A educação é um típico "que-fazer" humano, ou seja, um tipo de atividade que se
caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A
educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim
como um instrumento de manutenção ou transformação social.
Conceito de educação: A educação é a arte, a forma, que se utiliza para transmitir a
cultura, tradições, que muda de acordo com seu contexto histórico.
Como teoria pedagógica, propriamente dita, a educação surgiu na sociedade grega, tendo
como principais representantes os filósofos e os sofistas.
EX: Paidéia grega
A educação é influenciada pelos costumes de um povo.
Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentam e orientam os seus
caminhos.
A sociedade dentro da qual ela está deve possuir alguns valores norteadores de sua prática
Exemplos: A educação está relacionada ao espaço cultural de uma época, no passado o mito, o
senso comum, ciência, arte e filosofia, foram formas de educação de uma sociedade.
Logo, a educação é analisada por aspectos que são construídos pelos costumes de um povo.
Esses são objetos da educação, pois não se excluem, à medida que se estuda um o outro é
passado para estudar também. Pois coexistem no nosso cotidiano
EX:
um cientista, com elaborado conhecimento numa área específica (por exemplo, a física),
não deixa de usar o senso comum na vida cotidiana quando, empiricamente, educa seu
filho ou, ainda, ao recorrer à filosofia para analisar os fundamentos de sua ciência; uma
pessoa religiosa aproxima-se de Deus pela fé, mas também busca na filosofia a
justificação racional da existência de Deus; o mesmo acontece com o artista, cuja
percepção sensível do mundo coexiste com as demais maneiras de conhecer.
Diferentes olhares:
O mito é um tipo de compreensão intuitiva da realidade. Entendemos por intuição um
conhecimento imediato, que dispensa argumentos e fundamentações. Bastam as crenças,
e elas não podem ser questionadas.
O senso comum: Chamamos de senso comum o conhecimento herdado por um grupo
social, cujas experiências fecundas continuam sendo levadas a efeito pelos indivíduos
da comunidade, e não são questionadas.
A ciência: Embora rigoroso e eficaz, o conhecimento científico é apenas uma das
maneiras de compreensão da realidade.
A arte: A arte constitui um entendimento intuitivo do mundo, no sentido de não recorrer
a conceitos logicamente organizados, mas por usar recursos que “falam” ao sentimento
e à imaginação. Por meio de objetos concretos.
A filosofia: para Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. Sob esse aspecto,
se o filósofo é capaz de se surpreender com o óbvio e questionar as verdades dadas,
aceita a dúvida como desencadeadora desse processo crítico.
Origem da filosofia
A filosofia ocidental surgiu na Grécia, por volta dos séculos VII e VI a.C. Antes da
filosofia predominava o pensamento mítico, sobretudo representado pelas epopeias de
Homero (Ilíada e Odisseia) e a Teogonia de Hesíodo.
Áreas da investigação filosófica: a filosofia tem por objeto a reflexão sobre todas as
coisas.
Conceito de filosofia:
A filosofia surge como um campo de saber, o qual trata as questões fundamentais, como
princípios, problemas referentes à educação.
Filosofia:
É assim que nós vamos filosofar: inventariar conceitos e valores; estudar e criticar valores;
estudar e reconstruir conceitos e valores. Para que isso ocorra, é preciso não só olhar o dia-a-dia,
mas ler e estudar o que disseram os outros pensadores, os outros filósofos. Eles poderão nos
auxiliar, tirando-nos do nosso nível de entendimento e dando-nos outras categorias de
compreensão.
A relação entre filosofia e educação deve-se mesmo observar que os primeiros filósofos do
Ocidente, na quase totalidade, tiveram um "preocupar" com o aspecto educacional. Os
chamados filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates e Platão foram os intérpretes das
aspirações de seus respectivos tempos e apresentaram-se sempre como educadores.
Por exemplo, os pré-socráticos, pelo que podemos saber por seus fragmentos, dedicavam-
se a entender a origem do cosmos e a criar uma compreensão para a educação moral e
espiritual dos homens.
Na atualidade essa relação é ainda mais importante para a questão da educação:
Pois a filosofia assume o papel de reflexão sobre os problemas de modelos de educação
implementados em determinada época, de acordo com a finalidade daquela educação se refletir
na sociedade.
Ex: o que é o ser humano, e qual ser humano podemos formar.
A educação tem a tarefa de formar indivíduos para se tornar autônomos, porém, na atualidade
ela sofre com a baixa de recursos para instrumentalizar indivíduos e com isso esses indivíduos
se tornam alienados, pois, o que faz a filosofia na educação é justamente fomentar a criticidade
dos indivíduos, quanto cidadão.
A importância da Filosofia para a educação:
Assim sendo, não há como se processar uma ação pedagógica sem uma correspondente
reflexão filosófica. Se a reflexão filosófica não for realizada conscientemente, ela o será
sob a forma do "senso comum", assimilada ao longo da convivência dentro de um
grupo. Se a ação pedagógica não se processa a partir de conceitos e valores explícitos e
conscientes, ela se processará, queiramos ou não, baseada em conceitos e valores que a
sociedade propõe a partir de sua postura cultural.
Quando não se reflete sobre a educação, ela se processa dentro de uma cultura cristalizada
e perenizada.
Ou seja, se um indivíduo não tiver essa capacidade de pensamento crítico de mudança, essa
cultura prevalecerá sobre ele, e não será capaz de transformá-lo para transformá-la.
Filosofia da educação :
Objetos de estudo
● antropologia filosófica (o que é o ser humano): o estudo do ser humano e
sua relação com o mundo. É uma ramificação da filosofia que procura
compreender o ser humano em sua totalidade, abarcando suas dimensões
biológicas, psicológicas, sociais e culturais. Bernard Groethuysen a define
como a reflexão sobre nós próprios, reflexão sempre renovada que o
humano faz para chegar a compreender-se.
● Epistemologia (teoria do conhecimento): É estudo sobre o conhecimento,
estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas
ciências, para chegar a uma verdade.
● axiologia (reflexão sobre os valores): é o estudo filosófico prático que busca
entender a natureza dos valores e os juízos de valor e como eles surgem na
sociedade.
●
e como as respostas variam conforme a época e, com elas, as concepções que se
tem de como educar e para que educar.
Além das análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas já referidas, a
filosofia tem a função de interdisciplinaridade, pela qual estabelece a ligação entre
as diversas ciências e técnicas que auxiliam a pedagogia. Por exemplo, é a análise
filosófica que permite refletir a respeito do risco que representam os “ismos”, ou
seja, a preponderância de determinada ciência na análise dos fenômenos
pedagógicos (o psicologismo, o sociologismo, o economicismo etc.)
As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase "naturais". Enquanto a educação
trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma sociedade, a filosofia
é a reflexão sobre o que e como devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade.
Anísio Teixeira chega a refletir que "muito antes que as filosofias viessem expressamente a ser
formuladas em sistemas, já a educação, era como processo de perpetuação da cultura, nada mais
era do que o meio de se transmitir a visão do mundo e do homem, que a respectiva sociedade
honrasse e cultivasse".
Educação, Alienação e Ideologia:
É muito comum considerar a educação uma prática política, a escola como um espaço
neutro, uma ilha isolada das divergências da sociedade e um canal objetivo de
transmissão da cultura universal. Sem dúvida, trata-se de uma imagem ilusória
A escola é política e, como tal, reflete inevitavelmente os confrontos de força existentes
na sociedade.
Como a escola pode ser influenciada pelos conflitos de interesses, é preciso estar atento
para que ela não represente apenas os valores do grupo dominante.
Toda teoria da educação deveria partir do exame rigoroso e sistemático dos problemas
existentes na realidade, a fim de definir os objetivos e meios que orientarão a atividade
comum intencional.
EDUCAÇÃO E alienação
O estado de alienação interfere na capacidade dos indivíduos sociais de agirem e
pensarem por si próprios. Ou seja, eles não têm consciência do papel que desempenham
nos processos sociais
A alienação é um conceito fundamental na filosofia que descreve um estado de
desconexão ou distanciamento do individuo em relação a si mesmo, e aos outros e ao
mundo ao seu redor. Esse termo foi amplamente explorando por filósofos Karl Marx ,
que analisaram as diferentes formas de alienação e sua consequências para a sociedade e
para o individuo.
Relaciona-se , assim com a falta de consciência própria de modo que o sujeito perde sua
indentidade , seu valor seus interesses e sua vitalidade.
2. A alienação na sociedade indústria
E o que é alienação? O verbo alienar vem do latim alienare, “afastar,
distanciar, separar”. Alienus significa “que pertence a outro, alheio,
estranho”. Alienar, portanto, é tornar alheio, é transferir para outrem o que é
seu.
A alienação tornou-se mais crítica com o desenvolvimento do sistema capitalista, a partir do
nascimento das fábricas, nos séculos XVII e XVIII. Os trabalhadores sofreram uma mudança
radical em relação aos hábitos adquiridos nas manufaturas, nas quais a atividade era até então
predominantemente doméstica. Com o surgimento das fábricas — em que os trabalhadores se
agrupavam em grandes galpões e se submetiam a um ritmo de trabalho cada vez mais intenso
—, acentuou-se a dicotomia concepção-execução do trabalho, ou seja, o processo de
separação entre aqueles que concebem, criam, inventam o que vai ser produzido e aqueles
que são obrigados à simples execução do trabalho.
. Sociedade pós-moderna e alienação
Na era da cibernética, ou seja, a partir da revolução da informática e da
generalização do uso de computadores pessoais, a sociedade contemporânea
sofreu uma mudança significativa das relações de trabalho, com a
predominância do setor de serviços (setor terciário), que envolve atividades
tanto das áreas de comunicação e informação como de comércio, finanças,
saúde, educação, lazer etc. Nessas circunstâncias, a tecnologia que conta é,
em última análise, a da informação, o que não significa que o setor
secundário (industrial) ou o primário (agricultura) tenham perdido a
importância, mas sim que também eles vêm sofrendo alterações decorrentes
da informatização.Por outro lado, o resultado também é muitas vezes a ilusão de
conhecimento, a atenção flutuante, o conhecer por fragmentos, sem um
momento de parada para a integração das partes e a reflexão sobre as
informações recebidas. Trata-se, enfim, de um desafio para o professor, cujo
trabalho teórico contraria o fluxo frenético e feito em partículas do
videoclipe ou do zapping na tevê.
A esse mundo da opulência, da tecnologia avançada, contrapõe-se a
situação de grande parte do globo, relegada à miséria e ao analfabetismo.
Mesmo nas camadas que conquistam privilégios, a nova organização
acentua as características de individualismo, que levam à atomização e à
dispersão das pessoas, desenvolvendo uma cultura hedonista (de busca do
prazer imediato) e narcísica (egocêntrica, com perda do sentido coletivo da
ação humana). Ao mesmo tempo (e contraditoriamente), o processo demassificação pelos
meios de comunicação impede que seja feita uma
abordagem menos superficial das questões humanas mais vitais, justamente
aquelas que permitiriam a discussão das formas de alienação.
Como se vê, o avanço da tecnologia não exclui a possibilidade de modos
de vida alienados. O que nos interessa, no entanto, é menos incutir uma
visão pessimista da realidade do que reforçar o papel denunciador de toda
educação, como primeiro momento para a mudança.
A SOCIEDADE DO SABER
Com a sociedade industrial, o lazer surgiu como um fenômeno de massa
com características específicas que nunca existiram antes do século XX,
devido às reivindicações e conquistas dos trabalhadores relativas à
diminuição da jornada de trabalho, ao descanso semanal e às férias. No
entanto, nem sempre o “tempo liberado” significa “tempo livre”, porque
gastamos parte dele com transporte, obrigações familiares, sociais, políticas
ou religiosas, afazeres domésticos, higiene, alimentação e sono
A ampliação do setor de serviços passou a oferecer inúmeras alternativas
de lazer, gerando — concomitantemente ao consumo de produtos — o
consumo do lazer. É de esperar, porém, que, em uma sociedade em que
predomina o trabalho alienado, o lazer também seja contaminado pela
manipulação e deixe de ser um momento de expressão de criatividade, para
se tornar passivo e instrumento de veiculação ideológica. A bem montada
indústria do lazer passa a orientar escolhas, estabelecer modismos,
manipular o gosto, determinar programas.
Eis aí um desafio para os educadores: dar condições para que jovens
ocupem o seu tempo livre de modo criativo.
Karl Marx e o Conceito de Alienação
A alienação em marx é entendida com a relação contraditória do trabalhador com o produto
de seu trabalho e a relação do trabalhador do ato de produção um processo de objetivação ,
tornando o homem estranho a si mesmo, aos outros homens estranho a si mesmo , aos outros
homem e ao ambiente em que vive: “ a apropriação surge como alienação.
EDUCAÇÃO E ALIENAÇÃO
Alienação tem sua origem em Marx na divisão do trabalho, a divisão do trabalho surge na
sociedade como parte de um complexo que inclui divisões de classes trocas e propriedades
alienação aparece sempre que a divisão do trabalho é o princípio operacional da organização.
Características da ideologia
Quando ouvimos a frase “O trabalho dignifica o ser humano”, sabemos
que essa afirmação não é falsa, mas soa ideológica quando considerada fora
do contexto histórico concreto em que os indivíduos trabalham, mascarando
situações de exploração. O trabalho alienado não dignifica, mas degrada,
porque reduz as possibilidades de crescimento e humanização. Quando essa
característica pervertida do trabalho não é reconhecida, o prejuízo é do
trabalhador.
Ao ocultar a situação concreta de exploração, a ideologia descreve uma
realidade abstrata, universal, lacunar e invertida.
Tipos de Alienação
O conceito de alienação é bem amplo e, como foi dito acima, ele contempla diversas
áreas do saber.
Assim, a alienação pode ser classificada em diversos tipos dos quais se destacam:
● Alienação Social
● Alienação Cultural
● Alienação Econômica
● Alienação Política
● Alienação Religiosa