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R. J. Lewis - 01 Borden

O documento conta a história de Kate, uma professora que é sequestrada por Marcus Borden. Ela é levada para um porão onde encontra com o irmão de Marcus. Ele quer saber mais sobre a relação de Kate e Marcus. Kate começa a contar como conheceu Marcus pela primeira vez há cinco anos em uma festa da faculdade.

Enviado por

Layanne Mol
Direitos autorais
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R. J. Lewis - 01 Borden

O documento conta a história de Kate, uma professora que é sequestrada por Marcus Borden. Ela é levada para um porão onde encontra com o irmão de Marcus. Ele quer saber mais sobre a relação de Kate e Marcus. Kate começa a contar como conheceu Marcus pela primeira vez há cinco anos em uma festa da faculdade.

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Disponibilizado: Lizzie

Tradução: Equipe 05
Pré-Revisão: Equipe 05
Revisão Inicial: Faby
Revisão Final: Aline e Gi
Leitura Final: Eliza
BORDEN
Marcus Borden sempre foi usado para o poder e o controle. Depois de uma vida
cheia de crimes em um bairro ruim, Borden deixa sua cidade natal, para voltar
quatro anos depois, misteriosamente rico e irreconhecível, e com uma mulher
em sua mente.

A mulher que ele nunca vai ter.

Sofrendo por sua perda devastadora, e cheio de raiva e culpa, o mundo de


Borden fica escuro.

Como uma mulher ferozmente independente, Emma Warne sabe tudo sobre uma
vida dura. Tendo mantido a si mesma por quase toda a sua vida, a última coisa
que ela espera é ser empurrada para o mundo do infame criminoso Marcus
Borden, o homem perigoso que toda a cidade tem medo e odeia. Mas quanto mais
ela o afasta, mais ele volta, tomando conta de sua vida e despindo-a de seu
controle no qual ela se agarra desesperadamente.
Parte Um: Marcus e Kate
Um
Kate

Engraçado o que acontece quando você sabe que está indo para sua morte.

A sua vida de repente parece estar a um milhão de milhas de distância em uma


realidade separada. Eu não conseguia me lembrar de nomes ou lugares mais. Não
conseguia me lembrar de porcaria nenhuma quando o medo invadiu cada átomo do
meu ser, forçando-me no lugar.

Minhas mãos estavam amarradas firmemente nas minhas costas, hesitante, eu


respirava nas paredes úmidas do porão em que tinha sido jogada há apenas um dia
atrás. Tudo era preto. Eu tinha percorrido o pequeno espaço por horas e horas, em
busca de uma saída, mas não havia nada além de superfícies duras e silêncio.

Deus, o silêncio assassinava tudo por conta própria.

Eu parei de lutar por uma saída há horas atrás, quando a esperança em que
tinha agarrado acabou por desaparecer no vazio. Comecei a aceitar meu
destino. Eles iam me matar. Não sei como, mas neste momento não me importava.

Parei de chorar também.

Agora estava apenas olhando para o chão, sem ver nada, somente
preto. Escuridão em todos os lugares. Senti-me resignada a este preto. Queria que
isso me levasse e me consumisse para que eu parasse de rezar por luz.

Parei de pensar sobre o meu pai e como ele iria lidar com a perda de sua única
filha. Parei de pensar na minha mãe, e como seus sonhos de mim andando pelo
corredor, vestida de branco, morreriam ausentes. Parei de pensar em meus amigos,
os falsos e os verdadeiros, e sabia que eles chorariam, mas seguiriam em frente. Eu
parei de pensar em meus alunos, e como suas mentes jovens poderiam lutar para
compreender a ausência de sua professora.

Eu parei de pensar em todos eles e pensei em apenas uma pessoa. Um


homem. O homem que iria voltar para mim, misteriosamente rico, misteriosamente
diferente, e nada como a bagunça que ele tinha sido antes. Ele era o único homem
que amei verdadeiramente e que foi quebrado em uma maneira que eu nunca iria
corrigir.
Será que ele iria seguir depois de mim?

Eu esperava que sim.

Eu esperava que ele me deixasse ir e encontrasse uma mulher que pudesse


curar sua dor.

De repente mais lágrimas se formaram, e eu respirei fundo, doía além da


medida, pela vida abandonada que ele tinha levado.

Eu cochilei dentro e fora, a tristeza pesada em meu peito. Minhas mãos ficaram
dormentes e minha boca ficou seca e me perguntava se tinha sido deixada aqui para
morrer.

E então ouvi o som de passos se aproximando da porta, rasgando o silêncio. Eu


fiquei tensa quando a pessoa a desbloqueou e empurrou aberta. Eu esperava uma
luz brilhante inundando a minha visão, mas estava escuro e sombrio em seu
lugar. Um grande corpo estava na porta, e apreensão enrolava-se dentro da minha
barriga. Era esse o meu sequestrador? Havia dois deles à espera dentro do meu
apartamento, pulando em mim quando entrei no chuveiro, me drogando e
largando-me, nua e vulnerável, nesse mesmo lugar pelo que parecia uma
eternidade.

Recuei para o canto do porão enquanto ele lentamente entrou, dando passos
medidos em minha direção. Eu não podia ver suas feições, não com o gorro que ele
estava usando. Nada sobre ele falava de sua identidade, mas eu podia sentir um
calafrio no ar, podia sentir a sua loucura, e ficou confirmado quando ele puxou uma
faca do bolso. Perdi todo o ar dos meus pulmões.

- Eu não vou te machucar... Ainda. - ele me disse, com a voz baixa e dura. Ele
não soava monstruoso como era. Ele parecia jovem, na verdade.

Eu senti arrepios correndo pela minha espinha quando ele invadiu o meu
espaço, agarrando as minhas mãos. Eu balancei dura, segurando um gemido antes
de sentir minhas mãos saírem livremente.

- Faça qualquer coisa estúpida e eu vou te amarrar de novo. - ele me avisou.

Meus ombros e braços estavam doloridos. Esfreguei meus pulsos, esticando os


dedos, observando-o mover seu corpo alto para o outro lado do pequeno porão. Ele
deslizou pela parede, a lâmina ainda em seu aperto, e me encarou de volta.
Houve aquele silêncio novamente, e quando os seus dias são geralmente
rodeados por idiotas tagarelas de oito anos, o silêncio assume posição sobre as listas
de espécies ameaçadas de extinção, escassamente lá e apenas em pequenas
quantidades.

- O que... O que você quer? - Eu finalmente estremeci. - É sobre o meu pai?

Ele riu e parecia artificial. - O juiz? Não, não é sobre o seu pai, mas você já sabe
disso. Você sabe do que se trata. Diga-o. -

Olhei para as minhas mãos, tremendo.

- Marcus.

- Mm. Boa menina. - disse ele, aprovando.

Por uma fração de segundo, meu olhar saltou para a porta do porão aberta.

- Não, - o ouvi dizer. - Não há nenhuma maneira de sair disto. Nem sequer se
iluda em pensar que pode escapar. Ninguém vai ouvir seus gritos, estamos isolados
e meu irmão só vai caçá-la como esporte, se você pensar em correr. Ele é caçador,
você sabe, e ele é muito bom no que faz.

Meus ombros caíram. Lágrimas caíram dos meus olhos, esse sentimento sem
esperança puxando minhas entranhas, dividindo o meu espírito em partes. Nunca
me senti tão vulnerável na minha vida.

- Trata-se de um resgate, então? - Eu tremia, sabendo que não, antes mesmo que
tivesse perguntado. - Porque se for, Marcus vai lhe dar o que você quiser. Eu sei que
ele vai.

- Tenho certeza de que ele me daria a porra do universo por você, - respondeu
ele. - Mas não. Isto não é um resgate. -

Engoli em seco.

- Então o que você quer?

- Eu estou aqui para matar algum tempo, para descobrir um pouco mais sobre o
misterioso Marcus Borden e a privilegiada professora por quem ele voltou.

- Se isso é sobre onde ele esteve nos últimos quatro anos, eu não sei nada sobre
isso. Não sei onde ele conseguiu o dinheiro. Eu não sei de nada.
- Bem, eu tenho certeza que não, - ele respondeu, secamente. Ele sabia que eu
estava mentindo. - Mas não é sobre isso. Não damos a mínima para isso. -

Desviei de seu olhar penetrante.

- Eu me pergunto por que uma mulher rica e bonita como você se envolveu com
um pedaço de merda como ele em primeiro lugar. -

Limpei meus olhos.

- Ele não é um pedaço de merda.

- Bem, não agora, não mais, mas ele foi uma vez, não foi? Antes dele se limpar,
antes de voltar para você, ele era apenas mais um bandido. Caiu por suas
linhas1? Será que ele prometeu-lhe o mundo? -

- Não. -

- Então, me diga. Ajude-me a entender.

Apertei os olhos para ele. - Você não conseguiria entender. Você não pode
explicar nossa relação com palavras. Foi tudo sentimentos, desde o início. -

Ele deu de ombros. - Isso é bom. Comece desde o início. Onde você encontrou o
cara? -

Comecei a balançar a cabeça, não querendo compartilhar essa história pessoal


com um homem que ia me matar, mas então... Apenas o mero pensamento de
Marcus me fez decidir. Ele sempre me proporcionou conforto. Ele tinha evoluído de
forma tão drástica, e eu preocupada com o que seria dele depois de eu ter ido
embora. Não seria tão errado relembrar apenas sobre isso de qualquer
maneira. Seria?

- Vamos, - meu assassino me pressionou condescendente. - Foi mágico? Você


olhou para ele e soube que ele era para você? -

- Não. - eu murmurei.

Eu certamente não o fiz. Não há muito tempo. Não até que ele se foi, mesmo.

- Quantos anos você tinha?-

1
Cocaína em pó, geralmente inalado.
- Eu tinha dezenove anos... - comecei, e de repente todos os momentos com ele,
os bons, os maus... Tudo...

Esses momentos começaram a piscar diante de meus olhos.

A primeira vez que encontrei oficialmente Marcus Borden foi há cinco anos,
numa festa da faculdade que minha amiga me convidou. Era muito longe de onde
eu morava, em um bairro ao qual eu não pertencia, e rodeado por pessoas mais
duras do que eu era.

Ele estava sozinho, completamente separado do grupo, no canto fundo do


quintal. Ele estava usando jeans folgado, que estava pendurado baixo em seus
quadris e estava sem camisa, seu abdome magro coberto de tatuagens. Na verdade,
toda a parte superior do seu corpo estava crivada delas; estes intrincados desenhos
sensuais que outros knockabouts2 como ele, tinham.

Eu o vi acender um cigarro e olhar para o céu escurecendo e lembro-me de ficar


intrigada por ele. E só então me perguntei o que se passava em sua mente, que tipo
de pensamentos espreitava nos recessos de sua alma, fazendo-o parecer tão
melancólico. Imaginei a profundidade que residia nele, ou talvez fosse apenas a
artsy3 romântica incurável em mim.

Eu sabia tudo sobre Marcus Borden.

Sabia que ele era apenas um bandido.

Um homem indomável, que tinha estado com várias meninas na minha escola,
e elas não tinham medo de deixar saberem sobre ele, cantando seus elogios sobre o
homem com a boca mágica que era capaz das coisas mais perversas.

Ele era o homem que eu muitas vezes admirava de longe e nunca poderia
admitir em voz alta.
2
Boêmio, turbulento.
3
Artístico, criativo.
Onde quer que fosse, parecia que ele estava sempre lá. Ele conhecia todo
mundo, e todo mundo o conhecia.

E lá estava eu, uma mulher ingênua e privilegiada que veio de riqueza,


movendo-se para ele como se o meu corpo tivesse sua própria vontade, enquanto o
meu cérebro foi silenciado pelas duas ou mais cervejas apressadamente
tragadas. Talvez quisesse voltar para o meu pai por isso, talvez só estivesse tentando
sair da minha zona de conforto, ou talvez eu tivesse uma queda severa por meninos
maus disfuncionais, depois de todas as centenas de livros de romance que tinha
devorado entre as sessões de estudo.

Eu não sabia o que era.

Eu só sabia que queria me libertar da monotonia. Para deixar de ser a pessoa


agradável, Kate Davenoth, filha do Juiz Douglas Davenoth III, a primeira em todas
as suas aulas, e aluna honesta que arrastou toda a sua vida na linha.

Parei alguns passos atrás dele e olhei ao redor do quintal. Havia falatórios em
todos os lugares. Pessoas rindo, gritando, chamando para mais shots sobre a grande
música alta. Olhei para a minha amiga Sophie, conversando com um cara quente ao
lado da piscina, e tinha certeza que ela iria para casa com ele, e lembrei-me de suas
palavras antes de chegarmos aqui.

- Se solte, - ela disse. - Faça alguma coisa louca por uma vez! Aprenda a se
divertir. Encontre um cara quente neste lugar e transe! -

Vi sua confiança irradiando para fora dela. E eu queria essa confiança


também. Queria ser sedutora e sexy. Queria ser capaz de estalar o dedo ao bandido
sexy e trazê-lo de joelhos.

Mas não o fiz.

Não, eu não podia.

De repente eu era uma galinha de merda. Estava completamente parada atrás


dele, me perguntando o que diabos estava tentando fazer. Meu pai me mataria se
soubesse que eu estava aqui, muito menos falando com um cara como ele, um cara
que provavelmente tinha visto as barras da prisão muitas vezes.

Merda.

Virei-me.
Isso era uma loucura! Eu não era aquela garota que obliterava a cautela e
saltava para a cama sem passar pelos normais quinze a vinte encontros. Eu não me
misturo com caras como ele. Eu era da classe alta, droga! E chata. Tão malditamente
chata. Não poderia me soltar. Não poderia mesmo mudar minha rotina diária sem
ter um ataque de ansiedade.

- Não vá. -

Sua voz, dura e lisa, rompeu os meus pensamentos em guerra, levou-os fora
como ondas recuando da costa. Virei-me, ainda dura, ainda covarde e sentindo-me
fora da minha profundidade e encontrei seu olhar. Sua cabeça estava virada em
minha direção, sua boca puxando para cima em um sorriso enquanto seus olhos
dançavam ao longo do meu rosto e corpo.

- Você fez todo o caminho até aqui, - acrescentou ele com sua voz cheia de
confiança. - Não adianta voltar agora. -

Então ele apontou para a cadeira de plástico ao lado dele, me convidando a


sentar com ele e eu não deveria fazer isso, mas não pude evitar. Estava deste lado do
quintal por ele, depois de tudo. Eu tinha feito a épica jornada de vinte e quatro
etapas. Nenhum ponto em voltar atrás agora só porque eu estava com medo como à
merda.

Consciente de seu olhar, eu lhe atirei um sorriso hesitante e caminhei até a


cadeira e sentei. Meu corpo estava reto como uma flecha, minhas mãos aninhadas
no meu colo, meu rosto timidamente virou na sua direção. Ele me olhou novamente
e desta vez seu sorriso se transformou em um sorriso largo, que desabrochou. Uau,
ele tinha um bom sorriso. Era um pouco de menino com covinhas no final e lábios
carnudos. Enquanto eu desmaiei um pouco, também senti como se fosse o alvo de
uma piada, e em retrospectiva, eu entendi o porquê. Eu era do tipo certinha, toda
vestida para impressionar com as minhas roupas rosa, e estava sentada ao lado de
um cara seminu com tatuagens em todos os lugares, fumando um cigarro, lutando
para não enrugar meu nariz.

- Relaxe. - ele me disse suavemente, olhando diretamente entre minhas costas e


a quantidade de espaço na cadeira de plástico.

- Estou relaxada. - eu assegurei a ele.

- Você parece um pouco dura.


- Eu não estou.

Minto.

Eu estava completamente dura e tinha certeza que não parecia crível.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Ele estava completamente à vontade,


terminando o resto de seu cigarro, enquanto ele olhava curiosamente para mim;
enquanto isso eu estava à beira de perder minha mente. Como é que uma menina
relaxa perto de um homem como ele? Ele não era nada como os caras engomadinhos
com quem eu cresci. Os completos idiotas que dirigiam as Lamborghinis de seus
pais ao redor da cidade, com seus colarinhos esticados e relógios de mil dólares.

Era possível que o fascínio por ele fosse forte e eu era apenas uma idiota
ingênua buscando uma emoção. Apenas um pingo de algo proibido. Por uma noite,
nada mais.

- Então o que você tinha em mente quando veio até aqui, linda? - Ele de repente
perguntou, com seus olhos azuis brilhantes nos meus. - Procurando por algumas
coisas boas? -

Fiz uma pausa. - Coisas boas? -

Ele encolheu os ombros com indiferença. - Sim, você quer um pouco de


erva? Procurando ficar alta com seus amigos, Barbie? Qual é o seu veneno, querida?

Meu queixo caiu, e balancei minha cabeça imediatamente. - N-nenhum


veneno. Eu não fumo maconha.

- Cheira qualquer merda? -

- Não. -

- Faz alguma coisa? -

- Não, nada disso. -

- Então por que você está aqui? -

- Eu estou... Eu vim aqui para falar com você. - Não usá-lo para obter algumas
drogas.
Ele olhou para mim por vários momentos, e não conseguia ler sua
expressão. Fiquei mais desconfortável a cada segundo, perguntando se ele estava à
beira de me rejeitar. Deus eu pareço desesperada?

- Qual é seu nome? - Ele então perguntou.

- Kate. - respondi.

Ele balançou a cabeça lentamente, seus olhos parecendo pensativos. - Kate, - ele
repetiu como se estivesse provando-o na sua língua. - Eu vi você por perto, você
sabe. -

Minhas bochechas aqueceram e o encarei com surpresa.

- Sério?

Seus lábios tremeram. - Surpresa? -

- Sim. -

- Você não pode estar falando sério. Você vira cabeças, mas aposto que você já
sabia disso. -

Balancei a cabeça, lutando para manter meus olhos fixos nos dele. - Eu não
notei. -

Ele riu ironicamente. - Bem, você faz. Você tem a minha cabeça girando desde o
segundo que chegou aqui, e todas às vezes antes que via você andando pelo
campus, em suas minúsculas saias e longo cabelo loiro, e não a merda platinada que
as meninas colocam, mas a porra de um real cabelo loiro. -

Não respondo por um momento. Eu estava muito ofegante, de repente,


sentindo esse prazer inexplicável correndo através de mim que não era tão invisível
quanto pensava que fosse.

- Eu sou Marcus. - então ele disse calmamente, seus olhos se movendo ao longo
do meu rosto.

Eu balancei a cabeça. - Eu sei. -

Suas sobrancelhas se ergueram. - Você sabe? -

- Sim. -
Ele parecia um pouco satisfeito por isso, talvez apenas tão satisfeito quanto eu. -
Quantos anos você tem? -

- Dezenove. -

- Não é deste lado da cidade, tampouco, certo? -

- Não, sou da extremidade Norte. -

Ele não parecia surpreso. - Perto de New Raven Square? -

- Sim. -

- Legal. Vive com a sua família ainda? -

Eu balancei minha cabeça. - Não, tenho meu próprio lugar. -

- Saiu de suas algemas, então. -

Eu ri levemente. - Praticamente, mas eles ainda estão por aí. - Especificamente


meu pai, que fez um trabalho maravilhoso assustando cada maldito menino de
quem já gostei.

- Significa que eles se preocupam com você. - Marcus disse suavemente.

Concordei com cuidado.

- Sim. -

Ele lambeu seu lábio inferior pensativamente e olhou de volta para a casa. –
Então, o que está fazendo aqui, Kate? Você está obviamente fora do seu elemento, e
posso identificar suas amigas a partir de uma milha de distância. Vocês meninas
estão aqui à procura de algum tipo de emoção? -

Eu não respondi imediatamente. Minhas bochechas aqueceram ainda


mais. Olhei para a casa, avistando Sophie novamente. Eu só fui com ela, mas entendi
por que ele especulou sobre várias outras meninas. Vestiam-se de forma semelhante
a mim, eram, provavelmente, um pouco mais velhas, mas a julgar pela forma que se
penduravam em torno de alguns dos caras rudes, ficou claro o que elas estavam
procurando - o que todas estávamos buscando.

- Sim, - eu admiti, olhando para ele. - É verdade.


Seus lábios puxaram para cima em um sorriso preguiçoso, mas seus lindos
olhos estavam me levando, e tinham um vertiginoso efeito sobre mim. - E você
veio me pedir essa emoção, Kate?

Cada polegada de mim estava em chamas. Eu senti como se estivesse oscilando


à beira de um penhasco, tendo que enfrentar o meu medo de ser aberto de uma
forma que nunca tinha sido.

- Sim. - quase sussurrei, engolindo meus nervos. Ser confiante era uma causa
perdida. Eu nunca iria conseguir. Em vez disso, deixei minha vulnerabilidade vir à
tona. Era como se ele tivesse esse poder sobre mim.

Sua respiração aliviou um pouco, e ele olhou para a minha boca


momentaneamente. - Por que eu exatamente?

- Por que... Você me interessa.

Ele inclinou a cabeça para o lado, pensativo. - Por que eu lhe interesso?

Eu balancei a cabeça, sem saber a resposta. - Eu não sei. Eu acho... Gostei de


olhar para você de lá atrás, e... Acho que estou realmente atraída por você, se nós
vamos ser honestos. - Eu me senti como uma idiota, e minha desculpa parecia
fraca. A verdade era que não fazia sentido porque eu estava fazendo isso. Eu vim, eu
o vi, lembrei de tudo pelo o que ele era conhecido, mas não me incomodou, por
alguma razão. Como poderia ter, se ele não estava aqui e alguém estava falando
sobre ele? Bem, as coisas da carne eram diferentes, a realidade que era estranha, e
me senti presa a ele.

Ele parecia ainda mais sério após minhas palavras idiotas. Silenciosamente, ele
perguntou: - E que tipo de emoção você está procurando exatamente?

Oh, Deus. Ele seriamente quer que eu diga isso?

- Você sabe o que. - eu respondi igualmente tranquila.

- Você quer que eu te foda?

Eu congelei completamente. Meu coração parou, mesmo para uma batida. Meus
olhos se arregalaram quando olhei de volta para ele.

Ele riu levemente. - Por que você está tão nervosa?


- Ninguém jamais esteve ansioso por mim antes.

Ele me estudou por um momento e balançou a cabeça ligeiramente. - A este


ritmo, estou convencido de que ninguém jamais levou você em casa na primeira
noite e a fodeu ao esquecimento.

Eu não respondi. Era óbvio. Minha experiência era limitada, com certeza. Eu
nunca tinha me envolvido sem amarras antes.

-Isso te incomoda? - Eu quis saber, nervosamente segurando minhas mãos.

Ele olhou para baixo e seus olhos suavizaram. - Não, - ele respondeu
suavemente. - Nem um pouco. Eu só quero que você saiba o que está pedindo.

- Eu ainda preciso perguntar?

Ele parecia estar se divertindo, correndo o dedo ao longo de seu lábio inferior,
enquanto olhava para mim. - Por uma garota como você, eu iria comer lâminas de
barbear apenas para ter um toque. Mas isso não significa que eu deveria. É claro que
você está fora de sua zona de conforto aqui. O que acontece quando eu levá-la para
minha casa e você perceber o que estamos prestes a fazer e as consequências disso?

- Que consequências?

- Você é o tipo rica, Kate. Posso vê-lo em todos os sentidos como você se
comporta. Posso vê-lo em sua roupa, nas joias que usa, mesmo no shampoo que
você usa para ter o cabelo fodidamente sexy. Provavelmente, de uma respeitável
família com um pai e uma supermãe virtuosos. O que eles vão pensar de você? O
que alguém iria pensar de você nesse círculo, se for para casa comigo esta noite?

Levei muito tempo para responder.

- Bem, - eu finalmente disse: - A maioria das meninas que conheço iria me


chamar de vagabunda. Se nossas famílias privilegiadas soubessem, eu seria a
vergonha de nosso círculo social, e você quer saber a parte brilhante?

- Diga-me.

- Hoje à noite, eu não me importo.

Seu rosto mudou. Ele não estava olhando para mim como um divertimento de
passagem, que eu ficaria assustada quando chegasse a hora. Não, ele estava olhando
para mim como se estivesse com fome por um gosto, e a tensão que surgiu era
incrivelmente satisfatória.

- Venha aqui, - ele exigiu em voz baixa, apontando para eu chegar mais perto.

Peguei na cadeira e fiz um movimento quando ele balançou a cabeça e disse: -


Não, baby. Eu não estou falando de você se aproximar com a cadeira. Estou falando
do seu corpo. Traga-o mais perto.

Eu lutei para manter minha compostura, mas dentro, o meu coração estava
trovejando no meu peito e eu estava formigando em todos os lugares. Movi-me para
ele e ele estabeleceu uma mão na minha cintura, me inclinando sobre as pernas de
modo que estava montada nele. Eu estava quase sem respirar, de frente para ele
enquanto ele olhou para mim com ambas as mãos tocando levemente minhas
coxas. Manteve-se manso, mas a posição era muito longe disso. Na verdade, era a
coisa mais íntima que eu já tinha feito com um cara, sentada em seu colo, encarando-
o quando levamos um ao outro, ignorando completamente o ruído e a multidão de
pessoas. Gostaria de saber como isso era possível. Eu tinha feito sexo com dois caras,
tinha sido beijada e abraçada, mas por alguma razão, isso superou tudo.

Mas esse era Marcus Borden. Gostaria de ter aprendido mais rápido, que eu
nunca senti o mesmo calor com outro homem.

- Isso está bem para você? - Ele perguntou curiosamente, me estudando


atentamente.

- Sim. - respondi, sentindo-me atraída por sua boca.

- Você gosta disso?

Meu próximo sim soou mais calmo.

Sentei-me assim por um tempo e nós não falamos muito. Apenas as pequenas
perguntas que ele fez sobre música e filmes, qualquer coisa para preencher o
silêncio, mas nem mesmo o silêncio me incomodou. Nós estávamos na nossa própria
pequena bolha, e não demorou muito para me sentir completamente confortável em
seu abraço, como se fosse onde eu pertencia.

- Ainda bem? - Ele me perguntou quando suas mãos percorreram minhas coxas
um pouco. - Não estamos empurrando os limites?

- Não. - eu respondi. - Eu gosto disso.


Ele era incrivelmente doce e atencioso. Ele me trouxe mais perto por toda parte,
até que ele estava próximo da minha boca, mas nunca indo todo o caminho. Nunca
me beijando, não levantando as mãos altas o suficiente para tocar minha bunda. Era
doce e doloroso.

- Você é muito linda, sabe disso? - Ele murmurou, mais para si mesmo do que
para mim. Não parecia que ele estava tentando me bajular, não mesmo. Ele parecia
genuinamente admirado com a minha beleza, e ali mesmo, eu derreti em seu aperto,
sorrindo brilhantemente enquanto ele sorriu de volta, pensativo.

Senti tudo sentada sobre ele assim. Senti a dor profunda entre as minhas
pernas, senti minha luxúria exposta na parte superior de seu corpo, o senti às vezes,
endurecendo embaixo de mim, enquanto seus olhos viajavam ao redor do meu
corpo, levando-me apenas tanto quanto eu a ele.

Então, depois de uma quantidade incerta de tempo que passou, ele lentamente
se levantou e começou a me colocar para baixo. Ele manteve o contato quando fez
isso, e eu senti meu ápice roçando contra seu estômago e virilha, o prazer
aparecendo quando ele fez isso. Ele me tinha em pé e eu estava tonta quando o
assisti pegar sua camiseta branca que estava pendurada sobre a cadeira de plástico.

- Você bebeu muito, Kate? - Ele perguntou.

- Um par de cervejas. - eu respondi.

- Você não está bêbada?

- Não.

Ele balançou a cabeça, satisfeito. - Bom.

Então ele estendeu a mão para mim. Meu coração batia dentro do meu peito
enquanto eu olhava para ele e em seguida, para as tatuagens serpenteando seu
braço. Oh, Deus, isso está realmente acontecendo? Parei de pensar e tomei sua mão
com a minha, seu calor tão deliciosamente bom contra a minha pele. Ele me puxou
para mais perto e escovou as mechas loiras de meu cabelo para fora do meu rosto e
atrás da minha orelha.

- Eu vou dar-lhe emoção, - ele sussurrou baixo para mim. - E vai ser bom. Eu
vou cuidar de você e ter certeza disso.

Sua voz soou tão certa e essa confiança era sexy como o inferno em um homem.
Instantaneamente, eu acreditei nele.
Dois

Marcus

Se alguém lhe dissesse que ele iria transar esta noite, ele teria tentado não
parecer uma porra de um sem-teto, especialmente para uma menina dos padrões de
Kate. Ele teria procurado o seu melhor, ou pelo menos, o melhor que ele podia
pagar com o pouco que tinha.

Por que a menina queria, em primeiro lugar era desconcertante para ele, mas
ele não estava disposto a questionar os deuses por este presente. Ele ia se aventurar
por esse buraco do coelho com os braços abertos.

Com uma mão envolta na dela, ele abriu a porta de seu apartamento minúsculo
com a outra e levou-a na escuridão. Ele bateu no interruptor de luz da sua sala de
estar, mas a lâmpada estalou.

- Foda-se. - ele xingou em voz baixa.

- O quê? - Ela perguntou atrás dele.

- Luzes apagadas. - É claro que estava, porra. Inferno, talvez isso fosse uma
coisa boa. Ela não iria ver o sofá surrado em toda a sua glória maltrapilha, ou as
caixas de sobras de pizza de ontem em sua mesa de café lascada.

- Onde é o seu quarto? – Kate perguntou.

- Acabei de me mudar. Não mobiliei o quarto ainda.

Mentiroso do caralho.

Ele se mudou para este lugar há seis meses, e seu quarto consistia de muito
pouco. Obrigado, pobreza, sua pequena merda.

- Então nós vamos ter que fazer acontecer. - ela disse, com sua voz tremendo
um pouco no final.
Ele se virou para ela e colocou seu braço em volta da cintura, trazendo-a mais
perto a sua frente, até que seus seios estavam pressionados contra ele. Ele a sentiu
tremer quando delicadamente moveu os fios de seu belo cabelo loiro do seu
rosto. Parecia que ela queria isso. Ela não deu a mínima para a sua casa, e isso o
aqueceu um pouco. Ele se inclinou e beijou suavemente ao longo de sua mandíbula,
logo abaixo da orelha.

Porra, ela cheirava bem, como jasmim e rosas.

- Eu não vou pressioná-la para qualquer coisa, - ele sussurrou, sentindo como
ela estava nervosa. - Faça o que estiver confortável.

Sua respiração pegou. - Eu quero isso.

Ele retomou seus beijos leves antes de chegar a sua boca. Ela tinha belos lábios
finos, batom suave e vermelho. Ele nunca olharia para outra boca de lábios
vermelhos novamente sem pensar nela.

Beijou-a lentamente, suavemente, e seu corpo inteiro congelou com o


contato. Ela separou sua boca e o beijou de volta. Soltando ruídos pequenos na parte
de trás de sua garganta. Ele passou as mãos pelos seus braços suaves, cobertos de
arrepios. Ela estava ansiosa, pressionando com mais força contra sua boca. Seus
lábios eram macios, suaves; mas que porra de língua que ele desvendou no segundo
que deslizou contra a sua. Ele a levou para o sofá, soltando-a lentamente, com um
braço em volta dela.

Ela torceu debaixo dele, suas mãos se movendo em todos os lugares, para cima
e para baixo em suas costas, apertando seu tríceps grosso. Ele resistiu em percorrer
seu corpo com as mãos. Era necessário para manter seu controle, não ia colocar tudo
para fora a maneira como seu corpo a queria desesperadamente. Ele sempre tinha
estado assim no sexo. Ele queria foder duro, queria sentir aquele coquetel de dor e
prazer se unindo. Mas ele não poderia fazer isso. Aquelas eram apenas fantasias não
sendo realizadas, e isso não importava muito agora. Não quando ele estava beijando
a merda da mulher mais sexy que já tinha conhecido, e o torceu distante com seu
desejo estranho por ele.

- Por favor, me toque. - ela implorou, levantando seus quadris para cima para
que pudesse esfregar sua boceta contra a dureza em seus jeans. - Por favor, Marcus.

Ele gemeu. Deus, ele amou seu nome em sua língua. Adorava ouvi-la dizer isso.
Ele abriu suas pernas amplamente e então ele estava grato por este sofá. Pode
ter sido uma merda, mas era a porra de um mamute4. Com os cotovelos apoiados ao
longo de cada lado dela, ele usou apenas sua boca para tocá-la. Ele a beijou tão
profundamente, que estavam sem fôlego quando finalmente se afastou. Ele seguiu
para baixo de seu corpo, beijando seu pescoço e lambendo sobre os mamilos rijos
através de sua camisa fina. Ela parecia mais sensível lá, então ele lambeu e mordeu
levemente, fazendo-a sacudir debaixo dele. Ela estava respirando rápido, ele podia
ouvir seu batimento cardíaco enquanto descia, beijando sobre suas roupas,
deixando-a ainda mais selvagem.

Esta era a antecipação e amava dar isso para as mulheres lentamente,


enrolando-as antes que explodissem. Ele caiu em seus quadris, deslizando a saia
para expor sua calcinha rendada. Ele mordiscou até suas coxas, deixando frescas
trilhas molhadas para trás. Ele podia sentir sua excitação e isso enviou mais faíscas
ao seu pau. Ela estava loucamente excitada. Ele lambeu sua vagina, mantendo a
calcinha lá como uma barreira. e ela balançou embaixo dele, gemendo alto para o ar
tranquilo.

- Por favor. - ela continuou a implorar.

Ele puxou sua calcinha para baixo de suas pernas longas, e foda-se, elas eram
longas por milhas. Ele jogou no chão e voltou para a pele macia entre as pernas. Ele
estava duro, muito duro, porra, quando ele levemente passou a língua ao longo de
sua boceta úmida. Ela resistiu debaixo dele, suas mãos voando direto para o seu
cabelo curto, e ele desejou ali mesmo, que ela cavasse suas unhas francesinhas em
seu couro cabeludo e provasse a ele como exasperada ela estava. Porra me
machuque. Ele implorou internamente. Ela arranhou com necessidade ao invés, e ele
forçou seus quadris para baixo no lugar e chupou seu clitóris.

- Oh, meu Deus. - ela gemeu.

Sentiu-a enrijecer ao seu redor, se esforçando para levantar os quadris enquanto


seu prazer aumentou. Ele comeu-a, usando sua força para mantê-la quando ele
intensificou e prolongou seus movimentos de lamber rápido e, em seguida lento, até
que não pôde conter-se. Ela tremeu, gozando contra sua boca, gritando enquanto as
unhas finalmente cavaram na parte de trás de sua cabeça. Ele mexeu a cabeça ao
longo de suas unhas, saboreando a dor, porque essa dor fazia seu pau pulsar.

4
No contexto a autora quer dizer que o sofá é enorme, gigantesco e ela associa a um mamute.
Foda-se, mas tinha passado um tempo desde que ele esteve com uma
mulher. Ele estava preocupado que gozaria logo ali em suas calças e como diabos ele
iria viver com essa vergonha?

Ela estava ofegante pelo tempo que ele veio à tona. De joelhos, ele rapidamente
tirou o cinto, ele não podia esperar mais um minuto e tirou um preservativo do
bolso. Ela olhou com fome em seus movimentos, olhando com a boca aberta quando
ele empurrou sua calça jeans e cueca fora antes de passar para trás, sobre ela.

- Só para você saber, eu sou perfurado, baby. - ele disse então, apontando para o
pau.

Ela se acalmou e olhou para baixo, com os olhos arregalados. - Onde?

Ele lhe mostrou o frênulo perfurado um pouco abaixo da cabeça do seu pau. O
queixo dela caiu. Para sua surpresa, ela parecia absolutamente horrorizada.

- Você pode tirá-lo? - Ela perguntou, nervosamente.

- Se for isso que você quer, - ele respondeu, lutando contra a ligeira decepção
que sentiu com a resposta dela. Isso normalmente é de outra maneira. - É para
aumentar o seu prazer.

- E sobre o preservativo? Ele não vai rasgar?

- Isso nunca aconteceu comigo.

Ela hesitante olhou de volta para o seu comprimento, debatendo sobre isso por
um momento antes de sussurrar,

- Você pode tirá-lo? Eu só... Eu não sei. Estou com um pouco de medo de me
cortar, ou algo assim.

Ele mordeu a língua e balançou a cabeça. - Vou tirá-lo por você, baby.

Ele saiu do sofá e foi até a janela, onde o luar ofereceu-lhe uma melhor visão e
cuidadosamente removeu seu piercing. Foi uma vergonha do caralho, também. As
meninas geralmente explodem com a sensação dele, e ele teria gostado de ter visto
essa mesma reação em Kate.
Ele deslizou o preservativo e voltou, e até lá, ela tinha as pernas fechadas e
estava preocupada à procura dele. Ele parou e olhou para seu rosto, as sobrancelhas
se unindo.

- Você está bem? - Ele disse, se perguntando se o maldito piercing a fez broxar
completamente.

- Eu não o incomodei, não é?- Ela perguntou. - Sobre retirá-lo, quero dizer.

Ele sorriu para ela e balançou a cabeça. - De jeito nenhum, linda. Eu só vou ter
que trabalhar um pouco mais duro para você gritar.

Ele não precisou da luz para saber que ela estava corando. Ela lhe deu um
sorriso tímido e suas pernas abriram. Ele mudou-se para trás, sobre ela, e beijou
suavemente aqueles lábios vermelhos, deixando suas mãos vaguearem em seu
corpo, levando-as aos seios, até que ela estava arqueando sob seu controle e
gemendo.

- Você é fodidamente sexy, sabe disso? - Ele murmurou contra sua boca,
olhando para ela. - É como se você saísse dos meus sonhos, com a porra dos seus
pequenos lábios vermelhos e seus grandes seios. - O que eu vou fazer se sua vagina
for muito apertada? Vou morrer, de verdade.

Ela sorriu para ele novamente, com os olhos concupiscentes pedindo-lhe para
levá-la, e ele apenas abriu as pernas dela. Esfregou sua vagina lentamente,
estudando sua reação antes de aliviar-se dentro dela.

Sim, ela era apertada. Porra, mais apertada do que uma luva, meu Deus.

Ele congelou, levando-se em uma onda de prazer, quase sem respirar, mal
pensando, apenas sentindo. Sim, ele está sentindo quando se move para trás e estoca
novamente, fazendo-a saltar e gemer alto. Descansando os cotovelos em ambos os
lados de sua cabeça, ele entrava e saía com golpes lentos e deliberados. Era difícil.
Foda-se, era difícil não se deixar ir e bater seu pau.

- Arranhe minha espinha com essas unhas sensuais, baby. - ele disse a ela entre
cada impulso.

Então, envolta em êxtase, ela colocou os braços ao redor dele e arrastou as


unhas em suas costas. Não foi forte o suficiente, não causou dor suficiente, mas seus
belos gemidos foram o suficiente para exasperá-lo a liberar.
Ele transou com ela, engolindo cada gemido com sua língua e boca, até que ela
tremeu debaixo dele, explodindo com seu segundo orgasmo. Suas paredes
apertaram ao redor dele, e ele bateu nela uma vez, duas vezes, gemendo em voz alta
antes de gozar duro dentro dela. E parecia... Êxtase, a porra doce.

Melhor do que qualquer droga que ele jamais teve.

Ela ficou lá, seu corpo nu quente pressionado contra o seu. Sua cabeça
repousava sobre o peito, e ela traçou as tatuagens sobre seu abdômen, suspirando
levemente de vez em quando. Ele se sentiu pacífico e eufórico, ainda nas nuvens de
sua liberação sexual e ainda na companhia de uma mulher que parecia muito com o
que a garota dos seus sonhos seria.

- Você traz um monte de meninas para casa assim? - De repente, ela perguntou
a ele.

Marcus abriu os olhos, sorrindo. - É essa a sua maneira indireta de me chamar


de mulherengo?

Ela ficou tensa. - Oh, meu Deus, não. Sinto muito. Eu acho... Eu geralmente não
faço isso. Na verdade, eu nunca o fiz, e eu sei que não é da minha conta, mas estava
apenas curiosa se eu sou... Você sabe, se eu sou apenas mais uma dessas meninas.

- Não, você não é. - ele respondeu simplesmente, e pela primeira vez, foi
incrivelmente verdadeiro.

Ele não queria se abrir, principalmente porque nunca revisitou seu passado. O
que está feito está feito, depois de tudo. Mas as mulheres eram diferentes, ele
supôs. Talvez não fosse muito fácil para elas enterrarem seus encontros sexuais da
maneira que os homens faziam. Eram criaturas sentimentais. Não queriam saber que
seriam esquecidas. Elas queriam um lugar na alma de um homem da maneira como
as estrelas tinham um lugar nos céus.

Kate não pressionou por mais respostas, e quando os minutos se passaram, ele
apertou-a gentilmente e disse:

- Então, me fale sobre você.

Ele sentiu seu sorriso contra seu peito. - O que você quer saber?
- Quais são os seus hobbies? O que você está estudando? Qual é a sua vida?

- Eu sou essa pessoa artsy-fartsy5 de revirar os olhos.

- Eu duvido que você tenha um osso pretensioso em seu corpo, baby.

Ela riu levemente. - Bem, as pessoas pensam dessa forma, quando vou falar
sobre arte. Veja, o problema é que acho que vejo a beleza em todas as coisas, e tento
recriar isso.

- Você pinta ou desenha?

- Um pouco. Eu faço um monte de esboços, principalmente. Apenas um


caderno estúpido que carrego. Isso não é grande coisa.

Marcus franziu a testa para o jeito que ela corou. - Estou curioso para saber por
que você vai direto desvalorizar seu trabalho.

Ela bateu os dedos ao longo de seu peito em pensamento e suspirou. - Eu fui


criada para ficar longe das artes criativas. O meu pai chama de desperdício de
tempo, e ele costumava ficar com raiva quando dizia a ele que queria estudar arte
depois do ensino médio.

- Ele soa como um idiota.

Ela riu novamente. - Ele é um micromanager 6 , e ele quer meu bem, eu sei
disso. Mas ele também é um juiz e é assustador como o inferno para a maioria das
pessoas. Enfim, sou uma espécie de desastre agora. Eu realmente não sei o que estou
fazendo. Eu tive um monte de aulas de Ciências biológicas, mas não é nada que faça
o meu coração acelerar.

- Se não é a sua paixão, nunca vai fazer o seu coração acelerar.

- Sim, - ela sussurrou desanimada. - Você está certo. A vida é dura. Quer dizer,
eu sei que tenho mais do que a maioria, mas ainda é difícil tentar fazer outra pessoa
feliz e perder-se no processo. De qualquer forma, eu não vou toda filosófica sobre
você ou qualquer coisa.

- Você quer dizer artsy-fartsy em mim.


5
Algo supostamente bastante cultural, mas para a pessoa normalmente é apenas pretensioso.
6
Uma pessoa que é conduzida pelo medo e ansiedade em relação ao trabalho dos outros. Sua natureza excessivamente insegura
e competitiva faz com que reajam negativamente a ideias e esforços que não são seus. Criticam os outros muito mais
frequentemente do que os elogia.
- Sim, - ela riu. - isso.

- Eu gosto disso.

Isso só a fez aproximar-se dele, e ele podia se ver ouvindo-a falar assim todo o
tempo, embora fosse bobagem sequer pensar nisso.

- Deixe-me saber um pouco sobre você, - disse ela então. - Eu quero saber. Eu
sempre quis saber.

Ele levantou alguns de seus longos fios de seda, deixando-os correr entre os
dedos enquanto pensava no que dizer. Havia mesmo uma maneira de responder
positivamente isso?

- Não há nada realmente para saber, - ele se estabeleceu com a voz baixa. - Eu
sou apenas um cara normal, do outro lado dos trilhos.

Ela não precisa ouvir sobre seu pai abusivo e sua mãe indiferente. Ou o fato de
que ele tinha sido expulso de sua casa aos quinze anos com nada além de uma
mochila e um saco de M&Ms. Ou que a pobreza o tinha voltado para a
criminalidade das ruas apenas para que ele pudesse esfregar alguns tostões em
conjunto para uma refeição quente. Agora, sua vida tinha sido dura, mas ele não se
importava muito em explorar em voz alta para uma garota que provavelmente
nunca compreenderia, e ele esperava que ela nunca precisasse.

Ela não forçou uma resposta melhor e ele apreciou isso. Kate parecia respeitar
limites, e foda-se, ele queria que ela os quebrasse em vez disso. Ela mudou de
assunto e ele ouviu sua doce voz, oferecendo respostas apenas para ouvi-la
falar. Eles falaram pelo que pareceram horas, e em seguida suas palavras sumiram e
ela adormeceu em seus braços.
Três
Marcus

Um empurrão no ombro o acordou. Ele abriu os olhos lentamente e olhou para


Kate no escuro. Ela estava em pé ao lado da borda do sofá, completamente vestida e
segurando a bolsa com uma mão.

- Desculpe acordá-lo, mas eu não tenho nenhuma ideia de como chegar em


casa, - ela disse a ele. - Eu estava esperando que você me levasse.

Ele respirou fundo e olhou em volta em busca de um relógio. - Que horas são?

- Quase cinco.

Porra era muito cedo. - Vou levá-la daqui a pouco, baby. Que tal você se deitar
comigo por um tempo primeiro e vamos pegar um pouco de café da manhã, uma
vez que estivermos fora?

Suas mãos nervosamente puxaram a alça de sua bolsa. - Eu adoraria um pouco


de café da manhã com você e tudo, mas eu... Eu não posso ficar. Meu pai virá em
torno das sete para o nosso ritual de café da manhã de domingo, e se ele descobrir
que não estou lá... - ela fez uma pausa e suspirou.

- O que aconteceu com não se importar esta noite?- Ele respondeu de ânimo leve.

Ela não sorriu em troca. Em vez disso, seus nervos cresceram. - Eu posso apenas
pegar um ônibus, ou algo assim. Eu não vou fazer você se levantar, isso não é justo
da minha parte, e é tão cedo...

- Porra, não, - ele interrompeu, sentando-se agora e esfregando os olhos


cansados. - Eu estou apenas brincando. Não vou ter uma menina como você
pegando o transporte público deste lado da cidade. Vou pegar minhas chaves e nós
vamos.

Seus ombros caíram. - Obrigada, Marcus. Eu aprecio isso.

Ele olhou para ela por um momento, levando em conta quão fodida ela parecia,
e ele sorriu. - Você acha que eu seria um idiota? Que a expulsaria ou algo assim?
Ela encolheu os ombros, mordendo o lábio inferior. - Eu não sabia o que
esperar, para ser honesta. Eu nunca fiz isso antes.

- Não faça isso de novo. - ele disse imediatamente. Não sabia por que ele disse
isso, também. A menina poderia fazer o que diabos ela quisesse, mas porra, ele sabia
que ela valia muito mais que apenas uma foda de uma noite.

Ela olhou para ele estranhamente, e ele limpou a garganta e rapidamente


acrescentou: - Você sabe, existem pessoas loucas por aí. Você não sabe com que tipo
de pessoa pode acabar na cama.

- Eu acho que tenho sorte. - Sua boca se espalhou em um largo sorriso quando
ela disse isso e ele sentiu aquele sorriso gravar nele. Seu peito agitado por sua beleza
crua. Ele se levantou e tentou sacudir para longe a sua intensa atração por ela. Ela o
queria por uma noite, e ele sentiu-se estranhamente usado pela primeira vez, e não
era todo aquele grande sentimento.

Evitando seu olhar, ele agarrou as chaves da mesa e disse: - Vamos levar sua
bundinha bonita para casa.

Kate não virou o rosto durante o passeio de 40 minutos até seu prédio. Aqueles
olhos verdes eram penetrantes, e ela amou a queimadura que sentiu quando olhou
para ele.

- Eu estou neste edifício aqui. - disse a ele, apontando o seu lugar.

Ele parou o carro na frente de um prédio moderno e alto. Viu-a lentamente


pegar a bolsa e apertar as correias de seus saltos em seus pés. Parecia que ela estava
protelando pela quantidade de tempo que ela tomou, e ele viu os nervos familiares
que funcionavam através de seu sistema, antes que ela finalmente abrisse a bolsa e
tirasse um pedaço de papel e uma caneta.

Divertido, ele assistiu ela rabiscar o que ele sabia que seria seu número.

- Eu sei que você provavelmente vê muito isso, - ela disse em voz baixa,
evitando seus olhos e de repente ansiosa para sair de lá. - Mas... Você sabe, eu tive
uma grande noite e tudo, e... Se você alguma vez quiser ligar, ou qualquer coisa,
ou... - ela fez uma pausa e seu rosto ficou vermelho quando estendeu o pedaço de
papel.
Ele pegou o papel da mão dela. - Claro que sim.

Ela lhe lançou um sorriso rápido. - Ok, bem, boa noite, ou... Bom dia na
verdade, e eu vou vê-lo logo, ou falar com você em breve, ou isso é você...

- Você vai ouvir de mim, - ele disse a ela. - Eu prometo.

Ela parou e olhou para ele, o olhar esperançoso cortando suas entranhas como
uma lâmina afiada. Ele nunca tinha recebido esse olhar antes. Tinha recebido os
números de telefone no passado, mas foi de passagem e sem muito cuidado. Kate
tinha feito isso como se estivesse ansiosa por mais dele. Talvez não seja apenas uma
noite só, então. Talvez ela estivesse seriamente interessada. E foda, ele estava
interessado também. Ele gostava muito daquele olhar. Gostou da sensação de calor
que deu em suas entranhas vazias.

Sem pensar, ele se inclinou e gentilmente pegou seu rosto em sua mão e apertou
a boca contra seus lábios. Imediatamente a mão dela subiu em seu peito e
pescoço. Ela o beijou de volta com uma intensidade que não esperava,
aprofundando quando ela abriu a boca para ele. Ela gemeu baixinho enquanto ele
passou a língua contra a dela, e Deus, ele transaria com ela de novo, aqui e agora, se
pudesse.

Ele se afastou em vez disso, seu sangue estava em chamas e seus olhos estavam
arregalados. Foda-se, ele amava o gosto dela. Ela olhou para ele, com desejo
aparente.

- Agora entre. - ele disse a ela, lutando para firmar sua voz.

Ela assentiu e se afastou.

Viu-a abrir a porta e sair do carro. Ela estava um pouco instável e ele sorriu
para o efeito óbvio que tinha sobre ela. Ele continuou olhando até que seu corpo alto
e magro desapareceu no prédio, parando uma vez para olhar para ele, aquele olhar
de encantamento ainda adornando seu rosto.

Marcus teve que recolher seus pensamentos quando ela estava fora de
vista. Seu coração batia forte em seu peito. Ele gostava da garota. Tinha gostado dela
a primeira vez que foi discretamente vender o produto em seu campus. Ele a tinha
visto correndo de um prédio para o outro com seus livros pressionados contra o
peito, e ele sorriu, mesmo depois, para sua beleza corada. Você só sabia que ela era
uma menina doce do caralho, e ele estava certo. Ela era.
Ele nunca tinha falado com uma garota por muito tempo antes. Ela queria ser
abraçada, queria ser tocada e cuidada, como se ela tivesse sido privada disso por
toda a sua vida. Mas ele sabia que ela não tinha. Uma garota como ela tinha a devida
atenção e amor que ela merecia, enquanto as crianças como ele tivessem isso uma
vez e depois eram negligenciadas e deixadas para se defenderem sozinhas.

Toda a noite tinha sido incrível e realmente isso o deprimiu a caminho de


casa. Ele vivia em outro mundo, nunca iria ter os meios para dar a uma mulher de
sua liga, o estilo de vida que seu pai, obviamente, dava. E enquanto ele fodeu
meninas que vieram dos mesmos lugares que ela veio, elas não eram tão genuínas
ou tão doces como ela. Elas simplesmente conseguiam o que queriam e iam embora,
sua fome de uma emoção saciada com um homem mais áspero do outro lado dos
trilhos.

Ele olhou com admiração para os apartamentos dos arranha-céus enquanto


dirigia. Havia um monte de dinheiro por aqui. Mais do que ele jamais poderia
sonhar. Ele nunca seria capaz de viver aqui, mesmo se guardasse até os setenta
anos. Ele era um perdedor e um maldito homem com um milhão de porra de
problemas. Estava destinado a desaparecer na obscuridade, de volta ao seu lado dos
trilhos, e qualquer dia ele seria preso por seus crimes e envolveriam essas algemas
em torno de seus pulsos, onde pertenciam, e o levariam embora. Ele quase esperava
que isso acontecesse, apenas para que ele não tivesse que se esforçar para sobreviver
neste mundo por mais tempo.

Ele desapareceria dos pensamentos de Kate em poucos dias, quando ela voltar
ao seu sofá desagradável em seu apartamento desagradável. Ela perceberá que
poderia ter mais do que isso, e ele seria uma memória esquecida, talvez aflore
vergonha ao longo dos anos. Ele assentiu para si mesmo com o pensamento,
imaginando que ela provavelmente acabaria com um advogado que seu pai
aprovaria. Ela se tornaria uma mulher de carreira em um relacionamento poderoso,
então ela compraria uma casa e teria um par de crianças e nunca saberia dele
novamente.

Marcus continuou olhando pela janela, apreciando a mudança de cenário


conforme ele ia. De arranha-céus e empresas prósperas a merda de lojas e casas em
ruínas. Esta era a sua realidade, severa e fria, vazia e incompleta. Normalmente não
o incomodava. Ele ia bater de volta o álcool e a cocaína para entorpecer sua
vida. Mas ele estava, porra, sóbrio como uma freira agora, e se sentia uma merda
horrível. A realidade parece como um soco no rosto. Claro, ele poderia ficar com
alguém facilmente, mas ele não podia manter uma menina se sua vida dependesse
disso.

Ainda estava escuro e ele estava a apenas alguns quarteirões do seu


apartamento em um semáforo, quando ele avistou uma figura. Era uma jovem de
cabelos escuros não mais de quinze anos, e ela parecia estar com pressa,
caminhando apressadamente pela calçada vazia em frente a ele, segurando a alça da
mochila em uma mão e olhando por cima do ombro a cada dois segundos. Ele
seguiu sua linha de visão e levou-lhe alguns momentos para entender o porquê. Um
cara em um capuz a um quarteirão de distância seguia seus passos, movendo-se
igualmente tão rápido em um esforço para recuperar o atraso.

Marcus esperou impacientemente para a luz ficar verde. Seu joelho subia e
descia quando seu olhar permaneceu na menina. Quando ela virou uma esquina
fora de vista, ele sentiu uma sensação de frio descer pela espinha. O cara no capuz
começou a virar a esquina também, pegando o ritmo antes de desaparecer de vista.

Merda.

Merda.

As ruas ainda estavam desertas. Não era nem 6 da manhã. Típico de seu bairro
ainda estar dormindo. Bando de desempregados bastardos intencionalmente
drogados, como ele.

- Basta ficar verde já, porra. - Marcus rosnou para a luz.

No segundo que mudou, ele pressionou o pedal e seu sedan acelerou pela rua,
virando na mesma esquina que a menina virou. Ele agarrou o volante com força,
sem saber o que ele iria encontrar.

Em seguida, foi como se um balde de gelo tivesse se estabelecido na boca do seu


estômago. A mochila da menina estava no chão e ela a pés de distância, ela estava
vermelha contra a frente do homem. Ela não fez um som e ele achou estranho, até
que o homem virou-se ligeiramente em sua direção, e Marcus viu a mão sobre sua
boca quando ele começou a arrastá-la para um beco nas proximidades.

Sem pensar, ele abriu o porta-luvas e tirou seu canivete. Ele o mantinha no caso
de algum idiota tentar levar o carro dele, mas com Kate perto na noite passada, ele
não quis levar qualquer arma no caso dela perceber e ficar assustada. Ele saiu do
carro correndo quando entrou e correu para o beco em que estavam. Ele abrandou
apenas quando se aproximou e espiou com a cabeça na escuridão.

- Basta parar de se mover. - a voz do homem assobiou quando ele a empurrou


contra a parede.

- Foda-se. - ela retrucou contra sua mão.

- Isso não tem que ser uma luta. Basta parar de se mover e vamos terminar.

Mas a menina não iria parar de se mover. Ela debateu seu corpo ao redor e
então o homem de repente uivou de dor. Sua mão caiu de sua boca, sacudindo-o na
dor da mordida que ela lhe dera.

- Sua puta! - Ele rosnou, batendo o rosto contra a parede de tijolos. Ela gritou,
mas manteve a luta. - Puta do caralho!

A raiva inundou Marcus enquanto ele se mexia, abrindo a faca. Foi um borrão
rápido de eventos. Ele agarrou o homem pelo capuz e puxou-o para trás,
empurrando seu peso longe da menina. O homem ainda estava segurando seu
cabelo e como ele foi empurrado para trás, ela caiu com ele, caindo sobre seu
corpo. Ela lutou para se libertar, e então Marcus se ajoelhou e colocou a faca na
garganta do homem, fazendo-o endurecer completamente.

- Deixe-a ir. - ele exigiu do pedaço de merda.

Imediatamente o homem fez, e a garota desorientada se arrastou até a parede


para recuperar o fôlego.

- Eu a deixo ir, - o homem disse a ele, erguendo os braços em sinal de


rendição. - Fim da história agora. Eu vou.

- Eu não penso assim, porra. - Marcus respondeu.

Ele era apenas um insignificante homem em comparação com Marcus, mas ele
teria facilmente tomado a pequena menina para baixo, e exercendo controle sobre
uma mulher indefesa, o que enlouqueceu Marcus. Ele puxou o homem até seus pés
facilmente e tomou seu cabelo mutilado em seu aperto. O homem lutou, mas ele foi
dominado quando Marcus trouxe para o mesmo local que ele esmagou o rosto da
menina contra.
- Você gosta de ferir garotas? - Marcus perguntou. - Bem, eu gosto de machucar
pedaços de merda como você.

O homem soltou um grito antes de seu rosto ser esmagado na parede, pintando
o tijolo com sangue vermelho e carne. Em vez de parar, Marcus fez isso de novo,
com mais força do que antes, e era sempre nestes momentos, quando ele ia contra
outro homem, ele sentia um zumbido ao contrário de qualquer outra coisa. Era uma
mistura de raiva e adrenalina fundidos num só, e ele se sentia invencível. Nada
poderia distraí-lo. Ele precisava desse zumbido como sua próxima respiração, e era
intoxicante o jeito que fluía através de sua corrente sanguínea, tornando nebuloso
como em um sonho.

Após essa segunda batida, o corpo do homem ficou mole e Marcus o deixou
ir. Inconsciente, ele caiu no chão. O zumbido rapidamente morreu em Marcus logo
depois. Ele passou por cima dele e viu a menina, olhando para o corpo mutilado
com os olhos vazios. Ele parou ali mesmo, enquanto a observava. Ela era uma
menina impressionante. Muito pequena com cabelo preto e olhos escuros. Quando
ele viu o sangue em seu rosto, se aproximou dela lentamente.

- Você está bem?- Ele perguntou.

Ela olhou para longe do corpo e para ele. - Claro que eu estou bem, - ela
respondeu com raiva. - Que coisa estúpida para se perguntar.

Sua mandíbula quase caiu de surpresa. Que porra é essa? - Não venha com
atitude, menina. Eu só salvei você.

- Eu não preciso de sua ajuda.

Que porra é essa? - Que porra é essa?

Escovando o cabelo fora do seu rosto, ela se virou e correu para fora de lá. Ele a
seguiu de imediato, mal acreditando no que estava ouvindo. Aqui, ele pensou que
ela estaria repleta de trauma sobre o ataque, e ainda assim ela foi embora sem se
deter por ele!

- Você está tendo algum tipo de reação pós-traumática que vai ao sentido
oposto, ou algo assim?- Ele perguntou a ela. - Você está em negação que estava
prestes a ser estuprada?
Ela ignorou-o quando pegou sua mochila do chão. Ela a pegou do jeito errado e
seus conteúdos caíram para fora do compartimento descompactado, aterrissando
em uma pilha espalhada pelo chão. Ela amaldiçoou e se abaixou, pegando suas
coisas apressadamente.

Marcus ajoelhou-se também, agarrando algumas coisas das quais ela com raiva
puxou de seu aperto.

- Eu não preciso de sua ajuda, - ela praticamente cuspiu nele. - Eu apreciaria se


você, porra, apenas fosse embora.

- Só mais uma pequena adolescente imprestável, hein?- Ele respondeu, sem se


preocupar sobre seu pedido. Agarrou a merda e enfiou-a na bolsa. - A porra de um
obrigado não a mataria, princesa.

Ela parou e fez uma careta para ele. Ele ficou tenso com o sangue que estava
literalmente cobrindo metade do rosto. Ela parecia quase sinistra e bela... Linda pra
caralho.

- Eu não sou uma princesa, - disse ela amargamente. - Eu sou uma


golpista. Assim como você.

Ele estava muito sem palavras para responder, e seus lábios involuntariamente
se encolheram para cima, apreciando sua atitude. Ele se forçou a desviar o olhar de
seus olhos assombrados quando pegou sua carteira aberta. Ele viu uma carteira de
estudante, viu a escola que ela ia e rapidamente esqueceu o nome, e em seguida viu
o dela.

- Emma Warne, - ele murmurou. - Quatorze anos de idade. Que porra é essa
que você tem feito por toda a noite, gata de rua?

- Nenhum dos seus negócios. - foi sua resposta quando ela pegou a carteira de
seu lado e enfiou-a na sua bolsa.

- Você tem uma família?

Nenhuma resposta.

Marcus bufou exasperado, movendo-se mais perto dela. - Onde você


mora? Foda-se, deixe-me ajudá-la, Emma.
Assim que foi para tocar o braço dela, ela tirou um canivete do bolso e
rapidamente recuou, segurando-o firmemente em seu aperto, avisando-o com o
olhar ameaçador escuro em seus olhos para não se aproximar.

- Como eu disse, - Ela disse entre dentes. - Eu não preciso de sua ajuda.

Nunca teria suspeitado que a menina estivesse armada, Marcus olhou para ela
com admiração.

- Mesmo com essa lâmina, você precisaria de ajuda. - ele gentilmente disse a ela,
sondando o rosto, perguntando quem diabos essa garota era.

Ela balançou a cabeça ligeiramente, continuando a recuar. - Ajuda é para os


fracos.

Ela nem sequer olhou para ele mais uma vez antes de levantar a mochila e jogar
sobre os ombros, aquela lâmina ainda em seu aperto. Viu-a girar e acelerar pela
calçada, praticamente correndo, seu cabelo uma onda negra à luz da madrugada.

- Emma Warne. - ele sussurrou para si mesmo por uma razão que não entendia.

Ela seria a primeira e única pessoa que Marcus Borden já se perguntou sobre.

Ele retirou o número de Kate meia dúzia de vezes por dia durante a
semana. Debateu muito sobre chamá-la. Ele pode marcar mais uma vez, e pode até
ser melhor do que a primeira, mas qual era o ponto de tudo isso?

Ela era o tipo de garota que ele poderia perigosamente se conectar, e a última
coisa que ele precisava era se apegar a alguém. Especialmente quando ele estava
envolvido com alguns caras realmente ruins. Foda-se, eles podem encontrar suas
fraquezas e machucá-lo, e se ele tiver uma garota que se importe, ela seria sua
fraqueza e ela se machucaria também.

Após a centésima vez olhando para o número dela, Marcus se irritou e amassou
o papel, jogando-o no lixo mais próximo a caminho de casa do jantar que tinha
consumido.

Não havia nenhuma maneira do caralho. Ela era boa demais para ele.
Ela pertencia ao mundo dela, e ele pertencia ao seu.
Quatro
Kate

Ele não me ligou.

Nove dias e não tinha escutado nada dele. Eu nem sequer o vi ao redor.

Pensei que encontros de uma noite eram apenas entalhes na cabeceira da cama,
um momento no tempo que passa e você nunca fala sobre novamente. Mas eu
estava fazendo o oposto. Estava obcecada e lambendo as feridas inflamadas da
rejeição. Por que ele iria prometer que ligaria e depois não ligar?

Eu tinha ido toda a bunny boiler 7 . Todos os dias eu pensei sobre a nossa
conversa juntos, quão genuíno, quão bom ele parecia, quão bem ele tinha tomado
conta de mim. Quanto mais obcecada, mais chateada eu ficava. E então, para minha
vergonha, encontrei-me tomando a longa viagem para o seu apartamento, uma
tarde. Eu tinha perdido completamente a minha mente, e até mesmo pensando
nisso, no presente, trancada dentro deste porão, senti-me envergonhada por essa
decisão. Eu não sei o que deu em mim, mas eu estava desesperada por Marcus
Borden. Ele fazia coisas com as mulheres que não se pode realmente explicar, sem
soar como uma tola atordoada.

Eu estacionei meu Corvette azul no lado da rua, em frente ao prédio áspero, e


então eu saí e fui para o interfone. Procurei o nome dele, sentindo-me frustrada
quando não o encontrei. Era como se ele não existisse. Eu fiquei lá por minutos a fio,
debatendo se poderia incomodar algum residente para me deixar entrar, quando
ouvi. - Kate?

Eu pulei e me virei. Marcus estava em pé na calçada, usando jeans e uma blusa


preta lisa, mostrando seus braços bronzeados e todas aquelas tatuagens pretas e
sombreadas de cinza. Tinha uma corrente prata no pescoço carregando uma grande
cruz. E ele sempre foi tão grande? Eu não me lembro dele ser largo ou tão
intimidante de se olhar. Se meu pai estivesse aqui, ele o teria chamado de hooligan8,
e não era a roupa ou a maneira como ele parecia, mas era a maneira que Marcus se
portava. Aquela atitude “autoridade foda” estava presente nele como sempre, e por
7
Uma mulher que segue ou observa a sua marca de forma persistente, especialmente devido a obsessão ou loucura. A marca
bunny boiler/ caldeira do coelho é um homem com quem ela teve relações sexuais, talvez, uma vez.
8
Vândalo.
um momento, eu me perguntei por que diabos eu tinha vindo aqui em primeiro
lugar. Ele era diferente de uma forma que eu nunca iria entender.

Eu hesitei. Que diabos está fazendo aqui, Kate? Isso era errado. Ele era apenas um
estranho, e fiz um péssimo julgamento pensando que esse cara mantinha suas
promessas, ou mesmo que ele tivesse tido uma genuína noite. Deus, eu era apenas
uma tola. Eu me senti tão ingênua e estúpida.

- O que você está fazendo aqui? - Ele me perguntou, espelhando meus


pensamentos interiores, parecendo confuso quando me olhou de cima a baixo,
apreciando meu vestido de flores de verão. Eu me senti ainda mais fora de lugar do
que já estava.

Eu balancei minha cabeça. - Eu só estava passando. Não é nada.

Ele deu alguns passos mais perto de mim, seus cortantes olhos azuis em mim. -
Eu não entendo. Você veio aqui por mim, certo?

Eu balancei a cabeça com firmeza. - Não.

- Então por que você está aqui?

- Eu estava de saída.

Fiz um movimento quando ele estendeu a mão para mim.

- Não, - ele diz, seu rosto duro amolecendo. - Fale comigo, Kate. Não corra.

Tomei algumas respirações, imaginando como diabos eu ia explicar isso a ele


sem soar como uma pessoa louca. Não havia realmente nenhuma maneira que eu
poderia retirá-lo, e minha humilhação estava pesada e suja. Não poderia lavá-la, não
por várias vidas.

Resignada, desviei o olhar e murmurei: - Você não ligou.

Ele não se moveu nem respondeu por vários momentos, e eu tinha certeza que
estava toda vermelha. Ele provavelmente pensou que eu estava louca.

- Olhe para mim. - ele disse de repente, sua voz baixa e solene. Quando me
recusei, ele se aproximou de mim, bloqueando a minha visão com o seu corpo. -
Olhe para mim, Kate. - ele repetiu.
Lentamente, eu olhei para ele, e à luz do sol brilhante, o rosto lindo recordou-
me exatamente por que eu estava aqui em primeiro lugar.

- Eu não liguei para seu próprio bem. - explicou ele com cuidado. - Você é o sol,
baby, e eu sou a porra da escuridão. Viemos de realidades completamente
diferentes, e você merece um maldito inferno de muito mais do que eu.

Meu peito se apertou quando eu respondi: - Mas isso não é você quem decide.

Ele me estudou por alguns momentos, levando cada polegada de mim. Minhas
unhas bem cuidadas, meu cabelo liso, loiro e arrumado, meu vestido caro e
maquiagem perfeitamente aplicada. De repente, senti que deveria ter me arrumado
menos. A verdade era que fiz tudo para impressioná-lo, e agora sinto como se
estivesse fazendo o oposto.

Ele olhou a nossa volta, e quando ele pegou o meu carro no lado da estrada,
franziu a testa.

- Não é um bom lugar para estacionar um carro como esse. - ele murmurou.

- Eu não estava pensando. - eu respondi, estupidamente. - Eu sei que deveria ter


pensado. Eu acho que fui um pouco impulsiva. - E estúpida.

- Deixe-me mostrar uma coisa. - ele então me disse, voltando-se para mim.

- Ok.

Ele pegou minha mão, o que era um bom sinal em meu livro, e me levou até seu
apartamento. Enquanto ele parecia em conflito, com a testa franzida, o rosto
solene. Quando chegamos lá, ele separou nossas mãos e destrancou a porta.

- Entre. - ele me disse, e eu o segui pelo apartamento.

Estava confusa quando ele começou a ganhar distância.

- Dê uma olhada. - disse ele. - Estou aqui por seis meses, e é isso que eu sou.

Fiz o que ele pediu e dei uma olhada em torno de seu apartamento. Meus saltos
foram adornos contra as tábuas do piso, quando peguei a sala de estar e o sofá, em
que ele me deu a melhor experiência sexual. Certamente ele viu dias melhores. Na
verdade, toda a sala estava cheia de móveis de baixa qualidade e uma caixa
borbulhante para uma TV que não tinha visto pessoalmente em mais de uma
década.

- Vá para o meu quarto, - continuou ele, percebendo minha hesitação. - Vá em


frente, linda. Dê uma boa olhada.

Eu fiz.

Seu quarto tinha uma cama de casal, desfeita, e um balcão castanho claro
pequeno empilhado com porcaria. A cozinha tinha pratos empilhados na pia, e até
mesmo os armários tinham o amarelado de idade. E comecei a entender o que ele
estava tentando fazer.

- Então, você está sem dinheiro, - eu murmurei, voltando-me para ele, de ânimo
leve acrescentando: - E você é um pouco bagunçado.

Ele tinha os braços cruzados e estava encostado na porta da frente, me olhando


atentamente. Ele está esperando mais, e eu suspirei. - Você usa drogas também? É lá
que o dinheiro está indo? Achei que vendedores eram lavados com dinheiro, ou algo
assim.

- Eu não faço um monte de dinheiro, - ele respondeu. - Eu lido com algumas


pessoas perigosas e eles levam um pedaço enorme dele.

- Você gosta de fazer isso?

- Não. Eu odeio isso.

Dei de ombros. - Então saia.

- Sair? - Ele riu levemente. - Você não conhece o meu mundo, linda. Eu não
cresci com as mesmas oportunidades que você. Cresci em torno deste veneno e eu
tive que fazer o que podia. Este trabalho é fodido e ruim, mas ele está me dando
mais dinheiro do que se eu ficasse lá fora, trabalhando algumas horas para ganhar
tostões. Isto é o mundo, no final. Você mal sobrevive e então você tem que trabalhar.
Você luta, e luta duro, até o dia em que morrer. Não há nenhum caminho mais
fácil. Nenhuma ajuda ao virar a esquina, nenhum pai para pegar os pedaços de seus
erros, e é simples porque é assim. Ninguém dá a mínima para você aqui. É você
contra o mundo, e isso é a minha vida, Kate. É malditamente feia, e eu não vou
colorir seu mundo perfeito com essa feiura.
Considerei por alguns momentos. Continuando a olhar em torno de seu
apartamento, eu o entendia perfeitamente, mas não estava realmente me
preocupando com isso também. Eu gostava de Marcus, e o resto era o ruído de
fundo.

- Você não vai colorir meu mundo com feiura,- Então disse, olhando para ele. -
Temos uma boa conexão. Você me fez sentir coisas que nunca senti antes, e eu quero
me divertir com você. Eu quero que você me toque do jeito que fez naquela
noite. Isso é tudo que eu quero. É tudo o que eu queria quando te dei meu
número. Não tem que ser sério. Eu não estou procurando me envolver em tudo que
você faz ou em tudo que é feio.

Ele desviou o olhar, um olhar fugaz de decepção no rosto. - Então você me quer
para fins sexuais.

- Até que você possa me dar mais, sim. - eu respondi esperançosa.

Em toda a honestidade, eu queria mais, desde o início, mas eu também já sabia


que ele era uma bagunça. Eu não podia aceitar todo o seu mau ainda. Não iria
funcionar dessa maneira. Eu não iria durar. Eu queria as partes boas dele, e eu sabia
agora que era outra razão pela qual eu não era a única para ele. Ele precisava de
uma mulher, isso levou o bom e o mau. Uma mulher que lutasse para ele mudar,
para ser um homem melhor, mesmo que significasse ter um trabalho de merda,
enquanto ele estava limpo e vivia uma vida legal, isso era tudo o que importava. Eu
estava com muito medo de fazer tudo isso. Estava sendo egoísta, e eu poderia
justificar mais tarde que era porque eu era jovem e tentava prolongar essa
emoção. Mas para ser honesta, eu era apenas uma pessoa na fase egoísta quando
cheguei a ele.

Eu poderia dizer que ele estava rachando, especialmente quando seus olhos
viajaram o meu comprimento. Logo, este vício seria executado em ambos os
sentidos. Ele teria fome de mim o tempo todo, tentaria dar-me mais e eu iria afastá-
lo, despreparada para aceitar todos os lados dele.

Coloquei minha bolsa no chão, movi-me para ele. Ele me olhou com cuidado
quando fui, com este olhar vulnerável em seus olhos. Eu parei na frente dele e
minhas mãos percorreram até seu peito duro. Seus braços caíram para os lados
quando fiz isso, e ele fechou os olhos por um instante, como se saboreando o meu
toque. Ele queria ser cuidado, eu podia sentir isso tão fortemente nele. Seja qual for
o trauma que ele sofreu quando criança o deixou secretamente necessitado,
implorando para ser amado, enquanto carregava a sua fachada difícil. Talvez dentro
da alma de um jovem rugoso, existisse um bolso intacto de afeto à espera de ser
mostrado. Era uma espécie de tragédia, pensar em quantas pessoas fecharam-se do
mundo, por causa de uma educação de merda que não tinham nenhum controle
sobre.

Isso me fez querer Marcus ainda mais.

- Diga sim. - sussurrei para ele, salientando meu lado tímido. Eu queria ser
confiante com ele. Precisava ser para fazer isso funcionar.

Ele abriu os olhos e olhou para mim, dando-me borboletas na barriga com
aquele olhar. - Sim, - ele sussurrou de volta. - Porra eu quero você. Eu queria no
segundo em que vi você, mas eu também não fantasio. Eu só quero ter certeza que
você sabe o que está fazendo. Isso é tudo.

Meu peito apertou. Sorri para ele e acariciei o lado de seu rosto. - Eu tenho
certeza. - disse a ele.

Não foi um segundo mais tarde, antes que ele batesse a boca na minha. Seus
lábios foram feitos para mim, juro. Eu me senti em chamas, ansiando por mais de
seu toque.

Ele me pegou em seus braços fortes e estáveis e me levou de volta para seu
sofá. Com este olhar de desespero, ele removeu todos os itens de vestuário do meu
corpo, me tratou com delicadeza. Beijou-me em todos os lugares, saboreando cada
polegada de minha pele e eu gozei contra sua língua doce, antes que ele me tomasse
novamente.

E me desfiz.

Sem esforço, ele levou muito pouco tempo para roubar meu coração.
Cinco
Kate

- Então, o que aconteceu depois? - O homem me perguntou.

Olhei para ele e para a faca que estava preguiçosamente pendurada em suas
mãos.

- Com o que exatamente? - Eu respondi entorpecida.

- Com vocês dois, obviamente. Que porra mais eu poderia estar falando?

Eu vacilei em sua raiva. - Por que você quer saber?

- Como eu disse, estou matando tempo antes de voltar a matar. Apenas me


diga. Pode ser bom descarregar, especialmente porque você está indo para a sua
morte e tudo. Inferno, se você humanizar o suficiente, poderia lhe ter atravessando
em paz.

Estremeci e trouxe meus joelhos ao meu peito, segurando os soluços que


estavam borbulhando na superfície. - Por que você quer me matar?

O homem se inclinou para frente, seus olhos escuros e ameaçadores. - Vamos


apenas dizer que meu irmão está restaurando o equilíbrio. Olho por olho, esse tipo
de coisa. Seu menino dos sonhos rasgou-o bem, e ele não pode fugir com isso. Ele
não pode simplesmente aparecer do nada e roubar nosso território. Ele tem que ter
medo de cruzar conosco, e que melhor maneira de fazer isso do que escolher você?

- Marcus vai encontrá-lo.

- Não, ele não vai. Quando seu corpo estiver apodrecendo na parte inferior do
New River Raven, ele vai estar tão consumido em sua morte, que nunca vai pensar
em nos encontrar.

Eu não respondi a isso.

O homem era um louco e eu estava certa então, mais do que já tinha estado
certa sobre qualquer outra coisa, eu realmente estava indo para minha morte. Não
havia palavras para descrever o horror daquilo, mas havia também algo
estranhamente calmo sobre isso. Eu estava fazendo as pazes comigo mesma,
perdoando todos os erros que eu cometi, deixando de lado os problemas que
drasticamente agora pareciam tão insignificantes.

A vida era muito curta e eu tinha saboreado cada minuto?

A minha alma me consolou que eu tinha tentado.

Eu tentei muito duro viver para mim mesma.

- Fala. - ele então exigiu. - Conte-me sobre o seu relacionamento.

- Eu não vou dar-lhe mais momentos, - retruquei, lutando arduamente para


manter minha voz firme. - Você não vai roubar outro. Agora já respondi. Eu disse-
lhe como nos conhecemos e eu dei-lhe um pouco mais também, mas é isso. Nada
mais.

Ele olhou para mim por um minuto sólido e os segundos arrastaram com
inquietação.

- Você quer ir direto ao ponto, então? - Ele perguntou de repente. - Você quer
que eu arranque seu coração agora em vez de mais tarde?

Olhei para a faca, tremendo como uma folha com o pensamento dele furando-a
no meu peito.

- Eu não entendo por que você está fazendo isso. - gritei de frustração, meus
dentes batendo. - Eu sou uma boa pessoa! Não prejudiquei ninguém. Não fiz nada
para merecer isso.

- Quanto tempo você ficou com ele? - Ele continuou, ignorando completamente
as minhas palavras. - Se ele lhe deixou quatro anos atrás, o que significa que ele teve
um ano com você. Não é mesmo?

Eu só fiquei boquiaberta, sem palavras.

- Um ano com você não deve tê-lo afetado tanto, deveria?

- Depois de alguns meses, começamos a passar todos os dias juntos.

- Vocês eram amantes abertos? Será que o mundo sabia?


- Não, - eu sussurrei, olhando distraidamente para ele, quando ressurgiram
esses momentos na minha vida, que eu nunca voltaria. - Estávamos juntos em
segredo. Nós criamos nosso próprio mundo. Não importava se Marcus não tinha
dinheiro. Não importava de que parte da cidade eu vim. Deixávamos nossos
problemas e as nossas vidas para trás quando ficávamos juntos.

- Era apenas sexo?

- Não, e sim. Era... Tudo. Às vezes eu estava em seu lugar, outras vezes ele
estava no meu.

- Ele te agradou cada vez?

Eu negligenciei seu desespero para conhecer e concordei com a cabeça. - Sim.

Marcus tinha explorado cada polegada de mim, sempre me agradando,


enquanto ele reservou seu prazer até o fim... Mas, mesmo assim, senti que ele tinha
algum outro lado dele sexualmente. Eu não sabia o que era, e ele nunca falou sobre
isso, mas se conteve cada vez que ele me levou.

- E ninguém sabia?- meu assassino pressionou.

- Eventualmente eles souberam. Eu comecei a me distanciar de todo mundo e


eu fiquei descuidada sobre esconder minhas pegadas. Depois de ter negligenciado
meus amigos, passado pouco tempo falando com os meus pais e minhas notas
sofríveis, as pessoas começaram a suspeitar.

- Então ele se tornou o seu mundo.

- Sim.

Nada me emocionou mais, exceto a sensação dele e o que ele poderia fazer para
o meu corpo. Ou que eu poderia me abrir com ele e dizer-lhe cada pequena coisa e
ele nunca iria me julgar como os outros fariam.

- Quem descobriu isso?

Eu suspirei, revivendo essa memória horrível. - Meu pai.

E foi aí que tudo mudou.


Marcus tinha me deixado às seis da manhã, bem consciente de que o meu pai
iria vir me buscar para café da manhã às sete. Nós estivemos juntos por quase um
ano, nesta fase, e era tão brilhante e viciante como no primeiro dia. Em nosso
próprio mundinho, que vivemos e respiramos o outro, e era sempre catártico
terminar o dia em seus braços. Equilibrou-me, me fez sentir como se talvez eu
pudesse lidar com o feio em sua vida depois de tudo. Relembrou muitas vezes. Na
minha mente, eu me vi abandonar meus estudos, abandonando as expectativas de
meu pai, mudando-me com Marcus, nós dois conseguindo um emprego e o
mantendo. Poderia funcionar, não podia? Eu não me importava se isso significava
ser pobre ou não. Eu não me importava desde que eu tivesse aqueles lábios contra
os meus.

- Me ligue, - eu disse a ele, beijando-o. - Não me faça esperar novamente,


Marcus. Você demora uma eternidade.

- Eu vou ligar esta noite, - ele prometeu, correndo os dedos pelo meu cabelo
com este olhar de adoração. - Eu não vou fazer você esperar, linda.

Dei-lhe mais um beijo de derreter o coração antes de quebrá-lo e correr para o


meu prédio. Eu parecia uma merda e os espelhos do elevador confirmaram minhas
suspeitas. Minha saia não estava alinhada. Meu cabelo estava crespo e minha
maquiagem estava em toda parte, o rímel em especial, completamente esfregado,
debaixo dos meus olhos, fazendo-me parecer como um guaxinim. Sim, se alguém
me visse, saberiam exatamente o que eu tinha feito a noite toda.

Minhas bochechas coraram com a lembrança. Meu Deus, as coisas que o


homem fazia com a língua. Senti uma dor novamente só de pensar nisso, mas não
tinha tempo para isso. Eu precisava me apressar e tomar banho, parecer
apresentável, meu cabelo no lugar, e mentalmente me preparar para um longo
interrogatório sobre por que eu não era perfeita para o meu pai.

Abri minha porta e rapidamente entrei. Eu tinha acabado de fechar a porta e


virado quando parei, saltando de surpresa. Meu pai estava ali, no meio da minha
sala de estar, afastando-se das janelas onde ele teria provavelmente apenas me
visto. Ele estava vestido com suas calças de golfe e camisa de colarinho. Era dia de
golfe, é claro, e ele estava geralmente feliz nos dias em que jogava golfe com seus
amigos, mas hoje ele estava longe disso. Enquanto ainda estava parecendo
impecável, o que meu pai sempre foi, no seu rosto não havia nada para sorrir,
especialmente quando ele viu o meu estado. Ele estava irritado. Regiamente
chateado e eu vacilei quando ele se dirigiu a mim.
- Então é isso que você anda fazendo! - Gritou, parando na minha frente para
olhar para mim da cabeça aos pés. - Você acha que sua mãe vai se orgulhar quando
eu lhe disser que você está pulando na cama com um bandido, do outro lado da
cidade, sem instrução, que vende drogas?

Oh meu Deus, senti como se minha vida tivesse acabado.

Eu não sabia como reagir. Minhas emoções estavam por todos os


lados. Principalmente, estava surpresa que ele tinha percebido isso, porque eu não
disse a ninguém sobre Marcus, nem mesmo a meus amigos mais próximos.

- Você tem me seguido? - Eu sussurrei em estado de choque.

- Claro que eu segui você. - ele respondeu com raiva. - Você é minha única filha,
a minha menina. Achou que eu só ia sentar enquanto você sofre nas aulas e nos
evita? Sua mãe vai ficar devastada, Kate. Você me colocou em uma posição
terrível. Você fez isso para mim de propósito?

- Não.

- Você está tentando se rebelar?- Ele perguntou, seu rosto se contorcendo. -


Temos sufocado você? Será que eu falhei com você como um pai?

- Não, pai, não.

- Então por quê?

- Não teve nada a ver com você.

- Tudo o que é parte de você tem a ver comigo!

Meus olhos lacrimejaram.

- Isso não foi mal-intencionado, e eu entendo a sua raiva, pai...

- Não, - ele interrompeu com um aceno de cabeça. - Estou mais desapontado do


que com raiva. Eu realmente pensei que você era diferente de todo o resto. Nunca
achei que iria pegá-la fazendo algo parecido com isto. Jogar tudo fora por um
menino, um criminoso que não é nada, e que sempre será nada!

- Ele é bom, pai, eu não iria passar o tempo com alguém, se não fosse uma boa
pessoa...
- Eu o verifiquei, Kate. Ele não é uma boa pessoa. Ele tem estado dentro e fora
de problemas desde que tinha quinze anos. Olha onde ele mora, olha o que ele faz,
pense no que você está dizendo antes de dizer a mim que ele é uma boa pessoa.

Não era justo. Qualquer um pode olhar através de sua vida e pintá-lo como
uma pessoa terrível, mas havia muito mais de Marcus do que isso. Ele só não foi
justo.

Eu não respondi. Estava sem palavras. Eu tinha sido pega em flagrante, não há
maneira de esconder ou tentar adoçar a situação. Eu senti como se tivesse feito a
caminhada da vergonha na frente do meu pai enlouquecido, e eu estava mortificada
e envergonhada, mas, o mais importante, eu estava decepcionada comigo
mesma. Não era por causa da minha desonestidade, também, mas por não ser mais
cuidadosa, quando mais unida e grudada estava com Marcus.

- Agora, - ele continuou, - isto é o que vai acontecer...

Uma batida interrompeu-o, e eu congelei ao som. Havia apenas uma pessoa que
poderia estar na porta agora. Merda.

Os olhos do meu pai se arregalaram com a realização. –

Você deu a ele uma chave? - Ele sussurrou em estado de choque.

Eu hesitei e seu rosto escureceu. Ele passou por mim, e eu o segui


freneticamente.

- Pai, pare! - o chamei. - Não, por favor, não faça nada.

Ele me empurrou de lado e abriu a porta, e se acalmou com a visão de Marcus


segurando minha carteira, aparecendo em sua habitual calças jeans e uma camiseta
preta. Papai estava corado em cinco diferentes tons de vermelho, e eu o agarrei pelo
braço rapidamente, quando ele fez um movimento.

- Seu filho da puta! - Ele gritou, apontando o dedo para Marcus. - Fique longe
da minha filha! Está me escutando?

Marcus deu um passo para trás, olhando entre eu e ele com um olhar vazio em
seu rosto.
- Você é um merda de nada! - Meu pai continuou, e eu fiz uma careta e pedi
para ele parar. - Eu sei tudo sobre você! Sei que você é um buraco negro e não é bom
para a minha filha. Está escutando? Você vai deixá-la sozinha!

Marcus apenas olhou para mim, seu rosto vazio de emoção.

- Você esqueceu sua carteira. - ele então disse em voz baixa, e antes que
pudesse continuar, meu pai rasgou-a fora de sua mão.

- Saia, - ele exigiu. - Você fique em volta da minha filha mais uma vez e está
morto. Terei a polícia em você e vai ser afastado de tudo que faz naquele lado. Está
me entendendo?

Marcus não respondeu a ele. Ele era bom em manter suas emoções escondidas,
e eu preferia vê-lo com raiva em vez de parecer como um vazio na nossa frente.

- Marcus, - eu sussurrei para ele, derramando a tristeza na minha voz.

Ele simplesmente enfiou as mãos nos bolsos, me lançou um último olhar, e


começou a sair pelo corredor. Eu estava tremendo enquanto meu pai fechou a porta
e ligou para minha mãe. Senti-me perdida e presa, e enquanto meu pai continuava
sobre a forma como eu ia mudar a minha maneira, a mesma pergunta zumbia na
minha mente, uma e outra vez.

Como diabos eu ia vê-lo agora?

O dia inteiro foi um inferno. Minha mãe agiu como se eu tivesse cometido
assassinato, soluçando no meu apartamento, ameaçando me levar de volta para casa
para que ela pudesse “me mostrar o caminho novamente”. Papai não foi para o
golfe até à tarde, depois que ele passou três horas me dando uma palestra de como
estávamos indo corrigir isso, antes que as pessoas em nosso círculo social
descobrissem que eu estava com um “criminoso”.

Foi desastroso.

Eu me ressenti e nunca tinha tido um pensamento ruim de meus pais antes


desse dia. Mas eu os odiava por julgar, por não me deixarem explicar como me
sentia por ele.
E, em seguida, para piorar a situação, Marcus não me ligou como ele
prometeu. Eu mantive meu telefone para vibrar no meu bolso o tempo todo, e eles
estavam muito chateados, mas não tinham considerado tirá-lo de mim.

O acúmulo de raiva dentro do meu corpo era explosivo. Naquela noite, eu


estava tão furiosa com meu pai pelo o que ele disse a Marcus, que eu decidi que não
me importava que ele não fosse aceitá-lo. Eu queria que meus pensamentos se
tornassem uma realidade, e eu me convenci de que Marcus valia a pena deixar tudo
para trás.

Eu dirigi ao seu apartamento depois que meus pais me deixaram à noite. Eu


não estava inteiramente no estado de espírito certo, eu sabia disso, mas eu precisava
vê-lo. Foi só quando eu estava rastejando pela rua que vim a meus sentidos e
percebi que era um mau momento para estar fora. Havia pessoas em toda a rua, e
suas cabeças viravam para o meu Corvette azul avançando em uma vaga de
estacionamento. Era um território perigoso, e eu estava perto de me convencer a
sair, mas então eu o vi com um grupo de rapazes do lado de fora de seu prédio. Ele
estava recostado contra a parede de tijolo, virando uma garrafa de cerveja,
parecendo particularmente infeliz quando seguiu seus olhares atentos em minha
direção.

Era tarde demais para voltar agora.

Saí em minhas sandálias. Eu não parecia impressionante como de costume. Eu


tinha calças pretas justas e um top de grandes dimensões. Meu cabelo estava para
cima, com fios caídos emoldurando o rosto de pouca maquiagem. Foi bom me
arrumar menos, eu percebi, quando fiz lentamente meu caminho para ele,
ignorando os olhares profundos dos outros quando me examinaram.

Com os braços cruzados, Marcus não se moveu para mim uma vez. Ele apenas
ficou lá, esperando, o rosto sem emoção olhando para o meu, preocupado. Os
rapazes em torno dele se separaram apenas o suficiente para eu me deslocar dentro
de seu círculo e parar na frente dele. Marcus olhou para eles, e com esse olhar único,
eles se separaram por completo, dando-nos espaço para falar. Eu estava uma pilha
de nervos, perguntando como eu mesma poderia começar a pedir desculpas pelo
comportamento horrível do meu pai e de alguma forma consertar-nos ao mesmo
tempo.

- Hey. - eu disse hesitante, tentando sorrir para ele.


Ele se inclinou e disse calmamente: - O que você está fazendo aqui, Kate? São
dez da noite.

- Eu queria falar com você sobre esta manhã, - eu respondi. - Você disse que iria
ligar, e depois de todo incidente com meu pai, você não fez.

- Eu imaginei que seu velho estaria monitorando seu telefone, e eu não queria
que você tivesse mais problemas do que já tinha.

- Ele não estava monitorando o meu telefone, e não me importo sobre estar em
apuros se isso significa estar com você.

Marcus suspirou lentamente.

- Kate, - ele sussurrou, e sua voz parecia aflita. - Eu não quero você se
esgueirando mais comigo...

- Isso eu sei, e não vamos.

- Mas seu pai estava certo.

Acalmei-me, olhando para ele com surpresa.

- Ele estava certo sobre o quê, Marcus?

- Eu não sou bom para você. Eu sou a porra de um parafuso solto, e mesmo se
eu quisesse que você não se escondesse, eu teria que ser o único a fazê-lo. Com o
meu trabalho e a quantidade de problemas que estou me metendo, não é seguro
para você estar ao redor, especialmente agora. Pelo amor de Deus, já é tarde e essas
pessoas que você vê em torno de nós aqui não são tão tolerantes como as pessoas
com dinheiro. Você tem sorte de me encontrar aqui.

- Eu não virei aqui tão tarde de novo.

- Isso não é suficiente, Kate.

Agarrei-o pelo braço e apertei desesperadamente. - Eu não posso ficar sem


você. Nós estamos juntos todos os dias. E quanto a você apenas vir para mim em vez
disso? Eu não estou pronta para deixá-lo ir, Marcus. Eu não posso. Isso iria me
quebrar. Eu já estou quebrando.

Ele se tornou uma parte de mim, e eu estava disposta a admitir isso. Eu


queria. Isso sentou na minha língua, avançando seu caminho para fora.
- Eu te amo, - soltei, engolindo uma golfada de ar na admissão. - Ok? Essa é a
verdade. Eu amo você e não posso ficar sem você...

Ele me cortou apenas depois com um beijo duro. Ele agarrou meu cabelo com
força enquanto me levou, e eu senti como se precisasse que eu dissesse isso. Ele
precisava saber que era amado. Querido Deus, nesse momento eu me perguntava
tanto sobre os horrores que ele passou para se sentir dessa maneira. Quando a boca
se afastou de mim, ele manteve a sua testa pressionada contra a minha, olhando
para mim com olhos tristes.

- Marcus, - eu sussurrei, e ele fechou os olhos, inalando bruscamente, como se


estivesse me respirando. - Eu vou jogar tudo fora. Vou deixar tudo para trás por
você. Eu quero toda a feiura.

Sua mão caiu instantaneamente e ele deu um passo para trás de mim, rasgado e
miserável. Eu não poderia entender por que. Ele deveria ter desejado isso também.

- Eu não sei o que fazer, - ele então disse, balançando a cabeça. - Você merece
mais, e eu estaria roubando de você, se você deixasse tudo para trás.

Eu balancei a cabeça também. - Você não estaria roubando-me de qualquer


coisa.

- Eu não posso acreditar que é assim que você vai se sentir a longo prazo,
baby. Eu já vi isso antes. Você vai começar a ressentir-se...

- Não é justo dizer isso. Você só está especulando. Pode ser o oposto total. Eu
poderia amar estar mais com você, e não vale a pena o risco?

Ele exalou, passando a mão pelo cabelo. - Eu queria que fosse assim tão
fácil. Estou em um monte de merda agora. Você já esteve em um ponto cego, onde
eu tenho mantido você. Há muita coisa que você não sabe, e você estar aqui agora
não é uma boa ideia. Você precisa ir. Você precisa sair daqui antes que alguém
decida dizer algo para você.

- Então venha comigo.

- Eu tenho negócios para cuidar.

- O que, as drogas? - Eu assobiei, sentindo raiva por ele escolher lidar com isso
do que voltar para casa comigo. Ele não me ouviu dois segundos atrás? Eu só disse a
ele que o amava, e que não era fácil de fazer qualquer um. Seu rosto escureceu
quando ele olhou em torno de nós, e então me agarrou pelo braço e começou a me
arrastar de volta para o carro.

- É mais do que isso, - ele trincou na minha orelha. - É que você é a porra da
minha fraqueza, e você estando aqui na frente de todos, revela isso. Você precisa
entrar em seu carro e nunca mais voltar a este lugar novamente.

- E quanto a nós? - Eu gritei quando ele abriu a porta do carro.

Ele parou contra mim e olhou fixamente para o meu rosto.

- Você precisa se concentrar no que é importante e certo agora...

- Você é importante!

- Estou falando de suas aulas, seus amigos, sua família, tudo o que existia antes
de mim.

- Mas eu preciso de você.

Ele suspirou profundamente.

- Talvez eu vá ser bom o suficiente para você um dia. Foda-se, eu faria qualquer
coisa para isso acontecer, mas isso não está em minhas cartas, Kate. Isso não pode
acontecer agora. Você tem que ir, e deixar de ter um perdedor como eu arrastando-a
para baixo. Seu pai te ama. Ele está fazendo isso para protegê-la.

- Ele está lhe pintando preto e branco!

- Eu sei, e talvez eu mereça isso por minhas escolhas pobres. O ponto é que ele
não está sendo mal-intencionado. Ele está sendo carinhoso, e porra, Kate, se há
alguma coisa na vida que você tem de importante, é o amor da sua família. Eu não
tive isso, e você precisa dele.

- Não.

- Sim, você precisa.

Ele estava certo. Eu odiava isso.

- Então vá, - ele me disse. - Você precisa.


Eu resisti no início, mas ele me olhou, sem vontade de aceitar um não como
resposta. Eu não chorei. Estava mais irritada do que triste.

- Você está cometendo um erro. - eu disse a ele.

Eu olhei para ele e subi de volta para o meu carro. Com minhas mãos apertando
o volante, eu dirigi para fora de lá, observando sua forma no espelho retrovisor
quanto mais me distanciava, menor ele ficava.

Ele queria me deixar ir.

Mas eu não faria. Nunca.

Estiquei durante semanas, liguei para ele sem descanso e recebi nada do outro
lado.

Foi somente após a terceira semana que eu ouvi falar sobre ele sair da cidade.

Ele não voltou por quatro anos.

- Você deve ter mudado, - disse o homem, divertido. - Isso poderia ter sido o
fim de vocês. Você poderia ter vivido sua vida e toda essa coisa - você e eu, aqui e
agora, não teria acontecido.

- Eu não conseguia esquecê-lo. - respondi, sinceramente, olhando para a figura


escura. - Meu coração não me deixou passar por cima.

Corações queriam o que eles queriam, com ou sem a sua opinião.

- Você acha que ele te amou? - Ele então perguntou. - Você esvaziou o seu
coração, e ele nunca disse de volta.

Suspirei.

- Marcus adorou a ideia de me ter, mais do que ele me amava.

- O que você quer dizer?


- Quero dizer, em sua cabeça, eu era a perfeição inatingível. Ele nunca poderia
se sentir digno de mim se ele ficasse assim.

O homem cantarolou pensativamente.

- Você acha que foi por isso que ele deixou a cidade?

- Eu não posso ter certeza, mas... Eu sempre me perguntei sobre isso. Sempre
me perguntei o que se passava em sua cabeça na noite em que ele foi embora.

E neste porão, com o tempo terminando, eu sabia que nunca iria obter a
resposta a essa uma pergunta.

- Você desafiou seu pai, porém, não é? - Ele arrancou. - É por isso que você se
tornou uma professora.

- Sim.

- Quando você soube que Marcus tinha retornado?

Eu sorri suavemente. - Eu estava no caixa no supermercado, me preparando


para pagar, quando eu olhei para a prateleira de revistas e vi o jornal local. Eu
lembro que continuei. Meu coração espremido tão dolorosamente. Peguei o jornal
com uma mão trêmula e li o artigo abaixo da foto dele cumprimentando o prefeito
da cidade. Ele tinha doado meio milhão de dólares para renovar o edifício histórico
de New Raven previamente agendado para demolição, e eles estavam agradecendo-
lhe por manter a história viva, ajudando com o financiamento. Ele salvou o edifício,
e ele foi um herói por um tempo. Essa noticia tinha feito a terra tremer para mim. Eu
senti como se alguém pairasse sobre seu corpo, tentando agarrar uma realidade que
não parecia possível. No entanto, isso era verdade. Marcus tinha voltado rico além
da crença, respondendo a ninguém, o tempo todo parecendo como um Adônis. Ele
deve ter ganhado uns 30 quilos de músculo.

- Quanto tempo depois que você o viu?

Eu voltei dos meus pensamentos e balancei a cabeça lentamente, olhando


fixamente para o homem. - Não muito.

Eu não iria dizer a ele como íntimo Marcus foi para mim. O quanto ele lutou
por mim quando ele voltou. Quão diferente ele estava em todos os sentidos, mas
ainda me dando partes do seu antigo eu, que eu sabia que espreitava dentro dele.
Lembrei-me de tomar o meu passeio matinal pelo parque, fora do meu
apartamento, alguns dias depois de ler o jornal. Lembrei-me da forma como o ar
mudou quando eu parei nos jardins. Eu sabia, antes mesmo que ele se mostrasse,
que ele estava lá. E ele estava vestido em um terno, olhando notavelmente
irreconhecível. Ele tinha olhado para mim com seu coração em sua manga,
hipnotizado pela minha visão.

- Você voltou. - eu sussurrei.

- Eu voltei para você. - ele sussurrou de volta.

Deixei escapar um leve suspiro e senti meu corpo lentamente fechando. Eu não
iria dar a este homem mais momentos. Eles eram meus e ele não poderia tê-los.

- Então você está cortando a perseguição. - afirmou lentamente.

Forcei um aceno de cabeça.

- Sim, - eu respirei fundo, mais corajosa do que já tinha sido antes na minha
vida. - Estou.

Pensei em Marcus, quando o homem se levantou.

Pensei no amor cru que eu tinha por ele, quando o homem se aproximou de
mim.

Eu senti o amor em cada polegada de minha alma quando o homem escureceu


meu mundo, com as mãos em torno de meu pescoço. Eu lutei para permanecer viva
com tudo dentro de mim, mas não era de nenhum uso. Eu estava morrendo, e seu
rosto passou diante de meus olhos quando eu tirei o meu último suspiro. Por uma
fração de segundo, Marcus estava em cima de mim, segurando-me, dizendo-me que
ia ficar bem.

E então a escuridão finalmente me consumiu.


Cinco
Marcus

Ela está no rio, Sr. Borden. Deixei-a em uma única peça, que é mais do que você
merece. Considere isso, a próxima vez que você tiver uma mulher por perto. Caia
fora do nosso território. Estas são as nossas ruas. Não as suas.

Sua alma tinha quebrado na mensagem.

Ele foi tarde demais.

Marcus entrou nas águas calmas, vagamente ouvindo as sirenes da ambulância


e dos carros da polícia na distância.

A figura flutuava virada para cima e o brilho do cabelo loiro balançando em


todas as direções sob o céu nublado. Ele nadou, sem se importar com a água fria,
sem se importar com nada, apenas ela. Com os olhos vermelhos, ele freneticamente
mudou-se para ela, sua boca tremendo enquanto ele se aproximava.

- Não. - ele engasgou.

Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Não era real. Não podia ser.

Sua vista transbordou e escureceu. Ele quase perdeu a consciência do choque


quando saiu com ela. Sua pele pálida estava fria ao toque. Ele passou o braço em
torno de seu corpo e puxou-a para ele.

- Kate? - Ele sussurrou com medo.

Ele virou o rosto para ele e seu coração entrou em colapso em seu peito. Seus
olhos estavam abertos, mas não havia nada lá. Ele balançou a cabeça em negação e
acariciou sua bochecha.

- Acorde, - ele suplicou. - Acorde. Não faça isso comigo. Não... Porra não faz
isso comigo! Não, não, não.
Ele soltou um grito gutural, sugando o ar em seus pulmões, enquanto tentava
aceitar o que tinha acontecido, o que ele estava olhando, o que estava tocando.

- Porra, eu te amo, - ele deixou escapar, sentindo a dor de uma facada em seu
peito. - Eu te amo, porra, e eu nunca te disse. Eu nunca te disse porra. Nunca...

Seu polegar percorreu o rosto sem vida, sobre os lábios finos, e foda-se eles
ainda estavam vermelhos, mesmo na morte. Seus dedos flutuavam através dos fios
de seu longo cabelo loiro, e ele agarrou um punhado, sugando mais ar quando seu
mundo girou em torno dele.

Não. Não.

Tremendo, ele nadou de volta para a praia com ela e levou-a para um ponto no
chão arenoso. Seu corpo era um terremoto, o rosto empalideceu com a visão da
mulher pela qual voltou. A mulher que lhe tinha dado propósito quando ele estava
perdido e sem esperança. Ele abriu a boca, mas sua voz estava presa dentro de seus
pulmões. Seus olhos encheram, mas as lágrimas não caíram.

Ele caiu sobre ela, enterrando seu rosto na curva suave de seu ombro. Esse foi o
momento em que as cores em seu mundo diminuíram. Ele rasgou-se longe para
olhar para o rosto dela e viu nada além de preto e cinza em todos os
lugares. Cavando os dedos na terra arenosa, a dor aguda em seu peito era
acompanhada por uma raiva que fez seu sangue correr frio como a morte.

Era extraordinária essa raiva.

Deu-lhe um propósito essa raiva.

O mudou.

O que restava de Marcus morreu naquele dia, à beira do rio, com Kate
Davenoth.
Parte Dois: Borden e Emma

“ A tragédia da vida não é a morte, mas o que vai morrendo


dentro de nós enquanto vivemos.” Norman Cousins
Seis
Emma

Eles o apelidaram de Tank e eu pude ver porque, agora que eu estava em pé na


frente dele. O homem era cruelmente enorme. Como Ajax, o Grande, um tipo de
porra enorme. Eu tinha de erguer minha cabeça para ver os quase dois metros dele.

Mas Marcus Borden era muito mais jovem do que eu esperava. Ele parecia estar
em seus trinta anos. Seu cabelo castanho era maior do que nas imagens anteriores
que eu tinha visto, ondulado um pouco na nuca e sobre a testa. Seu rosto era em
forma de coração, e ele tinha lábios cheios, nariz forte e reto e altas maçãs do
rosto. Eu teria pensado em características bonitas, bem como gritava menino bonito,
mas isso era a última coisa que ele era. A maneira calculada que ele se movia e com
olhos frios como aqueles, ele gritava predador em seu lugar.

E apenas uma palavra estava passando por minha mente naquele


momento: Pooooooooooorra.

Imediatamente eu estava sobrecarregada com medo. Senti como se alguém


tivesse batido o vento fora de mim. Sua expressão grave imediatamente colocou-me
na borda, e quando seus resilientes olhos azuis brilharam nos meus, até mesmo a
metade de um segundo que ele fez, meu coração pegou e eu podia sentir meu pulso
batendo rápido nos meus ouvidos.

Por que diabos eu estou aqui? Uma noite concordo em sair e isso é o que acontece...

Três de seus homens estavam ao redor dele e uma alta ruiva esbelta, em um
vestido vermelho, pendurada ao seu lado. Ela estava olhando para mim, diversão
rabiscou em seus traços suaves em minha situação. Eu imediatamente odiei a cadela.

Borden, vestindo um suéter grosso preto e jeans escuros, estava em pé na frente


de uma mesa de aço de grandes dimensões, verificando uma pasta aberta, quando
entramos pela primeira vez. Eu não podia ver o conteúdo da sua pasta de onde eu
estava, nem queria. O que eu queria desesperadamente era estar longe de todos eles.
Esta era como uma cena ruim de algum filme da máfia, de segunda, e a qualquer
momento, alguém ia colocar uma bala na parte de trás da minha cabeça. Olhei para
trás, só para ter certeza.
Sim, eu estava perdendo a minha merda.

Mais uma vez: Pooooooooooorra.

Eu tinha sido forçosamente arrastada aqui por um homem a quem chamavam


Hawke, e sua mão ainda estava, atualmente, enrolada em volta do meu braço
nu. Quando eu olhei para ele, senti meu estômago revirar. Estava faltando o seu
terceiro dedo e a pele ao redor de seu antebraço era densamente marcada.

Ele me colocou em frente à mesa, de frente à Borden. Eu observei enquanto


outro homem caminhava até onde ele estava e se inclinou em seu ouvido. -
Encontrei-a no corredor quando estávamos cuidando dos negócios. Acho que ela viu
tudo...

As paredes estavam vibrando por causa da música que rugia fora da sala, em
volta do clube, afogando o resto de suas palavras. Ou talvez essa tenha sido a causa
da escalada do meu coração em meu ouvido, batendo com a audiência,
desenfreadamente sobre a surdez. Seja qual for. Isso não importa, não é? O fato era
que eu não conseguia ouvir merda sem esforço.

Ainda olhando para o que estava na pasta na frente dele, ele disse: - O que você
viu no beco, senhorita...? - Sua voz era baixa e suave, mas tinha uma espinha dorsal
de autoridade nela. Ele pareceu quase aborrecido, como se isso fosse ainda outro
inconveniente.

- Eu não vi nada. - Eu respondi rapidamente.

- Ele perguntou pelo caralho do seu nome, puta. - Hawke rosnou, cavando suas
unhas mais profundamente em meu braço.

- Bem, eu realmente não sei, não é? - Eu não podia deixar de


vociferar. Honestamente, não teria feito, se tivesse no estado de espírito certo.

Meu coração pegou na forma que Hawke olhou para mim. Engoli em seco e
soltei, - Emma Warne. Esse é o meu nome.

Borden instantaneamente olhou para mim. - Emma Warne? - Ele repetiu, uma
nota de surpresa em sua voz.

Minha testa franziu com a reação daquele estranho, perante o aperto de Hawke
mais uma vez em aviso. - S-sim. - eu disse rapidamente.
Borden apenas olhou para mim por um longo momento, e o silêncio era
estranho como merda. Eu tipo queria desaparecer na inexistência com o olhar em
seus olhos, todo duro e curioso. Então, antes que eu pudesse perguntar sobre aquele
olhar, seu rosto suavizou e ele voltou ao normal.

- Você a revistou? - Ele perguntou a Hawke.

Hawke concordou. - Não há nada realmente a verificar. O vestido é muito


apertado.

Borden me olhou com cuidado, vagando meu corpo de cima para baixo. Não foi
calorosamente. Apenas clínico. - Você checou o sutiã, para ver se ela está
escondendo... Lâminas de qualquer tipo?

Eu fiquei tensa de repente. Como diabos ele poderia saber isso?

- Eu não verifiquei seu sutiã. Vou fazer isso agora.

A segunda mão de Hawke atirou até meu peito, eu pulei para trás. - Não! - Eu
assobiei. - Eu tenho um canivete no meu sutiã. Vou pegá-lo eu mesma.

Ele olhou para Borden para ver se estava bem, e Borden assentiu. Todos os
olhos estavam em mim quando enfiei minha mão pelo meu top, buscando a lâmina
escondida sob meu peito. Puxei-a para fora, e meus seios estavam praticamente em
exposição antes de eu fixá-los de volta no lugar. Meu rosto estava vermelho
flamejante quando eu, relutantemente, entreguei a Hawke meu canivete. Não que eu
lamente ou qualquer coisa. Eu tinha uma dúzia de outros no meu apartamento. Ele
pegou e colocou-o sobre a mesa antes de voltar para ficar ao meu lado.

Silêncio novamente.

Borden parecia que estava deliberando, lançando um rápido olhar para a arma,
a cada poucos segundos.

- Você tem o hábito de usar esta lâmina, Senhorita Warne?

- É para minha proteção. - Eu simplesmente respondi, e meu corpo começou a


suar com o quão duro ele estava olhando para mim.

-Você coloca-se em perigo muitas vezes?

- Não.
- Então o que você estava fazendo lá fora sozinha, em um beco, tarde da noite?

Estranho como simples perguntas que você teria facilmente respondido antes,
tornam-se difíceis e claramente impossíveis de colocar em palavras, quando o medo
toma conta de você. Eu gaguejei, piscando várias vezes, tentando montar uma linha
antes de Hawke xingar em voz alta. - Foda-se, ela vai mentir, Borden, - disse ele. -
Ela não pode colocar duas palavras juntas...

- Eu queria um pouco de ar fresco. - o interrompi. - É muito abafado no clube e


eu não tenho o costume de estar em lugares lotados... Eu queria um pouco de ar
fresco. Isto é tudo. Eu não vi ou fiz nada...

- Ela está mentindo. - Hawke cortou bruscamente.

- Eu não estou mentindo! - Eu não tive a intenção de levantar a minha voz à


Hawke, mas esse cara era realmente irritante. Foi como ódio à primeira vista com
este estúpido, e ele olhou para mim como se eu fosse uma mosca que precisava ser
esmagada/queimada/mutilada.

A boca de Borden formou uma carranca com minha explosão. Foda-se. Ele
fechou a maleta e a definiu para baixo sobre a mesa, inclinando-se um pouco para
me estudar.

Olhar fixamente em seu rosto era difícil, mas eu senti que não tinha outra
escolha. Ele estava solícito a mim com aqueles olhos hipnóticos; não havia nenhuma
maneira que eu poderia escapar deles. Então ele olhou por cima do meu ombro, e
apenas o simples ato levou Hawke a me empurrar mais perto de Borden, até que
minhas pernas estavam tocando a mesa de aço, e eu estava apenas a centímetros
dele.

Mais perto dele do que nunca, os olhos dançavam em volta do rosto. Eu podia
sentir cada parte de mim tensa, perplexa por um momento, com a beleza gritante do
homem encarnado, e depois pega em uma onda de trepidação quando me lembrei
de quem eu estava realmente olhando.

Um homem mau.

Um homem perigoso.

Independentemente da maneira como ele parecia, ele era frio e mau, e eu era
apenas um cordeiro levado para o abate.
- Você está mantendo-se bastante bem, Senhorita Warne. - observou ele,
passando por cima de cada polegada do meu rosto e corpo como se respondesse
algo para ele. - Você não tem bebido.

Ainda tensa, eu balancei a cabeça. - Não.

- Estranho alguém vir ao meu clube e evitar uma bebida.

- Eu não bebo.

- Que monte de merda. - Hawke disse em voz baixa.

- Eu não bebo. - repeti rapidamente, antes que todos eles começassem a duvidar
de mim. - Eu-eu não bebo há anos.

- Ela está mentindo entre dentes, - a ruiva lançou-se em voz alta. - Olhe para
ela. Ela está gaguejando e tremendo...

- Se eu quisesse sua opinião, teria pedido. - A voz de Borden não tinha mudado,
mas o seu rosto brilhou de raiva quando olhou para ela. Merda, aquele olhar era
diferente de tudo que eu já tinha visto antes.

Ela imediatamente ficou em silêncio e se arrastou de volta. Qualquer pouco de


confiança que tinha antes foi completamente drenada, que era algo certo em meus
livros, depois que ela sorriu como uma cadela para mim, poucos minutos atrás.

Parecia que ninguém se sentia seguro em torno deste homem, não importa
quem eles fossem.

- Há quanto tempo você está aqui? - Ele então perguntou, voltando-se para
olhar para mim.

- Duas horas, talvez. - eu respondi hesitante.

- Você veio com um homem?

- Não.

- Com quem você veio?

- Um amigo meu.

- Seu amigo ainda está aqui?


- Sim.

Brevemente, ele disse, - Eu recomendo que a próxima vez que você sair tarde da
noite e se pendurar em torno de becos, Senhorita Warne, que você venha com um
homem em seu braço. Estar sozinha, como agora, faz você vulnerável e facilmente
aproveitada. A última coisa que precisamos é de uma trilha que leva ao meu clube,
porque você foi burra o suficiente para entrar em alguns problemas com um
canivete, você não teria encontrado tempo para cavar entre os seus seios para a
proteção.

Eu estava além de vermelha. - Eu disse que estava com um amigo.

- E você também me disse que seu amigo não tem um par de bolas balançando,
não é mesmo?

- Bem, sim, mas...

- Ponto feito. Não, fodidamente, o faça novamente em torno de qualquer dos


meus estabelecimentos.

Fechei minha boca, lutando contra a vontade de dizer a ele que eu era uma
mulher adulta e podia fazer o inferno que eu queria, mas, sim, isso não estava
acontecendo. Não quando eu estava de pé no meio de uma caverna do dragão,
pronta para ser devorada se piscasse errado.

- E da próxima vez, - acrescentou ele, com um pequeno sorriso acompanhando


seus lábios. - tente evitar becos para tomar um fôlego. Essa é a lógica simples das
ruas.

Mordi o lábio inferior, retendo os palavrões ansiosos para sair. Eu tinha certeza
que era o medo impedindo de assumir.

- Então, para onde você está indo agora? - Ele perguntou asperamente.

- Para o meu amigo? - Eu não tinha ideia se era a resposta que ele queria.

- Errado. Você está indo para casa. Não é mesmo? - Seu rosto escureceu quando
ele me olhou.

Calor subiu para minhas bochechas. Eu balancei a cabeça rapidamente.


Ele olhou para os meus braços nus. - Você não tem um casaco, Senhorita
Warne?

- Eu... Eu não sei onde... Eu não... - Eu comecei a gaguejar, olhando para o meu
vestido preto e meus braços nus, perguntando onde diabos eu o coloquei antes de
me lembrar de que nunca sequer o trouxe.

Por vários momentos, ele me viu tropeçar, antes de virar para o idiota do meu
lado.

- Hawke, - disse ele, irritado, - A Senhorita Warne está um pouco


confusa. Talvez possamos não contabilizar sua mente lenta. Leve-a para a casa dela,
antes que continue falando merda. - Seu olhar sombrio desembarcou de volta em
mim. - Eu não quero ver você no meu clube nunca mais. Você entendeu?

Eu balancei a cabeça novamente.

- Bom. Dê o fora.

Hawke me conduziu mais ou menos para fora da sala. Minha cabeça girava e eu
mal podia manter as minhas pernas para cima. Meus joelhos se dobraram, mas
Hawke me manteve na posição vertical. Mesmo que nós estivéssemos indo para
longe do perigo, eu sabia que estava tendo um ataque de pânico. Minha visão estava
embaçada e irregular. Olhei para os meus pés movendo-se de forma desigual sobre
o solo. Eu estava praticamente sendo arrastada por este homem. Eu ouvi vozes altas
e música de fundo, antes que o ar frio do outono batesse no meu corpo. Antes que
eu pudesse processar qualquer coisa, eu estava na parte de trás de um carro em
movimento.

- Qual é a porra do seu endereço? - Hawke pediu-me mais ou menos.

- 2514 Maple Street. - eu respondi com os lábios dormentes.

Eu tinha meus braços em volta do meu estômago, enjoando todo o caminho até
lá. Quando chegamos ao alto prédio de apartamentos, Hawke me passou pelo grupo
de homens que normalmente vadiavam em torno do complexo durante a noite. Ele
não disse uma palavra. Ele ficou onde estava atrás de mim, me observando
atentamente destravar a porta de vidro com a chave pendurada no meu colar.

Quando a abri, ele continuou a observar-me andar hesitante para o


elevador. Olhei para trás, para ele várias vezes; o cabelo comprido e barba espessa
destacaram-se na minha memória. Quando o elevador fechou e eu não podia vê-lo
mais, eu imediatamente curvei e vomitei no canto do elevador. Não saiu nada
porque eu dificilmente comi naquele dia, mas eu não conseguia parar, arfante.

Ácido queimava minha garganta, lágrimas e cabelo preto borrando minha


visão, e meu estômago apertou dolorosamente, até que o sentimento passou.

Limpei a boca com as costas da minha mão e quase me arrastei para o meu
pequeno apartamento, usando as paredes como apoio. Eram três portas a partir do
elevador e parecia a caminhada da minha vida. Eu podia ouvir o barulho de
televisão normal ao lado e os gritos de um casal em frente a mim. Normalmente eu
estaria irritada com isso, mas os congratulei pela primeira vez. Eles me trouxeram
de volta para a familiaridade de meu mundo, em vez do que eu tinha acabado de
sair.

Eu não me troquei, ou lavei as mãos, ou até mesmo fui para a porta do


quarto. Caí no meu sofá de três lugares e me sacudi violentamente. Era logo após a
meia-noite quando eu tinha entrado, porque eu assisti a cada hora, de uma as seis,
com os seus tic tacs.

Eu não tinha certeza sobre o que mais eu estava pensando: Marcus Borden, ou o
homem que estava sendo estrangulado no beco.
Sete
BORDEN

Com a testa pressionada contra o vidro, Borden olhou para fora da janela do
chão ao teto de sua cobertura, com vista para o New River Raven. Ele bateu sua
arma contra o vidro enquanto observava o balanço da água. Se ele olhasse fixamente
o suficiente, ele começaria a sentir o movimento dela também. Dor disparou através
dele enquanto ele tentou imaginar um corpo na escuridão das águas, flutuando com
a corrente, oscilando apenas como ele estava.

Ele colocava-se através desta tortura frequentemente. Era a única coisa que
realmente lhe dava algum sentimento em tudo. Seu mundo tornou-se preto e cinza,
mas a dor era como um tom de vermelho, de vez em quando. Isto lhe deu dor, e
com a dor havia o sentimento de ser humano.

E essa foi a última coisa que ele sentia mais. Humano, é isso. Sua vida agora
funcionava no poder, controle, e negócios que há muito perderam seu apelo. A
adrenalina que lhe energizava antes se afastou para a inexistência. Ele era um vazio,
desempenhando um papel que já não estava interessado em jogar. Ele estava
sofrendo do jeito que um homem que não conseguia sentir nada de positivo poderia
sofrer. O vazio era uma maldição, karma o tinha atingido há cinco anos e a cadela
permaneceu desde então. E porque Borden não tinha nada a perder, ele não deu a
mínima se a cadela ganhasse no final.

Ele afastou-se da janela e deixou a arma de volta na mesa de café no lounge. Ela
ficou ao lado da maleta aberta, e Borden olhou inalterado para o seu conteúdo, para
as notas de cem dólares que tomavam cada polegada de seu interior.

Dinheiro não fez nada para ele.

Insensível.

Insensível.

Insensível.

Isso é tudo o que ele era.

E, no entanto, apesar de tudo isso, sua mente voltou para uma coisa.
Emma Warne.

Como era possível que esta havia sido a mesma garota que ele resgatou naquele
beco nove anos atrás? Ela parecia exatamente como ela. Não, ela era ela. O pequeno
gato de rua com o canivete. Ele se lembrava daquela garota como uma imagem
dentro de sua mente, e de vez em quando ele revisitava aquela memória, pensando
em seus cabelos profundamente negros e olhos assombrados.

Ela não o reconheceu, e por que ela faria? Estava escuro, e ele era como a noite e
o dia, o homem que ele se tornou, em seguida, tanto física como mentalmente. A
morte faz isso, apesar de tudo. Quando ela lhe atingia, mudava partes de você para
sempre.

- Emma Warne. - ele sussurrou em voz alta, provando o nome em sua língua.

Hawke passou seu endereço para ele, ele sabia que a pobre moça não tinha
nada que estar neste lado da cidade. Ela mal olhou a região, de qualquer maneira.

- Desde quando vamos garantir que estas pessoas permaneçam em casa em


segurança? - Hawke lhe perguntou quando voltou. - A cadela poderia ter voltado
por ela mesma.

- Ela mal conseguia andar, - Borden tinha respondido em troca. - Ela não teria
feito muito. Qualquer um poderia ter se aproveitado dela por conta própria,
especialmente depois que nós removemos o canivete.

- Quem diabos se importa? Desejaria realmente que alguém cuidasse dela antes
de nós. Não há nenhuma maneira que ela vai ficar em silêncio sobre isso, Borden. E
nós já temos pressão suficiente enquanto isto está com a porra dos motociclistas em
nosso caso do maldito porto. Uma abertura de boca e os policiais vão foder o nosso
lugar mais uma vez. Inferno, talvez eu devesse voltar e cuidar dela.

- Não, - Borden interrompeu, sentindo uma pontada irracional de raiva


inundando seu sistema. - Não a toque.

Hawke apenas olhou para ele duvidoso. - Eu não entendo.

- Sem perguntas.

Hawke exalou e deixou isso para depois, sem dúvida, confuso como o inferno.
E agora Borden estava aqui, quase sorrindo ao lembrar-se do olhar no rosto
dela, quando ele a interrogou. Havia uma linha sob a superfície, uma escuridão em
seus olhos, e ele sabia que ela havia lutado com cada fibra do seu ser para suprimi-
la.

Menina sábia.

Uma batida soou, movendo-o de seus pensamentos. Ele fechou a pasta e foi
para a porta da frente. Abrindo-a, ele ficou cara a cara com uma bela morena
vestindo um minivestido branco. Ele a olhou de cima a baixo, desaprovação clara
como o dia em seu rosto. Outra acompanhante.

- Que porra você quer? - Ele latiu para ela, embora já soubesse.

- Os rapazes disseram que precisava de algum alívio. - respondeu o brinquedo,


batendo os cílios para ele, que ele supôs que era sua melhor tentativa de sedução.

Foda-se, a menina era muito magra. Ele inclinou a cabeça e checou seus quadris
inexistentes, imaginando como alguém poderia pensar que era apropriado dar-lhe
de presente uma vara de picolé. Ele estava acostumado com acompanhantes
parecidas com esta. Os rapazes eram implacáveis em seu esforço para ter suas bolas
enterradas em uma menina. Mas Borden estava entediado delas. Entediado da falsa
aparência de necessidade em seus olhos, da maneira como elas gritavam em êxtase
quando ele as fodia, ou tentou fazê-lo há muito tempo, sabendo certamente que era
tudo uma merda de fachada para ter suas necessidades de drogas atendidas depois
que faziam.

Apenas falso. Tudo sobre isto era falso.

Falso, fodidamente falso, falso, falso...

- Deixe-me lhe dar um bom tempo. - continuou ela, tentando convencê-lo com
outra batida de cílios.

Ele revirou os olhos e chutou a porta aberta.

- Você pode tentar. - respondeu ele, enquanto caminhava pela porta.

Ela poderia tentar, mas ele já sabia que ela iria falhar.

Como todas as outras.


*

Sempre sonhou passeando sobre aquele rio, mas em seus pesadelos, a água era
vermelha e tinha sabor de sangue.

Kate estava sempre flutuando à distância, seu cabelo loiro balançando em todas
as direções.

E sempre, não importava o quão duro e rápido ele nadava, nunca chegava a ela.
Ela continuava se afastando nas águas vermelhas, em um rio que nunca parecia ter
fim, e ele se esgotava, nadando até não poder mover-se em tudo, até que seus
membros doíam e sua visão ficava turva.

E ele sempre sentia aquela dor como de faca, uma tristeza que enrolava em
torno de seu coração e apertava até que não havia nada lá. Era debilitante essa
tristeza, e ela o engoliu por inteiro.

Acordar era geralmente a parte mais difícil, porque ele acordava sem sentir
absolutamente nada.
Oito
Emma

Eu fiquei no sofá, a maior parte do próximo dia, dormindo. Domingos


geralmente eram gastos fazendo compras de supermercado e dando uma passada
rápida na casa da minha avó. Não hoje. Em retrospectiva, eu devo ter uma
aparência bastante patética embalando-me no canto do sofá, com os olhos bem
abertos, querendo saber se estava em um sonho ou se também havia sido
estrangulada no caminho de casa.

Por que me deixariam ir, eu me perguntava. Claro, eu não vi nada, mas ele
nunca me perguntou o que eu ouvi. E se ele tivesse perguntado, eu teria
respondido? Eu não sei o que teria acontecido comigo se tivesse dito a ele aquele
pedaço de informação.

Aqueles eram criminosos, criminosos muito perigosos. Não o tipo que você
quer ter problemas ou mesmo sentar-se ao lado em um evento de caridade. Você
não poderia sorrir para eles. Você não poderia olhar para eles. Você não poderia
fazer uma maldita coisa sem o risco de ser um alvo, e ainda de alguma forma eu
consegui escapar deles. E não somente eles por dizer, mas o rei deles.

Marcus Borden, também conhecido como o rei sanguinário de New Raven,


também conhecido como aquele que você não poderia escapar de ouvir sobre ele,
estava em todos os lugares, em todos os cantos da cidade, nos lábios de todos os
residentes, ocupando espaço de uma maneira ou de outra. Ele era dono de várias
empresas de sucesso, incluindo o clube que eu tinha acabado de estar. Eu apenas
nunca esperei que ele ou qualquer um dos seus homens realmente estariam lá
quando eu estava.

No entanto, apesar das longas listas de empresas que possuía, era no porto
onde ele controlava as remessas para dentro e fora de New Raven. Essa era a sua
maior conquista. Chefe Borden era o pão e a manteiga, aquele com as conexões,
aquele chamando os tiros. Após suspeitas que ele traficava drogas, os policiais
tentaram chegar nele muitas vezes nos últimos anos, e você sempre ouviu falar sobre
isso nos jornais, mas ele era considerado intocável. Nunca houve um pingo de
provas contra ele. Não importava quantos mandados com motivos razoáveis para
investigá-lo eram conduzidos, eles nunca encontraram nada.
Eu via seu rosto nos jornais de vez em quando, mas eu nunca havia estado tão
próxima a ele como na noite passada. Uma pobre garota como eu não tinha lugar
em sua parte da cidade. Eu me sentia grosseiramente fora de lugar em Owls
também. Lara, uma amiga de longa data, havia se casado com um homem rico e se
mudou para uma cobertura no coração de um dos bairros mais ricos da cidade. Ela
foi que me arrastou para lá. Ela era a única que me convenceu de que eu precisava
de uma pausa de todas as horas que estava trabalhando no restaurante, que eu
precisava limpar a minha cabeça e desfrutar de alguma música alta e boa
companhia.

Minha suposta "boa companhia" me abandonou no meio do clube para dançar


com algum babaca que não era seu marido, deixando-me para me defender sozinha
contra pelo menos uma dúzia de homens com mãos errantes. A proximidade
estreita com tantas pessoas que eu não conhecia me fez sentir a normal ansiedade
que eu tinha em situações sociais nas quais eu me sentia desconfortável. Eu escapei
para a saída mais próxima que aconteceu de ser o beco que levava ao
estacionamento do outro lado da rua. Eu só queria alguns minutos para me
refrescar. Estava abafado lá. Eu tinha conseguido passar despercebida e intocada;
eu não era nada particularmente impressionante para se olhar, não entre as meninas
ricas com seus rostos plastificados e peitos falsos, de qualquer maneira.

Lembro-me da brisa fresca que senti quando saí para o ar livre, amando a
sensação de espaço e tranquilidade. Eu tinha dado talvez quatro passos, quando a
porta se abriu novamente, e ouvi o grito de um homem e outro ameaçando matá-lo.
Assustada, eu me escondi atrás da última das quatro caixas fixas ao longo da
parede. Estava escuro como breu e não havia nenhuma maneira que eu poderia
chegar para ajudar sem ser notada. Eu não tentei dar uma olhada no que estava
acontecendo. Eu estava com muito medo de ser pega. Eu cresci em um bairro
violento e sabia que há coisas que uma mulher não deve se envolver, e um homem
sendo atacado por uma dupla de homens enquanto você estava desarmada era uma
dessas coisas.

Ele foi arrastado a uma curta distância de onde eu me escondi.

- Por favor, - Eu o ouvi implorar. - Me dê outra chance. Eu tenho o dinheiro e


eu vou pagar. Eu juro que vou pagar! - Ele repetiu isto histericamente, mas ele não
estava sendo ouvido.
Houve uma breve troca de palavras de um homem para outro. - Finalize. -
disse uma voz profunda. Então, um grande suspiro irrompeu e ouvi o som de um
homem sufocando violentamente.

Fechei os olhos e coloquei as mãos sobre os ouvidos. Eu me senti como uma


criança que se esconde no canto acreditando que estava tudo bem se eu fingisse que
estava. Pressionei meus lábios juntos, com medo até de respirar. Eu esperei pelo o
que senti como minutos, quando uma mão agarrou o meu braço rudemente e me
levantou.

- Quem diabos é você?

Antes que eu pudesse sequer responder, eu fui lançada contra a parede de


tijolos e dor irrompeu atrás dos meus ombros quando eles arranharam na superfície
áspera. A dor me atordoou deixando-me sem palavras, como se meu cérebro tivesse
sido desligado. Eu não podia ver muito do homem na minha frente, exceto que ele
tinha cabelo comprido.

- Leve-a para Borden, Hawke. - disse outra voz de alguém próximo. - Ela viu
tudo.

Eu balancei a cabeça para a lembrança, tentando atraí-la para fora dos meus
pensamentos. Eu estava viva. Eu estava bem. Por que pensar mais nisso? Eu tinha
sobrevivido a merda ruim na minha vida curta, este era apenas mais um desses
momentos.

Sim, agora, inferno, acalme-se.

Para me distrair, eu peguei o controle remoto na mesa de café e liguei a


televisão. Eu me sentei e descansei os pés no tapete e esfreguei minha mão sobre
meu estômago dolorido. Olhei de braços cruzados as notícias e a previsão do
tempo, e lentamente embalei-me em um sono leve.

Uma batida forte rasgou o silêncio, e eu pulei, chicoteando meus olhos abertos.
Meu corpo estremeceu e meu coração acelerou em meu peito.

Quem viria na minha porta?

Ninguém nunca vinha à minha porta.

Eu fiquei colada naquele lugar por alguns momentos, prendendo a respiração.


Talvez a pessoa fosse embora se eu não respondesse. Talvez.
BANG! BANG! BANG!

Merda.

Sentindo-me como se o peso do mundo estivesse em meus ombros, eu


lentamente me levantei e fiz o meu caminho para a porta. Em pânico, eu me
perguntava se eram eles novamente, me perguntava se eles estavam aqui para me
levar embora.

Sem um olho mágico, eu não tinha como saber quem era. Tomei algumas
respirações profundas tentando acalmar os nervos e abri a porta. Alívio
acompanhou-me com a visão de um alto policial em pé no corredor. Ele era um
homem jovem, de cabelos castanhos e com olhos preocupados. Alívio
imediatamente transformou-se em confusão. O que é isso?

- Emma Warne? - Ele perguntou.

- Sim. - eu disse ansiosamente.

- O Departamento de Polícia recebeu uma ligação de um residente neste


complexo de apartamentos dizendo que eles estavam preocupados com sua
segurança. Um homem a acompanhou para casa ontem à noite, está correto?

Hesitante, acenei com a cabeça novamente.

- Fomos informados de que era um homem ligado a Marcus Borden. Isso


também está certo?

- Eu estava em um de seus clubes. - eu respondi em vez disso. - Eu não tinha


nenhuma maneira de voltar para casa.

- Isso eu entendo, mas sei também que é bastante incomum para o Sr. Borden
enviar alguém pra casa a menos que algo acontecesse. Tivemos algumas queixas
graves no passado, e sabemos que a última coisa que eles podem ser é seguros. O
morador disse que eles não tinham certeza de que o homem seguiu você ou não, e o
apartamento tem estado em silêncio desde então.

Sim, alguma coisa aconteceu!

Eu podia ver meu ser interior agora, rasgando os cabelos em frustração com o
meu silêncio. Senti aquele lado me empurrando para trazer a verdade à tona, mas
eu o suprimi.
- Nada aconteceu, - eu disse a ele com firmeza. - Eu o conheci ontem à noite e
ele decidiu me mandar para casa depois de saber que eu não tinha transporte para
voltar. Se alguma coisa, ele estava sendo... Amável.

Sim, tão amável como um maldito assassino era.

- Amável? - repetiu o oficial, olhando para mim com ceticismo por um longo
momento, estudando meu rosto.

Talvez amável fosse um grande exagero.

Seu profundo olhar fixo acabou de adicionar mais para os nervos do que estava
sentindo. A última coisa que eu queria era problemas.

Se qualquer um dos seus homens estivesse lá fora agora e assistisse a um oficial


de polícia entrar no complexo depois da noite passada, o que poderia pensar?

- Então você está completamente bem? Nada aconteceu? - Ele perguntou, e era
quase doloroso de ouvir o nível de preocupação em sua voz.

- Eu estou completamente bem, - menti. - Eu tive uma longa noite e preciso de


algum descanso.

Emma, sua covarde .

- Eu aprecio a preocupação, Oficial. - eu adicionei como uma maneira de


terminar a conversa.

Ele balançou a cabeça lentamente, parecendo não completamente convencido.


Eu o peguei olhando por cima de mim para o apartamento. - Você se importa se eu
entrar e der uma olhada ao redor, Senhorita Warne?

Eu fiz uma careta e respondi com firmeza: - Eu me importo, na verdade.

Ele olhou para mim. - Apenas querendo ter certeza que é tudo.

- Eu estou perfeitamente bem.

Ele suspirou em derrota. - Tudo certo, bem, tenha um bom dia então. Se você
se lembrar de alguma coisa ou souber de qualquer coisa, não hesite em nos contatar
imediatamente.

- Ok. Obrigada.
Fechei a porta rapidamente, prendendo a respiração por alguns
segundos. Assim que eu ouvi seus passos desaparecendo até o elevador, eu cai no
chão, de alívio. Oh, graças a Deus. Então eu me perguntava quem na terra me viu na
noite passada e decidiu chamar a polícia para verificar o meu bem-estar. Essa pessoa
poderia ter vindo a mim se estava tão preocupada. Eu não conseguia pensar em uma
pessoa, apesar de tudo. Eu não conhecia ninguém no prédio e eles certamente não
fizeram nenhum esforço em me conhecer nos últimos dois anos em que vivo aqui.

Isso não faz sentido.

Fora esse mistério, o resto do dia foi sem complicações. Fora da minha
geladeira estéril, forcei três azeitonas recheadas na minha garganta e fiz um
desagradável sanduíche de queijo que eu só pude terminar a metade. Eu tive
tremores várias vezes e passei muito tempo olhando para fora da janela do meu
quarto, meio que esperando que um dos homens de Borden estivesse lá me
observando. Nunca houve, e eu me convenci de que estava ficando paranoica.

Mas quando isso vinha de Marcus fodido Borden, havia tal coisa como
paranoia?

À noite, recebi um telefonema preocupado da vovó; era para eu visitá-la mais


cedo naquele dia. - Então, tudo está bem? - perguntou ela. Sua voz soava anasalada
e ela estava fungando repetidamente.

- Sim, está tudo ótimo, - eu menti. - Você parece horrível embora.

- Só um resfriado. Devo ter pego no médico na sexta-feira. Como pode isso,


hein? Não estive em qualquer outro lugar. Da próxima vez, por favor, me ligue e
deixe-me saber se você está ou não no seu caminho. Eu fiz um monte de comida
para você comer, você sabe. Eu pensei que você ia estar aqui.

- Sinto muito, Vovó. Eu posso ir amanhã, se quiser. Eu termino o trabalho às


seis.

- Sim, a qualquer hora amanhã é bom, Emma. Eu não quero desperdiçar a


comida. Eu fiz para você rolos de salsicha e uma caçarola de frango que você pode
dividir e congelar.

- Eu não posso esperar para comê-los.


- Por que você parece tão triste? Você geralmente está animada, querida.

- Eu só... Tive um dia difícil, você sabe.

- Bem, cuide de si mesma. Não deixe que ninguém ande por cima de você.
Especialmente um homem. Você é dona de si mesma.

Eu pisquei surpresa. Ela apenas supôs que eu tive um problema com um


homem? Eu acho que ela não acreditou que eu estive seriamente solteira todos esses
meses, e era muito triste quando sua avó acha que você está conseguindo algo e
você realmente não está.

- Eu não vou, - prometi a ela. - Não se preocupe comigo. Diga-me o que mais
eu vou comer.

Ela continuou deixando-me saber de todas as comidas que ela tinha feito ou iria
fazer para mim. Ela não podia suportar a ideia de me ver passando fome. Ela sabia
muito bem que meu trabalho não estava pagando bem o suficiente para me fornecer
um estômago totalmente cheio todos os dias. Apesar de ela ter pouco dinheiro, ela
derramou tudo o que podia em mim. Isso foi sempre reconhecido, e eu não sabia o
que faria sem ela. Amanhã eu sabia que iria ser um dia ainda mais agitado. Levaria
mais de uma hora para pegar dois ônibus do trabalho, mas eu sentia falta dela e me
sentia culpada por fazê-la esperar.

Após o telefonema eu tomei um longo banho, tentando suprimir novamente as


memórias do dia anterior. Eu também estava muito chateada que Lara, a cadela,
não se preocupou em me ligar para ver como eu tinha chegado em casa.

- Última vez que eu falo com você. - eu murmurei sob a minha respiração,
balançando a cabeça com raiva para a imagem do sorriso em seu rosto.

Eu recebi algumas mensagens excitadas da minha melhor amiga, Blythe,


enquanto estava pronta para a cama.

Blythe: Desculpe não ter retornado para você. Eu tive seeeeeeexo noite
passada. O homem era um Adônis. Tinha um pacote de seis. Era bastante
assustador, como o tipo mafioso assustador, mas OMG, a seca acabou e valeu a
pena. Como foi sua noite fora?! Fale-me as fofocas e por favooooor me diga que
você teve sorte também. xoxo
Eu: Parabéns por conseguir =D. Pelo menos a sorte sorriu para uma de nós na
noite passada!!!

Blythe: Você não soa como seu normal. Você está bem?

Eu: Esplêndida.

Blythe: ???

Eu: Lara furou comigo. Usou-me como uma maneira de sair da casa.

Blythe: Cadela.

Eu: Definitivamente.

Blythe: Devíamos jogar ovo na sua luxuosa Ferrari.

Eu: É uma Lamborghini atualmente.

Blythe: Super cadela.

Eu: Diga-me sobre isso.

Blythe: Bem, eu nunca usaria você, baby. Se eu vir o seu rosto, vou enfiar um
garfo no olho dela para você está bem?

Eu: Doce. Certifique-se que seja em ambos os olhos embora, apenas no caso
dela ser uma putinha resiliente. Eu estou indo para a cama agora. Vejo você amanhã
no paraíso <3

Eu me embrulhei em minhas cobertas e esperei o sono me levar. Embora eu


estivesse morta de cansaço, me agitei e me virei até meia-noite, pensando no beco e
no rosto de Borden. Em um momento, eu saí da cama e fui até a janela. Olhei para
fora através das cortinas, examinando as ruas, à procura do carro escuro de Hawke
estacionado em qualquer lugar nas proximidades. Quando não havia nada, voltei
para a cama e finalmente desmaiei em um longo sonho sobre um homem perigoso.

Eu vi seus lábios.

Vi seus olhos.

Vi o olhar sombrio no rosto.


Minha mente me atormentando com flashes dele, de como ele era assustador e
bonito, até que meu corpo era uma mistura de medo e excitação.

E então eu acordei, mortificada que estava sonhando com um homem doente,


que poderia facilmente ter quebrado meu pescoço em dois.
Nove
Emma

O restaurante estava atipicamente agitado toda a segunda de manhã. Junto


com as outras duas garçonetes, Blythe e Tessa, eu tive que pular a minha primeira
pausa. Nenhuma de nós ficou satisfeita.

Como de costume, o Dick Denny, o nosso chefe idiota bipolar e proprietário do


restaurante, tinha se trancado em seu escritório o dia inteiro. Ele sentava-se na
frente de seu computador e fingia estar ocupado com "trabalho", mas a última vez
que verifiquei bater punheta para orgias em seu escritório não era algo para que
você fosse pago para fazer. O bunda preguiçosa apenas nos deixava para cuidar de
nós mesmos e a cozinha não ficava nada satisfeita com isso também.

E nesse caso, quão difícil é limpar o seu histórico da web? Ou até mesmo limpar
o seu maldito teclado quando você havia terminado? Havia coisas tão velhas lá que
eu tinha certeza de que poderia rivalizar com a era dos dinossauros. Fodidamente
nojento.

Foi só depois do almoço que percebemos que havia um feriado escolar e que era
por isso que tínhamos visto tantas crianças e pais chegando. Nós geralmente
atendemos muito bem os regulares, e eles eram pacientes conosco quando o lugar
pegava o ritmo. A comida era padrão, nada especial, e o ambiente era acolhedor o
suficiente. Era um bom local de trabalho por enquanto, especialmente tendo uma
grande equipe para trabalhar.

- Você está excepcionalmente bonita hoje. - disse um cliente regular, John, com
um largo sorriso em seu velho rosto enrugado depois que eu parei para obter o seu
pedido.

- Obrigada, John. - eu disse, oferecendo-lhe o sorriso mais brilhante que eu


poderia reunir. Eu ainda estava um pouco por fora. Especialmente depois de meus
sonhos inquietantes, mas a normalidade do dia estava ajudando.

- Existe algum homem sortudo que já a tirou dos seus pés, querida?
Eu suspirei, tentando ser paciente com a rodada de perguntas hoje. Ele
normalmente fazia as mesmas uma e outra vez, e eu me perguntei se ele sequer
percebia isso.

- Não ultimamente, - eu forcei a sair. - Então você quer o habitual? Sanduíche


de pernil e um café?

- Claro. - respondeu ele, com os olhos olhando para cima e para baixo do meu
corpo. John era um bastardo velho decadente, e você não pode passar a vida como
garçonete sem esbarrar em um desses pelo menos uma vez. Com minha grande
sorte,ele tinha que ser um regular. - Vergonha, tanta vergonha. Você sabe, se você
precisar de uma boa lubrificação, - ele piscou. - Eu estou aqui para você.

Eu apertei minha boca duramente por um momento, lutando contra a náusea


que nadava até minha garganta. Eu consegui dar um sorriso rígido. -
Definitivamente considerarei isso, John, obrigada.

Afastei-me dele e meu sorriso caiu imediatamente. Que porra foi essa? Um
sessentão acabou de se oferecer para me lubrificar?

- Você está bem? - perguntou Blythe, pegando meu olhar perplexo.

- Eu não deveria ter parado na mesa de John. - Eu simplesmente respondi.

Ela encolheu-se. - Ele se ofereceu para amanteigar seus bolos como fez comigo
na semana passada?

- Bem, ele se ofereceu para me lubrificar, e isto foi após uma piscadela
assustadora.

- Oh, sim, as piscadelas são sempre as mais assustadoras.

- Eu estou fazendo a minha pausa. - Tessa cortou, abanando o rosto.

Nós acenamos para ela. Isto era o habitual. Tessa tomava a primeira pausa
entre nós. Ela estava em seus quarenta e poucos anos, e surpreendentemente era
mais rápida do que Blythe e eu juntas. Fora do trabalho, ela tinha um interminável
fornecimento de drama em sua vida, sendo uma mãe solteira com uma fila de
namorados de merda. Apesar de tudo isso, porém, ela ainda era uma romântica e
eu a invejava por isso.
Blythe, por outro lado, era a faladora. Apenas um ano mais velha do que eu,
com vinte e quatro, ela parecia ter vinte e tinha um corpo incrivelmente atlético de
matar e um lindo rosto saudável. Levou apenas algumas piadas sujas dela e nos
ligamos muito rapidamente e nos tornamos melhores amigas.

- Você vai ter que encher-me sobre Lara, a cadela. - Blythe me disse quando
passamos uma pela outra.

- Definitivamente vou. - eu respondi.

- Eu quero cada detalhe daquela noite.

Eu balancei a cabeça novamente. Definitivamente não. Eu diria a ela tudo, com


certeza, mas havia certas coisas que deveriam ser omitidas. Eu não queria que ela
soubesse sobre Borden. O mínimo que ela soubesse sobre um determinado perigo,
era melhor. Não que ele fosse qualquer perigo para mim ou qualquer coisa.
Aconteceu, e eu estava quase certa que era o fim de tudo.

Eu a deixei ter o segundo intervalo quando Tessa voltou, mas nesta altura, o
restaurante havia finalmente acalmado imensamente e as mesas não estavam
lotadas.

- Você precisa de uma carona esta noite? - Tessa perguntou depois que todas as
suas refeições foram servidas.

- Eu estou indo para a vovó, - eu respondi. - Vou ter que pegar o ônibus.

- Esse é um longo caminho, não é?

- Sim.

- Bem, se sua agenda mudar, eu estou mais do que feliz em deixá-la. Eu irei
nesta direção de novo e mais regularmente agora. Eu voltei com Dan.

Eu fingi um rosto surpreso porque seus relacionamentos indo e vindo há muito


não chocavam qualquer uma de nós.

- Sim, eu sei certo? - Ela abriu um grande sorriso, seu rosto ficando rosa claro.
Seu cabelo vermelho falso recordou-me da mulher ruiva da outra noite, e um flash
de pânico percorreu a minha espinha. - Ele está pedindo outra chance e eu admito
que sinto falta dele também.
Ela falou sobre isso por uns bons cinco minutos antes de Blythe finalmente
retornar. Eu fui para a cozinha onde Pat, o cozinheiro, tinha me deixado um muffin
de mirtilo recém-assado em uma das mesas.

- Obrigada, Pat. - eu disse com um sorriso agradecido. Estava morrendo de


fome.

Pat voltou com um sorriso tímido. - É claro, Emma. Qualquer coisa para você.
Assim, uh, deixe-me saber se Blythe quiser alguma coisa também, ok?

Eu balancei a cabeça, lutando contra a vontade de revirar os olhos para ele. No


entanto, outro homem se desintegrando por Blythe. Não era uma surpresa, já que a
menina tinha homens envolvidos em torno de seu dedo mindinho na queda de um
chapéu.

Sentei-me na cadeira que estava contra a porta de trás aberta. Tessa


normalmente sentava aqui para fumar seus cigarros e Blythe sentava aqui para fazer
seus telefonemas. Eu, por outro lado, estava sentada aqui para aproveitar meu
muffin e ficar longe do barulho por uns bons quinze minutos.

Não havia nada para olhar, exceto a vista da próxima porta da loja de roupas,
onde alguns grafites foram recém-rabiscados. Notei uma legenda que não tinha
estado lá antes, escrito em terrível caligrafia, que dizia: "Somente os peixes mortos
nadam com a corrente".

Bastante profundo e cruel, cara aleatório!

Minha pele corada saudou o ar de outono. Eu me inclinei para trás e escolhi as


blueberries do meu muffin, mastigando-os com avidez, enquanto sonhava com os
rolos de salsicha saborosos da vovó. Seria bom ter uma boa refeição. Fazia três dias
desde a última vez que eu tive meu estômago cheio. Não ajudou que eu não
conseguia manter qualquer coisa por conta do grande medo do que tinha
acontecido. E ainda, AINDA, havia aquele sonho me atormentando. Eu me
perguntava como minha mente saltou direto para Borden assim. Não ajudou o
homem parecer da maneira como ele parecia. Chame isso de curiosidade doente, ou
o fato de que eu sempre admirei sua aparência através dos jornais e era confuso que
ele realmente parecia melhor na carne, mas havia algo sobre ele... Algum tipo de
estranho e perverso me puxando para entendê-lo e chegar ao fundo da verdade dos
rumores. Era um material feito para fantasias, o mistério estridente em seu rosto e
ainda permanecendo assim inatingível.
Como todo mundo, eu nunca iria descobrir isso.

De repente, uma mão se estabeleceu no meu ombro. Eu quase pulei e olhei para
cima, apenas para encontrar uma desnorteada Blythe.

- Emma, hey. - ela disse hesitante.

- O que está acontecendo?

- Alguém está perguntando por você.

- Quem?

Blythe parecia muito desconfortável. - É... Esse cara Borden. Você sabe
o Borden. Todo mundo está muito abalado no momento.

Eu congelei, de olhos arregalados e terrivelmente assustada.

- O lugar parece um túmulo. Você pode assustadoramente ouvir um alfinete


cair. Eu tentei servi-lo, ele apenas disse que queria você e iria lhe esperar, mas que
eu deveria deixá-la saber de imediato. - Blythe olhou confusa. - Eu não sabia que
você o conhecia! Quer dizer, isso é loucura. Você deveria malditamente ter me dito!
Como ele é? Ele tinha esse olhar assustador.

- Merda. - amaldiçoei.

Levantei-me e empurrei o muffin em suas mãos, limpando as minhas contra o


meu uniforme, imaginando porque na terra este homem estava aqui perguntando
por mim. Quero dizer, claro, minha mente estava em cima dele, como branco no
arroz, mas eu não queria realmente vê-lo novamente. A menos que eu quisesse
morrer, e sim, eu provavelmente ia morrer. Porra fodida.

Ele não acredita em você. Ele sabe que você ouviu alguma coisa. Você está feita.

- Eu posso dizer-lhe que você não está aqui, Emma. - disse Blythe por trás de
mim, pegando minha inquietação. - Você lhe deve algum dinheiro ou algo
assim? Devo chamar a polícia? Esses caras são perigosos. Ele é perigoso.

- Não. Está bem. Eu vou lidar com isso. Está bem. Estou bem... É... - eu parei
de falar e tentei me acalmar.

- O que está acontecendo? - De repente, ela exigiu, segurando meu braço. Sua
voz ficou séria enquanto ela disse: - Por favor, me diga que você não fodeu com
alguma coisa. Por favor. Você tem que me dizer Emma. Você tem que confiar em
mim.

- Está tudo bem. - eu repeti, afastando-me de seu aperto.

- Não parece bem. Vou deixar Denny...

- Não! Não comece quaisquer problemas, Blythe! Eu tenho isso sob controle e,
além disso, o que no inferno Denny vai fazer? Ele se cagaria se soubesse que Borden
está aqui.

Ela franziu o cenho para mim, a suspeita em seus olhos. - Bem, o que diabos
você fez, Emma?

- Nada de ruim.

- Nada de bom também pelo que isso parece. O que está acontecendo? Parece
que você está prestes a ir para seu funeral, e com alguém como Borden esperando lá
fora, eu estou inclinada a pensar que na verdade é uma possibilidade.

Eu endureci ao seu olhar fixo e dei de ombros. - Honestamente, Blythe, quanto


menos você souber, melhor.

O rosto dela caiu. - O que é que isso quer dizer?

Eu não respondi. Em vez disso, deixei-a assim, em toda a sua confusão. Eu não
quero deixar Borden esperando. Eu andei de volta e tomei pequenos passos para
frente, esperando a figura dele entrar à vista. Enquanto eu caminhava para fora da
cozinha, peguei meu bloco e uma caneta por reflexo, como se talvez em alguma terra
dos doces no universo alternativo, ele estivesse aqui apenas para pedir algo, como
um café ou um sanduíche ou um milk-shake ou... Foda-se, nenhum universo
alternativo permitiria que isso acontecesse.

Encontrei-o sentado sozinho em uma das cabines contra a janela de entrada. Ele
estava casualmente posicionado, vestindo calça jeans escura e uma camisa de manga
comprida preta que realçou sua amplitude. Borden era fodidamente enorme.

Ele estava olhando para fora da janela, girando um isqueiro de prata zippo em
suas mãos quando me aproximei da mesa. Eu podia sentir os olhos dos outros na
lanchonete observando nosso caminho. Como se me sentindo, porque ele com
certeza não podia me ouvir, de tão silenciosa que eu estava, ele voltou seu olhar
para mim. Esperou pacientemente por eu chegar perto. Eu estava a poucos passos
dele, incapaz de esconder o meu choque. Que diabos ele estava fazendo
aqui? Hesitante, eu abri minha boca para dizer alguma coisa, mas ele chegou antes
de mim.

- Sente-se. - ordenou, apontando para a cadeira em frente a ele enquanto ele


embolsava o isqueiro.

Bem, tudo bem.

Eu estava me sentando independentemente dele me dizer ou não.

Fiz o que me foi dito e olhei para a mesa para evitar seus olhos penetrantes.

- Tendo um bom dia? - Sua voz era tão desprovida de emoção, era quase
robótica.

- Você não tem que tomar a via cordial, - eu respondi claramente. - Eu sei que
você não dá a mínima.

Ele se acalmou por um momento, como se estivesse surpreso com a minha


observação. Então, ele balançou a cabeça lentamente, resmungando. - Certo. Vamos
chegar ao ponto então. Você sabe por que estou aqui, não é?

- É... Tem a ver com aquela noite.

- Bom. Você é claramente mais esperta no período da manhã.

Eu lutei duro para não encarar. Idiota.

- Agora eu acho que é importante para nós começarmos uma discussão aberta e
honesta em relação àquela noite, e podemos começar com você olhando para mim.

Fiz o que me foi dito, só porque eu sabia do que ele era capaz e ele me
assustava, muito. Com a luz do sol derramando pela janela e enquadrando-o do jeito
que fez, ele era um irresistível colírio para os olhos, e eu entendi naquele momento
porque as mulheres caíam sobre ele, independentemente de tudo o que ele era.
Parece que ele tinha o poder de disfarçar os lados mais sombrios, das pessoas.

- Assim está melhor. - disse ele com um único gesto de aprovação. - Então,
ultimamente estive debatendo suas palavras da outra noite para mim, e eu tenho
algumas discrepâncias e gostaria de chegar ao fundo disso. Vou fazer-lhe várias
perguntas, Emma, e você vai respondê-las com sinceridade.
Foi a minha vez de acenar com a cabeça.

- Bom.

Ele embolsou o isqueiro e endireitou-se de modo que ele estava de frente para
mim totalmente. Então ele dobrou suas grandes mãos sobre a mesa. Eu tinha uma
coisa com as mãos. Não podia suportar um homem com mãos suaves e cuidadas.
Meu olhar fixo intencionalmente permanecia em seus longos dedos, encontrando
calosidades que eu sabia que ele tinha. Não havia anéis ou relógios sobre ele. Ele era
incrivelmente simples, e uma pequena parte de mim sentiu-se particularmente
intrigada com isso.

- O que você viu na outra noite? - Ele perguntou, focando minha atenção de
volta para ele. Seus olhos percorriam tudo sobre o meu rosto. - Continue olhando
para mim enquanto você responde Emma.

Esta era uma tarefa difícil de fazer, considerando que eu normalmente tinha
olhos errantes quando eu mentia. Eu os mantive firmemente nele, embora, e decidi
que não era o momento de deixar o meu medo controlar minhas palavras.

- Eu não vi nada. - respondi, e era a verdade. - Estava escuro.

- O que você ouviu, então?

Agora esta era a pergunta que eu mais temia. Abri minha boca para responder,
mas depois a fechei quando descobri que meus olhos estavam vagando. Olhei para
trás dele e sabia que ele percebeu. Seus olhos penetrantes percorriam meu rosto, me
confundindo por um momento quando ele distraidamente passou a língua ao longo
de seu carnudo lábio inferior. Wow, ele tinha particularmente lábios agradáveis.

- Nada. - eu finalmente disse, olhando para longe daquela boca que parecia
estar exigindo atenção. Eu não poderia dizer-lhe a verdade, não quando eu sabia o
que isso poderia significar se fizesse.

Ele era um homem impossível de se ler. Ele olhou para mim mais duro a cada
segundo, como se me dando mais uma oportunidade de me corrigir, e então ele
concordou.

- Bom. - disse ele, mas sua voz não era tão severa como antes. - Eu estou
esperando que você tenha dito isso ao oficial que foi ao seu apartamento pela
manhã.
E assim, eu senti a parede que eu tinha colocado, quebrar. Meus ombros caíram
em descrédito. Eu estava sendo observada...

- Você precisa respirar. - o ouvi dizer. Eu estava tendo um ataque de ansiedade


e respirar era a última coisa em minha mente. - Acalme-se.

Seus olhos viajaram para minhas mãos trêmulas. Imediatamente eu as escondi


debaixo da mesa para que ele não pudesse ver. Jesus, o que diabos havia de errado
comigo? Eu nunca permiti que ninguém visse minhas fraquezas. Isto era
obviamente diferente, eu sei, mas ainda assim, sempre me orgulhei de ser forte, de
ser capaz de mantê-las juntas sob a adversidade. E eu sempre fiz.

Mantê-las juntas, Emma. Você já sofreu coisas piores antes.

- Eu não lhe disse nada, - eu disse rapidamente. - Nada. Ele disse que alguém
tinha chamado para perguntar sobre o meu bem-estar. Ele disse que viu o seu
homem.

- Baixe a voz.

Fechei minha boca e olhei ao nosso redor. Eu podia ver Blythe em pé, no meio
da sala, com um olhar de preocupação. Todo mundo estava olhando também.
Quando Borden seguiu meu olhar, eles rapidamente viraram-se e retomaram suas
conversas, mas elas estavam longe de ser tão altas quanto antes, e eu sabia que eles
ainda estavam tentando ouvir.

- Eu não disse nada. - eu consegui sussurrar, olhando-o diretamente nos olhos.


Ele precisava saber que esta era a verdade absoluta.

Ele varreu o restaurante mais uma vez, certificando-se de que ninguém estava
olhando para nós. Ocorreu-me o quão fora de lugar nós parecíamos. Eu era uma
garçonete lutando para ganhar a porra toda de uma hora e ele era, possivelmente, o
homem mais rico de New Raven.

Ah, e ele era um criminoso cruel! Sim, não vamos esquecer este pedaço
importante de informação, vamos?

- Onde há um escritório aqui? - De repente, ele perguntou. - Existe um nesta


espelunca, ou não?

Minhas sobrancelhas se uniram em confusão. - Hum... Sim, ao lado da cozinha.


Olhando pensativo, ele abruptamente se levantou e agarrou-me pelo braço.
Engoli em seco quando ele me arrastou para meus pés e pediu: - Leve-me a ele
agora.

Eu caminhei, mas meu cérebro estava correndo. Rostos olharam para nós, e
Borden estalou. - Olhem para a porra da sua comida.

Eles fizeram.

É claro que eles fizeram.

Blythe me lançou uma expressão de dor, e eu apenas balancei a cabeça para ela.
Eu não preciso dela atraindo sua atenção. Tessa vigorosamente a fez virar,
sussurrando em seu ouvido. Tudo o que ela disse fez Blythe dar um relutante
aceno.

Parei-nos à porta do escritório e fracamente disse: - Meu chefe está lá dentro.

Borden me interrompeu, deixando-me ir e sacudindo a maçaneta. Quando ele


descobriu que estava trancada, então ele deu um passo para trás e chutou
duramente. Não demorou para o pontapé quebrar a fechadura e a porta se abrir.
Denny, o idiota, saltou da sua cadeira, rapidamente fechando o zíper da calça
enquanto ele ficou de boca aberta para Borden em choque.

- O que está acontecendo?

- Sai fora. - Borden interrompeu, olhando para o homem.

Denny hesitou por um momento, olhando entre nós, mas ele fez o que lhe foi
dito. Só então eu olhei para Borden, me perguntando o quão longe seu poder se
estendia. Quando Denny saiu determinado a não encontrar o olhar de Borden,
Borden fechou a porta e se virou para mim. Até então, eu estava tomando passos
para trás, movendo-me em direção à mesa, e parando quando ela bateu nas costas
das minhas pernas.

O silêncio encheu a sala por alguns momentos. Silêncio e...

Gemidos. Luz, e gemidos soando, o som de carne contra a carne, e uma menina
gritando.

Eu fiz uma careta e o rosto de Borden caiu.


- Que porra é essa? - Ele soltou.

Fiz um gesto para o computador atrás de mim. - Ele... Ele assiste coisas.

Ele fez uma pausa e olhou ao redor da sala, como se fosse de repente necessário
assimilar nossos arredores. Suas narinas em desgosto, e sim, era vulgar aqui. Você
poderia dizer que era o pequeno santuário de Denny, com seus cartazes de mulheres
nuas para cima e imagens do ensino médio de um milhão de anos atrás quando ele
era parte da equipe de futebol.

Como os gemidos continuaram, ele suspirou e sacudiu a cabeça. - Isso é tão


indigno de mim.

- Eu... Eu posso desligá-lo, se você quiser.

- Sim, desligue isso, boneca. Desligue essa porra.

Abalada demais para andar, eu me abaixei e puxei a tomada do computador


para fora da parede enquanto ele murmurava alguns palavrões. Então o verdadeiro
silêncio tomou conta, e eu estava de volta, inclinando meu peso contra a mesa por
algum apoio. Este homem era uma bomba-relógio e eu precisava obter esta
tempestade de merda acalmada o mais rápido possível.

Eu repeti o que disse antes. - Eu não disse nada, Sr. Borden. Para o policial,
quero dizer. Eu não disse uma palavra.

- Eu sei que você não disse nada. - ele me disse, movendo-se lentamente em
minha direção, enquanto ele nivelou comigo um profundo olhar. - O que eu estou
mais preocupado, Senhorita Warne, é você abrindo sua boca quando o que
aconteceu eventualmente bater algum botão moral dentro de você e você sentir que
tem a responsabilidade de dizer alguma coisa.

Eu zombei. - Se você soubesse alguma coisa sobre mim, saberia que não vai
acontecer.

- Por que isso?

- Porque eu penso em mim mesma, e sei a diferença entre ser estúpida e


inteligente.

- Então você sabe por que estou fazendo isso.


- Sim, e eu acho que você está sendo paranoico.

Suas sobrancelhas se ergueram, como se eu o tivesse insultado, e eu


provavelmente tinha. Talvez eu não fosse tão inteligente depois de tudo.

- Eu já estive nesta situação muitas vezes, boneca. - explicou. - Eu tenho uma


razão para ser paranoico. Eu sei como isso vai acabar. Você vai para a polícia, você
diz o que você acha que você viu ou ouviu, e então eu recebo um caso nas minhas
costas. A polícia segue rasgando meus negócios, fodendo com cada parte da minha
vida, tudo por causa da abertura de uma pequena boca. Ninguém tem sido bem
sucedido, mas isso não os impede de tentar. Eu não sou um desconhecido pela lei.

- E você está aqui para me intimidar. - interrompi. Fiquei surpreendida com a


minha explosão, mas eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Tudo o que eu
apenas fiquei pensando em seguida, foram as palavras da vovó ecoando dentro da
minha mente.

Não deixe que ninguém ande por cima de você.

Eu me perguntei se ela se sentiria da mesma maneira, se soubesse que seria


Borden, andando em cima de mim.

Provavelmente não.

- Não é mesmo? - Eu pressionei, engolindo em seco.

Ele inclinou a cabeça para o lado e seus lábios tremeram. - Eu estou aqui para
dizer-lhe que posso fazer um pouco mais do que apenas intimidar, Senhorita Warne.
Eu posso fazer praticamente qualquer coisa que eu quiser.

Bem, ali estava ele demonstrando seu poder sobre mim, e eu senti um arrastar
de raiva por sua arrogância.

- Qualquer coisa. - ele passou a dizer, seus olhos percorrendo cada parte de
mim, enviando o meu ritmo cardíaco à fadiga e ao mesmo tempo fazendo a minha
pele ruborizar com a intensidade de seu olhar. - E você sabe o que quero dizer sobre
qualquer coisa, não sabe Senhorita Warne?

Agarrei a borda da mesa atrás de mim com as duas mãos e com força, enquanto
respondi: - Eu sei que você está me ameaçando.
Ele lambeu os lábios novamente. Aqueles malditos lábios da desgraça que fez o
meu próprio formigar. - Eu estou simplesmente declarando os fatos, boneca. Toda
ação tem uma reação igual ou oposta.

Pisquei. Será que o imbecil apenas citou para mim uma das três leis de
Newton?

Ele continuou a avançar em minha direção, e de repente eu estava muito


consciente disso. Completamente congelada no lugar, eu o assisti cortar a distância,
parte de mim perguntando o que ele ia fazer quando me alcançasse... E por que eu
estava tão interessada em descobrir.

- Estou sendo claro, Emma? - ele perguntou, parando na minha frente,


inclinando-se até que ele estava de pé em cima de mim. Seus braços estavam
estendidos em ambos os meus lados, agarrando a mesa atrás de mim, dedos
calejados escovando levemente contra os meus.

Inclinei a cabeça para ele e senti meu corpo tremer sob o peso de seu olhar.
Ceder, ou não ceder? Essa era a pergunta.

E eu meio que estraguei tudo.

- Não, Borden. - eu mordi de volta sem pensar. - Você só está sendo um


valentão, e é ridículo porque você é o único fodido. Eu nunca pedi para ouvir o que
eu ouvi quando saí do seu clube; apenas aconteceu. Se algo como isso coloca em
risco o seu negócio, sua reputação, ou seus interesses, então talvez você deva
começar a estrangular as pessoas fora de suas instalações.

Silêncio.

Meu Deus, o que eu disse? A verdade era que suas palavras tinham atingido
um nervo. Não havia nada que eu odiasse mais do que alguém inserir sua
autoridade sobre mim. Alguém que me fazia sentir presa e degradada, como
escória, que podia ser mandada ao redor a qualquer hora que ele quisesse, e você
sabe o quê? Eu estava sendo observada o suficiente pelos últimos dois anos de
trabalho neste lixo de lugar, sendo mandada por um pau que achava que eu não era
nada. Mas ser passiva no trabalho era uma necessidade. Eu precisava da renda e eu
precisava de um trabalho, e não importava o que era.

Mas isso não era o meu trabalho. Este era um homem que queria o controle me
assustando, e eu certamente não fui criada para tomar este tipo de abuso. Marcus
Borden ou não, isso era inaceitável, e, é certo que estava matando o pouco orgulho
que eu tinha deixado.

Quando seus cativantes olhos se arregalaram, mesmo que apenas um pouco,


com o que eu disse, eu sabia que poderia encurralá-lo. Eu sabia que ele estava
tentando me intimidar e me fazer sentir como se eu não tivesse escolha, mas eu
tinha. Essa nova realização me fortaleceu apenas o suficiente para me inclinar para
frente, até que polegadas nos separavam, e devolvi o olhar severo que ele estava me
dando agora.

- Você acha que eu teria saído pela porta se soubesse o que ia acontecer? - Eu
perguntei a ele. - Você sabe quão iludida eu teria que ser para falar sobre isso
também? Estou bem ciente do que você é capaz de fazer, mas você está colocando
mal sua culpa, e seria sensato se nós dois apenas parássemos e esquecêssemos o que
aconteceu, ou o que pensamos que aconteceu na outra noite.

Se ele tivesse escolhido para falar ali mesmo, eu não tenho a certeza se eu o teria
ouvido acima dos sons das batidas do meu próprio coração sussurrando nos meus
ouvidos. Minhas unhas dolorosamente escavadas na madeira da mesa, enquanto
meu coração quase saía pelo meu peito.

Sua expressão permaneceu a mesma, e eu estava começando a me perguntar se


ele sequer ouviu uma palavra do que eu disse, até que ele fez um ligeiro aceno de
cabeça. Então, sem aviso, ele estendeu sua mão, capturando meu queixo
possessivamente em seu aperto, forçando-me a olhar para ele enquanto ele olhava
nos meus olhos. Não havia raiva lá, mas havia uma curiosidade que estava oculta
em camadas. Engoli em seco, chocada com o calor em seu toque, assustada com o
calor de surpresa em seu olhar, pelo quão perto ele estava na minha cara, enquanto
ele sussurrava: - Você está mal-humorada, não está, gato de rua?

Eu pisquei em surpresa, sem palavras.

- Você é uma pequena gatinha. Você acha que é má, mas você é fodidamente
adorável em vez disso.

Agora eu olhei e ele avançou ainda mais, até que senti seu corpo pressionando
contra o meu. Eu tentei não reagir à sensação de algo duro e longo contra o meu
estômago. Francamente, era tão inesperado, que meu cérebro simplesmente não
podia calcular, mas meu corpo... Bem, minha pele corada e meu coração batendo
ainda mais duro, e ainda assim, ele se aproximava.
- Deixe-me ir. - eu sussurrei para ele, lutando com força contra as estranhas
vibrações em minha barriga.

- Por quê? - ele perguntou em voz baixa, aqueles olhos azuis escavando os
meus. - Você está excitada, não está? Eu posso ver em seu rosto. Você está toda
vermelha e ofegante.

- Deixe-me ir. - eu repeti.

Ele estava delirante. Eu não estava excitada. Pelo menos... A parte lógica de
mim não estava. No entanto, o meu corpo... Bem, meu fodido corpo estava reagindo
como um animal, todo instinto e sem pensamento racional.

Isso não quer dizer nada.

- Talvez possamos corrigir isso de alguma outra forma. - ele murmurou sua
respiração quente na minha boca, sua outra mão lentamente percorrendo meu
quadril e para cima da minha cintura. Eu tentei não pensar sobre quão quente e boa
a sua mão parecia, ou quão fraca uma parte de mim queria ser, a fim de aceitar isso.
Assim que seus dedos escovaram contra o meu peito, algo em mim estalou.
Irritada, eu levantei a minha mão e dei um tapa em seu rosto.

Duro.

Bati-lhe realmente, realmente duro.

O som foi alto, como um chicote, e isso fez meus malditos ouvidos
estourarem. Era uma espécie de rescaldo de uma bomba explodindo. Aquilo tocando
no ar, o choque do que tinha acontecido, a sensação confusa de estar fora do seu
corpo, em vez de dentro.

E então, puro terror. Oh, merda. Merda, merda, merda. Que merda que eu fiz?

Suas mãos imediatamente caíram, e ele deu um passo para trás, os olhos
arregalados, a boca aberta. Suas bochechas ficaram vermelhas, e seu rosto era uma
mistura de raiva e francamente... Outra coisa. Algo... Delicioso e primitivo e...

Sem aviso, de repente ele envolveu sua mão ao redor do meu pescoço e me
puxou duramente para frente, batendo a boca contra a minha. Eu congelei na
sensação de seus lábios surpreendentemente suaves, forçando-me a separar os
meus, do seu grande corpo quente envolvendo o meu, do jeito que meu coração
batia animadamente no meu peito. Ele apertou-se contra mim, aquela furiosa ereção
mais espessa do que antes, enviando mais vibrações para dentro da minha barriga,
viajando para mais baixo e mais baixo, excitando lugares proibidos. Sentia como
carvões queimando lentamente ardendo dentro de mim, e era tão estranhamente
erótico, eu me afundei em seu abraço e separei meus lábios, acolhendo a sua língua
enquanto ele acariciava a minha. Eu tremia, respirando com dificuldade em sua
boca. Ele tinha um gosto bom. Extraordinariamente bom para um monstro.

Sem reserva, a outra mão deslizou pelas minhas costas, agarrando minha bunda
e me mantendo firmemente no lugar contra ele. Sem pedir a minha permissão, ele
agia como se tivesse o direito de me tocar do jeito que ele queria. Ele era um filho da
puta arrogante, sabendo que eu teria obrigado depois de me reduzir a uma poça de
faíscas, prontas para detonar em seu comando.

Minhas pernas estremeceram e minhas coxas formigavam. Meu sexo pulsou,


de repente, a dor dentro de mim crescendo a cada segundo, ele prolongou o beijo,
sua mão firme ainda enrolada em torno do meu pescoço. Já minha mente disparou
mil pensamentos diferentes. Imaginei-o me pegando e me espalhando sobre a mesa.
Pensei em quão bom o vazio dentro de mim se sentiria quando ele mergulhasse em
mim, me enchendo uma polegada de cada vez. Eu estava surpreendentemente bem
com a visão, e era só porque eu estava tão cruelmente ligada.

Eu estava embaraçosamente dentro disso, tão ferozmente fora de controle, e


suplicando com os meus lábios para ele continuar. Deus, continue indo! Eu estava
gemendo contra ele, na verdade fodidamente gemendo, como se estivesse me
satisfazendo com um orgasmo. Então, tão abruptamente, ele se afastou da minha
boca e eu quase gemi de novo de desânimo desta vez. Meus olhos se abrem, e o
assisto me encarar com esse olhar intrigado. Seu peito arfando para cima e para
baixo. Ele deixou cair as mãos de mim e deu um passo para trás, os olhos ainda
focados nos meus com aquele "o que diabos acabou de acontecer" no rosto. Eu tinha
certeza que ele retornou.

Eu não disse nada.

Quer dizer, o que poderia ser dito? Tipo, Ei, por que você me beijou depois de eu te
dar um tapa? Por que eu desfrutei também? Espere um minuto, uma questão mais
importante: por que você gostou? Por favor, me ilumine, e talvez possamos voltar a fazer o
que estávamos fazendo, tapas e toques e línguas e tudo!

Sim, não. Emma com tesão precisava ficar calma e trancada em sua gaiola. A
coisinha da sacanagem. Que vergonha para ela.
Ele limpou a garganta, acalmando-se. - Considere-nos ainda, agora. - ele disse
com sua voz perigosamente baixa.

Era a voz de sexo, eu percebi. E, meu Deus, era muito quente.

- Mas de agora em diante, - continuou ele bruscamente, os olhos crescendo mais


duros nos meus. - Eu não quero que qualquer coisa volte para mim, porque você
abriu essa sua porra de boca muito pequena. Ou então eu vou ter que voltar e fazer
uso dessa porra de boca bonita novamente. Entendeu?

Ele não esperou por mim para responder. Ele abruptamente se virou e saiu,
sem se preocupar em dizer adeus, porque que tipo de cara como ele diz adeus,
afinal?

Apenas um tipo de cara beije-as e deixe-as, Emma.

Minhas pernas estavam como geleia enquanto eu o seguia lentamente.


Praticamente ofegante, saí do escritório e o vi sair. Ele era um homem firme, alto e
confiante de si mesmo, mas mesmo eu podia ver que ele não estava totalmente
preparado para o que tinha acontecido. Eu o surpreendi, e eu não sabia como isso
me fez sentir.

Porque eu também me surpreendi.

Quando ele estava fora de vista eu escovei meus dedos sobre meus lábios, e os
sentia mais cheios do que antes. Eu deixei sair uma longa respiração, e a tensão
lentamente deixando meu corpo. Ainda sentia como se ele estivesse me tocando em
todos os lugares, e eu tentei duro ignorar a estranha atração em cada pedaço do meu
estômago. Foda-se, sua boca tinha estado na minha. Aqueles lábios de fodida
destruição me beijaram e ele tinha sido ligado por aquele tapa, mas... Mas qual a
causa, exatamente?

Sentindo os olhos curiosos de praticamente todos lá no restaurante, eu me virei


e sai correndo. Eu saí pelas portas dos fundos e fiquei no beco aberto, olhando
distraidamente o grafite na parede, ouvindo os pássaros que gorjeavam no alto,
esperando a minha pele corada esfriar e a minha respiração acalmar.

Somente os peixes mortos nadam com a corrente, li uma e outra vez enquanto meu
coração trovejava dentro do peito.
Dez
Borden

O que na santa porra aconteceu?

Não, realmente, ele precisava saber. Ele só tinha a intenção de chegar ao fundo
do por que ela nunca abriu a boca para a polícia, algo que tinha dado a ele uma nova
marca de emoção sobre o que soube.

Era o sentimento de choque.

Amável, ela disse ao oficial que ele tinha sido para ela.

Amável.

Sim, porra, tão amável como um leão é para uma gazela, depois de derrubá-la e
afundar seus dentes em seu pescoço.

Borden tinha tido problemas semelhantes no passado, e aqueles bastardos


sempre abriam a boca para o agente da polícia que era enviado. Então, por que não
ela? Quando lhe foi dito isso, ele foi obrigado a vir a esta parte de merda da cidade e
entender. Mas agora ele estava mais confuso do que nunca.

Depois que ele saiu da lanchonete parou abruptamente, várias lojas depois.

Será que ele... Que ele acabou de deixar uma pessoa falar com ele assim? E ele
deu... Ele apenas deu um fodido beijo na pessoa depois que ela lhe deu um tapa?

Que porra é essa?

O choque só se intensificou.

Ele olhou para o vago esboço do negócio terrível, que ele não podia sequer
imaginar fazendo dinheiro em tudo. O cheiro transformou suas entranhas malditas
em carne picada.

Ele franziu a testa.


Ninguém falava com ele assim! Não importava quem eles fossem, mesmo se
fossem o dobro da porra do seu tamanho e embalados em mais músculos do que
ele, ninguém nunca tinha falado com ele assim, ainda mais nos últimos quatro
anos. E se eles fizeram, nunca, porra, ousaram fazer, eles nunca teriam fugido dele.

Ele lambeu os lábios, e ainda a saboreava. A menina abusa dele e ele a beija por
isso. E não apenas a beija, mas porra, a estraga também. Como diabos isso faz algum
sentido? E por que caralho isso o fez ainda mais quente?

Uma mulher acaba de trazê-lo para baixo a seus joelhos, Marcus. Bem desse jeito.

Seu sangue ferveu.

Era como se a raiva tivesse sido injetada em suas veias. Ela corria desenfreada
por todo o corpo. Sempre a raiva, sempre a incapacidade de lutar contra isso,
sabendo que era completamente a única saída. Isso o fez querer voltar lá, agarrá-la
pelo seu minúsculo braço e exigir um pedido de desculpas.

Não.

Não.

Ele queria atacar, pegá-la pela porra dos cabelos, dobrar aquele pedaço de
bunda na desagradável mesa de merda e fodê-la duro e profundo, apenas para
chamá-lo mais ainda.

Ela estava aterrorizada com ele! Viu o jeito que ela sacudiu, a maneira como
seus olhos castanhos claros desviaram o olhar dele, e ainda... E ainda assim ela falou
com ele sem impedimentos! E aquele beijo tinha sido devolvido assim vivamente,
tão ferozmente, ele sabia que ela tinha sido despojada de todos os seus sentidos,
assim como ele tinha sido. E apenas a memória do que aconteceu minutos atrás,
instantaneamente, limpou a raiva e a substituiu com... Uma estranha agitação. Como
uma merda de droga, como uma espécie de corrida!

O sentimento era tão estranho para ele, que o deixou temporariamente


congelado no concreto. Ele podia praticamente saborear as cores; elas estavam lá,
demorando em torno das bordas, tentando romper. Ele sentiu um rebuliço dentro
dele, e algo... Emocionante surgiu.

- Que porra você está olhando? - Borden latiu para um pedestre aleatório que
tinha abrandado para olhar ele.
Seus olhos se arregalaram e ele fugiu. Sim, essa era a reação que Borden estava
acostumado. Não ser repreendido por uma menina, de não mais da metade do seu
tamanho, com os mais tristes olhos, e pele cremosa e a boquinha determinada...

Seu pênis bruscamente se contraiu. Traidor do caralho.

Ela foi tão, porra, difícil agora, como quando ela tinha quatorze anos e o
intrigou infernalmente muito para ignorar.

Pequena gata de rua.

Ele pegou seu telefone celular e discou um número.

- Hawke, - ele disse. - Eu tenho uma missão para você. Emma Warne. Quero
saber cada porra de coisa sobre ela. Qual escola ela frequentou, quem são seus
amigos, quem ela está fodendo, inferno, todos que ela já fodeu antes. Tudo.

Sem esperar por uma resposta, ele desligou e colocou o telefone de volta no
bolso. Ele sabia que estava sendo impulsivo, mas era uma emoção
acolhedora. Quebrou o vazio maçante do seu dia. Ele não tinha cruzado com alguém
tão resistente em um milênio.

Emma era diferente.

Ele só sabia disso.

- Que porra você está olhando? - Ele soltou novamente em outro conjunto de
olhos horrorizados.

Mais gente correndo.


Onze
Emma

Ainda atordoada, eu fui à casa da vovó por volta das sete da noite. A luz da
varanda estava acesa para mim, algo que ela costumava fazer toda noite que eu
chegava tarde, enquanto vivia com ela. Era uma casa de dois quartos, térrea,
apertada para nós duas, mas boa o suficiente para ela. A casa tinha mais de sessenta
anos de idade e vovó havia se mudado para ela depois que ela tomou a minha
guarda quando eu tinha sete anos de idade. Isso foi há dezesseis anos e me lembro
claramente: a confusão, a emoção, as perguntas que ela tinha delicadamente
respondido na sequência dos acontecimentos que ocorreram após a prisão de minha
mãe.

Uma coisa que eu amei sobre a casa foi que vovó nunca fez quaisquer
alterações. Toda vez que eu caminhei através da porta era como caminhar para trás
em minha infância, e ela tentou arduamente dar-me uma boa.

Eu sempre levava uma chave reserva comigo. Quando eu entrei, tudo estava
quieto e escuro. Chamei e ouvi um ronco abafado da sala de estar. Ela estava
dormindo na poltrona com um álbum de fotos aberto no colo. Seu cabelo branco e
comprido caia sobre partes do seu rosto envelhecido. Fiquei por um tempo
admirando-a e amando-a, mas com a realização agridoce de que ela só ia ficar mais
velha. Ela estava no início dos seus setenta anos e estava começando realmente a
parecer isso hoje em dia.

O assoalho rangeu debaixo de mim e ela se mexeu imediatamente. Seus olhos se


abriram lentamente e ela sorriu largamente quando me viu.

- Oh, você veio! - Ela exclamou, colocando para baixo o álbum de fotos para me
dar um abraço.

- Claro que eu vim. Senti sua falta. - eu disse, devolvendo o abraço com força.

Mais tarde, ela me serviu um pedaço de bolo de chocolate cremoso com um


copo de limonada, outro favorito da minha infância. Sentamos à mesa da cozinha e
falamos sobre sua saúde, sobre as minhas condições de vida e meu trabalho. Levei
tempo para demolir a maior parte do meu prato.
- Eu acho que você deve continuar procurando outro emprego, - disse ela. - Tem
de haver alguma coisa que paga melhor, Emma.

- Eu sei, - eu concordei. - É tão difícil. Não há muitos postos de trabalho mais,


vovó. Então, muitas pessoas estão vindo morar aqui agora. Eu tenho me
candidatado para muitos, mas a competição é cruel. O restaurante está rasgando-me
o bastante por agora.

- Basta manter as inscrições. Talvez haja mais empresas de início com a


inundação de pessoas, e você pode encontrar uma posição de contabilidade. Não
importa o quão desesperador isso pode ser, você só pode estar nisso para
ganhar. Não é mesmo?

Eu balancei a cabeça, mas não era tão fácil. Eu sabia que estava ficando muito
confortável no restaurante e ocupei meu tempo à procura de algo mais, mas havia
contas que precisavam ser pagas e eu estava sempre tão quebrada. Eu tinha que
começar a me empenhar mais para encontrar outra coisa.

- Claro que você sempre pode casar com alguém rico. - acrescentou, rindo para
mim.

- Com todas as centenas de jovens solteiros ricos lá fora? - Engoli em seco,


sarcástica. - Deus, por que eu não pensei nisso? Eu só vou lá buscá-los. Tenho
certeza de que um deles vai estar interessado em alguma pobre garçonete como eu.

- Bem, o tempo está passando, querida. Você está correndo contra o tempo.

- Eu tenho vinte e três anos, vovó! As pessoas se casam em seus quarenta anos o
tempo todo! Estamos no século vinte e um, não sabe? Nós não temos que casar aos
quinze anos mais.

É verdade. Vovó se casou aos quinze anos. Ela foi casada com meu avô durante
trinta e cinco anos, quando ele teve um ataque cardíaco súbito e foi tirado
dela. Infelizmente, eu nunca o conheci. Ela nunca quis casar de novo, nem ela
procurou outro parceiro desde então.

- Bem, falando dessas coisas, - ela começou, evitando meu olhar. - Você não está
realmente vendo ninguém, está?

- Não, vovó, - respondi-lhe, voltando para a minha sobremesa infestada de


carboidratos e terminando as últimas mordidas. - Eu diria a você.
Ela levantou uma sobrancelha cética. - Você diria, agora?

- Eu não mantive nada de você. Se eu estivesse vendo um cara, eu ia deixar você


saber tudo sobre ele.

Ela animou-se um pouco antes de casualmente responder. - Eu só acho que é


importante que você saiba que eu sou uma pequena velha seca, mas eu também sou
uma mulher.

- Eu sei vovó, eu sei.

- Então, eu não estou tentando bisbilhotar, mas não estou certa se você foi ver
um médico e então tomar conta de seus pedaços femininos. Pílulas
anticoncepcionais e tudo isso, eu quero dizer. Não que eu esteja forçando-a a admitir
qualquer uma dessas coisas, se você está desconfortável.

Eu sufoquei uma risada. - Eu não estou desconfortável, mas sim, eu estou no


controle de natalidade, não se preocupe.

Seus ombros relaxaram um pouco. - Bom, porque é importante, certo?

- Certo.

- Que tipo de controle de natalidade, posso perguntar? Eu sei quão esquecida


você pode ser com suas pílulas.

Eu sufoquei um suspiro. - Eu tenho um implante no meu braço.

- O implante, certo. - Ela assentiu com a cabeça, seus pensamentos ainda em


chamas vermelhas. - Mas isso não impede doenças, não é?

- Não.

- Você está se certificando que seus parceiros estão revestidos ou limpos?

Eu me encolhi, e suprimi outro suspiro. - Não se preocupe, eu não tenho... Você


sabe, eu não estive com alguém por um verdadeiro longo tempo, vovó. Então,
relaxe, ok? Eu estou no topo disso.

- Bom... muito bom. E saiba que eu estou lá para você, não importa o quê. -
Então ela me lançou seu sorriso doce que foi direto ao meu coração.
- Eu sei. - eu quase sussurrei, olhando para ela quando engoli em seco afastando
o nó na garganta. Esta mulher me amou com tudo dentro dela, e eu me perguntava
como eu poderia merecer.

- De qualquer forma, estou feliz porque tenho meus olhos em um homem para
você.

Apesar do par de dias ferrado que eu tive, eu ri pela primeira vez. Deixe isso
para vovó tentar o jogo casamenteiro. Novamente.

- Oh, Deus, - eu murmurei. - Quem é desta vez?

- Ele é um doutor. - ela respondeu claramente orgulhosa de si mesma. - Desde


que o Dr. Brahim se mudou, eu tenho ido a ele.

Eu ri ainda mais forte. - Ah, então ele é o seu médico? Ele é velho o suficiente
para ser meu pai?

- Ele é muito jovem, na verdade. Eu gostaria que você levasse isso mais a sério. -
Ela me deu aquele olhar “caia na real criança", que eu era mais do que familiarizada.

- Então, o que faz você pensar que um médico estará interessado em uma
pequena garçonete pobre como eu? Será que a donzela em perigo é atraente? É isso
que tem seus motores acelerando? Espero que não, porque ele vai ficar surpreso
comigo.

Agora ela estava entrando no lado sério. Ela apertou os lábios e ergueu as
sobrancelhas deixando o olhar “caia na real, criança", esta vez mais proeminente
agora.

- Ele não se preocupa com isso, - ela respondeu. - Eu lhe mostrei algumas de
suas fotos.

- Você o quê? - Meu queixo caiu. Ela sempre tentou esta coisa casamenteira, mas
nunca tinha ido a essa extensão antes. - O que quer dizer com você mostrou-lhe as
minhas fotos?

- Eu levo fotos de você na minha carteira, você sabe disso.

- Você quer dizer, as que estou vestindo suspensórios, vovó? Com meu enorme
cabelo afro encaracolado? Eu tinha dezesseis anos naquelas fotos. Agora temos um
médico esperando uma ninfeta, tudo graças a você.
- Oh, cale-se, Emma. Essas são recentes, do último Natal. Você é tão
insuportável às vezes, sabe disso? Realmente agora, ele é um bom homem e eu estou
apta para discernir as pessoas. Eu já combinei com ele no próximo fim de
semana. Ele disse que gostaria de levá-la para jantar, mas eu preciso confirmar antes
que ele registre as reservas.

Esta era uma armadilha, eu percebi. Não me admira que ela estivesse tão
impaciente para me ver. Eu sabia que ela tinha boas intenções, embora. Ela não tinha
um osso ruim em seu corpo. Eu só iria concordar com isso porque iria torná-la feliz,
e eu senti que não estava fazendo o suficiente em sua vida desde que estive por
minha conta.

- Eu não quero saber quanto tempo você o importunou a concordar, mas tudo
bem.

Ela brilhava instantaneamente. Eu poderia dizer que ela estava surpresa com a
minha resposta. Ela deve ter pensado que iria demorar um pouco mais para me
convencer. - Eu vou deixar você saber os detalhes quando eu deixá-lo saber.

- Posso saber como ele se parece, pelo menos? Você tem uma foto dele? Você
sabe, eu não estaria surpresa se você tivesse. Você provavelmente pegou uma ali
mesmo, na frente dele. Você é uma stalker.

Ela suspirou, exasperada. - Não, eu não. Mas por curiosidade eu olhei no


computador. Ele tem o seu próprio perfil no site de prática. Doutor Joel Hedland,
morador de Amberway Drive, cerca de quarenta minutos de onde você mora em
Maple Street.

Eu simplesmente assenti. - Tudo bem, vovó. Vou procurá-lo.

- Bom. - Ela olhou para mim um pouco mais, me examinando com seu olhar
atento. - Você disse que saiu com Lara, de qualquer forma. Eu não me esqueci sobre
isso. Como foi?

Dei de ombros. - Eu não acho que vou vê-la novamente a qualquer momento
em breve.

- Tão ruim assim?


Eu balancei a cabeça e não disse mais nada. Eu não podia. Ela me conhecia de
dentro para fora. Se eu elaborasse sobre aquela noite, ela descobriria que eu estava
escondendo alguma coisa dela.

- Onde você foi? - Ela perguntou, parecendo casual, mas eu sabia pelo seu
tom. Ela estava pescando informações.

- Hum... ao Owls.

- O clube?

- Sim.

Ela não se impressionou, franzindo os lábios e tudo. - Eu ouvi muito sobre esse
lugar. Sei que há um monte de pessoas suspeitas que vão lá. Marcus Borden é o
dono, não é?

Apenas o nome dele me fez lembrar os acontecimentos de hoje.

De seus lábios e rosto.

De como embaraçosamente irritada ele me fez.

Eu fiquei tensa e limpei minha garganta, oferecendo-lhe um encolher de


ombros. - Ele é? Eu não estou surpresa. ele é dono de tudo, certo?

Ela franziu a testa. - Eu suponho, mas gostaria de dissuadi-la a ir a qualquer


lugar que ele particularmente possui ou mesmo frequenta. Esse homem é um
criminoso perigoso.

Foda-se, eu não estaria dizendo a ela sobre aquele beijo nunca, nunca, nunca.

- Sim. - eu disse fracamente.

- Um assassino. - ela acrescentou gravemente.

- Talvez. - eu corrigi, para sua consternação. - Você não disse que não devemos
julgar um livro pela capa?

Ela levantou uma sobrancelha cética. - Borden não tem nenhum disfarce. Ele é
cruel.

Eu não respondi.
Por que diabos eu estava defendendo o babaca, afinal? Ele veio ao meu local de
trabalho, enlouquecido, com o propósito de intimidar-me ao silêncio, o que eu já
estava feliz em fazer. Então ele me beijou depois que eu o feri, ligou-nos de novo e
saiu abruptamente! Eu me senti assim tão confusa, que tinha garantida uma dor de
cabeça só de pensar nisso.

E por que eu estava pensando sobre isso o tempo todo?

- Aquela pobre menina privilegiada acabou morta, - ela meditou diante,


sacudindo a cabeça. - Quebrou todos os nossos corações quando a encontraram
naquele rio. Foi tudo culpa de Borden. Se ele nunca mais voltasse, ela teria
continuado sendo uma professora inofensiva. Ela era tão linda, tão
doce. Vergonha. Maldita verdadeira vergonha. Isto sempre me fez pensar em você.

Eu suspirei, pegando as migalhas do meu bolo. - Sim, eu sei. Você me perseguiu


um monte para ficar ao redor de casa, então.

- Bem, você estava sempre fora.

- Eu sei. Eu era uma adolescente ruim e sinto muito por isso.

Não há palavras pra descrever como me senti triste por colocá-la nisso. Esses
foram meus anos negros. Eu tinha estado em um buraco de depressão, depois que
minha mãe tirou a sua vida na prisão. Eu passei muito do meu tempo escapando de
casa... Procurando algo lá fora, nas ruas, e nunca encontrei.

- Foi um momento difícil para todas nós, - vovó disse, estendendo a mão para
mim para afagar minha mão. - Mas, nós fizemos isso. Estou feliz que nada aconteceu
com você.

Evitei seu rosto doce com isso. Ela não precisa saber a quantidade de vezes que
eu tinha estado em situações perigosas. A idiota burra que eu era, pensando que
poderia lutar contra o mundo com o meu ódio.

A névoa séria eventualmente mudou, graças a Deus. Pouco tempo depois ela se
cansou. Eu a coloquei na cama quando ela me pediu para dormir no quarto de
hóspedes.

- É tarde demais. Os ônibus não estão funcionando agora. - ela reclamou.

- Os ônibus param somente as onze, vovó. Eu tenho bastante tempo. Não se


preocupe.
- Mas é perigoso.

- Não é.

Era, mas eu sabia como me cuidar.

Deixei-a para dormir e comecei a guardar a comida que ela tinha posto ao lado
da minha bolsa. O cheiro me fez sentir fome novamente. Ela assou os alimentos mais
saborosos. Deixe isso para ela cumprir o papel de avó para um chá. Era uma pena,
sua filha não seguir seus passos, mas eu não queria pensar em minha mãe, ou o fato
de que ela tinha sido uma droga em assar e cozinhar, e em praticamente tudo em
sua vida.

Depois, fiz uma rápida arrumação na casa. Lavei os pratos e arrumei cada
quarto, esperando que amanhã ela tivesse um bom dia de descanso em vez de fazer
as tarefas.

Eu temia ir para este encontro às cegas que ela tinha organizado. Eu não tinha
tido um relacionamento em mais de um ano, mesmo que fosse de curta duração e
altamente esquecível. Enquanto a solidão tinha me deprimido no começo, eu
aprendi a não depender de um homem para me fazer sentir bem comigo mesma. Eu
particularmente não tenho tempo na minha vida para me preocupar em fazer algum
outro cara feliz ,quando eu mal podia pagar um vale de uma semana de
mantimentos.

Quando eu estava arrumando a casa, vi seu antigo laptop, que tinha comprado
anos atrás e o liguei. Eu não podia esperar até que chegasse em casa para saltar no
meu, então sentei na frente da mesa da cozinha e decidi procurar o médico. A clínica
em que ele trabalhava imediatamente apareceu e eu consegui ver um tiro do rosto
dele em sua página de perfil. Ele parecia jovem, com cabelo negro e um rosto
comprido. Ele era um homem atraente, e admito que me senti menos apreensiva
sobre conhecê-lo.

Eu estava prestes a fechar o computador quando parei no meio do caminho. A


curiosidade levou a melhor sobre mim. Apesar de enterrar os pensamentos, eu
estupidamente decidi alimentá-los com mais.

Me senti culpada de digitar o nome de Marcus Borden. Eu nem sequer tive que
escrever New Raven no motor de busca para descobrir que ele estava nos resultados
de busca. Havia um monte de fotos dele e ele parecia exatamente como no confronto
de hoje: severo, sem emoção e pouco convidativo. Mesmo muito antes que ele
fizesse a sua fortuna, ele parecia um bandido de rua; vazaram fotos dele em seus
vinte e poucos anos, algumas sem camisa. Tatuagens intrincadas cobriam a parte
superior do corpo magro, subindo por cada braço. Ele era quase irreconhecível, se
não fosse aqueles olhos penetrantes. Bastardo limpou bem sua imagem, embora o
aspecto tatuado não aparecesse.

Em cada evento social, como uma festa ou bailes de caridade de New Raven,
nunca havia uma mulher ao seu lado, mas ele estava vestido para impressionar,
nítido e limpo em seus ternos cinza claro ou azuis. Mordi meu lábio, retratando as
fotos antigas dele misturadas a essas, sabendo muito bem que debaixo desses ternos
tinha um corpo tatuado. E uma besta.

Havia toneladas de artigos sobre ele também. De seus processos judiciais e


acusações contra ele; tudo depois que ele voltou para New Raven, misteriosamente
rico. Isto foi quando ele comprou seu clube e começou a se aventurar, e bocas
correram selvagens ao nível de dinheiro que ele estava recebendo. Eu ouvi os
rumores. As pessoas diziam que ele tinha sido um jovem problemático, dentro e fora
da prisão, forte em drogas e em dívida com os senhores das drogas em nossa região,
e que ele tinha vivido em um bairro violento por algum tempo.

O foco principal da maioria dos artigos era no seu antigo amor, que foi
encontrada assassinada e flutuando no New Raven River. Foi interessante porque
ninguém tinha acusado Borden de cometer o crime horrível, mas sim provocado
uma longa série de atividades criminosas depois. Eles disseram que era a vingança
que os dois principais suspeitos do assassinato (que ocorreu de serem irmãos) foram
encontrados mortos, os seus corpos quase queimados a uma curta distância do
rio. Mas eles nunca puderam trazer à tona a evidência de que foi ele quem cometeu
o crime. Ele tinha um álibi sempre que precisava de um. Ele tinha conhecimento e
poder além da liga de advogados quando precisava deles. Ele era como todos
disseram... Intocável.

Passei um longo tempo, de repente, questionando minha ousadia hoje.

E beijando um homem tão mau.

E ficando com tesão por ele também.

Ughhhhhhhhhh!

Meu estômago se agitou na culpa. Vovó me mataria se ela soubesse.


Depois que terminei, limpei o histórico no caso de vovó ser suficiente
experiente tecnologicamente para ver sobre o que eu olhei; essa mulher nunca
deixava de me surpreender. Então eu saí pela porta e caminhei três quarteirões para
a parada de ônibus, minha mão no meu bolso, segurando firmemente a minha
lâmina.

Quando cheguei em casa, naquela noite, eu olhei sobre ele novamente.

E mais uma vez.

E... (suspiro) novamente.


Doze
Emma

O resto da semana passou sem complicações. Embora eu tivesse Blythe e Tessa


respirando no meu pescoço sobre a visita de Borden, fiquei de lábios cerrados e sem
vontade de abrir. Eventualmente elas desistiram, mas ficaram chateadas sobre
isso. Blythe estava mais preocupada sobre eu estar na merda, mas lhe assegurei que
eu não era assim. Mesmo que eu estivesse totalmente. Droga.

Sexta-feira chegou e vovó tinha passado a notícia sobre conhecer Joel no New
Raven Square, no norte da cidade. Não era de admirar, que, naturalmente um
médico como ele poderia dar ao luxo de viver em torno de lá. Ele disse que estaria
em frente ao restaurante Bay Bistrô, um lugar elegante, de muito luxo que eu nunca
tinha ido antes, por razões óbvias.

Eu não estava ansiosa para isso. Eu meio que só queria que terminasse, porque
não havia maneira que eu estava interessada em ter um
relacionamento. Especialmente quando na última semana eu tinha, culposamente,
ficado obcecada sobre Borden, parte de mim esperando que ele voltasse ao
restaurante para concretizar o beijo.

Mas sim, nada disso aconteceu.

Eu lutava para encontrar algo para vestir. Minha melhor roupa era o vestido
preto sem alças que eu tinha usado no clube no fim de semana anterior. Isso poderia
ser muito revelador para um primeiro encontro. Encontrei um casual vestido
vermelho de mangas curtas com um longo v no pescoço. Ele definitivamente me
dava curvas em todos os lugares certos, o que era uma coisa difícil de alcançar
ultimamente quando tudo que eu jantava era quase nada e nada no meu guarda-
roupa abraçava a minha figura da maneira que costumava.

Arrumei meu cabelo preto. Sem os cachos soltos, alcançava o comprimento


quase no cotovelo. Era um pouco simples o olhar incolor no meu rosto. Eu não
podia pagar por um corte de cabelo decente, então eu precisava de uma
distração. Eu me conformei com o batom vermelho. Era ousado, mas eu esperava
que ele trabalhasse bem.
Estava começando a ficar escuro quando eu cheguei a New Raven
Square. Havia lojas, restaurantes, clubes e jardins ao longo de toda esta faixa. Eu não
vinha aqui muitas vezes, tudo estava fora da minha faixa de preço. Eu
definitivamente estava com pressa pelo tempo, e ia ficando pior quando eu não
podia encontrar o lugar. Havia muitas pessoas circulando pelas ruas, todas
elegantemente vestidas em grupos ou casais dirigindo em todas as direções
diferentes. Rostos sorridentes em todos os lugares. Eu me senti fora do lugar, como
se eu fosse uma pessoa ambiciosa em um mar de pessoas privilegiadas.

Até o momento em que achei o restaurante, eu estava atrasada, sem fôlego e os


meus pés estavam desconfortáveis, devido a usar saltos altos feitos por algum idiota
de Satanás. Avistei Joel imediatamente, de pé em frente, com as suas costas contra a
parede, olhando para o relógio com uma careta no rosto.

Eu esperava que eu não fodesse isso por estar atrasada.

- Oi. - eu disse enquanto me aproximei dele com cuidado.

Ele olhou para mim e seus olhos me percorreram imediatamente de cima para
baixo por um curto momento como se ele estivesse verificando o produto.

Sua boca formou um largo sorriso. - Emma, certo?

Eu balancei a cabeça, surpresa com sua voz estridente que não era muito viril.

- Sim, sou eu. - eu disse.

Descontraído, ele se afastou da parede e se moveu para mim. Ele não era
enorme, ou qualquer coisa, mas ele era alto e muito simpático (o que me ajudou a
esquecer da coisa da voz). Moveu-se para um abraço, surpreendendo-me com um
beijo suave na bochecha. Uau, isso foi rápido.

- Estou feliz que você veio. - ele disse suavemente. - Eu estava preocupado que
você não viria. Nós estamos correndo um pouco por causa de seu atraso. Devemos
entrar.

Eu pisquei surpresa com sua observação do atraso. - Claro. - eu murmurei.

- Você está linda, por sinal.

Forcei um sorriso. - Obrigada.


Ele descansou levemente a mão na parte inferior das minhas costas (ao qual eu
me contorci longe, por pelo menos uma dúzia de vezes) e levou-me para dentro da
grande estrutura de pedra de dois andares. Em pouco tempo, fomos escoltados para
a nossa mesa por uma linda hostess. Todo o caminho até lá, fiquei de boca aberta
com o local. Era tão grande e brilhante, as mesas e as cadeiras de pelúcia e
luxuosas. Eu nunca tinha jantado num local tão ricamente decorado antes. Havia
altas janelas de vidro que colocariam o meu restaurante na vergonha, lustres de
cristal pendurados em cima, e uma longa e sinuosa escada para uma sala de jantar
no segundo andar.

Fizemos uma pequena conversa na mesa quando a garçonete vestida, em um


uniforme verde que abraçava seu corpo, trouxe os nossos menus. Ela estava com
aparência imaculada, sem um fio de cabelo fora do lugar, assim como todos os
outros. Quem os contratou era muito exigente, eu pensei.

- Você fez essas reservas há um tempo? - Eu então perguntei, abrindo o


cardápio. - Eu não posso imaginar um lugar como este fazer uma reserva a menos
que fosse com antecedência.

- Na verdade, eu pago pelo privilégio, - ele respondeu. - Eu me coloco na lista


de espera em caso de cancelamentos. Houve um três dias atrás e eu paguei um
pouco mais por isso.

Oh caramba, fale sobre impressionar uma mulher.

- Eu não tenho certeza se quero saber quanto você teve que pagar
então. Também a julgar pelo preço dessas refeições, estou um pouco sem palavras.

- Relaxe, - disse ele suavemente em uma piscadela com ambos os olhos. - Você
escolhe o que quer e peça-o, Emma. Estou mais do que feliz em gastar uma fortuna,
se isso significa estar perto de alguém tão bonita como você.

Eu deveria ter corado, mas... Bem, eu não fiz. A verdade era que eu estava
cautelosa. Como muitos homens tinham tentado falar suave comigo antes, e como
muitos deles fizeram isso com uma única missão para entrar entre as minhas pernas.

Esperamos um tempo pelas refeições, e eu tentei o meu melhor para olhar


sonhadora nos olhos do homem, que claramente tinha a capacidade de varrer uma
mulher fora de seus pés, mas eu não senti nada dentro de mim. Nenhuma borboleta,
nenhum calor, nenhuma curiosidade. Em vez disso, o que se estendeu foi o estranho
silêncio que às vezes você fica preso, como quando você comete o erro ao abrir a
porta para uma pessoa religiosa, ou a um vendedor, e você não tem escolha, mas
suportar os desajeitados minutos de conversa e fingir que dá a mínima antes de
encontrar uma desculpa para escapar em sua casa e se encolher como um filho da
puta.

Sim, foi assim.

Quando as refeições finalmente chegaram, eu tentei suprimir meu desejo de


transar com a mesa e encher a cara no especial de frutos do mar que eu pedi. Puta
merda, eu não tinha tido ostras em mais de um ano, ou vieiras em até mais do que
isso! Esta era uma refeição que eu tinha para saborear cada cheiro e sabor porque
neste ritmo, sair para jantar com Joel ia ser uma coisa de uma vez.

- Sua avó estava me dizendo que você estava estudando negócios em um ponto.
- ele então disse, trabalhando o seu caminho para uma conversa.

Eu balancei a cabeça. - Eu me conformei com meu diploma de contabilidade no


final. Levei dois anos por causa das despesas. Ter uma educação está além de caro
hoje em dia. E não há muitos empregos ao redor, então estou atualmente presa em
meu emprego de garçonete, que é realmente grande.

- New Raven tem estado em baixa. Eu acho que vai continuar por um tempo
antes que os trabalhos comecem a se aproximar das pessoas. Você sabe, eu poderia
vê-la em algum lugar de trabalho como este. Pense nas dicas.

Eu quase ri. - Ah, é? Eu acho que vivo longe demais no momento. Mas seria
muito legal.

Mais silêncio.

Seus olhos estavam presos ao meu rosto e foi um pouco desconcertante ser
olhada tão descaradamente. No entanto, apesar disso, eu senti que havia outro par
de olhos em mim. Olhei ao redor do restaurante, convencida de que eu estava sendo
excessivamente paranoica, pensando que aqueles olhos pertenciam a um homem
que eu estava reconhecidamente gastando meu tempo procurando online.

Muito tempo.

Tipo, muito.

- Então, como está a minha avó, afinal? - Perguntei me concentrando de volta


em Joel. - Espero que ela não tenha forçado isso em você.
Ele riu levemente e balançou a cabeça. - Não, ela não forçou em mim. Ela me
mostrou uma foto sua e eu não podia dizer não. Vou admitir que ela é uma mulher
muito intensa, não é?

- Intensidade seria uma das qualidades definidoras da minha avó. - eu


concordei, rindo.

Nós conversamos por um tempo mais longo. Ele me disse que tinha sido
requerido para dois trabalhos, um como um médico da prisão e o outro na clínica da
avó. Claro, ele tem o outro trabalho, com que ele não estava totalmente satisfeito.

- A prisão de New Raven é muito famosa por seus prisioneiros violentos, então
eu não estaria muito chateada com a falta disso. - o consolei.

Ele deu de ombros. - Sim, mas a experiência tem sido grande. Você sabe que
você pode dirigir até lá se quisesse. No meio do nada, aquele lugar. Você ouviu
sobre o homem que escapou de lá há quatro anos?

- Não. Eu não sabia que havia uma fuga bem sucedida.

- Bem, não foi bem-sucedida, - explicou cordialmente. - Eles o encontraram a


quilômetros de lá. Ele morreu de desidratação, e a única razão que o encontraram foi
por causa de todos os corvos circulando por cima. Eles tinham comido quase tudo
dele e só poderiam identificá-lo com algumas partes do corpo, como dedos e tal.

Estremeci com desgosto. - Isso... É uma porcaria para ele.

- Eu deveria levá-la lá um dia.

Ironicamente, eu levantei uma sobrancelha. - Um passeio em torno de uma


prisão?

- É muito fortificada e impressionante se você for para o lado arquitetônico da


coisa. Eu estive lá cinco vezes e nunca envelhece. Eu particularmente gosto de
dirigir em torno da área onde o homem foi encontrado. Há algo muito misterioso e
sedutor sobre estar em torno de um lugar que você conhece e que alguém morreu.
Como sendo um com a natureza.

Hum.

Bem... Isso era uma coisa estranha para falar, e era um pouco assustador como
ele estava animado sobre isso. Meus níveis de não atração tomaram um, ainda
maior, mergulho de cabeça, especialmente quando vi o brilho em seus olhos sobre a
visita. As coisas estavam indo relativamente suportáveis também. Agora eu estava
jantando com um médico que tinha um fetiche estranho por prisões e parecia que ele
tinha inalado balões de hélio. Poderiam esses olhos brilharem mais intensamente
agora?

Uma garçonete apareceu mais uma vez, perguntando como estávamos indo e
Joel solicitou outro refil do seu vinho e ela foi embora. Fiquei olhando para a minha
comida, esperando que ele encontrasse outra coisa para falar.

- Há outros que morreram na prisão, também, - ele continuou, dissipando as


minhas esperanças. - Alguns em celas, mas eles não permitem que os visitantes
entrem lá dentro, infelizmente.

Que porra é essa? - É uma pena.

- Sim.

Silêncio.

Corri a mão pelo meu cabelo e olhei ao redor do restaurante novamente, me


sentindo melancólica por um minuto. Não haveria recuperação disso. Eu ia morrer
uma solteirona com teias de aranha em festa na minha vagina, eu sabia disso.

Em seguida, a garçonete voltou e se inclinou sobre a mesa para encher o


copo. Eu não peguei corretamente a partir do canto do meu olho, mas eu ouvi um
suspiro sair fora dela, e no momento em que olhei o copo de vinho, já tinha
derramado perto da borda da mesa e derramou sobre a roupa de Joel. Ele assobiou,
como se tivesse sido queimado por água fervente, e imediatamente moveu sua
cadeira para cima.

- Você está falando sério? - Ele rosnou, abruptamente levantando-se, enxugando


o vinho em sua camisa com as mãos.

- Oh, meu Deus, eu sinto muito. - a garçonete pediu desculpas, olhando


horrorizada enquanto ela colocava imediatamente a garrafa no chão e agarrava o
guardanapo. - Eu sinto muito!

- Desculpe? Isso é o que você tem a dizer? Como porra é difícil derramar um
copo de vinho, mulher? Você tem dois pés esquerdos? Isso é ridículo!
Quando ela se aproximou dele para ajudá-lo a secar, ele rosnou para ela e tirou
o guardanapo de sua mão. Mais uma vez, dispensando suas desculpas ele continuou
com seu discurso.

- Você sabe o quão cara é esta camisa? Ou essas calças? Tem a menor porra de
pista? Eu não sou feito de dinheiro!

A garçonete encolheu para trás, seu corpo esguio estremecendo com sua súbita
raiva. Eu estava confusa por um momento, olhando entre eles como um cervo nos
faróis olha antes do eventual choque.

- Está tudo bem, - Imediatamente eu disse a ela com um olhar macio antes de
olhar de volta para Joel. - Foi um erro, Joel...

- Eu entendo que foi um erro, - ele interrompeu bruscamente, praticamente


cuspindo as palavras, quando se enxugou com aquele olhar irritado em seu rosto. -
Mas foi um erro caro. Eu quero falar com o proprietário, agora. Ou um
gerente. Ou alguém que está no comandando você.

A garçonete hesitou. - Ele não... Ele não vai gostar se eu incomodá-lo.

Joel deu-lhe um olhar gelado. - Eu não me importo se ele não vai gostar. Eu
sou o cliente. Eu sou o único a pagar esta refeição. Não é meu problema se você está
incomodando. Basta buscá-lo.

Ela virou-se e saiu correndo da vista, deixando-me chocada com o exagero


absurdo deste homem. Ele tomou o seu lugar, xingando baixinho sob sua respiração,
jogando o guardanapo na mesa.

- Eu não estou sendo razoável, - ele me disse, pegando minha irritação. - Mas
tudo na vida custa dinheiro, Emma. Ela não deve fugir com algo parecido com isto
porque ela cometeu um erro.

Eu levantei uma sobrancelha. - O que você está esperando que aconteça agora?

- Espero ser compensado. Espero não ter de pagar por esta refeição, também. Eu
espero que ela vá ser tratada em conformidade.

- E como você acha que ela deve ser tratada?

- Eu a demitiria se fosse minha funcionária.


Minha boca caiu, mas me abstive de usar uma linguagem cheia de cores. A
verdade era que eu estava indignada, provavelmente mais do que ele, e não era
sobre o derramamento de vinho maldito em seu estúpido e feio terno. Eu sabia o
que era estar na extremidade receptora de bastardos como ele. Eu tive alguns
desentendimentos com clientes de merda tentando me fazer sentir pequena e
patética, mas isso... Isso era apenas desprezível. Eu estava tentada a enfiar meu
prato de lado e deixar o Dr. Obssessivo-Com-A-Morte para trás, mas eu não queria
que a garçonete fosse demitida, e eu atestaria por ela se estivesse aqui quando o
proprietário chegasse.

Foi o silêncio repentino que me arrancou dos meus pensamentos de raiva. Em


seguida, os passos podiam ser ouvidos, cada vez mais altos e mais perto enquanto
os segundos passaram. Eu vi a garçonete em primeiro lugar, esgueirando-se atrás de
um homem que estava com as mãos nos bolsos enquanto caminhava para nós. Tudo
nele gritava força, confiança e familiaridade também. Engoli em seco enquanto meus
olhos olharam para o corpo maravilhosamente duro e para o rosto solene de Borden.

Foda-se. Foda-se. Será que eu nunca escaparia deste homem?

Ele nem sequer me reconheceu quando parou na mesa, seu olhar focado em
Joel.

- Qual é o problema? - Ele perguntou indo direto ao ponto. Os olhos de Joel


tinham alargado com a visão de Borden. Ele estava tão surpreso quanto eu. Nós,
provavelmente, pensamos a mesma coisa. Desde quando Borden possui este
restaurante no topo de todos os outros lugares que ele tinha?

- Não há problema. - eu disse de repente, chamando a sua atenção por um


momento rápido.

- Eu não estou falando com você, boneca, - Borden respondeu, apontando para
Joel. - Eu estou falando com o médico aqui.

Joel endireitou-se e fez um gesto para a garçonete e, em seguida, para o


vermelho manchando sua camisa. - Houve um incidente.

Os olhos de Borden não viajaram para sua camisa. Ele os manteve firmemente
dirigidos para o rosto de Joel, em vez disso disse entre dentes. - Explique.

- Ela derramou vinho em mim, e um pouco na minha comida, também.


- Então o que você quer?

Joel fez uma pausa, claramente pego de surpresa com a pergunta. Era bastante
óbvio o que ele queria, mas supunha que ele não tinha previsto ter que dizê-lo. - Eu
gostaria de alguma compensação, pelo menos. Era uma camisa de quatrocentos
dólares, Sr. Borden.

Minha respiração havia diminuído na troca de palavras. Tudo parecia tenso e


instável, como se estivéssemos nos equilibrando em uma linha e uma única pressão
iria enviar-nos em perigo. Borden era indecifrável, seu olhar duro como rocha no
lugar, enquanto Joel tentou o seu melhor para parecer mais assertivo e frio
possível. Ele estava falhando. Eu podia ver as gotas de suor começando a se formar
em sua têmpora, e o que era pior foi feito, tínhamos a atenção de todo o
restaurante. Faces viraram em nossa direção, em silêncio, observando um homem
praticamente pedindo para Borden entregar-lhe a porra de quatrocentos dólares.

Borden olhou para Joel por vários momentos. Então, ele puxou uma carteira do
bolso e abriu-a. Minha boca caiu novamente em choque quando Borden tirou
lentamente uma nota de cem dólares depois outra, o tempo todo nivelado com Joel
com um olhar que me fez lembrar o quão intimidante ele era no clube e no
restaurante. Ele era assustador. Foda-se, ele poderia ser o homem mais assustador a
nunca enfeitar a minha vida. Assim por que diabos aquilo fez minhas entranhas
ficarem quentes? Por que de repente a sensação de medo era tão excitante?

Joel relaxou em seu assento, sua boca se recuperando apenas um pouco


enquanto observava as quatro notas de Borden deixarem a carteira. Mas acabou que
Borden não entregou o dinheiro. Em vez disso, ele tirou os olhos de Joel e olhou
para trás, a garçonete de pé atrás dele. Ele acenou, e ela hesitantemente
obedeceu. Envolvendo um braço em torno de seu ombro, ele a levou para o seu lado
e, lentamente, empurrou as quatro centenas de dólares para baixo, sua parte
superior, aninhando-as em seu sutiã.

- Vá. - ele então exigiu.

Com os olhos arregalados, ela virou-se e correu para a parte de trás do


restaurante. Borden voltou-se para Joel.

- Agora vamos cuidar desse problema de vocês. - disse ele.

Eu quase pulei quando Hawke de repente surgiu por trás de Joel. Eu estava tão
consumida em Borden, que não tinha percebido que nós estávamos cercados por
homens de Borden. Hawke tomou-o pelo braço e o empurrou para cima a seus pés,
forçando-o firme. Nem um segundo passou antes que seu paletó fosse
violentamente puxado para fora e os botões da camisa de Joel saíssem
voando. Hawke levou alguns segundos antes que ela estivesse completamente fora e
a jogou languidamente no chão a seus pés.

- Aí, - Borden murmurou, inclinando a cabeça para o pedaço de tecido. -


Nenhuma camisa, nenhum problema.

Os olhos de Joel estavam arregalados do tamanho de pires. - Mas... Ela


derramou vinho em mim! Isso não foi minha culpa!

- Ela derramou vinho em você e em troca você a tratou como merda, - Borden
retrucou, suas narinas estavam dilatadas. - Ela é minha funcionária, um trunfo para
o meu negócio, e você andou sobre esse recurso. Portanto, você andou em cima de
mim.

O rosto de Joel avermelhou quando ele ficou ali por alguns instantes, em nada
além da calça do terno e a camiseta interior por cima. Ele pegou o olhar de todos os
clientes em torno de nós, e sua face ficou mais vermelha.

- Joel, - sussurrei para ele com urgência, inclinando-me sobre a mesa. - Apenas
se desculpe.

- Me desculpar? - Ele repetiu em estado de choque. - Eu não fiz nada! Este


homem é um lunático!

Eu estremeci e fechei os olhos. Meu Deus, o que diabos ele tinha feito? Ele
estava tinha um desejo de morte?

- Lunático? - Borden repetiu cuidadosamente.

Joel não respondeu. Eu podia ver que estava começando a despontar sobre ele o
quanto estava fodido. Ele olhou para os homens em volta novamente, desta vez
parecendo com mais medo a cada minuto.

- Eu sou louco, é isso que você está dizendo? - Perguntou Borden, aqueles olhos
queimando buracos através do homem.

- Devemos ir agora. - Eu disse a Joel naquele momento.

- Eu concordo, - Borden interferiu friamente. - Aqui, deixe-me ajudá-lo.


Ele foi até ele e de repente agarrou Joel pela camiseta, empurrando-o contra a
mesa. Os nossos copos se inclinaram e derramaram sobre a nossa comida. Mesmo
que Joel estivesse perto da altura de Borden, ele não tinha sua massa. O medo
brilhou no rosto de Joel, e eu sabia que não haveria nenhuma maneira de sair dessa
sem Borden conseguir o que queria.

- Um homem janta no meu restaurante, come minha comida, insulta a


minha garçonete, e tem a audácia de me chamar de louco. - Borden diz em voz alta
para todos em suas mesas.

Levantei-me, impotente observando a situação se desdobrar em silêncio


atordoado. Todo mundo estava olhando com admiração para Borden, em seguida,
arrastou-o para a entrada do restaurante segurando a parte de trás do seu
pescoço. Eu saio do meu transe e corro atrás deles, tropeçando um pouco nos meus
saltos ao longo do caminho.

No momento em que eles estavam fora, Borden atirou Joel sem esforço sobre o
pavimento. Ele aterrissou com um grande baque do seu lado, grunhindo de dor
quando sua carne raspou contra a calçada. Mas em vez de deixá-lo, Borden se
aproximou dele novamente.

- Pare, - eu gritei histericamente. - Não mais! Estamos saindo!

Borden me ignorou e jogou o paletó fora. Ele começou a enrolar as mangas da


camisa, olhando gravemente para Joel. - Você me chamou de louco e eu vou lhe
mostrar o que é um louco. - disse ele, levantando a voz não mais do que o habitual.

Ele abaixou-se, pegou Joel e o colocou de volta em seus pés. O médico estava
muito atordoado para saber o que estava acontecendo.

- Chame-me de louco novamente. Vá em frente.

Joel balançou a cabeça suplicante. - Eu não quis dizer...

Borden interrompeu-o com um soco no rosto. O sangue corria livremente para


fora do nariz de Joel quando ele caiu para trás.

- Chame-me de louco de novo, - repetiu ele com os dentes cerrados, de pé sobre


o seu corpo mutilado, olhando aparentemente calmo. - Vá em frente.
Ele foi para pegar ele de novo, e de repente a minha raiva me varreu para fora
da minha postura rígida. Eu corri até ele e agarrei seu ombro, gritando em seu
ouvido.

- Basta deixá-lo sozinho. Deixe-o ir! - Eu gritei, olhando para os transeuntes


quando eles abrandaram os passos. – Alguém! Socorro!

Ninguém iria ajudar.

Sem se importar com quem ele era, eu freneticamente agarrei-o pelo braço e me
coloquei entre ele e Joel. Borden foi para mover-se por mim, mas eu me forcei em
seu caminho, pedindo-lhe para parar.

O rosto de Joel era uma confusão sangrenta depois de apenas um soco e Borden
estaria indo para outro golpe. Que eu não podia permitir que acontecesse.

- Deixe-o em paz. - disse a ele, e sem pensar, eu agarrei seu rosto com as duas
mãos, tentando desviá-lo para mim.

- Olhe para mim! - Eu disse com raiva, movendo o meu rosto para que tivesse
apenas algumas polegadas longe do seu. Ele não tinha escolha, senão olhar para
mim agora.

Os olhos azuis de Borden cintilaram para mim por um momento, então para
Joel no chão, e então para mim novamente.

- Olhe para mim Borden.

Era evidente que ele não estava esperando isso. Seus olhos selvagens olharam
por cima do meu rosto por um momento longo e ele balançou a cabeça um pouco,
como se ele estivesse sendo despertado de um sonho.

- Olhe para mim.

Seu rosto relaxou um pouco.

- Deixe-o em paz. - disse, mantendo contato visual para que ele não perdesse as
estribeiras novamente.

- Deixe-o em paz, Borden. Ele é um idiota, eu sei. Ele estava sendo horrível e a
garçonete não mereceu isso, mas está feito agora. Basta deixá-lo sozinho. Inferno,
vamos falar sobre isso. Só você e eu. Nós vamos resolver o problema. E-Eu posso
falar com ele e vamos resolver o problema, mas só... Não o machuque. Ok? Você já
fez o suficiente.

Ele não se moveu pelo que pareceu uma eternidade. Seu olhar viajou para a
minha boca, atrasando-se lá por vários segundos. De repente, ele se afastou de Joel e
eu trouxe as minhas mãos para baixo agora que tinha a sua total atenção. Seus olhos
nunca se afastaram dos meus e levou tudo de mim para não desviar o olhar. Ele era
intimidante pra caralho, era antinatural. Se eu tivesse um pingo de racionalidade, eu
estaria tremendo em meus calcanhares.

Me assustei quando sua mão se levantou para meu rosto. Eu reprimi um


arrepio e senti seus dedos brevemente se movendo ao longo do meu queixo e ao
longo do meu lábio inferior. Com essa expressão confusa de antes em seu rosto.
Então ele tirou a mão e a abaixou.

- Esteja na minha mesa em cinco minutos. - ele me disse.

Ele se afastou de mim e casualmente pegou o paletó do chão. Ele voltou para o
restaurante sem sequer olhar em minha direção, seu corpo relaxado e não
afetado. Eu olhei em volta e vi pelo menos algumas dezenas de pessoas aglomeradas
na calçada em torno de nós, encarando-me com expressões perplexas. Sim, eles
provavelmente estavam pensando a mesma coisa que eu estava: O que diabos foi
aquilo?

Voltando-me para Joel, eu cautelosamente caí de joelhos e usei as peças do meu


vestido para limar seu rosto. Uma cesta de guardanapos do restaurante foi colocada
ao nosso lado. Eu olhei para outra garçonete que parecia profundamente perturbada
pela confusão sangrenta.

- Obrigada. - eu disse, fracamente.

- Eu posso chamar uma ambulância, se quiser. - ela ofereceu.

- Você quer ir para o hospital? - Perguntei a Joel. - Você pode me ouvir? Devo
levá-lo a sala de emergência?

- Não. - Joel conseguiu dizer, mal abrindo os olhos. - Casa. Leve-me para casa.

Antes que eu pudesse responder, sombras caíram sobre nós. Eu olhei para dois
homens, um deles era Hawke, e observei quando eles se abaixaram e pegaram Joel
fora do chão.
- O que você está fazendo? - Perguntei. - Coloque-o para baixo!

- Vamos cuidar dele daqui em diante, - Hawke estalou. - Você vá para dentro.

- Será que ele vai ficar bem?

Eles não responderam. Eu vi como eles o levantaram em seus pés e o levaram


embora. A cabeça de Joel para baixo em derrota, seu corpo mole e mal se movendo.

- Você realmente precisa ir, - a garçonete me disse solenemente. - O Sr. Borden


não gosta de esperar.

Ela voltou para o restaurante e eu apenas balancei a cabeça para mim mesma. O
que aconteceu com a minha ininterrupta vida tranquila? Eu senti como se estivesse
numa realidade diferente.

Levei minha atenção de volta para a entrada do restaurante, onde um lunático


estava esperando por mim lá dentro.

De repente a conversa sobre a prisão assustadora de Joel não parecia tão ruim.
Treze
Emma

Eu senti pavor absoluto quando a garçonete me levou à sua mesa em uma área
discreta no segundo andar. Falaram-me para esperar a uma curta distância de onde
Borden já estava sentado. Ele estava casualmente olhando para seu telefone celular
quando conversava com um homem do outro lado da mesa. Ele não parecia tão
afetado. Será que não se importava que ele simplesmente socou um homem e fez
uma cena enorme?

Eu entendi que Joel provavelmente merecia ser tratado como merda pelo que
fez, mas ser despojado de sua camisa e socado? Aquilo era demais. Um simples "dê
o fora do meu restaurante" teria sido suficiente.

O homem que estava jantando com Borden parecia que estava fazendo mais do
que falar, e Borden respondia em frases curtas que eu mal podia ouvir.

- Isso iria beneficiá-lo muito, Sr. Borden. - ele disse com firmeza.

- Eu discordo.

- Você faria um monte de dinheiro.

- Eu já tenho dinheiro.

- Você pode nunca ter o suficiente.

- Eu discordo.

- Bem, então o que posso fazer para convencê-lo a investir?

- Se eu não pude ser convencido até agora, é pouco provável que você possa
fazer qualquer coisa.

Depois de alguns minutos, o homem então se levantou frustrado, jogando o


guardanapo na mesa, e saiu. Nem mesmo dois segundos se passaram antes que uma
garçonete viesse ao redor e rapidamente limpasse a mesa, e foi então que ela me fez
um sinal.
Os olhos de quase todas as pessoas na sala foram trancados em mim e no meu
caminho para sua mesa. Borden, que nenhuma vez olhou para o homem com quem
jantou há poucos minutos, de repente, olhou para mim, e cada cabeça ao nosso redor
se virou em um piscar de olhos. Assim como o jantar, seu poder era espesso no
ar. Eu senti essa sensação sinistra de desamparo quanto mais perto eu ficava dele.

Tentei o meu melhor para não tremer quando tomei um assento.

- Sua comida está sendo refeita. - ele afirmou todo casual.

- Eu não estou com fome. - respondi calmamente, agora evitando seus olhos. Eu
mantive o meu olhar preso no guardanapo na mesa a minha frente.

O ouvi mudar de posição em sua cadeira. - Você mal comeu sua comida. Você é
pobre. Você é magra. Obviamente está com fome.

- Após a sua exibição ao ar livre, é a última coisa que estou sentindo.

- Minha exibição ao ar livre não foi tão atroz como poderia ter sido, se você não
me parasse.

Olhei rapidamente para ele, respondendo bruscamente. - Joel não merecia ser
socado assim, Sr. Borden.

- Ele desrespeitou minha funcionária e me chamou de lunático


no meu restaurante, ao alcance da voz dos meus clientes. Ninguém sai fora com
isso. Eu tenho uma reputação a manter, Emma. Se eu deixar pequenas coisas como
essa passar, vai criar um efeito bola de neve. Merda ficará feia rapidamente. Essa é
apenas a forma como isso funciona, boneca. Além disso, - acrescentou ele, com um
lampejo de desgosto em seu rosto. - o médico tem alguns segredos muito
alarmantes. Esses fetiches são... Difíceis de engolir, para dizer o mínimo. Você
deveria estar me agradecendo por livrá-la de uma pessoa estranha. Não gostaria que
encontrassem seus sapatos ao lado de uma estrada tão cedo, certo?

Enquanto isso era perturbador, depois da minha conversa com Joel eu não
estava tão surpresa.

- Como você sabe disso? - Perguntei em voz alta, estudando-o de perto.

Ele fez uma pausa. - Porque eu quis saber disso.


Minhas sobrancelhas se uniram com o pensamento. - Mas você já sabe? Ou... -
Ou você achou que eu estava indo para a porra de um jantar com um cara e ele o
tinha verificado?

Ele pareceu entender a minha pergunta, e escolheu responder com um pequeno


sorriso, isso poderia ter significado um milhão de coisas diferentes.

- Okay. - eu sussurrei para mim mesma, olhando para longe e de volta para o
guardanapo. O brilho intenso não me intimidou, mais importante ainda, seduziu-
me.

O silêncio encheu o espaço entre nós por alguns minutos. Fiquei pensando
sobre o quanto eu queria sair daqui e estar em casa. Eu nunca viria neste lado da
cidade novamente. Inferno, duvidava que eu deixasse meu apartamento pelos
próximos seis meses, além de ir para o trabalho.

Um prato do meu pedido foi colocado em frente a mim, preparado na hora e


cheirando divinamente. Eu escapei outro olhar para Borden e então rapidamente
para o meu prato. Ele estava olhando fixamente para mim, me estudando com uma
espécie de profundidade que eu nunca tinha sido sujeita. Não era como o olhar
assustador de Joel também.

Não, era mais.

Havia também algo em suas mãos, e outro pequeno vislumbre mostrou


evidentemente que era o mesmo isqueiro Zippo que ele estava brincando antes. Ele
circulou em suas mãos, e me perguntei se ele fumava. Eu certamente não senti o
cheiro nele quando ele me beijou... E ugh, por que tenho que pensar sobre isso logo
agora? Pensar sobre o beijo me deixou desconfortável e corada. Também me fez
paranoica o suficiente para pensar que ele sabia que eu estava pensando nisso.

- Eu quero saber as chances de estarmos no mesmo restaurante depois do que


aconteceu. - ele finalmente comentou.

- Parece um pouco estranho para mim.

Ele era estranho, mas agora olhei para ele com desconfiança.

- Onde mais eu vou encontrá-la agora? - Ele perguntou. - No lugar que eu tomar
café da manhã? No meu trabalho? Eu prefiro que você me diga agora para evitar
surpresas futuras.
Eu levantei uma sobrancelha em minha confusão. - O que você está falando?

- Eu me pergunto se você é algo diferente de uma garçonete. O que você diz


sobre isso?

Oh, inferno. Ele pensou que eu era uma policial? - Eu diria que você é muito
paranoico. Novamente.

Ele se mexeu na cadeira novamente e uma pequena risada soou fora de sua
garganta. Eu não poderia conter outro vislumbre em sua direção. Seus olhos azuis
oceano ainda estavam fixos em mim, e ele parecia estar se divertindo, e essas
diversões o faziam parecer enganosamente amigável.

Ele tinha genes notáveis no departamento dos olhares. Era uma pena que fosse
um psicopata. Eu tinha que me lembrar disso uma e outra vez. Fiquei imaginando o
que aconteceu com o homem das velhas fotos. O que o transformou no cara
assustador de frente para mim agora?

Eu balancei a cabeça, tentando sufocar a minha irritação. - Se eu fosse uma


policial, a propósito, por que diabos ia ser uma garçonete que trabalha no outro lado
da cidade em uma loja que você nem sequer possui? Não faz qualquer sentido.

- Eu já vi isso antes. Mulheres quentes se aproximam de mim o tempo todo,


levando um fio, tentando me fazer falar...

- Você quer me revistar? Estou usando nada mais do que um patético pequeno
vestido, que posso lhe assegurar não tem espaço vazio para acomodar um fio.

- Você está me dando permissão?

Eu quis olhar para ele com firmeza agora. Era importante que ele soubesse que
era ofensiva essa ideia patética e paranoica dele. Mas quando vi o brilho malicioso
em seus olhos e o sorriso nos cantos de seus lábios, eu estava nada menos do que
enfurecida.

Ele estava brincando comigo.

Claro que eu não era uma policial.

Claro que eu não estava carregando um fio e o seguindo.

Ele não era apenas assustador agora, ele também era um completo idiota.
- Existe uma razão especial para que me queira na sua mesa, Sr. Borden, ou eu
sou apenas o seu entretenimento para esta noite? - perguntei secamente.

Ele se inclinou para frente, seu grande corpo ocupando toda a minha visão
enquanto suas grandes mãos se entrelaçam. Seu rosto estava a meio caminho sobre a
mesa e ele me bebeu com aquele olhar como se tivesse sido privado da minha visão.

Em voz baixa, ele disse com voz rouca. - Se você fosse meu entretenimento para
hoje à noite, sairia mancando para fora da aqui, e não seria o tipo de surra que você
está pensando.

Minha respiração atenuou com sua declaração seca, dita de forma blasé, e
minhas bochechas se aqueceram, e não por bajulação, mas apenas por puro
choque! Enquanto uma minúscula, pouco a pouco, despercebida e indiferente parte
de mim se perguntou o que essas atividades consistiam exatamente, eu me
concentrei em meu ultraje.

Eu me inclinei para frente também, desfrutando da adrenalina de raiva que ele


tinha incitado em mim. Silenciosamente, eu respondi. - Eu nunca seria uma
participante voluntária no que você acha divertido, Sr. Borden.

Seu sorriso se intensificou quando ele olhou para os meus lábios. - Vamos ver,
Srta Warne.

Era um desafio?

- Não, não vamos. - Eu mordi de volta. - Nós concordamos em nos manter


longe, lembra?

- Lembro-me de tudo com o que você concordou boneca.

- Nada mudou certo?

Ele inclinou a cabeça para o lado, olhando meu rosto como se estivesse
tentando descobrir alguma coisa. Eu estava muito ocupada tentando controlar os
nervos de transformar-me em um rápido terremoto. Eu já tinha cavado minhas
unhas demasiadamente profundas em minha pele, cerrando os punhos debaixo da
mesa para parar de tremer.

- Você sempre foi dura, não é? - Ele perguntou do nada. - Desde criança até
agora, você tem a pele grossa. Eu gosto disso sobre você. Faz valer a pena ter você
por perto.
Eu pisquei surpresa. - Se isso me trouxe de volta para sua mesa, não vejo como
isso é uma coisa boa.

Ele riu novamente. - Eu não vou te machucar se é com isso que você está
preocupada.

- Só vai me ameaçar?

- Por que eu iria ameaçá-la, quando você é tão boa em me estapear por
isso? Essa foi certamente uma primeira vez para mim, Srta. Warne.

Eu lutei com o sorriso no meu rosto e olhei para o lado, segurando o


guardanapo agora. Eu queria tomar essa oportunidade e perguntar por que ele me
beijou, mas, em seguida, isso significaria reconhecer que beijei o idiota arrogante em
primeiro lugar.

Ele tinha a sombra de um sorriso em seus lábios. - Por que você não olha para
mim?

- Você é intimidante.

- Certamente isso não a impede de falar comigo.

- Isso, são apenas os anos de experiência em ser uma desafiadora.

- Eu gosto de seu desafio. - disse ele ainda mais baixo, com a voz de sexo
retornando.

O suficiente para transformá-lo? Eu queria perguntar.

- Também gosta de poder, não é mesmo, Sr. Borden? E estar no controle.

Ele deu de ombros, distraidamente. - Eu não gosto de nada disso, na verdade.

Eu espremi minhas sobrancelhas juntas. O que ele quis dizer com isso?

- O que você fez com Joel, - eu comecei, procurando em seu rosto por qualquer
tipo de emoção. - Você não gostou fazê-lo? É isso que você está dizendo?

Seus olhos se acomodaram nos meus e ignorando completamente a minha


pergunta, ele disse. - Por que você não falou com o policial?

Onde ele estava indo com isso?


- Por que... - eu murmurei.

- Porque o que?

- Por que... - Fiz uma pausa, já entendendo o fundamento do que ele estava
dizendo. - Eu estava com medo.

- E agora que você sabe que eu não faço mal as mulheres, você estará correndo
para um?

- Não.

- Por quê?

- Por que... Eu ainda estou com medo de você.

Ele balançou a cabeça. - Certo. Uma vez que o medo fica sob a pele e se instala
dentro de seus ossos, não é algo que você pode desligar durante a noite. Você
aprendeu sobre o medo pelos rumores espalhados pela cidade, mas você
experimentou na noite em que encontrou os meus homens batendo em um homem
que me devia dinheiro. Eu possuo você agora.

Meu queixo caiu e eu olhei para ele perplexa. - Você me possui?

- Sim. É como eu controlo todos. É a razão pela qual eu estou no topo. Você vai
fazer o que eu digo por causa do seu medo.

- E é isso que está acontecendo? Você vai me obrigar a fazer algo que não quero
fazer? - Foda-se, ele queria o meu corpo? Pode ser por isso que ele estava fazendo
tudo isso, eu percebi.

Ele franziu a testa, irritado. - Eu não fodo mulheres a força, se é a isso que você
está se referindo. Eu não preciso, também. Tenho o suficiente atirando-se para mim,
e o corpo é apenas um corpo no final do dia. Desculpe desapontá-la.

Meus ombros caíram em alívio, mas eu ainda olhei para sua observação
egoísta. - Eu não estou desapontada, Sr. Borden.

- Claro que você está. Depois de sua exibição no escritório de seu chefe, eu estou
inclinado a pensar que você faria qualquer coisa por mais.

- Você foi o único que me beijou primeiro, Sr. Borden.


- Mas você certamente não parou com isso também, não é? - Outro sorriso.

Eu fervi. - Eu não tinha escolha, e certamente não quero isso.

- Não minta. Uma parte de você está curiosa sobre mim, gata de rua. Uma parte
de você quer saber.

- Saber o quê?

- Como é ser fodida por mim. Porque se um beijo meu é tão bom, imagine o
resto. Eu ainda estou surpreso pela rapidez com que você se derreteu para mim,
como manteiga. Doce manteiga derretida. Transando gostoso, se estou sendo
honesto.

Jesus, ele era bom.

Ele estava me matando.

Todo o meu corpo aquecido em embaraço. Levou tudo de mim para murmurar
de forma convincente. - Eu não estou curiosa para saber como você é em tudo, e
acho que você já analisou um pouco demais isso.

Isso era uma mentira.

Uma mentira flagrante, porra, e ele sabia disso também. Eu me senti como um
livro aberto. Era impossível para ele saber quantas horas eu tinha desperdiçado nas
últimas noites procurando sobre ele, a leitura através desses rumores, olhando para
fotos dele e aqueles lábios, tentando descobrir o mistério que era Marcus
Borden. Ainda aqui, agora, era como se ele soubesse de tudo.

E não é? De repente, preocupada em como ele poderia ter obtido esta


informação, ou se ele simplesmente era capaz de me ler meticulosamente.

Num segundo eu tinha muito medo de fazer contato visual com ele, e agora eu
não podia me afastar dessas íris azuis, mesmo se tentasse. Ele me bebeu com um
olhar cativante, que eu estava tentando riscar sob a superfície do meu ser. Por que a
minha mente e corpo de repente vibram com a indiferença e o interesse por esse
homem? Era tão fácil racionalizar quão louco ele era quando eu estava sozinha, mas
aqui, com ele tão perto de mim, ele era tão hipnotizante. Senti-me atraída,
provavelmente, como todas as mulheres indefesas antes de mim, vulnerável e
pronta para explorá-lo.
- Você está apaixonada por mim, - afirmou lentamente. - Eu posso ver isso nos
seus olhos. Você cobiça algo novo, diferente. Talvez eu seja mesmo.

Engoli em seco, disposta a reconhecer a sua declaração. - Por que estou aqui, Sr.
Borden? Basta cortar a perseguição.

- Você é diferente. - ele calmamente comentou.

- Diferente como?

- Só... Diferente. Eu vejo as cores quando estou perto de você.

Cores. O que isso significa?

Meu peito se apertou com a sombra fugaz de tristeza à espreita, abaixo da


superfície dele. Algo não estava certo. O pretensioso, arrogante homem de dois
segundos atrás tinha desaparecido, e eu queria falar com este homem na minha
frente agora, antes que ele fosse engarrafado novamente. Abri a boca para responder
quando seu telefone tocou. Saindo de qualquer bolha que nos permitiu, ele suspirou
e apertou um botão na tela de seu telefone e o colocou no ouvido.

- O quê? - Ele exigiu.

Ele ouviu atentamente, e eu já podia sentir a mudança no ar. Ele estava se


afastando, de volta ao homem de antes.

- Eu vou estar no meu caminho em poucos minutos. - disse ele antes de desligar
e olhar de volta para mim. - Eu apenas irei direto ao assunto sobre nossa entrevista
de emprego, Srta. Warne.

Eu gelei. Minha respiração batida fora de mim. Entrevista de emprego? - O


quê? Do que você está falando?

- Eu gosto de você, e eu acho que você seria um maravilhoso recurso para o


meu negócio. Obrigado por ter expressado interesse...

- Eu não expressei merda nenhuma. Eu não sei do que diabos você está falando
agora.

Ele olhou para mim de maneira uniforme. - Você é profissionalmente uma


contadora não é?

Eu não respondi. Estava perdida demais para entender.


- O meu clube precisa de alguém o mais rápido possível, e o trabalho é
seu. Você estará trabalhando ao meu lado...

- Não. - eu o cortei, recuperada do choque de suas palavras. - Eu não vou tomar


qualquer posição com você. Eu nem sequer sei do que você está falando!

Ele colocou seu telefone no bolso e recostou-se na cadeira. - É um bom trabalho


que paga mais do que o que você está fazendo no lugar que está no momento. Você
deveria me agradecer, no entanto. Eu muitas vezes, não gosto de alguém o suficiente
para contratá-los no local.

- Eu não quero ser contratada. Estou feliz onde estou.

- Você está feliz por viver na pobreza? De alguma forma, eu acho isso
improvável, e de qualquer maneira está feito. Você vai tomar a posição, ou você vai
acabar desempregada, o que eu sei que você não quer ser. Isso significa rastejar de
volta para a pequena casa da sua avó, colocando pressão sobre aquela coisa frágil,
depois que ela pensou que você estava fazendo tão bem por conta própria. Seria
uma vergonha, não é?

Meu coração quase parou. - Você vasculhou minha vida.

- Cada polegada dela.

- Por quê?

- Porque eu posso.

Fiz uma pausa, tentando entender este homem. - Por que eu?

- Você já sabe o porquê.

Você é diferente. Ele disse.

Olhamos um para o outro por alguns momentos, nenhum de nós disposto a


desviar o olhar primeiro. O que começou como raiva, já tinha mudado para eu,
curiosamente, explorar seu rosto estranhamente atraente, querendo saber
exatamente que pensamentos habitavam em sua mente louca para justifica-lo a fazer
isso comigo.

- Você está enganado, - eu disse, balançando a cabeça. - Eu não estou


trabalhando para você, não importa o que diga Sr. Borden.
- Oh, vamos lá, - ele sussurrou para mim, levantando o canto dos lábios. - Pense
na diversão que vai ter.

Senti uma emoção quente bater em minha barriga, e meu sexo apertou. Foda-se,
ele estava ficando em mim. Eu não poderia trabalhar ao lado dele. Isso era loucura, e
muito pouco saudável para a Emma excitada, que já estava tentando fazer uma fuga
da jaula em que eu a tranquei.

- Você disse que não me queria em qualquer lugar perto de seus


estabelecimentos. - eu o lembrei.

Ele se inclinou para frente, lambendo seu lábio inferior, enquanto olhava para a
minha boca. - Isso foi antes de eu chupar a sua língua.

Meus ovários explodiram.

Respira, respira, respira.

Diversão cintilou naqueles olhos quando ele pegou meu estado. Em seguida,
levantou-se em seus pés e meu corpo ficou tenso com o movimento. Ele estava
saindo? Será que ele me levaria com ele? Eu diria não a este homem perigoso?

- Onde você está indo? - Eu perguntei a ele, e eu parecia uma idiota necessitada.

Ele sorriu para mim. - Por mais que eu desfrute da sua companhia, tenho
alguns negócios com problemas para contornar. Desfrute de seu prato, gata de
rua. Eu adicionei vieiras extras para você.

Deixei escapar uma respiração instável, odiando a decepção que senti tanto por
ele me deixar, como de mim mesma, por humanizar o idiota.

Ele vigorosamente apenas contratou você, Emma!

Senti-me envergonhada naquele momento, pela satisfação que surgiu com a


ideia dele gostar de mim o suficiente para me contratar.

Que porra havia de errado comigo? Como eu poderia estar sentindo duas
emoções opostas ao mesmo maldito tempo?

Eu esperava que ele apenas saísse, e eu estava desesperada por isso para que
pudesse me acalmar e limpar meus pensamentos. Mas apenas fiquei lá por mais
alguns segundos. Eu consegui olhar para ele, balançando na minha confusão, e
ainda sentindo uma emoção que não conseguia identificar. Com os olhos focados
nos meus, ele colocou a mão no bolso e tirou algo. Eu estava muito ocupada olhando
para ele para saber o que era, até que o frio objeto tocou meu peito, e eu saltei, ainda
imóvel, com a sensação familiar de meu canivete.

Eu não me movi quando ele sensualmente o arrastou entre meus seios, sua
língua presa entre seus dentes, antes de fixá-lo em meu sutiã. Em seguida, ele se
inclinou e senti o roçar de seu polegar em meus lábios. Ele acariciou-o levemente,
carinhosamente, e minha respiração reduziu e meu coração disparou. Ele tinha, sem
esforço, acabado de me reduzir a uma poça mais uma vez, porque esse é o efeito que
ele tinha sobre as mulheres, incluindo a mim: um osso duro de roer. Mais uma vez,
eu me afoguei naqueles olhos, que pareciam muito mais humanos do que eu jamais
testemunhei nele antes.

- O vermelho não combina com você. - ele calmamente afirmou, estreitando os


olhos. - Nunca coloque batom vermelho novamente.

Então sua mão caiu, e a tensão quebrou quando ele se virou e saiu de lá. Eu o vi,
enquanto o meu corpo pulsava com um desejo que eu não estava familiarizada. De
cabeça erguida, costas retas, pernas se movendo com fluidez, ele confiantemente
andava como se fosse o dono da terra por onde ele andava...

Bem, merda, ele meio que era, não era?

Tirei minhas roupas no banheiro e olhei para o pequeno espelho sobre a pia. Eu
violentamente esfreguei o batom vermelho fora de meus lábios, dizendo-me que eu
estava tentando remover o toque dele para fora de mim. Só que o meu corpo estava
dizendo o contrário.

Não se atreva a sentir nada por aquele homem. Isso é doentio. É errado. Olha o que ele
fez com Joel.

Mas ele disse que tinha uma maldita reputação para manter. Isso significava o
que exatamente? Que era tudo um show?

Além disso, ele disse que Joel era todo o tipo de fodido. Talvez tenha sido uma
bênção disfarçada?

Agora eu estava apenas segurando uma desculpa.


Eu tentei chamar Joel, mas não tive sorte em falar com ele. Foi só no meu
caminho para casa, depois de abandonar o meu prato metade cheio de comida
(reconhecidamente porque eu estava com fome como o inferno e não poderia me
ajudar), que tive um texto dele me pedindo para parar de ligar. Quando eu
perguntei se ele estava bem, ele nunca respondeu. Eu não tinha certeza do que
estava esperando, mas pelo seu comportamento brusco eu estava quase com raiva o
suficiente para exigir um "obrigado" pelo menos pelo que eu fiz. Eu sabia que seus
ferimentos teriam sido muito piores se eu não tivesse parado Borden de dar-lhe
outro soco, e que era um pensamento estranho para ter tido. Eu parei Borden.
Eu. Como?

Ele disse que eu era diferente. O que me faz diferente exatamente? Meu
estômago se retorceu em vergonha quando eu senti o pico de prazer correr pela
minha espinha. A verdade é que eu gostava de ouvir que era diferente, e eu me odiei
por isso também.

Pretensioso.

Arrogante.

Violento.

Irado.

Estas eram as qualidades de Borden que eu tinha que me concentrar. Não do


jeito que ele me tratou, com... Delicadeza. Ou a maneira como ele olhou para
mim... Com cobiça. Ou o fato de que ele tivesse me escutado, que disse que ele era de
fato penetrável durante seus acessos de raiva.

Além disso, ele exigiu que eu trabalhasse para ele. Maldito. Ninguém me diz o
que fazer maldição!

Entrei no chuveiro e fiz com que a água fosse escaldante. E grosseiramente lavei
meu corpo cru, tentando apagar a noite fora de mim e, mais importante, o fascínio
doente que estava desenvolvendo por Borden. Que era estúpido. Lavar meu corpo
exterior não ia mudar o que eu sentia por dentro.

Quando meu rosto formigou com a lembrança do que ele fez, eu com raiva,
esfreguei minha boca novamente em um vão esforço de me livrar da sensação de
seu toque em meus lábios.
Catorze
Borden

Sentado em sua mesa, Borden folheou o arquivo mais recente que Hawke tinha
lhe fornecido naquela manhã.

Nome completo: Emma Lynne Warne

Idade: 23 anos

Educação: Diploma de contabilidade.

Ela foi para a South Central High School. Estudante do quadro de honra,
embora com longa história de evasão escolar.

Família: Sem irmãos. Avó ganhou a custódia depois...

Os olhos de Borden se arregalaram.

Mãe: Marianne Warne, morte por suicídio, na Penitenciária Feminina, dez anos
atrás.

Pai: Morto a tiros por Marianne Warne, dezesseis anos atrás.

Bem, merda, não era uma história Fdp9 típica de New Raven. No entanto, a
menina não parecia danificada no mínimo. Ela é um osso duro de roer. Borden
pensava.

Ele folheou mais páginas, contente quando descobriu sua lista de namorados
embaraçosamente curta: três parceiros conhecidos, nenhum relacionamento de
longo prazo, último relacionamento terminou há mais de um ano e durou quatro
meses.

Sem antecedentes criminais.

Sem doenças sexualmente transmissíveis.

9
Fdp – filho da puta.
No controle de natalidade há oito anos. Tinha a prescrição ocasional para
pílulas para dormir. Longa história de ansiedade.

E o melhor de tudo, sem dramas com ninguém em sua vida.

Bem, Emma estava completamente limpa. Nem uma única pegada em um


mapa. Uma lousa vazia brilhante pra caralho. Borden gostava disso.

Uma batida soou, e, em seguida, a porta de seu escritório foi aberta, sem a sua
permissão, o que significava que era Hawke, o único homem que Borden confiava
com sua vida. Ele olhou para cima quando Hawke se sentou em sua frente.

- Ele vai ficar fora até amanhã. - informou ele.

Borden assentiu. - Bom. Ele foi difícil?

- Não quando lhe informei as consequências.

- Bom.

Agora que o médico estava fora do quadro, não precisaria se preocupar com um
quarto namorado, embora soubesse que a probabilidade seria muito baixa de
qualquer maneira. A verdade é que esse cara era simplesmente um velho
fodido. Bastardo decadente realmente assustador. Seus interesses eram de uma
variedade muito perturbadora e removê-lo do cenário de qualquer mulher de New
Raven era uma boa ação feita por Borden.

- Temos que discutir algumas coisas. - Hawke disse então, capturando sua
atenção. - Os motociclistas não vão desaparecer tão cedo. Hector quer vê-lo o mais
rapidamente possível.

Borden suspirou e jogou o arquivo de volta em sua mesa. Ele recostou-se na


cadeira, imagens de Emma nadando em sua mente enquanto ele tentava se
concentrar no assunto em questão.

Que diabos era isso sobre ela exatamente? Seu desafio? Seu comportamento
seco estava ofuscando seu medo? Ele não podia identificá-lo exatamente, mas ela era
irresistível a cada minuto livre de seu tempo.

- Borden. - Hawke pressionou impaciente.


- Vamos dizer-lhes não, como da última vez. - murmurou Borden com um
encolher de ombros.

Hawke franziu a testa. - E se isso não funcionar?

- Então a merda vai ficar feia.

- Os temos respirando bem no nosso pescoço, Borden. Se a merda ficar feia, eles
vão ter a ideia errada, e então estaremos fodidos por algo que não conseguimos
fazer. Agora estive pensando sobre isso, e realmente acredito na promessa que eles
usarão o porto em algum momento abaixo da estrada, quando o calor,
eventualmente, arrefecer, então eles poderão recuar.

- Eles não estão usando o meu porto para contrabandear suas drogas. Como um
ex-viciado em drogas, não lido com drogas.

- Mas você tecnicamente não está lidando com as drogas, Borden. Eles estão.

- Independentemente disso, o segundo que você deixá-los uma vez, eles virão
em torno com não, porra, pare, exigindo mais remessas no meu porto, e isso é
quando nós vamos realmente nos foder, porque é apenas uma questão de tempo
antes que a polícia chegue a eles. Você precisa pensar sobre o futuro em vez do
agora, Hawke.

- Eu estou pensando no futuro, - Hawke respondeu com raiva. - É você que está
distraído ultimamente!

- Eu não estou. - Borden negou.

- Você está, e não estou tentando ser um tranca foda aqui, mas um pedaço de
boceta em um momento como esse é a última coisa que precisamos agora,
porra. Agora não vou tentar dizer-lhe o que fazer, mas vou dar-lhe alguns
conselhos. Obtenha uma escolta, foda seus miolos, e livre sua mente daquela
garçonete. Livre-se dela antes que ela assuma seu cérebro.

Borden nivelou Hawke com um olhar desagradável, e foi então que Hawke
percebeu a verdade.

Era muito fodidamente tarde.

Hawke sacudiu a cabeça e se levantou. - Ok, Borden, mas observe a si


mesmo. Tudo bem? Observe a si mesmo, e tenha muito cuidado com quem você está
arrastando para nosso círculo. A última coisa que precisamos é uma tempestade de
merda. E pense nisso, você vai? Se você está em perigo, assim está quem está perto
de você. Estes motociclistas ficarão agressivos se você nem sequer lhes der a hora do
dia para ouvi-los, ex-viciado ou não, você é um homem de negócios. Deixe suas
coisas pessoais na porta.

Borden cerrou os dentes. Ele estava certo. Borden, porra, odiava quando ele
estava certo. Ele teria seguido esse conselho em qualquer outro momento, mas essa
menina... Ela estava seriamente fodendo com sua cabeça.

Ela era apenas uma curiosidade para ele?

Será que ele precisava apenas ter a sua porra nela antes de ficar aborrecido?

Sim, era provavelmente isso. Ele só estava intrigado, e toda a curiosidade que já
teve diminuiu com o tempo. Isso também faria.

Tinha que fazer.

Ou então ele estava fodido.

Talvez você deva apenas fode-la e acabar logo com isso. Ela não iria lutar contra
isso. Ela não lutou naquele escritório nojento e desagradável.

Borden fez uma careta com o pensamento. Se ele pegá-la, ela provavelmente o
desapontaria, e então seu fascínio estranho iria se dissipar. Não, ele precisava
saborear a menina sem realmente enfiar seu pau dentro dela.

Sentindo-se chateado consigo mesmo por se deixar levar, ele levantou a mão
para parar Hawke de sair.

- Tudo bem, - ele disse. - eu vou ver a porra dos motociclistas, e vamos começar
a suavizar essa pequena coisa maldita.

Hawke relaxou os ombros. - Boa escolha, chefe.

- Mas isso não significa que vou negociar merda com eles, Hawke. Eu não me
importo sobre sua experiência, não mexo com motociclistas.

Hawke concordou. - Eu entendo, mas eles poderiam ser bons aliados


também. Considere-os. Você não pode ser impenetrável para sempre, Borden. É
apenas uma questão de tempo antes que alguém encontre um caminho, e então você
precisa estar preparado.

- Eu estou pronto. - Borden respondeu uniformemente. - Você não sabe onde


estive, ou o que eu vi. Estou pronto para qualquer coisa.
Quinze
Emma

No segundo em que apareci para trabalhar na segunda de manhã, notei isso.

O silêncio desagradável.

A sensação de que algo estava muito errado.

Eu vi nos olhos de Blythe quando ela me deu um sorriso triste. Atirei-lhe um


olhar, perguntando-lhe o que estava errado. Ela apontou para porta do Denny, o
pau, e murmurou: - Você está em apuros.

Eu não entendi. Não tinha feito nada.

- Ele está com raiva de você, - Tessa sussurrou em meu ouvido quando fiz meu
caminho para a sala de volta, para pendurar o meu casaco e bolsa. - Disse que ele
queria que você fosse vê-lo quando chegasse aqui.

Eu simplesmente assenti com a cabeça, em troca, a língua muito presa para


responder. Estava confusa como sempre. Eu não sabia sobre o que o pau poderia
estar chateado comigo. Não tinha feito nada de errado. Fui até a porta do escritório e
bati, olhando por cima do meu ombro para olhar para Blythe uma última vez. Ela
olhou preocupada para mim.

- Entre. - Denny latiu de dentro.

Virei-me e abri a porta. Imediatamente o cheiro de meias sujas e comida velha


me bateu. Ele estava sentado atrás de sua mesa, seu estômago praticamente
derramando sobre ele enquanto balançava para frente e para trás em sua cadeira do
computador com os dedos entrelaçados sobre o peito. Seus olhos redondos vieram
para cima e para baixo, antes dele se inclinar para frente e clicar o mouse
rapidamente. Provavelmente desligando outro vídeo pornô. Bastardo decadente.

- Sente-se. - ele me disse, tentando o seu melhor para entrar em seu modo de
patrão, exceto que ele era seriamente o homem menos intimidante que já andou
nesta terra. - E enquanto você se senta, quero que olhe para mim, por favor, Emma,
porque estamos indo ter uma conversa muito séria.
Uma das coisas que Denny, o pau, amava era nos dar ordens. Isso o
emocionava por nenhum fim. Suprimindo tremores, sentei-me rigidamente na
cadeira suja e olhei para ele do outro lado da mesa.

- Então, o que está acontecendo? - Eu perguntei a ele. - Todo mundo está


dizendo que você está chateado comigo. Não entendo o porquê.

- Recebemos reclamações sobre você. - respondeu ele, com os olhos demorando


em meus seios antes de olhar para o meu rosto.

- Que tipo de reclamações? Todo mundo gosta de mim aqui.

- Bem, evidente que nem todo mundo, Emma, ou caso contrário, não teria
recebido queixas, teria?

Eu lutei para não rolar meus olhos. Deus, ele era um PAU.

- Ok, - eu respondi, com cuidado. - Então, quais são as queixas?

- Bem, sua falsa autoridade sobre a cozinha é uma.

Eu congelei. - O quê?

- Você deu excesso de trabalho a nossa equipe, fazendo-os prover o sustento


para você em seus lanches na parte da manhã.

- Pat põe de lado um muffin para mim todas as manhãs, porque ele quer, não
porque está sendo obrigado por mim.

Denny apenas balançou a cabeça. - Com base nas numerosas queixas em relação
a sua irritante relação por seus bolinhos não pagos, não posso negar a sua validade.

Eu senti arrepios de raiva correr pelos meus braços e pernas. Com tudo dentro
de mim, reuni calma. - Ok, tudo bem então. Não vou comer um muffin nos
intervalos da manhã, já que é de repente um crime.

- Na verdade, é roubo, Emma.

Outra cerrada os dentes. - Tudo bem, você pode descontar um pouco do meu
salário desta semana para compensar sua perda de lucro. Temos resolvido isso
agora?

- Não. Há mais queixas.


Ergui os braços para fora. - Bata-me com algumas outras, Denny.

- A maior queixa que recebi em relação a você é a sua falta de modéstia ao redor
aqui.

Eu pisquei surpresa. - Minha falta de modéstia?

Ele balançou a cabeça tristemente. - Suas cantadas desesperadas fizeram os


clientes desconfortáveis.

Eu congelei novamente. Esse cara estava drogado? - Minhas... Cantadas?

- Eu não aprecio você tentando pegar os homens que estão colocando dinheiro
no meu bolso, Emma.

- Eu não tenho tentado pegar ninguém aqui!

QUE PORRA É ESSA?

Denny apenas balançou a cabeça, como se estivesse ouvindo um absurdo. - Eu


vi por mim mesmo. A maneira como você fala com as pessoas. John em particular,
tem tido o suficiente de suas insinuações sexuais, dizendo-lhe coisas vis como
querendo seus bolos com manteiga e isso...

- Você está fodidamente falando sério agora? – Eu o cortei, os sentimentos de


raiva e de choque girando como uma porra de furacão dentro de mim. - Esse cara
está todo sobre mim! E sobre Blythe também! Vá e pergunte a ela.

- Jesus Cristo, Emma, pare de culpar um velho senil por seus crimes. E Blythe
nunca se envolveria promiscuamente com um senhor mais velho. Esse homem não
poderia mesmo levantá-lo se estivesse no meio da maior orgia de modelos do
mundo! - Agora ele parecia indignado comigo, como se eu fosse seriamente nojenta
por sugerir que John tinha uma mente decadente.

- Agora, não posso me dar ao luxo de afastar quaisquer mais negócios do que
você já fez Emma. Estamos pisando em ovos aqui com o que isso é, e mais um
avanço sexual explícito de você para mais um dos meus pobres clientes e vítimas,
pode me danificar permanentemente. Tenho medo que tenha que deixá-la ir, com
efeito imediato.

Eu só pisquei para ele, atordoada em mudez. - Eu... Eu não entendo.


- Você está demitida, - afirmou simplesmente. - O que há para não entender?

- Trabalho aqui há mais de dois anos.

- E é uma coincidência que nesses dois anos, o lucro diminuiu tremendamente?

- Mas você tinha aberto recentemente.

- Exatamente.

Eu atirei-lhe outro olhar. - Você está se ouvindo?

Fingindo parecer ocupado, ele começou a mexer com alguns papéis soltos sobre
a mesa, como se já me dispensando. - Sinto muito por ser de repente...

- Isso não é nem mesmo de repente! Isso é como imediatamente sem aviso...

- Eu entendo a sua raiva, Emma, mas o que está feito está feito. Agora, se você
me desculpar, tenho alguns assuntos muito importantes para resolver.

- Como o quê? Você fode tudo por aqui.

Ele ficou tenso e olhou para mim. - Desculpe-me? Eu possuo este negócio.

- Sim, e você se senta atrás de sua mesa e masturba-se durante todo o dia,
enquanto nós estamos arrebentando nossos traseiros lá fora! - Levantei-me com meu
corpo tremendo com a adrenalina, e soube imediatamente que isso estava realmente
acontecendo. - Você é o pior chefe com quem já trabalhei Denny, e você é um
mentiroso também, porque não fiz nada para merecer isso. Você é covarde, então
não é nenhuma surpresa que está seguindo as ordens de Borden para se livrar de
mim.

- Eu não recebo ordens de ninguém.

- Você está seriamente indo jogar a carta de negação?

- Não é negação, apenas é verdade. Borden não tem cordas em mim.

Zangada demais para responder, lhe dei o dedo do meio e sai de lá, fervilhando
no meu caminho para a sala dos fundos, passando pelas meninas e a cozinha. Blythe
me seguiu não perguntando o que tinha acontecido. Provavelmente todos ouviram a
nossa conversa. Eu me senti tão humilhada, como se talvez eles acreditassem em seu
lixo. Eu provavelmente parecia uma senil faminta e petulante que roubava bolos da
cozinha.

- Você está bem, Emma? - Pat me perguntou por detrás do balcão da cozinha
quando começou a montar sua estação. - Eu podia ouvir os gritos vindos do
escritório.

Eu olhei para ele. - Você contou ao pau que tenho mandado você me dar
bolinhos no meu intervalo?

Ele me lançou um olhar perplexo. - Claro que não, eu não.

- Bem, isso é o que ele está dizendo. - Eu virei para Blythe. - E, aparentemente,
eu estou tentando pegar os clientes, especialmente John, que estou assediando
sexualmente.

A boca de Blythe caiu. - Que porra é essa?

- Exatamente!

Eles me observaram enquanto juntava minhas coisas novamente, lutando


arduamente para manter intacto o meu orgulho para não desmoronar no chão e
chorar sobre estar desempregada mais uma vez.

- O que você está fazendo? - Blythe me perguntou.

- Eu fui demitida, - respondi com minha voz embargada. - O que é bom, o que
seja. Vou arranjar outro emprego. - Em uma cidade onde os empregos são difíceis
como porra de encontrar.

Pat amaldiçoou e Blythe engasgou. Eles me disseram quão injusto era isso, quão
pouco sentido fazia. Mordi a língua, recusando-me a deixá-los saber que faz todo o
sentido para mim. Abri minha carteira para tirar meu dinheiro do ônibus,
balançando na minha raiva. Se Denny fosse um homem, ele teria pelo menos
reconhecido a verdade, que era tudo Borden. Ele nunca teria me despedido sobre
essas coisas, de qualquer maneira. Teria esperado até o maldito restaurante estar
incendiado antes de pensar em demissão de uma pessoa. Nós todos estamos juntos
há dois anos quando ele começou a operar o negócio, levando nossas coisas todos os
dias.

Deixar a sala de jantar foi como fazer a caminhada da vergonha. Todos pararam
para me olhar, mesmo os primeiros clientes que tinham acabado de entrar pela
porta, como se já soubessem. Eu mantive meus olhos atraídos para o chão, piscando
a dor atrás dos meus olhos.

Você não deve chorar. Não deve chorar.

Saí para o ar frio e tomei uma respiração profunda.

Pela primeira vez não sabia o que fazer, ou aonde ir, como salvar minha
vida. Tanto de mim neste lugar. Ele tinha sido a minha rede de segurança. Eu mal
fiz isso, com certeza, mas era melhor do que isso: completamente sem emprego,
completamente falida, com não mais do que quinze dólares em minha carteira, não,
não, eram onze dólares na verdade.

- Foda-se! - Eu xinguei.

Eu ia ter um ataque de pânico completo, e não ajuda que neste momento


particular que os céus decidiram "hey, é hora de cagar em seu desfile um pouco
mais, Emma" e esvaziar as tripas em mim. Ótimo, então agora estava desempregada,
sentada no meio-fio fora da lanchonete, ficando encharcada de chuva enquanto
lutava contra as lágrimas transbordando atrás dos meus olhos.

O desespero é uma coisa muito cruel, eu percebi, quando fiquei filosófica logo
depois. Faz você perigosamente ciente do precipício em que está
pendurada. Pendurada sobre a borda, olhando para baixo em um buraco negro,
enquanto tudo dentro de você estava lutando contra o inevitável.

É assim que parece para mim.

Nah, para ser mais específica, me senti exatamente como um fracasso. Aqui, era
suposto eu ser uma menina grande. Deixei a casa da minha avó, pronta para
perseguir um bom trabalho, sentindo-me como uma coisa pequena independente,
forte, decidida contra o mundo, como se estivesse indo levá-la como uma paixão
tempestuosa que era inigualável.

Ha.

Hahaha.

Sim, certo.

As pessoas não percebem que eles não são sempre os únicos atrás de conseguir
seus sonhos, todo mundo está de pé no caminho.
Suspirei.

Hora de parar de lamentar-me sobre minhas deficiências. Eu tinha que me


levantar, me mexer, e encontrar outro emprego. Um trabalho que não estava sob o
comando de Borden. Isso seria desastroso, especialmente com o quão fora de
controle me senti em torno dele. Esse homem iria desfrutar de me mastigar e me
cuspir.

Eu seria uma zeladora, se tivesse que fazer. Inferno, seria uma stripper se
tivesse que ser. Qualquer coisa para me tirar de ter que rastejar de volta para a
minha avó e implorar por dinheiro. Não que teria que pedir, lembre-se, ela me daria
sua roupa do corpo. Mas esse era o problema. Eu não queria que ela desse.

E Borden também sabia.

Sacudindo a minha tristeza, reuni minha bolsa e me levantei. Arrastei minha


bunda até a parada de ônibus mais próxima e fui para casa. Foi quando me
aproximei do meu edifício de apartamento que observei um homem de pé em
frente. Meus passos abrandaram quando ele olhou para mim e me reconheceu com
um sorriso. O homem era de meia-idade, cheio e baixo, e tinha o bigode cinza-
escuro mais espesso que já tinha visto.

Quando fiz contato visual, ele levantou a mão e acenou. Eu congelei, parte de
mim cautelosa, a outra parte completamente consciente de que ele foi enviado por
Borden. Engolindo em seco, hesitante fiz o meu caminho.

- O que você quer? - Imediatamente, eu perguntei.

Mustache Man10 sorriu, alegremente. - Eu estou aqui para discutir o seu cargo
de trabalho e que o Sr. Borden espera você na quarta-feira de manhã.

- Quarta-feira?

- Sim, você tem o dia de folga amanhã para ficar pronta. Estou designado para
ser o seu motorista, então você não precisa mais se preocupar com o transporte
público. Se você me deixar entrar em seu apartamento, posso pegar o arquivo da
minha mochila e ressaltar as suas responsabilidades...

- Ele vai fazer isso de novo se eu encontrar outro emprego, não vai? -
Interrompi, tristemente.

10
Homem bigode.
Ele fez uma pausa e, em seguida, assentiu solenemente. - Sim, Emma, ele o fará.

- Merda.

- Eu sei que isso parece fora do comum para você, e, francamente, ele nunca fez
isso antes, então também estou perdido. Mas é uma boa posição e com uma ótima
remuneração. - ele me consolou. – O Sr. Borden tem sido muito generoso.

- Generoso? Ele está me forçando a trabalhar para ele.

Mustache Man assentiu. - Sim, mas... Pelo menos você não está em sua lista de
merda, Emma, e acredite que suas listas de merda são um lugar perigoso para estar.
- Ele encolheu-se por um momento antes de limpar a garganta. - Agora, que tal
entrarmos, ou podemos caminhar para um café, em qualquer lugar com um pouco
de privacidade para que eu possa aprofundar sobre isso.

- Há uma lanchonete na esquina. - eu respondi cautelosamente de olho na


mochila que ele carregava.

Quão baixo alguém teria que estar por uma simples posição de contabilidade?

Bem, merda.

Minucioso era o eufemismo do século. Borden era um maldito Nazi com todas as
suas regras. Eu atravessei os papéis em admiração. Havia instruções explícitas sobre
o que poderia ou não usar, e listas de coisas que não estava autorizada a trazer para
o escritório, especificamente minha bolsa que me deixou perplexa.

- Borden tem... Alguns inimigos, - Mustache Man explicou vagamente. - Ele


precisa ter cuidado todo o tempo.

- Será que ele acha que vou contrabandear um lançador de foguetes na minha
bolsa ou algo assim? - Eu murmurei defensivamente.

- Acredite ou não, tivemos algumas situações francamente bizarras no passado


que contrabando e lançador de foguetes em uma bolsa parecem ser geniais.

Bem, tudo bem então.

- Mas, olhe, vou dar-lhe uma palavra sobre deixá-la entrar. Nós não tivemos
mulheres em seu escritório antes, então talvez ele vá ser mais brando com você.
- Certo.

Eu assinei todos os papéis que precisava, fornecia toda a informação necessária,


e quando chegou a hora de olhar para o meu salário, fui surpreendida.

- Isso é... Três vezes o que faço em uma semana agora. - sussurrei.

- Como eu disse, o Sr. Borden tem sido muito generoso.

- Por uma razão que não entendo.

- Em vez de questioná-la, que tal apenas abraça-la?

Fiz uma careta. Eu era o tipo de pessoa que não se contentava com nada menos
do que a verdade, e apenas abraçar não funcionava para mim.

- Eu vou ver coisas ruins? - quis saber naquele momento. - É por isso que estou
sendo paga tão bem?

- A que coisas ruins, exatamente, você está se referindo?

Olhei para ele imparcialmente. - Vamos lá, não aja assim. Você sabe do que
estou falando. Drogas e morte e partes de corpos mutilados.

Mustache Man riu... E riu. - Não, - ele conseguiu dizer. - Você não vai ver
drogas e morte e partes de corpos mutilados. Sr. Borden é muito profissional.

Exceto quando ele vigorosamente contrata mulheres.

Quando tudo foi dito e feito, andei com Mustache Man até a Mercedes preta
estacionada em frente ao meu prédio.

- Aqueles homens continuam olhando para você. - ele disse-me baixinho, os


olhos sobre o grupo na frente da porta de entrada.

- Eles ficam lá o tempo todo. - disse a ele com um encolher de ombros. - Eles são
inofensivos.

- Eles não parecem inofensivos, Emma.

Olhei para eles com mais cuidado, todos os cinco deles, fumando seus cigarros,
enquanto nos estudavam com cuidado.
- Eles provavelmente estão mais preocupados com você. - eu disse a ele. -
Conduzir uma Mercedes nova por aqui faz as cabeças girarem.

Mustache Man franziu a testa, e ele pareceu tão diferente do homem amigável
de dois minutos atrás. Ele era um homem grande, mas não parecia particularmente
ameaçador, mas o olhar que tinha agora era horripilante.

- Vou circundar a vizinhança por um tempo, - disse ele. - Só para ter certeza que
eles não estão fazendo nada ruim. Não posso ter a menina do Sr. Borden
prejudicada no meu horário.

Uma sensação estranha tomou conta de mim. É isso que ele pensou que eu era?

- Eu não sou a garota do Borden, - disse séria. - Não estaria trabalhando para ele
se tivesse uma escolha.

Ele apenas sorriu. - Tudo bem então. Eu ouço você. Agora, virei buscá-la às sete
da manhã. Tente não se atrasar.

Ele abriu a porta do carro e estava prestes a sair quando parou e voltou-se para
mim.

- Ah, e Emma, - ele acrescentou como se lembrasse. - quando você estiver perto
do Sr. Borden, não o chame pelo seu primeiro nome. Já aconteceu algumas vezes ao
redor no local de trabalho e... Você viu quando o Sr. Borden está com raiva.

Oh, eu o vi bem irritado.

- Nunca o chame de Marcus, - eu respondi em um aceno de cabeça. - Eu posso


fazer isso.

Ele balançou a cabeça, olhou para os homens, e subiu de volta para seu
carro. Quando ele foi embora, dei a volta e fiz o meu caminho para dentro.

Passei duas noites após a leitura da papelada, no caso de ter perdido alguma
coisa, como assinar minha vida fora. Junto com isso, olhei pra ele online
novamente. Ele se tornou um pouco de um vício, e tinha certeza que eu tinha
esgotado todos os sites na internet. Decidi sobre um caminho diferente,
simultaneamente pesquisando sua antiga paixão.
Kate Davenoth.

Ela realmente era um espanto. Toda cabelos loiros e magníficos olhos verdes e
pernas longas que iam por quilômetros. Ela tinha essa doçura sobre ela também,
esses olhos suaves e sorriso inocente. Passei um tempo tentando imaginar uma
garota como ela com um homem duro como Borden. Como isso mesmo
aconteceu? Ele não era tão intimidante na época como era agora?

Eu vi uma foto de seu pai. Artigos sobre ele e seu ódio em direção a Borden
antes de sair e ser movido para longe da cidade.

- Ele é o verdadeiro assassino da minha menina, - ele disse certa vez a um


jornalista. - Se ele nunca tivesse retornado, ela nunca teria morrido.

Por alguma razão, isso me gelou até os ossos, mais do que qualquer outra coisa.

Não o traga para perto, Emma.


Dezesseis
Emma

Quando chegou a quarta de manhã, corri para ficar pronta. Tinha terminado
quando ouvi uma batida expectante na minha porta. Era Mustache Man. Segui-o
para o carro. Nós não dissemos nada durante o trajeto até o Owls. Ele me levou para
o clube e me deixou na frente do escritório de Borden. Eu estava resignada com a
situação, cansada depois da última noite, e desconfortável com a minha roupa. Eu
estava usando uma incrivelmente apertada saia lápis, uma das poucas que tinha,
com uma camisa branca de escritório de seda de segunda mão que tinha comprado
há alguns anos atrás, quando era mais pesada.

Não me sentia bem. Depois de desejar um trabalho melhor por tanto tempo, de
repente desejei que estivesse de volta no meu uniforme de garçonete no restaurante
com as meninas. Isso era seguro, isso aqui era novo e diferente e não tinha percebido
até agora quão despreparada para isso eu estava.

Um dos homens músculos de Borden abriu a porta e me fez sinal para entrar.

Eu entrei no escritório e olhei ao redor. Era enorme, e parecia incrível,


absolutamente nada como o dos bastidores que tinha estado quando conheci
Borden. Construído com estantes que adornavam as paredes, e os móveis eram
modernos e escuros. Eu estava prestes a ter esperança... Até que vi a mesa de Borden
e outra mesa colocada junto à sua.

Ele realmente quis dizer isso, no sentido literal, quando disse que eu estaria
trabalhando ao lado dele. Nós íamos estar lado a lado.

Merda.

Fiz uma careta no meu caminho para a mesa. Borden Valentão não estava aqui
ainda. Afastei minha cadeira de escritório que estava na que sabia que seria minha
mesa (era limpa de tudo em comparação com a sua), e deixei-me cair na frente do
meu computador de trabalho. Olhei para a tela em branco por minutos a fio,
esperando meu mestre mostrar-se e dar-me as minhas ordens.

Só por isso, Emma. Para o que ele quer, jogue pelas suas regras e espere por ele ficar
doente de você.
Eu não era estúpida. Ele estava se divertindo ao brincar comigo. Tinha certeza
que ele ia tentar jogar com as minhas emoções, continuando a ameaçar o meu futuro
emprego e falta de moradia e mostrar-me, no entanto, que ele gostava de provar seu
domínio. Isso é tudo o que isso é? Ele apenas esperava que alguém lhe pertencesse e
atormentava-o para alimentar algum tipo de fetiche sádico seu?

Independentemente da razão pela qual ele estava fazendo isso, Borden não
estava procurando fazer-me mal fisicamente. Eu era apenas o entretenimento,
alguém que tinha respondido rudemente para ele inúmeras vezes e escapou da
punição. Certamente ele estaria entediado comigo mais rápido se eu resistir a fazer
tudo isso.

Muito bem, eu decidi. Gostaria de jogar o seu jogo. Ele não era perigoso para
mim. Talvez para outros. Mas não para mim.

A porta se abriu, e olhei para cima, sobre a tela em branco e observei-o entrar.

Bastardo estúpido.

Maldito valentão.

Por que esse valentão tem que parecer tão bom pra caralho, também?

Eu olhei para ele, meu vilão, vestido com um terno listrado adaptado, com o
cabelo penteado para trás, até mesmo um relógio que parecia caro em seu
pulso. Nada como o simplório de antes. Ele estava movendo algo em sua boca.

Isso era... Era um pirulito?

Seus olhos encontraram os meus e o filho da puta sorriu para mim. Eu não reagi
em absoluto à presunção em seu comportamento enquanto ele caminhava ao redor
da mesa e sentava-se na cadeira ao meu lado. Todos os meus sentidos estavam em
alerta, todos os pelos do meu corpo em pé. Será que ele me tocou de imediato? Ou
aqueceu-me em primeiro lugar?

Eu odiava quão tenso meu corpo estava.

- Como estamos indo esta manhã, boneca? - Ele perguntou agradavelmente.

- Tudo bem. - Eu simplesmente respondi já perturbada com a sua presença.


- Bom. Você tem um monte de trabalho a sua frente. Eu despedi minha
contadora na semana passada e estamos um pouco atrasados.

Pisquei para ele. - Você... Você já tinha uma contadora?

Ele acenou com a cabeça quando se virou para seu computador. - De


fato. Sheila era fodidamente brilhante.

Pisquei para ele novamente e tentei suprimir a raiva de borbulhar para a


superfície. - Então você... Você não precisava de um contador?

Ele olhou para mim por alguns instantes. - Eu só disse que eu, porra, despedi
ela, então é claro que precisava de um contador.

Mordi duramente minha língua e olhei para a caneta sobre a mesa. Eu seria
forte o suficiente para esfaqueá-lo no pescoço? Será que ele mesmo morreria? O mais
provável é que ele ia ficar chateado com o buraco e seria indiferente comigo.

- Você a demitiu porque queria me contratar?

Ele puxou o pirulito da boca e circulou-o em seus dedos, observando-o girar


como um pião. - Essa pode ser a razão, Lynne.

Eu endureci. O bastardo sabia o meu nome do meio. Relaxe Emma, ele está
fazendo isso para te chatear.

Ele olhou de perto a minha reação, o mesmo sorriso presunçoso nos lábios.

- Eu não gosto da sua blusa, - então disse, examinando o meu corpo de cima e
para baixo. - Parece uma tenda em você, e sua saia é um pouco pequena. Eu pensei
que deixei claro na minha papelada quão importante é estar apresentável
aqui. Tenha tempo para comprar, sim?

Me contorci, pisquei, e olhei para a caneta novamente.

- Claro que sim. - eu disse, lutando contra as palavras de maldição que se


sentavam na parte de trás da minha garganta.

- Bom.

Forcei um sorriso antes de voltar para as pastas na minha mesa.


- Ah, e Lynne, - ele então acrescentou, com um brilho malicioso em seus olhos
quando olhou para mim - tente não me excitar. Eu acho que também é importante
que você aprenda a aliviar a sua necessidade sexual por mim no escritório. É
lisonjeiro, mas também muito pouco profissional.

Meu queixo caiu. Eu poderia ter gritado. Minha necessidade sexual por ele? Oh,
lhe mostrarei a minha necessidade sexual com meu calcanhar no seu fodido traseiro.

- Você... Você acha que estou babando em cima de você agora? - Perguntei
incrédula.

- Não vamos jogar a carta de negação, Lynne. Você está obviamente quente e
incomodada. Talvez você deva cuidar de suas necessidades antes de chegar ao
trabalho, apenas para que eu não precise me sentir como um pedaço de carne em
torno de você.

Meu rosto ardeu ainda mais, e ele observou a cor intensificar com outro sorriso
no rosto.

Que idiota. Eu o odiava. Realmente, realmente o odiava, e o que ele fazia para
os meus sentidos. Meu corpo era um idiota de merda, porque apesar de quão
ridículo ele parecia, era uma espécie de certo também.

Em vez de mostrar quão ultrajada estava, forcei suas palavras absurdas da


minha mente e simplesmente apertei para fora. - Certo. Vou considerar isso, Sr.
Borden.

- Bom. Agora vamos começar.

Mustache Man me deixou na porta do meu apartamento. Quando entrei lá


dentro, joguei minha bolsa no balcão da cozinha e com raiva bati tudo o mais fora
dela. Papéis, canetas e recipientes caíram no piso de cerâmica.

Com raiva rasguei minha blusa, e os botões voaram do tecido. Joguei-a no chão
e rasguei minha saia logo depois. Uma vez que ela estava fora, passei cinco minutos
tentando destruí-la. Quando a saia não rasgou, ofeguei pelo esforço e joguei-a em
algum lugar também.

Eu o odiava. Eu o odiava. Eu o odiava.


Eu queria GRITAR!

Em vez de brincar com minhas emoções, como previ que faria, ele
simplesmente me disse o que precisava ser feito, mostrou-me como começar, e
depois me deixou sozinha. Completamente me deixou sozinha para fazer tudo, e
sempre que falou comigo, falou profissionalmente sem uma pitada do sensual
Borden de antes.

Fale sobre fodido além do reparo.

Passei o dia tirando a poeira e teias de aranha na minha cabeça e naveguei


através de programas. Foi uma coisa boa que passei minhas unidades na classe com
distinção porque os números vinham naturalmente para mim.

Enquanto isso, o pau sentou ao meu lado e fez uma rodada de chamadas sobre
questões profissionais. Quando terminou, ele deixou o clube para missões
comerciais e não voltou até o meio-dia, bem antes de eu estar feita para o dia.

Ele tinha um ritmo para o escritório e jogou um sanduíche na minha mesa na


minha frente.

- Os rapazes disseram que você não saiu para o almoço. - disse ele, tomando o
assento enquanto folheava uma pasta em suas mãos.

Olhei para ele e esperei pela parte final da piada, o que ele nunca fez. Será que
ele me trouxe seriamente um sanduíche porque perdi o almoço? Ou haveria algum
outro motivo por trás desse cruel suposto gesto inocente?

Talvez tenha sido envenenado.

Cautelosamente olhei para o sanduíche, e o cheiro de presunto e queijo flutuava


em minhas narinas. Meu estômago apertou em fome. Decidi que iria esperar dez
minutos. Dez minutos antes de mergulhar dentro. Não queria dar-lhe a satisfação de
pensar que ia comê-lo imediatamente. Eu precisava ser casual sobre isso e...

Risque isso. Eu fiz em dois minutos.

Foi o melhor sanduíche da minha vida.

Depois que terminei, arrumei as minhas coisas e esperei por Mustache Man me
levar para casa. Enquanto esperei, Borden não tinha olhado para mim uma vez. Ele
estava muito imerso na pasta preta em suas mãos.
Vendo-o sentado lá todo o normal e concentrado e... normal era estranho. Muito
estranho.

- Antes de sair, anote o seu número de telefone celular para mim, boneca. - de
repente ele ordenou.

- Por quê? - Eu perguntei na defensiva.

- Porque eu disse isso.

Um homem como ele, no controle de tudo, já não teria? Decidi que não iria
discutir com ele, no entanto. Talvez seja isso que ele queria. Simplesmente escrevi o
meu número e deslizei-o sobre a mesa na frente dele. Ele pegou o papel e colocou-o
sobre a sua pasta aberta.

- Não é uma caligrafia muito bonita, Lynne. - ele comentou.

Revirei os olhos e não respondi. Seja como for, Borden.

- Isso é um três ou um oito? Eu não posso dizer a partir de sua escrita.

- Três. - Forcei para fora.

- Hmm, parece um oito em tudo.

Expirei lentamente e contei a isso.

- Talvez você devesse escrever de forma mais legível.

Nenhuma resposta.

- Você concorda Lynne? Que deve escrever de forma mais legível?

Oh, eu estava indo matá-lo. Olhei para ele enquanto ainda estava concentrado
no conteúdo de sua pasta.

- Vou escrever de forma mais legível, se isso o agrada Sr. Borden.

Ele não respondeu, mas os cantos de seus lábios apenas torceram um pouco.

Quando Mustache Man abriu a porta e entrou, pulei do meu assento e


apressadamente peguei minhas coisas. Eu queria dar o fora o mais rapidamente
possível e dei apenas três passos quando sua voz ecoou.
- Não seja tão precipitada. Espero um adeus antes de sair.

Parei no meio do passo e virei-me para ele. - Adeus, Sr. Borden. - praticamente
cuspi.

Ainda olhando para baixo, ele disse casualmente. - Venha até aqui, Lynne.

Com um suspiro pesado, fiz o meu caminho até ele e parei ao lado de sua mesa.

- Um pouco mais perto do que isso, boneca.

Dei um passo mais perto até que estava um pé de distância da cadeira. Olhei
para o seu perfil perfeito e ampliei os lábios que voltaram a aumentar. Era uma pena
que alguém tão bonito fosse tão imbecil.

- Agora se curve Lynne, beije meu rosto e me diga adeus.

Tudo em mim ficou tenso. Rangi os dentes, enquanto sua ordem correu pela
minha mente tentando encontrar rapidamente formas para sair dessa. Se me
aproximasse mais dele eu temia que lhe arranhasse os olhos.

Silêncio, silêncio... Veio a pequena voz da lógica na minha cabeça. Ele quer uma
reação. Não lhe dê uma.

Eu lentamente me inclinei, e o cheiro dele agrediu imediatamente meus


sentidos. Ele cheirava... Bem. Como zimbro e lavanda e bergamota combinada com
algo picante. Eu tive que segurar minha respiração porque o aroma de Borden que
me invadiu sentia-se pessoal, de alguma forma.

A pele lisa impecável da sua bochecha conheceu os meus lábios


brevemente. Dei-lhe um beijo rápido antes de recuar para longe. Ele não vacilou ao
meu toque e ainda continuou lendo. Levantei-me em linha reta e quis
respirar. Arrepios nervosos corriam desenfreados por todo o meu corpo e tive que
lutar contra o impulso de limpar os meus lábios de seu toque. Não gosto da maneira
como ele turva meus sentidos.

- Agora você me diga adeus. - disse ele.

Com uma voz trêmula, eu respondi. - Adeus.

Quando ele não respondeu, me virei com as pernas bambas e saí.


Coloque isso na bolsa de repetição dos próximos quatro dias e isso foi minha
primeira semana. Eu tive o meu primeiro salário naquela sexta-feira e foi o triplo da
quantidade no meu trabalho no restaurante. Foi a sensação mais estranha olhar para
o meu saldo da conta no banco e ver um número que nunca pensei que veria. Senti-
me orgulhosa, e não apenas por fazer bem o meu trabalho, mas por lidar com
Borden. Alguém precisava me dar uma medalha.

Se você quiser descontar a exigência no final do dia, de beijar seu rosto (que não
poderia inteiramente fazer), ele se manteve profissional entre nós. Quase todas as
manhãs, ele estava fora do escritório, e quando estava no escritório, estava fazendo
telefonemas. Nada sobre o que ele fez dizia ilegal, tudo era comum e negócios
relacionados. Sua reputação como um bandido era claramente exagerada, isso ou ele
era apenas muito bom em esconder isso.

Eu me contive e não conversei com ninguém. Enquanto os funcionários foram


muito simpáticos quando me viram, me abstive de falar e escapei de qualquer tipo
de situação social. Não queria confiar em ninguém. Não queria ser simpática,
também. As únicas vezes que deixei meu escritório foram para ir ao banheiro ou
comprar o almoço em uma lanchonete abaixo do bloco.

Eu vi a mulher ruiva, Linda era o nome dela, frequentemente quando saí do


escritório e até mesmo quando estava nele. Aprendi em suas visitas para ver Borden
que ela era a gerente do clube, o que me surpreendeu. Inicialmente pensei que ela
estava mantendo a cama de Borden quente, mas suas conversas eram curtas e com
negócios relacionados. E embora ela olhasse com carinho para ele às vezes em que
visitou o escritório, ele mal olhou em sua direção.

Enquanto ela nunca falou diretamente comigo, os olhos constantemente


seguiam-me. Não era uma encarada nem nada, mas era pensativo e eu não gostava
da atenção.

Naquele fim de semana deixei vovó saber sobre a notícia do meu novo trabalho.

- Parabéns! - ela gritou, literalmente. - Finalmente a boa sorte veio no seu


caminho! Você merece isso.

Sim, só que a sorte chama-se Borden, e não tinha certeza de que merecia o
trabalho. Não era como se tivesse me candidatado a ele e tivesse meus dedos
cruzados.

Ainda assim.
Ele estava pagando minhas contas. Podia pagar mantimentos e meu estômago
estava cheio. Por isso, não importa como acabei com o trabalho, a verdade era que
valia a pena tê-lo. Eu poderia suportar Borden, porque, mesmo que ele às vezes
fosse tão chato que eu queria esmagar sua cabeça em um bloco de gelo, ele também
era tolerável.

E não era como se estivesse em um quarto com um ogro feio também. Eu,
superficialmente, aproveitei a sua boa aparência e aliviei a irritação mais vezes do
que poderia contar.

A segunda semana passou.

Em seguida, a terceira.

Em seguida, a quarta.

Até o beijo no final do dia era um gesto robótico que fiz sem pensar ou me
importar. E ouso dizer que parei de prender a respiração quando meus lábios
tocavam seu rosto, porque seu cheiro era agradável e não ameaçador.

Eu aprendi a diferenciar Borden rapidamente, estando naquela sala com ele


durante tantas horas durante a semana. Eu senti seu humor e sabia quando ele
estava irritado ou civilizado. Durante seus momentos civilizados, ele deixou-me ter
vários intervalos ao longo do dia. E durante seus ataques furiosos, ele enchia uma
tigela de pistaches em sua mesa e comia cada um deles enquanto debatia sobre
quem demitir. Ele enchia a sala com embalagens e alimentos comidos pela
metade. Em seguida, ele iria trazer o pobre funcionário e intimidá-lo ao estilo
Borden, obrigando-me a assistir.

Eu sabia que ele bebia água direto na garrafa e odiava café.

- Eu não suporto o cheiro dessa merda, - ele uma vez disse, apontando para o
copo plástico de café na minha mesa. - É a porra de um grão, você sabe disso?

- Grão de Café, Sr. Borden. - respondi friamente.

- O grão é a porra de um grão, Emma.

- Você vai reclamar sobre ele cada vez que estiver aqui com a minha xícara de
café?

- Se o cheiro pútrido disso atingir o meu nariz, então sim.


Eu parei de beber café no escritório.

Eu sabia que ele ficava geralmente feliz depois de um treino, porque tinha
vindo para o escritório na manhã com uma potência extra em seu passo, de banho
tomado e com a sua bolsa de ginástica por cima do ombro. Em uma ocasião especial,
entrei no escritório de manhã dez minutos mais cedo e encontrei-o mudando sua
camisa de treino, atrás de sua mesa, para um suéter de manga comprida. Pouco
depois de trocar, se virou para mim, observando-me entrar, e seus olhos azuis
pareciam vivos. Quase tive um ataque do coração com o quão grande ele
era. Tatuagens preenchiam quase cada parte de seu torso musculoso. Ele parecia um
boxeador maldito.

- Vê algo que você gosta? - Foi a primeira coisa que ele perguntou
descaradamente.

Eu olhei para ele, com o rosto vermelho e mortificado, e corri para a minha
mesa.

- Eu posso me trocar em torno de você com mais frequência, se quiser. -


acrescentou, com os olhos perfurando para o lado do meu rosto.

- Isso não seria muito profissional, não é Sr. Borden? - Eu respondi friamente.

Ele riu, e me encolhi com a forma e quão obviamente atraída estava por
ele. Desnecessário dizer, que foi a última vez que apareci mais cedo.

Eu sabia que ele só usava ternos em dias que fazia acordos fora do escritório, e
outro local que frequentava mais era o porto para olhar sobre os livros. Ele gostava
de ler as notícias em seu computador. Ele me comprou um sanduíche para o almoço
nos dias em que estava fora do escritório e nunca me perguntou o que eu queria,
porque ele já sabia, e eu odiava como havia me tornado expectante dessas entregas
dele, ou o fato de que gostei.

Eu sabia muitas coisas, mas a que me pegou mais foi saber que mesmo quando
ele estava fora do escritório, não importa o quão ocupado ele poderia estar, ele
voltaria mesmo minutos antes da hora em que era devido eu sair e sentava em sua
mesa e esperava o seu beijo de despedida. Ele iria me assistir, por vezes, quando não
achava que eu sabia, e seu olhar era tão penetrante, que pensei que eu pudesse
sentir fisicamente o calor do mesmo.
Era um sentimento estranho saber que estava sendo vigiada e fingir que não o
fazia. Às vezes meu coração espremia e meu estômago revirava, mas não com
raiva. Era como uma agitação disparada em minhas veias que, de alguma forma, era
fascinante o suficiente para ser observada por alguém como ele.

Sim, ele era um criminoso. Sim, ele era um caso raivoso lunático. Sim, ele fazia
minha pele arrepiar quando pensava sobre os rumores das pessoas sobre ele. Mas
estar perto dele era uma coisa totalmente diferente, eu descobri. Com os beijos
esperados no final do dia, e seu olhar atento, e a irritante conversa que às vezes ele
teria comigo, a combinação de tudo isso solidificou minha comodidade em sua
presença.

Marcus Borden já não me assustava, porque Marcus Borden gostava de mim.


Dezessete
Emma

- Temos essa substituta terrivelmente ferrada. - disse Blythe na outra


extremidade do telefone. - Eu juro, quero estapear essa cadela cinquenta vezes por
dia. Não posso acreditar que o Denny pau demitiu você todas aquelas semanas
atrás! Eu gostaria que você voltasse, porque tenho certeza que ele iria dar-lhe de
volta a sua posição, com a maneira como as coisas estão indo e elas não estão indo
bem.

Eu trouxe as cobertas sobre mim enquanto descansava no sofá. O frio no ar era


abominável.

- Eu não voltaria se ele me oferecesse todo o ouro do mundo. Além disso,


realmente preciso de um trabalho que pague melhor, Blythe. - eu disse a ela. - Sinto
muito que você está presa com uma pessoa inútil.

- Sim, eu teria feito o mesmo. Como é o seu trabalho de qualquer maneira?

- Sim, é bom. Todo mundo trabalha e permanecem calados.

- Mas como é trabalhar para Borden? Ele não é assustador como o inferno?

Eu sorri recordando. - Ele fica além de assustador como o inferno quando ele
quer ser. Mas ele também é... Normal.

Essa palavra ainda era estranha na minha língua. Normal. Nor-mal.

- Como o seu negócio está indo?

Deixei escapar um suspiro. - Louco Blythe. O homem faz tanto dinheiro sozinho
no Owls. Eu checo livros para as outras empresas, e é inacreditável. O homem
deveria escrever um livro sobre o giro de lucro.

- Ele está muito no clube?

- Sim, sempre. É aí que ele se baseia. Owls foi o seu primeiro local de trabalho,
então imagino que é onde ele se sente mais confortável para trabalhar.
- Isso é loucura. Eu não posso acreditar que você está trabalhando para ele.

- Nem eu.

Ela ficou em silêncio por um momento, e então disse com grande curiosidade. -
Então você está como... confortável em torno dele?

Que pergunta estranha.

- Hum, eu acho que sim. Por quê?

- Confortável o suficiente para que você pedisse a ele alguns passes VIP?

Revirei os olhos e ri. - Você está falando sério agora?

- Basta perguntar! Isso é tudo que estou dizendo. Peça. Ouço que a área VIP fica
louca em seu clube, e uma vez que você está toda relaxada com ele, talvez ele nos
dê.

Eu bati um dedo contra o queixo, pensando. - O que quer dizer com 'nós'?

- Você está, obviamente, vindo comigo. Eu sinto sua falta. Não diga que não
quer. Não vai acontecer.

Hmm. Eu poderia realmente sair após o último incidente desastroso no mesmo


clube?

Mas me sentia bem com a ideia. Talvez fosse porque conhecia o clube por
dentro e por fora. Eu conhecia as pessoas e conhecia Borden, que era a coisa mais
importante de tudo, e era familiar para mim.

- Eu conheço um cara quente, - ela cantou. - E você amará totalmente ele. Ele é
tão engraçado e quente. Eu mencionei isso já?

- Tudo bem, - eu disse antes que meu cérebro pudesse me parar com a sua
besteira lógica, porque os cérebros eram superestimados. - Eu vou deixar você saber
a resposta do imbecil amanhã.

Ela gritou. Eu me encolhi em nervos.

Quão bem isso iria era dependente do humor em que ele estivesse.

*
- Que porra você está olhando, boneca?

Sua voz me assustou e pulei na minha cadeira que girou em sua direção.

Eu não respondi. Nervosamente apertei minhas mãos e olhei para a tela do


computador por vários momentos, e depois de volta para o perfil de Borden
enquanto ele estava inclinado sobre a mesa, fazendo sua ridiculamente agradável
assinatura em alguns documentos.

Quanto tempo leva para dominar uma boa assinatura de qualquer


maneira? Você senta-se lá por horas e rabisca até que ela pareça ser boa? Ou a...

- Eu estou porra morrendo de lepra ou algo assim? - Ele vociferou.

Meu queixo caiu. - O quê?

Ele olhou para suas mãos e depois para mim. - Eu tenho todos os meus
dedos. Sem lepra aqui. Então, por que porra você está me olhando tanto?

Senti-me dura como uma vara. Abri a boca e depois a fechei novamente.

Claro que estava confortável em torno dele, mas isso só aconteceu porque
tínhamos caído em uma rotina. Nós não falamos tanto assim. Eu o conhecia
principalmente através da observação, e não através da comunicação, e essas eram
duas coisas muito diferentes.

- A lepra não é fatal. - Eu encontrei-me dizendo.

Ele piscou e, em seguida, olhou para mim como se eu fosse uma idiota. - O quê?

- Você disse 'Estou morrendo de lepra?'. A hanseníase não é fatal, então... -


Engoli em seco e me afastei dele, clicando desajeitadamente no meu mouse sobre as
abas na minha tela.

Depois de alguns momentos espreitei para ele. Ele ainda estava olhando para
mim. Olhando fixamente com as sobrancelhas franzidas e sua boca entreaberta. Um
olhar "que porra" ainda acompanhava seu rosto.

- Você tem algo preso na sua bunda, Lynne? - Ele perguntou com toda a
seriedade.

Eu balancei a cabeça em igual seriedade. - Nada está preso na minha bunda.


- Então qual diabos é o seu problema hoje? Você continua olhando para mim
como se eu estivesse indo ferir você. Estou tentado, agora que você está andando em
círculos em vez de me responder.

Lambi meus lábios e fiz uma pausa. Porque agora seus olhos estavam em meus
lábios e seu rosto ficou estranho. Ele virou-se por um segundo e, em seguida, de
volta para mim. E meus lábios.

- Fale comigo. - ele perguntou.

Fora de mim de nervosismo, fui lambendo os meus lábios mais uma vez...

- Pare de lamber seus lábios agora. - Seus olhos escurecidos com suas palavras.

Meu peito se apertou com a tensão em sua voz enquanto ele considerava minha
boca como se fosse a coisa mais interessante que ele já tinha visto.

Ok, isso foi apenas um pouco estranho agora.

- Minha amiga quer vir para o clube hoje à noite. - eu soltei sem pensar, caso
contrário, estaríamos aqui o dia todo.

- Bom para sua amiga. - respondeu ele sem expressão.

- Ela... Nós queremos saber se poderíamos ter alguns passes VIP... - Limpei a
garganta e desajeitadamente passei a mão pelo meu cabelo. Então espalhei meu
cabelo para que ele o bloqueasse de ver meu perfil.

Ele ficou em silêncio por um minuto. Literalmente foi um minuto. Não como
uma forma exagerada de um minuto, quando as pessoas dizem que eles tomaram
um minuto... Eu realmente olhei para o relógio e vi que marcou um inteiro maldito
minuto.

Olhei para ele rapidamente.

- Eu não vou morder você, pelo amor de Deus, - disse ele, exasperado. - Olhe
para mim agora.

Girei minha cadeira para ele novamente e lentamente olhei-o. Ele estava
vestindo roupas casuais hoje: camisa cinza, calça preta, sem relógio, sem cabelo
escorregadio, apenas o normal Sr. Borden com seu cabelo despenteado. Eu gostava
dele dessa maneira, porque geralmente estava descontraído quando vinha trabalhar
vestido casualmente. Ele ainda fazia meu coração pular, mais do que quando ele me
beijou, e só de pensar sobre isso me fazia pensar por que ele nunca fez isso
novamente.

- Venha aqui.

Tomei algumas respirações e me perguntei por que ele queria que me


aproximasse dele. Levantei-me e hesitante tomei alguns passos para ele. Ele se
recostou na cadeira e olhou para mim quando me aproximei dele. Aqueles olhos
azuis examinaram meu rosto e, em seguida, caíram para minhas pernas antes de
subir novamente.

Meu rosto aqueceu, e tentei agir normal, na verdade, eu fiz, mas sabia que
estava falhando miseravelmente.

- Você realmente quer esses passes VIP? - Ele perguntou em voz baixa.

Eu balancei a cabeça. - Sim.

Ele trouxe sua caneta para o seu rosto pensativo e bateu-a contra o canto da
boca.

Distraidamente, olhei para os lábios, onde a caneta estava quase tocando e


abafei o desejo de engolir. O maldito tirano tinha realmente agradáveis grandes
lábios.

- Dois beijos em vez de um. - ele finalmente disse. - Um de cada lado. Agora.

Era só isso? Ha! Ganho. Bicando-o na bochecha cinco vezes por semana era um
ritual e impessoal. Eu nem sequer hesitei em fazê-lo mais, não importava o quão
pouco profissional era.

Eu fui para o lado dele e inclinei-me para seu rosto. Seus olhos seguiram os
meus quando me abaixei e ele não fez isso. Ele nunca me viu beijar. Ele estava
geralmente concentrado em outra coisa, nunca em mim.

Meu peito se apertou em nervos quando pressionei meus lábios brevemente


sobre sua bochecha. Afastei-me e lentamente fiz o meu caminho para o outro lado
dele desde que ele não estava indo mover a cabeça. Meu corpo tremia um pouco e
senti-me um pouco vacilante nos joelhos. Por que ele estava olhando para mim? Não
queria que ele olhasse para mim!
Abaixei-me e ele continuou a me observar de perto quando escovei meus lábios
contra sua outra face. O cheiro dele e seus olhos pesados sobre mim foi uma
combinação inebriante. Isso me deixou um pouco desequilibrada. Quando comecei a
me afastar senti seus dedos de repente no meu rosto. Meus olhos se arregalaram e
meu coração batia mais duro e antes que eu percebesse o que estava fazendo. Ele
enfiou alguns fios de cabelo atrás da minha orelha e, em seguida, levou a mão para
baixo, ainda me observando.

Virei-me rapidamente e corri para trás em minha cadeira. Mantive meu rosto
virado para que ele não pudesse ver quão fora de classe eu estava.

- Só vai ser você e sua amiga? - Ele perguntou curioso.

Por alguma razão, sabia que minha resposta iria incomodá-lo.

- Emma? - Ele pressionou.

- Hum, não. Será ela e duas outras pessoas.

Eu esperava que ele não pressionasse ainda mais.

- Todas mulheres?

Limpei a garganta e mexi desconfortavelmente na minha cadeira. - Não. Dois


caras.

Silêncio.

Eu tinha cruzado a linha? Estávamos em uma situação estranha. Havia tensão


entre nós, mas nunca era expressa.

- Diga a Graeme que você quer seus nomes na lista. - ele então disse, sem
rodeios. - Tantas pessoas quanto você quiser.

De minha visão periférica, o assisti voltar aos seus documentos, uma carranca
profunda em seu rosto como se estivesse insatisfeito com alguma coisa, e eu sabia o
que esse algo era. Eu estava muito em negação para reconhecer que tínhamos
desenvolvido uma amizade. Sua companhia era a norma para mim. Ao vê-lo todos
os dias no trabalho era uma garantia. Ele tinha se tornado uma parte vital da minha
vida se eu gostasse de admitir ou não.

- Obrigada. - eu finalmente disse fracamente.


Ele não respondeu e outro minuto passou.

Limpei a garganta. - Então, uh, quem é Graeme?

Ele exalou lentamente e sacudiu a cabeça em descrença.

Como era minha culpa que eu não sabia que o nome do Mustache Man era
Graeme? Não era como se estivéssemos na base do primeiro nome. Nossa união não
foi preenchida com ele dizendo 'Ei, eu a segui porque um louco, porra lunático me paga
para isso. Eu tenho esse bigode realmente distinguível, não é? Oh, e chamo-me Graeme!'

Mas eu disse a Graeme, ainda estou o chamando de Mustache Man, e lhe dei os
nomes após Blythe me mandar uma mensagem com eles.

- Blythe, eu, Jake e Thomas.

Ele escreveu os nomes e me deu um aceno de cabeça.

Uma vez em casa me arrumei com o melhor de minhas habilidades. Desde que
estava fazendo mais neste trabalho, tinha espaço no meu orçamento para
roupas. Comprei algumas roupas de escritório no início, para apaziguar o Sr.
Borden, em seguida, um vestido aqui e ali. O único que escolhi era um minivestido
branco sem mangas que mostrava um monte de perna, mas encobria os peitos
apenas o certo. Eu paguei sessenta dólares por ele. Para uma menina pobre, sessenta
dólares em um minivestido era equivalente a possuir a tiara da rainha Elizabeth.

Eu não tinha nenhuma intenção de beber ou conversar com esse cara sobre
quem Blythe tinha falado. Enquanto tinha sido mais de um ano desde que tinha
fodido, e às vezes estava arranhando as paredes como uma gata no cio, tinha bom
senso suficiente para não pular na cama com qualquer um.

Eu deixei meu cabelo solto em cachos e fui sobre maquiagem iluminada. Só


depois é que percebi que tinha escolhido claro em vez de vermelho e não queria
admitir para mim mesma que era porque Borden não gostava da cor em mim. Quem
se importa com o que Borden pensa? Eu posso colocar vermelho, se quiser. Só... Só não esta
noite.

Não podia acreditar quão contente eu estava! Tudo se sentia diferente para mim
ultimamente. A falta de estresse, as preocupações com as finanças fazia-me sentir
como se os grilhões da pobreza houvessem sido arrancados de mim. enquanto ainda
tinha o orçamento para as necessidades e as contas, não estava nem perto de onde
tinha estado antes de Borden forçadamente me recrutar.

Quem sabia que algo brilhante viria nesse tempo escuro da minha vida?

Coloquei a chave do meu apartamento em torno da corrente no meu


pescoço; era algo que fiz como um hábito que vovó me ensinou uma vez, quando
tinha perdido a chave da casa vindo da escola. A carteira pode cair, e a bolsa pode
ser arrancada, mas um colar simples com uma chave ao redor do pescoço muitas
vezes era despercebido.

Depois de desligar as luzes e colocar meus sapatos brancos, corri para fora do
apartamento, esperando que isso não terminasse hoje à noite com um homem
asfixiado em um beco.
Dezoito
Borden

Sala VIP? Realmente?

Emma não parecia como uma menina que festejava. Na verdade, eu sabia que
ela era uma eremita em seu pequeno apartamento, onde sentava em seu sofá a noite
toda e só assistia programas estúpidos.

Mas não.

Não esta noite.

Hoje à noite, a pequena Srta. Emma Lynne Warne queria festa na sala VIP, com
um cara que sentou perigosamente perto dela e estava observando seus peitos mais
do que o seu rosto.

Isso é o que Emma Lynne Warne queria fazer hoje à noite!

Borden cerrou os dentes e fungou. Que seja. Se isso é o que ela queria fazer,
então, era a sua porra de escolha.

Sim. Qualquer que seja.

O lugar estava lotado. As pessoas estavam dançando em torno de suas mesas e


alguns homens estavam bajulando as dançarinas no palco. As luzes piscavam de cor
para cor, a música martelando suas batidas, e Borden apenas ficou lá em um mar de
pessoas, olhando para a mesa onde ela estava sentada com um cara que olhava para
os peitos dela mais do que para o seu rosto.

Ele estava com raiva. Sempre essa raiva que ele não podia esfriar. Tinha sido
um tempo desde que ele tinha encontrado uma liberação para isso. Ninguém pisaria
no pé de Borden! E estava realmente começando a irritá-lo. O que havia de errado
com esta cidade? Era tão difícil para alguém apenas agitar o ninho e tirá-lo deste
tédio perpétuo?

O tédio era a razão pela qual ele estava de pé aqui agora?


Ele estava olhando para o problema. Sim, sim, deve ser isso. Não era ela. Porra,
não. Não eram seus olhos marrons gritando obscenidades para ele em uma base
diária, ou a forma como ela lambia insuportavelmente esses lábios macios quando
estava nervosa em torno dele, ou a forma como ela se movia tão fluida e sem
perceber quão, porra, linda ela era.

Não. Não. Não.

Borden estava seguindo o Sr. Titty-Eyes11 para o banheiro por que... Porque ele
estava entediado! Isto é tudo.

Titty-Eyes já estava em pé na frente do mictório quando Borden entrou. Ele


cruzou os braços e inclinou-se contra a pia, observando Titty-Eyes fazer o que era
natural para ele.

Homens já estavam fazendo uma meia-volta quando entravam no banheiro e o


viam. Era bom assim. O banheiro estava reservado apenas para Borden e Titty-Eyes.

- Você gosta daquela garota com quem você está sentado? - Perguntou Borden
com um sorriso simpático em seu rosto (não havia tal coisa como um sorriso
simpático no rosto de Borden, mas Titty-Eyes não precisava saber isso).

Ele arregalou os olhos quando viu Borden.

Cristo, este era o tipo de cara por quem Emma se interessava? Alto, corpo
magro, com cabelo gelificado em direções ridículas e... Eram jeans skinny nesse filho
da puta? Um homem... Um homem em jeans skinny?

Seria um desserviço grave para a ordem masculina se Borden permitisse que


este menino em jeans skinny fosse para casa com uma mulher que precisava de um
homem real.

- Ponto para você. - Borden adicionou com as sobrancelhas levantadas. - Muito


impressionante.

Titty-Eyes descontraiu e sorriu enquanto colocava essa coisinha de menino de


volta em seus jeans skinny e fechou-o. - Sim, cara, ela totalmente está na minha,
certo? Ela está em cima de mim toda a noite, homem.

Não, ela não estava porra. - Sim? Puta merda. Ela é atraente, não é?

11
Ele o chama de Titty-Eyes porque ele estava olhando para os peitos dela em vez do rosto. Significa: Olhos nas Tetas.
- Porra, ela é mesmo. Eu vou destruir essa boceta.

Borden ficou tenso. Oh, seria tão fácil arrastar esse filho da puta a uma sala e
bater esses jeans skinny fora dele.

- Bem, isso é foda fantástico para você, cara. - Borden sorriu enquanto Titty-
Eyes foi passar por ele. - Exceto, - acrescentou, estendendo o braço, de repente
parando o cara. - que a garota atraente, a boceta que você quer destruir... É minha.

Oh, essa era a sua parte favorita de ser quem ele era. O encolhimento dos
ombros, o alargamento dos olhos, a oscilação dos joelhos e o tremor dos lábios,
esse era o resultado comum de ficar frente a frente com ele.

O sorriso de Borden desapareceu e ele estava olhando duramente para Titty-


Eyes agora. - Você queria destruir a boceta que é minha, pequeno homem?

Titty-Eyes sacudiu a cabeça rapidamente. - Não, não. Eu não sabia.

- E mesmo que ela não fosse minha, você teria simplesmente olhado para ela
como uma foda para esta noite?

Ele continuou a sacudir a cabeça. - Não, não! Eu não teria feito qualquer coisa.

Borden suspirou em decepção. - Eu não acredito em você, pequeno


homem. Esvazie seus bolsos.

Titty-Eyes fez imediatamente o que foi dito, tirando uma carteira e chaves do
carro. Borden pegou ambos dele, colocando as chaves no balcão antes de abrir sua
carteira de couro preta, que tinha crânios nela.

O nome na carteira de motorista era Jake Barnett. Havia duas notas de


cinquenta dólares, alguns trocos soltos e... Borden respirou fundo quando retirou
dois preservativos. Titty-Eyes engoliu em seco quando Borden abriu a carteira e
mostrou-lhe os preservativos em frente de seus olhos.

- Não planejando transar com ela esta noite, Jake? - Borden perguntou irritado.

- N-Não!

- Por que você tem luvas de pau em sua carteira, pequeno homem?

Titty-Eyes não respondeu. Seu medo quadruplicou na intensidade dos olhos de


Borden, quando se estreitaram sobre ele como uma mira.
- Você ia enluvar-se na minha mulher?

O rosto Titty-Eyes enrugou e ele... Ele chorou!

- Oh, cara, não tinha ideia. Eu juro. Juro por, porra, Deus, Sr. Borden! Eu não
tinha ideia! Por favor! Por favor, não me machuque! Por favor!

As narinas de Borden queimavam enquanto observava o rapaz magro chorando


em jeans skinny. Isso era... Era só, merda, lamentável. As pessoas estavam com
medo dele, com certeza, mas, geralmente, levava algum tempo para dobrarem-se
sob a pressão de seu olhar. Esse menino fez isso na queda de um chapéu.

Borden estava desgostoso.

Realmente, Emma? Realmente?!

Emma

Suspirei.

Quanto tempo demorava a um cara para fazer seu trabalho no banheiro?

Enquanto não desfrutava tanto da companhia Jake, era melhor do que estar
sozinha. Porque estar sozinha para os caras significava dar-lhe atenção que você não
queria.

Eu tive um pouco de diversão. Blythe e eu dançamos por um bom tempo. Foi


bom deixar solto, apesar de Jake fervorosamente tentar fazer-me beber. Eu recusei
várias vezes antes que ele finalmente desistisse e engoliu o próprio álcool.

- Vá devagar com ele, - Blythe tinha me dito, referindo-se às tentativas de Jake


de me intoxicar. - Ele só rompeu com sua namorada, então ele não está realmente
agindo como ele mesmo.

- Então, ele quer me embebedar?

- Bem... Você poderia se soltar se bebesse. Você está um pouco tensa, querida.
Em seguida, ela desapareceu com seu cara, e de repente toda a coisa do clube
não era muito mais divertida. Talvez fosse porque eu era a única sóbria lá. Havia
muito barulho, muita tagarelice, e apesar de estarmos em uma sala VIP elegante,
havia muitas pessoas.

Finalmente, vi Jake sair da multidão. Ele parecia... Diferente de antes. Foi-se a


sua atitude confiante. Ele estava pálido e parecia febril.

- Você está bem? - Perguntei-lhe no segundo em que chegou à mesa.

Ele não se sentou e estava desconfortavelmente olhando para longe de mim.

- Minhas intenções eram foder seus miolos e sinto muito por meus pensamentos
decadentes, - ele disse de repente, e as palavras soavam mecânicas. - Estou indo para
casa sem você porque sou um idiota sujo em jeans skinny.

Mas o que...

Antes que eu pudesse processar inteiramente suas palavras, ele se virou e


rapidamente decolou na multidão.

- Que diabos? - Eu sussurrei.

Meu queixo caiu no chão. Não podia mover-me por uma eternidade. Isso foi
aleatório e... E estranho. Percebi que suas intenções não eram nobres, mas por que
sair e dizer isso? Pressionei meus lábios e balancei a cabeça em
desgosto. Homens! Quero dizer, ele não se importava como eu iria chegar em casa
esta noite? No mínimo, não o incomodou que fiquei por minha conta?

Inacreditável.

Eu observei a multidão por alguns minutos, tentando envolver minha cabeça


em torno de suas palavras.

- Você está se divertindo, boneca?

A voz familiar me puxou para fora dos meus pensamentos fodidos e olhei para
Borden passivamente. De onde diabos ele saiu?

Ele ficou na frente da mesa com as mãos nos bolsos de suas calças. Usava uma
camisa branca de botões, em cima de seus grandes braços fortes, e tive que me
lembrar de olhar para o rosto e longe de seus músculos. O cara era um tanque de
sangue.

- Hum... Mais ou menos. - eu gaguejei de surpresa.

Suas sobrancelhas juntaram-se em pensamento, os lábios muito grandes


franzidos quando ele me olhou. Contra o meu melhor julgamento, me senti melhor
por estar perto de um rosto familiar, mesmo se esse rosto fosse Borden. Especialmente
porque o rosto é Borden, a parte escondida de mim sussurrou.

- Você quer se sentar? - Perguntei, apontando para o assento ao meu


lado. Parecia a coisa certa a fazer.

Ele ficou ali por alguns segundos, debatendo o que ofereci, e eu estava perto de
me sentir boba, até que ele deslizou no assento ao meu lado. Seus ombros escovaram
contra o meu e seu cheiro único me envolveu. Ele vagamente olhava ao redor da
sala e vi como as cores das luzes de espectro lavaram sobre o rosto. Observei seu
perfil perfeito, do jeito que ele lambeu o fundo do lábio, e como o movimento de sua
cabeça fez um pouco de seu cabelo castanho cair uns centímetros sobre sua testa.

Marcus Borden, Emma. Esse é o fodido Marcus Borden. Não algum cara quente
aleatório.

Eu era um pouco insignificante ao lado dele, e isso me fez sentir um pouco


vulnerável. Não era como estar no escritório, onde fiz tudo o que pude para não
olhar para ele, e ele certamente nunca esteve tão perto de mim. A menos que eu
estivesse beijando-o no rosto, algo que eu odiava admitir.

Ele puxou esse isqueiro Zippo novamente e circulou em uma de suas mãos.

- Então, eu estou sentado, - disse ele, piscando os olhos azuis para mim. - E
agora?

Dei de ombros. - Eu não sei.

- Sou o macho aqui, devo oferecer-lhe uma bebida?

- Não, estou bem.

- Oh, certo, - ele disse sério. - você não bebe.


Ele intimamente me viu quando balancei a cabeça e disse: - Tudo bem. -
Honestamente, eu não podia acreditar que ele mesmo se lembrou de eu dizer
isso. Isso foi há meses!

- Por que isso exatamente? - Perguntou-se. - Você é alguma alcoólatra


reabilitada ou algo assim?

Eu ri, meu humor instantaneamente melhorando.

- Hum, não. Meus pais eram, no entanto.

- Então, eles são a razão?

- Sim.

Ele concordou, e, felizmente, ele não pressionou por mais informações. Fiquei
muito grata com isso. Falar sobre isso teria sido um assassino sério.

- Onde estão seus amigos? Você disse que estava vindo com um grupo.

- Blythe decolou com um cara, e o cara com quem estava sentada apenas...
Deixou-me. - Eu ainda estava chocada e confusa com a saída abrupta de Jake.

- Deixou você? - Borden ergueu as sobrancelhas. - Por que diabos ele faria isso?

- Eu não tenho ideia.

- Será que ele não te disse?

- Uh, bem, ele fez, mas foi estranho.

- Hmm. - Ele parecia pensativo e um pouco divertido. - Você parece


desapontada. Você gostou dele?

- Não, - eu admiti com um sorriso tímido. - mas ele era uma companhia e não
sou boa em torno de multidões.

Por que estava dizendo isso a Borden, eu não tinha ideia. Mas ele estava
fazendo aquela coisa normal novamente e não iria ser um idiota intimidante que
exibia seu poder ao redor. Realmente gostei deste lado dele. Fez-me acreditar que
ele era tão intelectual como me permiti acreditar. Borden era um mistério, e eu
estava certa que ele queria permanecer assim para todos ao seu redor. Ele queria
distância e ainda assim parecia perdê-la quando estava perto de mim. Não fazia
sentido para mim por que ele não iria apenas me afastar, me demitir, e deixar-me
viver minha própria vida se eu estava trazendo esse lado dele.

Eu vejo as cores quando estou perto de você. Essas palavras passaram por mim
novamente, como elas às vezes, muitas vezes fizeram, e ficaria feliz em pedir-lhe
para explicar isso para mim. Mas desde que estou no escritório, todos esses lados
lascivos que ele tinha, na sua maior parte, desapareceram.

Ele moveu os olhos sobre cada centímetro do meu rosto e, em seguida, desviou
o olhar.

- Você está linda esta noite. - ele disse de repente, quase demasiado baixo.

Eu tentei conter minha surpresa com o seu elogio. Ele nunca tinha me
elogiado. Era sempre algum tipo de crítica. Como vermelho não combina comigo, ou
como minha camisa de escritório era folgada, e apenas na semana passada, ele
disse "O que há com esse clipe de penas em seu cabelo? Parece ridículo. Você é um
pássaro? Você não é um pássaro do caralho. Tire-o." Quando tirei meu clipe de cabelo,
ele jogou no lixo e balançou a cabeça como se eu tivesse perdido a cabeça.

- Nada de errado desta vez? - Perguntei curiosa.

- Bem, esse pequeno lenço branco combina com você. - ele respondeu, olhando
para o meu vestido com demasiada concentração.

- Lenço?

- Não deixa muito à imaginação, não é?

Eu ri levemente.

- Não, eu acho que não.

- Tive muito de você em sua roupa de escritório. Eu poderia ter de forçá-la a


usar vestidos como este uma vez por semana, boneca.

Mordi o fundo do lábio para não sorrir como uma idiota. - Por que apenas uma
vez por semana e não todos os dias se você gosta tanto?

Deus, ele estava subitamente me fodendo com os olhos.

- Porque eu só posso lidar com uma pequena amostra de você. Você mostra
mais e vou exigir o bolo inteiro, porra.
- Todo o bolo?

Um fantasma de um sorriso cintilou em seus lábios.

- Porra, boneca. Isso é o que quis dizer.

Eu balancei a cabeça.

- Eu sei Borden.

- E se transasse com você, seria forte, não é?

- Bem, isso é o que o estupro é, Borden. Vigoroso.

Ele deu de ombros

. - Você pode ter uma foda forte e consensual, certo?

Antes que respondesse, senti seus dedos escovarem contra mim e olhei para o
lado da minha coxa nua onde sua mão estava. Meu coração acelerou com esse gesto
aleatório. O Borden casual se foi há muito tempo, e ele estava de volta em sua
viagem de poder.

Não reaja. Disse a mim mesma. Jogue por suas regras.

Mas tem sido tanto tempo desde que ele me tocou, e tinha pensado nisso todos
os dias, quase ansiando por isso. O barulho em torno de nós já não me
incomodava. Eu estava muito envolvida na presença deste homem que não via
ninguém além de nós, muito atenta aos dedos formigando na minha pele, dando-me
arrepios. Meu coração estava indo a um milhão de quilômetros por hora e só sabia
que nada de bom ia vir disso.

- Você sempre pensa sobre o nosso beijo? - Suas palavras quebraram através dos
meus pensamentos como um acidente. - sempre pensa em como é bom sentir?

Eu hesitei. - Eu penso sobre isso.

- Imagina o que teria acontecido se eu tivesse ficado?

Eu pressionei meus lábios com força, sem saber o quanto queria admitir.

- Às vezes.
- Como você acha que teria sido Emma? Quando você sonha sobre isso, estou
indo para baixo em você? Lambendo sua vagina antes de empurrar o meu pau
dentro de você? Ou já vou abrindo suas pernas amplas em uma mesa e
mergulhando dentro de sua boceta molhada, com seus braços ao redor do meu
pescoço?

Santa foda.

Fui privada de oxigênio. Olhei em seus olhos, cada centímetro de mim tão
quente quando essas imagens inundaram minha mente, quando ele as falou.

Murmurei quase inaudível. - Espalhando-me ampla e mergulhando dentro de


mim com meus braços ao redor de seu pescoço.

Ele correu os dentes sobre o seu lábio lentamente. - Direto ao ponto. Eu gosto
disso, Emma.

Eu não respondi. Virei-me e pisquei rapidamente, tentando fazer o meu coração


parar de arrebentar dentro do meu peito. Jesus, ele tinha uma boca e tanto.

- Você tinha a intenção de foder essa noite? - Ele então perguntou. - É por isso
que você usou este vestido?

Ele estava muito sério com essa pergunta. Senti-me contorcer e depois me odiei
por permitir ele ter esse efeito sobre mim! Não era justo. Por que não estava
devolvendo o favor? O homem tinha um ponto óbvio suave por mim, e se ele estava
indo para irritar-me propositadamente, então por que não fazer o mesmo?

- Sim. - eu respondi tão casualmente quanto pude.

Seus olhos se arregalaram de surpresa e depois escureceram. - É mesmo?

Eu balancei a cabeça, certamente.

- Tem sido tanto tempo, que você está tão desesperada para transar com um
homem desengonçado e magro em um jeans skinny?

Oh, Deus.

Foi ele. Ele foi responsável por assustar Jake para longe.

Bem, isso faz muito mais sentido.


- Não faz tanto tempo, - eu respondi calmamente. - Um pouco mais de uma
semana.

Seus dedos deixaram abruptamente a minha perna. Agora ele estava com
raiva.

- Um pouco mais de uma semana?

- Sim.

- Você é uma mentirosa.

- Não. Você acha que é difícil ficar longe de seus músculos? Mustache Man é
uma droga no que faz...

De repente, ele segurou meu queixo e forçou meu rosto para olhar para ele. Seu
aperto era duro, mas não doloroso. Olhei em seus olhos tempestuosos. O exterior
passivo que ele tinha tentado com tanta força conter estava quebrado, e ele estava
fervendo. Todo o meu corpo tornou-se vivo e adrenalina passou por mim
novamente. Eu estava mortificada de mim mesma por sentir-me... animada.

- Você nunca minta para mim de novo, - ele rosnou. - Não havia ninguém na
semana passada, e não havia ninguém nas semanas antes disso. Tem sido um tempo
muito longo desde que você foi tocada por outro homem, assim pare de me
sacanear, Emma. Sou eu, e só eu.

Ele se inclinou para frente até que seu nariz estava quase tocando o meu. Seus
olhos olharam profundamente nos meus e meu coração apertou dolorosamente
quando ele suavemente acrescentou: - E ninguém vai tocar você também. Você
entendeu?

Embora ele esperasse impacientemente, não fiz nenhum movimento.

- Emma? - Ele disse ameaçadoramente.

Eu balancei a cabeça e ele finalmente deixou ir, rapidamente olhando ao redor


da sala com o rosto todo torcido. Sua raiva estava explodindo direto para fora dele,
mas ele segurou-a com um esforço notável. Eu não conseguia parar de sorrir. Tive
que desviar o olhar para que ele não pudesse vê-lo. O que sobre mim o fazia capaz
de impedir de perder sua merda? E por que me satisfazia pra caramba?
- Embora isso tenha sido... interessante, eu deveria ir. - eu disse depois de algum
silêncio. Tempo para fugir do Sr. Mercúrio e voltar para o meu porto seguro, minha
casa. Mustache Man estava provavelmente ainda reclamando do lado de fora em
algum lugar.

- Vou levá-la para casa. - ele respondeu.

- Está tudo bem, - eu protestei com um aceno de cabeça. - Vou ligar para
Graeme...

- Isso não foi uma oferta do caralho, Emma. Estou dizendo a você que estou te
levando para casa. Levante-se e vamos embora.

Sua voz era dura e aquele brilho assustador sombreava seus olhos enquanto me
esperava responder. Eventualmente assenti. Ele não pararia até que conseguisse o
que queria.

Levantei-me com ele e rapidamente empurrei para baixo o meu minivestido


depois que ele tinha subido até minhas coxas por estar sentada por tanto
tempo. Ignorei os olhos quando eles ficaram em torno de minha bunda e pernas.

Felizmente, ele manteve a distância à medida que se arrastou para fora de lá.

Foi a minha primeira vez em uma Ferrari. Tentei não agir tão animada, mas
estava arrebentando pelas costuras internas. Senti-me um pouco estranha, porque a
unidade de apartamentos havia estado silenciosa. Fugi com os meus pensamentos,
sentindo coisas que não deveria. Tipo segura. Essa era à última coisa que este
homem estava dando-me e me deixava irritada.

Eu não tentei não olhar para ele, mas era como com a vovó. Só tinha que
rudemente encarar. Eu estava imune às suas punições, então não me preocupava em
ser pega de boca aberta. Ele me pegou olhando o tempo todo. Após cerca da sexta
vez suas sobrancelhas subiram em exasperação.

- Será que alguém não te disse que é rude encarar?

Eu descobri algum desconforto nele. Ou ele odiava estar sendo observado, e


quem não iria, ou ele não era acostumado com isso. Pessoas se afastaram quando ele
olhou em qualquer lugar perto deles. Era sempre sua exigência ser olhado
diretamente.
Eu me perguntava por que gostava de fazer-lhe desconfortável. Eu tinha algum
tipo de fascínio estranho em empurrar seus botões para ver até onde ele iria, sem
perder sua merda. Mais ou menos como o que estava fazendo para mim.

Ignorei sua pergunta.

- Não me deixe na frente do prédio, - eu disse. - Eu odiaria se fizessem algo para


o seu carro. Muitas pessoas perambulam por lá.

- Não se preocupe com o meu carro no seu gueto. - ele respondeu.

- Gueto, hein?

- De que outra maneira você descreveria o seu ambiente de vida? Explique-me.

Pensei por um momento. Era uma área um pouco infeliz, vou dar isso a ele. Um
monte de gangues se escondia lá e eles não eram muito bem-vindos também. Eles
não tinham me incomodado pessoalmente, e eram mais afiliados com trocas de
drogas do que as meninas, por isso não era tão ruim assim.

- Gueto Bonito. - eu finalmente concordei em silêncio. - Nem todos tem sorte de


ser ricos.

Bem, isso foi uma escavação clara para ele. Nada como ser outra pessoa pobre com
um chip em seu ombro, Emma!

- Eu não era até muito mais tarde na vida. - ele me corrigiu. - Eu tive o meu
quinhão de pobreza antes de sair da cidade. Já estive em lugares que fazem seu
apartamento parecer como um sonho.

Meus olhos se arregalaram de surpresa.

- Eu nunca soube disso, - eu disse. - Quero dizer, ninguém nunca disse nada
sobre isso.

- Isso é porque ninguém sabe da minha história, - ele murmurou


desinteressadamente. - Eu gostaria de mantê-lo assim também.

- Oh.

Eu não tinha certeza se estava autorizada a intrometer-me, embora quisesse, e


de repente eu realmente queria.
- Onde você foi? - Eu disparei.

- Longe daqui.

- Foi assustador?

Ele ficou um pouco tenso, disparando seus pensamentos por trás de seus
olhos. - Sim, - ele verdadeiramente respondeu. - Foi.

O carro abrandou na rua em frente ao complexo de apartamentos. Ele olhou


para o edifício e em seguida, para o mesmo grupo de homens fora na frente das
portas da entrada, todos os cinco. Ainda que nunca me incomodassem, eu estava
inclinada a pensar que eles eram caras realmente bons, mas Borden franziu a testa
com a vista. Justamente cauteloso.

- Deixe-me levá-la. - ele disse, desligando o motor.

- Você não tem que... - eu respondi rapidamente.

Ele só olhou para mim.

Merda.

Saímos e fomos para as portas de entrada do prédio. Ele tinha a mão envolta na
minha cintura, como se me marcasse na frente dos homens. Eles ouviram os nossos
passos e se viraram para olhar para nós. Seus olhos vagaram sobre o meu corpo e
assobiaram baixinho. Eu corei e mantive meus olhos atraídos para o pavimento. Eles
não disseram nada, mas peguei Borden olhando para eles.

Abri a porta e entrei. Ele seguiu-me muito de perto por trás. No elevador, ele
olhou para as paredes e teto em desgosto puro e cheio de grafites.

- Isso é apenas triste, - ele murmurou. - Quanto você está pagando o aluguel
todos os meses por este buraco?

- Vamos apenas dizer que a maior parte do meu salário antes de você me
contratar. - eu respondi incapaz de esconder meu sorriso.

Nós chegamos ao meu andar e fomos até o meu apartamento. Parei na minha
porta e estava prestes a dizer alguma coisa quando a porta ao lado entrou em
erupção, gritaria e a televisão rugiram do outro lado. Ele olhou na direção que o
barulho estava vindo.
Eu sorri. - Nada de errado com um pouco de ruído branco, certo?

- Certo. - ele murmurou. Em seus lábios um pequeno sorriso. - Me dá um pouco


de nostalgia, para ser honesto. Eu não vivi longe daqui, quando tinha a sua idade.

- Em geral é um pouco melhor. O crime, eu quero dizer.

Ele balançou a cabeça lentamente. - Não por muito, boneca.

Afastei-me dos olhos apaixonantes e abri minha porta. Entrando no interior,


liguei a luz do corredor.

- Obrigada pela carona. - eu disse a ele, virando-me para encará-lo.

Ele ficou imóvel na minha frente, como se estivesse à espera de outra coisa.

- E por me trazer para dentro. - eu adicionei.

Ele olhou nos meus olhos e, em seguida, sobre a minha cabeça e no meu
apartamento. Levou-me apenas um segundo para perceber quais eram suas
intenções.

- Você pode ir agora. - eu disse, não tendo certeza de que outra maneira poderia
espantá-lo embora.

- Não vai me convidar para entrar? - Ele perguntou surpreso.

- Não, - eu rapidamente respondi com um aceno de cabeça. - Isso seria como


mergulhar em águas abertas à espera de tubarões rondando atrás de mim.

Ele processou minhas palavras em silêncio, parecendo pensativo como sempre.

- Eu não sou tão ruim. - ele finalmente disse.

Eu levantei uma sobrancelha cética. - Você é um criminoso... - Fiz uma pausa. -


Eu simplesmente não me sinto confortável com você fora do trabalho. Isso pretendia
ser um arranjo profissional.

- Foda-se o profissionalismo. Não há nada divertido sobre isso.

Suspirei. - Não é para ser divertido.

- Convide-me para entrar, Emma.


- Não. Ainda não sei muito sobre você de qualquer maneira.

- O que você gostaria de saber?

Oh, caramba.

- Bem, por que você quer tanto entrar? - Retruquei irritada.

- Eu nunca tinha pedido antes. - Ele deu de ombros. - Normalmente, eu... Eu


costumo fazer isso.

- Então porque você não tem o controle da situação, você sente como se pudesse
me empurrar e tentar persuadir-me a deixá-lo entrar em minha privacidade? E não
se atreva a me ameaçar, também, porque você já esgotou cada coisa maldita com que
pudesse me ameaçar...

Ele me interrompeu, colocando a mão no bolso e tirando um clipe de dinheiro


preenchido com centenas de notas de dólar. Meus olhos se arregalaram.

- Não é controlar, - ele me disse, olhando para o dinheiro. - É que quero


você. Por um tempo muito longo, eu queria você.

Quando não respondi, ele se inclinou para frente, chegando ao meu nível,
apoiando as mãos contra cada lado da porta de modo que ele estava um passo longe
do meu rosto atordoado.

- Eu não estive com uma mulher há bastante tempo. Estou limpo como um
apito, e tenho um monte de dinheiro. Algumas grandes notas na minha mão aqui se
você quiser. Não estou pedindo por qualquer outra coisa. Podemos mantê-lo
estritamente profissional. Não tenho um problema em dar-lhe dinheiro em troca
de...

- Você está louco? - Interrompi duramente. Eu queria gritar com ele, mas mordi
a língua. - Eu não sou uma prostituta!

- Eu nunca disse que você era.

- Você está jogando o dinheiro na minha cara assim você pode dormir comigo?

- Nós não estaríamos dormindo.


- Você é mais louco do que eu pensava. - Eu estava praticamente vomitando
com os dentes cerrados, não podia acreditar no que ele estava dizendo! - Você acha
que estou desesperada o suficiente para ter relações sexuais com você? Você?

- Você me faz parecer muito mal, Emma.

- Eu preferia comer fezes de ratos a aceitar pagamento para jogar fora a minha
dignidade com um homem horrível como você.

- Você comeria fezes de rato? Estou começando a me perguntar quão bizarra


você é...

- Vá embora, Borden.

- É uma troca simples, dinheiro por sexo...

Minha raiva tinha subido para um ponto de ebulição, e acabei batendo-lhe no


rosto tão duro quanto podia. Mais uma vez, a bomba tinha explodido. Não estava
tocando no ar, e eu estava pairando sobre o meu corpo, observando com admiração
o que tinha feito.

Então, lá estava: a surpresa em seu rosto, seu peito subindo e descendo


rapidamente, a súbita fome em seus olhos quando olhou para mim.

Meu último pensamento foi: oh foda, antes que ele desse um passo para frente e
esmagasse seus lábios contra os meus.
Dezenove
Emma

Eu nunca tinha sido beijada assim antes. Nem mesmo na última vez com ele em
relação a isso. Ainda era considerado beijo quando se sente como se estivesse sendo
devorada?

E por que o meu corpo traidor era incapaz de afastar-se dele?

Balancei a partir da corrida de sua língua invadindo minha boca, de quão


duramente ele estava me empurrando para trás até que eu estava contra a parede do
meu apartamento. Vagamente ouvi o som da porta se fechando antes de suas mãos
agarrarem em ambos os lados do meu rosto. Uma mão se moveu para o meu cabelo
e agarrou um pedaço dele de modo que meu rosto estava inclinado para o seu.

Ele tinha gosto de menta e frutas e tudo do sexo masculino. Senti sua parte
inferior do corpo empurrando contra a minha, prendendo-me nele, e o cume duro
em suas calças contra o meu estômago.

Puta merda. Santa merda.

Aquelas mãos moveram-se pelo meu corpo, levemente sobre meus seios e, em
seguida, duramente em torno de meus quadris, espremendo-os antes de viajar
abaixo, nas minhas coxas. Todo o tempo, ele me beijou e mal se separou para
respirar. Sua língua se chocou com a minha e seus dentes mordiscaram meu lábio
inferior. Eu respirei erraticamente abrindo em sua boca enquanto suas mãos
puxaram meu vestido mais acima nas minhas coxas. Senti o ar frio na minha pele
exposta e, em seguida, suas mãos quentes na parte de trás das minhas coxas.

Engoli em seco quando ele me pegou e, para minha vergonha, firmemente


envolvi minhas pernas em torno de seus quadris. Ele empurrou ainda mais em mim,
até que seu comprimento pressionou com mais força contra a frente da minha
calcinha exposta, logo no cerne dos meus nervos. Uma única escovada contra ele e
meu corpo explodiu com um choque elétrico de prazer.

Eu estava quente. Insanamente quente. Meu corpo estava superaquecido, a


minha pele já acometida de suor, meu cabelo bagunçado, minha boca seca, e os
meus sentidos queimados. Ele se afastou ligeiramente e depois moeu sua ereção em
mim. Respirei fundo quando outro choque de prazer disparou no meu corpo, me
abrangendo em sua curta duração bem-aventurada.

Ele lambeu os lábios e me olhou através dos olhos encapuzados. Ele apertou
mais difícil em mim de novo, fechei os olhos brevemente e soltei um gemido. Oh,
tinha sido há tanto tempo. Tão. Droga. Por muito tempo desde que senti o calor de
outro homem.

Mas isso não era apenas outro homem. Ele era um predador que gritava força e
poder e de bom grado me rendi à sensação dele. Ele respirou duramente contra
mim, lambendo seu caminho ao longo da minha mandíbula antes de se afastar
novamente.

- Faça-o novamente. - ele resmungou ansiosamente.

Confusa, abri meus olhos e examinei seu rosto. Em uma nuvem de luxúria, não
conseguia entender o que isso significava. Ele estava ofegante contra mim, me
segurando sem esforço, e olhando para mim como se estivesse em necessidade
desesperada de algo.

Faça-o novamente. Fazer o quê de novo?

Sob a luz fraca vi sua bochecha corar, e, de repente, ocorreu-me o que ele
queria.

Ele queria que eu desse um tapa nele?

Não, não, não. Isso seria um assassino sério de libido. Não queria dar um tapa
nele! Bem, quero dizer, queria esbofeteá-lo, mas não por razões de prazer e não neste
exato segundo. Minha hesitação era óbvia. Ele se inclinou e lambeu os lábios de
novo e apressadamente tentei beijá-lo, a necessidade de sentir mais dele, mas ele se
afastou antes de meus lábios encontrarem os seus.

- Faça-o novamente, - ele exigiu agora. - Ou eu deveria continuar e jogar meu


dinheiro ao redor e chamar-lhe de puta desta vez para que você...

Eu lhe dei um tapa. Mais duro do que antes. O mesmo olhar perplexo cruzou
seu rosto. Sua ereção intensificou contra mim e eu estava... Confusa, e excitada como
o inferno, mas tão confusa.

Eu vi seu rosto corar ainda mais e seu peito arfava para cima e para baixo mais
rápido. Ele estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Ele envolveu sua
mão ao redor do meu cabelo novamente, puxando-o rudemente contra o meu couro
cabeludo antes de mergulhar de volta na minha boca. Eu balancei em sua aderência
com a necessidade de fricção contra a minha pélvis, e ele me apaziguou com uma
moagem grosseira. Eu envolvi um braço em volta do seu pescoço para mantê-lo
mais perto de mim.

Eu estava encharcada e necessitada, e quando ele dolorosamente puxou meu


cabelo, enviando dor aguda por todo o meu corpo, gemi quando a dor
inesperadamente se reuniu com o meu prazer.

- Você gosta de uma vida difícil, não é? - Ele murmurou, sugando meu lábio.

Eu balancei a cabeça, negando.

- Não? - Ele sussurrou antes de puxar meu cabelo novamente, tirando outro
silvo e um gemido. - Seu corpo diz o contrário.

Puxando meu cabelo, ele inclinou a cabeça para cima para que a boca tivesse
livre acesso a minha garganta. Ele sugou ao longo da minha pele e um pouco
duramente, fazendo-me suspirar e gemer novamente. Meus dedos cavaram em sua
volta, e ele gemeu e mordeu-me mais difícil antes de lamber as marcas.

Puta merda, o que estava acontecendo?

Ele moeu em mim outra vez, e então eu estava com tanto maldito tesão, que
meu corpo inteiro estava tenso e minhas pernas dolorosamente enroladas em torno
de seus quadris.

- Foda-me. - eu exigi, sem pensar.

- Estou trabalhando para isso. - ele respondeu, levemente esfregando sua ereção
contra mim.

Eu balancei, e com uma mão agarrei suas costas, rasgando a pele e cavando
nele, e com a outra, eu puxava seu cabelo, tentando forçá-lo a mover a boca para a
minha. Quando ele finalmente cedeu, eu não perdi tempo antes de atingi-lo no rosto
novamente. Ele rosnou, e seus olhos sensuais me procurando mais do que antes,
quando me beijou, possuindo minha boca, capturando a minha língua até que
nossos lábios estavam moldados em conjunto.

Éramos uma bola de suor quando ele finalmente decidiu empurrar-me fora da
parede e se mover para trás. Sua mão agarrou na parte de trás do meu vestido,
rapidamente puxando o zíper para baixo, enquanto eu trabalhava meu caminho
através dos botões de sua camisa, tirando-a dele.

Ele encontrou a porta do quarto com pressa notável, como se já conhecesse o


layout do meu apartamento. Abriu a porta e me apressou para dentro, me colocando
para baixo na cama com um baque antes de rasgar meu vestido fora. Eu ouvi o
tecido esticar e encaixar, e se não estivesse tão carente, teria lamentado pela maldita
coisa.

- Porra, sim. - ele resmungou, com as mãos trabalhando seu caminho até as
minhas pernas, enquanto olhava para o meu corpo seminu esparramado diante
dele. Ele estava de pé na beira da cama, queimando minha pele com seu olhar,
parecendo confuso com seu cabelo despenteado e seu torso nu. Eu balancei
agradavelmente com a forma como ele olhou para mim, a mesma excitação aquecida
no rosto como se isso fosse inteiramente novo para ele.

E talvez fosse. Talvez Borden nunca tivesse sido atingido antes e eu gostei. O
que quer que fosse a razão, eu estava satisfeita porque seu pênis estava duro e cheio,
lutando contra suas calças. Eu o queria fora. Eu queria ver o quão grande ele era. Eu
queria saber como o sentiria completo dentro de mim. Não queria nada mais do que
ter prazer. Era uma necessidade egoísta que tornou ainda mais emocionante porque
estava vindo dele, um homem perigoso que estava me tratando como se eu não
fosse feita de maldito vidro.

- Porra, você tem um corpo bonito. - observou ele.

Eu floresci em seu elogio.

Ele se inclinou sobre mim sem subir na cama, e descansou um braço ao lado da
minha cabeça. Ele capturou meu lábio inferior com a boca, sugando mais duro do
que antes. Contorci-me debaixo dele quando o soltou e trabalhou sua boca pelo meu
corpo. Ele não era suave sobre isso. Levemente mordeu minha garganta e abaixo, a
clavícula, deixando para trás formigamentos com o ar frio. Ele agarrou meus seios
através do sutiã e apertou enquanto continuava sua caminhada pelo meu estômago
e meu osso pélvico. Em seguida, ele se afastou e agarrou minha mão, me puxando
para cima a fim de que eu estivesse em pé na frente dele.

- Tire o seu sutiã. - pediu ele.

Eu não perdi tempo desafivelando-o e deslizando-o fora. Seus olhos


percorreram meus peitos antes de apontar para a minha calcinha exposta.
- Isso também, Emma.

Eu tirei-a de mim e dei um passo para trás, completamente nua, completamente


exposta, em nada, além de meus saltos. Eu não senti vergonha de minha nudez. Essa
era eu, e se ele não quisesse isso era a sua perda.

- Saia fora disso. - ele murmurou, olhando para cada centímetro de mim. -
Agora fique de joelhos e desafivele meu cinto.

Minha boca se abriu em surpresa. Não me movi.

- Emma, - ele repetiu solenemente. - você quer que eu te foda?

Eu estava com um tesão do inferno, é claro que queria que ele me fodesse.

- Sim.

- Então fique de joelhos e desafivele o meu cinto.

Eu nunca tinha feito como me foi dito em situações sexuais, principalmente


porque o homem era sábio o suficiente para saber nunca me dar ordens, mas...
Borden era diferente. Meus sentidos estavam tão turvos e minhas necessidades tão
altas, que não ouvi a batalha rugindo dentro de mim sobre submeter-me a um cara
como ele.

Então fui para baixo em meus joelhos e avancei meu caminho em direção a ele,
olhando para o tronco maciço, em seus músculos rígidos ondulantes e tatuagens
antes de encontrar seus olhos pesados. Ele parecia delicioso.

Cautelosamente, eu soltei o cinto e abri o zíper dele, e então parei e olhei-o. Ele
não disse uma palavra, como se me deixando decidir se queria ir mais longe. E é
claro que eu queria. Este homem tinha um ego sem fim e admito, queria ver o seu
pacote.

Puxei para baixo sua cueca e seu pau saltou livre. Calor correu através de mim
no visual.

Ok, então ele era grande.

Muito grande porra.


Eu lentamente envolvi minha mão em torno dele, e ele era muito grosso. Meus
dedos nem sequer se tocaram. In-porra-crível, como se esse longo pau fosse mais um
motivo necessário para ele ser mais perfeito do que já era. E isso era...

Fiz uma pausa e olhei para os olhos de Borden.

- Você é perfurado.

Seu lábio curvou para cima.

- Você vai me chupar, Emma? Ou continuar olhando para o meu pau?

Naquele momento, eu realmente amei sua boca vulgar. Minha língua saiu e
avidamente lambeu a cabeça de seu eixo. Ele fechou os olhos e inalou
acentuadamente, um olhar de prazer aquecendo suas feições. Nunca o tinha visto
com aquele olhar antes. Ele geralmente era ambos, pensativo e solene, nunca
exposto assim. Senti meu interior apertar justo quando a minha necessidade
disparou.

Trouxe-o em minha boca, sugando-o suavemente, brincando com o frênulo


perfurado alguns centímetros abaixo da cabeça. A maldita coisa era um pouco
intimidante em um pau como o de Borden. Eu continuei a olhar para cima para ele
enquanto balançava a cabeça para cima e para baixo, recebendo todas as
características deliciosas em seu rosto. Sua mão caiu sobre minha cabeça e os punhos
em meu cabelo. Ele resmungou baixinho e seu pênis endureceu na minha boca
quando o levei mais fundo. Ele dirigiu os meus movimentos e velocidade, às vezes
empurrando-se mais profundo dentro da minha boca, mas nunca o suficiente para
me fazer vomitar.

O que eu apreciei.

- Caralho. - ele sussurrou.

Ele abruptamente puxou minha cabeça longe de seu comprimento e obrigou-me


a ficar de pé. Ele me empurrou para trás, até que cai na cama, batendo a respiração
fora de mim. Ele rapidamente tirou o resto de suas roupas e caiu de joelhos. Ele
agarrou minhas pernas e me puxou para ele, jogando-as sobre os ombros. Deixou-
me sem tempo para reagir quando a boca invadiu meu sexo, e fiquei tensa com o
súbito sentimento. Meus calcanhares cavaram em suas costas, e gritei, agarrando sua
cabeça e cavando minhas unhas em seu couro cabeludo.
O quente prazer era tão intenso, eu rebolava abaixo dele. Ele chupou meu
clitóris e minhas unhas se enterraram na parte de trás de sua cabeça enquanto moía
contra sua boca. Ele me segurou ainda mais apertado, gemendo junto comigo, como
se estivesse gostando tanto quanto eu.

- Porra, porra, porra, - eu gemi, no precipício de prazer. - Não pare. não...

Mas ele parou.

Ele, porra, parou.

Afastando-se, ele estava de volta, e podia ver no escuro, os lábios brilhantes de


mim. Ele agarrou forte em meus quadris e me virou , me puxando para cima em
meus joelhos para que minha bunda estivesse no ar. Ele espalhou minhas pernas
amplas, e tremi ao sentir a ponta do seu pênis esfregando contra a minha boceta,
roçando seu piercing sobre o meu clitóris. Eu respirava com dificuldade, agarrando
os lençóis com antecipação. Sua mão vagava pelas minhas costas e em volta do meu
peito. Ele apertou-o, seus quadris balançando para frente e para trás, cutucando
minha entrada com a cabeça.

Oh, meu Deus. Meus olhos estavam rolando para o fundo da minha cabeça, eu
estava tão molhada e pronta. Senti-o inclinar-se em cima de mim, sua respiração
fazendo cócegas no meu ouvido. Sua voz quebrou o silêncio tenso.

- Você sabe quão dolorida vai estar de manhã? Você vai se lembrar de que já
estive aqui. Você está indo ficar dolorida e lembrar o quão profundo meu pau foi
enterrado dentro de você.

Fechei os olhos e balancei a cabeça em aceitação, buscando sua promessa,


querendo que ela fosse cumprida.

Em seguida, ele se afastou e lentamente encheu-me, estendendo-me em torno


de seu pênis. Eu respirei bruscamente com a intrusão. Levou tudo em mim para não
gemer em voz alta. Agarrei os lençóis enquanto ele firme continuou a encher-me, e
senti tudo. Claro, tinha sido um longo tempo desde que tinha estado com um
homem, mas nunca tinha sido preenchida assim antes. Ele era grande, quase grande
demais. E enquanto apreciava seu comprimento neste momento, eu não podia
ajudar, mas temia quão cheio de si mesmo, ele ia estar depois disto. Apenas outra
viagem de ego para o Valentão Borden.
Ele gemeu baixo e profundo em sua garganta atrás de mim, me distraindo de
meus pensamentos. Ele entrou, até que não podia mais. Espremendo meu quadril,
se deteve por um momento.

- Foda-se, Emma, - ele murmurou atrás de mim. - Tão, porra apertada.

Eu estava muito ocupada sentindo a estranha, exótica forma do seu piercing


enterrado dentro de mim. Eu não o senti tanto quando ele parou, mas quando
começou a mover-se era impossível de ignorar. Não conseguia decidir se gostei ou
não, até entrar mais áspero do que antes, e, em seguida, lá estava ela, uma centelha
de alguma coisa que fez todo o meu corpo tremer involuntariamente.

Puta merda.

A sensação era boa, mas era esmagadora demais. Tentei afastar, mas mantive
Borden comigo ainda quando ele aliviou, dentro e fora, mais rapidamente com cada
impulso. A amante tranquila que eu sempre tinha sido desintegrou-se em uma
nuvem de fumaça. Agora eu estava ansiosamente tentando afastar-me quando cada
impulso para dentro me fez gemer de prazer e dor.

Fechei os olhos e tentei resolver os meus pensamentos. Um segundo eu queria


ele fora de mim e longe. Mas então, quando ele saía, eu sentia a perda da mistura
revestida de prazer na dor. Ele gostava áspero. Ele agarrou meu cabelo de novo e
puxou-o para trás com tanta força que não poderia tentar afastar-me. Ele tornou-se
duro e rápido dentro de mim, quebrando-me, moldando-me com o pau.

O termo foda tinha tomado uma nova definição para mim. Isso era cru, primal e
todo venenoso quando se tratava de sexo. Não havia nenhuma conexão
íntima. Apenas as batidas de seu pênis dentro de mim e meu corpo traindo-me com
a sensação disso, apesar de saber que não era normal. Parei afastando-me quando
senti o pico de algo bom vindo. E cada vez que ele chegou mais perto, ele puxava
completamente fora de mim e me mantinha a espera por segundos a fio, até que o
sentimento morresse e eu gritasse em frustração.

- Não... - eu soluçava.

Meus joelhos doeram, minhas costas estavam apertadas com a tensão, e assim
por diante ele passou, movendo-se dentro e fora de mim. Ele me puniu com o ritmo
áspero de fricção do seu piercing contra o que eu sabia que era o meu ponto G. Eram
como ondas batendo contra mim, e não havia nada que pudesse fazer, além de
montá-la.
Era tão bom.

Sua mão soltou meu couro cabeludo dolorido e percorreu meu


pescoço. Respirei fundo quando ele enrolou-as na minha garganta. Estava apertado,
mas solto o suficiente para eu respirar uniformemente quanto ele descansou seu
peito contra minhas costas e grunhiu com a força de cada impulso. Senti um dedo
entrar na minha boca, empurrando separando meus lábios, obrigando-me a chupá-
lo enquanto ele batia implacavelmente em mim, nunca perdendo o ritmo, nunca
parando para verificar meu próprio prazer.

Odiava-me, mesmo naquele momento. Eu tinha um criminoso nas minhas


costas, e ele estava me fodendo com uma mão em torno da minha garganta. Era uma
loucura. Isso estava errado. Era imundo e tudo do que nunca quis fazer parte. No
entanto, o pico se aproximou de novo, e tudo que eu queria era o meu prazer que
estava nas mãos desse homem cujos gemidos irritavam-me como nenhum outro
antes dele.

Eu fechei os olhos e gritei, mordendo seu dedo e fazendo-o gemer junto comigo,
quando a onda de êxtase explodiu através de mim. Senti vagamente o gosto de
cobre na minha língua enquanto o mordi.

Era um inferno antes do céu, e saboreei os segundos com tudo em mim,


querendo nada além de que durasse para sempre, porque sabia o que estava
esperando do outro lado.

Ele empurrou mais duro dentro de mim, esse dedo indicador reunindo os
outros em torno de minha garganta. Momentos mais tarde, ele se acalmou, xingando
no ar pouco antes de gozar. Eu senti seu pau estremecer dentro de mim. Seu rosto
caiu para a parte de trás da minha cabeça enquanto cavalgava a sua própria onda.

- Puta merda, - ele xingou, E seu corpo tremeu em cima de mim. - Foda santa.

Senti alguns outros empurrões de seu pênis antes dele sair de mim e desabar ao
meu lado. Finalmente capaz de me mover, descansei no meu lado, de frente para ele
e vi seu peito ir para cima e para baixo. Todo seu corpo acometido de suor; seu
cabelo estava úmido, caindo sobre a testa. Ele parecia completamente fodido.

Eu queria pensar. Fui bem sucedida por cerca de um minuto antes dos sons da
nossa respiração diminuir e não haver nada além de silêncio no quarto. Era
insuportavelmente difícil, e fui deixada para meus pensamentos.
Que porra eu tinha acabado de fazer? Agora que a excitação estava tão morta
quanto às vítimas do passado de Borden, senti-me mal e suja. Isso não era eu! Isso
nunca tinha sido eu! Eu nunca o quis desta forma.

Ou quis?

Claro que você quis.

Na parte de trás da minha mente, quantas vezes quis saber como seria? Quantas
vezes tinha fantasiado sobre as mãos percorrendo meu corpo, me fodendo em
submissão, porque sabia que ele era um filho da puta dominante?

Oh, Deus.

Ele olhou para mim, e ainda havia luxúria lá em seus olhos. Então ele se
inclinou para mim, e pulei quando sua mão foi para o meu rosto. Ele congelou com
a reação, as sobrancelhas se unindo.

- Hey, - ele sussurrou suavemente. - Eu não vou te machucar, baby.

Eu não respondi, mas meu corpo estava tremendo. Senti-me tão doente.

Seus dedos esfregaram minha bochecha.

- Há sangue em seu rosto.

Minha respiração ficou imóvel.

- Seu?

- Sim. - Ele levantou o dedo, e eu vagamente vi uma mancha de sangue.

Imediatamente sentei-me e toquei meu rosto. Senti a sensação úmida de seu


sangue revestindo-me e estremeci no desânimo. Que diabo tinha me possuído para
feri-lo assim? Ou todas às vezes antes disso?

Oh, meu Deus.

Eu era a porra de uma sadista, não era?

Oh, meu Deus.

- Emma?
Eu fiquei tensa, incapaz de segurá-los juntos por mais tempo.

- Por favor, vá. - eu disse em voz baixa, o desespero escorrendo para fora da
minha voz.

Eu o senti agitar-se ao meu lado. Ele se sentou e olhou para mim, mas eu não
podia olhar para trás. Eu não sabia se cruzei a linha, dizendo-lhe para ir, então
esperei ansiosamente por sua reação.

Para meu alívio, ele saiu da cama e se levantou. Eu não queria assistir a este
hulk maciço de um homem se vestir. Virei-me e enterrei meu rosto no
travesseiro. Eu escutei o som dele se vestindo e, em seguida, o zíper de suas calças.

- Se alguém perguntar, - disse a voz fria atrás de mim. - Eu estive aqui à noite
inteira.

Seus passos pesados desapareceram para fora da sala, e um momento depois,


ouvi a porta da frente bater.

Arranquei meus saltos, saltei da cama e corri para o banheiro com uma mão em
concha sob a minha vagina, dor. Sentei-me no banheiro e limpei o pouquinho de
sangue que estava escorrendo para fora de mim. Meu corpo inteiro sacudiu na dor
primal, e chorei com uma mão sobre meu rosto, olhando para baixo
vergonhosamente no meu estado nu, dolorida e sangrando.

Eu tinha me tornado uma daquelas meninas, essas malditas meninas estúpidas


que fizeram a merda mais idiota, do tipo de revirar os olhos e pensar "Você merecia
isso, sua puta idiota”. Como pude ter deixado o meu corpo me controlar como
isso? Por que me sinto como se um orgasmo valesse a pena jogar fora a minha
dignidade por um homem que jurei que nunca iria chegar perto?

Estúpida. Tão estúpida.

Agora olhe para mim. Estava sangrando graças a um pau perfurado que
pertencia a um homem que, odiava admitir, movia meu corpo como um deus do
sexo.
Borden

Esse sangue em sua bochecha. Merda, isso era a cópia exata naquele beco há
nove anos, mas apenas uma versão mais velha, mais quente.

Borden dirigia pela estrada longe de seu prédio de forma imprudente. Ele não
se importava com quão rápido estava indo. Ele só precisava fugir. Sua cabeça estava
todos os tipos de desarrumada depois disso. O que mais o deixava irritado era a
estranha sensação que brotou no segundo que ele tinha terminado dentro dela...

Era o sentimento de culpa. Ele a tinha tratado como uma prostituta. Peguei-a ao
esquecimento sem dar uma merda sobre suas necessidades. Ela não estava
preparada para isso. Francamente, nem ele estava. Pela primeira vez em sempre, ele
perdeu o controle e pegou-a do jeito que sempre fantasiou.

Ele cruzou a linha. Não havia como voltar e não podia desfazer seus erros. Mas
o rosto de Kate lhe perseguia e ele acabou virando fora da estrada e para a pista de
emergência. Ele esfregou ambas as mãos sobre o rosto e tentou fazer com que esse
sentimento irritante, nojento de culpa saísse dele.

Foda-se esse sentimento. Ele não fez nada de errado! Ele consolou-se assim uma
e outra vez. Ela queria. Ela implorou. Inferno, ela gozou também. Não foi tudo tome,
tome, tome.

Ele não sabia quanto tempo ficou lá com aquele sentimento apodrecido dentro
dele. Se Kate ainda estivesse viva, o que ela diria a ele? Ela teria rasgado suas bolas
fora dele e em seguida, teria lhe perguntado se ele estava orgulhoso de si mesmo
pelo que se tornou.

Não. Ele não estava orgulhoso. Odiava seu passado, e ele tornou-se de alguma
forma, emaranhado em seu ser, sem vontade de ir embora para que ele pudesse
avançar. Mas desde que conheceu esse foguete, toda a sua vida parecia ainda mais
suportável. Foi como... Como se ele tivesse sentindo um propósito mais uma vez. E
talvez ele estivesse sendo um buceta pensando ao longo destas linhas, mas o
propósito foi o que o levou de volta a este lugar tempos atrás. Quando isso foi
arrancado dele, ele vivia em seu túmulo sem emoção e fez o que era melhor:
Controlar. Não havia nada em torno dele sobre o qual não tinha poder, e talvez isso
tivesse barateado a emoção depois de tanto tempo.
Borden foi muito áspero, ele decidiu. Um jeito muito áspero sobre ela. Um jeito
muito insensível para ela. Ela teria sido tratada melhor pelo imbecil de jeans
skinny...

Ele parou esse pensamento imediatamente. Irritou-o demais. Ela era sua. Do
momento em que ela abriu a boca para ele naquele jantar, ela tinha assinado sua
sentença.

Não.

Não, na verdade. Desde o momento em que ela puxou o canivete para ele em
um beco. Tinha sido apenas uma questão de tempo antes que ela voltasse a sua vida,
quando o destino tinha decidido que era tempo. Nunca se sentira tão bem ou mais
vivo desde antes de levá-la em seu escritório. E enquanto ele lamentou a forma
como a tratava, ela ainda parecia fantástica. O tipo de fantástica que você poderia
ficar viciado.

E Borden estava viciado.

Profundamente em seus ossos, ele ansiava por ela.

E foi o que os prejudicou mais. Porque ele sabia que, no fundo, não poderia
realmente tê-la.

Ele a tinha levado longe demais.

Não era suposto trazer outra pessoa para perto novamente.


Vinte
Emma

Sentei-me na minha mesa e olhei para os números na planilha à minha frente


como se eles fossem escritos em Sânscrito. Não conseguia me concentrar. Meu corpo
inteiro estava tenso como um tambor. A antecipação estava me matando.

Era o meio da manhã e ele não tinha aparecido no escritório. Isto era tão
diferente dele. Ele geralmente já teria me atormentado neste momento. Eu não fingi
que os acontecimentos da noite de sexta não tinham mudado tudo, mas certamente
não achei que teria mudado para ele também. Na verdade, esperava que ele
estivesse aqui sendo espertinho, fazendo observações egoístas sobre o nosso tempo
juntos.

Talvez ele tenha se arrependido tanto quanto eu. Seria bom se ele fizesse. Isso
seria... Foda-se, por que ele iria se arrepender? Eu fui ruim de cama? Era por isso
que ele não queria estar em torno de mim, porque o repeli e arruinei todo fascínio
que tinha por mim?

Eu mordi meu lábio, odiando quão merda essa possibilidade me faz


sentir. Como ele se atreve a não aparecer! Ele fez minha vagina sangrar pelo amor
de Deus. Eu merecia um pedido de desculpas por isso! E por ele me propor sexo! E
por me fazer degustar o céu na terra! E por ele me levar tão duro e rápido e dar-me
uma experiência que nunca tinha sentido antes!

Eu gemi na minha estupidez. Uma daquelas meninas, Emma, você é uma


dessas meninas agora.

Era verdade. Eu tinha me tornado uma daquelas meninas. Eu pensei sobre o


nosso tempo juntos todo o final de semana. Lembrei cada pequeno detalhe. Ele não
me devia um pedido de desculpas! Levei-o de bom grado. Ele não tinha proposto o
sexo. Ele sabia que iria me irritar, e isso é o que ele queria, era seu fetiche. Ele me
irritou, assim lhe dei um tapa, e eu odiava o quão quente de repente me fez sentir.

Eu nunca tinha sentido o poder sobre um homem antes, mas ele o abandonou
naquele momento, permitindo-me tê-lo por razões de prazer. Eu cheguei à
conclusão de que não lamento o nosso tempo juntos. A tensão tinha sido espessa
entre nós por um tempo agora. Esse era o tipo de liberação que ambos
precisávamos.

De detestando-o, a simplesmente odiá-lo, então, de repente querendo nada mais


do que rasgar suas roupas e sentir-me ser chicoteada por ele... Essa foi a chicotada
mais épica que eu já tinha sofrido.

Eu me reajustei no banco, tentando encontrar uma posição confortável, porque


ainda estava um pouco dolorida. Isso não me incomoda. Eu finalmente fui fodida, e
nunca tinha tido essas contusões memoráveis transportadas comigo como um
lembrete nos dias seguintes.

"Você vai se lembrar de que eu estive aqui. Você vai ser ferida e lembrar o quão profundo
meu pau esteve enterrado dentro de você." Trabalho bem feito, imbecil.

Olhei para a cadeira vazia ao meu lado. Ele deveria estar aqui há muito tempo.

Que porra, Borden?

Ele apareceu no período da tarde.

Entrou no escritório em um terno, o que significava que ele tinha feito negócios
durante todo o dia. Não havia sanduíche de presunto e queijo com ele para mim. Ele
não tinha um pirulito na boca. Nem sequer olhou em minha direção.

De repente, senti como se uma nuvem negra estivesse pairando sobre toda a
sala.

Endireitei-me, apertando a minha mão sobre o meu mouse enquanto o


observava sentado em sua cadeira, sem me dizer uma palavra. Ele abriu alguns
arquivos, classificou alguns papéis, e senti-me praticamente invisível, o que foi
muito bom, porque eu estava, provavelmente, olhando para ele como um cachorro
maldito implorando por atenção.

Eu precisava discutir o que aconteceu entre nós. Eu precisava dizer a ele que
não me arrependo, e que chutá-lo para fora foi um erro.

- Borden. - eu sussurrei nervosa.

Ele não se virou para mim.


- O que você quer? - Ele resmungou, irritado.

Engoli em seco, surpresa com seu tom. Ele nunca tinha falado comigo assim
antes.

- Hum...

Eu não sabia o que dizer, ou como colocar as palavras juntas. Especialmente


quando ele estava irritado porque normalmente, ele era uma causa perdida neste
humor.

Ele finalmente olhou para mim, um olhar gelado no rosto.

- Hum o quê, Emma?

Lambi meus lábios e seus olhos se estreitaram furiosamente na minha boca.

- Eu queria falar com você. - eu empurrei para fora.

- Você queria falar sobre o quê? - Ele respondeu.

- Sobre sexta-feira.

- Isso é a respeito de questões do trabalho?

- Bem, não.

- O seu emprego?

- Não.

- Então guarde para si.

Eu fiz uma careta para ele, meu coração torceu.

- Agora, de repente, nós vamos ser profissionais?

- Isso é o que você queria, não era? - Ele atirou de volta. - Então, você tem isso,
Senhorita Warne. Volte para o seu trabalho e só fale comigo, se tiver algo
informativo a dizer.

Pisquei as lágrimas repentinas nos meus olhos. Eu rapidamente desviei o olhar


antes que ele pudesse ver a água e olhei para a tela do computador. Eu estava
confusa e magoada. Não esperava essa reação dele.
Ele finalmente conseguiu o que queria de mim, não foi?

Eu engoli o caroço, com raiva de mim mesma por me sentir


emocional. Claramente era aquele o meu período do mês. Não era ele, não. Nem um
pouco. Os homens não me faziam chorar. Nunca, jamais lhes dei o poder para me
machucar. Borden não era diferente.

Mentirosa.

Era tão difícil tentar parecer normal, tentar fazer o trabalho, quando minha
mente estava em outra parte o tempo inteiro. Eu estava consciente de seus
movimentos, de sua presença aquecida maldita cada segundo que sentei lá ao lado
dele. Sem pensar, meus olhos desviaram para seus dedos, e vi a marca vermelha que
eu tinha deixado em seu indicador. Marcas de mordidas profundas que fizeram a
minha frequência cardíaca disparar ainda mais e meu sexo apertar
deliciosamente. Isso era uma prova de quão distante nós tínhamos ido, e agora me
senti como se estivesse a um milhão de quilômetros de distância.

- Olhe para o seu trabalho, Senhorita Warne. - ele mordeu fora sem olhar para
cima.

Com o rosto vermelho, virei-me e parei de olhar para ele diretamente. Parte de
mim estava com raiva, a outra parte confusa. Eu assisti o tic tac do relógio, pedindo
que o tempo se apressasse para que eu pudesse ir para casa e gritar feio.

- Você se importa se eu sair e pegar algo para comer? - Consegui por para
fora. Eu estava esperando por ele durante todo o dia, passei em linha reta através do
almoço, e porque ele não tinha me dado um sanduíche como de costume, meu
estômago estava rodando com fome.

- Sua hora de almoço foi há duas horas, - ele cortou para trás. - Se você não
obteve algo então, você desperdiçou seu próprio tempo.

- Mas terminei todo o meu trabalho.

- Nesse caso, posso pensar em uns seis banheiros que precisam de limpeza, se
você realmente não tem mais nada a fazer.

Eu fiquei em estado de choque e raiva antes de voltar para o meu computador.

- Eu vou passar pela conta registro novamente.


Eu podia sentir seu sorriso presunçoso de onde estava sentada, e tive que
respirar para não atacá-lo. Que idiota. Será que ele realmente acha que poderia se
transformar em um idiota depois de me foder?

Vou dar um jeito em você.

Abri meu navegador internet e fui direto para o trabalho.

Se eu não pudesse sair para comer, em seguida, a comida estava saindo para
mim.

Trinta minutos depois, houve uma batida na porta do escritório. Eu resisti


sorrindo porque sabia quem era.

- Entre. - disse Borden, olhando para cima de sua papelada.

A porta se abriu e um dos seus homens, Gerry, veio caminhando trazendo dois
sacos de comida.

- Tenho uma entrega de comida, Sr. Borden. - disse ele, parando em frente de
sua mesa de pé.

Borden atirou-lhe um olhar

. - Para quem?

Gerry abriu o saco e tirou um dos recipientes Tupperware e leu o nome no topo.

- Diz que é para... o Chefe de Emma.

A mandíbula de Borden cerrou e, lentamente, ele se virou para mim, seu rosto
sombrio. Ignorando-o, levantei a minha mão até Gerry e disse: - Oh, isso é para
mim. Obrigada, Gerry.

Ele colocou os dois sacos para baixo na minha mesa e saiu da sala. Eu podia
sentir o olhar de Borden enquanto abria os sacos e removia os recipientes. Havia dez
deles, e cobri a minha mesa com a gigante festa cara, um sorriso de contentamento
no meu rosto.

- Desde quando você gosta de comida chinesa?


- Bem, eu não gosto, - expliquei, - mas porque não estou na minha própria pausa
para o almoço, estou no tempo da empresa, e este lugar de entregas estava na conta
da empresa. E não se preocupe você deixou uma boa gorjeta. Obrigada, Sr. Borden.

Ele não respondeu. Eu tinha certeza que ele estava se contorcendo com um caso
de raiva, e amei isso. Eu comi enquanto trabalhava, o tempo todo o ignorando
enquanto ele me observava tomar uma mordida de tudo.

- Eu vou sair e pegar algo para beber. - eu disse a ele depois de ter acabado. - A
menos que não seja... não seja permitido.

Olhei para ele com expectativa, e vi as rodas girando em seu cérebro. Se ele não
me permitisse isso, eu porra daria um jeito novamente. Talvez comprasse uma
máquina de venda automática e a colocasse no maldito escritório.

O pensamento realmente me emocionou.

- Basta ir. - ele murmurou furioso.

Eu fiz, e depois que eu tive algo para beber, fui ao banheiro e levei um longo
tempo escovando os dentes e andando para a sala. Praticamente, fiz o que pude para
provar a ele que sempre encontrava um caminho para fora de seus arreios, e ele não
estava feliz com isso.

A animosidade na sala era tão palpável depois disso, senti-me nervosa através
da minha fachada. Eu estava fazendo essa coisa toda, porque estava machucada, e
não queria ser pisada. No entanto, fiquei em silêncio, ciente de que poderia estar
fazendo mais danos entre nós, e a última coisa que queria era que ele me odiasse. O
pensamento me perturbou tanto, que me encontrei agitada, à procura de maneiras
para reparar a ponte, mas falhando em quão inacessível ele estava.

Quando era hora de ir, não poderia estar mais aliviada. Comecei a guardar as
minhas coisas. Estava lenta, sem saber como o beijo em sua bochecha estava indo
para acontecer. Levantei-me, sem jeito de virar em sua direção. Minhas mãos
estavam suadas, eu não sabia o que fazer. Ir para ele? Deixá-lo? Com seu terrível
comportamento, decidi que era melhor apenas ir.

Eu dei três passos até porta quando sua voz soou.

- Você não está esquecendo alguma coisa?


Parei, e os meus lábios enrolaram. Tanto para o profissionalismo. Virei-me e fui
até ele, e a tsunami de emoções assumiu. Abaixei-me a seu lado e beijei sua
bochecha com barba curta. Não foi um beijo ligeiro, porém, não desta vez. Meus
lábios ficaram lá por alguns segundos, beijando-o como se quisesse dizer isso com
tudo dentro de mim. Eu o senti ficar imóvel, e me afastei, quando ele de repente
agarrou a parte de trás do meu pescoço e forçou meu rosto de volta ao seu. Ele me
trouxe centímetros de distância e olhou para mim, seus olhos tão azuis, nadei em
suas profundezas, minha cabeça atordoada com luxúria.

Eu respirei mais difícil, e cada parte de mim estava viva em agitação. A mesma
sensação emocionante quando ele me beijou antes emergiu, e eu silenciosamente
pedi para ele fazer isso. Para trazer-me de volta à boca e me devastar.

De repente, nada sobre o dia importava. Toda a raiva e frustração foram


totalmente esquecidas. Havia fome em seus olhos, mas também conflito. Era como
se ele estivesse lutando para manter-me distante.

- Faça-o. - eu sussurrei para ele.

Se havia um disjuntor, eu só o acionei.

Ele me puxou para ele rapidamente, tomando a minha boca contra a sua. Eu
afundei dentro dele, sugando seus lábios e língua, sentindo-me como uma viciada
em crack tendo um barato. Ele me beijou com tal profundidade, que estava perdida
para ele, incapaz de pensar ou raciocinar.

Todo o seu corpo mudou instantaneamente, me empurrando de volta, me


situando na borda de sua mesa. Ele levantou minha saia, seus dedos empurrando de
lado minha calcinha, porque uma parte de mim queria que isso acontecesse, e
levemente acariciou meu clitóris. Eu rebolava sob o toque, e as faíscas voaram
através de mim ao seu toque.

Sim, sim, sim. Meu corpo gritava.

Então...

RIP!

Ele rasgou minha calcinha e se levantou, chutando de volta sua cadeira do


computador quando se inclinou para mim. Suas mãos estavam por toda
parte. Tateando meu peito, desabotoando a camisa, trazendo minha saia por cima
das minhas coxas e em torno de meus quadris, deslizando sobre o meu sexo nu com
pressão apenas o suficiente para me fazer gozar.

Eu não poderia explicar a minha emoção nesse momento. Não havia


palavras. Senti meu coração explodir no meu peito quando o beijei, saboreando
aquela pressa bonita entre nós. Minhas mãos correram até seu peito, puxando o
paletó. Corri meus dedos em seus cabelos, puxando nas extremidades.

Todo o tempo eu estava vagamente consciente dele mudando as coisas atrás de


mim. Papelada e recipientes voaram para fora da mesa e o monitor de computador
foi empurrado para a outra extremidade da mesa. Ele abruptamente agarrou-me
pelo pescoço e me empurrou para longe de sua boca, até que minhas costas estavam
contra a rígida mesa. Eu abri meus olhos para olhar para ele e vi o calor cru
irradiando para fora de seu olhar quando ele rapidamente soltou-me.

Nós dois estávamos ofegantes, e junto com a aceleração dos meus batimentos
cardíacos, eram os únicos sons que ouvi na sala... Até que a cabeça de seu pau
escovou contra a minha entrada, e gemi baixo na minha garganta.

- Implore por isso! - exigiu.

- Só me fode, Borden.

- Diga 'por favor'.

Fiz uma pausa, e então empurrei contra sua mão ainda ao redor do meu
pescoço e lhe dei um tapa em seu bochecha.

Sempre me surpreendeu olhar em seu rosto.

E a fome.

Meu Deus, a fome em seus olhos me deu arrepios.

De repente, estimulado, ele empurrou duro dentro de mim, enchendo-me em


um deslizar suave, e fiquei tensa abaixo dele. Essa perfuração malditamente
abençoada esfregou contra meu ponto G, e vi estrelas. Eu não tinha certeza se gemia
alto. Eu estava me sentindo muito ocupada para saber, e diabos, que sentimento
era. Eu nunca gozaria sem um pau perfurado novamente, eu sabia.

Não, não, eu nunca gozaria sem seu pênis perfurado.


Ele puxou para fora e, em seguida, bateu de volta em mim, duro. A mesa
sacudiu abaixo de nós quando lentamente começou a se mover mais rápido,
apertando a minha garganta para me manter firme no lugar. E, assim como antes,
tudo foi animalesco, ambos à procura de liberação, sem se importar com o quão
duro e forte, teria que trabalhar para isso. Nada disso me incomodou neste
momento. Eu amei cada segundo dele dentro de mim, não me importava em tudo
sobre ser deixada suja, porque eu queria estar suja. Eu queria todos os seus
caminhos sujos. A dinamite acendeu dentro de mim, e engasguei com a onda de
euforia que a seguiu. Agarrei-o pelo braço, cavando as minhas unhas nele quando o
sentimento aqueceu meu corpo.

Oh, meu Deus. Oh, meu Deus.

- Oh, meu Deus... - eu respirei, balançando ao seu redor.

Ele não parou de se mover dentro de mim, mas sua mão foi até meu pescoço,
puxando um pedaço do meu cabelo. Ele se inclinou sobre mim, sua boca quente
contornando ao longo da minha pele, chupando e mordendo meu ombro, pescoço e
boca.

- Foda-se, sim! - ele murmurou.

Então ele olhou para mim, e vi a vulnerabilidade em seus olhos quando ele
chegou à borda e voou por cima, parando abruptamente dentro de mim quando
gozou. O prazer tomou conta de suas características, e vi claramente na luz, quando
ele sussurrou. - Santa foda, santa foda, santa foda.

Ele era o homem mais bonito que já vi.

E nesse exato momento, depois de ver aqueles olhos doloridos vulneráveis,


senti meu peito rachar um pouco. Senti a lacuna que ele tinha criado e se escondido
completamente.

O idiota tinha apenas tocado a minha alma, e meus olhos brilharam na


realização.

Eu não entendia por que, mas meu toque passou de áspero para suave. Corri
meus dedos levemente por seu cabelo quando ele gozou, tomando o controle de sua
respiração. Eu estava tentada a abraçá-lo para mim e mantê-lo lá, mesmo muito
tempo depois nós estávamos conscientes do que tínhamos feito, apenas para que
pudéssemos confrontar a nossa estranha relação.
Isso não estava acabando.

Meio sem jeito, ele saiu de cima de mim, e fora de mim, e afivelou seu cinto,
seus olhos pela primeira vez evitando os meus. Sentei-me, um pouco tonta e
vacilante, e ele me firmou com uma mão no meu braço, ajudando-me para fora da
mesa. Eu empurrei minha saia para baixo no lugar e abotoei minha blusa, o tempo
todo o observando hesitar ao redor. Ele parecia genuinamente fora de si, pegando os
papéis, ajeitando esse monitor que de alguma forma caiu no chão, embora não
conseguisse lembrar-me quando, no meio de nossa foda tinha acontecido.

Em silêncio, o ajudei a arrumar. Nós dois vimos o fio dental rasgado, ao mesmo
tempo, e ele hesitou por um momento antes de se abaixar e pegar. Fui para chegar a
ele, mas ele empurrou-o no bolso sem uma palavra e continuou a limpeza.

Oh, meu Deus, isso tinha sido requintado. Outro golpe de raiva e explosão de
mente.

Em seguida, ele caiu em sua cadeira, parecendo nada como o confiante irritado
Borden que eu conhecia. Ele olhou para sua mesa, e eu não podia lê-lo, não podia
saber no que ele estava pensando. Mas eu tinha uma sensação de que ele queria ficar
sozinho. Peguei minha bolsa e virei-me para ele. Sem pensar, inclinei-me para baixo
e levemente escovei meus lábios contra sua bochecha.

- Adeus, Sr. Borden. - eu sussurrei com voz trêmula.

Eu escapei da sala logo após, não corajosa o suficiente para ver sua reação.

Borden

Eu estava fodido.

Verdadeiramente e excessivamente fodido.

Como? Como ele tinha deixado chegar até aqui? Ele não podia dizer não para
ela. A pequena gata de rua de alguma forma derrubou suas defesas, por uma vez,
fazendo-o sentir-se impotente.
Borden ainda podia sentir o cheiro do sexo no ar uma hora depois que ela
saiu. Ainda podia sentir o cheiro de seu fodido spray corporal de maracujá com o
qual ela encharcou-se. Ainda podia sentir seus lábios decadentes contra os
dele. Podia sentir a dor em brasa que ela deixou em seu rosto depois que lhe deu um
tapa.

Ela era fodidamente perfeita, e esse era o maldito problema. Ele não queria que
ela fosse perfeita. Maldito inferno, Kate era a única pessoa que deveria ser perfeita
para ele, e mesmo assim Emma substituiu sua ideia de perfeição sem ele mesmo
perceber.

Sinto muito, Kate.

Ele sempre disse a si mesmo que nunca seguiria em frente. Isso seria um grave
insulto para Kate. Ela era a única que poderia ter possuído seu coração. Fodido
inferno, depois de sua morte, ele não foi feito para ter alguém mais. No entanto, ele
sentiu uma dor ali, e mais cores à tona. Cores, porra, por toda parte com essa boneca
de cabelos pretos ao redor.

O pânico se estabeleceu.

Ele não podia perder-se com outra mulher novamente. Ele nunca iria sobreviver
à dor se algo acontecesse. Ele sentiria a culpa, e a culpa iria fisicamente matá-lo.

Merda. Merda. Merda.

O que diabos ele vai fazer agora?


vinte e Um
Emma

- Por que eu sinto que há algo que você não está me dizendo? - vovó perguntou
depois de puxar o rolo de linguiça para fora do forno.

Olhei para cima do meu mud cake12 para ela. Eu podia decidir jogar de muda,
ou poderia simplesmente dizer-lhe a verdade e enfrentar seu desprezo.

- Como o quê? - Eu respondi em seu lugar.

Ela cruzou os braços, inclinando seu quadril contra o balcão, enquanto me


analisou. Seu rosto estava sombrio, e sabia que ela estava esperando que eu
colocasse para fora.

- Você não é você mesma. - disse ela. - Você recuou em seu velho escudo, das
experiências do passado, eu sei que nem sempre é uma coisa boa.

- Bem, não é uma dessas vezes, eu prometo.

- Então me deixe entrar, querida.

Eu suspirei, afastando o prato. Eu olhei para o prato por vários momentos antes
de murmurar: - Você sabe que eu estou em outro emprego?

Ela estava nervosa. - Sim.

Outro suspiro longo, mais alguns momentos. - Estou trabalhando para Marcus
Borden.

Seus lábios se separaram e seus braços caíram para os lados. - Você não está
falando sério, Emma.

Eu balancei a cabeça. - Sim, estou.

12
Mud Cake - traduzindo literalmente bolo de chocolate de lama, é macio, úmido, saboroso e irresistível. Não necessita de calda
nem de recheio, é fácil e rápido de fazer. Uma cobertura de ganache é a combinação perfeita desta delícia.
Ugh. Os olhos julgadores seguiram os meus. Eu desviei o olhar, encolhendo
porque ela estava tão feliz de ouvir sobre o novo emprego. Agora não significava
nada.

- Você perdeu sua mente?

- Não.

- Será que ele te machucou?

Eu olhei sorrateiramente em sua direção. Ela estava pálida, com os olhos


nadando em lágrimas. Isso quebrou meu coração.

- Não, vovó, - eu respondi suavemente. - Ele não fez isso.

- Você tem marcas em todo o corpo, Emma. Não pense que não notei.

Como diabos ela notou aquilo? Eu tentei encobri-los. Eles não estavam ruins,
embora. Apenas leves hematomas ao redor dos meus ombros, e marcas de mordida
no meu peito e até o meu pescoço. Eu os tinha coberto com maquiagem antes de
vir. Talvez a maldita iluminação os mostrasse.

- Esses que não são... - Fiz uma pausa, procurando as palavras certas sem
parecer uma vadia louca. - Ele não me machucou, ok? Apenas confie em mim.

Para ser mais específica: Ele não me machucou de uma forma ruim.

- Eu só não entendo como isso poderia ter acontecido, Emma.

Ela jogou as luvas fora e abandonou o resto do rolo de linguiça pronto no


forno. Ela se aproximou, seus passos lentos, lembrando-me quão frágil ela realmente
era, e sentou-se ao meu lado.

- Não a avisei o suficiente sobre esse homem

- Sim, você fez, mas ele não é nada como você fez parecer.

- Você precisa demitir-se, Emma. O mais rapidamente possível antes que ele
coloque suas garras em você.

As garras já estavam em meu coração. - Isso não é o que está acontecendo, vovó.
Ela soltou um suspiro, sacudindo a cabeça. - Será que isso tem a ver com como
ele se parece? Ele é lindo, eu sei disso, mas aparência não é o que conta...

- Não, ele não é, e aprendi isto com o Joel. Lembra-se dele? O cara com quem
você me juntou? Ele era louco.

Seus olhos escuros me espiaram. - O quê?

- Sim, ele era o Doutor eu-amo-a-morte. Mantendo-se na cercania da prisão e


circulando em uma área em que um cara morreu, vovó. Meu ponto é que, às vezes,
você está errada sobre as coisas. Agora, eu entendo que Borden tem problemas, mas
ele me tratou bem, e não estou indo me demitir do trabalho porque você quer que eu
faça.

Foi difícil ser firme com ela sobre isso. Sabia que ela estava ali com boas
intenções, mas não estava preparada para me dizer para parar. Porque abandonar o
vício, significava desistir de Borden e não poderia fazer isso. Eu só esperava que ela
deixasse o assunto ir, antes de eu deixar uma patética admissão sair.

- Eu espero que você saiba o que está fazendo. - ela me disse simplesmente, sua
voz tão agitada quanto ela estava.

- Eu faço.

Ela não parecia convencida. - Sua mãe disse a mesma coisa sobre o seu pai, e
olha o que aconteceu. Ele quebrou sua alma e a rasgou até que ela estava tão
ameaçada por ele, que ela o matou. Os homens podem trazer para fora o pior em
nós, Emma.

Eu fiquei tensa, como se ela tivesse me sacudido. Não havia palavras para
isso. Eu só a olhava, com os olhos arregalados. Ela nunca falou de sua filha, da
minha mãe. Era um tema que tinha silenciosamente enterrado anos atrás. Ela se
afastou de mim pela próxima hora em que estive lá. Ela mal disse uma palavra. Em
vez disso, se levantou e terminou os rolos. Ela embalou-os e me deu os recipientes
Tupperware, o tempo todo, seus olhos evitando os meus.

- Eu vou para cama. - ela me disse, escovando levemente a mão sobre minha
bochecha antes de se afastar. - Você cuide de si mesma, Emma.

Ela saiu para o quarto e caminhei uma curta distância até o carro do Mustache
Man, o tempo todo me sentindo um lixo. Lamentei dizer a ela. Eu poderia ter
mentido e fingido que tudo estava bem. Ela nunca deveria saber sobre Borden, então
nunca me daria aquele olhar de decepção.

- Cheira bem. - Mustache Man disse depois que eu escalei para dentro do carro.

Dei-lhe um recipiente de rolos. - Você pode experimentar.

Ele mastigava-os no caminho de casa, enquanto eu olhava com tristeza para


fora da janela. Qualquer um ficaria com medo na minha situação, mas Borden
eliminou meu medo dele, trazendo-me para esse escritório.

- Com quantas mulheres você já viu Borden? - Eu perguntei em voz alta.

Mustache Man fez uma pausa no meio da mordida. - Nenhuma.

Minha boca caiu quando me virei para olhar para ele. - Realmente? Nenhuma
em tudo?

- Às vezes, os homens gostam de atirar em algumas mulheres em seu caminho,


mas elas só ficam em sua companhia por alguns minutos antes dele jogá-las fora.

- Espere, onde ele faz isso?

- Em seu apartamento. Ele não sonharia em fazer isso no trabalho se é isso que
você está pensando. Borden sempre foi profissional em seu escritório, com sua
cabeça no jogo em todos os momentos. As mulheres não têm realmente feito
qualquer coisa por ele desde...

- Desde Kate Davenoth.

Ele olhou para mim, um olhar sombrio no rosto. - Precisamente.

Eu queria bisbilhotar mais, mas me segurei. Seria errado obter informações de


alguém que não fosse o próprio Borden.

Nós conversamos levemente sobre outras coisas depois disso. Ele me deixou no
meu apartamento, e tomei um banho.

Borden ocupou cada espaço único de pensamento naquela noite.

Eu comi alguns rolos e chamei Blythe para por a fofoca em dia.

- Desejo que houvesse boas notícias. - disse ela, com tristeza.


- O que está acontecendo? - Perguntei.

- Bem, Denny tem falado de fechar o restaurante. Ele não está fazendo o
suficiente e está em uma carga fodida de dívida. Eu já comecei a aplicar para outros
trabalhos, mas... Eu não sei, e nada está aparecendo.

- Tessa está à procura também?

- Sim, mas ela não está com pressa. Diz que seu namorado feliz disse a ela para
flutuar por um tempo, até que algo venha à tona. Francamente, disse a ela que não
deveria depender da palavra de um cara.

Eu fiz uma careta. - Por quê? Nem todos os caras são terríveis, Blythe.

Ela fez uma pausa na outra extremidade, e, em seguida disse: - É mesmo? Você
costumava ir sobre ser solteira e como isso é grande, e agora mudou sua
música? Diga-me como isso aconteceu.

Eu estava ansiosa para deixá-la saber sobre Borden. Eu precisava de um bom


ouvinte, mas por alguma razão, não poderia fazer-me fazê-lo.

- Não há nada a dizer.

- Uh-huh. - disse ela, ceticamente.

Conversamos um pouco mais de tempo antes que ela tivesse que ir. Eu
naveguei na internet por um tempo, exaustivamente pesquisando sobre
Borden. Meu corpo enfraquecido por suas fotos, e me perguntava como diabos tinha
ido de odiar o homem até me sentir assim por ele.

Terça-feira chegou depois de uma longa noite do inferno e lá estava Borden,


sentado atrás de sua mesa, os olhos duros em mim no segundo em que entrei no
escritório. Roupas casuais hoje: camisa de manga comprida preta, com as mangas
puxadas para cima, revelando as tatuagens em sua pele bronzeada. Eu tentei sorrir
para ele educadamente, mas seus lábios não vacilaram em resposta.

- Bom dia. - eu disse alegremente, fechando a porta atrás de mim, perguntando


se o meu tom foi exagerado desde que estava fingindo.
- Vai ser um bom dia se você estiver descendo em seus joelhos. - ele respondeu
severamente.

Eu congelei. Bem, isso se intensificou rapidamente.

Eu olhei para ele, esperando-o fazer uma piada, pedir-me para sentar, ou
alguma coisa. Mas ele apenas olhou, esperando.

- Hum, o quê?

- Fique de joelhos. Eu não vi você em mais de 13 horas, e eu tenho bolas azuis


como o inferno. E não olhe para mim como se eu estivesse sendo bruto. Você é um
pouco atrevida, quando quer ser, então pare de fingir que isto não é o que você quer.

Olhei para o tapete vermelho de pelúcia, em silêncio, debatendo o quão longe


queria que a gente fosse. Será que o quero me dando ordens como esta? E ficar
de joelhos?

- Faça-o, Emma.

- E se eu não quiser isso? - Perguntei, empurrando os meus limites.

Ele riu com condescendência.

- É assim que você quer jogar? Tentando me mostrar que você ainda tem um
osso apreensivo em seu corpo? Nós passamos muito desse ponto, boneca. Fique
sobre a porra dos seus joelhos.

- Eu não sou esse tipo de garota, - eu respondi, fazendo valer a força em meu
tom. - Eu não ficarei de joelhos para alguém só porque ele me diz para fazer.

- Então eu acho que sou a exceção.

Eu deveria ter ficado ofendida e irritada, sim, mais irritada do que ofendida,
realmente. Mas eu sabia o que é ser tomada por ele, e foi requintado... E viciante.

Além disso, eu tinha descido a meus malditos joelhos na primeira vez que ele
me levou. Isso não era tão diferente.

Ele não se repetiu, mas vi a demanda em seus olhos enquanto ele continuava a
me observar com este debate interno. Só que eu estava lutando contra o
inevitável. Ele teve o seu caminho, e não porque iria forçá-lo, mas porque eu
acabaria por sucumbir ao desejo de ser possuída por ele. Era uma corrida,
disparando com adrenalina cada terminação nervosa.

Meu rosto aquecido enquanto eu lentamente deixava ir a voz irritante na minha


cabeça. Eu caí de joelhos, colocando minha bolsa ao meu lado. Eu mantive meus
olhos focados no chão, parte de mim incerta, a outra enrolada em antecipação.

O ouvi ficar de pé e dar alguns passos, e quando arrisquei um olhar, ele estava
encostado na escrivaninha, os braços cruzados sobre o peito largo, o movimento
salientando seus bíceps protuberantes. Ele pareceu intimidante e de dar água na
boca de uma só vez, e senti uma labareda de fogo no poço da minha barriga.

- Rasteje até mim. - ele ordenou suavemente.

Jesus, ele estava obcecado com empurrar-me para fora da minha zona de
conforto?

Hesitei novamente, uma parte profunda de mim consternada com a ideia de ter
que realmente seguir em meus joelhos e mãos. Soltei um suspiro e, sem pensar,
comecei a mover-me lentamente em sua direção. Eu podia sentir a queimadura de
seu olhar sobre mim, sobre o movimento dos meus quadris e ombros.

Imaginei o que devia parecer para ele, esse corpo pequeno vestido para
impressionar, cabelo acima, preto encaracolado caindo e que moldam um rosto
mestiço em forma de coração, rastejando em linha reta para um homem com mais
do que o dobro do seu tamanho. Estranhamente, me senti sexy e desejada. Seu
desejo por mim estava escrito por todo seu rosto e era esse olhar que só me dava
força para continuar.

Eu parei na sua frente e lentamente olhei para cima. Ele deixou cair os braços
para os lados, descansando uma mão no topo da minha cabeça.

- Você é fodidamente perfeita. - ele murmurou com espanto. - Dura e ainda


adaptável. É o maior tesão ver você ser submissa, e você gosta disso, não é?

- Só quando é você. - eu sussurrei com minha garganta se fechando no


momento da admissão. Desviei o meu olhar, não queria que ele visse o carinho que
se escondia nas profundezas. Cuidado parecia como uma fraqueza, mas eu queria
enfrentar emoção e compartilhá-la com ele.
Ele silenciosamente me observava e talvez tenha passado segundos, talvez
minutos.

- Desabotoe. - ele respirou trêmulo.

De joelhos, minhas mãos voaram para sua calça jeans, ansiosa em meus
movimentos. Desabotoei e puxei o zíper para baixo, olhando para os seus pesados
olhos ardentes enquanto me observava fixamente. Ele não precisava dar-me mais
instruções. Puxei sua cueca para baixo e passei a mão em torno de seu comprimento,
lentamente acariciando-o. Ele já estava duro quando o levei na minha boca. Sua mão
entrou no meu cabelo, e seu corpo ficou tenso. Um suave grito gutural escapou de
seus lábios enquanto eu o chupava. A labareda de fogo dentro de mim explodiu em
chamas, e apertei minhas coxas juntas, em busca de algum tipo de alívio para o
pulsar que senti lá.

Eu tomei meu tempo o saboreando, lambendo uma trilha para cima e para
baixo do seu eixo. Ele revirou os quadris, empurrando-se dentro e fora da minha
boca, apertando duro no meu cabelo enquanto ele estremeceu acima de mim. Ele
estava impossivelmente grosso quando me empurrou, me segurando trinta
centímetros de distância de seu pênis, olhando para baixo para mim em uma névoa
de desejo e os lábios pressionados.

- Você gosta de me chupar? - Ele perguntou asperamente.

- Sim. - eu respondi.

Ele me empurrou para frente novamente, e abri minha boca para trazê-lo de
volta para dentro, mas ele agarrou seu pênis antes de eu chegar lá e empurrou a
cabeça dele entre meus lábios. Ele bombeou algumas vezes, sua respiração ficando
mais pesada, e então puxou para fora, batendo seu pau contra a minha bochecha,
molhando-a.

- Foda-se. - ele amaldiçoou.

Então, me puxou para cima em meus pés e me obrigou a ficar na frente da


mesa. Mudou-se para trás de mim e cuidadosamente empurrou minha parte
superior do corpo para baixo até que meu rosto estava descansando contra sua
mesa. Meu coração estava batendo no meu peito, minha respiração estava instável, e
meu sexo molhado e necessitado. O ouvi se arrastar atrás de mim, senti as mãos
vagueando até as minhas pernas, e minha pele formigava deliciosamente sob o seu
toque quente. Ele puxou minha saia para cima, ajuntou-a em torno de meus quadris,
expondo minhas costas para ele. Eu usava outro par de tangas sexy, ponto para
mim, e ele delicadamente as tirou de mim.

- Abra suas pernas. - ele ordenou.

Eu espalhei-as palmo a palmo, e essa descarga de adrenalina só se intensificou


enquanto esperava para o que estava por vir. Senti suas respirações nas minhas
coxas, e apertei meus olhos fechados, insuportavelmente ansiosa. Suas mãos se
estabeleceram em cada uma das minhas bochechas, e então senti a coisa mais doce.

Uma lambida longa e suave ao longo do meu sexo. Era quase demais. Eu
balancei, gemendo. Minhas mãos apertaram contra a mesa quando ele fez isso de
novo e de novo, me torturando com sua boca incrível. Esse foi o sexo oral mais
intenso da minha vida. Mudou-se deliberadamente lento, a um ritmo que
intensificou o sentimento. Tão experientemente, ele tirou meu prazer, sugando no
momento certo e com o tipo certo de pressão.

- Por favor, por favor... - eu implorei.

- Você quer gozar? - Ele perguntou com sua voz perigosamente baixa.

- Eu quero você dentro de mim em primeiro lugar.

Porque tanto quanto amava a ideia de gozar contra sua boca, queria ainda mais
gozar em torno de seu pau. Ele não perdeu tempo em pé, me posicionando contra
ele. Agarrando minhas coxas, ele se enfiou dentro de mim. Eu agarrei a aspereza, e
depois moí minha bunda contra ele. Ele rosnou em prazer e dirigiu-se dentro e fora
de mim, duro e rápido, enchendo-me, alongando-me, até que estava louca de dor e
prazer.

- Coloque seus braços atrás das costas. - ele pediu, com a voz rouca.

Quando fiz, ele agarrou os meus pulsos em sua mão grande, me fodendo duro
enquanto ele os prendia fortemente. A outra segurou minha bunda, e também fez
perder-me na minha busca por prazer, que não percebi o que ele faria sobre isso até
que aconteceu.

SLAP! Bem na minha bunda, fazendo meu sexo apertar mais apertado em torno
de seu pênis e dirigir mais gemidos febris de mim. A dor e o prazer se
transformaram, quando ele fez isso de novo, e o choque virou-se para
antecipação. Cada batida me levou para mais perto da fuga doce, e assim, quando
estava prestes a chegar ao pico, ele me puxou para fora da mesa, pressionando
minhas costas contra seu peito e esfregou o meu clitóris, enviando-me em linha
reta. Minha cabeça caiu para trás por cima do ombro e gritei. Ele abrandou para eu
sentir o prazer em toda a sua intensidade, e então ele chupou a minha garganta,
empurrando bruscamente apenas uma vez, duas vezes dentro de mim antes de
parar e gozar duro, amaldiçoando como sempre fazia.

Santa foda. Santa foda. Santa foda.

Sim, santa foda é certo, Sr. Borden.

Não houve constrangimento depois que ele saiu de mim neste momento. Ele
afastou meu cabelo de lado e arrumou a minha saia. Quando me virei para ele, ele
olhou para mim de uma forma que me deixou sem fôlego.

- Você é insaciável. - ele sussurrou, roçando levemente os dedos pela minha


bochecha. - Eu acho que estou um pouco ligado a essa boca e a esse corpo.

- Da mesma forma, o Sr. Borden.

Inclinando-se um pouco mais perto de mim, ele me beijou de leve na minha


boca e soltou: - Não foda outro homem enquanto estiver na minha cama, ok?

Olhando em seus sérios olhos azuis, ignorei o aviso em cima deles e assenti.

- Ok.

Dizer que somos muito pouco profissionais era um eufemismo. Borden me


fodeu todos os dias em seu escritório, durante toda a semana, e quanto mais ele me
levou, mais ansiávamos um pelo outro. Na primeira vez, ele foi áspero e duro, mas
com o passar dos dias, Borden aliviou-se em mim com uma crescente suavidade,
saboreando meu corpo lentamente, quando me puxava contra ele, beijando-me
através de meus orgasmos e me segurando para ele muito tempo depois.

Sexo com ele tinha crescido para algo diferente. Toda vez que ele me levou, algo
cresceu entre nós. Ele não quis reconhecê-lo, e pensei que estava na minha cabeça,
mas seus olhos falaram de um calor que foi reservado exclusivamente para mim, e
floresci para ele.

Eu estava inteiramente à sua mercê.


Eu estava fraca, e não me importei.

Eu deixei um homem mau entrar em meu coração, e não queria que o homem
mau o deixasse.
Vinte e dois
Borden

- Você continue olhando para mim assim, e vou transar com você novamente.

Seu rosto corou e ela voltou sorrindo para seu computador. Borden sorriu
também porque ela era contagiante. Ela ainda parecia uma confusão completa. A
palavra fodida parecia adequada a sua gata de rua.

Ele não tinha se cansado nem uma vez. Era desconcertante. Sua curiosidade só
cresceu, sua necessidade intensificada também, e ele estava se encontrando
desesperadamente impotente em sua companhia. Ele gostou da sensação dela em
torno dele. Seu corpo aquecia cada vez que ela gentilmente alisava os dedos sobre
seu cabelo depois que ele a fodia asperamente.

Ele poderia se acostumar a esse tipo de toque.

- Eu não tenho certeza que você pode ir para mais uma rodada depois de todo
esse esforço extenuante. - ela murmurou, digitando em seu teclado como se estivesse
ocupada. Mas ela não estava fodidamente ocupada.

- Não me teste, - alertou ele, sorrindo. - Este pau é capaz de ir um monte de


quilômetros nesse doce corpo.

Ela apertou os lábios com força, resistindo a outro sorriso.

- Sr. Borden, eu estou tentando trabalhar. Pare de me perturbar sexualmente.

Ele não pôde evitar o riso escapando de sua boca.

- É isso que eu estou fazendo?

- Sim, e você pode entrar em um monte de problemas.

- E quem você acha que vai querer se meter comigo, gata? Não há uma única
pessoa que não possa comprar.

Emma fez uma pausa.


- Há pessoas boas nesse mundo, você sabe.

- Eu gostaria de ser assim, ingênuo.

Agora, ela fez uma careta para ele.

- Cínico.

- Eu prefiro o termo realista.

- Sim, bem, foda-se o seu termo.

Aquela boca vulgar ia direto para o seu pau.

- Você está realmente pedindo por isso, não é?

- Eu não tenho ideia do que você está falando, - foi sua resposta atrevida. - E de
qualquer maneira, quando nós iremos levar o nosso caso para fora do
escritório? Imagine-se me espalhando em uma cama gigante. Tantas coisas que
podemos fazer nesse ambiente.

- Tentador.

- Faça-o então.

- Eu vou considerar isso.

Talvez.

Havia muito a considerar em ser aberto com ela fora do escritório. Ele já tinha
errado em transar com ela em seu lugar. Chamou de um momento de fraqueza,
embora ele tivesse que admitir que as imagens dela nua em toda a sua cama king-
size era além de atraente.

- Só isso? - Ela disse, suas sobrancelhas subiram. - Você vai considerar isso? Eu
não sei quanto tempo posso tomar ser dobrada sobre sua mesa. Não que não goste,
mas porra, Borden, não sou uma acrobata.

Ele ri da sua pequena briga.

- Venha aqui. - disse ele, apontando para seu colo.

Emma não se moveu por um momento, olhando para ele, cansada.


- Venha aqui, - repetiu ele. - Eu não vou morder.

Ela se levantou e moveu-se até ele. Ele pegou-a pelos quadris e a colocou sobre
seu colo, subindo seu vestido.

- Não, - ela retrucou, com as mãos sobre a dele. - Estou quebrada.

- Eu só estou tocando em você, boneca. Pequenos toques inocentes, eu prometo.

Ela hesitou, e depois o deixou, com um olhar de desconfiança embora.

Ele suprimiu um sorriso.

- Está vendo? Eu não estou fazendo nada. Por que você é sempre tão difícil?

- Pela mesma razão que você.

- Poder?

- Infância de merda.

Ele ainda avançou.

- O que faz você pensar que tive uma infância de merda?

- Você cresceu no meu lado dos trilhos. Não há necessidade de elaborar mais.

Ele franziu a testa, porque ela estava certa.

- Pensei que sua avó tivesse lhe dado uma boa vida.

- Ela fez o que podia, mas sempre fui desviada.

- Por causa da sua mãe?

Emma expirou lentamente, franzindo o cenho para ele.

- Você passou por todas as partes da minha vida, não é?

Ele balançou a cabeça, lentamente.

- Eu já te disse que fiz.

- Então você sabe o que ela fez.


- Sim.

- Bem, aquilo me bagunçou bastante, e não era uma garota muito boa.

Ele riu levemente.

- Nem era eu.

- Não? O que fez de você um pequeno merda?

- Meus pais me expulsaram aos quinze anos. Não posso dizer que deram a
mínima para mim alguma vez, então depois desse abuso, era uma espécie de alívio
estar fora de lá.

Em vez de olhar para ele com simpatia, seus olhos endureceram com raiva.

- Que bando de idiotas.

- Sim.

Ela esperou que ele dissesse mais, mas Borden não tinha falado sobre essa parte
de sua vida desde... Bem, nunca. Nem mesmo com Kate.

- Você sabe quão desesperador isso parece, certo? - Ele perguntou-lhe


calmamente, procurando por seu entendimento.

Ela assentiu solenemente.

- Sim.

- É por isso que eu vendia drogas aos dezesseis anos. Eu não poderia viver nas
ruas de outra forma. Eu era rebelde. Muito fodido. Agarrei-me a algum material
duro, também. Pensava que tomar as drogas iria me ajudar a lidar. Acho que estava
procurando alguma coisa para corrigir quão quebrada minha vida era.

- E as drogas fizeram isso?

- Sim, elas fizeram. Quando você cresce tão pobre, tão sozinho e isolado, tão
degradado pelas pessoas que são destinadas a amá-lo, quando você é libertado para
o mundo, você encontra maneiras de esquecer tudo isso. Ficando alto funcionava.

Ele não tinha percebido o quão duro ele estava segurando suas coxas até que
olhou para elas. Imediatamente aliviou suas mãos e respirou fundo. Que porra ele
estava fazendo falando sobre essa merda? Não era importante. Era tudo água
debaixo da ponte.

- Eu sei o que você quer dizer. - ela disse simplesmente, e foi isso. Nenhuma
palavra de simpatia, nenhum consolo, só compreensão. Puro e real entendimento
que ele imediatamente sentiu, e era uma sensação agradável, como estar sem peso,
sem essa pressão extra em seu peito.

Porra, essa garota... Ela era algo mais. Ele não conseguia afastar o sentimento
nesse momento. Apenas perfeição. Real perfeição, não o tipo fantasiada.

Emma se inclinou para frente e gentilmente o beijou. Toda a tensão em seu


estômago secou em seu toque suave, e ele passou um braço em volta da cintura e
beijou-a de volta. Languidamente, ele percorria sua boca, acariciando sua língua,
tendo seu sabor único que o excitava como nada mais.

Ela levemente revirou os quadris contra ele, e sua respiração ficou pesada. Ela
queria mais dele. In-porra-crível.

Ele apertou a sua bunda, pronto para outro rolar de quadril quando a porta do
escritório de repente empurrou aberta. Borden arrancou de sua boca e olhou por
cima do ombro. Hawke entrou em cena, olhando com urgência para ele com uma
careta torcida.

- Borden, - ele disse bruscamente. - nós temos um problema.

A mão de Borden ainda estava em sua bunda quando ele disse, entre dentes,
com impaciência: - Qual é o problema?

Hawke olhou entre ele e Emma, desagrado claro em seu rosto.

- É um assunto privado.

- Fale.

Emma tentou puxar para trás, mas o aperto de Borden aumentou. Ela não ia a
lugar nenhum. Hawke iria em breve e, em seguida, ele estaria dentro desse mesmo
calor mais uma vez. Evidentemente, ele não estava pensando em linha reta.

- Nós encontramos um homem tentando entrar no clube, - explicou Hawke. -


Disse que estava desarmado então o peguei e, revistei cuidadosamente para ter
certeza. Ele tinha uma arma em sua maldita cueca. Coisa realmente desagradável.
Assustada, Emma olhou para Borden com a boca aberta. Borden não estava
prestando atenção nela. Ele estava olhando fixamente para Hawke, mil perguntas
inundando através dele. Um brilho de raiva que ele surpreendentemente não tinha
sentido em um tempo começou a surgir.

- Algum idiota pensou que poderia passar pelos meus homens com uma arma
com ele. - ele murmurou e seus olhos endureceram. - Ele está delirando?

- Ele não está falando. - Hawke respondeu de forma uniforme, lutando contra
sua própria raiva.

- Ele vai falar para mim. - Borden disse calmamente. Era forte, mas ele não
estava disposto a enfurecer-se com Emma no meio. Ela estava começando a
realmente importar para ele, e a última coisa que ele precisava era tê-la chateada
com ele.

- Você vai cuidar dele, então. - Hawke não estava pedindo. Ele já sabia que
Borden faria.

- Sim, eu estarei lá.

Hawke saiu, e o silêncio varreu a sala. Emma estava olhou para Borden,
questionando.

- O que você vai fazer? - Ela perguntou a ele.

Borden não olhou para ela quando se sentou em sua cadeira e gentilmente a
moveu. Ele pegou as chaves fora da mesa, exalando.

- Eu vou cuidar dele, Emma.

Ela engoliu em seco, de pé diante dele.

- Não... Não o machuque, Borden.

- Não machucá-lo? Aquele homem estava vindo para me ferir. Se ele tivesse me
encontrado vulnerável, eu estaria comendo uma bala.

- Mas ele foi capturado. Tenho certeza que vai estar assustado agora.

- Não seja ingênua. Eu faço uma dúzia de inimigos por dia. Não posso me dar
ao luxo de deixar um deles ir.
- O que você vai fazer, então?

Borden apenas olhou para ela.

Seus lábios tremeram.

- Borden, não o mate.

- Eu não vou. - Borden mentiu.

Ela percorreu suas feições, tentando ver através de sua fachada. - Isso não é
verdade, não é?

Levantou-se, não respondendo. Ele enfiou as chaves e o isqueiro no bolso e foi


em direção à porta.

- Borden? - Emma pressionou atrás dele.

- Os que estão no topo são sempre os piores, Emma, - ele simplesmente disse a
ela assim que abriu a porta. - Mas você já sabia disso.

Ele a olhou por cima do ombro direito antes de sair.

A imagem dela enterrando o rosto em suas mãos o assombrou.

O homem estava em má forma, antes mesmo que eles tivessem batido nele.

Hawke havia entregado a arma a Borden. Era uma arma agradável, um Heckler
e Koch USP 13 , certamente não foi barata. Ele disse a Borden que estava
provavelmente em seus cinquenta anos, com boa saúde, e vestido com um terno
agradável.

- Definitivamente não é um drogado, - explicou ele, perplexo. - Mas você


poderia dizer que ele teve um monte de bebida.

Tinham-no trazido para um dos armazéns abandonados de Borden,


quilômetros para fora da cidade, em uma pequena terra isolada. Ele não tinha
estado neste local por um tempo muito longo. Ele deveria ter sabido que era apenas
uma questão de tempo antes que um desses idiotas tentasse ganhar dele.

13
Pistola semiautomática fabricada pela empresa Heckler & Koch.
De longe, Borden olhou para o homem. Em seu rosto barbudo e cabelo
despenteado emaranhado loiro/cinza. Ele estava de joelhos, com as mãos amarradas
atrás das costas, olhando para o espaço como se já tivesse feito a sua paz. Hawke
entregou a Borden sua arma, e ele foi até onde o homem estava.

- Uma arma na sua cueca, - Borden observou entediado, aproximando-se dele. -


Eu gostaria de poder dizer que era novo, mas estaria mentindo.

Borden parou na frente dele, e os olhos do homem piscaram para ele. O


segundo que Borden encontrou aqueles olhos verdes, seu sangue gelou
instantaneamente. Todo o seu corpo paralisou, e sua respiração parecia que tinha
sido nocauteada dele.

Não. Isso não era possível. Certamente ele estava tendo alucinações.

Ele piscou com força, tentando alcançar a realidade. Borden podia ver muito
dela neste homem, isso quer dizer...

O homem riu ironicamente. - Qual é o problema, Marcus? Parece que você viu
um fantasma.

Borden deu um passo para trás desequilibrado, piscando rapidamente para o


pai de Kate. - Eu não entendo.

- Você entende perfeitamente. - ele respondeu.

Borden tomou algumas respirações. - Você não deveria ter feito isso, Doug.

- Eu deveria apenas deixá-lo viver, então? Você matou a minha filha. Eu não
acho que deixarei isso ir. Nada vai enterrar o passado. Sempre irá encontrá-lo,
Marcus, e ele vai fazer você pagar.

- Eu ainda estou pagando.

- Bem, você precisa pagar com seu sangue. Você não merece viver. Você é um
monstro! Minha menina bebê ainda estaria viva se você nunca mais tivesse
voltado! Nossas vidas estão quebradas. Sempre e para sempre!

- E o que uma bala na minha cabeça vai fazer Doug? Torná-lo melhor?
- Talvez. Talvez não. Não me importo tanto. Não posso estar neste mundo
sabendo que você ainda está respirando o mesmo ar que eu quando deveria ser
ela! Eles deveriam ter ido atrás de você! Por que eles não vieram atrás de você?

- Eu não sei.

- Você não sabe?

- Eu estava tomando seu território, e eles queriam me assustar.

- E eles mataram minha filha! - Doug gritou em sua raiva, seu rosto pálido
vermelho girando. - Monstros como você, eles a estrangularam e a deixaram como
lixo!

Borden disse entorpecido.

- Eu encontrei os dois homens que tomaram a vida de sua filha, e os fiz sofrer.

- E sobre o meu sofrimento? Ou minha esposa? Você nunca vai aliviar a nossa
dor.

- Você acha que não estou sofrendo muito? - Borden interrompeu, erguendo a
voz. - Você acha que não lamento por sua filha todos os dias? Que não me culpo? Eu
a amava, Sr. Davenoth, e desejava que fosse eu em vez disso. Sei que não mereço
estar aqui, e se pudesse escolher, ela estaria aqui em vez de mim. Eu pegaria o pior
tipo de morte apenas para fazer isso acontecer. Venderia minha alma ao diabo porra,
se ele pudesse fazê-lo acontecer, mas isso nunca vai acontecer, porra, e não posso
mudar o passado não importa quantas vezes me culpe por isso.

Doug não esperou a resposta de Borden. Ele ficou imóvel, seus olhos com
bordas vermelhas. Ele estava vulnerável e quebrado, Borden percebeu, e, na sua ira
pela justiça, ele fez algo que nunca teria feito. Agora ele estava olhando de modo
vazio para a arma na mão de Borden, de repente sóbrio. O aperto de Borden sobre a
arma aumentou e ele balançou. Ele geralmente ficava calmo nestas situações.
Geralmente, não havia nenhum sentimento envolvido. Mas isso foi quando seu
mundo era preto e cinza.

Não era preto e cinza mais.

Estava cheio de fodidas cores novamente.


E quem tinha que ficar na frente dele agora para sacudi-lo ainda mais? Nada
mais do que o pai da mulher que ele tinha amado antes de sua morte prematura.

- Sinto muito. - Borden sussurrou para ele, a dor presente em sua voz.

Doug tentou o seu melhor para olhar para ele, mas mesmo sob o ódio cru,
Borden só podia ver a dor. Nunca lhe ocorreu que ele não era a única pessoa
colocando uma fachada, fingindo ao mundo que ele era impenetrável. Doug estava
sofrendo mais do que ele estava. Ele tinha provado apenas um curto ano na vida de
Kate, e mesmo nesse curto espaço de tempo ela tinha deixado uma marca
permanente na sua alma. Mas seu pai... Ele a teve por toda a sua vida.

Ele tinha visto seu bebê se tornar uma mulher. Seu sofrimento era inimaginável,
em comparação com o de Borden.

Eles não eram apenas duas almas irritadas conflitantes. Eram duas almas
sofrendo, e eles reconheceram-se nesse momento. Doug olhou para longe dele e
olhou para o chão sujo, seus ombros levantando para cima e para baixo enquanto ele
soluçava.

- Eu sinto falta dela! - ele gritou sem fôlego. - Eu sinto falta dela, isso é tudo. Eu
só sinto falta dela.

Os olhos de Borden tristes. Ele soltou um suspiro trêmulo.

- Sim.

Ele sentia falta dela também. Sempre.

- Eu fico pensando o que eu poderia ter feito de forma diferente. Eu era muito
duro com ela. A reprimia.

- Você a amava, - disse Borden. - Ela sabia disso.

Doug continuou tremendo, um homem reduzido a isso era difícil para Borden
assistir.

- Você não pode deixar que isso aconteça novamente, - Doug disse, em
seguida, olhando para ele. - Você não pode.

Borden ficou imóvel.

- O que você quer dizer?


- Todo mundo fala, Marcus. Todos sabem sobre a menina.

Ele olhou para o lado e para baixo para o chão. - É por isso que você fez isso,
Doug? Tentou me silenciar porque você acha que vai acontecer de novo?

- Vai. - Doug devolveu. - Acontecerá, Marcus. Você tem muitas pessoas que
querem você morto. Pessoas comuns. Isso vai acontecer.

Ele não respondeu.

De repente sobrecarregado e emocionalmente cru, ele apertou os dentes e se


afastou. A testa de Hawke franziu quando Borden se aproximou.

- Deixe-o ir, - Borden instruiu simplesmente, tentando manter o seu nível de


voz. - Não é ele mesmo. Ele bebeu demais.

- Pai de Kate ou não, bêbado ou não, suas intenções eram matar você, - Hawke
retrucou com raiva. - Você não pode deixá-lo respirar mais um minuto.

Borden respirava pesadamente, tentando colocar seus pensamentos em ordem,


mas ele sentia como se um laço tivesse se envolvido em torno de seu pescoço. Ele
olhou para Doug, e depois para o rosto de pedra frio de Hawke. As paredes ao seu
redor começaram a se aproximar, e ele foi para fora do armazém, andando para lá e
para cá.

Uma torção aguda no centro de seu ser começou e ele caiu de joelhos. Agarrou
seu cabelo e puxou-o em frustração antes de arrastar as unhas pelo seu rosto. Mas,
mesmo a dor não removeu a que estava dentro dele. Tudo o que ele via era o rosto
morto de Kate. Ele não conseguia sequer olhar para trás em um momento em que
ela estava sorrindo, não depois de testemunhar seu rosto sorridente olhar para ele
sem vida. Seus dedos cavaram no chão, e seus olhos continuaram a arder com
lágrimas não derramadas. FODA-SE PORRA! Por que ele nunca poderia apenas
chorar por ela? Por que as lágrimas não caiam?

Ele nunca teria visto aquele rosto se não tivesse retornado. Ela teria estado
viva. Doug estava certo. Ele estava fodidamente certo sobre tudo.

Borden era um monstro e ele merecia morrer.

- Ele não pode viver, - Hawke disse atrás dele. - Você sabe disso também,
Borden. Todos os homens sabem sobre ele vir aqui. Como eles vão respeitá-lo se
você não colocar este homem no chão por tentar matar o homem mais poderoso em
New Raven?

Borden olhou para o céu, como se estivesse esperando por ele lhe oferecer
respostas para esta situação fodida.

- Não é pessoal, - Hawke continuou. - Apenas faça e nós cuidaremos do resto.

Borden exalou lentamente e levantou-se. Sentia-se como um homem despojado


de sua armadura. Se ele fizer isso, em seguida ele será menor do que a porra da
escória que matou Kate.

E ele era?

Ele se virou, e acenando para Hawke, caminhou de volta para o armazém.


Vinte e três
Emma

Aqueles que estão no topo são sempre os piores, Emma. Mas você já sabia disso.

Eu estava abalada com as palavras dele. Passei o resto do dia tentando entender
o homem com quem trabalhei por meses. Tentei imaginá-lo como o vilão que ele
retratou ser, e me assustou quando rompi em lágrimas. Porque ele realmente era, e
nenhuma quantidade de humaniza-lo iria mudar isso.

Então, por que não paro de sentir menos por ele?

Borden não estava no escritório no dia seguinte.

Na verdade, ele não apareceu o resto da semana. E na semana seguinte.

Foram nove dias sem Borden.

Era uma agonia absoluta. Eu sofri. Seriamente sofri. O escritório parecia tão
vazio. Meu coração sentia-se frio. Eu estava ansiando por ele. O que teria feito ele
simplesmente desaparecer assim? Um dia durante o almoço tentei perguntar a
Hawke onde ele estava, mas o idiota deliberadamente me ignorou, dizendo-me que
não era meu negócio. Nem mesmo Mustache Man se mexeu quando implorei por
alguma informação.

Era apenas uma merda. Senti cada minuto de cada hora passar, e depois fui
para casa, infeliz e confusa com as minhas emoções.

Era só... Eu tinha estado em torno daquele homem sem parar durante semanas
a fio. Ele encheu tanto do meu dia. Não era justo que não desse a mínima para mim,
e eu estava pendurada por um fio, procurando por seu paradeiro, como se
importasse para minha próxima respiração.

Pena que não ia pelos dois lados.

Era sexta-feira à noite e tinha acabado de voltar das compras de


supermercado. Mustache Man tinha generosamente me ajudado a trazer as sacolas
para o meu apartamento e saiu. Eu estava no processo de colocar as coisas fora
quando ouvi uma batida na porta.

Olhei para o relógio, 18h40m. Era meio tarde, mas não estava esperando
ninguém, e certamente não conhecia ninguém neste edifício. Peguei meu canivete da
minha bolsa e deixe a lâmina abrir. Eu cautelosamente caminhei até a porta,
esforçando-me para ouvir os sons.

- Emma, sou eu.

Borden.

Meus ombros caíram em alívio e meu coração pulou uma batida com sua
voz. Eu rapidamente destranquei a porta. Abrindo-a, o vi ali de pé, jeans e uma
camiseta preta lisa, com os braços contra a porta. Por um breve segundo, senti como
se tivesse sido injetada com a vida novamente. Calor inundou meu sistema e, em
seguida, ele caiu para o outro lado de mim, o lado que questionou por que ficaria
feliz com um homem que não me disse que ia estar ausente por tanto tempo.

- Onde você estava? - Eu exigi com raiva.

- Você vai me deixar entrar? - Ele respondeu, calmamente.

- Responda-me em primeiro lugar.

- Deixe-me entrar em primeiro lugar, ou me apunhale com sua faca. Sua


escolha.

Eu endureci e olhei para minha lâmina aberta. Merda. Fechei-a rapidamente e


alarguei a porta para ele. Não precisava ser infantil e deixá-lo fora. Ele entrou,
roçando-me.

Deus, ele cheirava bem. Esse cheiro era a sua assinatura, e eu estava morrendo
por ele durante dias.

- Onde você esteve Borden? - Eu repeti, fechando a porta e voltando-me para


ele.

- Eu tinha algum trabalho para fazer ao redor. - disse ele vagamente.

- Eu não te vi em quase duas semanas.

- Eu sei.
Eu fiz uma careta em sua voz indiferente. - Por que você não me disse que
estava se afastando?

- Será que isso importa agora? Eu estou aqui.

- Sim, isso importa! Você precisa me dizer, caramba. Onde você estava?

Ele se virou, olhando para mim com a testa franzida. - Por que tenho que lhe
dizer onde eu estava Emma?

- Por que...

- Porque o quê? - Ele apertou e seu rosto escureceu. - Pelo que sei você é minha
empregada e sou seu chefe, e não tenho que lhe dizer merda.

Cruzei os braços, sentindo-me mais irritada do que antes. - Eu não sou apenas
sua empregada e você não é apenas meu chefe.

- Não? - Ele se inclinou para frente, olhando-me duro. - Então o que sou
Emma? Esclareça-me.

- Você é um homem que vem ao meu apartamento, porque você me quer. Caso
contrário, não estaria aqui.

Ele não respondeu. De repente ele estava muito chateado e sob a terrível
iluminação fraca, eu tomei conhecimento das bolsas pretas sob seus olhos. Ele
passou a mão pelo cabelo e de repente mudou-se para frente da porta. Eu
rapidamente fiquei em seu caminho.

- Não, - eu disse a ele. - Não venha e depois decida sair quando você percebe o
que está acontecendo entre nós.

- Não há nada acontecendo entre nós. - ele agitou-se.

- Mentiroso.

De repente, ele agarrou-me firmemente ao redor dos ombros, me sacudindo


enquanto dizia entre dentes. - Você quer saber onde estive? Fiquei me perguntando
o que diabos deveria fazer com você. Não sei se te demito ou te fodo.

- Você não vai me demitir. - retorqui, olhando para ele com certeza. - Você me
quer e não apenas meu corpo, mas a mim. Admita.
- Você está delirando.

- Não, apenas não tenho medo de você.

Seus olhos se estreitaram. - Então você é uma idiota, Emma.

- Bom. Se ser uma idiota significa estar com você, então vou abraçá-lo.

Ele me soltou, olhando para mim como se eu tivesse enlouquecido, mas eu não
tinha. Estava apenas admitindo algo que ambos sabíamos por um longo tempo.

- Então deixei isso ir longe demais. - ele murmurou baixinho, quase para si
mesmo.

- Porque você queria. - eu respondi, apertando-o a admitir isso. - Não aja como
se eu fosse a única louca aqui. Você queria levá-lo longe porque gostou de como é
bom sentir.

Ele não respondeu. Parecia que estava desesperado por uma fuga. Ele olhou por
cima do ombro e na porta e, em seguida, para mim novamente.

- Não vá. - Balancei a cabeça. - Você não é o tipo de homem que corre.

Jesus, o que tinha acontecido com ele? Ele parecia completamente fora de si,
como se sua guarda tivesse caído. E com raiva. Muita fodida raiva.

Em vez de ir, ele se virou e se afastou. Eu o assisti desaparecer na sala, fechando


a porta violentamente como se fosse dono do lugar.

Eu estava instável e ansiosa. Olhei para a porta por algum tempo, sem vontade
de me mover até que o meu ritmo cardíaco se acalmasse. Então deixei escapar um
suspiro e fui até ele. Eu abri a porta do quarto em silêncio e encontrei-o sentado na
beira da minha cama, no escuro, com os cotovelos em cada joelho, olhando para o
chão. Eu me movi até ele e me ajoelhei na sua frente, olhando em seu rosto sem
expressão, que eu sabia que era uma fachada. Ele estava escondendo suas emoções,
o que ele era tão bom em fazer.

- Borden, - eu sussurrei, suavemente. - Fale comigo.

Seus olhos brilharam nos meus. Havia hesitação lá. Ele não estava preparado
para falar, e isso era estranho tudo por conta própria. Eu nunca tinha visto ele
despreparado com praticamente nada.
- Eu não sei o que fazer com você. - ele finalmente murmurou, parecendo
perdido.

- O que você quer dizer?

- Quero dizer, você está ficando sob a minha pele, Emma.

Minha mão alcançou seu rosto, e eu acariciava sua bochecha. Ele fechou os
olhos com o meu toque. - Talvez isso seja uma coisa boa. - eu disse.

Ele balançou a cabeça. - Não, não é. Eu não deveria trazer alguém pra perto de
mim.

- Por quê?

Ele abriu os olhos, olhando seriamente para mim.

- Você sabe por quê.

Kate.

- Eu estou tão cansado de estar no controle de tudo, - ele continuou com sua voz
cada vez mais dura. - Estou tão cansado de ser desta forma. Doente de estar no
topo. Doente de estar sozinho. Doente de suspirar por uma mulher que sei que vai
se machucar no final.

- Eu não vou me machucar. - eu salientei calorosamente.

- Há um monte de gente lá fora que vai tentar prejudicá-la, Emma. Você quer
acabar morta, seu corpo no rio, colocada lá apenas para que eu possa mergulhar e
puxá-la para fora?

Eu engoli o caroço na minha garganta. - Isso não vai acontecer.

- Como você sabe disso?

- Porque você cuidará disso e eu também.

Ele não parecia convencido, balançando a cabeça, irritado.

- Eu não sou macia, - acrescentei, irritada com a sua dúvida. - Já cuidei de mim
mesma através de um inferno de um lote em minha vida curta, Borden, e a única
pessoa que já chegou até mim é um homem que tem grande prazer em ser um
idiota. No fundo, nós somos o mesmo. Nós viemos do mesmo lugar. Ambos
carregamos cicatrizes semelhantes e temos sofrido. Você não tem o direito de dizer o
contrário.

- E o que acontece se você estiver errada? Se eu trazê-la para o meu mundo e te


chamar de minha, eu estou fodido. Como as drogas, Emma, eu travo. Você não
precisa ir, eu não iria deixá-la.

Dei-lhe um sorriso triste. - Assim é a vida. É uma aposta. Assumimos riscos


para que, no outro lado, ela possa significar alguma coisa.

Ele rasgou longe de meus olhos e baixou a cabeça. Ele correu as duas mãos pelo
seu cabelo, exalando em voz alta. - Eu nunca quis estar nesta posição novamente,
mas não consigo tirar você da minha cabeça do caralho. Eu não posso respirar sem
pensar em você, e eu... Eu sinto culpa por isso.

- Por que culpa?

- Porque me reservei para ela.

Eu balancei a cabeça lentamente, reconhecidamente com um pouco de inveja


desta admissão, embora entendesse que era errado me sentir assim. Apertei minhas
mãos sobre as dele e trouxe-as longe de sua cabeça. Inclinando-me mais perto,
esfreguei nele, em busca de sua boca. Ele levantou a cabeça para mim e o beijei
suavemente.

- Não há problema em se sentir assim, - eu o tranquilizei. - Eu não estou


pedindo para você me amar como você amava Kate. Inferno, não estou pedindo que
você me ame em algum momento. Eu só estou pedindo que você dê um passo
adiante comigo e talvez algo de bom virá.

Seus olhos azuis procuraram os meus, e pela primeira vez, ele parecia
ilegível. Com esse leve sorriso no meu rosto, ele não podia ver que estava sofrendo
no interior. Eu estava apaixonada por ele, e naquele momento, não acho que era
possível que ele sentisse o mesmo que eu.

Por que eu estava bem com isso?

- Você está certa que é isso que você quer? - Ele perguntou, olhando-me com
cuidado. - Porque eu juro por Deus porra, o segundo que você disser que sim, estou
arrumando suas coisas e levando-a para o meu lugar.
- Eu fiz bem cuidando de mim mesma, você sabe.

- Não gosto disso. Eu não posso me dar ao luxo de escorregar outra vez,
Emma. Se alguém chegar até você... De maneira nenhuma. Preciso ser capaz de ter
domínio sobre você a qualquer momento que precisar. Não posso mais deixar você
ser cuidada apenas por Graeme.

Eu sorri. - Ele mora em seu carro? É por isso que o vejo em todos os lugares?

- Não, mas tenho certeza que ele dorme lá. Ele é protetor com você, você sabe.

- Por quê?

Borden deu de ombros. - Apenas é. Eu não sei. Ele não vai deixar ninguém
tomar o seu lugar, mas eu entendo, porque você é porra viciante, por isso não é
nenhuma surpresa que ele é viciado em olhar para você.

Mordi o lábio inferior. - Você é viciado em mim?

- Não seja obtusa. O segundo que ouvi seu nome, estava em você num piscar de
olhos.

Eu levantei uma sobrancelha questionando. - Por que quando você ouviu meu
nome?

- Talvez tenha soado bonito.

Revirei os olhos. - Desculpa de merda, mas boa tentativa. Então agora fale.

Ele não respondeu por um momento, em silêncio deliberando com ele sobre
algo. Tentei pensar no que meu nome tinha a ver com qualquer coisa, e
absolutamente falhando. Havia zero razão, pelo menos, que eu conhecia.

Lambendo seu lábio lentamente, ele finalmente sussurrou: - Você me disse uma
vez... Ajuda é para os fracos.

Eu fiquei silencio.

O quê?

- Eu não entendo. - eu respondi lentamente, mas lá no fundo, meio que fiz. Meu
cérebro estava fazendo conexões, conexões importantes, agarrando momentos na
minha vida que tinham significado algo para mim.
Ele esperou que reconhecesse, mas simplesmente balancei a cabeça. Não. De
jeito nenhum. Eu precisava ter mais certeza.

- Gata de rua. - eu sussurrei para mim mesma, então apenas outra memória
passou pela minha mente. Eu tinha perguntado com muita frequência porque ele me
chamava assim, e agora...

Que porra é essa que você tem feito toda a noite, gata de rua?

- Foi você? - Eu perguntei, ainda pisando com cuidado, porque poderia ter
estado errada, embora o meu instinto disse-me que não estava.

Ele sorriu suavemente. - Sim, era eu, e você certamente não era uma flor
delicada, não é?

Eu não respondi. Quase não acreditei. Ele parecia em nada com o cara que
imaginei na minha cabeça naquela noite. Ele tinha sido tão escuro, e eu tinha ficado
tão abalada e com medo, nunca tinha tido tempo para ter um bom olhar para o
homem que me salvou.

Quais eram as chances? Era quase impossível pensar que o homem era Marcus
Borden, alguém que sempre conheci de longe e nunca tinha percebido que tinha
roçado em algum momento da minha vida.

- Por que você está chorando? - Ele perguntou suavemente, correndo o dedo na
minha bochecha.

Eu nem sabia que estava.

- Estou chocada, - respondi-lhe em voz baixa. - Eu mal posso acreditar. Eu


pensei muito em você depois daquele momento. Quando vim a meus sentidos, me
dei conta de que lhe devia os meus agradecimentos, mas sabia que nunca seria
capaz de dizê-los, porque não sabia quem você era. Eu nem sequer me lembro como
se parecia. Como você se lembra de mim?

Seu sorriso alcançou os olhos e foi a primeira vez que vi um sorriso tão
verdadeiro sobre ele. - Porque como eu poderia esquecer esses olhos?

Deus, ele não poderia dizer coisas como essa e ainda não ter-me tropeçando em
mim mesma. Meu coração explodiu no meu peito.
Ele pegou meu braço e me puxou para ele, silenciando meus pensamentos com
o toque dos seus lábios. Macio e gentil, ele aprofundou-o, acariciando a minha
língua com a sua. Explorando-me, desemaranhando-me, tudo a partir de um
simples beijo. Ele passou os braços em volta de mim e me puxou para cima da cama,
me deitando de costas. Ele estava metade sobre mim, languidamente provando-me,
enquanto sua mão lentamente se aventurou para o lado do meu corpo.

Não havia nada rude sobre tudo isso. Seus toques leves fizeram meu corpo
mais consciente do que ele estava fazendo, e meu pulso se acelerou. Eu respirei mais
duro contra sua boca, meus punhos cerrados na sua camisa, enquanto sua mão
arrastou ao longo do cós do meu pijama.

- Borden... - eu choraminguei, assim quando ele deslizou por baixo, levemente


roçando meu sexo.

Ele se afastou e olhou para mim, seus olhos quentes, cheios de cobiça. Ele me
olhou com cuidado, seus movimentos aceleraram e eu fechei os olhos.

Com outro beijo leve, ele sussurrou contra os meus lábios.

- Marcus. Você pode me chamar de Marcus, ok?

Eu balancei a cabeça, beijando-o de volta. Carregados, rasgamos as roupa à


parte e ele se estabeleceu entre as minhas pernas, aqueles beijos tornando-se mais
profundos e duradouros. Apoiando-se em seus braços, ele manteve o seu peso fora
de mim, deslizando sua ereção para cima e para baixo no meu sexo. Eu balancei, e os
meus dedos percorreram suas costas musculosas, parando em sua bunda. Segurei-o
ali, e puxei-o para baixo para mim, amassando os dedos em sua carne,
silenciosamente implorando-lhe para me levar.

Segurando seu comprimento com uma mão, ele lentamente guiou-se em mim,
este suave olhar eufórico em seu rosto. Ele empurrou para dentro, deslocando-se um
centímetro de cada vez, e eu calei, saboreando o sentimento.

- Você sempre parece tão bem pra caralho. - ele murmurou contra os meus
lábios, escovando-os suavemente enquanto olhava para mim. - Não há caminho
para longe de mim depois disso, Emma. Sim?

Eu balancei a cabeça. Eu sabia o que ele não estava dizendo em voz alta. Ele ia
fazer amor comigo, e depois disso, meu destino estava selado. Eu pertenço a
Marcus, e isso não me incomodava em nada. Porque ele também pertencia a mim.
Ele empurrou dentro e fora, movendo os quadris em movimentos circulares e
os movimentos esfregaram contra meu clitóris inchado, enviando faíscas deliciosas
diretamente através de mim. Ele enterrou o rosto entre meu ombro e pescoço, sua
respiração quente fazendo cócegas na minha pele, quando ele enterrou-se dentro de
mim, gemendo cada vez que me enchia.

Segurei-o com força, cravando minhas unhas em sua bunda, quando explodi,
tremendo debaixo dele. Ele levantou a cabeça e olhou para mim, com o rosto
radiante com admiração e prazer. Ainda movendo-se com ternura, o assisti se
desmanchar, e o beijei, engolindo seus gemidos quando ele gozou dentro de mim.

Depois, ele deitou a cabeça no meu peito, e acariciei seus cabelos. Ele me
segurou como se eu fosse sua âncora, esse aperto que enviou pequenos choques
direto ao meu coração.

Ele queria ser cuidado.

Eu não sei como percebi isso então, mas eu senti. Ele queria o amor de uma
mulher. Afinal de contas, foi por que ele voltou para esta cidade em primeiro
lugar. Para amar e ser amado.

Mais ou menos como eu, e cada pessoa que cresceu sentindo-se


abandonado. Pude ter fingido ser impenetrável, com a minha independência, de
alguma forma apagando as necessidades que tinha enterradas dentro da minha
alma. Mas Marcus mudou tudo isso. Ele cavou debaixo das minhas camadas e me
fez perceber que não tinha problema em ser vulnerável.

E enquanto ele ainda era um mistério em muitos aspectos, e ainda havia muitas
questões remanescentes em torno de nós, eu estava disposta a esperar por respostas
para cada uma delas. Nenhuma delas sequer importava para mim neste momento.

A verdade era que eu... Eu acho que o amava.


Vinte e quatro
Borden

Ele nadou nas águas.

Ainda estava vermelho e ainda tinha gosto de sangue.

Como de costume, Kate estava flutuando à distância, seu cabelo loiro


balançando em todas as direções. Ele nadou até ela, mas seu coração não se sentia
tão mal desta vez. Não havia dor como uma faca, nenhuma tristeza enrolando-se em
torno de seu coração. Havia propósito em seus movimentos. Havia uma vivacidade
que ele não tinha sentido em anos. Ele estava nadando rapidamente, como se chegar
a ela terminaria este pesadelo de uma vez por todas. Ele só sabia que esta seria a
última vez que a via.

Em vez de se afastar, ela estava se aproximando.

E, pela primeira vez, ele chegou com a mão para ela e passou os dedos em torno
de seu braço. Ele quase se sentiu feliz. Finalmente está acabado, ele poderia seguir
em frente e colocar Kate para descansar. Ele sorriu, pegando seu rosto em suas mãos
e virando-o para ele. Mas o que ele viu em vez o sacudiu. Ele cambaleou para trás,
os olhos bem abertos, com o coração batendo mais duro dentro de seu peito.

Isso não faz sentido.

Suas sobrancelhas se juntaram, e uma sensação ruim invadiu seu interior. A dor
voltou mais feroz do que antes, apertando ao redor de seu pescoço como um laço,
até que ele estava ofegante.

Não era cabelo louro balançando nas águas.

Ele era negro.

Não eram olhos verdes olhando-o sem vida.

Eram marrons.

Kate não estava morta, balançando nas águas sangrentas.


Era Emma.

Não. Não. Não. Não.

Isso não era real. Ele disse a si mesmo uma e outra vez, mas ele não podia olhar
para longe dela. Ele não conseguia acreditar que isso não era realidade. Sentia como
se fosse. A dor era muito real, muito fresca.

Acordar já não era a parte mais difícil. Era a melhor.

Marcus abriu os olhos e imediatamente olhou ao redor do quarto escuro. Ele


estava coberto de suor e... Braços. Ele agarrou os braços e seguiu-os para o pequeno
corpo enrolado contra seu lado.

Com a mão trêmula, ele afastou os fios de cabelo sobre o rosto de Emma e olhou
para ela. Ela estava respirando. Ela estava bem. Ela estava...

Ele sentou-se e correu as duas mãos sobre seu cabelo. Isso parecia tão real. Ele
pensou que era real. Ele cobriu o rosto com as palmas das mãos e focou em sua
respiração. Ele respirou fundo, dizendo a si mesmo uma e outra vez, que era a porra
de um pesadelo. Nada mais.

Sim, não havia nada para se preocupar.

Tudo estava bem.

Ele iria protegê-la. Ele nunca baixaria sua guarda.

Ele acenou para si mesmo.

– Sim. - ele sussurrou. Ele tinha isso. O futuro era brilhante com ela nele. Ele
não era um vazio negro e cinza. Ele não sentia apenas raiva e dor.

Ele sentia todo o resto também.

Um zumbido soou, quebrando-o de seus pensamentos.

Seu telefone.

Alguém estava enviando mensagens de texto às duas da manhã, o que


significava que havia uma porra de emergência.
Ele rapidamente se inclinou sobre a borda da cama e pegou a calça jeans do
chão. Cavando no bolso, ele tirou seu telefone e bateu na tela. Seus olhos correram
sobre o texto e todas as suas autogarantias de um minuto atrás desapareceram no ar.

Pensei que deixei claro para nunca trazer outra pessoa perto de você
novamente. Nós vamos levá-la, Sr. Borden, e você nunca irá me encontrar. Você só
vai pensar que você fez. Mas sou fumaça. Disperso e desapareço. Você não pode me
encontrar.

Fim do Livro Um

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