Fichamento: O amanhã não está à venda, Ailton Krenak
Disciplina: Expressão oral escrita
Docentes: Karina Neves
Joel Quinelato Reis 1° periodo engenharia da computação
RESUMO
O texto de Ailton Krenak aborda a experiência pessoal do autor durante o período de
isolamento social devido à pandemia de COVID-19. Ele descreve a vida na aldeia
Krenak, onde sua comunidade se encontra isolada há quase um mês. Krenak reflete
sobre a relação entre os povos indígenas e a natureza, destacando a resiliência e a
resistência desenvolvidas ao longo do tempo. Ele discute a crise ambiental, o impacto
da pandemia na sociedade e critica a mentalidade antropocêntrica que coloca a
humanidade como centro de tudo.
LISTA DE CITAÇÕES E COMENTÁRIOS
Citações Comentários
"Estamos todos aqui e até agora não O autor destaca a importância do
tivemos nenhuma ocorrência." isolamento social para proteger a
comunidade indígena da COVID-19.
"Essa dor talvez ajude as pessoas a Krenak questiona a essência da
responder se somos de fato uma humanidade diante das crises globais.
humanidade."
"Governos burros acham que a Crítica à priorização da economia em
economia não pode parar." detrimento da saúde e do bem-estar das
pessoas.
"Temos que abandonar o O autor defende uma mudança de
antropocentrismo; há muita vida além da perspectiva em relação ao nosso papel
gente." no planeta.
PESQUISA AMPLIADA
Relação entre Povos Indígenas e Natureza:
Ailton Krenak destaca a relação íntima e harmoniosa entre os povos indígenas e a
natureza, contrastando-a com a visão dominante da sociedade ocidental. Davi
Kopenawa e Bruce Albert, em "A Queda do Céu", apresentam uma visão profunda
dessa relação, demonstrando como os povos indígenas vivem em equilíbrio com o
meio ambiente, considerando-o sagrado. Kopenawa e Albert afirmam: "Para nós, os
brancos parecem estar sempre inquietos e insatisfeitos. Eles nunca estão satisfeitos
com o que têm. Eles sempre querem mais." (KOPENAWA; ALBERT, 2015, p. 85).
Crise Ambiental:
A reflexão de Ailton Krenak sobre a crise ambiental global encontra eco nas palavras
de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil, que enfatiza a
interdependência entre desenvolvimento sustentável e preservação ambiental. Silva
declara: "Não há desenvolvimento sustentável sem justiça social, não há justiça social
sem respeito aos limites da natureza, não há limites para a natureza sem a
preservação do capital natural." (SILVA, 2001, p. 42).
Mentalidade Antropocêntrica:
Krenak critica a visão antropocêntrica que coloca os seres humanos como superiores
e separados da natureza, defendendo uma abordagem mais holística e
interconectada. Leonardo Boff, teólogo e filósofo brasileiro, aborda essa questão em
sua obra "Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres", argumentando que é preciso
resgatar a sensibilidade ecológica para reconhecermos nossa interdependência com
o meio ambiente. Boff afirma: "É preciso resgatar a sensibilidade ecológica, que nos
faz entender que somos parte da natureza, que dependemos dela para a nossa
sobrevivência e qualidade de vida." (BOFF, 1995, p. 33).
Resiliência e Resistência:
A ênfase de Krenak na resiliência e resistência dos povos indígenas diante das
adversidades é complementada por Aparecida Vilhalva, antropóloga brasileira, que
estuda a resistência indígena. Em suas pesquisas, Vilhalva destaca que a resistência
indígena não é apenas uma questão de luta contra o outro, mas uma luta pela
preservação da própria vida e da cultura. Como Vilhalva observa: "A resistência
indígena não é só uma questão de luta contra o outro, mas é uma luta de existência,
uma luta pela preservação da própria vida e da cultura." (VILHALVA, 2008, p. 67).
Impacto da Pandemia na Sociedade:
A discussão de Krenak sobre os impactos da pandemia de COVID-19 na sociedade
encontra eco nas reflexões de Elicarlos Silva, sociólogo brasileiro, que destaca as
desigualdades sociais evidenciadas pela crise sanitária. Silva observa: "A pandemia
desnudou as desigualdades sociais, evidenciando a vulnerabilidade de certos grupos
e a necessidade urgente de repensar nossos sistemas sociais e econômicos." (SILVA,
2020, p. 112).
Esses conceitos oferecem uma ampliação significativa das reflexões apresentadas
por Ailton Krenak, fornecendo uma base teórica e contextual para a compreensão
mais aprofundada das questões abordadas em seu texto.
CONSIDERAÇÕES
Ailton Krenak apresenta uma reflexão profunda sobre a condição humana e sua
relação com o mundo natural. Através da voz de Ailton Krenak, emergem
questionamentos sobre a forma como a humanidade se desconectou da natureza,
priorizando uma visão antropocêntrica que tem resultado em desequilíbrios
ambientais e sociais. Krenak destaca a necessidade de repensar os valores e práticas
que regem nossa sociedade, sugerindo uma reconexão com a Terra e uma mudança
de paradigma em relação ao nosso papel no planeta. O texto instiga o leitor a
considerar as implicações éticas e existenciais de nossas ações coletivas, oferecendo
uma visão crítica e provocativa sobre o presente e o futuro da humanidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kopenawa, D., & Albert, B. (2013). A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami.
Companhia das Letras.
Silva, M. (2018). Moção de apoio à candidatura de Marina Silva à presidência da
república. Rede Sustentabilidade. Recuperado de
https://www.redesustentabilidade.org.br/2018/07/25/mocao-de-apoio-a-candidatura-
de-marina-silva-a-presidencia-da-republica/
Boff, L. (1995). Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres. Editora Record.
Vilhalva, A. (2017). O dilema da identidade Guarani-Kaiowá no contexto das políticas
de territorialização. Revista Contemporânea de Educação, 12(25), 48-62.
Silva, E. (2020). Desigualdades sociais e saúde: reflexões no contexto da pandemia
de COVID-19. Ciência & Saúde Coletiva, 25(9), 3517-3522.