INSTITUTO POLITÉCNICO VÉNUS
DELEGAÇÃO DE TETE
Curso: SMI
1º Ano- Tarde
Cadeira: Farmacologia
Tema do Trabalho
Antibiótico Terapia
Discente: Docente:
TETE
Junho de 2023
i
INSTITUTO POLITÉCNICO VÉNUS
DELEGAÇÃO DE TETE
Curso: SMI
Cadeira: Farmacologia
Tema do Trabalho
Antibiótico Terapia
Discente: Docente:
TETE
Junho de 2023
ii
Índice
1. Introdução................................................................................................................................3
1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................................3
1.2. Objectivos Específicos..........................................................................................................3
2. Metodologias de pesquisa........................................................................................................3
3. As particularidades do Colonialismo Português......................................................................4
3.1. Percentagem do comércio com as colónias no comércio total de Portugal..........................4
3.2. Algumas das grandes companhias privilegiadas criadas em Moçambique..........................5
3.3. A ocupação militar em Moçambique....................................................................................6
3.4. Revolta de Barué (consequência para Europa, Africa e Moçambique)................................7
4. Conclusão...............................................................................................................................10
5. Bibliografia............................................................................................................................11
iii
1. Introdução
A partir de 1850, o capitalismo português estava em franca ascensão, ainda que o pais se
mantivesse num estado quase feudal e muito dependente do financiamento externo. Vinte anos
mais tarde, surgia a base de uma indústria têxtil que procurava romper com a tradicional
dependência inglesa, tendo como mercado preferencial as colónias africanas.
A formulação de um Império Colonial Português em Africa data da segunda metade do século
XIX, após a independência do Brasil (1822). A sua construção, a par da ocupação gradual do
espaço colonial, então sob a ameaça de outras potências europeias, passava por uma profunda
transformação das suas estruturas sociais e económicas, pondo fim ao tráfico esclavagista. A
descoberta de importantes jazigos auríferos na África austral, aliada ao clima de prosperidade em
Moçambique, beneficiando-se das relações com o Natal e da abertura do canal do Suez (1 869),
levaram o governo português a iniciar um novo ciclo de reformas e de desenvolvimento do seu
sistema colonial.
1.1. Objectivo Geral
Compreender sobre as particularidades do Colonialismo Português em Moçambique
1.2. Objectivos Específicos
Conceitualizar o colonialismo;
Descrever particularidades do Colonialismo Português em Moçambique e
Explicar a revolta de Barué (consequência para Europa, Africa e Moçambique).
2. Metodologias de pesquisa
Para a realização deste trabalho recorreu se a consulta a internet que impulsionou a revisão
bibliográfica, também recorreu se o manuais diversos.
3
3. As particularidades do Colonialismo Português
A partir de 1850, o capitalismo português estava em franca ascensão, ainda que o pais se
mantivesse num estado quase feudal e muito dependente do financiamento externo. Vinte anos
mais tarde, surgia a base de uma indústria têxtil que procurava romper com a tradicional
dependência inglesa, tendo como mercado preferencial as colónias africanas.
3.1. Percentagem do comércio com as colónias no comércio total de Portugal
Anos Importações Exportações Total Importações +
Exportações
1896 2,90 11,50 6,56
1900 2,83 18,25 8,27
1910 3,72 18,74 8,80
1920 3,80 14,10 6,07
A formulação de um Império Colonial Português em Africa data da segunda metade do século
XIX, após a independência do Brasil (1822). A sua construção, a par da ocupação gradual do
espaço colonial, então sob a ameaça de outras potências europeias, passava por uma profunda
transformação das suas estruturas sociais e económicas, pondo fim ao tráfico esclavagista. A
descoberta de importantes jazigos auríferos na África austral, aliada ao clima de prosperidade em
Moçambique, beneficiando-se das relações com o Natal e da abertura do canal do Suez (1 869),
levaram o governo português a iniciar um novo ciclo de reformas e de desenvolvimento do seu
sistema colonial.
A partir da década de 1880, a actividade colonial assumiu uma importância maior ao nível dos
comerciantes portugueses, em parte motivada por uma política mais dinâmica do Governo e da
Sociedade de Geografia de Lisboa. Seria neste âmbito que se organizaria a «expedição de obras
públicas», em 1877, com o objectivo de abrir vias de comunicação para o comércio com o
interior. Simultaneamente, legislava-se sobre a liberdade de trabalho, pondo fim ao sistema
esclavagista, ainda que se mantivessem formas de coerção muito próximas dele. A escassez de
meios financeiros e humanos obrigou o Governo português a recorrer aos capitais estrangeiros, à
abertura dos mercados e ao aumento das exportações.
4
Durante toda a década de 1890, as possessões portuguesas em África viveram um clima
altamente instável, chegando a Grã-Bretanha e a Alemanha a negociarem um acordo secreto que
previa a partilha do «império português» (Tratado de Westminster) na eventualidade de Portugal
ser obrigado a abdicar das suas colónias. Esta instabilidade teve muito a ver com a crise
financeira portuguesa de 1890, que obrigou à desvalorização da moeda e a um reajustamento
unilateral da sua divida externa.
As colónias foram obrigadas a pagarem por si e a encontrarem alguma forma de contribuírem
para os problemas externos da economia metropolitana. Assim, os administradores coloniais
deram prioridade procura de meios menos dispendiosos e mais directos de levar a colónia a não
dar prejuízo. No entanto, o ambiente de insegurança política que ainda se Vivia em Moçambique
não permitia a atracção de investimentos, já que mesmo as povoações costeiras mais antigas
eram regularmente ameaçadas e atacadas pelos chefes africanos locais.
O Governo português transferiu então para companhias privadas ou concessionárias a
administração, ocupação militar e desenvolvimento de grande parte da colónia, deixando a região
meridional, a sul do Save, para ser explorada directamente pelo Estado como reserva de mão-de-
obra para as minas sul-africanas.
A implantação destas companhias concessionárias e a penetração dos investimentos estrangeiros
propiciaram, de um modo geral, o seu desenvolvimento económico, alargando as formas de
organização capitalista da produção e da comercialização. O sucesso destas companhias deveu-
se, fundamentalmente, a uma organização capitalista moderna, mas também fazendo recurso aos
seus privilégios e às actividades comerciais e agrícolas.
3.2. Algumas das grandes companhias privilegiadas criadas em Moçambique
Ano Companhia
1888, 13 de Concedida à Companhia de Ofir (Companhia de
Fevereiro Moçambique, em 1891) o privilégio de uma concessão na
África Oriental Portuguesa, por um prazo de 30 anos.
1891, 11 de Assinado o decreto concedendo os territórios de Manica e
Fevereiro Sofala à Companhia de Moçambique.
1891, 26 de Concedido à empresa Bernardo Daupias & C. o territ6rio
Setembro compreendido entre o rio Lúrio, a Sul, o rio Rovuma, a
5
Norte, o Oceano índico, a leste e a região dos Lagos, a
Oeste.
1892, 5 de Maio Constituída definitivamente a Companhia de Moçambique.
1892, 24 de Concedido à Companhia da Zambézia a administração por
Setembro conta própria, por um período de 10 anos, dos prazos da
Coroa situados a norte do rio Zambeze.
1893, 9 de Março Accionistas ingleses e franceses adquirem o capital da
empresa Bernardo Daupias & C., passando a nova empresa
a designar-se por Companhia do Niassa.
3.3. A ocupação militar em Moçambique
A aceleração da actividade militar nas colónias portuguesas começou a partir da Conferência de
Berlim, numa tentativa de fazer a ligação entre Angola e Moçambique, concretizando assim o
projecto do «mapa cor-de-rosa». Realizaram-se uma série de expedições, iniciadas em meados de
1888, de acordo com um plano elaborado em Lisboa. Esta tentativa de expansão foi interrompida
no Niassa e em Manica, com os conflitos anglo-portugueses, estando na origem do célebre
Ultimatum de 1890.
A ocupação militar de Moçambique foi feita em três períodos distintos, que apresentamos na
página seguinte (ver também Fig. 73).
Ultimatum inglês: foi emitido pelo governo inglês contra Portugal, em 11 de Janeiro de 1890,
obrigando este último pais a retirar as suas forças militares do interior da Africa Austral (nas
actuais zonas do Zimbabwe e Zâmbia), quando estas procediam à sua ocupação militar,
pretendendo concretizar o sonho de uma «Africa Meridional Portuguesa».
1850-1894: período em que Portugal usou apenas as suas tropas coloniais e os aliados africanos
locais, em guerras feitas sem grande motivação, não impressionando nem colonizados, nem a
metrópole colonial, nem as outras potências europeias interessadas em substituir-se a Portugal
em Moçambique. Mas não se pode ignorar a resistência tenaz das famílias prazeiras no vale do
Zambeze que, entre 1867 e 1869, causaram pesadas derrotas aos exércitos portugueses em
Massangano.
6
1895-1910: este foi verdadeiramente o período de ocupação colonial, superiormente gerido pelo
Governo central, em Lisboa. São usadas tropas portuguesas e armamento largamente superior ao
dos seus adversários africanos. Isto não quer dizer que a ocupação se tenha feito por uma série de
vitórias acumuladas umas sobre as outras. Catástrofes e derrotas não faltaram, tal como ocorreu
com a campanha dos Namarrais (1896-1897), no norte de Moçambique. Noutros casos, esta
ocupação revelou-se demasiado frágil, tal como ocorreu no Bàrué, onde persistiram formas mais
ou menos de guerrilha, na zona montanhosa da fronteira com o actual Zimbabwe. Na última
década, a região do Niassa mantinha-se ainda fora da alçada do poder colonial, derrotando
apenas o chefe Mataka, o principal chefe Yao, em 1912. A sul do rio Lúrio sé se viria a proceder
penetração militar a partir de 1905, ficando terminada após 1910 (Figs. 70, 71 e 72).
1910-1926: surgiu um novo surto de dificuldades para Portugal, obrigando-o a um conjunto de
operações encarniçadas, mas que nunca puseram em causa a sua presença colonial. Estas
parecem dever-se a um conjunto de circunstâncias, como:
— As reivindicações de certos africanos evoluídos, que julgavam justificar-se um afrouxamento
do jugo colonial.
— Persistência ou acentuação de toda a espécie de abusos coloniais.
— Os ataques alemães em Angola (1914) e em Moçambique (1916-1918) e à perda de prestígio
que isso resultou para Portugal. Estes acontecimentos militares propiciaram a ocupação de partes
do planalto dos macondes (1917), processo que ainda iria decorrer até 1924.
3.4. Revolta de Barué (consequência para Europa, Africa e Moçambique)
Com a investida de 1902, os portugueses pareciam ter conseguido o controlo da situação, mas os
acontecimentos rapidamente mudaram de rumo. Os europeus intensificaram a exploração e o
abuso dos Baruitas, o que para além de cobrança coersiva de mussoco, degradou a sua condição
de vida. mas, o envolvimento de Portugal na primeira guerra mundial, onde combatia contra os
Alemães no norte de Moçambique, precipitou a rebelião Báruè.
Tudo começou em 1914, quando o governo português decidiu mandar construir uma estrada
ligando Tete e Macequece, passando por terras de Báruè, que permitisse um maior controlo
administrativo das zonas do interior e, igualmente um recrutamento mais fácil de homens para
7
lutarem contra os alemães que haviam penetrado em Moçambique pelo norte vindos da Tanzânia
no decorrer da primeira guerra mundial.
O empreendimento conduziu ao recrutamento de milhares de camponeses, que foram submetidos
ao regime de trabalho forçado. Sipaios entravam nas aldeias do Báruè e muitos camponeses eram
detidos e compelidos ao trabalho forçado na estrada. Ao trabalho forçado junta-se a pressão
crescente dos impostos que os camponeses tinham de pagar à administração colonial. Todas as
tentativas de protestos foram brutalmente reprimidas pelas autoridades coloniais.
A situação agravou-se em 1916, quando o governo português decidiu recrutar cinco mil soldados
e carregadores para a guerra contra os alemães. Face as dificuldades encontradas no
recrutamento devido à resistência da população as autoridade coloniais ordenaram o
recrutamento forçado para o exército de todos homens considerados capazes.
Estas turbulências ocorriam enquanto Makombe Kanga, já tinha encontrado a morte em 1910 na
então Rodésia, e o Estado ainda se encontrava dividido e dirigido por Nongwe-Nongwe que
controlava a parte central do antigo território com capital em Mungari, e por outro lado o primo
Nongwe-Nongwe designado Makosa, este controlava a parte sul “área de Gorongosa”, estes dois
continuavam disputando entre si.
A crise de chefia no Báruè viria a ser definitivamente resolvida quando apareceu uma jovem de
nome Mbuya, uma herdeira do médium Kabudu Kagoro, que se autoproclamava possuidora de
espíritos divinos. Este por sua vez alterrou completamente o quadro da actuação destes povos,
com efeito Mbuya denunciou os abusos dos portugueses, e foi mais longe ao apelar à rebelião
popular contra os colonialistas.
Os principais chefes Báruè, Nongwe-Nongwe e Makosa, convencidos de que só pela força é que
que podiam acabar com a pressão, ultrapassaram as suas rivalidades e começaram a reoganizar o
exército para a luta contra os portugueses.
Os dois chefes conseguiram organizar uma força conjunta calculada entre dez a quinze mil
homens, era em fins de 1916 ultimaram-se os preparativos para a resistência africana.
A rebelião começou em Março de 1917 e, rapidamente, alastrou-se para as formações achicunda
em redor de Zumbo, Cheua (a norte do Zambéze), Tonga e Sena
8
“ … todos os homens que trabalharam na estrada Tete- Macequece sem qualquer remuneração,
foram sujeitos a uma escolha e os mais fortes foram levados pelos sipaios para tete onde foram
embarcados Zambeze abaixo para um distino desconhecido. Centenas foram já levadas este ano.
Se não nos tivéssemos revoltado, eu próprio e outros teríamos sido levados ninguém teria
ficado”. Iscman, Allan F. a tradição de resistência, pp 259.
Uma maior força foi obtida os Espritum-Medium, começaram a propagar que as balas ads armas
dos portugueses se tornaram e água, mal fossem disparadas. Só em Novembro de 1920, a revolta
foi controlada pelos portugueses, que tinham reforçado o seu exército com mais de 30.000
soldados Nguni, além do auxilio militar recebido da Rodésia e Niassalândia. Entretanto, Makosa
e Nongwe.Nongwe fugiram para a Rodésia do Sul, onde foram desarmaos.
O papel desempenhado pelo grande número de soldados Nguni incorporados no exército
invasor;
O papel das tropas mercenárias;
Alguns conflitos entre membros da “elite” dirigentes da resistência.
Estes e outros factores, teriam contribuído para a difícil derrota das forças zambezianas, a derrota
de Báruè marcou o fim da resistência primária armada contra a implantação do domínio colonial,
embora alguns movimentos residuais isolados tivessem continuado por alguns anos. A partir de
então, as autoridades coloniais reforçaram o aparelho de administração de modo a evitarem
idênticas sublevações. Embora parte da concessão feita a Companhia de Moçambique Báruè
manteve-se, praticamente um enclave sob a administração directa do Estado.
A revolta barruita, insere se dentro de um conjunto de acções com vista a evitar o declineo do
estado. retrospectivamente, a crescente opressão dos barruitas com elevadíssimos impostos, o
recrutamento de jovens para forçadamente trabalhar na construção da estrada Tete Macequece, o
recrutamento de jovens para formar um exercito que tinha como missão combater os alemães que
atacavam pelo norte, estes e os de mais estiveram na origem da revolta de barue no ano de
1917\8 . A derrota de barue deveu-se a entre outros o clima de instabilidade interna, não obstante
se tenham as duas facções unido para fazer frente as tentativas de ocupação e domínio português.
9
4. Conclusão
Feito o trabalho conclui que coom a investida de 1902, os portugueses pareciam ter conseguido o
controlo da situação, mas os acontecimentos rapidamente mudaram de rumo. Os europeus
intensificaram a exploração e o abuso dos Baruitas, o que para além de cobrança coersiva de
mussoco, degradou a sua condição de vida. mas, o envolvimento de Portugal na primeira guerra
mundial, onde combatia contra os Alemães no norte de Moçambique, precipitou a rebelião
Báruè. Tudo começou em 1914, quando o governo português decidiu mandar construir uma
estrada ligando Tete e Macequece, passando por terras de Báruè, que permitisse um maior
controlo administrativo das zonas do interior e, igualmente um recrutamento mais fácil de
homens para lutarem contra os alemães que haviam penetrado em Moçambique pelo norte
vindos da Tanzânia no decorrer da primeira guerra mundial.
10
5. Bibliografia
SOPA, António. H10 - História 10ª Classe. 1ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
11