Física: Manual Do Professor
Física: Manual Do Professor
FÍSICA
HINO NACIONAL
ENSINO
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada MÉDIO
Música: Francisco Manuel da Silva
FÍSICA
TERMOLOGIA • ÓP TICA • ONDUL ATÓRIA
2
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,
De um povo heroico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
componente
curricular:
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. - Paz no futuro e glória no passado.
Manual do
FÍSICA
Terra adorada, Terra adorada,
Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
professor E M IRO
A S
D O PR A DO • C
N•E D UA R
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
O • C L I N TO
Pátria amada,
Brasil!
Pátria amada,
Brasil!
BONJORN
ISBN 978-85-322-8516-4
9 788532 285164
componente
curricular: FÍSICA
FÍSICA
TERMOLOGIA • ÓPTICA • ONDULATÓRIA
2
JOSÉ ROBERTO BONJORNO
Bacharel e licenciado em Física pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Professor de Matemática e Física.
RENATO CASEMIRO
Mestre em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Bacharel e licenciado em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Professor de Física em colégios particulares de São Paulo.
F ESS OR
DO P R O
M A N U A L
ATIVIDADES RESOLVIDAS
confeccionar joias.
5
CA
Dilatação térmica
CAPÍTULO Até aqui vimo
s que ao forne
Agora veremos cer calor a um
Ilustrações: Editoriap
do comportam
de Arte/Setu
nio, já discutido ento anômalo das dimensões dos um motor cuja
da água entre 0 corpos. gerada por
no capítulo 3,
de modo geral °C e 4 °C e do bismu representa a onda y (mm)
de suas moléc
ulas, o que faz a elevação da to, do ferro e do 1 A figura ao lado
aumentar a distân temperatura de antimô-
Nas estruturas cia média entre um corpo provo Determine: 4 x (cm)
3600 f 60 Hz ⇒
f 60 ⇒
otolibrary/Getty
cm/s de 88 a
60 Æ v 120 kHz e, em FM,
Æ v f 2 alo de 550 a 1550
guintes seções:
menor e o
AM, cobre o8 interv imadamente, o
modalidades: em Quais são, aprox
Spencer Grant/Ph
aírem quando
FA Ç N O
NO
a temperatura
cai, podendo
A
causar ruptura
POSTAS
ATIV IDA DES PRO
dos fios e in-
terrupção no
fornecimento i-
energia. Obse de de mesmo compr
rve, na figura de um violão são pos-
“barriga” forma , a 3 As seis cordas a tração, mas
da pelos cabo ente ao longo de
uma madamente mesm gam
s se deslocar livrem mento e aproxi ondas se propa
entre uma torre
1 Uma boia pode Na figura, a cur- diferentes. As s?
e outra. no fundo do mar. suem espessuras ou nas mais grossa
haste vertical fixada te t 0 s, e a cordas mais finas
Cabos elétricos uma onda no instan mais rápido nas y, em fun-
suspensos com va cheia representa 0,2 s. vertical
folga. no instante t enta a coordenada l-
62 curva tracejada,
a mesm a onda, 4 O gráfico repres que se move vertica
UNIDADE I oscila. t, de uma boia
– TERMO LOGIA
dessa onda, a boia ção do tempo zidas ondas em
Com a passagem a onde são produ
mente numa piscin de 1,2 m.
a uma distância
vales sucessivos
Ilustrações: Editoriap
de Arte/Setu
y (cm)
4
Boia Haste 0,6 m
2 t (s)
0 1
ão determine:
Para essa situaç dade da onda;
possível da veloci
a) o menor valor 4
oscilação da boia.
b) o período de gação das ondas
?
de uma onda dade de propa
o comp rimento de onda a) Qual a veloci da boia é nula?
2 Se dobra rmos
que acontece com
a te(s) a velocidade
inada corda, o b) Em que instan
em uma determ onda?
a frequência f da 223
velocidade v e CAPÍTULO 14
– ONDAS
Influência da pres
são na fusão-solidifi
Pelo que vimo
s até o momento
cação
a fusão de qualq durante A N O CA
uer substância
PENSE E RESPONDA
DE
, com o calor
FAÇ
absorvido as
partículas aume
RNO
algumas subst
Eduardo Santalies
ATIVIDADES PROPOSTAS
lido suas partíc estado só-
ulas se organ
que o retículo izam de modo horas ela
PENSE E RESPONDA
cristalino ocup
do que duran a mais espaç
o ficará
te a fusão. Dess
quanto ocorr a forma, en- estufada
e a fusão, suas
mais próximas moléculas ficam ou poderá
umas das outra
quantitativos.
Pressão (p)
p2 solidificação
de Arte/Setup
fusão
em outros capítulos.
Corel Stock Photo
O patinador na pista
de gelo,
ao deslizar, faz o
gelo derreter
pela forte pressão
das lâminas,
deixando sulcos
na pista, que
logo desaparecem
em
consequente solidific função da
ação (regelo).
34 UNIDADE I
– TERMO LOGIA
ÍCONES DE MATERIAL DIGITAL COMPLEMENTAR
Os ícones abaixo indicam pontos onde você encon-
tra material complementar no livro digital. Clique
em cada um deles para ter acesso.
cheia
Vídeo/áudio Objetos educacionais
A representação
e Sol está fora de
ar que Terra, Lua proporção.
É importante destac que a Lua
o plano. A órbita
não estão no mesm linha dos nova
no
no mesmo
da Terra não está nodos
realiza ao redor a ao redor do
Texto Imagens enriquecidas
Sol n
nova
que a Terra realiz nova
plano da órbita nova
figura ao lado.
Sol. Observe a redor da
Lua descreve ao cheia
A órbita que a relação ao
ada em 5,2º em
Terra está inclin do Sol. cheia
descreve ao redor cheia
plano que a Terra quando Sol, Terra e
só ocorrerá ficam alinhados,
O eclipse solar s (observe Terra, Lua e Sol
PENSANDO CIÊNCIA
do Sol.
Terra ao redor a Lua entra na
ocorre quando
k Latinstoc
Já o eclipse lunar fase cheia ou
na fase nova.
a Lua estiver na
lunar quando
Weda/epa/Corbis/
de Arte/Setup
penumbra
A representação
está fora de
proporção.
Seção que aborda elementos
Ilustrações: Editoria
EXPERIMENT
O
Sol
Terra
do cotidiano em que a Física se Refração e diop
Você chega à plano tro
praia e corre
para entrar no
faz presente.
sombra dentro da água mar. Olhando
Lua parece que ela para a parte do
escurecida servar uma piscin está mais perto
a Lua parcialmente da superfície, seu corpo que
pela Terra e a Eclipse da Lua. Observe de sombra da Terra. a, ela sempre embora você está
são interceptados sa o cone rasa quanto parec parece mais rasa saiba que não.
os raios solares endo- enquanto atraves ia. Como você – basta entrar Ao ob-
No eclipse lunar, da sombra, escurec explica esses para constatar
permanece na região que acontece. fatos? Registre que ela não é
superfície lunar suas hipóteses tão
. sobre o que você
-se no céu noturno Um simples exper
acha
imento nos perm
✓ 1 copo transp
a uma das com- arente de vidro
e com a Lua. e solar deve-se liso
ema em observar o eclips ão ultravioleta. Como du-
O probl – a radiaç do olho
eletromagnética visível, a pupila Procedimento
ponentes da onda exposto à luz ão
e solar você fica proteção, a radiaç 1.a parte
rante um eclips pode entrar. Sem à retina e podendo
isso mais luz
se dilata e com causando danos está sendo • Um dos integr
m entra no olho, Eclipse do Sol, que antes do grupo
ultravioleta també solar, como encoberto pela Lua. tes ficam ao redor deve pegar a moed
ira. eclips e a e colocá-la
ocasionar a cegue apenas a proje
ção de um por exem- berta pela borda
de modo que
vejam somente na xícara. Os
é obser var ou na água, ópios ou binó- da xícara. O integr um pedacinho demais integr
an-
O ideal em uma pared
e, s de lunetas, telesc e solar nunca na xícara, para ante que pôs da moeda, quase
m do Sol projetada óculo s escur os nem atravé isso, o eclips que a moeda a moeda deve toda enco-
a image e com . Por não se mova. despejar lentam
ve esse eclips proteger sua visão Enquanto isso, ente a água
plo. Nunca obser são capazes de . os demais obser
amentos não sem problemas vam.
culos. Esses equip a olho nu. ser observado
vado e, portanto, pode
deve ser obser riscos à saúde
Luvizari
não apresenta
Já o eclipse lunar
prote ger os olhos.
Fotos: Carlos
Não é neces sário
– ÓPTICA
134 UNIDADE III
2.a parte
• Um dos integr
antes põe a outra
copo e despe moeda dentro
ja água até o do
mente 2 dedo nível de aprox
s do fundo. Obse imada-
água vista pela rve a superfície
lateral do copo da
. O que vocês
veem?
A D ER
OC
FA Ç A N
NO
Agora responda
as mais
Paulo Cesar
inverso seriam Façam um relató
m no seu ciclo lógica, mas
rio em grupo que
operar també ção não é tecno apresente as quest
conseguissem de que a limita 1) Nas duas situaç ões a seguir com
térmicas que e está no fato el, as duas leis
da
As máquinas isso fosse possív
ões, o que foi suas respectivas
tância dessa anális gases. Para que
observado? respostas.
eficientes. A impor natureza dos
2) Como vocês
onta
explicam essas
uma restriç ão da própria ot morre u com observações?
A HistóriaC
é violadas. precoce deste
(Carn 3) Para os dois
deveriam ser após a morte (100%) seria casos, façam
Termodinâmica de Carno t
a fosse máxim o um desen
ou os trabalhos máquina térmic uto), fato que
olhos de quem
observa.
ho representa
ndo o caminho
Clausius retom ento de uma
. Para que o rendim kelvin (zero absol da luz entre a
apenas 36 anos) atingisse o zero a essa tempe- moeda e os
da fonte fria r um sistema
a temperatura ões para resfria permanece-
necessário que a de transformaç ia do sistema
quantidade infinit ideal” a entrop 2a. lei da 180
consumiria uma essa “máquina que violaria a UNIDADE III
disso, mostrou que para seja, não variaria, fato – ÓPTICA
A revolucion
ço e no fim do Industrial,
ria igual no come ra Revol ução
vivemos a tercei et. As mudanças
Termodinâmica. afirmam que
por isado res a intern
máquina a va
s pesqu como
Atualmente, muito ão e informação, ias negativas,
que
de comunicaç m há consequênc
novas tecnologias os, mas també
pautada pelas diversos avanç ções de trabal
ho.
É
proporcionam foram as condi
vapor, na sociedade ução Industrial
s máquinas a na segunda Revol
s em filmes antigo na primeira e
comum vermo trafegam
s que ainda hoje
plo, os trens antigo
como, por exem
EXPERIMENTO
/Corbis/Latinstock
es do Brasil.
deste capítulo,
Corel Stock Photo
ao longo dos
grand es responsáveis, ção. As primei-
ram de produ
ormação no modo no século XVII,
SSPL/Getty Images
provar, individualmente ou em
O problema prátic Em 1698, Thom isso, construiu
o na Inglaterra. er esse problema. Para lvimento e a
de carvã de resolv
das minas. possibilitam o desenvo imagens do
ção de minas a vapor capaz oados por Watt as
, inven tou uma máquina vapor para bombear a água y, mas Os estudos aperfeiç a vapor, como ilustram ), e do navio.
tar inglês a pressão de máquina de Saver escala dos motores anterior
to que utilizava aperfeiçoou a expansão em larga trator (na página C A D ER
um equipamen as Newcomen
NO
CA
– TERMO DINÂMI
122 UNIDADE II
a receptor e a energi
2 Quantas vezes a em um exame
o limite superior de ressonância
supera o limite do campo magné magnética nuclea
superior do campo tico de um equipa r.
3 Tanto no proced magnético terrest mento de resson
re? ância magnética
imento de raio nuclear
rado o maior tempo X como no de resson
contextos específicos.
fontes, F e F
detectados no ,
2 em concordânc
ponto P. 1 ia de fase emite P
p
Determine o maior
valor do comp
seja um ponto: rimento de onda
das fontes para
a) máximo de que o ponto P
interferência; 8m
b) mínimo de
interferência.
240 UNIDADE IV 6m
– ONDUL ATÓRIA F1
F2
Sumário
D
AD
E 4. Diagrama de fases ..............................39
Termologia ..........................10
UN
II
1. Fases da matéria .................................31
I
UN
III
9. Equação de Clapeyron .......................89
Óptica .................................124
I
UN
10. Teoria cinética dos gases ....................91
Interpretação molecular da pressão ....92
Interpretação da temperatura do gás ...93
Energia interna ...................................93 •Capítulo 8: Conceitos fundamentais
Velocidade média das moléculas de Óptica.......................... 126
de um gás ...........................................93 1. Afinal, o que é luz? ..........................126
Pensando Ciência: Aerossol ................94 Pensando Ciência: Visão e cegueira ...127
IV Timbre ...............................................246
I
UN
I Termologia
I
UN
AP/Glow Images
CAP
1 Termometria
1 . Temperatura
O quente, o frio, o morno e o gelado expressam sensações térmicas. Pelo tato, por exemplo, senso-
res térmicos de nossa pele são adequados apenas para perceber as variações térmicas. Quando um adul-
to encosta a mão no rosto de uma criança para saber se ela está com febre, apenas consegue perceber se
o corpo dela está ou não mais quente que o normal. Se estiver, não sabe avaliar quanto.
Para que fosse possível medir temperaturas, tornou-se necessário estabelecer uma grandeza que
informasse o estado térmico dos corpos.
As partículas de um corpo
O grego Demócrito, que viveu entre 460 a.C. e 370 a.C., foi o primeiro a expor a teoria de que
todos os corpos são formados por partículas, que ele chamou de átomos.
No entanto, somente com experimentos realizados por cientistas a partir do século XIX foi possível
constatar que os corpos são formados por partículas em constante agitação.
PENSANDO CIÊNCIA
A ideia de átomo evolui com o tempo
O átomo de Demócrito no século IV a.C.; o de Pierre Gassendi (1592-1655) e Robert Boyle
(1627-1691) no século XVII; o de John Dalton (1766-1844), Joseph-Louis Gay-Lussac (1778-1850) e
Amedeo Avogadro (1776-1856) no século XIX; e o de J. J. Thomson (1856-1940), Ernest Rutherford
(1871-1937) e Niels Bohr (1885-1962) no século XX são muito diferentes entre si, apesar de todos
esses pesquisadores terem defendido a ideia de que a matéria é constituída de pequenas partículas.
O termo átomo significa sem divisão. Para Demócrito, o átomo era o constituinte da matéria
e só poderia ser concebido pela razão. Para Gassendi e Boyle, o átomo ainda era indivisível, mas
se tratava de um componente real da matéria. Dalton, Gay-Lussac e Avogadro procuraram medir
sua massa e volume, inaugurando um atomismo científico. No século XIX, com os experimentos
de descargas elétricas em gases rarefeitos, o átomo deixou de ser indivisível e, no século seguinte,
havia pelo menos três modelos que estruturavam o átomo já com divisões.
Atualmente, o campo da Física que estuda as divisões atômicas e seus componentes é a
Física de partículas. O grande acelerador de partículas LHC (sigla em inglês para Grande Colisor
de Hadróns, que funciona num túnel subterrâneo na fronteira entre a França e a Suíça) é o maior
aliado dos cientistas na busca pelo detalhamento do átomo.
12 UNIDADE I – TERMOLOGIA
Estabeleceu-se que o mais baixo estado térmico seria aquele em
Kladej/Shutterstock/Glow Images
Bill Hogan/Chicago Tribune/MCT/Getty Images
2. Equilíbrio térmico
Vamos analisar a seguinte situação: o que acontece com a temperatura de uma garrafa com água
retirada da geladeira e deixada sobre a pia depois de algum tempo? Antes de responder, precisamos
compreender um fenômeno fundamental na Termologia: o equilíbrio térmico.
Vimos que a temperatura de um corpo é a medida do grau de agitação de suas partículas. Essa agi-
tação é influenciada por um tipo de energia (energia térmica) que pode ser transmitido entre os corpos
ou entre um corpo e o ambiente, afetando suas temperaturas. Como a energia não pode ser criada nem
destruída, ela será cedida por um corpo e absorvida pelo outro, alterando o grau de agitação das partícu-
las desses corpos ou de um corpo e do ambiente em que ele está. Por exemplo, se um corpo ceder certa
quantidade de energia térmica, sua temperatura cairá, indicando uma diminuição no grau de agitação
de suas partículas.
Quanto maior a diferença de temperatura entre dois A B A B
Editoria de Arte/Setup
energia
corpos ou entre um corpo e o ambiente, maior será o fluxo térmica
de energia térmica entre eles. Assim, em todo ambiente
sempre ocorrem trocas contínuas de energia térmica entre tA tB t’A t’B
corpos com diferentes temperaturas, de modo que os cor- equilíbrio térmico
pos com temperaturas maiores cedem energia térmica para Na representação, corpos a temperaturas iniciais
diferentes trocam energia térmica até alcançarem o
os de menor temperatura. As trocas de energia ocorrem até equilíbrio térmico.
que os corpos atinjam a temperatura de equilíbrio, ou seja,
o equilíbrio térmico.
Então, quanto a nosso exemplo da garrafa com água gelada sobre a pia, podemos afirmar que de-
pois de determinado tempo tanto a garrafa quanto os corpos e o ar da cozinha estarão à mesma tempe-
ratura, ou seja, atingirão o equilíbrio térmico.
CAPÍTULO 1 – TERMOMETRIA 13
3. Medida de temperatura
4Max/Shutterstock/Glow Images
Para medir o grau de agitação das partículas que constituem um corpo, são utili-
zados os termômetros, instrumentos cujo funcionamento é baseado na capacidade de
dilatação e contração térmicas de certas substâncias (substâncias termométricas) ao for-
necer-lhes ou deles retirar energia térmica.
Existem vários tipos de termômetro. O mais utilizado é composto de um recipiente
de vidro, que possui um bulbo e um tubo capilar. Nesse recipiente é colocado um líqui-
do, que pode ser mercúrio ou álcool colorido. Quando o bulbo é aquecido, o líquido se
dilata e a altura se modifica ao longo do tubo. Como a altura varia com a quantidade de
calor fornecida ou retirada do bulbo, associa-se essa variação à grandeza temperatura. A
leitura é feita quando há o equilíbrio térmico entre o líquido no bulbo e o corpo.
Há também outros tipos de termômetro que indicam a temperatura segundo a varia- Termômetro de
ção de grandezas físicas. mercúrio.
Temperatura do planeta Terra medida por termômetro de radiação
Claus Lunau/SPL/Latinstock
Termômetro de
radiação. Geralmente
usado em satélites
meteorológicos,
mede a temperatura
da atmosfera e da
superfície da Terra.
Paul Whitehill/SPL/Latinstock
PENSE E RESPONDA
A D ER
• Em que situações OC
NO
você acha necessário FA Ç A N
medir a temperatura?
4. Escalas termométricas
Foram muitas as escalas termométricas propostas ao longo do desenvolvimento da Termometria, mas
atualmente somente três se destacam: a escala Celsius, proposta em 1742 pelo astrônomo sueco Anders
Celsius (1701-1744), a escala Fahrenheit, empregada principalmente nos países de língua anglo-saxônica,
proposta em 1727 pelo físico alemão-polonês Gabriel Daniel Fahrenheit (1686-1736), e a escala Kelvin
(proposta em 1848), elaborada pelo físico britânico William Thomson (1824-1907).
Celsius construiu seu termômetro adotando dois pontos fixos: o zero para o gelo fundente e o 100
para a água em ebulição, ambos à pressão normal de 1 atm.
14 UNIDADE I – TERMOLOGIA
Celsius Fahrenheit
100 ºC 212 ºF
Fahrenheit atribuiu o zero para uma mistura de gelo, sal marinho
Editoria de Arte/Setup
e água e escolheu como o segundo ponto fixo a temperatura do corpo
humano, ambos à pressão normal de 1 atm. Nessa escala, a tempera-
tura de ebulição da água é 212.
O intervalo entre os dois pontos fixos foi dividido em 100 par-
tes iguais na escala Celsius e 180 partes iguais (32 a 212) na escala 21,1 ºC 70 ºF
2 De acordo com o texto, quais eram as substâncias que preenchiam os termômetros construídos por
Fahrenheit? Um era preenchido com o “espírito do vinho”, ou seja, álcool, e o outro continha mercúrio.
C A D ER O
NO
FA Ç A N
3 Por que a temperatura estabilizou no 32° quando o sal foi retirado da mistura gelo-água?
Porque esse é o ponto inicial de congelamento da água na escala Fahrenheit.
4 Por que a temperatura máxima medida pelo termômetro de Fahrenheit era 600 graus?
Porque nesse ponto o mercúrio que preenche o termômetro começa a ferver.
5 Fahrenheit diz que a escala dos termômetros serve meramente para fins meteorológicos, iniciando em 0 e
terminando em 96. Você concorda com ele? Se não, mencione outros usos para a escala dos termômetros.
Resposta pessoal. Sugestão: Serve também para medir temperatura do corpo humano, fornos industriaist etc.
CAPÍTULO 1 – TERMOMETRIA 15
CADE Primeiro é necessário determinar os dois pontos fixos. Coloca-se o bulbo do termômetro em uma
NO vasilha com gelo derretendo, espera-se atingir o equilíbrio e marca-se o zero. Depois, coloca-se o
RN
PENSE E RESPONDA
bulbo próximo à água em ebulição, espera-se atingir o equilíbrio e marca-se o ponto 100. Divide-se
FA Ç A
O
em 100 partes iguais o espaço entre 0 e 100 e, assim, obtém-se um termômetro calibrado.
• Suponha que você esteja no litoral, precise medir a temperatura de uma pessoa que você suspeita estar
com febre e o termômetro disponível está com a numeração apagada e não permite a leitura. Na casa em
que você está tem fogão e geladeira com freezer. Qual será seu procedimento para graduar o termômetro,
de acordo com a escala Celsius?
Astronomical Society/SPL/Latinstock
Kelvin extrapolou matematicamente a resposta obtida dos estudos
do comportamento da pressão e da temperatura de um gás. Sabendo que
a pressão diminui com o decréscimo da temperatura, ele calculou qual
seria o valor de temperatura que resultaria em uma pressão nula, ou seja,
constatou que, com as moléculas inertes, o gás deixaria de exercer pres-
são sobre as paredes do recipiente.
Cientistas experimentais do século XIX descobriram que é impossível
reduzir a temperatura de uma substância a um valor igual ou inferior a William Thomson (1824-1907) foi
-273,15 °C. Esse limite inferior de temperatura é chamado de zero abso- um engenheiro e físico escocês
luto ou zero kelvin (0 K). Não se pronuncia a palavra grau com a tempe- conhecido como Lorde Kelvin,
ratura em kelvin (o termo kelvin é escrito por extenso, com letra inicial graças ao título de nobreza obtido
em 1848.
minúscula, ou abreviado por K em letra maiúscula).
A essa temperatura (0 K), as partícu-
las não teriam nenhuma energia cinética, Fahrenheit Celsius Kelvin
o que é bastante improvável depois que
ficou demonstrado, pela teoria quântica, 212 100 373
Editoria de Arte/Setup
32 0 273
16 UNIDADE I – TERMOLOGIA
6. Relação entre as escalas
Em um noticiário estadunidense de tevê a cabo, um jornalista disse que na cidade de Little Rock,
durante uma nevasca, a temperatura chegou a 23 graus. Um estudante brasileiro, ao ouvir isso e ver as
imagens de pessoas com blusas grossas, gorros e cachecóis, ficou confuso, uma vez que quando faz 23
graus aqui no Brasil a sensação térmica é bastante agradável. Que confusão ele fez?
Valores de temperaturas máxima e mínima medidas em Fahrenheit
Danny Johnston/AP/Glow Images
39 40
Editoria de Arte/Setup
22 16
Springfield Roanoke
39 41
47 12 10
31 47 Nashville Raleigh/Durrham
Oklahoma City 23 51
Little Rock 54 19
53 29 Columbia
53 59 Atlanta
35 31 59
28
Dallas/ Shreveport Jackson 29
Fort Worth Montgomery
22 65
57 54 18
36 40 37
New Orleans Tallahassee
Austin Houston
58 70
48 54
Orlando
Corpus
Christi 74
56
Miami
Nevasca na cidade de Little Rock, EUA. A medida da temperatura depende da escala utilizada. Na ilustração acima, as
temperaturas estão na escala Fahrenheit.
Editoria de Arte/Setup
pectivamente. Para obter as funções termométricas que da água
Simplificando, temos:
C 32
F T 273
5 9 5
Desse modo, podemos saber a quantos graus Celsius correspondem 23 °F usando a relação:
C 32
F
5 9
capítulo 1 – Termometria 17
A D ER
OC
NO
FA Ç A N
Substituindo F por 23, obtemos:
C PENSE E RESPONDA
23 32 9 1 C (1) 5 5 °C
5 9 9 • O vácuo é concebido como ausência
De fato, estava frio em Little Rock! total de matéria. É possível medir a
Agora use a função termométrica correspondente temperatura do vácuo? Justifique.
e mostre que os 23 °F correspondem a 268 K.
Não, pois temperatura é a medida do grau de agitação das
partículas (átomos, moléculas).
ATIVIDADES RESOLVIDAS
1 Em uma sala de aula, certo dia, um termômetro registrou uma elevação de 5 °C no ambiente em um intervalo de
3 horas. Qual seria a elevação registrada se o termômetro fosse graduado na escala Fahrenheit?
Resolução:
°F
Resolução:
°F
A temperatura do corpo em graus Celsius correspon-
dente ao ponto A é a abscissa x desse ponto. Logo, 32
QA PQ 0x 32 0 x 32
SA RS ⇒ 100 x 212 0 ⇒ 100 x 212 ⇒
⇒ 212x 3200 32x ⇒ 180x 3200 ⇒
⇒ x 17,8 °C
3 Um termômetro de mercúrio é calibrado de modo que, na temperatura de 0 °C, a altura da coluna é de 4 cm, e,
na temperatura de 100 °C, a altura é de 8 cm. Determine:
a) a função termométrica que relaciona a temperatura (c) com a altura (h) da coluna de mercúrio;
b) a altura da coluna quando a temperatura é de 40 °C.
18 UNIDADE I – TERMOLOGIA