima e para baixo. Todo seu corpo acometido de suor; seu
cabelo estava úmido, caindo sobre a testa. Ele parecia completamente fodido.
Eu queria pensar. Fui bem sucedida por cerca de um minuto antes dos sons da
nossa respiração diminuir e não haver nada além de silêncio no quarto. Era
insuportavelmente difícil, e fui deixada para meus pensamentos.
Que porra eu tinha acabado de fazer? Agora que a excitação estava tão morta
quanto às vítimas do passado de Borden, senti-me mal e suja. Isso não era eu! Isso
nunca tinha sido eu! Eu nunca o quis desta forma.
Ou quis?
Na parte de trás da minha mente, quantas vezes quis saber como seria? Quantas
vezes tinha fantasiado sobre as mãos percorrendo meu corpo, me fodendo em
submissão, porque sabia que ele era um filho da puta dominante?
Oh, Deus.
Ele olhou para mim, e ainda havia luxúria lá em seus olhos. Então ele se
inclinou para mim, e pulei quando sua mão foi para o meu rosto. Ele congelou com
a reação, as sobrancelhas se unindo.
Eu não respondi, mas meu corpo estava tremendo. Senti-me tão doente.
- Seu?
- Emma?
Eu fiquei tensa, incapaz de segurá-los juntos por mais tempo.
- Por favor, vá. - eu disse em voz baixa, o desespero escorrendo para fora da
minha voz.
Eu o senti agitar-se ao meu lado. Ele se sentou e olhou para mim, mas eu não
podia olhar para trás. Eu não sabia se cruzei a linha, dizendo-lhe para ir, então
esperei ansiosamente por sua reação.
Para meu alívio, ele saiu da cama e se levantou. Eu não queria assistir a este
hulk maciço de um homem se vestir. Virei-me e enterrei meu rosto no
travesseiro. Eu escutei o som dele se vestindo e, em seguida, o zíper de suas calças.
- Se alguém perguntar, - disse a voz fria atrás de mim. - Eu estive aqui à noite
inteira.
Arranquei meus saltos, saltei da cama e corri para o banheiro com uma mão em
concha sob a minha vagina, dor. Sentei-me no banheiro e limpei o pouquinho de
sangue que estava escorrendo para fora de mim. Meu corpo inteiro sacudiu na dor
primal, e chorei com uma mão sobre meu rosto, olhando para baixo
vergonhosamente no meu estado nu, dolorida e sangrando.
Agora olhe para mim. Estava sangrando graças a um pau perfurado que
pertencia a um homem que, odiava admitir, movia meu corpo como um deus do
sexo.
Borden
Esse sangue em sua bochecha. Merda, isso era a cópia exata naquele beco há
nove anos, mas apenas uma versão mais velha, mais quente.
Borden dirigia pela estrada longe de seu prédio de forma imprudente. Ele não
se importava com quão rápido estava indo. Ele só precisava fugir. Sua cabeça estava
todos os tipos de desarrumada depois disso. O que mais o deixava irritado era a
estranha sensação que brotou no segundo que ele tinha terminado dentro dela...
Era o sentimento de culpa. Ele a tinha tratado como uma prostituta. Peguei-a ao
esquecimento sem dar uma merda sobre suas necessidades. Ela não estava
preparada para isso. Francamente, nem ele estava. Pela primeira vez em sempre, ele
perdeu o controle e pegou-a do jeito que sempre fantasiou.
Ele cruzou a linha. Não havia como voltar e não podia desfazer seus erros. Mas
o rosto de Kate lhe perseguia e ele acabou virando fora da estrada e para a pista de
emergência. Ele esfregou ambas as mãos sobre o rosto e tentou fazer com que esse
sentimento irritante, nojento de culpa saísse dele.
Foda-se esse sentimento. Ele não fez nada de errado! Ele consolou-se assim uma
e outra vez. Ela queria. Ela implorou. Inferno, ela gozou também. Não foi tudo tome,
tome, tome.
Ele não sabia quanto tempo ficou lá com aquele sentimento apodrecido dentro
dele. Se Kate ainda estivesse viva, o que ela diria a ele? Ela teria rasgado suas bolas
fora dele e em seguida, teria lhe perguntado se ele estava orgulhoso de si mesmo
pelo que se tornou.
Não. Ele não estava orgulhoso. Odiava seu passado, e ele tornou-se de alguma
forma, emaranhado em seu ser, sem vontade de ir embora para que ele pudesse
avançar. Mas desde que conheceu esse foguete, toda a sua vida parecia ainda mais
suportável. Foi como... Como se ele tivesse sentindo um propósito mais uma vez. E
talvez ele estivesse sendo um buceta pensando ao longo destas linhas, mas o
propósito foi o que o levou de volta a este lugar tempos atrás. Quando isso foi
arrancado dele, ele vivia em seu túmulo sem emoção e fez o que era melhor:
Controlar. Não havia nada em torno dele sobre o qual não tinha poder, e talvez isso
tivesse barateado a emoção depois de tanto tempo.
Borden foi muito áspero, ele decidiu. Um jeito muito áspero sobre ela. Um jeito
muito insensível para ela. Ela teria sido tratada melhor pelo imbecil de jeans
skinny...
Ele parou esse pensamento imediatamente. Irritou-o demais. Ela era sua. Do
momento em que ela abriu a boca para ele naquele jantar, ela tinha assinado sua
sentença.
Não.
Não, na verdade. Desde o momento em que ela puxou o canivete para ele em
um beco. Tinha sido apenas uma questão de tempo antes que ela voltasse a sua vida,
quando o destino tinha decidido que era tempo. Nunca se sentira tão bem ou mais
vivo desde antes de levá-la em seu escritório. E enquanto ele lamentou a forma
como a tratava, ela ainda parecia fantástica. O tipo de fantástica que você poderia
ficar viciado.
E foi o que os prejudicou mais. Porque ele sabia que, no fundo, não poderia
realmente tê-la.
Era o meio da manhã e ele não tinha aparecido no escritório. Isto era tão
diferente dele. Ele geralmente já teria me atormentado neste momento. Eu não fingi
que os acontecimentos da noite de sexta não tinham mudado tudo, mas certamente
não achei que teria mudado para ele também. Na verdade, esperava que ele
estivesse aqui sendo espertinho, fazendo observações egoístas sobre o nosso tempo
juntos.
Talvez ele tenha se arrependido tanto quanto eu. Seria bom se ele fizesse. Isso
seria... Foda-se, por que ele iria se arrepender? Eu fui ruim de cama? Era por isso
que ele não queria estar em torno de mim, porque o repeli e arruinei todo fascínio
que tinha por mim?
Eu nunca tinha sentido o poder sobre um homem antes, mas ele o abandonou
naquele momento, permitindo-me tê-lo por razões de prazer. Eu cheguei à
conclusão de que não lamento o nosso tempo juntos. A tensão tinha sido espessa
entre nós por um tempo agora. Esse era o tipo de liberação que ambos
precisávamos.
"Você vai se lembrar de que eu estive aqui. Você vai ser ferida e lembrar o quão profundo
meu pau esteve enterrado dentro de você." Trabalho bem feito, imbecil.
Olhei para a cadeira vazia ao meu lado. Ele deveria estar aqui há muito tempo.
Entrou no escritório em um terno, o que significava que ele tinha feito negócios
durante todo o dia. Não havia sanduíche de presunto e queijo com ele para mim. Ele
não tinha um pirulito na boca. Nem sequer olhou em minha direção.
De repente, senti como se uma nuvem negra estivesse pairando sobre toda a
sala.
Eu precisava discutir o que aconteceu entre nós. Eu precisava dizer a ele que
não me arrependo, e que chutá-lo para fora foi um erro.
Engoli em seco, surpresa com seu tom. Ele nunca tinha falado comigo assim
antes.
- Hum...
- Sobre sexta-feira.
- Bem, não.
- O seu emprego?
- Não.
- Isso é o que você queria, não era? - Ele atirou de volta. - Então, você tem isso,
Senhorita Warne. Volte para o seu trabalho e só fale comigo, se tiver algo
informativo a dizer.
Mentirosa.
Era tão difícil tentar parecer normal, tentar fazer o trabalho, quando minha
mente estava em outra parte o tempo inteiro. Eu estava consciente de seus
movimentos, de sua presença aquecida maldita cada segundo que sentei lá ao lado
dele. Sem pensar, meus olhos desviaram para seus dedos, e vi a marca vermelha que
eu tinha deixado em seu indicador. Marcas de mordidas profundas que fizeram a
minha frequência cardíaca disparar ainda mais e meu sexo apertar
deliciosamente. Isso era uma prova de quão distante nós tínhamos ido, e agora me
senti como se estivesse a um milhão de quilômetros de distância.
- Olhe para o seu trabalho, Senhorita Warne. - ele mordeu fora sem olhar para
cima.
Com o rosto vermelho, virei-me e parei de olhar para ele diretamente. Parte de
mim estava com raiva, a outra parte confusa. Eu assisti o tic tac do relógio, pedindo
que o tempo se apressasse para que eu pudesse ir para casa e gritar feio.
- Você se importa se eu sair e pegar algo para comer? - Consegui por para
fora. Eu estava esperando por ele durante todo o dia, passei em linha reta através do
almoço, e porque ele não tinha me dado um sanduíche como de costume, meu
estômago estava rodando com fome.
- Sua hora de almoço foi há duas horas, - ele cortou para trás. - Se você não
obteve algo então, você desperdiçou seu próprio tempo.
- Nesse caso, posso pensar em uns seis banheiros que precisam de limpeza, se
você realmente não tem mais nada a fazer.
Se eu não pudesse sair para comer, em seguida, a comida estava saindo para
mim.
A porta se abriu e um dos seus homens, Gerry, veio caminhando trazendo dois
sacos de comida.
- Tenho uma entrega de comida, Sr. Borden. - disse ele, parando em frente de
sua mesa de pé.
. - Para quem?
Gerry abriu o saco e tirou um dos recipientes Tupperware e leu o nome no topo.
A mandíbula de Borden cerrou e, lentamente, ele se virou para mim, seu rosto
sombrio. Ignorando-o, levantei a minha mão até Gerry e disse: - Oh, isso é para
mim. Obrigada, Gerry.
Ele colocou os dois sacos para baixo na minha mesa e saiu da sala. Eu podia
sentir o olhar de Borden enquanto abria os sacos e removia os recipientes. Havia dez
deles, e cobri a minha mesa com a gigante festa cara, um sorriso de contentamento
no meu rosto.
Ele não respondeu. Eu tinha certeza que ele estava se contorcendo com um caso
de raiva, e amei isso. Eu comi enquanto trabalhava, o tempo todo o ignorando
enquanto ele me observava tomar uma mordida de tudo.
- Eu vou sair e pegar algo para beber. - eu disse a ele depois de ter acabado. - A
menos que não seja... não seja permitido.
Olhei para ele com expectativa, e vi as rodas girando em seu cérebro. Se ele não
me permitisse isso, eu porra daria um jeito novamente. Talvez comprasse uma
máquina de venda automática e a colocasse no maldito escritório.
Eu fiz, e depois que eu tive algo para beber, fui ao banheiro e levei um longo
tempo escovando os dentes e andando para a sala. Praticamente, fiz o que pude para
provar a ele que sempre encontrava um caminho para fora de seus arreios, e ele não
estava feliz com isso.
A animosidade na sala era tão palpável depois disso, senti-me nervosa através
da minha fachada. Eu estava fazendo essa coisa toda, porque estava machucada, e
não queria ser pisada. No entanto, fiquei em silêncio, ciente de que poderia estar
fazendo mais danos entre nós, e a última coisa que queria era que ele me odiasse. O
pensamento me perturbou tanto, que me encontrei agitada, à procura de maneiras
para reparar a ponte, mas falhando em quão inacessível ele estava.
Quando era hora de ir, não poderia estar mais aliviada. Comecei a guardar as
minhas coisas. Estava lenta, sem saber como o beijo em sua bochecha estava indo
para acontecer. Levantei-me, sem jeito de virar em sua direção. Minhas mãos
estavam suadas, eu não sabia o que fazer. Ir para ele? Deixá-lo? Com seu terrível
comportamento, decidi que era melhor apenas ir.
Eu respirei mais difícil, e cada parte de mim estava viva em agitação. A mesma
sensação emocionante quando ele me beijou antes emergiu, e eu silenciosamente
pedi para ele fazer isso. Para trazer-me de volta à boca e me devastar.
Ele me puxou para ele rapidamente, tomando a minha boca contra a sua. Eu
afundei dentro dele, sugando seus lábios e língua, sentindo-me como uma viciada
em crack tendo um barato. Ele me beijou com tal profundidade, que estava perdida
para ele, incapaz de pensar ou raciocinar.
Então...
RIP!
Nós dois estávamos ofegantes, e junto com a aceleração dos meus batimentos
cardíacos, eram os únicos sons que ouvi na sala... Até que a cabeça de seu pau
escovou contra a minha entrada, e gemi baixo na minha garganta.
- Só me fode, Borden.
Fiz uma pausa, e então empurrei contra sua mão ainda ao redor do meu
pescoço e lhe dei um tapa em seu bochecha.
E a fome.
Ele não parou de se mover dentro de mim, mas sua mão foi até meu pescoço,
puxando um pedaço do meu cabelo. Ele se inclinou sobre mim, sua boca quente
contornando ao longo da minha pele, chupando e mordendo meu ombro, pescoço e
boca.
Então ele olhou para mim, e vi a vulnerabilidade em seus olhos quando ele
chegou à borda e voou por cima, parando abruptamente dentro de mim quando
gozou. O prazer tomou conta de suas características, e vi claramente na luz, quando
ele sussurrou. - Santa foda, santa foda, santa foda.
Eu não entendia por que, mas meu toque passou de áspero para suave. Corri
meus dedos levemente por seu cabelo quando ele gozou, tomando o controle de sua
respiração. Eu estava tentada a abraçá-lo para mim e mantê-lo lá, mesmo muito
tempo depois nós estávamos conscientes do que tínhamos feito, apenas para que
pudéssemos confrontar a nossa estranha relação.
Isso não estava acabando.
Meio sem jeito, ele saiu de cima de mim, e fora de mim, e afivelou seu cinto,
seus olhos pela primeira vez evitando os meus. Sentei-me, um pouco tonta e
vacilante, e ele me firmou com uma mão no meu braço, ajudando-me para fora da
mesa. Eu empurrei minha saia para baixo no lugar e abotoei minha blusa, o tempo
todo o observando hesitar ao redor. Ele parecia genuinamente fora de si, pegando os
papéis, ajeitando esse monitor que de alguma forma caiu no chão, embora não
conseguisse lembrar-me quando, no meio de nossa foda tinha acontecido.
Em silêncio, o ajudei a arrumar. Nós dois vimos o fio dental rasgado, ao mesmo
tempo, e ele hesitou por um momento antes de se abaixar e pegar. Fui para chegar a
ele, mas ele empurrou-o no bolso sem uma palavra e continuou a limpeza.
Oh, meu Deus, isso tinha sido requintado. Outro golpe de raiva e explosão de
mente.
Em seguida, ele caiu em sua cadeira, parecendo nada como o confiante irritado
Borden que eu conhecia. Ele olhou para sua mesa, e eu não podia lê-lo, não podia
saber no que ele estava pensando. Mas eu tinha uma sensação de que ele queria ficar
sozinho. Peguei minha bolsa e virei-me para ele. Sem pensar, inclinei-me para baixo
e levemente escovei meus lábios contra sua bochecha.
Eu escapei da sala logo após, não corajosa o suficiente para ver sua reação.
Borden
Eu estava fodido.
Como? Como ele tinha deixado chegar até aqui? Ele não podia dizer não para
ela. A pequena gata de rua de alguma forma derrubou suas defesas, por uma vez,
fazendo-o sentir-se impotente.
Borden ainda podia sentir o cheiro do sexo no ar uma hora depois que ela
saiu. Ainda podia sentir o cheiro de seu fodido spray corporal de maracujá com o
qual ela encharcou-se. Ainda podia sentir seus lábios decadentes contra os
dele. Podia sentir a dor em brasa que ela deixou em seu rosto depois que lhe deu um
tapa.
Ela era fodidamente perfeita, e esse era o maldito problema. Ele não queria que
ela fosse perfeita. Maldito inferno, Kate era a única pessoa que deveria ser perfeita
para ele, e mesmo assim Emma substituiu sua ideia de perfeição sem ele mesmo
perceber.
Ele sempre disse a si mesmo que nunca seguiria em frente. Isso seria um grave
insulto para Kate. Ela era a única que poderia ter possuído seu coração. Fodido
inferno, depois de sua morte, ele não foi feito para ter alguém mais. No entanto, ele
sentiu uma dor ali, e mais cores à tona. Cores, porra, por toda parte com essa boneca
de cabelos pretos ao redor.
O pânico se estabeleceu.
Ele não podia perder-se com outra mulher novamente. Ele nunca iria sobreviver
à dor se algo acontecesse. Ele sentiria a culpa, e a culpa iria fisicamente matá-lo.
- Por que eu sinto que há algo que você não está me dizendo? - vovó perguntou
depois de puxar o rolo de linguiça para fora do forno.
Olhei para cima do meu mud cake12 para ela. Eu podia decidir jogar de muda,
ou poderia simplesmente dizer-lhe a verdade e enfrentar seu desprezo.
- Você não é você mesma. - disse ela. - Você recuou em seu velho escudo, das
experiências do passado, eu sei que nem sempre é uma coisa boa.
Eu suspirei, afastando o prato. Eu olhei para o prato por vários momentos antes
de murmurar: - Você sabe que eu estou em outro emprego?
Outro suspiro longo, mais alguns momentos. - Estou trabalhando para Marcus
Borden.
Seus lábios se separaram e seus braços caíram para os lados. - Você não está
falando sério, Emma.
12
Mud Cake - traduzindo literalmente bolo de chocolate de lama, é macio, úmido, saboroso e irresistível. Não necessita de calda
nem de recheio, é fácil e rápido de fazer. Uma cobertura de ganache é a combinação perfeita desta delícia.
Ugh. Os olhos julgadores seguiram os meus. Eu desviei o olhar, encolhendo
porque ela estava tão feliz de ouvir sobre o novo emprego. Agora não significava
nada.
- Não.
- Você tem marcas em todo o corpo, Emma. Não pense que não notei.
Como diabos ela notou aquilo? Eu tentei encobri-los. Eles não estavam ruins,
embora. Apenas leves hematomas ao redor dos meus ombros, e marcas de mordida
no meu peito e até o meu pescoço. Eu os tinha coberto com maquiagem antes de
vir. Talvez a maldita iluminação os mostrasse.
- Esses que não são... - Fiz uma pausa, procurando as palavras certas sem
parecer uma vadia louca. - Ele não me machucou, ok? Apenas confie em mim.
Para ser mais específica: Ele não me machucou de uma forma ruim.
- Sim, você fez, mas ele não é nada como você fez parecer.
- Você precisa demitir-se, Emma. O mais rapidamente possível antes que ele
coloque suas garras em você.
As garras já estavam em meu coração. - Isso não é o que está acontecendo, vovó.
Ela soltou um suspiro, sacudindo a cabeça. - Será que isso tem a ver com como
ele se parece? Ele é lindo, eu sei disso, mas aparência não é o que conta...
- Não, ele não é, e aprendi isto com o Joel. Lembra-se dele? O cara com quem
você me juntou? Ele era louco.
Foi difícil ser firme com ela sobre isso. Sabia que ela estava ali com boas
intenções, mas não estava preparada para me dizer para parar. Porque abandonar o
vício, significava desistir de Borden e não poderia fazer isso. Eu só esperava que ela
deixasse o assunto ir, antes de eu deixar uma patética admissão sair.
- Eu espero que você saiba o que está fazendo. - ela me disse simplesmente, sua
voz tão agitada quanto ela estava.
- Eu faço.
Ela não parecia convencida. - Sua mãe disse a mesma coisa sobre o seu pai, e
olha o que aconteceu. Ele quebrou sua alma e a rasgou até que ela estava tão
ameaçada por ele, que ela o matou. Os homens podem trazer para fora o pior em
nós, Emma.
Eu fiquei tensa, como se ela tivesse me sacudido. Não havia palavras para
isso. Eu só a olhava, com os olhos arregalados. Ela nunca falou de sua filha, da
minha mãe. Era um tema que tinha silenciosamente enterrado anos atrás. Ela se
afastou de mim pela próxima hora em que estive lá. Ela mal disse uma palavra. Em
vez disso, se levantou e terminou os rolos. Ela embalou-os e me deu os recipientes
Tupperware, o tempo todo, seus olhos evitando os meus.
- Eu vou para cama. - ela me disse, escovando levemente a mão sobre minha
bochecha antes de se afastar. - Você cuide de si mesma, Emma.
Ela saiu para o quarto e caminhei uma curta distância até o carro do Mustache
Man, o tempo todo me sentindo um lixo. Lamentei dizer a ela. Eu poderia ter
mentido e fingido que tudo estava bem. Ela nunca deveria saber sobre Borden, então
nunca me daria aquele olhar de decepção.
- Cheira bem. - Mustache Man disse depois que eu escalei para dentro do carro.
Minha boca caiu quando me virei para olhar para ele. - Realmente? Nenhuma
em tudo?
- Em seu apartamento. Ele não sonharia em fazer isso no trabalho se é isso que
você está pensando. Borden sempre foi profissional em seu escritório, com sua
cabeça no jogo em todos os momentos. As mulheres não têm realmente feito
qualquer coisa por ele desde...
Nós conversamos levemente sobre outras coisas depois disso. Ele me deixou no
meu apartamento, e tomei um banho.
- Bem, Denny tem falado de fechar o restaurante. Ele não está fazendo o
suficiente e está em uma carga fodida de dívida. Eu já comecei a aplicar para outros
trabalhos, mas... Eu não sei, e nada está aparecendo.
- Sim, mas ela não está com pressa. Diz que seu namorado feliz disse a ela para
flutuar por um tempo, até que algo venha à tona. Francamente, disse a ela que não
deveria depender da palavra de um cara.
Eu fiz uma careta. - Por quê? Nem todos os caras são terríveis, Blythe.
Ela fez uma pausa na outra extremidade, e, em seguida disse: - É mesmo? Você
costumava ir sobre ser solteira e como isso é grande, e agora mudou sua
música? Diga-me como isso aconteceu.
Conversamos um pouco mais de tempo antes que ela tivesse que ir. Eu
naveguei na internet por um tempo, exaustivamente pesquisando sobre
Borden. Meu corpo enfraquecido por suas fotos, e me perguntava como diabos tinha
ido de odiar o homem até me sentir assim por ele.
Eu olhei para ele, esperando-o fazer uma piada, pedir-me para sentar, ou
alguma coisa. Mas ele apenas olhou, esperando.
- Hum, o quê?
- Faça-o, Emma.
- É assim que você quer jogar? Tentando me mostrar que você ainda tem um
osso apreensivo em seu corpo? Nós passamos muito desse ponto, boneca. Fique
sobre a porra dos seus joelhos.
- Eu não sou esse tipo de garota, - eu respondi, fazendo valer a força em meu
tom. - Eu não ficarei de joelhos para alguém só porque ele me diz para fazer.
Eu deveria ter ficado ofendida e irritada, sim, mais irritada do que ofendida,
realmente. Mas eu sabia o que é ser tomada por ele, e foi requintado... E viciante.
Além disso, eu tinha descido a meus malditos joelhos na primeira vez que ele
me levou. Isso não era tão diferente.
Ele não se repetiu, mas vi a demanda em seus olhos enquanto ele continuava a
me observar com este debate interno. Só que eu estava lutando contra o
inevitável. Ele teve o seu caminho, e não porque iria forçá-lo, mas porque eu
acabaria por sucumbir ao desejo de ser possuída por ele. Era uma corrida,
disparando com adrenalina cada terminação nervosa.
O ouvi ficar de pé e dar alguns passos, e quando arrisquei um olhar, ele estava
encostado na escrivaninha, os braços cruzados sobre o peito largo, o movimento
salientando seus bíceps protuberantes. Ele pareceu intimidante e de dar água na
boca de uma só vez, e senti uma labareda de fogo no poço da minha barriga.
Jesus, ele estava obcecado com empurrar-me para fora da minha zona de
conforto?
Hesitei novamente, uma parte profunda de mim consternada com a ideia de ter
que realmente seguir em meus joelhos e mãos. Soltei um suspiro e, sem pensar,
comecei a mover-me lentamente em sua direção. Eu podia sentir a queimadura de
seu olhar sobre mim, sobre o movimento dos meus quadris e ombros.
Imaginei o que devia parecer para ele, esse corpo pequeno vestido para
impressionar, cabelo acima, preto encaracolado caindo e que moldam um rosto
mestiço em forma de coração, rastejando em linha reta para um homem com mais
do que o dobro do seu tamanho. Estranhamente, me senti sexy e desejada. Seu
desejo por mim estava escrito por todo seu rosto e era esse olhar que só me dava
força para continuar.
Eu parei na sua frente e lentamente olhei para cima. Ele deixou cair os braços
para os lados, descansando uma mão no topo da minha cabeça.
De joelhos, minhas mãos voaram para sua calça jeans, ansiosa em meus
movimentos. Desabotoei e puxei o zíper para baixo, olhando para os seus pesados
olhos ardentes enquanto me observava fixamente. Ele não precisava dar-me mais
instruções. Puxei sua cueca para baixo e passei a mão em torno de seu comprimento,
lentamente acariciando-o. Ele já estava duro quando o levei na minha boca. Sua mão
entrou no meu cabelo, e seu corpo ficou tenso. Um suave grito gutural escapou de
seus lábios enquanto eu o chupava. A labareda de fogo dentro de mim explodiu em
chamas, e apertei minhas coxas juntas, em busca de algum tipo de alívio para o
pulsar que senti lá.
Eu tomei meu tempo o saboreando, lambendo uma trilha para cima e para
baixo do seu eixo. Ele revirou os quadris, empurrando-se dentro e fora da minha
boca, apertando duro no meu cabelo enquanto ele estremeceu acima de mim. Ele
estava impossivelmente grosso quando me empurrou, me segurando trinta
centímetros de distância de seu pênis, olhando para baixo para mim em uma névoa
de desejo e os lábios pressionados.
- Sim. - eu respondi.
Ele me empurrou para frente novamente, e abri minha boca para trazê-lo de
volta para dentro, mas ele agarrou seu pênis antes de eu chegar lá e empurrou a
cabeça dele entre meus lábios. Ele bombeou algumas vezes, sua respiração ficando
mais pesada, e então puxou para fora, batendo seu pau contra a minha bochecha,
molhando-a.
Uma lambida longa e suave ao longo do meu sexo. Era quase demais. Eu
balancei, gemendo. Minhas mãos apertaram contra a mesa quando ele fez isso de
novo e de novo, me torturando com sua boca incrível. Esse foi o sexo oral mais
intenso da minha vida. Mudou-se deliberadamente lento, a um ritmo que
intensificou o sentimento. Tão experientemente, ele tirou meu prazer, sugando no
momento certo e com o tipo certo de pressão.
- Você quer gozar? - Ele perguntou com sua voz perigosamente baixa.
Porque tanto quanto amava a ideia de gozar contra sua boca, queria ainda mais
gozar em torno de seu pau. Ele não perdeu tempo em pé, me posicionando contra
ele. Agarrando minhas coxas, ele se enfiou dentro de mim. Eu agarrei a aspereza, e
depois moí minha bunda contra ele. Ele rosnou em prazer e dirigiu-se dentro e fora
de mim, duro e rápido, enchendo-me, alongando-me, até que estava louca de dor e
prazer.
- Coloque seus braços atrás das costas. - ele pediu, com a voz rouca.
Quando fiz, ele agarrou os meus pulsos em sua mão grande, me fodendo duro
enquanto ele os prendia fortemente. A outra segurou minha bunda, e também fez
perder-me na minha busca por prazer, que não percebi o que ele faria sobre isso até
que aconteceu.
SLAP! Bem na minha bunda, fazendo meu sexo apertar mais apertado em torno
de seu pênis e dirigir mais gemidos febris de mim. A dor e o prazer se
transformaram, quando ele fez isso de novo, e o choque virou-se para
antecipação. Cada batida me levou para mais perto da fuga doce, e assim, quando
estava prestes a chegar ao pico, ele me puxou para fora da mesa, pressionando
minhas costas contra seu peito e esfregou o meu clitóris, enviando-me em linha
reta. Minha cabeça caiu para trás por cima do ombro e gritei. Ele abrandou para eu
sentir o prazer em toda a sua intensidade, e então ele chupou a minha garganta,
empurrando bruscamente apenas uma vez, duas vezes dentro de mim antes de
parar e gozar duro, amaldiçoando como sempre fazia.
Não houve constrangimento depois que ele saiu de mim neste momento. Ele
afastou meu cabelo de lado e arrumou a minha saia. Quando me virei para ele, ele
olhou para mim de uma forma que me deixou sem fôlego.
Olhando em seus sérios olhos azuis, ignorei o aviso em cima deles e assenti.
- Ok.
Sexo com ele tinha crescido para algo diferente. Toda vez que ele me levou, algo
cresceu entre nós. Ele não quis reconhecê-lo, e pensei que estava na minha cabeça,
mas seus olhos falaram de um calor que foi reservado exclusivamente para mim, e
floresci para ele.
Eu deixei um homem mau entrar em meu coração, e não queria que o homem
mau o deixasse.
Vinte e dois
Borden
- Você continue olhando para mim assim, e vou transar com você novamente.
Seu rosto corou e ela voltou sorrindo para seu computador. Borden sorriu
também porque ela era contagiante. Ela ainda parecia uma confusão completa. A
palavra fodida parecia adequada a sua gata de rua.
Ele não tinha se cansado nem uma vez. Era desconcertante. Sua curiosidade só
cresceu, sua necessidade intensificada também, e ele estava se encontrando
desesperadamente impotente em sua companhia. Ele gostou da sensação dela em
torno dele. Seu corpo aquecia cada vez que ela gentilmente alisava os dedos sobre
seu cabelo depois que ele a fodia asperamente.
- Eu não tenho certeza que você pode ir para mais uma rodada depois de todo
esse esforço extenuante. - ela murmurou, digitando em seu teclado como se estivesse
ocupada. Mas ela não estava fodidamente ocupada.
- E quem você acha que vai querer se meter comigo, gata? Não há uma única
pessoa que não possa comprar.
- Cínico.
- Eu não tenho ideia do que você está falando, - foi sua resposta atrevida. - E de
qualquer maneira, quando nós iremos levar o nosso caso para fora do
escritório? Imagine-se me espalhando em uma cama gigante. Tantas coisas que
podemos fazer nesse ambiente.
- Tentador.
- Faça-o então.
Talvez.
Havia muito a considerar em ser aberto com ela fora do escritório. Ele já tinha
errado em transar com ela em seu lugar. Chamou de um momento de fraqueza,
embora ele tivesse que admitir que as imagens dela nua em toda a sua cama king-
size era além de atraente.
- Só isso? - Ela disse, suas sobrancelhas subiram. - Você vai considerar isso? Eu
não sei quanto tempo posso tomar ser dobrada sobre sua mesa. Não que não goste,
mas porra, Borden, não sou uma acrobata.
Ela se levantou e moveu-se até ele. Ele pegou-a pelos quadris e a colocou sobre
seu colo, subindo seu vestido.
- Está vendo? Eu não estou fazendo nada. Por que você é sempre tão difícil?
- Poder?
- Infância de merda.
- Você cresceu no meu lado dos trilhos. Não há necessidade de elaborar mais.
- Pensei que sua avó tivesse lhe dado uma boa vida.
- Bem, aquilo me bagunçou bastante, e não era uma garota muito boa.
- Meus pais me expulsaram aos quinze anos. Não posso dizer que deram a
mínima para mim alguma vez, então depois desse abuso, era uma espécie de alívio
estar fora de lá.
Em vez de olhar para ele com simpatia, seus olhos endureceram com raiva.
- Sim.
Ela esperou que ele dissesse mais, mas Borden não tinha falado sobre essa parte
de sua vida desde... Bem, nunca. Nem mesmo com Kate.
- Sim.
- É por isso que eu vendia drogas aos dezesseis anos. Eu não poderia viver nas
ruas de outra forma. Eu era rebelde. Muito fodido. Agarrei-me a algum material
duro, também. Pensava que tomar as drogas iria me ajudar a lidar. Acho que estava
procurando alguma coisa para corrigir quão quebrada minha vida era.
- Sim, elas fizeram. Quando você cresce tão pobre, tão sozinho e isolado, tão
degradado pelas pessoas que são destinadas a amá-lo, quando você é libertado para
o mundo, você encontra maneiras de esquecer tudo isso. Ficando alto funcionava.
Ele não tinha percebido o quão duro ele estava segurando suas coxas até que
olhou para elas. Imediatamente aliviou suas mãos e respirou fundo. Que porra ele
estava fazendo falando sobre essa merda? Não era importante. Era tudo água
debaixo da ponte.
- Eu sei o que você quer dizer. - ela disse simplesmente, e foi isso. Nenhuma
palavra de simpatia, nenhum consolo, só compreensão. Puro e real entendimento
que ele imediatamente sentiu, e era uma sensação agradável, como estar sem peso,
sem essa pressão extra em seu peito.
Porra, essa garota... Ela era algo mais. Ele não conseguia afastar o sentimento
nesse momento. Apenas perfeição. Real perfeição, não o tipo fantasiada.
Ela levemente revirou os quadris contra ele, e sua respiração ficou pesada. Ela
queria mais dele. In-porra-crível.
Ele apertou a sua bunda, pronto para outro rolar de quadril quando a porta do
escritório de repente empurrou aberta. Borden arrancou de sua boca e olhou por
cima do ombro. Hawke entrou em cena, olhando com urgência para ele com uma
careta torcida.
A mão de Borden ainda estava em sua bunda quando ele disse, entre dentes,
com impaciência: - Qual é o problema?
- É um assunto privado.
- Fale.
Emma tentou puxar para trás, mas o aperto de Borden aumentou. Ela não ia a
lugar nenhum. Hawke iria em breve e, em seguida, ele estaria dentro desse mesmo
calor mais uma vez. Evidentemente, ele não estava pensando em linha reta.
- Algum idiota pensou que poderia passar pelos meus homens com uma arma
com ele. - ele murmurou e seus olhos endureceram. - Ele está delirando?
- Ele não está falando. - Hawke respondeu de forma uniforme, lutando contra
sua própria raiva.
- Ele vai falar para mim. - Borden disse calmamente. Era forte, mas ele não
estava disposto a enfurecer-se com Emma no meio. Ela estava começando a
realmente importar para ele, e a última coisa que ele precisava era tê-la chateada
com ele.
- Você vai cuidar dele, então. - Hawke não estava pedindo. Ele já sabia que
Borden faria.
Hawke saiu, e o silêncio varreu a sala. Emma estava olhou para Borden,
questionando.
Borden não olhou para ela quando se sentou em sua cadeira e gentilmente a
moveu. Ele pegou as chaves fora da mesa, exalando.
- Não machucá-lo? Aquele homem estava vindo para me ferir. Se ele tivesse me
encontrado vulnerável, eu estaria comendo uma bala.
- Mas ele foi capturado. Tenho certeza que vai estar assustado agora.
- Não seja ingênua. Eu faço uma dúzia de inimigos por dia. Não posso me dar
ao luxo de deixar um deles ir.
- O que você vai fazer, então?
Ela percorreu suas feições, tentando ver através de sua fachada. - Isso não é
verdade, não é?
- Os que estão no topo são sempre os piores, Emma, - ele simplesmente disse a
ela assim que abriu a porta. - Mas você já sabia disso.
O homem estava em má forma, antes mesmo que eles tivessem batido nele.
Hawke havia entregado a arma a Borden. Era uma arma agradável, um Heckler
e Koch USP 13 , certamente não foi barata. Ele disse a Borden que estava
provavelmente em seus cinquenta anos, com boa saúde, e vestido com um terno
agradável.
13
Pistola semiautomática fabricada pela empresa Heckler & Koch.
De longe, Borden olhou para o homem. Em seu rosto barbudo e cabelo
despenteado emaranhado loiro/cinza. Ele estava de joelhos, com as mãos amarradas
atrás das costas, olhando para o espaço como se já tivesse feito a sua paz. Hawke
entregou a Borden sua arma, e ele foi até onde o homem estava.
Não. Isso não era possível. Certamente ele estava tendo alucinações.
Ele piscou com força, tentando alcançar a realidade. Borden podia ver muito
dela neste homem, isso quer dizer...
O homem riu ironicamente. - Qual é o problema, Marcus? Parece que você viu
um fantasma.
Borden tomou algumas respirações. - Você não deveria ter feito isso, Doug.
- Eu deveria apenas deixá-lo viver, então? Você matou a minha filha. Eu não
acho que deixarei isso ir. Nada vai enterrar o passado. Sempre irá encontrá-lo,
Marcus, e ele vai fazer você pagar.
- Bem, você precisa pagar com seu sangue. Você não merece viver. Você é um
monstro! Minha menina bebê ainda estaria viva se você nunca mais tivesse
voltado! Nossas vidas estão quebradas. Sempre e para sempre!
- E o que uma bala na minha cabeça vai fazer Doug? Torná-lo melhor?
- Talvez. Talvez não. Não me importo tanto. Não posso estar neste mundo
sabendo que você ainda está respirando o mesmo ar que eu quando deveria ser
ela! Eles deveriam ter ido atrás de você! Por que eles não vieram atrás de você?
- Eu não sei.
- E eles mataram minha filha! - Doug gritou em sua raiva, seu rosto pálido
vermelho girando. - Monstros como você, eles a estrangularam e a deixaram como
lixo!
- Eu encontrei os dois homens que tomaram a vida de sua filha, e os fiz sofrer.
- E sobre o meu sofrimento? Ou minha esposa? Você nunca vai aliviar a nossa
dor.
- Você acha que não estou sofrendo muito? - Borden interrompeu, erguendo a
voz. - Você acha que não lamento por sua filha todos os dias? Que não me culpo? Eu
a amava, Sr. Davenoth, e desejava que fosse eu em vez disso. Sei que não mereço
estar aqui, e se pudesse escolher, ela estaria aqui em vez de mim. Eu pegaria o pior
tipo de morte apenas para fazer isso acontecer. Venderia minha alma ao diabo porra,
se ele pudesse fazê-lo acontecer, mas isso nunca vai acontecer, porra, e não posso
mudar o passado não importa quantas vezes me culpe por isso.
Doug não esperou a resposta de Borden. Ele ficou imóvel, seus olhos com
bordas vermelhas. Ele estava vulnerável e quebrado, Borden percebeu, e, na sua ira
pela justiça, ele fez algo que nunca teria feito. Agora ele estava olhando de modo
vazio para a arma na mão de Borden, de repente sóbrio. O aperto de Borden sobre a
arma aumentou e ele balançou. Ele geralmente ficava calmo nestas situações.
Geralmente, não havia nenhum sentimento envolvido. Mas isso foi quando seu
mundo era preto e cinza.
- Sinto muito. - Borden sussurrou para ele, a dor presente em sua voz.
Doug tentou o seu melhor para olhar para ele, mas mesmo sob o ódio cru,
Borden só podia ver a dor. Nunca lhe ocorreu que ele não era a única pessoa
colocando uma fachada, fingindo ao mundo que ele era impenetrável. Doug estava
sofrendo mais do que ele estava. Ele tinha provado apenas um curto ano na vida de
Kate, e mesmo nesse curto espaço de tempo ela tinha deixado uma marca
permanente na sua alma. Mas seu pai... Ele a teve por toda a sua vida.
Ele tinha visto seu bebê se tornar uma mulher. Seu sofrimento era inimaginável,
em comparação com o de Borden.
Eles não eram apenas duas almas irritadas conflitantes. Eram duas almas
sofrendo, e eles reconheceram-se nesse momento. Doug olhou para longe dele e
olhou para o chão sujo, seus ombros levantando para cima e para baixo enquanto ele
soluçava.
- Eu sinto falta dela! - ele gritou sem fôlego. - Eu sinto falta dela, isso é tudo. Eu
só sinto falta dela.
- Sim.
- Eu fico pensando o que eu poderia ter feito de forma diferente. Eu era muito
duro com ela. A reprimia.
Doug continuou tremendo, um homem reduzido a isso era difícil para Borden
assistir.
- Você não pode deixar que isso aconteça novamente, - Doug disse, em
seguida, olhando para ele. - Você não pode.
Ele olhou para o lado e para baixo para o chão. - É por isso que você fez isso,
Doug? Tentou me silenciar porque você acha que vai acontecer de novo?
- Vai. - Doug devolveu. - Acontecerá, Marcus. Você tem muitas pessoas que
querem você morto. Pessoas comuns. Isso vai acontecer.
- Pai de Kate ou não, bêbado ou não, suas intenções eram matar você, - Hawke
retrucou com raiva. - Você não pode deixá-lo respirar mais um minuto.
Uma torção aguda no centro de seu ser começou e ele caiu de joelhos. Agarrou
seu cabelo e puxou-o em frustração antes de arrastar as unhas pelo seu rosto. Mas,
mesmo a dor não removeu a que estava dentro dele. Tudo o que ele via era o rosto
morto de Kate. Ele não conseguia sequer olhar para trás em um momento em que
ela estava sorrindo, não depois de testemunhar seu rosto sorridente olhar para ele
sem vida. Seus dedos cavaram no chão, e seus olhos continuaram a arder com
lágrimas não derramadas. FODA-SE PORRA! Por que ele nunca poderia apenas
chorar por ela? Por que as lágrimas não caiam?
Ele nunca teria visto aquele rosto se não tivesse retornado. Ela teria estado
viva. Doug estava certo. Ele estava fodidamente certo sobre tudo.
- Ele não pode viver, - Hawke disse atrás dele. - Você sabe disso também,
Borden. Todos os homens sabem sobre ele vir aqui. Como eles vão respeitá-lo se
você não colocar este homem no chão por tentar matar o homem mais poderoso em
New Raven?
Borden olhou para o céu, como se estivesse esperando por ele lhe oferecer
respostas para esta situação fodida.
E ele era?
Aqueles que estão no topo são sempre os piores, Emma. Mas você já sabia disso.
Eu estava abalada com as palavras dele. Passei o resto do dia tentando entender
o homem com quem trabalhei por meses. Tentei imaginá-lo como o vilão que ele
retratou ser, e me assustou quando rompi em lágrimas. Porque ele realmente era, e
nenhuma quantidade de humaniza-lo iria mudar isso.
Era uma agonia absoluta. Eu sofri. Seriamente sofri. O escritório parecia tão
vazio. Meu coração sentia-se frio. Eu estava ansiando por ele. O que teria feito ele
simplesmente desaparecer assim? Um dia durante o almoço tentei perguntar a
Hawke onde ele estava, mas o idiota deliberadamente me ignorou, dizendo-me que
não era meu negócio. Nem mesmo Mustache Man se mexeu quando implorei por
alguma informação.
Era apenas uma merda. Senti cada minuto de cada hora passar, e depois fui
para casa, infeliz e confusa com as minhas emoções.
Era só... Eu tinha estado em torno daquele homem sem parar durante semanas
a fio. Ele encheu tanto do meu dia. Não era justo que não desse a mínima para mim,
e eu estava pendurada por um fio, procurando por seu paradeiro, como se
importasse para minha próxima respiração.
Olhei para o relógio, 18h40m. Era meio tarde, mas não estava esperando
ninguém, e certamente não conhecia ninguém neste edifício. Peguei meu canivete da
minha bolsa e deixe a lâmina abrir. Eu cautelosamente caminhei até a porta,
esforçando-me para ouvir os sons.
Borden.
Meus ombros caíram em alívio e meu coração pulou uma batida com sua
voz. Eu rapidamente destranquei a porta. Abrindo-a, o vi ali de pé, jeans e uma
camiseta preta lisa, com os braços contra a porta. Por um breve segundo, senti como
se tivesse sido injetada com a vida novamente. Calor inundou meu sistema e, em
seguida, ele caiu para o outro lado de mim, o lado que questionou por que ficaria
feliz com um homem que não me disse que ia estar ausente por tanto tempo.
Deus, ele cheirava bem. Esse cheiro era a sua assinatura, e eu estava morrendo
por ele durante dias.
- Eu sei.
Eu fiz uma careta em sua voz indiferente. - Por que você não me disse que
estava se afastando?
- Sim, isso importa! Você precisa me dizer, caramba. Onde você estava?
Ele se virou, olhando para mim com a testa franzida. - Por que tenho que lhe
dizer onde eu estava Emma?
- Por que...
- Porque o quê? - Ele apertou e seu rosto escureceu. - Pelo que sei você é minha
empregada e sou seu chefe, e não tenho que lhe dizer merda.
Cruzei os braços, sentindo-me mais irritada do que antes. - Eu não sou apenas
sua empregada e você não é apenas meu chefe.
- Não? - Ele se inclinou para frente, olhando-me duro. - Então o que sou
Emma? Esclareça-me.
- Você é um homem que vem ao meu apartamento, porque você me quer. Caso
contrário, não estaria aqui.
Ele não respondeu. De repente ele estava muito chateado e sob a terrível
iluminação fraca, eu tomei conhecimento das bolsas pretas sob seus olhos. Ele
passou a mão pelo cabelo e de repente mudou-se para frente da porta. Eu
rapidamente fiquei em seu caminho.
- Não, - eu disse a ele. - Não venha e depois decida sair quando você percebe o
que está acontecendo entre nós.
- Mentiroso.
- Você não vai me demitir. - retorqui, olhando para ele com certeza. - Você me
quer e não apenas meu corpo, mas a mim. Admita.
- Você está delirando.
- Bom. Se ser uma idiota significa estar com você, então vou abraçá-lo.
Ele me soltou, olhando para mim como se eu tivesse enlouquecido, mas eu não
tinha. Estava apenas admitindo algo que ambos sabíamos por um longo tempo.
- Então deixei isso ir longe demais. - ele murmurou baixinho, quase para si
mesmo.
- Porque você queria. - eu respondi, apertando-o a admitir isso. - Não aja como
se eu fosse a única louca aqui. Você queria levá-lo longe porque gostou de como é
bom sentir.
Ele não respondeu. Parecia que estava desesperado por uma fuga. Ele olhou por
cima do ombro e na porta e, em seguida, para mim novamente.
- Não vá. - Balancei a cabeça. - Você não é o tipo de homem que corre.
Jesus, o que tinha acontecido com ele? Ele parecia completamente fora de si,
como se sua guarda tivesse caído. E com raiva. Muita fodida raiva.
Eu estava instável e ansiosa. Olhei para a porta por algum tempo, sem vontade
de me mover até que o meu ritmo cardíaco se acalmasse. Então deixei escapar um
suspiro e fui até ele. Eu abri a porta do quarto em silêncio e encontrei-o sentado na
beira da minha cama, no escuro, com os cotovelos em cada joelho, olhando para o
chão. Eu me movi até ele e me ajoelhei na sua frente, olhando em seu rosto sem
expressão, que eu sabia que era uma fachada. Ele estava escondendo suas emoções,
o que ele era tão bom em fazer.
Seus olhos brilharam nos meus. Havia hesitação lá. Ele não estava preparado
para falar, e isso era estranho tudo por conta própria. Eu nunca tinha visto ele
despreparado com praticamente nada.
- Eu não sei o que fazer com você. - ele finalmente murmurou, parecendo
perdido.
Minha mão alcançou seu rosto, e eu acariciava sua bochecha. Ele fechou os
olhos com o meu toque. - Talvez isso seja uma coisa boa. - eu disse.
Ele balançou a cabeça. - Não, não é. Eu não deveria trazer alguém pra perto de
mim.
- Por quê?
Kate.
- Eu estou tão cansado de estar no controle de tudo, - ele continuou com sua voz
cada vez mais dura. - Estou tão cansado de ser desta forma. Doente de estar no
topo. Doente de estar sozinho. Doente de suspirar por uma mulher que sei que vai
se machucar no final.
- Há um monte de gente lá fora que vai tentar prejudicá-la, Emma. Você quer
acabar morta, seu corpo no rio, colocada lá apenas para que eu possa mergulhar e
puxá-la para fora?
- Eu não sou macia, - acrescentei, irritada com a sua dúvida. - Já cuidei de mim
mesma através de um inferno de um lote em minha vida curta, Borden, e a única
pessoa que já chegou até mim é um homem que tem grande prazer em ser um
idiota. No fundo, nós somos o mesmo. Nós viemos do mesmo lugar. Ambos
carregamos cicatrizes semelhantes e temos sofrido. Você não tem o direito de dizer o
contrário.
Ele rasgou longe de meus olhos e baixou a cabeça. Ele correu as duas mãos pelo
seu cabelo, exalando em voz alta. - Eu nunca quis estar nesta posição novamente,
mas não consigo tirar você da minha cabeça do caralho. Eu não posso respirar sem
pensar em você, e eu... Eu sinto culpa por isso.
Seus olhos azuis procuraram os meus, e pela primeira vez, ele parecia
ilegível. Com esse leve sorriso no meu rosto, ele não podia ver que estava sofrendo
no interior. Eu estava apaixonada por ele, e naquele momento, não acho que era
possível que ele sentisse o mesmo que eu.
- Você está certa que é isso que você quer? - Ele perguntou, olhando-me com
cuidado. - Porque eu juro por Deus porra, o segundo que você disser que sim, estou
arrumando suas coisas e levando-a para o meu lugar.
- Eu fiz bem cuidando de mim mesma, você sabe.
- Não gosto disso. Eu não posso me dar ao luxo de escorregar outra vez,
Emma. Se alguém chegar até você... De maneira nenhuma. Preciso ser capaz de ter
domínio sobre você a qualquer momento que precisar. Não posso mais deixar você
ser cuidada apenas por Graeme.
Eu sorri. - Ele mora em seu carro? É por isso que o vejo em todos os lugares?
- Não, mas tenho certeza que ele dorme lá. Ele é protetor com você, você sabe.
- Por quê?
Borden deu de ombros. - Apenas é. Eu não sei. Ele não vai deixar ninguém
tomar o seu lugar, mas eu entendo, porque você é porra viciante, por isso não é
nenhuma surpresa que ele é viciado em olhar para você.
- Não seja obtusa. O segundo que ouvi seu nome, estava em você num piscar de
olhos.
Eu levantei uma sobrancelha questionando. - Por que quando você ouviu meu
nome?
Revirei os olhos. - Desculpa de merda, mas boa tentativa. Então agora fale.
Ele não respondeu por um momento, em silêncio deliberando com ele sobre
algo. Tentei pensar no que meu nome tinha a ver com qualquer coisa, e
absolutamente falhando. Havia zero razão, pelo menos, que eu conhecia.
Lambendo seu lábio lentamente, ele finalmente sussurrou: - Você me disse uma
vez... Ajuda é para os fracos.
Eu fiquei silencio.
O quê?
- Eu não entendo. - eu respondi lentamente, mas lá no fundo, meio que fiz. Meu
cérebro estava fazendo conexões, conexões importantes, agarrando momentos na
minha vida que tinham significado algo para mim.
Ele esperou que reconhecesse, mas simplesmente balancei a cabeça. Não. De
jeito nenhum. Eu precisava ter mais certeza.
- Gata de rua. - eu sussurrei para mim mesma, então apenas outra memória
passou pela minha mente. Eu tinha perguntado com muita frequência porque ele me
chamava assim, e agora...
Que porra é essa que você tem feito toda a noite, gata de rua?
- Foi você? - Eu perguntei, ainda pisando com cuidado, porque poderia ter
estado errada, embora o meu instinto disse-me que não estava.
Ele sorriu suavemente. - Sim, era eu, e você certamente não era uma flor
delicada, não é?
Eu não respondi. Quase não acreditei. Ele parecia em nada com o cara que
imaginei na minha cabeça naquela noite. Ele tinha sido tão escuro, e eu tinha ficado
tão abalada e com medo, nunca tinha tido tempo para ter um bom olhar para o
homem que me salvou.
Quais eram as chances? Era quase impossível pensar que o homem era Marcus
Borden, alguém que sempre conheci de longe e nunca tinha percebido que tinha
roçado em algum momento da minha vida.
- Por que você está chorando? - Ele perguntou suavemente, correndo o dedo na
minha bochecha.
Seu sorriso alcançou os olhos e foi a primeira vez que vi um sorriso tão
verdadeiro sobre ele. - Porque como eu poderia esquecer esses olhos?
Deus, ele não poderia dizer coisas como essa e ainda não ter-me tropeçando em
mim mesma. Meu coração explodiu no meu peito.
Ele pegou meu braço e me puxou para ele, silenciando meus pensamentos com
o toque dos seus lábios. Macio e gentil, ele aprofundou-o, acariciando a minha
língua com a sua. Explorando-me, desemaranhando-me, tudo a partir de um
simples beijo. Ele passou os braços em volta de mim e me puxou para cima da cama,
me deitando de costas. Ele estava metade sobre mim, languidamente provando-me,
enquanto sua mão lentamente se aventurou para o lado do meu corpo.
Não havia nada rude sobre tudo isso. Seus toques leves fizeram meu corpo
mais consciente do que ele estava fazendo, e meu pulso se acelerou. Eu respirei mais
duro contra sua boca, meus punhos cerrados na sua camisa, enquanto sua mão
arrastou ao longo do cós do meu pijama.
Ele se afastou e olhou para mim, seus olhos quentes, cheios de cobiça. Ele me
olhou com cuidado, seus movimentos aceleraram e eu fechei os olhos.
Segurando seu comprimento com uma mão, ele lentamente guiou-se em mim,
este suave olhar eufórico em seu rosto. Ele empurrou para dentro, deslocando-se um
centímetro de cada vez, e eu calei, saboreando o sentimento.
- Você sempre parece tão bem pra caralho. - ele murmurou contra os meus
lábios, escovando-os suavemente enquanto olhava para mim. - Não há caminho
para longe de mim depois disso, Emma. Sim?
Eu balancei a cabeça. Eu sabia o que ele não estava dizendo em voz alta. Ele ia
fazer amor comigo, e depois disso, meu destino estava selado. Eu pertenço a
Marcus, e isso não me incomodava em nada. Porque ele também pertencia a mim.
Ele empurrou dentro e fora, movendo os quadris em movimentos circulares e
os movimentos esfregaram contra meu clitóris inchado, enviando faíscas deliciosas
diretamente através de mim. Ele enterrou o rosto entre meu ombro e pescoço, sua
respiração quente fazendo cócegas na minha pele, quando ele enterrou-se dentro de
mim, gemendo cada vez que me enchia.
Segurei-o com força, cravando minhas unhas em sua bunda, quando explodi,
tremendo debaixo dele. Ele levantou a cabeça e olhou para mim, com o rosto
radiante com admiração e prazer. Ainda movendo-se com ternura, o assisti se
desmanchar, e o beijei, engolindo seus gemidos quando ele gozou dentro de mim.
Depois, ele deitou a cabeça no meu peito, e acariciei seus cabelos. Ele me
segurou como se eu fosse sua âncora, esse aperto que enviou pequenos choques
direto ao meu coração.
Eu não sei como percebi isso então, mas eu senti. Ele queria o amor de uma
mulher. Afinal de contas, foi por que ele voltou para esta cidade em primeiro
lugar. Para amar e ser amado.
E enquanto ele ainda era um mistério em muitos aspectos, e ainda havia muitas
questões remanescentes em torno de nós, eu estava disposta a esperar por respostas
para cada uma delas. Nenhuma delas sequer importava para mim neste momento.
E, pela primeira vez, ele chegou com a mão para ela e passou os dedos em torno
de seu braço. Ele quase se sentiu feliz. Finalmente está acabado, ele poderia seguir
em frente e colocar Kate para descansar. Ele sorriu, pegando seu rosto em suas mãos
e virando-o para ele. Mas o que ele viu em vez o sacudiu. Ele cambaleou para trás,
os olhos bem abertos, com o coração batendo mais duro dentro de seu peito.
Suas sobrancelhas se juntaram, e uma sensação ruim invadiu seu interior. A dor
voltou mais feroz do que antes, apertando ao redor de seu pescoço como um laço,
até que ele estava ofegante.
Eram marrons.
Isso não era real. Ele disse a si mesmo uma e outra vez, mas ele não podia olhar
para longe dela. Ele não conseguia acreditar que isso não era realidade. Sentia como
se fosse. A dor era muito real, muito fresca.
Com a mão trêmula, ele afastou os fios de cabelo sobre o rosto de Emma e olhou
para ela. Ela estava respirando. Ela estava bem. Ela estava...
Ele sentou-se e correu as duas mãos sobre seu cabelo. Isso parecia tão real. Ele
pensou que era real. Ele cobriu o rosto com as palmas das mãos e focou em sua
respiração. Ele respirou fundo, dizendo a si mesmo uma e outra vez, que era a porra
de um pesadelo. Nada mais.
– Sim. - ele sussurrou. Ele tinha isso. O futuro era brilhante com ela nele. Ele
não era um vazio negro e cinza. Ele não sentia apenas raiva e dor.
Seu telefone.
Pensei que deixei claro para nunca trazer outra pessoa perto de você
novamente. Nós vamos levá-la, Sr. Borden, e você nunca irá me encontrar. Você só
vai pensar que você fez. Mas sou fumaça. Disperso e desapareço. Você não pode me
encontrar.
Fim do Livro Um