DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - DEDUC
RECONHECIMENTO MEC DOC. 356 DE 31/01/2006 PUBLICADO EM 01/02/2006 NO DESPACHO 196/2006 SESU
DEMÓSTENES NEVES DA SILVA
A TRINDADE I:
ARTIGO
Cachoeira
2006
DEMÓSTENES NEVES DA SILVA
A TRINDADE I:
ARTIGO
Trabalho Revisado, editorado e formatado por Adolfino
R. Aquino e Joás Paulo de Souza e coordenado pelo Pr.
Leonardo Godinho Nunes, no segundo semestre letivo
de 2006.
Cachoeira
2006
SUMÁRIO
1 HISTÓRIA .................................................................................................3
2 A TRINDADE NA IASD.............................................................................4
2.1 Evolução de Várias Doutrinas ................................................................4
2.2 Pioneiros Anti-Trinitarianos ...................................................................4
2.3 Pioneiros Trinitarianos ...........................................................................6
2.4 Citações de Ellen G. White .....................................................................8
3 CONCLUSÃO .........................................................................................11
REFERÊNCIAS.........................................................................................................12
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1 HISTÓRIA
A palavra Trindade não é uma invenção do Papa;
A palavra não foi criada para sustentar a doutrina, pois os cristãos e
os pais apostólicos (70-150 DC) criam em um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo
Creeds and Confessions of Faith in Christian Tradition, vol. 1, Yale
University Press, 2003, pp. 38-91.
Não surgiu no 4º século mas no 2o. século;
Não surgiu em Roma ou na Europa, mas na África no século II
(Tertuliano) para se referir ao ser humano;
Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã, ASTE, s/d, pp. 31,
63, 64, 100, 101.
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2 A TRINDADE NA IASD
2.1 EVOLUÇÃO DE VÁRIAS DOUTRINAS
Declaração de Uriah Smith em 1872 não era oficial e não continha
várias doutrinas bíblicas como:
Modéstia Cristã – 1889; Conduta Cristã – 1889; Dízimos e Mordomia
– 1889;
Temperança – após 1863 (Ellen White) e U. Smith (ainda em 1883
negava a validade de Lev. 11. Manuscript Release, 852. In: Spirit of Prophecy
Library, vol. Vi, Peace Press, Loma Linda, EUAM S/D, p. 1915.)
A própria Justificação pela Fé passou a ser mais discutida a partir
de 1888.
2.2 PIONEIROS ANTI-TRINITARIANOS
Joseph Bates – (1871) Seu argumento era, no mínimo, ingênuo.
Argumentava com seu pai (igr. Congregacional) que cria na Trindade: “Se você
puder me convencer de que nós somos um nesse sentido: que você é meu pai e eu
sou seu filho e também que eu sou seu pai e você é meu filho, então eu poderei crer
na Trindade.” (Autobiografia de J. Bates, 204, 205) assim, ele hierarquizava Pai e
Filho na Divindade.
Uriah Smith – usava somente textos não trinitarianos.
Mudou sua posição gradualmente, mas não se conhece uma
declaração formal aceitando o conceito pleno da Trindade.
Porém, em 1896 não era contra louvar o Espírito Santo, pois, dizia,
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estava equiparado ao Pai e ao Filho em Mt. 28:19.
(In the question chair, Adventist Review and Sabbath Herald,
doravante Review, 27/10/1896)
Em 1898, ele declara que o Espírito Santo era como a luz do sol.
Em 1903 reconheceu três seres e três agentes para a nossa
salvação. “The Spirit of Prophecy”, Gen. Conference bulletin, 14/3/1891).
Josué V. Himes – O Espírito Santo era “poder e energia”.
J. B. Friesbie – Trindade era pagã.
J. H. Waggonner – “A Bíblia faz silêncio sobre a Trindade”. (The
Atonement, 173)
Mas, em 1883 Waggonner reconhece que o Espírito Santo partilha
os atributos do Pai e do Filho.
J.N. Loughborough – 3 objeções sobre a Trindade em seu artigo:
É contra o senso comum (não considerou outras doutrinas também
contra o “senso comum”);
É contrária às Escrituras (não considerou os textos trinitários);
É de origem pagã (cometeu erro conceitual igualando tríade com
Trindade).
(J. N. Loughborough. Question Answerd, Review 5/11/1861).
D.M. Canright – O mais enfático opositor da doutrina da Trindade e
da personalidade do Espírito Santo. Sustentava praticamente a mesma posição de
Loughborough.
A. J. Dennis – “Deus não nos pede para crer em impossibilidades”.
(?) (Signs of the Times, 22/5/1879)
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Milton C. Wilcox - embora antitrinitariano declarou que:
“Nós podemos saber isso - que há uma grande manifestação tríplice
da Deidade.” (Republicado em Questions Answered, Pacific Press Publishing
Association, 1938, p. 33)
Declarou ainda que o Espírito Santo não é anjo (s) – Signs of the
Times.04/11/1889.
2.3 PIONEIROS TRINITARIANOS
S. Spears em artigo de 1889 transformado em panfleto em 1892
defende “A doutrina bíblica da Trindade”.
N. Downer em artigo na Review, 6 de abril, 1876 declara que as
três pessoas da Trindade tiveram parte na ressurreição de Cristo.
Lee S. Wheeler, observa, citando Efésios 4:4-5: “É digno de nota
que nesta como em muitas outras partes da Escritura, o Espírito como sendo um, é
mencionado como distinto do Pai e do Filho.” Lee S. Wheeler, The Communion of
the Holy Spirit, Review, 21/4/1891, p. 244.
D. Hildereth – “Tire o Espírito Santo da Bíblia e ‘nada’ que reste é
digno de ser falado”. RH 01/04/1862.
R. F. Cotrell – “Onde houver adoração verdadeira aí o Espírito
Santo está”. (1873).
Joseph Clark – Defendeu o Espírito Santo como uma realidade em
si mesmo e um agente de Deus. Review, 10/03/1874.
P. Bollman – Em 04/11/1889 na Signs of the Times escreve: “O
Espírito Santo é divino e Criador de todas as coisas”.
A.J. Morton – Em 26/10/1891 na Signs of the Times declara: “A
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divindade do Espírito Santo e Cristo e a do Pai e Cristo não pode ser separada”.
Alonzo T. Jones – Editor da Review and Herald por muitos anos.
Em sermão na Sessão da Conferência Geral de 27 de fevereiro
de1895 defendeu que “o Espírito Santo é um representante pessoal de Deus”.
Também, que há uma unidade do Espírito Santo com o Pai e o Filho.
General Conference Bulletin, 27/2/1895
Stephen N. Haskell no artigo “O Espírito Santo” declara que a
relação entre o Pai, Filho e Espírito Santo é um mistério. Review, 28 de novembro de
1899
G. C. Tenny que em 1883 usara “it” para o Espírito Santo declarou
em 1896 que o Espírito Santo era inteligente, tinha existência independente e
passou a usar o pronome pessoal “he”. Review and Herald, 9 de junho de 1896.
S. M. I. Henry – escritor denominacional declarou em 1898 que:
“Os pronomes usados em conexão com o Espírito devem levar-
nos a concluir que ele é uma pessoa – uma personalidade...”
“The Abindig Spirit”, 271
R. A Underwood – que havia sido anti-trinitariano a princípio, expõe,
segundo ele mesmo declara, a sua mudança de compreensão, a partir do estudo da
Bíblia.
Na Review de 3 de maio de 1898 ele diz que o Espírito é uma
pessoa e que não deveríamos permitir que Satanás destruísse nossa fé “ na
personalidade dessa pessoa da Divindade – o Espírito Santo.”
Em relação à sua opinião anterior Underwood declarou:
“Mas nós queremos a verdade porque ela é a verdade, e nós
rejeitamos o erro porque é o erro, apesar de qualquer ponto de vista que nós
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possamos anteriormente ter sustentado ou qualquer dificuldade que nós possamos
ter tido ou possamos ter agora quando nós vemos o Espírito Santo como uma
pessoa.” Review, 3 de maio de 1898.
2.4 CITAÇÕES DE ELLEN G. WHITE
Divulgadas, na maioria, na mídia adventista da época.
Manifestação pública do que ela cria e do que a denominação
predominantemente professava:
“Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa
operação da terceira pessoa da Trindade [Godhead], a qual viria, não com energia
modificada, mas na plenitude do divino poder.” DTN, 1898.
Se há uma Terceira Pessoa na Divindade (com a plenitude do poder
divino), certamente não é um sozinho e nem uma dupla e nem um quarteto.
Godhead, segundo vários dicionários, inclusive o Webster
Enciclopédico é sinônimo de God e Trinity.
Mas mesmo que não se usasse Trindade – o texto diz em límpido
português, que a Divindade tem uma terceira pessoa.
Mesmo que se substitua pessoa por personalidade dá no mesmo,
são palavras sinônimas e o texto seria lido: a terceira personalidade da Divindade
mostrando que há outras duas personalidades, igualando-as.
“Quando você se entregou a Cristo você fez uma promessa na
presença do Pai, do Filho e o Espírito Santo – os três grandes Dignitários pessoais
do céu. ‘Sê fiel’ a essa promessa”. [3]
Aqui NÃO HÁ ALTERNATIVA DE TRADUÇÃO. São TRÊS (THREE,
em inglês) os dignitários do Céu; Eles são pessoas; Eles são o Pai, o Filho e o
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Espírito Santo. Somente uma conclusão óbvia: Deus é uma Trindade. [3] Manuscrito
92 de 1901, citado em Francis D. Nichol, ed., Seventh-Day Adventist Bible
Commentary (SDABC), (Washington: Review and Herald Publishing Association,
1957), 7:961. grifo nosso.
“No nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo o homem é
colocado em sua sepultura líquida, sepultado com Cristo no batismo, e ressuscitado
da água para viver a nova vida de lealdade a Deus. Os três grandes poderes no céu
são testemunhas; eles estão invisíveis, mas presentes”. [4] Manuscrito 57 de 1900.
Citado em SDABC, 6:1074. Grifo nosso
“A obra é posta diante de cada alma que reconheceu sua fé em
Jesus Cristo pelo batismo e se tornou um receptor da garantia que vem das três
pessoas – o Pai, o Filho, e o Espírito Santo”.
A promessa e garantia divinas originam-se em TRÊS PESSOAS. [5]
Ibid. Grifo nosso.
“Cristo tornou o batismo a entrada para Seu reino spiritual. Ele o
tornou uma positiva condição com a qual devem concordar todos os que desejam
ser reconhecidos como sob a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Aqueles que recebem a ordenança do batismo fazem uma declaração pública de
que renunciaram ao mundo e se tornaram membros da família real, filhos do rei
celestial.” [6]
Há UM rei celestial que é apresentado como TRÊS pessoas que têm
AUTORIDADE.
[6] Manuscrito 27 de 1900. Citado em SDABC, 6:1075. Grifo nosso.
“Aqueles que são batizados no tríplice nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, no momento de sua entrada na vida cristã declaram publicamete que
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aceitaram o convite, ‘Saí do meio deles, separai-vos, diz o Senhor, e não toqueis
nada imundo; e Eu voz receberei, e serei um Pai para vós, e vós sereis meus filhos e
filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”. (grifo nosso).
O Senhor Todo-poderoso (singular) é UM TRÍPLICE (plural) nome.
Ibid.
“O Pai, o Filho e o Espírito Santo, poderes infinitos e
oniscientes, recebem aqueles que verdadeiramente entram em relações de concerto
com Deus”. (grifo nosso).
Deus = Pai, Filho e Espírito Santo que são infinitos e oniscientes.
Citações em português com o mesmo ensino no livro Evangelismo
páginas 614-617. [8] Ibid. Também Review and Herald, 17 de maio de 1907. Grifo
nosso
Ellen White refere-se à Divindade (Godhead) em seus escritos
publicados para a irmandades em geral e a liderança da igreja como sendo, TRÊS,
TRIO, TRÍPLICE. Pessoas onipotentes e oniscientes e que chamamos de DEUS no
singular, embora sendo TRÊS PESSOAS.
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3 CONCLUSÃO
Portanto, nem todos os pioneiros até 1900 eram contra a Trindade.
O anti-trinitarianismo nunca foi à posição oficial da igreja.
A pesquisa bíblica ao longo do tempo fez que a posição dos
pioneiros trinitarianos prevalecesse.
Ellen White, embora não usasse linguagem teológica, era
trinitariana.
Em 1900 muitos escritores adventistas sustentavam a personalidade
e divindade do Espírito Santo juntamente com o Pai e Filho.
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REFERÊNCIAS
DEDUC
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Pr. Leonardo Godinho Nunes
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