Biossegurança
Sobrenome, Nome (do autor)
SST Biossegurança / Nome completo do autor -
nº de p. : 10
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Biossegurança
Apresentação
O principal objetivo da biossegurança é promover um ambiente de trabalho no qual
os riscos de exposição de trabalhadores, pacientes e meio ambiente a agentes
potencialmente nocivos sejam contidos ao máximo ou, se possível, eliminados. Que
tal descobrirmos os principais tipos de riscos aos quais os profissionais da saúde
estão expostos e, é claro, conhecer métodos para minimizá-los ou erradicá-los?
Biossegurança e tipos de riscos
Como já vimos em unidades anteriores, a biossegurança passou a chamar a
atenção quando a síndrome da imunodeficiência adquirida (vírus HIV) abalou os
pilares da medicina com sua voracidade, expondo a fragilidade dos sistemas de
saúde em lidar com doenças com capacidade de transmissão em nível ocupacional.
Desde então, os profissionais da saúde se viram obrigados a repensar suas práticas,
a fim de controlar as contaminações cruzadas. Porém não é somente nessa área
que ela deve ser considerada e posta em prática. A saúde é, sim, uma das áreas que
mais oferece riscos e, por isso, é nosso foco de estudos nesta unidade.
Com base no que estudamos até o momento, podemos ter a clareza de que, para
que haja uma redução significativa dos riscos na área da saúde, devemos nos
atentar aos tipos de riscos existentes: riscos físicos; riscos químicos; riscos
biológicos; e riscos ergonômicos. Nesta unidade, estudaremos os riscos físicos e
químicos e, na outra unidade, os biológicos e ergonômicos. Bons estudos!
Biossegurança na área da saúde
De imprescindível importância para os serviços de saúde, a biossegurança
adota meios de controle de infecções que objetivam proteger tanto a equipe de
trabalhadores quanto os usuários das unidades de saúde, além de promover a
preservação ambiental.
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No entanto, mesmo com sua importância reconhecida e seus objetivos bem traçados,
a biossegurança enfrenta desafios na área da saúde. Por consequência, especialistas
passaram a buscar meios para reduzir os riscos de transmissão de hepatites virais e
demais doenças potencialmente transmissíveis no ambiente de trabalho.
A biossegurança preocupa-se também com as instalações laboratoriais e as boas
práticas em laboratório. A união desses fatores, quando bem aplicados, contribui para
minimizar a exposição aos agentes biológicos comuns às atividades em questão.
Outro ponto que merece destaque diz respeito à qualificação da equipe de trabalho,
já que os ambientes das áreas de saúde estão constantemente expostos a agentes
patogênicos, além, é claro, de apresentarem riscos físicos e químicos.
É fato que a biossegurança é indispensável nesses meios. Trabalhadores, usuários
e meio ambiente são amparados por medidas que visam à proteção de todos,
visando a garantir a saúde do trabalhador e da população em geral. Conforme Silva,
Barbosa e Duarte (2013, p. 28):
As preocupações atuais da biossegurança referem-se ao pessoal
qualificado, com formação adequada seguida de treinamento. Torna-
se agente transformador em biossegurança o profissional qualificado
com experiência e habilidades. É preciso resgatar o conhecimento e o
interesse por esse assunto entre os colaboradores das instituições. Isso
será́ de grande importância, uma vez que contribui para o estabelecimento
de estratégias de prevenção de acidentes e, consequentemente, para
melhoria das condições de trabalho dos profissionais, em especial da
área da saúde.
Acidente de trabalho
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: a imagem apresenta um homem caído no chão devido a um
acidente de trabalho e um outro homem ajudando a socorrer.
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Procedimentos adequados, especificados por normas, são publicados em
documentos legais, porém, sem a devida fiscalização e o bom senso por parte dos
profissionais da saúde, de nada adiantam regras e normas.
Assim, para potencializar a adoção das normas já existentes no âmbito
governamental, algumas instituições da saúde criam seus próprios manuais
de biossegurança, sempre respeitando as normas do governo, e definem
procedimentos e orientações para seus colaboradores tanto para as rotinas
de trabalho quanto para os casos de acidentes. Nesses manuais, também
encontramos medidas punitivas para os colaboradores que desrespeitarem as
normas impostas pela empresa.
Curiosidade
Quando determinada doença ocorre com frequência em uma
mesma época e local, damos a esse fato o nome de epidemia.
É o que acontece no Brasil com a dengue. As epidemias são
extremamente perigosas quando ocasionadas por micro-
organismos, pois resultam vítimas fatais, já que a doença pode
sair do controle:
[...] em razão da dificuldade de detectar a sua origem, de
realizar o isolamento das áreas infectadas e de colocar
à disposição os devidos tratamentos, levando em conta
que, nesse processo, alguns micro-organismos podem
sofrer mutações genéticas e, assim, criar resistência a
medicamentos ou vacinas. (BARSANO et al., 2014, p. 29).
Portanto, quando você ouvir a palavra “epidemia”, fique atento
e, se tiver a possibilidade, faça a sua parte e contribua com a
prevenção.
Já que falamos dos riscos potenciais que as atividades da saúde representam,
é válido apresentarmos uma ferramenta importantíssima para minimizar os
riscos em um determinado setor de trabalho: o mapa de risco. Esse instrumento
é regulamentado pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5) e trata-se de uma
representação gráfica do mapeamento dos riscos ambientais. Para a confecção de
um mapa de risco, devemos fazer um levantamento prévio dos perigos potenciais
existentes no setor.
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O mapa de risco é composto de círculos coloridos, com cores específicas e
tamanhos proporcionalmente diferentes para cada tipo de risco, que variam
conforme o grau: pequeno, médio e grande. Esse documento deve ser impresso e
ficar exposto no local de trabalho, para que seja visto por todos os colaboradores.
Legenda para produção do mapa de risco
RISCO FÍSICO
RISCO PEQUENO
RISCO QUÍMICO
RISCO MÉDIO
RISCO BIOLÓGICO
RISCO ERGONÔMICO
RISCO GRANDE
RISCO DE ACIDENTE
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
#PraCegoVer: a imagem apresenta uma legenda para produção de mapa de
risco sendo círculo verde, risco físico; círculo vermelho, risco químico; círculo
marrom, risco biológico; círculo amarelo, risco ergonômico; e círculo azul,
acidente. Além disso, o tamanho do círculo representa a intensidade do risco,
sendo: círculo pequeno: risco pequeno; círculo médio: risco médico; e círculo
grande: risco grande.
Finalmente, devemos destacar que uma boa comunicação, o conhecimento prévio
das atividades e do espaço de trabalho, o uso dos equipamentos adequados, o
cumprimento das normas e, sobretudo, a definição de ações efetivas para casos de
acidente devem ser primordiais no desenvolvimento das atividades pertinentes ao
setor de saúde.
Riscos físicos
São considerados agentes de risco físico os efeitos gerados por diferentes formas
de energia, advindas de máquinas e equipamentos, os quais são produzidos
segundo o equipamento em si, o manuseio do operador ou o ambiente. Os exemplos
mais comuns de riscos físicos são: ruído, vibração, temperatura extrema, mudança
de pressão atmosférica, radiações ionizantes e não ionizantes etc.
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Classificamos como ruído toda e qualquer sensação sonora que causa desconforto.
A exposição frequente e constante a ruídos pode ocasionar diversos danos à saúde,
como aumento da pressão sanguínea, contrações musculares e estreitamento dos
vasos, o que leva à irritabilidade, baixa no rendimento e perda de audição.
No quadro a seguir, temos algumas consequências para a saúde da exposição aos
demais riscos físicos, além do ruído.
Riscos físicos e suas consequências
Risco físico Consequências
Cansaço, irritação, dores nos membros, artrite, problemas
Vibrações
digestivos etc.
Taquicardia, aumento de pulsação, cansaço, irritação, choque
Calor
térmico, fadiga térmica hipertensão etc.
Fenômenos vasculares periféricos, doenças do sistema
Frio
respiratório, queimaduras.
Radiações ionizantes Câncer, fadiga, problemas visuais.
Radiações não Queimaduras e lesões diversas, principalmente nos olhos e na
ionizantes pele.
Umidade Doenças do sistema respiratório e circulatório, doenças de pele.
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
#PraCegoVer: o quadro apresenta, na primeira coluna, os tipos de riscos e, na
segunda coluna, as consequências. Vibrações: cansaço, irritação, dores nos
membros, artrite, problemas digestivos etc.; calor: taquicardia, aumento de pul-
sação, cansaço, irritação, choque térmico, fadiga térmica hipertensão etc.; frio:
fenômenos vasculares periféricos, doenças do sistema respiratório, queima-
duras; radiações ionizantes: câncer, fadiga, problemas visuais; radiações não
ionizantes: queimaduras e lesões diversas, principalmente nos olhos e na pele;
e umidade: doenças do sistema respiratório e circulatório, doenças de pele.
Fornos de micro-ondas, estufas, muflas, banhos de água, bicos de gás, lâmpadas
infravermelhas, mantas aquecedoras, incubadoras elétricas e autoclaves se
destacam entre os principais equipamentos geradores de calor. Por esse motivo,
devem ser instalados em local com boa ventilação e longe de materiais inflamáveis,
substâncias voláteis e equipamentos termossensíveis.
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Reflita
Ruído é toda e qualquer sensação sonora que causa desconforto.
A exposição frequente e constante a ruídos pode causar diversos
danos à saúde, como aumento da pressão sanguínea, contrações
musculares e estreitamento dos vasos, o que leva à irritabilidade,
baixa no rendimento e perda de audição. Será que, em seu ambiente
de trabalho, não há nenhum ruído? É comum, com o passar do
tempo, deixarmos de percebê-los, e isso pode indicar que você
está perdendo a audição.
Riscos químicos
São os riscos associados ao manuseio de produtos capazes de penetrar no
organismo pela via respiratória nas formas de poeira, fumo, névoa, neblina, gás
ou vapor, estes também são chamados de agentes de risco químico. Podem ser
classificados segundo o tipo de exposição, como a forma de contato, por meio da
pele ou por ingestão.
Em nossos estudos, destacamos, como agentes de risco químico, névoas, gases
e vapores (substâncias compostas, compostos ou produtos químicos em geral) e
podem desencadear danos como:
• irritação das vias aéreas superiores, causada por ácido clorídrico, ácido sul-
fúrico, amônia, soda cáustica, cloro etc.;asfixia, provocando dores de cabeça,
náuseas, sonolência, convulsões, coma e até a morte. Hidrogênio, nitrogê-
nio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono e monóxido de carbono são
exemplos de substâncias asfixiantes;anestesia, o que pode ocorrer com a
exposição à maioria dos solventes orgânicos. Essas substâncias provocam
ação depressiva sobre o sistema nervoso e danos a diversos órgãos e ao
sistema formador do sangue. Butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de
carbono, benzeno e álcoois são as principais substâncias anestésicas.
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Risco químico
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: a imagem apresenta um homem abrindo um recipiente, todo
paramentado adequadamente para evitar contaminação por produto químico.
Riscos químicos e suas consequências
Risco químico Consequências
Poeiras minerais provenientes de sílica,
Silicose (quartzo), asbestose (amianto) e
asbesto (amianto), carvão, entre outros
pneumoconiose (minérios de carvão).
minerais.
Poeiras vegetais derivadas principalmente do Bissinose (algodão) e bagaçose (cana-de-
algodão e do bagaço de cana-de-açúcar. açúcar).
Poeira alcalina resultante do processo do Doença pulmonar obstrutiva crônica e
calcário. enfisema pulmonar.
Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de
Fumos metálicos. fumos metálicos e intoxicação específica, de
acordo com o metal.
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
#PraCegoVer: o quadro apresenta, na primeira coluna, os tipos de riscos, como:
poeiras minerais provenientes de sílica, asbesto (amianto), carvão, entre outros
minerais; poeiras vegetais derivadas principalmente do algodão e do bagaço
de cana-de-açúcar; poeira alcalina resultante do processo do calcário; e fumos
metálicos. Na segunda coluna, respectivamente, as suas consequências, como:
silicose (quartzo), asbestose (amianto) e pneumoconiose (minérios de carvão);
bissinose (algodão) e bagaçose (cana-de-açúcar); doença pulmonar obstrutiva
crônica e enfisema pulmonar; e doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de
fumos metálicos e intoxicação específica, de acordo com o metal.
É imprescindível que os manipuladores conheçam a classificação das substâncias
e que a manipulação desses elementos seja com o uso dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) adequados, sendo realizada em locais que permitam ao
operador garantir a segurança pessoal e do meio ambiente. Além disso, sempre é
preciso atentar-se aos cuidados e às normas relacionados ao descarte.
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Fechamento
Ao término desta unidade, fica clara e evidente a necessidade de fazermos uma
reflexão sobre as condutas de trabalho na área da saúde. Cuidado e atenção nunca
foram, são ou serão demais, especialmente quando, além das nossas vidas, temos
a vida de pacientes em nossas mãos. O meio ambiente também pode ser muito
prejudicado se não o considerarmos na hora de avaliar os riscos pertinentes às
funções da área da saúde.
Assim, finalizamos nossos estudos conhecendo um pouco mais sobre:
biossegurança na área da saúde; riscos físicos e riscos químicos. E, como não podia
deixar de ser, aprendemos também alguns métodos de controle de agentes de riscos.
Até a próxima a unidade!
Referências
BARSANO, P. R. et al. Biossegurança: ações fundamentais para promoção da saúde.
São Paulo: Érica, 2014.
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