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Sindromes Transtornos

O documento discute os conceitos de aprendizagem humana, neurociência e neuropsicopedagogia. Aborda o desenvolvimento cerebral da criança e a importância das experiências precoces. Também discute como as neurociências permitem entender os processos neurológicos envolvidos na aprendizagem.

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Sindromes Transtornos

O documento discute os conceitos de aprendizagem humana, neurociência e neuropsicopedagogia. Aborda o desenvolvimento cerebral da criança e a importância das experiências precoces. Também discute como as neurociências permitem entender os processos neurológicos envolvidos na aprendizagem.

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Desenvolvimento Humano: Transtornos,

Síndromes e Potencialidades no Âmbito da


Aprendizagem
Caxias do Sul - RS

Prof.ª Daniele M. Aimi


E-mail: [email protected]
WhatsApp: (55) 981701502
CONTEÚDOS A SEREM ESTUDADOS
CRONOGRAMA

• 20/02/2021

• 21/02/2021
O NEUROPSICOPEDAGOGO CLÍNICO OU
INSTITUCIONAL, É UM PROFUNDO
CONHECEDOR DA APRENDIZAGEM HUMANA.
ASSIM, PRECISA DOMINAR AS BASES CIENTÍFICAS
E CONCEITUAIS DESTA NOVA CIÊNCIA.
“A Neuropsicopedagogia é uma CIÊNCIA
TRANSDISCIPLINAR fundamentada nos conhecimentos das
NEUROCIÊNCIAS aplicadas à EDUCAÇÃO, com interfaces
da PEDAGOGIA e PSICOLOGIA COGNITIVA que têm como
objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento
do sistema nervoso e a APRENDIZAGEM humana numa
perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional.”
(Artigo 10 - RESOLUÇÃO SBNPp N° 03/2014)
QUAL OBJETO DE ESTUDO DA NPp?
Aprendizagem Humana

COM QUE FINALIDADE?


Propor a reintegração pessoal, social e
educacional
(SBNPp, Art. 10, 2016)
NEUROPSICOPEDAGOGIA:
Enfoca a compreensão da relação entre
funcionamento do sistema nervoso e a
aprendizagem humana, embasados na interface
entre Neurociências aplicada à Educação,
Pedagogia e Psicologia Cognitiva, em uma
abordagem transdisciplinar.
(SBNPp, 2016 – Art. 10)
ESPAÇOS DE ATUAÇÃO DO
NEUROPSICOPEDAGOGO?

Espaços de Atuação: “setting” adequado para atendimentos


individuais, como consultório particular, espaços de
atendimento (conhecidos também como clínicas), posto de
saúde e CRAS (caso tenha autorização), terceiro setor e
Hospitais. :
Deve ser um trabalho focado em um plano de intervenção
específico para atender necessidades individuais e trabalhar
a aprendizagem visando a reintegração pessoal, social e
educacional.
AÇÕES DA ATUAÇÃO CLÍNICA
(Fundamentado na Nota Técnica 001/2016 do Conselho Técnico
Profissional da SBNPp
a) Investiga queixas, realiza anamneses, faz entrevistas, coletas de dados e observações.
b) Estabelece hipóteses diagnósticas para elaborar a intervenção neuropsicopedagógica
(INPp) e seleciona atividades para testá-las
c) Confirmada as hipóteses, planeja a intervenção de acordo com as necessidades
individuais de acordo com os conhecimentos técnicos da Neuropsicopedagogia e
instrumentos adequados.
d) O plano de intervenção visa alcançar metais iniciais, intermediárias e finais. Ele deve
focar na reintegração pessoal, social e educacional de quem é atendido, bem como na
superação do quadro inicial estabelecido pelas hipóteses diagnósticas.
e) Elabora o parecer técnico, com linguagem adequada, para informar aos responsáveis,
organiza seus registros, seguindo o Código de Ética Técnico-Profissional e pode fazer
encaminhamentos a outros profissionais conforme as especificidades dos casos
atendidos.
Psicologia
Cognitiva

Teorias da
Aprendizagem
e Estratégias Funcionamento
de Ensino do Sistema
(Pedagogia) Nervoso
(Neurociências)
PESQUISAS EM
NEUROPSICOPEDAGOGIA
Única Instituição do País
a ter um Projeto Social
em Neuropsicopedagogia
para mais de 50
professores. Temos
resultados na cidade de
São Fidélis/RJ.
Em 2016, o CENSUPEG ficou em 1º lugar no Dica de
Mestre, premiação concedida no Congresso
APRENDER CRIANÇA, maior congresso de
Neurociências e Educação da América Latina, pela
comprovação de dados científicos em melhora na
aprendizagem.
FACULDADE CENSUPEG em 2016,
única instituição brasileira
participante, foi condecorado no
Congresso Mundial de Educação em
Cuba, cidade de Havana.
Foi reconhecida internacionalmente
pela sua contribuição científica e
social à sociedade brasileira através
da Neuropsicopedagogia.
Em 2018, novamente CENSUPEG ficou em 1º lugar
no Dica de Mestre, pela comprovação de dados
científicos em melhora na aprendizagem.
Ao nascer....

• Acriança é dotada de alguns reflexos e de


uma exuberância sináptica.
• O contato com o ambiente, mediado
pelos adultos, promoverá a organização
sináptica e a progressiva diferenciação e
construção do mundo interno.
Desenvolvimento das estruturas
cerebrais
 Ao nascimento o cérebro humano não está completamente
desenvolvido, encontra-se imaturo e não concluído.
 Um bebê ao nascer tem apenas 23% da estrutura cerebral
desenvolvida.
 Durante os seis primeiros anos de vida, várias funções
cerebrais serão completadas ou desenvolvidas e o cérebro
continuará a moldar-se durante todo o restante da vida.
Desenvolvimento das estruturas
cerebrais
 Em nenhuma outra fase a diferenciação de funções cerebrais será tão
intensa quanto na infância .

 Toda essa organização de tecidos cerebrais, ainda que biológica e


material, será fortemente influenciada, dirigida, regulada e nutrida na
relação que o bebê estabelece com os outros seres humanos e com a
sociedade onde crescer.

 O desenvolvimento cerebral e biofísico se completa em sociedade, na


cultura e na história onde nos inserimos.
Desenvolvimento das estruturas
cerebrais
 Pesquisas têm demonstrado de forma consistente
que os três primeiros anos de vida são críticos para
o desenvolvimento emocional e cognitivo da
criança.
 Durante este período ocorre 75% do crescimento
do cérebro.
 O crescimento e amadurecimento do cérebro humano é
lento e gradual.
 Todas as experiências infantis acabam por estimular e
repercutir por toda a organização neural.
A qualidade da vivência infantil com outras pessoas é de
fundamental importância na estruturação humana do bebê.
CAMINHO...
Aprendizagem e Neurociência
• Aprendizagem ocorre no cérebro.
Experiências precoces afetam a
arquitetura cerebral estabelecendo
um alicerce frágil ou forte para a
construção de todo o aprendizado.
Aprendizagem produz modificações
estruturais no cérebro.
• A evolução da neurociência permite visualizar cada parte do cérebro
vivo em ação, do maior circuito até a sinapse no diminuto espaço entre
neurônios.
• É possível registrar a atividade elétrica de uma única molécula no
cérebro.
• Essas técnicas permitem estudos científicos sobre a mente e o cérebro,
os processos neurológicos que ocorrem durante o pensamento, a
aprendizagem e o desenvolvimento de competências.
• Assim sabemos, por exemplo, que as informações captadas pelos órgãos dos
sentidos chegam ao cérebro, ativam as respectivas áreas de processamento
dessas informações e são interpretadas e enviadas para a amígdala.

• A amígdala, uma estrutura subcortical situada no lobo temporal, decide que


experiências são importantes o bastante para armazenar.

• Essa seleção depende do significado emocional dos eventos.


• O cérebro é um sistema biológico aberto, flexível, que cresce e
transforma a si próprio em resposta a desafios e que encolhe em
consequência de falta de uso.
• O cérebro está sempre tentando fazer conexões entre novos padrões e
os existentes, agindo não só racionalmente, mas também de forma
criativa buscando por conexões não usuais.
• Na perspectiva das neurociências a aprendizagem é a
aquisição de novas funções neurais envolvendo por conseguinte
sistemas neurais plásticos não previamente conectados. A plasticidade
é uma disposição neural, a aprendizagem é sua realização.
• O desenvolvimento do cérebro é programado por fatores genéticos e
sofre a influência de fatores ambientais.
• O cérebro tem uma grande plasticidade durante toda a vida, embora
seja maior nos primeiros anos.
• Diferentes áreas do sistema nervoso se desenvolvem em diferentes
momentos.
Durante o desenvolvimento cerebral as ligações entre as células
nervosas vão se tornando mais complexas, à medida que o organismo
interage com o meio ambiente.
• A neuroplasticidade significa que as células do Sistema Nervoso se
organizam e reorganizam a partir de estímulos mais variados.
• Esta dança complexa acontece diariamente e é responsável pela
arquitetura cerebral.
• Embora haja uma ordem genética para que isto tudo aconteça, ela é
influenciada pelas experiências significativas e repetidas que vivemos.
• O cérebro humano está definitiva e irremediavelmente na
dependência do ambiente em que vivemos.
• Dessa forma o processo adaptativo da criança ao meio ambiente, tem
uma correspondência neurobiológica que progressivamente se organiza
de forma adequada, se suas predisposições genéticas, tanto cognitivas
como afetivas, encontrarem um acolhimento equilibrado, seguro e
afetuoso.
• Essa relação proporciona aprendizados, cuja representação estará
devidamente contemplada na organização dos circuitos cerebrais.
O que é Aprendizagem?
O que é dificuldade de aprendizagem?

O que é distúrbio de aprendizagem?


APRENDIZAGEM: PROCESSO QUE SE
REALIZA NO INTERIOR DO INDIVÍDUO E SE
MANIFESTA POR UMA MUDANÇA DE
COMPORTAMENTO RELATIVAMENTE
PERMANENTE.
Três características do bom aprender:

a) Uma mudança duradoura;


b) E transferível para novas situações;
c) Como consequência direta da prática
realizada.
(Romero,1995)
Aprendizagem

• Falar de aprendizagem é se referir a um


processo global de crescimento, pois toda
aprendizagem desencadeia, em algum
sentido, crescimento individual ou grupal.
Aprendizagem
• Aprendizagem e conhecimento muitas vezes
são usados como sinônimos, mas não são.

• É por meio da aprendizagem que se adquire


conhecimento.
Aprendizagem
A aprendizagem é modificação do
SNC quando o indivíduo é
submetido a estímulos/experiências
de vida, que vão se traduzir em
modificações cerebrais.
Aprendizagem
Aprendizagem é uma
modificação sistemática
do comportamento ou
da conduta, pelo
exercício ou repetição,
em função de condições
ambientais e condições
orgânicas.
APRENDIZAGEM
• Aprendizagem é a relação que acontece
entre o indivíduo e o meio ambiente que
resulta na plasticidade adaptativa de
comportamentos ou condutas.
A modificação do comportamento

depende das condições ambientais e


orgânicas,

As orgânicas se constituem como


variáveis independentes (ocorrem com
o nosso controle ou não).
Aprendizagem

DO PONTO DE VISTA ESTRUTURAL E FUNCIONAL

Aprendizagem são as modificações que interessam


aos sistemas receptores e efetores, em suas
conexões anatômicas e funcionais referentes ao
Sistema Nervoso Central (SNC) e que são retidas
como pertencentes ao campo da aprendizagem.
Aprendizagem

DO PONTO DE VISTA DOS PROCESSOS E


MECANISMOS

As diversas teorias sobre a Aprendizagem é que


irão explicar o estabelecimento e a conservação
dos sistemas de traços característicos da
aprendizagem.
(Campos, 1983)
Aprendizagem

• Tem início ao nascimento e continua durante


toda vida.

• Permeia nossas vidas, está envolvida em


nossas habilidades, no desenvolvimento
emocional, na socialização, na formação da
personalidade, etc.
Aprendizagem

• Aprender é um processo comum a todo o indivíduo, que


ocorre no seu processo de desenvolvimento e deve ser
entendido numa perspectiva ampla (sua dimensão biológica,
psicológica e social).

• Todo ser humano assimila informações provenientes do


meio em que se encontra, transforma estas informações e
utiliza essas informações para tomar decisões, agir, lidar
com objetos, interagir com pessoas, inventar, criar e
descobrir.
Aprendizagem

Fatores Intra-psicológicos: Fatores Inter-


• atenção, psicológicos:
• memória, • pedagógicos,
• praticas, • institucionais,
• motivação, • familiares,
• emoção • culturais,
• políticos,
• econômicos,
• sociais
• relacionais
ATENÇÃO

Selecionamos a informação que julgamos


importante.

Pela atenção focalizamos, em cada momento,


determinados aspectos do ambiente, deixando
de lado o que for dispensável.
ATENÇÃO
O sistema nervoso faz a seleção da informação
através de vários mecanismos.

A informação chega ao cérebro por meio de cadeias


neuronais.

Podemos conscientemente dirigir a atenção a


determinados estímulos enquanto ignoramos outros.
ATENÇÃO

O nível de vigilância ou de alerta são


importantes na atenção.

A atividade cerebral sofre variações que


vão do sono profundo ao pleno despertar.
ATENÇÃO
Durante a sonolência ou sono o
funcionamento da atenção e da memória
ficam prejudicados.

O estado de alerta extremo, causado por


ansiedade, também pode prejudicar a
atenção e o processamento cognitivo.
ATENÇÃO

O cérebro tem uma motivação intrínseca


para aprender,

mas só está disposto a fazê-lo para


aquilo que reconheça como significante.
ATENÇÃO
A manutenção da atenção por um período
prolongado exige a ativação de circuitos
neurais específicos,

após algum tempo, a tendência é que o foco


atencional seja desviado por outros estímulos
do ambiente ou por outros processos centrais.
MEMÓRIA
Memória significa aquisição, formação, conservação e evocação de
informações.

Aquisição também é chamada de aprendizado ou aprendizagem.

Só se grava aquilo que é aprendido.


MEMÓRIA

Assim a MEMÓRIA Somos o que está na


assume importante memória, mas
papel na também o que
aprendizagem. resolvemos esquecer.
A memória...
• A memória é uma capacidade funcional do sistema nervoso
responsável por selecionar, arquivar e evocar os estímulos do meio.
• É fundamental para o pensamento e aprendizagem.
• Requer um bom sistema atencional e estado emocional favorável.
Nos primeiros meses de vida a memória possui características
sensoriais e afetivas.
• A experiência repetida será o elemento constituinte e organizador.
Posteriormente com, informações mais sofisticadas, vai se constituir
no componente essencial da arquitetura cognitiva das Funções
Executivas.
Condições favoráveis à
aprendizagem
• Físicas : condições orgânicas satisfatórias.

• Disfunções como estresse, uso de


substâncias químicas, más condições físicas
podem afetar a aprendizagem.
Condições favoráveis à
aprendizagem
• Psicológicas: motivação (processo de desequilíbrio
interior, que leva a ação); funcionamento adequado
do sistema nervoso, vivência emocional
equilibrada.
Condições favoráveis à
aprendizagem
• Ambientais: acomodação física; de
temperatura; de iluminação; de
ventilação.
Condições favoráveis à aprendizagem

• Sociais: facilitação social (ver outras pessoas


desempenhando atividades, motiva para também
conseguir realizar); competição(com moderação e
coerência) e cooperação (incentivada).
Aprendizagem

• Aprendizagem e desenvolvimento são processos


complementares e embora diferentes, cada um
exerce influência sobre o outro.

• Esses processos são resultantes de estruturações e


reestruturações progressivas, mediante a ação do
sujeito sobre os objetos e destes sobre o sujeito.
Caminhos...
Qual é o trajeto usual que você faz para ir
da sua casa ao seu ao trabalho?

E se existir algum entrave nesse caminho,


você deixará de chegar ao seu trabalho?

Que caminho você fará?


Neuroplasticidade
O cérebro é constituído de 2 hemisférios
os quais são unidos por um sistema de
milhões de fibras nervosas.

Entretanto um hemisfério é
constantemente informado sobre o que
está acontecendo com o outro.
Neuroplasticidade
Se uma destas comunicações é quebrada a
informação vai tentar encontrar uma outra
via para chegar a seu destino.

À essa capacidade que o cérebro têm de


criar estas rotas alternativas dá-se o nome
de NEUROPLASTICIDADE .
Neuroplasticidade
A plasticidade cerebral se refere a reorganização
do SNC pós-lesão e também a capacidade de
permitir a flexibilidade do cérebro normal e,
consequentemente, a cognição.

A plasticidade é dependente dos estímulos


ambientais e, por conseguinte, das experiências
vividas pelo indivíduo.
Neuroplasticidade
Os estímulos ambientais constituem a base
neurobiológica da individualidade do homem.

As mudanças ambientais interferem na plasticidade


cerebral e, consequentemente, na aprendizagem.

As alterações plásticas são as formas pelas quais se


aprende.
Neuroplasticidade - Tipos
Plasticidade do desenvolvimento do
cérebro normal;

Plasticidade que ocorre como resposta à


experiência;

Plasticidade reacional a uma lesão, na


tentativa de reorganizar o SNC.
Aprendizagem requer estratégias:
• Selecionar o foco atencional
• Sustentar a atenção
• Alternar a atenção quando necessário
• Retornar ao foco
• Dividir a atenção quando necessário
• Responder seletivamente ao material proposto
• Repetição após intervalo de tempo
QUEIXA ESCOLAR: PROBLEMA DA
ESCOLA OU DE SERVIÇO DE SAÚDE?

• No Brasil, cerca de 40% das crianças em séries iniciais de


alfabetização apresentam dificuldades escolares. (SCHIRMER;
FONTOURA; NUNES, 2004)

• Muñiz (2001), as dificuldades de aprendizagem e adaptação


escolar apresentam 35% das motivações para consultas
pediátricas na fase dos 6 aos 24 anos e 45% dos atendimentos
em saúde mental no mundo.
QUEIXA ESCOLAR: PROBLEMA DA
ESCOLA OU DE SERVIÇO DE SAÚDE?

• Kimmel e Weiner (1998) consideram os problemas escolares e


os problemas de comportamento aqueles que mais dificultam
o desenvolvimento normal do adolescente e necessitam de
atendimento especializado.

• Graminha e Martins (1994) afirmam que as dificuldades


escolares se constituem no principal motivo da procura de
atendimento psicológico para crianças.
DSM – IV
(Manual Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais) (1995)

 Transtornos de aprendizagem são


diagnosticados por meio de testes
padronizados envolvendo
matemática, leitura ou expressão
escrita, demonstrando valores
substancialmente abaixo do esperado
para a idade, escolarização e nível de
inteligência.
CID – 10
(Classificação Internacional de Doenças)
(1992)

 Transtornos nos quais as modalidades


habituais de aprendizado estão alteradas
desde as primeiras etapas do
desenvolvimento.

 O comprometimento não é somente a


conseqüência da falta de oportunidade de
aprendizagem ou de um retardo mental, e
ele não é devido a um traumatismo ou
doença cerebrais.
National Joint Committee of
Learning Disabilities
(1988)

 Dificuldades intrínsecas do indivíduo;

 Disfunção do Sistema Nervoso Central;

 Persiste por toda a vida;

 Envolve as dificuldades significativas na


compreensão oral, conversação, leitura, escrita,
raciocínio ou matemática;

 Nível de inteligência mediano ou acima da


média
Transtornos de Aprendizagem

 Não incluem problemas de aprendizagem


que são principalmente resultado de:

• deficiências visuais, auditivas


ou motoras;
• retardo mental;
• traumatismos ou doenças
cerebrais adquiridas;
• perturbação emocional;
• desvantagens ambientais,
culturais ou econômicas.
Dificuldades para Aprendizagem

“Termo genérico que abrange um grupo heterogêneo de

problemas capazes de alterar as possibilidades de a

criança aprender, independentemente de suas

condições neurológicas para fazê-lo”


(Newra Rotta e cols, 2006)
Dificuldades para Aprendizagem
Fatores relacionados com a
ESCOLA
Fatores relacionados com a
FAMÍLIA
Fatores relacionados com a
CRIANÇA
Transtornos de Aprendizagem

• Prevalência: 2 a 10% (3 – 5% Brasil – Ciasca, 2003)

• Meninos 6:1 (Ciasca , 2003)

• Etiologia: MULTIFATORIAL
(imaturidade, lesões específicas do cérebro, fatores hereditários e ou
disfunções químicas).
Transtornos de Aprendizagem

Anamnese
1. Queixa Principal
2 .História da Doença
Atual
3.História Familiar
4.Hábitos do dia-a-dia
5.Antecedentes maternos
6.Antecedentes
Gestacionais
7. Parto e período
neonatal
8. Desenvolvimento
neuropsicomotor
Transtornos de Aprendizagem

I. Exame Físico

II. Exame Neurológico

III. Exame das Funções


Corticais Superiores

IV. Exames
Complementares
Transtornos de Aprendizagem

I. Exame Físico
II. Exame Neurológico

-Psiquismo
-Linguagem
-Atitude
-Fácies
-Equilíbrio
-Motricidade
Transtornos de Aprendizagem

II. Exame das Funções


Corticais Superiores

-Orientação
-Memória
-Desenho da figura humana
-Equilíbrio
-Cálculos
Funções Executivas
• As funções executivas correspondem a um conjunto de habilidades que, de forma
integrada, permitem ao indivíduo direcionar comportamentos à metas, avaliar a
eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias
ineficazes em prol de outras mais eficientes e dessa forma resolver problemas.
• Participam da sua consecução um amplo espectro de processos cognitivos
destacando-se o sistema atencional, controle inibitório, a memória operacional,
fluência, flexibilidade de pensamento e capacidade de planejamento.
• As funções executivas podem ser comparadas a um gerenciador dos recursos
cognitivo-emocionais, cuja tarefa seria a resolução de novos problemas.
• As estruturas primordiais envolvidas no funcionamento executivo estão
localizadas basicamente nos lobos frontais.
• A função executiva permite ao indivíduo intervir e participar das solicitações
cognitivas mais diferenciadas.
• Inclui o desejo, o propósito, o planejamento, a intenção de atingir um
determinado objetivo, ignorando os distratores, criando estratégias,
planejando etapas, e monitorando a execução delas, ao mesmo tempo em
que apresenta flexibilidade e persistência para vencer obstáculos.
Dificuldade de Aprendizagem
• Trata-se de um conjunto de sinais
sintomatológicos que provocam uma série de
pertubações no aprender do sujeito,
interferindo no processo de aquisição e
manutenção de informações.

• É não conseguir entender o processo no qual o


sujeito está inserido.
TRANSTORNO OU DISTÚRBIO DE
APRENDIZAGEM
DIS + TURBARE = ALTERAÇÃO VIOLENTA
DA ORDEM NATURAL DA APRENDIZAGEM.
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM

A habilidade mental se desenvolve de forma irregular,


de modo que se verifica uma discrepância marcante
entre a capacidade e a execução nas tarefas
acadêmicas, considerando-se a idade da criança, seu
quociente de inteligência e grau de escolaridade.
PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM
Prevalência: de 4 a 5% na população escolar (Roush, 1995)

Transtornos de Leitura: predominantes afetando cerca de


80% das crianças.

Se a estas forem acrescidas as que apresentam TDAH


chegamos a um valor de 11%.
Dificuldade de Aprendizagem X
Transtorno Especifico da aprendizagem

• Transtorno Especifico da aprendizagem


• Transtorno de natureza neurobiológica, relacionada a inabilidades
especificas (como leitura, escrita, matemática), em indivíduos que
apresentam uma performance significativamente abaixo do esperado para
seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.
• Dificuldade de aprendizagem

Abrange um grupo heterogêneo de fatores que podem alterar a


capacidade de aprendizagem e que não são relacionados as
condições neurológicas para aprender.
Algumas questões relativas ao conteúdo escolar

• processos cognitivos;
• capacidade de simbolização;
• linguagem / fala (relação fonema – grafema);
• processos psicomotores;
• condições emocionais;
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA
APRENDIZAGEM
• O transtorno específico da aprendizagem é um
transtorno do neurodesenvolvimento, com uma
origem biológica que é a base das anormalidades
no nível cognitivo as quais são associadas com as
manifestações comportamentais.
• Sua característica essencial é a dificuldade
persistente para aprender as habilidades
fundamentais (leitura, escrita, matemática), desde
o inicio da escolarização.
TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO
• Deficiências Intelectuais: leve, moderada, grave, profunda,
atraso global do desenvolvimento;
• Transtorno de Comunicação: linguagem, fala, fluência,
comunicação social;
• Transtorno de Espectro Autista;
• Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade:
combinado, desatento, hiperativo;
• Transtorno Especifico da Aprendizagem: leitura, escrita,
matemática
• Transtornos Motores: coordenação, estereotipado;
• Transtorno de Tiques: transtorno de tourette, tique motor ou
vocal crônico e transitório.
Podemos dividir as teorias das Dificuldades de
Aprendizagem em três grandes blocos

• 1) Os modelos centrados na pessoa: que se referem às


explicações neurofisiológicas ou os modelos médicos,
as teorias genéticas, etc. As explicações são baseadas
em déficits nos processos perceptivos.
• 2) Os modelos centrados na tarefa e no meio
educativo: reúne as teorias centradas na análise das
tarefas e as centradas n o meio sociológico e educativo.
• 3) Os modelos integradores: aborda os processos
psicológicos subjacentes, e os enfoques que apresenta
as deficiências no processamento de informação.
As Dificuldades de Aprendizagens no Brasil
As Dificuldades de Aprendizagens só podem ser compreendidas
na interação entre os fatores intra e extra escolares, requerendo
intervenções tanto no âmbito do aluno, das práticas pedagógicas,
da formação de professores, quanto no âmbito de mudanças mais
amplas de natureza política, econômica e social.

Pesquisas sobre os alunos brasileiros demonstram que os fatores


mais apontados como responsáveis são: físicos, cognitivos,
emocionais e comportamentais.

Este tema tem sido com considerado central na questão sobre o


fracasso escolar.
Definição: a expressão dificuldade de aprendizagem
é usada para referir condições sócio-biológicas que
afetam as capacidades de aprendizado de indivíduos,
em termos de aquisição, construção e desenvolvimento
das funções cognitivas.
No campo da Educação, as mais comuns são:

Dislexia Discalculia
Disgrafia
Funções Cognitivas

Entende-se por função cognitiva ou sistema


funcional cognitivo as fases do processo de
informação, como percepção, aprendizagem,
memória, atenção, vigilância, raciocínio e solução de
problemas.
Além disso, o funcionamento psicomotor
(tempo de reação, tempo de movimento, velocidade
de desempenho) tem sido frequentemente incluído
neste conceito.
Codificação/Decodificação
Escrita/Imagem conceitual
• CAVALO
• ÁRVORE
• TRISTEZA
 Distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura
escrita e soletração

 Pode se apresentar quando uma criança saudável,


inteligente, com estímulos sócio culturais adequados e sem
problemas de ordem sensorial ou emocional, tem uma
dificuldade acima do comum em aprender a ler.

É um distúrbio neurofuncional. O funcionamento cerebral


depende da ativação integrada e simultânea de diversas redes
neuronais para decodificar as informações.
A criança dislexa possui inteligência normal
ou muitas vezes acima da média.

A pessoa apresenta dificuldade em


decodificar o estímulo escrito e também não
consegue estabelecer memórias fonêmicas
(associas fonemas a letras).

A dislexia normalmente é hereditária.


Dificuldades com a linguagem e escrita ;

Dificuldades em escrever;

Dificuldades com a ortografia;

Lentidão na aprendizagem da leitura;

Dificuldades para compreensão do texto.


Disgrafia (que é uma alteração da escrita normalmente ligada a
problemas perceptivo-motores);
Discalculia (distúrbio neurológico que afeta a habilidade com
números);
Dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar
sequências de tarefas complexas;
Dificuldades para compreender textos escritos;
Dificuldades em aprender uma segunda língua.
Dificuldades com a linguagem falada;

Dificuldade com a percepção espacial;

Confusão entre direita e esquerda.


COMO PERCEBER A DISLEXIA?

Atraso na Leitura
Alfabetização silabada sem
compreensão

Trocas
ortográficas
 Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;
 Pobre conhecimento de rima e aliteração;
 Desatenção e dispersão;
 Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
 Dificuldade na coordenação motora fina e/ou grossa;
 Desorganização geral.
 Confusão entre esquerda e direita (Isso traz dificuldades para se orientarem
com mapas, globos e o próprio ambiente)
 Vocabulário simples, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e
vagas;
 Dificuldades em decorar sequências, como meses do ano, alfabeto, tabuada;
Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados;
 Confusão de letras, sílabas ou palavras que se parecem
graficamente: a-o, e-c, f-t, m-n, v-u.
 Inversão de letras com grafia similar: b/p, d/p, d/q, b/q,
b/d, n/u, a/e.
 Inversões de sílabas: em/me, sol/los, las/sal, par/pra.
 Ao ler pula linha ou volta para a anterior.
 Soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por
sílaba, ou reconhece letras isoladamente sem poder ler.
 Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
 Problemas de conduta como: Depressão, timidez
excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;

 Bom desempenho em provas orais.


 Leitura lenta para a idade;
 Ao ler, movem os lábios murmurando;
 Não consegue lembrar-se de fatos passados como
horários, datas;
 Muitos conseguem copiar, mas na escrita
espontânea como ditado e ou redações mostram
severas complicações.
 Usar jogos e brinquedos, empregar preferencialmente
os que contenham letras e palavras.
 Deve-se iniciar por leituras muito simples com livros
atrativos, aumentando gradativamente conforme seu
ritmo.
 Colocar o aluno sentado perto da professora/colega
auxiliar.
 Acompanhar suas anotações ou pedir para que um
colega o ajude a anotar datas de entrega de trabalhos, etc.
Valorizar o lado sensível que possuem (o que pode
ser feito pedindo para que a criança apresente para a
classe o que sabe sobre o assunto);
 Oferecer-lhe uma régua para acompanhar a leitura;
 Respeitar o ritmo da criança.
Não lhe peça para fazer coisas na frente dos
colegas, que o deixem em situação desconfortável
como por exemplo, ler em voz alta.
 Não exagerar nas inúmeras correções, isso pode
desmotivá-lo. Procure mostrar os erros mais relevantes;

 Permitir nas séries iniciais o uso de tabuadas, material


dourado, ábaco, e para alunos que estão em séries mais
avançadas, o uso de fórmulas, calculadora, gravador e
outros recursos, sempre que necessário;

 É equivocado insistir em exercícios de “fixação“:


repetitivos e numerosos, isto não diminui sua dificuldade;
DISGRAFIA é uma alteração da escrita
normalmente ligada a problemas perceptivo-motores

Ao tentar recordar a grafia da letra, o aluno escreve


muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente
as letras, tornando a letra ilegível;
Algumas crianças com disgrafia possuem também uma
disortografia amontoando letras para esconder os erros
ortográficos;

A disgrafia não está associada a nenhum tipo de


comprometimento intelectual.
 Lentidão na escrita;
 Letra ilegível;
 Escrita desorganizada;
Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a
marcar o papel ou muito leves;
Desorganização geral na folha por não possuir
orientação espacial;
Desorganização do texto, pois não observam a margem
parando muito antes ou ultrapassando;
Quando este último acontece, tende a amontoar letras
na borda da folha;
Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas,
atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas,
movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo);

Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito


grande, escrita alongada ou comprida;

O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares;

Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.


Disgrafia
Os pais e professores devem evitar repreender a criança;

Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista;

Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.

Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.;

 Estimular a memória visual por meio de quadros com letras do alfabeto, números,
famílias silábicas;

 Não exigir que a criança escreva vinte vezes a palavra, pois isso de nada irá adiantar.
 Lentidão extrema da velocidade de trabalho, pois não tem os
mecanismos necessários (tabuada decorada);
 Problema com orientação espacial: não sabe posicionar os números de
uma operação na folha de papel, gasta muito espaço, ou faz contas
“apertadas” num cantinho da folha;
 Dificuldades para lidar com operações (soma, subtração, multiplicação,
divisão) ;
 Dificuldade na memória de curto prazo (tabuadas, fórmulas.);
 Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro
pacotes de 250 gramas;
 Sequenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e
sucessor;
Não automatiza informações (dificuldade de armazenar e
buscar o que foi ensinado);
Confusão de símbolos ( = + - : . < >);
Dificuldade para entender palavras usadas na descrição de
operações matemáticas como “diferença”, “soma”, “total”,”
conjunto”, “raiz quadrada”;
Tendência a transcrever números e sinais erradamente;
Lembrar as sequências dos passos para realizar as operações
matemáticas;
Problemas para diferenciar esquerdo e direito;
Falta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e oeste);
Inabilidade de dizer qual números é maior.
Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos
demais;

Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela


criança ou interrompê-la várias vezes ou tentar adivinhar o
que ela quer dizer completando sua fala;

Corrigir o aluno frequentemente diante da turma;

Ignorar a criança em sua dificuldade.


 Não force o aluno a fazer as lições quando estiver
nervoso por não ter conseguido;
 Proponha jogos na sala;
 Procure usar situações concretas, nos problemas;
 Os jogos irão ajudar na seriação, classificação,
habilidades psicomotoras, habilidades espaciais,
contagem.
 O uso do computador é bastante útil, por se tratar de
um objeto de interesse da criança;
 Fazer uso de calculadora;
 Fazer uso de tabuada;
 Fazer uso de caderno quadriculado.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

Esquizóde - Transtorno da personalidade


caracterizado por um retraimento dos
contatos sociais, afetivos ou outros,
preferindo a fantasia, atividades solitárias e
a reserva introspectiva; apresentando uma
incapacidade de expressar seus sentimentos
e a experimentar prazer.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Borderline:
• Transtorno de personalidade caracterizado pela
tendência nítida em agir de modo imprevisível, sem
consideração consequências, com humor
imprevisível e caprichoso, tendência a acessos de
cólera e uma incapacidade de controlar os
comportamentos impulsivos, tendência a adotar
um comportamento briguento e a entrar em
conflito com os outros principalmente quando os
atos impulsivos são contrariados ou censurados.
• O indivíduo apresenta também perturbações da
autoimagem, uma sensação crônica de vacuidade,
relações interpessoais intensas e instáveis e uma
tendência a adotar um comportamento
autodestrutivo, compreendendo tentativas de
suicídio ou gestos suicidas.
TRANSTORNOS DELIRANTES
• Esquizofrenia:
A esquizofrenia é um distúrbio mental grave,
caracterizado pela perda do contato com a realidade
(psicose), alucinações, delírios (crenças falsas),
pensamentos anormais e alteração do funcionamento
laborativo e social.

A dificuldade de processamento das informações, a


incapacidade de concentração, a dificuldade de
comportar-se de forma socialmente aceitável e a
incapacidade de lidar com os problemas em geral podem
indicar vulnerabilidade
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
TOC
É caracterizado essencialmente por ideias obsessivas e
comportamentos compulsivos recorrentes. As ideias
obsessivas são pensamentos, representações ou impulsos que
se intrometem na consciência do sujeito de modo repetitivo e
estereotipado. Ele tem consciência desses pensamentos, e
tenta de todas as maneiras evitá-los, mas sem qualquer
sucesso.
SINTOMAS OBCESSIVOS
• Medo de contaminação por germes, sujeiras etc.
• Imaginar que tenha ferido ou ofendido outras
pessoas.
• Imaginar-se perdendo o controle, realizando
violentas agressões ou até assassinatos.
• Pensamentos sexuais urgentes e intrusivos.
• Dúvidas morais e religiosas.
• Pensamentos proibidos
SINTOMAS COMPULSIVOS
Sintomas compulsivos mais comuns:
• Lavar as mãos para eliminar germes, bactérias, etc.
• Repetir determinados gestos
• Verificar se as coisas estão como deveriam, porta trancada, gás
desligado, etc.
• Tocar objetos
• Contar objetos
• Ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira.
TRANSTORNOS EMOCIONAIS
Depressão:
Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão
(leve, moderado ou grave), o paciente apresenta um
rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da
atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o
prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de
concentração associadas em geral à fadiga, mesmo após um
esforço mínimo.
TRANSTORNO BIPOLAR
A alternância de longos períodos depressivos com manias é a
tônica dessa patologia. Os indivíduos com esse transtorno
apresentam durante algumas ocasiões uma elevação do
humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou
mania), e em outras, um rebaixamento do humor e de
redução da energia e da atividade (depressão).
Transtornos Globais do
Desenvolvimento
• Autismo
• Síndrome de Rett
• Transtorno Desintegrativo da Infância
• Transtorno de Movimentos
Esteriotipados(com hipercinesia associada a
retardo mental)
Autismo
• É um transtorno que caracteriza-se por alterações
na interação social, na comunicação e no
comportamento.
• Manifesta-se antes dos 3 anos e persiste
durante a vida adulta.
Características
• A criança autista tem dificuldade em se relacionar com
outros indivíduos, mantém-se distante, evita o contato
visual, demonstra falta de interesse pelas pessoas e não
• Em 50% dos casos, o interesse social se desenvolve com
o tempo, mas a reatividade, a reciprocidade e a
capacidade de empatia permanecem prejudicadas. O
autista tem dificuldade em ajustar seu comportamento
ao contexto social e não consegue reconhecer ou
responder adequadamente às emoções dos demais.
Comunicação
• A dificuldade de comunicação afeta a compreensão e a expressão, o
gestual e a linguagem falada. Metade dos autistas não conseguem
desenvolver uma fala compreensível; a outra metade mantém atrasos
nessa área. Uma minoria aprende palavras e até frases no período
apropriado, mas depois perdem essa habilidade.

• Quando a expressão verbal é desenvolvida, é


tipicamente diferenciada e atrasada, com ritmo e
entonações anormais
• Apresenta ecolalia, repetição de palavras ou
frases , comete erros de reversão pronominal
(troca do “você” pelo “eu”), usa as palavras de
maneira própria (idiossincrática), inventa
palavras (neologismos), usa frases prontas e
questiona repetitivamente. Normalmente o
autista não mantém uma conversação,
simplesmente fala para outra pessoa.
• Alguns usam a expressão verbal apenas para
pedir coisas; outros, não percebem que o
ouvinte não tem mais interesse no assunto.
Os gestos são reduzidos e pouco integrados
ao que está sendo dito. Metade das crianças
autistas desenvolvem uma fala compreensível
até os 5 anos. Aquelas que não o tenham
feito, dificilmente terão uma expressão verbal
apropriada.
Interesses e Atividades
Os autistas são resistentes a mudanças e
mantêm rotinas e rituais. É comum
insistirem em determinados movimentos,
como abanar as mãos e rodopiar. Preferem
brincadeiras de ordenamento (alinhamento
de objetos, por exemplo) e têm fascinação
por objetos ou elementos inusitados para
uma criança (zíperes e cabelos, por
exemplo).
• Costumam preocupar-se excessivamente
com temas restritos, como horários fixos e
determinadas atividades ou compromissos.
• Dificilmente brincam de faz-de-conta e
quando isso ocorre, limitam-se a ações
simples de um ou dois episódios histórias ou
programas de TV favoritos.
• Apesar de ser dificilmente detectada no primeiro
ano de vida, a doença pode se manifestar nesse
período, caracterizada por um desenvolvimento
anormal.
Um dos sinais é a aversão ao colo. Em casos raros,
a partir de uma certa idade, a criança entra numa
fase de regressão e perde habilidades de interação
social e comunicação adquiridas nos primeiros anos
de vida.
Prevalência
Duas em cada mil crianças têm algum
distúrbio autístico. A doença atinge
aproximadamente 0,05% da população, e a
ocorrência de novos casos é mais comum no
sexo masculino, na razão de três homens para
cada mulher afetada.
SÍNDROME DE RETT
É uma anomalia no gene mecp2, que causa
desordens de ordem neurológica acometendo quase
que exclusivamente crianças do sexo feminino.
(aproximadamente 1 em cada 10.000 a 15.000
meninas nascidas vivas), em todos os grupos
étnicos.É uma síndrome de retardo mental
acentuado,compromete progressivamente as
funções motora e intelectual, e provoca distúrbios de
comportamento e dependência.
TRANSTORNO DE MOVIMENTO
ESTERIOTIPADO
• A característica essencial é um comportamento motor repetitivo, não
funcional e muitas vezes aparentemente intencional.

• Os movimentos estereotipados podem incluir acenar com as mãos,


balançar o corpo, brincar com as mãos, remexer os dedos, manusear
objetos, bater a cabeça, morder a si mesmo, beliscar a pele ou enfiar
os dedos em orifícios corporais, ou golpear várias partes do próprio
corpo.
Síndrome de Asperger
• É uma síndrome do espectro autísta,
diferenciando-se do autismo clássico por não
comportar nenhum atraso ou retardo global no
desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do
indivíduo.
Transtornos da Infância
• Transtornos da aprendizagem, transtornos das
habilidades motoras e transtornos da comunicação
(linguagem);
• Transtorno do déficit de atenção-hiperatividade;
• Transtornos Depressivos na Infância
• Transtornos de Tique
• Transtornos da Excreção
• Transtornos de Ansiedade na Infância
• Transtorno da Ansiedade de Separação
• Fobias específicas e Fobia social
Síndromes cromossomicas
• Aneuploidias autossômicas : Síndrome
de Down, Síndrome de Patau e Síndrome
de Edwards.
• Aneuploidias relacionadas aos
cromossomos sexuais: Síndrome de
Turner e Síndrome de Klinefelter.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Síndrome de Down (Trissomia do 21)


• Os indivíduos portadores dessa síndrome possuem um
cromossomo a mais no par 21 autossômico.
• Alguns sinais percebidos são:
• Retardo mental;
• Pescoço e dedos curtos;
• Linha reta da palma da mão;
• Baixa estatura;
• Extremidade externa dos olhos voltada para cima
(entre outros).
(5)
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Imagem: U.S. Department of Energy Human Genome Program / Cariótipo da trissomia do cromossomo 21 (Síndrome de Down), em 5 de outubro de
2006 / Source: http://www.ornl.gov/sci/techresources/Human_Genome/graphics/slides/elsikaryotype.shtml / Public Domain

Cariótipo demonstrando a trissomia do cromossomo 21


Imagem: Menino com síndrome de down, em setembro de 2008 / Fotografia: Vanellus Foto / GNU Free
Documentation License BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem
Síndrome de Down

Imagem: Pablo Pineda, ator espanhol com síndrome de down em 13 de novembro de 2010 /
Fotografia: Drivaspacheco / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported
BIOLOGIA, 3º Ano

linha simiesca
Demonstração da
As principais anomalias genéticas no homem

Imagem: Prega palmar transversal única, em 10 de fevereiro de 2008 / Fotografia:


WurdBendur / GNU Free Documentation License
BIOLOGIA, 3º Ano
Síndrome de Patau
As principais anomalias genéticas no homem

• Os indivíduos portadores dessa síndrome possuem um


cromossomo a mais no par 13 autossômico.
•Os portadores apresentam (6):
• Graves malformações do sistema nervoso central;
• Baixo peso ao nascimento;
• Defeitos na formação dos olhos ou ausência dos
mesmos;
• Fenda palatina e/ou lábio leporino;
• Anormalidades no controle da respiração, entre
outros,
• Além de prognóstico de sobrevivência muito curto.
Síndrome de Edwards
• Os indivíduos portadores dessa síndrome possuem um
cromossomo a mais no par 18 autossômico.
• Os portadores apresentam (7):
•Hipertonia (característica típica); 3º e 4º dedos);
•Cabeça pequena, alongada e •Pés virados para fora e com
estreita; calcanhar saliente;
•Zona occipital muito saliente; •Acentuada má formação cardíaca;
•Orelhas baixas e mal formadas; •Anomalias renais (rim em
•Defeitos oculares; ferradura)
•Maxilares recuados;
•Anomalias do aparelho reprodutor.
•Mão cerrada segundo uma forma
característica (2º e 5º dedos
sobrepostos, respectivamente, aos
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Imagem: GNU Free Documentaition License.


Cariótipo de um portador da Síndrome de
Klinefelter -47, XX+ 18
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Características de um portador da
Síndrome de Edwards
-Hipertonicidade,Esterno e pescoço
curtos, pelve estreita;

- Pés virados para fora e calcanhar


saliente;

- 2º e 5º dedos se sobrepondo ao 3º e 4º;

- Micrognatia (mandíbula recuada);

- Crânio alongado na região occipital e Imagem: Bobjgalindo / GNU Free Documentation License.

orelhas com implantação baixa.


BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Síndrome de Turner
• Mutação monossômica que afeta o sexo
feminino, provocada pela ausência de um
cromossomo sexual, possuindo apenas um
cromossomo X.
•Os sinais característicos são (8):
• Tórax largo;
• Ovários não funcionais;
• Pescoço curto e largo;
• Baixa estatura.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Imagem: GNU Free Documentation License.


Cariótipo demonstrando a mutação monossômica
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem
Características de uma portadora da
Síndrome de Turner
- Baixa estatura;
- Tórax largo;
- Mamilos muito separados;
-Metacarpo curto;
- Unhas pequenas;
- Machas marrons;
- Muitas dobras na pele;
- Constrição da aorta;
- Pouco desenvolvimento dos seios;
- Deformidades no cotovelo;
- Ovários subdesenvolvidos;
- Sem menstruação.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

- Baixa estatura, ombros


largos e seios reduzidos

- Linha posterior de
implantação dos cabelos
baixa
Imagens: (a) Johannes Nielsen / Creative Commons Attribution 2.0 Generic e (b) Creative Commons Attribution 2.0 Generic.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem
Síndrome de Klinefelter
• Mutação no cromossomo sexual, a qual afeta
indivíduos masculinos portadores de dois
cromossomos X e um Y.
• Apresenta os seguintes sinais:
• Alta estatura;
• Ginecomastia (desenvolvimento das
glândulas mamárias);
• Testículos não funcionais ;
• Coeficiente intelectual baixo ou médio.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Imagem: 47,XXY / Disponibilizado por: The cat / GNU Free Documentation License

Cariótipo de um portador da Síndrome


de Klinefelter
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Características de um portador da Síndrome


de Klinefelter
- Calvície frontal ausente;
- Tendência para crescer menos
pelos;
- Desenvolvimento dos seios;
- pelos púbicos femininos;
- Testículos reduzidos;
- Fraco crescimento de barba;
- Ombros estreitos;
- Ancas largas;
- Braços e pernas compridas.
BIOLOGIA, 3º Ano
As principais anomalias genéticas no homem

Portador da Síndrome de Klinefelter

Imagens: (a) e (b) Malcolm Gin / GNU Free Documentation License.


PARA FINALIZAR....
Todo mundo tem um potencial único. Trate as
pessoas com necessidades especiais,
vislumbrando as capacidades que ela tem. Uma
relação harmoniosa e respeitosa é capaz de
transformações profundas. É importante sempre
acreditar no ser humano; tenha ele alguma
limitação, transtorno ou deficiência
REFERENCIAS

• FERRAZ, Ana P. C. M. BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e


apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais.
Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. Disponível em
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• Usando a Taxonomia de Bloom para planejar uma aula. Taxonomia de Bloom: um novo
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• BOSA, Cleonice. Atenção compartilhada e identificação precoce do autismo. In:
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• CABALLO, Vicente E. Manual de avaliação e treinamento das habilidades sociais. São
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• CAMARGOS Jr, Walter et al. Autismo Infantil- Sinais Sintomas.In: Transtornos Invasivos do
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ÚNIOR, José Ferreira Belisário e CUNHA Patrícia. A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar: Transtornos Globais do Desenvolvimento - Brasília: Ministério da
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