GUIA DE
FINANÇAS
GESTÃO FINANCEIRA PARA
PEQUENOS NEGÓCIOS
POR MARCOS VENÍCIUS A. GONDIM
1 NOÇÕES BÁSICAS DE
SUMÁRIO 2
GESTÃO EM FINANÇAS
PÁGINAS 3 A 5
CONCEITOS BÁSICOS
APLICADOS A FINANÇAS
PÁGINAS 6 A 8
3 ORGANIZANDO AS
FINANÇAS DO NEGÓ
PÁGINAS 9 A 12
4 VERIFICAÇÃO FINANCEIRA
PÁGINAS 13 E 14
5 SUPORTE DO SEBRAE/CE
PÁGINA 15
6 BIBLIOGRAFIA
PÁGINA 16
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
G635g Gondim, Marcos Venícius A.
Guia de finanças: gestão financeira para pequenos negócios / Marcos Venícius
A. Gondim – Fortaleza: Empresa Jornalística O POVO, 2018.
15 p. : il. color.
Publicado em parceria com o Sebrae.
1. Economia e finanças. 2. Gestão financeira. 3. Micro e pequenas empresas.
I. Empresa Jornalística O POVO. II. Sebrae. III. Título.
CDD 332
Ficha catalográfica elaborada por Francisco Edvander Pires Santos (CRB-3/1212)
E-BOOK GUIA DE FINANÇAS é um produto do LAB 282 do Grupo de Comunicação O POVO. Não pode ser vendido separadamente. Editoras-Executivas:
Adailma Mendes e Renata Viana | Edição: Adailma Mendes e Benedito Teixeira | Projeto Gráfico e Edição de Arte: Renata Viana | Design: João
Maropo, Isac Bernardo e Ramon Cavalcante | Concepção e Coordenação Geral do Projeto: Jimmy Lucas | Produção: Beth Lopes | Diretora Comercial:
Aline Viana Gerente de Planejamento e Negócios: André Filipe Dummar de Azevedo | Fale Conosco: [email protected] - www.opovo.com.b
GUIA DE FINANÇAS 3
1. NOÇÕES BÁSICAS DE
GESTÃO EM FINANÇAS
É comum o fato de que lidar com
números, cálculos, fórmulas, estatísticas,
estimativas e outros fatores importantes
para a gestão das finanças de qualquer
negócio gere inicialmente um certo pânico.
Por isso, o objetivo principal do conteúdo
que aqui vamos apresentar é mostrar que
os aspectos financeiros de uma empresa,
em especial das pequenas, não são um
bicho de sete cabeças.
Este e-book é um pontapé inicial
para quem quer começar a entender
os principais conceitos, métodos e a
importância da correta e eficiente gestão
das finanças no âmbito empresarial.
MAS AFINAL DE CONTAS,
O QUE SÃO FINANÇAS?
São recursos que precisam ser
geridos para que, no final, as contas
batam, ou seja, para que não se gaste
mais do que se ganha. É exatamente
nisso em que consiste as finanças: o
gerenciamento dos recursos monetários,
envolvendo instituições os mercados
e os instrumentos que participam das
movimentações de recursos financeiros
entre indivíduos, empresas e governos.
As finanças podem ser bem ou mal
geridas. Aqui, nos interessa chegar à boa
gestão. O primeiro passo para o sucesso
do pequeno negócio é ter consciência da
diferença crucial existente entre o dinheiro
da empresa e o seu próprio dinheiro.
4 GUIA DE FINANÇAS
1.1 GERIR COM
PROFISSIONALISMO NÚMEROS DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO CE
Em todos os países,
sejam desenvolvidos ou em
desenvolvimento, os pequenos
negócios desempenham um
papel econômico, político e social
muito importante. Contribuem
para a geração de empregos,
para a descentralização
das atividades, a inovação DAS EMPRESAS
tecnológica, a formação de FORMAIS DAS OCUPAÇÕES DO PIB DO CE
uma classe média e são fator
preponderante de mobilidade
e equilíbrio entre as classes
sociais
O mundo vive, atualmente, MICROEMPREENDEDOR
em uma era de muitas INDIVIDUAL
incertezas econômicas, políticas,
sociais e culturais, um tempo
caracterizado por mudanças TAXA DE SOBREVIVÊNCIA MÉDIA ANUAL
profundas em comportamentos e NO SETOR DE DE CRESCIMENTO
valores; e os pequenos negócios SERVIÇOS E COMÉRCIO
não estão imunes aos impactos
desses momentos adversos.
Para sobreviver e crescer em
ambiente tão hostil torna-se,
portanto, urgente e necessário
se capacitar para enfrentar
com mais profissionalismo e
mais tranquilidade os cenários
complexos que se apresentam.
Para não entrar no prejuízo,
gerir uma empresa pressupõe
criatividade, uma visão integral
da empresa e disponibilidade
constante para aprender.
GUIA DE FINANÇAS 5
1.2 EM BUSCA DE
CAPACITAÇÃO
Todos os setores de uma em diferentes moedas.
empresa estão, de alguma maneira, São estas as principais atividades
interligados e são responsáveis de quem trabalha com gestão
pelas finanças, que, nos micro e financeira de um negócio: (1) fazer
pequenos e negócios, estão sob análise e planejamento financeiro, (2)
a responsabilidade do próprio tomar decisões de investimentos e (3)
empreendedor. Este exerce tomar decisões de financiamentos.
atividades financeiras, como controle
das movimentações financeiras,
planejamento, concessão de
crédito para clientes, avaliação de
investimentos e de meios de captar
recursos para financiar as operações
da empresa.
Quem pretende se capacitar na
gestão das finanças pode optar por
duas áreas: os serviços financeiros
e a administração financeira. O
primeiro setor cuida da prestação de
assessoria e produtos financeiros.
Envolve atividades como bancos,
consultorias de investimentos, bens
imóveis, planejamento financeiro
pessoal e seguros.
Já a administração financeira
é a parte que cabe ao gestor nas
empresas. Este gerencia de perto
as questões financeiras do negócio,
seja público ou privado, grande ou
pequeno, com ou sem fim lucrativo.
Exercem atividades como: controle
das movimentações financeiras,
planejamento, concessão de
crédito para clientes, avaliação de
investimentos, meios de captar
recursos para financiar as operações
da empresa, entre outros. E, com a
globalização das atividades e dos
negócios, criou-se a necessidade
de os administradores financeiros
gerenciarem também fluxos de caixa
6 GUIA DE FINANÇAS
2. CONCEITOS JUROS SIMPLES
BÁSICOS EXEMPLO
APLICADOS A Ao se fazer um empréstimo de R$ 5.000,00 a uma taxa de
juros simples de 3% no período temos a seguinte situação:
FINANÇAS Valor a ser pago no 1º período
5.000,00 x (1 + 0,03) = 5.150,00
Valor após o 2º período
A Matemática financeira é 5.000,00 x (1+2 x 0,03) = 5.300,00
o guarda-chuva aonde estão Valor após o 3º período
abrigados os demais conceitos 5.000,00 x (1+3 x 0,03) = 5.450,00
fundamentais para a prática da n – número de períodos ||| i – taxa de juros
gestão financeira de um negócio.
O Valor Futuro (VF) a ser Para se conhecer o Valor
pago após n período, a uma Presente (VP) a partir do
2.1 JUROS taxa i referente ao capital
emprestado (VP) será dado por:
Valor Futuro (VF) basta
inverter a fórmula:
O principal conceito que deve
ser assimilado é o de juros. Quem VF = VP (1 + n.i) VP = VF x 1
empresta dinheiro a terceiros (1 + n.i )
espera receber uma recompensa
por isso e quem toma esse capital Já a quantia em
emprestado deve pagar essa dinheiro, a título de
recompensa devolvendo a quantia J = VP x n.i
juros (J), será dada por:
emprestada acrescida de uma
“taxa”. Dessa forma, os juros podem
ser entendidos como um preço a ser
pago pelo uso do dinheiro. JUROS COMPOSTOS
A definição da taxa de juros
geralmente leva em consideração EXEMPLO
o risco, as despesas operacionais Ao fazer um empréstimo de R$ 5.000,00 a uma taxa de juros
e a correção do capital. Existem composto de 3% ao período, temos:
duas maneiras de capitalização dos
juros de uma operação: a que leva Valor a ser pago após 1º período
em conta os Juros Simples e uma 5.000,00 x (1+0,03) = 5.150,00
segunda que considera os Juros Valor a ser pago após 2º período
Compostos. 5.000,00 x (1+0,03) x (1+0,03) = 5.304,50
Nos Juros simples, a Valor a ser pago após 3º período
capitalização da taxa de juros não 5.000,00 x (1+0,03) x (1+0,03) x (1+0,03) = 5.463,63
incide sobre os juros acumulados,
mas somente sobre o capital inicial. Da mesma
0 forma de como foi feito no caso dos juros
Varia linearmente com o tempo. simples, pode-se então dizer que a expressão genérica
para o cálculo de um Valor Futuro (VF) é:
n
VF = VP x (1+ i )
GUIA DE FINANÇAS 7
EXEMPLO
Se uma empresa deseja comprar um equipamento novo
e existem duas opções.
EQUIPAMENTO A EQUIPAMENTO B Também existem métodos/fór-
R$10.000 R$8.000 mulas, levando-se principalmente
em conta a noção de juros, que po-
10 anos
vida útil
5 anos dem ser utilizados para subsidiar e
vida útil fundamentar, com inteligência, as
melhores decisões de investimen-
Se a expectativa de utilização do equipamento é de 20
anos, teríamos que comprar 2 equipamentos A ou 4 tos. O primeiro deles é a aferição
equipamentos B. A taxa de juros é de 12% ao ano e a do Valor Presente Líquido (VPL), nú-
receita é de R$ 4 mil por ano. mero imprescindível para que o ad-
ministrador tome com a segurança
a melhor decisão. Comprar ou não
comprar? Vender ou não vender?
O objetivo do VPL é calcular o va-
lor presente de pagamentos futu-
ros, deduzindo a taxa de custos do
FLUXO DE CAIXA capital. Saber o VPL é essencial na
EQUIPAMENTO A
gestão financeira empresarial por-
Receita anual: R$4.000 que o dinheiro que receberemos no
TEMPO futuro nunca terá o mesmo valor
em anos
do dinheiro no presente. Portanto,
0 1 2 ... ... 19 20 esse cálculo traz para o presente,
4.000
para o montante inicial, todos os
VP= 4.000 + 4.0002 + ...+ fluxos de caixa de um investimento.
1,12 (1,12) (1,12)20
R$10.000 R$10.000
gasto com equipamento no período - 10.000 - 10.00010 =
(1,12)
FLUXO DE CAIXA
EQUIPAMENTO B
Receita anual: R$ 4.000
TEMPO
em anos
1 2 ... ... 19 20
VP= 4.000 + 4.0002 + ...+ 4.00020
1,12 (1,12) (1,12)
R$8.000,00 R$8.000,00
gasto com equipamento no período - 8.000- 8.0005 - 8.00010- 8.00015=
(1,12) (1,12) (1,12)
8 GUIA DE FINANÇAS
Outra métrica fundamental
para se analisar a viabilidade
EXEMPLO
financeira de uma operação Um indivíduo tem três alternativas para aplicar seu dinheiro:
de investimentos é o Tempo
de retorno. Neste método, ALTERNATIVA A -
o critério para a escolha
de um investimento é o que
comprar um negócio A por R$50.000
representa o menor período
de recuperação do capital. SOLUÇÃO
Negócio A:
Investimento
Tempo inicial
= = 50.000 = 13,5
de retorno Retorno 3.700
mensal
ALTERNATIVA B -
montar um negócio B por R$70.000
2.2 DESCONTO Negócio B:
Investimento
Na gestão de finanças, Tempo inicial
trabalhamos também com = = 70.000 = 15,5
o conceito de descontos. De
de retorno Retorno 4.500
forma geral, o desconto (D) é mensal
uma operação “de trás para
frente“, ou seja, parte de um
valor futuro rumo a um valor ALTERNATIVA C -
presente. Portanto: ser sócio no negócio C por R$60.000
D = VF (Valor Futuro) – VP
(Valor Presente) Negócio C:
O desconto pode ser Investimento
Tempo inicial
expresso por uma taxa = = 60.000 = 10
associada a um certo de retorno Retorno 6.000
período. mensal
VP = VF x (1 – n.i ) O RETORNO ESPERADO EM CADA NEGÓCIO:
ALTERNATIVA A – R$ 3.700/mês
ALTERNATIVA B – R$ 4.500/mês
ALTERNATIVA C – R$ 6.000/mês
GUIA DE FINANÇAS 9
3. ORGANIZANDO AS
FINANÇAS DO NEGÓCIO
Destaque-se mais uma vez que na gestão financeira é
fundamental ter uma visão detalhada das Entradas e Saídas do
caixa ao longo do tempo. Para que se consiga tal visão a principal
ferramenta é fazer um orçamento financeiro e um planejamento
das atividades. Saber quando e quanto se vai gastar ou pelo
menos ter uma estimativa.
3.1 ENTRADAS E SAÍDAS
Toda empresa apresenta um movimento constante de entradas
e saídas de dinheiro. É por meio do controle do Registro Diário
de Caixa que se registra, diariamente, a movimentação financeira
ocorrida na empresa (com os valores que entram e saem).
Dessa forma, Entradas e saídas são, respectivamente, os
valores pagos à empresa e os valores pagos pela empresa. Por
exemplo, o que ela recebeu em dinheiro de seus clientes e o que
pagou a seus funcionários.
Modelo de Caixa
Empresa: Data:
Doc Nº Histórico Entrada Saída Saldo
1 recebimento de vendà vista produto A R$300,00
2 recebimento de duplicata 0001 R$500,00
3 recebimento de cartão A R$58,00
4 recebimento de cartão B R$250,00
5 recebimento de duplicata 002 R$105,00
6 recebimento de venda à vista produto B R$800,00
7 recebimento de venda à vista produto C R$850,00
8 recebimento de venda à vista produto D R$280,00
9 pagamento de conta de telefone R$35,00
10 pag. duplicata fornecedor 00011 R$125,00
11 pag. cheque Nº 001.001 fornecedor B R$140,00
12 pagamento ICMS R$100,00
13 pagamento aluguel R$250,00
14 pagamento salários R$2.500,00
TOTAL R$3.143,00 R$3.150,00 (R$7,00)
DETALHES DO SALDO Saldo anterior R$500,00
Dinheiro Saldo das Entradas R$3.143,00
Cheques Saldo das Saídas R$3.150,00
Vales Saldo Atual R$493,00
TOTAL VISTO DE CAIXA
10 GUIA DE FINANÇAS
Para subsidiar o registro das entradas no momento em que são consultados os
e saídas é necessário fazer o controle de extratos bancários.
Movimentação bancária, procedimento Estes dois controles (Registro Diário de
adotado para registrar todos os depósitos Caixa e Movimentação bancária) fornecem
efetuados e cheques emitidos da conta o Saldo de recursos da empresa, ou seja,
corrente bancária, independentes de o dinheiro que ela possui no momento, é o
terem sido compensados ou não. A saldo que você tem em caixa mais o saldo
exceção são os cheques pré-datados do banco.
emitidos ou recebidos, que deverão ser É necessário ainda que seja elaborado
lançados no Controle de Contas a Pagar um planejamento de curto prazo para
ou no Controle de Contas a Receber, um período de no mínimo de seis meses.
respectivamente. Outras despesas que Este controle é executado com auxílio de
entram nesse controle são: juros, IOF, um Mapa de Fluxo de Caixa, um guia de
taxas bancárias, que serão identificadas valores a serem pagos e recebidos.
FLUXO
OPERACIONAL
SALÁRIOS FLUXO DE
INVESTIMENTO
FORNECEDORES compra
ATIVOS
IMOBILIZADOS
CUSTOS E DESPE- venda
SAS OPERACIONAIS
compra
PARTICIPAÇÃO
IMPOSTOS
IMOBILIZADOS
venda
CAIXA FLUXO DE
FINANCIAMENTO
empréstimo
VENDAS À VISTA DÍVIDAS
quitação
venda
RECEBIMENTO DE de ações PATRIMÔNIO
VENDAS A PRAZO LÍQUIDO
pagamento
de dividendos
GUIA DE FINANÇAS 11
3.2 MAPA DO FLUXO DE CAIXA
Para preencher o Mapa do Fluxo de
Caixa você deve consultar o controle
de Contas a Pagar e o controle de
Contas a Receber com o objetivo de
lançar as entradas e saídas que já
podem ser consideradas compromissos
assumidos. Outros itens a serem
considerados são: fretes, manutenção,
material de consumo, salários. A base
de consulta desses dados é o Registro
Diário de Caixa dos meses anteriores.
Dessa forma, você pode saber, com
antecedência, as entradas e saídas
de dinheiro que a empresa vai ter. E
assim, caso ocorram problemas no
meio do caminho, é possível saber com
antecedência e corrigir a situação a
tempo.
Principais causas que levam as
empresas a ter problemas de caixa:
custos fixos altos; prazos de venda
muitos longos – o que gera pagamentos
em datas distantes daquelas que você
deve pagar os fornecedores; estoques
acima do necessário – criando uma
reserva de material desnecessária e
dispendiosa; vendas que não geram
margens suficientes – por previsões
de preços erradas e desatualizadas; e
altos valores imobilizados – quer dizer
bens adquiridos sem necessidade real
ou em data inadequada.
Mesmo que os valores previstos em
um período não coincidam totalmente
com os valores realizados, não desista
de fazer o fluxo de caixa. É normal que,
no começo, aconteçam diferenças. Use,
de preferência, os dados encontrados
no Registro de Caixa e só tome decisões
depois de consultar o Fluxo de Caixa.
12 GUIA DE FINANÇAS
3.3 DESEQUILÍBRIO 3.4 CONTROLE DE ESTOQUE
FINANCEIRO
A análise do fluxo de caixa A compra de matérias-primas e mercadorias
permite determinar, com precisão, implica sempre no armazenamento delas para
uma situação de desequilíbrio uso posterior, o que, consequentemente, exige do
financeiro. empresário ferramentas eficientes de controle
Sintomas do desequilíbrio: de estoque. É preciso saber:
insuficiência crônica de caixa;
captação sistemática de recursos • Qual o valor aplicado nos estoques?
através de empréstimos; e • Qual a rotatividade dos estoques?
obtenção de financiamentos junto • Quais os materiais em excesso?
a bancos. • Qual o índice de perdas por extravios, furtos
Causas Básicas: excesso de e obsolescência?
investimentos em estoque; prazo
médio de recebimento maior do Se você tem dificuldade de responder es-
que o prazo médio de pagamento tas questões, sua empresa precisa de um bom
das compras; excesso de controle dos estoques para evitar desperdícios e
investimentos em ativos fixos; e perdas pelo fim do prazo de validade ou roubos;
baixo giro dos estoques. acompanhar o investimento em estoques e veri-
Consequências: maior grau de ficar se é adequado às necessidades; identificar
vulnerabilidade ante as flutuações itens de baixa rotação e aumentar o giro; visua-
do mercado em que a empresa lizar as quantidades reais de materiais, auxiliar
atua; e atrasos nos pagamentos, na hora de fazer as compras e criar informações
aumentando as perspectivas de para o cálculo de custo e preço.
concordata ou falência.
MEDIDAS DE
SANEAMENTO
- Aumento do capital próprio
por meio do aporte de novos
recursos dos proprietários
atuais ou de novos sócios;
- Redução ou adequação
do nível de atividades
aos volumes de
recursos disponíveis
para financiamento das
operações;
- Controle rígido de custos e
despesas operacionais;
- Desmobilização de ativos
ociosos.
GUIA DE FINANÇAS 13
4. VERIFICAÇÃO FINANCEIRA
A correta verificação dos resultados financeiros só
é possível se o empresário tiver controle sobre os con- RESULTADO OPERACIONAL
ceitos a seguir:
Receita Operacional – é o dinheiro que entra na em-
ANALISANDO A LUCRATIVIDADE
presa por meio da venda de produtos e serviços. LUCRATIVIDADE GERAL NO PERÍODO
Custos Variáveis – são aqueles que variam numa re-
lação direta com o volume de produção e/ou venda. Ex.: + Receitas Brutas no Período
matéria-prima, impostos sobre vendas, comissões etc. - Custos Variáveis Totais
Custos Fixos – são aqueles necessários para a ope- = Margem de Contribuição
racionalização da empresa, mas não têm relação direta - Custos Fixos Totais
com o volume de produção e/ou vendas. Ex.: salários, = Resultado no período
aluguel, seguro etc.
CÁLCULO DA LUCRATIVIDADE L%
Margem de Contribuição – é a diferença entre o valor
obtido pelas vendas de produtos e serviços (Receita
Operacional) e os gastos com matéria-prima, impostos L% = [ROB/RB] x 100%
sobre vendas, comissões e outros custos que tenham
relação direta com as vendas (Custos Variáveis).
O Resultado Financeiro é encontrado através da Es-
trutura Gerencial de Resultado, um demonstrativo que
também identifica as prováveis causas deste resultado.
ESTRUTURA GERENCIAL DE RESULTADO
Itens Mês/R$ % Mês/R$ %
1. RECEITA TOTAL
2. CUSTOS VARIÁVEIS
CPV/CMV
Impostos sobre venda
Comissões e encargos
Outros custos variáveis
3. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
4. CUSTOS FIXOS
Salários e encargos
Custos e despesas operacionais
Despesas financeiras
Depreciações
Retiradas dos sócios
Outros gastos
5. RESULTADO OPERACIONAL
6. DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS
Receitas
Despesas
7. RESULTADO LÍQUIDO
8. PONTO DE EQUILÍBRIO
14 GUIA DE FINANÇAS
4.1 PONTO DE EQUILÍBRIO
Como saber qual o menor faturamento que a empresa
pode ter para equilibrar as receitas e os custos/
despesas? Esse faturamento mínimo ideal é que
chamamos de Ponto de Equilíbrio.
O conhecimento do nível de vendas necessário para
se conseguir o resultado desejado é fundamental para a
saúde financeira da empresa.
Ponto de Equilíbrio Operacional
É o nível de vendas, em que as margens de contribuição
geradas pelos produtos e serviços é igual aos Custos e
Despesas Fixos.
CUSTOS E DESPESAS FIXOS
PEQ = x 100
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO %
COMPREENDENDO O PONTO DE EQUILÍBRIO
EXEMPLO:
+ Receitas Brutas no período
- Custos variáveis totais
= Margem de Contribuição
- Custos Fixos Totais
= Resultado no período
CÁLCULO DO PEF $125.000 RB 100%
(Ponto de Equilíbrio Financeiro) $ 60.000 CVT 48%
$ 65.000 MC 52%
PEF = (CFT/MC%) x 100
$ 40.000 CFT 32%
Substituindo: $ 25.000 ROB 20%
PEF = (40.000/52) x 100
PEF = 769,23 x 100 = 76.923
PEF = 61,54% da RB no período
GUIA DE FINANÇAS 15
5. SUPORTE DO SEBRAE/CE Controles Financeiros - Complexidade
Intermediária
Estudo de Viabilidade Econômica -
Complexidade Básica
CURSOS PRESENCIAIS
Estudo Viabilidade Econômico-Financeira -
Análise e Planejamento Financeiro
Complexidade Intermediária
Contabilidade na Prática da Gestão
Estudo Viabilidade Econômico-Financeiro -
Formação do Preço de Venda
Complexidade Alta
Gestão das Finanças Pessoais Para Empreendedores
Fluxo de Caixa - Complexidade Básica
Gestão do Capital de Giro e Fluxo de Caixa
Fluxo de Caixa - Complexidade Intermediária
Planejamento e Controles Financeiros
Gestão de Indicadores e Resultados - Workshop de
Formação de Preço - Complexidade
Finanças
Intermediária
Gestão Financeira - Intermediário
Formação do Preço de Vanda - Complexidade
Tributação Empresarial
Básica
Gestão de Estoques
Planejamento Financeiro - Complexidade
Básica
CURSOS À DISTÂNCIA
Planejamento Financeiro - Complexidade
Online - Como captar recursos para o seu negócio
Intermediária
Online - Como Controlar o Fluxo de Caixa
Projeto de Viabilidade para Acesso ao Crédito
Online - Como Definir o Preço de Vendas
Consultoria - Sebrae Mais Orientações em
Online - Como Encontrar Bons Fornecedores
Compras e Estoques
Consultoria - Sebrae Mais Orientações
PALESTRAS PRESENCIAIS
Financeiras.
Como Reduzir Custos e Despesas
Consultoria em Gestão - Finanças -
Formação do Preço de Venda
Indicadores de desempenho econômico-
Separando as Contas Pessoais das Contas do Negócio
financeiros
Sebrae Mais Educação Financeira
Consultoria em Gestão - Finanças - Custos e
SEI Desenvolver Fluxo de Caixa
formação de preço
SEI Gerir Capital de Giro
Consultoria em Gestão - Finanças - Gestão de
compras e estoques
PALESTRA PRESENCIAL E À DISTÂNCIA
Sebrae Mais Análise Financeira
SITE
www.ce.sebrae.com.br
OFICINAS PRESENCIAIS
Gestão das Finanças Pessoais Para Empreendedores
Controlar meu Dinheiro No Campo
Custos para produzir no Campo
Orientação sobre Acesso a Financiamento para
Começar Bem
Como Controlar o Fluxo de Caixa
Como Definir Preço de Venda
CONSULTORIAS PRESENCIAIS
Análise de Custos – Complexidade Alta
Análise de Custos - Complexidade Básica
Análise de Custos - Complexidade Intermediária
Controles Financeiros - Complexidade Alta
Controles Financeiros - Complexidade Básica
SEBRAE
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENOS NEGÓCIOS
BIBLIOGRAFIA
BLATT, Adriano. Análise de Balanço -
Estruturação e avaliação das demonstrações
financeiras e contábeis. São Paulo: Makron
Books, 2000.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de
Administração Financeira. Tradução de Jorge
Ritter. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001
GONDIM, Marcos Venicius. Custos na
reconstrução de pneus. Fortaleza: Edição
Sebrae/CE,1994.
DOLAN, Robert Jr. O poder dos preços: As
melhores estratégias para ter lucro. São
Paulo: Futura, 1998.
PROVAR. Finanças no varejo: gestão
operacional. São Paulo: Atlas, 1996.
BERNARDI, Luiz Antonion. Política e formação
de preços. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1998.
AUTOR
Marcos Venícius Gondim, engenheiro
com MBA em Gestão Financeira pela FGV
e com mestrado em Visão Territorial e
Sustentável do Desenvolvimento pelo Instituto
Interuniversitário de Desenvolvimento Local
em Valencia - Espanha. Assessor de Gestão
Estratégica do Sebrae/CE e autor da cartilha
“Um bom negócio começa assim” e dos livros
“Precificação na indústria”, “Precificação no
comércio” e “Varejista três títulos”.