CURSO DE PSICOLOGIA
AMANDA SILVA DE ALMEIDA
ANA BEATRIZ SOUZA ARAÚJO
ANNA CLARA LIMA SUZART
ENYA XAVIER BARBOSA
MARIA EDUARDA NUNES
NICOLLY DE SOUZA SANTOS
DA CONCEPÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA
Alagoinhas-BA
2024
AMANDA SILVA DE ALMEIDA
ANA BEATRIZ SOUZA ARAÚJO
ANNA CLARA LIMA SUZART
ENYA XAVIER BARBOSA
MARIA EDUARDA NUNES
NICOLLY DE SOUZA SANTOS
DA CONCEPÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA
Trabalho apresentado à Faculdade
Santíssimo Sacramento como atividade
avaliativa na disciplina Psicologia do
Desenvolvimento I, do Curso de Psicologia.
Orientador: Prof. Moacir Lira de Oliveira.
Alagoinhas-BA
2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................1
2. IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO Á PRIMEIRA
INFÂNCIA ...........................................................................................................1
3. VISÃO GERAL DOS TEORICOS PIAGET, VIGOTSKY, FREUD,
MONTESSORI.....................................................................................................2
4. JEAN PIAGET .................................................................................................2
5. LEV VYGOTSKY..............................................................................................4
6. SIGMUND FREUD...........................................................................................5
7. MARIA MONTESSORI.....................................................................................7
8. PROJETO DE EXTENSÃO..............................................................................8
9. CONCLUSÃO................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
A introdução deste trabalho tem como objetivo apresentar uma visão geral
sobre a importância da concepção à primeira infância e destacar a relevância
dos teóricos Piaget, Vygotsky, Freud e Montessori no estudo do
desenvolvimento humano nessa fase crucial da vida. Será abordado o papel
desses teóricos no entendimento das diferentes etapas do desenvolvimento
cognitivo, psicossexual e social, assim como a influência de suas teorias na
educação infantil.
2. IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO Á PRIMEIRA INFÂNCIA
Nesta seção, será discutida a importância da concepção à primeira
infância, destacando que os primeiros anos de vida são fundamentais para o
desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança. Serão
apresentadas informações sobre como a qualidade das experiências
vivenciadas nessa fase impacta o desenvolvimento global da criança,
influenciando sua saúde, aprendizado, comportamento e relacionamentos
futuros.
A fase inicial da vida de uma pessoa, conhecida como primeira infância,
é tanto encantadora em termos humanos quanto intrigante do ponto de vista
científico. Geralmente, esse período abrange desde o momento da concepção
até os seis anos de idade. Durante a primeira infância, muitos aspectos que
moldam o indivíduo são estabelecidos, desde sua capacidade de pensamento
rápido até suas habilidades de interação social, e até mesmo suas emoções.
Portanto, é crucial que a sociedade dedique uma atenção especial a essa fase,
garantindo que todos os grupos populacionais tenham oportunidades equitativas
de desenvolvimento.
O desenvolvimento infantil é um processo abrangente e multifacetado que
começa desde a concepção, que envolve não só o crescimento físico, mas o
amadurecimento neurológico, habilidades sensoriais, cognitivas e linguísticas,
relações socioafetivas. Esse período da infância e as primeiras experiências de
vida do ser humano enquanto criança determina aquilo que o ser humano será
enquanto adulto, pois é nesse período que o sujeito aprende sobre si, sobre os
outros e sobre o mundo. As crianças que se desenvolverem de uma forma
integral e saudável, terão mais condições de se adaptarem as mudanças no meio
que vivem, podendo adquirir novos conhecimentos que poderão impactar na sua
capacidade pessoal, escolar, por exemplo.
Nos primeiros anos de vida, a criança precisa de cuidados e proteção,
pois quando a infância dessa criança é negligenciada e violentada,
automaticamente isso influencia no desenvolvimento do cérebro, interferindo na
sua capacidade de aprender, no comportamento e na saúde física ou mental.
Muito pode ser discutido sobre como as crianças se desenvolvem nos primeiros
anos de vida, e o papel crucial da família nesse processo é enfatizado. Os pais
desempenham um papel muito importante no desenvolvimento dos seus filhos,
sendo o primeiro ambiente de proteção, acolhimento e educação, eles são
responsáveis por assegurar o crescimento saudável e a socialização dos filhos.
3. VISÃO GERAL DOS TEORICOS PIAGET, VIGOTSKY, FREUD,
MONTESSORI
Nesta seção, será realizada uma visão geral dos importantes teóricos
Piaget, Vygotsky, Freud e Montessori. Serão apresentadas suas principais
contribuições para a compreensão do desenvolvimento infantil, destacando as
teorias de Piaget sobre os estágios do desenvolvimento cognitivo, as ideias de
Vygotsky sobre a zona de desenvolvimento proximal e a importância da
interação social no aprendizado, as fases do desenvolvimento psicossexual
propostas por Freud, e os princípios e filosofia do método Montessori, incluindo
a importância do ambiente preparado no desenvolvimento infantil.
4. JEAN PIAGET
Jean Piaget, foi um psicólogo suíço conhecido por sua teoria do
desenvolvimento cognitivo. Ao longo da sua vida, Piaget estudou como as
crianças pensam e aprendem. Piaget argumenta que as crianças passam por
estágios sequenciais do desenvolvimento, construindo conhecimentos através
de interações com o ambiente. É uma teoria que surpreende pela forma como
explica o desenvolvimento cognitivo e o surgimento de vários processos
cognitivos como a percepção, o pensamento, a linguagem e, sobretudo, a
inteligência. Piaget, defende que a inteligência é algo em constante mudança.
Ele observou que de modo gradual, as crianças usam sua inteligência, mesmo
que inicialmente seja apenas sensorial e motora, para se ajustarem ao ambiente.
Como por exemplo, serem capaz de utilizarem um instrumento como meio de
atingir um objeto. Sendo assim, elas evoluem de uma inteligência pratica para
uma forma mais abstrata, quando conseguem formular hipóteses e pensar de
maneira mais elaborada.
A inteligência não aparece, de modo algum, num dado momento do
desenvolvimento mental, como um mecanismo completamente montado e
radicalmente diferente dos que o precederam. Apresenta, pelo contrário uma
continuidade admirável com os processos adquiridos ou mesmo inatos
respeitantes à associação habitual e ao reflexo, processos sobre os quais ela se
baseia, ao mesmo tempo que os utiliza (PIAGET, 1986, p.23).
Piaget identifica quatro fases que antecedem o desenvolvimento infantil:
1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
2° período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
As principais características do período sensório-motor, envolvem a
percepção dos movimentos da criança referente a tudo que a cerca. Começa
com a sucção nos recém-nascidos, depois de alguns meses a criança passa a
mexer seus dedos e a segurar objetos e a perceber as consequências dos seus
movimentos. A partir daí surgem novas habilidades como se sentar e andar e
também a trabalhar sua inteligência.
No período pré-operatório acontece o surgimento da linguagem que vai
permitir ela interagir e se comunicar com outros indivíduos. Trabalha um
pensamento mais rápido, procura a razão das coisas, tem um imaginário forte, e
se torna um ser egocêntrico.
No período operações concretas, a criança consegue trabalhar a lógica e
aprender a lidar com as diferenças de maneira lógica e coerente. Por exemplo:
Trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente; ter opiniões
próprias; trabalha seus próprios valores morais como ser justo e honesto; e
identificam entre si e passam a se relacionar amigavelmente em grupos.
No período operações formais se manifestam na pré-adolescência. Não
necessitam de manipulação, criam teorias sobre o mundo e tiram suas próprias
conclusões. Se caracterizam por uma fase de interiorização e o alvo das
reflexões é a sociedade, não aceitam conselhos dos adultos por mais que ainda
dependam deles, querem ser aceitos no grupo de amigos, o que se torna o
verdadeiro termômetro para maneiras de agir ou apresentar-se.
Concluímos que, a abordagem de Jean Piaget revolucionou a
compreensão do desenvolvimento infantil e continua a inspirar estudos sobre
como as crianças aprendem e crescem.
5. LEV VYGOTSKY
Lev Vygotsky, um psicólogo e teórico do desenvolvimento humano russo,
conhecido por sua teoria sociocultural, na qual ele propõe que o desenvolvimento
cognitivo das crianças é moldado por suas interações sociais e culturais ao redor.
Vygotsky salienta a importância fundamental da linguagem e da cultura no
processo de desenvolvimento da cognição, defendendo que as crianças
aprendem principalmente por meio da interação com pessoas mais experientes,
processo esse chamado de “aprendizagem social”.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)
A ZDP é um conceito elaborado por Vygotsky, que define a distância entre
o nível de desenvolvimento real, que é determinado pela capacidade de uma
criança resolver um problema sozinha, sem ajuda e o nível de desenvolvimento
potencial, é determinado através da resolução de um problema com uma pessoa
mais experiente ou em colaboração com um grupo de pessoas dispostas a
resolver o assunto ou questão. Pode-se afirmar então que a ZDP é o intervalo
entre o que o sujeito sabe e o que o sujeito pode saber ou a distância entre o
que o sujeito sabe e o que o sujeito não sabe, ou ainda o que o sujeito já domina
e o que pode dominar.
Sendo assim, compreendemos que de acordo com Vygotsky, as crianças
aprendem melhor quando estão sendo engajadas em atividades sociais e
colaborativas, nas quais são guiadas e apoiadas por indivíduos mais
competentes. Para Vygotsky, a interação social não é apenas um complemento
ao aprendizado individual, mas sim uma parte importantíssima e inegociável do
processo de desenvolvimento cognitivo.
6. SIGMUND FREUD
Conhecido como pai da psicanálise, foi um influente neurologista e
psicanalista austríaco. Sua teoria sobre a mente humana e o inconsciente teve
um impacto profundo na psicologia. Propondo que a mente humana é composta
por três partes: o Id, o ego e o superego. Freud diz que o conflito entre essas
partes influencia o comportamento humano, que muito dos nossos
comportamentos são regidos por desejos e impulsos inconscientes, que muitas
das vezes pode estar ligada a experiencias da infância.
A teoria Psicossexual, foi uma das suas contribuições mais significativas,
ela descreve como a sexualidade se desenvolve ao longo de várias etapas da
infância, segundo Freud. O desenvolvimento sexual não começa na puberdade,
mas sim muito antes, na infância, Freud considerava não apenas os órgãos
genitais, mas qualquer parte do corpo onde as sensações poderiam ser focadas
(zonas erógenas).
De acordo com Freud, as crianças passam por cinco fases de
desenvolvimento:
1º Estágio Oral (0 a 1 anos)
• Zona erógena: boca;
• Surgimento do Ego;
• Prazer centrado na região da boca, mastigar, sugar, morder e
engolir são principais fontes de prazer.
2° Estágio Anal (1 a 3 anos)
• Zona erógena: controle dos intestinos e bexiga;
• Retenção das fezes até que sua eventual eliminação se torna
prazerosa;
• Exercício do musculo dos anus é fonte de prazer.
3º Estágio Fálico (4 a 6 anos)
• Zona erógena: Genitais;
• Prazer centrado nos órgãos genitais;
• A criança desenvolve atração pelos pais do sexo oposto;
• Complexo de édipo, angústia da castração.
4º Estágio Latente (6 anos até a puberdade)
• Zona erógena: Sentidos sexuais estão inativos;
• Prazer centra-se na interação social;
• Idade escolar.
5º Estágio Genital (Puberdade em diante)
• Zona Erógenas Interesse sexual maduro;
• A fonte de prazer é alguém fora da família;
• Conflitos não resolvidos nos estágios anteriores ressurgem.
Os conflitos não resolvidos em cada estágio podem levar a fixações ou
problemas psicológicos quando adultos. A fixação é um foco persistente em um
estágio psicossexual. Até que este conflito seja resolvido, o indivíduo mantém-
se “preso” nesta fase. Por exemplo, uma pessoa que está fixada na fase oral
pode ser mais dependente dos outros e pode buscar estimulação oral através de
fumar, beber ou comer.
7. MARIA MONTESSORI
Maria Montessori foi uma médica e pedagoga italiana que desenvolveu o
método Montessori. Tornou-se pioneira no âmbito da educação por acreditar e
defender que o potencial para aprender está em cada um de nós, e, portanto, a
crianças já nasce com habilidades que precisam apenas ser estimuladas nas
condições apropriadas para o seu desenvolvimento.
Durante anos de pesquisa, Montessori investigou a individualidade das
crianças, a partir da observação de diversas atividades e comportamentos dos
pequenos. Com base em suas constatações, a italiana desenvolveu um método
de ensino baseado na possibilidade de a criança participar ativamente do seu
processo de aprendizagem, tendo a liberdade de escolha das suas atividades e
sendo protagonista na construção do seu próprio conhecimento. Esse modelo
de educação, Maria Montessori considerou como uma “formação para a vida”.
Esse método consiste na autonomia da criança, onde é possível aprender
e se desenvolver quando se respeita a personalidade, liberdade e
individualidade de cada sujeito. Por isso os ambientes são preparados com altura
e organização para estimular além da independência, como a autonomia das
crianças.
No método Montessoriano:
• O ensino se adequa ao ritmo da criança;
• O ensino deve ser acompanhado com uma visão cientifica e
respeitando os estágios do desenvolvimento do aluno;
• O ensino deve ter uma relação harmônica entre individuo, natureza
e sociedade;
• O ambiente deve ser lúdico organizado e seguro;
• Estimular as crianças a serem pessoas criativas e seguras com
suas escolhas;
• O adulto quem prepara o ambiente e os objetos para criança fazer
as atividades escolhidas. Enquanto ele analisa a interação da
criança com o meio externo e avalia suas ações para melhor
direcionar os estímulos.
8. PROJETO DE EXTENSÃO:
Oficina Montessori – Estimulando a autonomia da criança e fortalecimento
de vínculo familiar.
Este relato de experiência descreve a jornada das estudantes do segundo
semestre de Psicologia, na disciplina Psicologia do Desenvolvimento I, orientado
por Prof. Moacir Lira de Oliveira, praticando o método Montessori na Creche
Municipal Alagoinhas IV.
A turma selecionada era composta por aproximadamente 40 crianças com
idades entre quatro e cinco anos, onde o método de ensino é baseado com o
professor liderando maior parte das atividades e tem foco nas competências
acadêmicas básicas. Foram escolhidas duas atividades: polvo e placas
coloridas. Que consistia em desenvolver além da autonomia, a coordenação
motora, movimento de pinça, raciocínio logico.
Atividade 01: Polvo
Foram distribuídos EVA no formato redondo com algumas perfurações,
representando a cabeça do polvo, barbante e miçangas, representado os
tentáculos. O objetivo da atividade era inserir os barbantes em cada perfuração
do EVA e logo após deixar que decorassem com as miçangas de acordo sua
criatividade.
Atividade 02: Placas Coloridas
Foram distribuídas placas de isopor com uma sequência numérica de 1 a
6, rolos de papel higiênico nas cores vermelha, azul, amarelo, verde e roxo e
miçangas. O objetivo da atividade era que em cada número da placa de isopor,
a criança teria que escolher uma cor a partir dos rolos de papel higiênico e depois
colocar a miçanga dentro do rolo de papel, conforme a cor e a quantidade que
seria os números que estavam escrito na placa.
Implementação do método Montessori:
Preparação do ambiente: Sala de aula transformada em um ambiente
preparado conforme altura das crianças. Materiais organizados e dispostos em
cima das mesas.
Autonomia e autodireção: As crianças escolhiam a atividade e realizavam
no seu ritmo, junto ao responsável, incentivando o fortalecimento de vínculo
familiar.
Material Montessori: Foi introduzido materiais sensoriais, como rolo de
papel em cores, miçangas em cores. Observando como cada criança utilizava
esses materiais.
Observação e Intervenção: Assumimos o papel de observadoras,
intervindo somente quando necessário, oferecendo suporte para cada criança
conforme no seu interesse e necessidades.
9. CONCLUSÃO:
Após o aprofundamento nos estudos a respeito do desenvolvimento na
primeira infância e o método Montessoriano e seus benefícios no processo da
educação e formação cognitiva infantil, pudemos perceber diversas coisas
através da prática da extensão. Houve interações sociais colaborativas com
outras crianças, o estímulo da autonomia individual, estímulo motor através de
movimentos de pinça e dar nó, estímulo intelectual e criativo, entre outros.
Tornando perceptível os benefícios de um ambiente e práticas que seguem o
método Montessori, permitindo a criança o autodesenvolvimento e engajamento
social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Desenvolvimento na primeira infância: características valorizadas pelos futuros
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RODRIGUES, Renato Guimarães; DA SILVA, José Luiz Teixeira; SILVA,
Marcos Antonio. Aprofundando o conhecimento sobre a zona de
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EUZÉBIO, Alessandro. Fases de desenvolvimento psicossexuais em
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